Áudio música e tecnologia - nº 252
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áudio música e tecnologia | 1
EXPOMUSIC 2012Lançamentos e destaques da feira
PEDRÃO 2012O som da maior festa de São Pedro do Brasil
SONARSaiba como trabalhar com o iPad
GRAVANDO VOZ EM CASAEngenheiros e produtores dão dicas simples, práticas e efi cazes para os seus trabalhos
Ano XXIV - setembro/2012 nº252 - R$ 12,00 - www.musitec.com.br
áudio música e tecnologia | 1
TÉCNICAS DE
MICROFONAÇÃO
Como ler especificações
ISSN 1414-2821Áudio Música & Tecnologia Ano xxIV – Nº 252 / setembro de 2012Fundador: Sólon do Valle
Direção geral: Lucinda DinizEdição técnica: Miguel RattonEdição jornalística: Marcio TeixeiraConsultoria de PA: Carlos Pedruzzi
COLABORARAM NESTA EDIçãOAlexandre Cegalla, Daniel Raizer, Enrico De Paoli, Fábio Henriques, Fernando Moura, Lu-cas Ramos, Luciano Alves e Ricardo Gomes
REDAçãOLouise Palma, Marcio Teixeirae Rodrigo [email protected]@musitec.com.br DIREçãO DE ARTE E DIAGRAMAçãO Client By - clientby.com.brFrederico Adão e Luiz Miller
Assinaturas Karla [email protected]
Distribuição: Eric Baptista
Publicidade Mônica [email protected]
Impressão: Ediouro Gráfi ca e Editora Ltda.
Áudio Música & Tecnologia é uma publicação mensal da Editora Música & Tecnologia Ltda,CGC 86936028/0001-50Insc. mun. 01644696Insc. est. 84907529Periodicidade Mensal
ASSINATURASEst. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJCEP: 22753-900Tel/Fax: (21) 3079-1820 (21) 3579-1821 (21) 3174-2528Banco Bradesco Ag. 1804-0 - c/c: 23011-1
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Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Teodoro da Silva, 907 Rio de Janeiro - RJ - Cep 20563-900
Não é permitida a reprodução total ouparcial das matérias publicadas nesta revista.
AM&T não se responsabiliza pelas opiniões de seus colaboradores e nem pelo conteúdo dos anúncios veiculados.2 | áudio música e tecnologia
De alguns anos para cá, fala-se muito em inovação. No meio tecnológico não existe
palavra mais repetida. É quase que uma obsessão para empresas e profi ssionais mo-
dernos: é preciso criar um produto inovador; é preciso ser uma pessoa inovadora, é
preciso estabelecer relações inovadoras...
É claro que nós, entusiastas da tecnologia, adoramos as inovações. É empolgante quando
algo realmente novo pode melhorar o nosso trabalho e produzir resultados acima do que
conseguíamos. Foi esta sensação que tive há alguns anos, ao testar pela primeira vez a
transferência de áudio via Ethernet: uau, transmitir 40 canais de áudio em 24 bits através
de um simples cabinho azul a 100 metros de distância!
Inovar é usar uma nova ideia ou conceito, que ainda não tinha sido usado para deter-
minada fi nalidade, para conseguir melhores resultados em termos de qualidade, custo,
durabilidade ou desempenho.
A área musical evoluiu bastante nas últimas décadas e grande parte dessa evolução se
deu graças a algumas inovações marcantes. Na era analógica, Bob Moog viabilizou o uso
da eletrônica para se fazer música a partir da interligação de módulos controlados por ten-
são (VCOs, VCFs e VCAs). Mais tarde, John Chowning, estudando a combinação de sinais
senoidais, desenvolveu um processo para criar sonoridades inusitadas, que deu origem ao
lendário DX7 e seus descendentes de síntese FM.
Nos estúdios de gravação, jamais conseguiríamos a qualidade sonora e a efi ciência que
temos hoje para produzir música se não tivéssemos incorporado as novas tecnologias
da informática. Mesmo no campo da Acústica, uma ciência cujos primeiros estudos são
seculares, as pesquisas pioneiras de Manfred Schroeder sobre a aplicação da teoria dos
números na construção de painéis difusores trouxe benefícios incontestáveis aos projetos
de estúdios, auditórios e salas de audição.
A criatividade é uma das características mais importantes do ser humano e a história
da nossa evolução está marcada por inovações. Mesmo que não existisse a competição
econômica do mundo moderno, ainda assim haveria alguém pensando além dos limites.
Inovar faz parte de nós.
Miguel Ratton
Inovação
EDITORIAL
4 | áudio música e tecnologia
Logic ProUtilizando a ferramenta Varispeed para brincar com o tempoLeo da Silva
Em CasaInterfaces de áudio: os modelos topLucas Ramos
Técnicas de MicrofonaçãoComo ler especificaçõesFábio Henriques
Na sala, no quarto, no closetEngenheiros e produtores dão dicas simples, práticas e eficazes de como gravar vozes em casaRodrigo Sabatinelli
34
editorial 2 review 14 índice de anunciantes 111
Pedrão 2012Maior festa de São Pedro do país reúne grandes artistas populares e conta com sistema NortonMarcio Teixeira
Especial Expomusic 2012Os lançamentos e destaques da 29ª edição do eventoRedação AM&T
Técnicas de EstúdioPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicosAlexandre Cegalla
Ableton LiveRacks de instrumentos e efeitos: trabalhando com os grupos de dispositivos que podem revolucionar suas produçõesLucas Ramos
Músico na RealMúsica e eleições: rola groove nessa combinação?Fernando Moura
Pro ToolsComo ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro ToolsDaniel Raizer
SonarUtilizando o iPad com o SonarLuciano Alves
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notícias de mercado 6conexão londres 90lugar da verdade 112
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Nova seção
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Pedrão 2012Maior festa de São Pedro do país reúne grandes artistas populares e conta com sistema NortonMarcio Teixeira
Especial Expomusic 2012Os lançamentos e destaques da 29ª edição do eventoRedação AM&T
Técnicas de EstúdioPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicosAlexandre Cegalla
Ableton LiveRacks de instrumentos e efeitos: trabalhando com os grupos de dispositivos que podem revolucionar suas produçõesLucas Ramos
Músico na RealMúsica e eleições: rola groove nessa combinação?Fernando Moura
Pro ToolsComo ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro ToolsDaniel Raizer
SonarUtilizando o iPad com o SonarLuciano Alves
6 | áudio música e tecnologia
noTíCiAS DE MERCADO
Os animados alunos que participaram dos workshops cariocas e, em
meio a eles, Renato Muñoz: turnê passa por sete capitais brasileiras
Teve início no dia 21 de agosto, no IATEC do Centro do Rio de Janeiro, um
dos projetos mais aguardados pelos profi ssionais e entusiastas de técni-
ca de som e áudio. Com patrocínio da Harman do Brasil e realizado pelo
IATEC, o Sound Academy Tour 2012 percorrerá, até outubro, sete gran-
des cidades brasileiras. Depois de Rio e Recife (a capital pernambucana
recebeu o evento em 28 e 29 de agosto), será a vez de seguir para Porto
Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Na nova edição do projeto, as aulas sobre equipamentos e técnicas em
sonorização são ministradas por Renato Muñoz, que além de instrutor do
IATEC e colaborador da AM&T (é de sua autoria a seção Notícias do Front),
tem em seu currículo trabalhos como técnico de som de nomes como
Skank, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Titãs. Entre os tópicos que foram
abordados nos workshops iniciais, realizados em 21 e 22 de agosto no IA-
TEC do Centro do Rio e que receberam, ao todo, cerca de 120 alunos, des-
taque para microfones, consoles, falantes, equalizadores e amplifi cadores.
Renato Muñoz foi objetivo ao dizer que um evento como o Sound
Academy Tour é importante porque faltam, no mercado, profi ssionais
qualifi cados. “A questão da mão de obra no setor é muito problemática,
e quanto mais incentivo houver para preparar essa mão de obra, me-
lhor. É legal poder levar o evento para tantos lugares do Brasil, pois é
informação que chega ao pessoal”, declarou ele.
“Vou falar, ao longo da turnê, sobre todo o sistema de sonorização, Do
microfone ao alto-falante. De ponta a ponta. É claro que em alguns
itens a gente perde mais tempo, como mesas, microfones e sistemas de
caixas, mas, se tivermos tempo, ainda quero falar da parte de plateia.
O ideal é dar uma noção geral para que os interessados depois possam
fazer cursos intensivos sobre esse ou aquele tema”, explicou Renato,
que elogiou os alunos cariocas ao ressaltar que as perguntas feitas por
eles primavam pela coerência.
Pelo lado da Harman, a forma de enxergar o evento é semelhante à do
técnico. Cintia Lutz, coordenadora de marketing da empresa, destacou que
há, na Harman, uma grande preocupação com o investimento em edu-
cação dentro do mercado de áudio. “É uma área que necessita muito de
informação, e encontramos no IATEC um grande parceiro para levarmos
o evento para todo o país. Ao fi nal da Sound Academy Tour 2012, espera-
mos que o público tenha obtido importantes conhecimentos técnicos sobre
áudio e sobre os produtos da marca Harman, que está presente no Brasil
há dois anos”, afi rmou.
Segundo o diretor do IATEC, Luiz Helenio, responsável pelos cursos e treina-
mentos da instituição, o Sound Academy Tour foi desenvolvido com o objetivo
principal de “democratizar a informação”. “Esse projeto da Harman é ainda
mais interessante porque passa por diversas cidades. Somos, aqui no IATEC,
COMEçA O SOUND ACADEMY TOUR 2012Etapa carioca abre a turnê brasileira de worshops promovidos pela Harman e IATEC
sempre cobrados por pessoas de outros centros, que pedem que eventos
como este não fi quem restritos ao Rio. Levar o conhecimento a outros locais
é bem positivo. Para nós, é uma ação bastante relevante”, afi rmou ele, que
enfatizou a importância, para a escola, da parceria com a Harman.
“Ela tem sido uma grande parceira. Trabalhar com educação no Brasil é extre-
mamente difícil, ainda mais quando se lida com tecnologia, pois o aluno quer
aprender utilizando equipamentos de ponta. Então, sempre temos que estar
atualizados, o que é bastante custoso para nós, e nem sempre conseguimos
repassar isso para o aluno. A Harman nos auxilia bastante nesse sentido.
Hoje, temos duas salas com equipamentos da marca sendo usados no dia a
dia de nossas unidades do Centro e da Barra da Tijuca”, destacou.
Luiz ainda adiantou os próximos passos do Sound Academy Tour. “Quando
essa turnê for concluída, iremos pensar nas próximas cidades e no módulo
dois, para que o aluno que está participando agora possa voltar em 2013
e se aprofundar”, acrescentou Luiz, para quem é natural que as primeiras
aulas acontecessem na capital fl uminense. “Com o tour partindo daqui,
podemos identifi car a necessidade de realizar algum ajuste, alguma corre-
ção. Fica mais fácil resolver”, concluiu.
Inscrições e mais informações sobre as próximas etapas do Sound Academy
Tour no site www.iatec.com.br/harman e pelo telefone (21) 2493-9628.
Próximas datas - Sound Academy Tour 2012
Porto Alegre: 05 e 06/09
Curitiba: 11 e 12/09
São Paulo: 25 e 26/09
Belo Horizonte: 02 e 03/10
Brasília: 09 e 10/10
Cint
ia L
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8 | áudio música e tecnologia
noTíCiAS DE MERCADO
No último dia 22 de agosto, durante coletiva realizada na
Broadcast & Cable 2012, Richard Griffi n, vice-presidente
de vendas, broadcast e enterprise da Avid para as Améri-
cas, anunciou uma remodelagem no plano de negócios da
empresa relacionado ao mercado latino-americano.
Segundo o executivo, a partir de agora as distribuido-
ras CIS Group, que é representante exclusiva da Avid no
segmento de vídeo, e a Quanta, que com exclusividade
atende a área de áudio para o meio musical, irão dividir o
mercado de áudio pro para broadcast.
O gerente de vendas Danillo Garcia, também presente no encontro, que recebeu profi ssionais do grupo Quanta e da CIS,
destacou, na ocasião, que a estratégia irá oferecer maior suporte aos consumidores brasileiros da empresa.
AVID ANUNCIA MUDANçAS DURANTE A BROADCAST & CABLE
A Sennheiser divulgou recentemente um aumento de 13% em
seu faturamento no ano de 2011. A empresa registrou um volu-
me de negócios de 532,4 milhões de euros, o que signifi ca um
aumento de 13,5% em relação ao ano anterior, cujo faturamen-
to foi de 468,2 milhões de euros.
“O aumento do volume de negócios é resultado direto da adminis-
tração cuidadosa de custos em todos os locais onde atuamos e de
todas as linhas de produtos. O destaque foi o desempenho extrema-
mente positivo da Europa, Oriente Médio, África e Ásia (EMEA), que
compensou os desafi os cambiais enfrentados na região do dólar”,
explica Volker Bartels, porta-voz do Executive Management Board.
A empresa identifi ca o foco no cliente e no segmen-
to premium como fatores determinantes para tal
crescimento. O segmento de fones de ouvido con-
tinua sendo a maior parcela da movimentação de
negócios da companhia, correspondendo a 32,9%
do volume do período. De acordo com Bartels, este
desenvolvimento do setor ocorre por conta da con-
tinuação da tendência dos grandes headphones. “Apesar
da forte concorrência nos Estados Unidos, a Europa fez da
Sennheiser líder de mercado, com market share de 21%
e um crescimento estável de 12% em 2011, bem como
em 2010”, explica.
Em seguida, estão os microfones sem fi o (26,4%), produ-
tos Sennheiser Communications (9,2%) e microfones com
fi o (7,4%). A linha Audiology representou 6%, enquanto
microfones para estúdio Georg Neumann e monitores de
áudio continuaram em 3,6%. Os produtos Installed Sound
chegaram a 3,3%.
SENNHEISER REGISTRA EM 2011 CRESCIMENTO DE 13% EM SEU FATURAMENTO
Quanta se junta à CIS Group no time de distribuidores no merca-do de áudio pro para broadcast
Richard Griffi n (primeiro à direita) junto a executivos da
Avid, Quanta e CIS Group: estratégia busca dar maior su-
porte aos consumidores
AM&
T
Há mais de 20 anos no segmento de vídeo, a Pinnacle Broadcast, a
partir da assinatura de um acordo de distribuição exclusiva com a fabri-
cante de microfones Røde, recentemente adentrou o mercado de áu-
dio. Para apresentar os produtos da renomada marca australiana que
agora são oferecidos pela Pinnacle, a distribuidora realizou no dia 7 de
agosto, em sua sede, na cidade de São Paulo, o primeiro Røde Univer-
sity Live Brasil. No evento, três workshops, que também foram trans-
mitidos online, apresentaram desde características específicas dos mo-
delos Røde até detalhes de surpreendentes técnicas de microfonação.
O primeiro a falar ao público foi Thiago Bianchi, vocalista do Sha-
man e dono do estúdio Fusão, em São Paulo. Durante a palestra,
Thiago afirmou que, com a Røde, é a primeira vez que é endorsee
de uma marca por querer, de fato, contar com os produtos ofere-
cidos por ela. No Shaman, ele usa um microfone Procaster custom
de cápsula larga, que, segundo o cantor, em breve ganhará sua
assinatura e chegará ao mercado.
“Ele é um microfone robusto, com profundidade, o que é muito legal
para os vocais. Para os meus ouvidos, é como se esse mic tivesse uma
espécie de compressor interno”, afirmou Bianchi, que atua como produ-
tor desde os 15 anos e tem, no currículo, duas indicações ao Grammy
Latino. “Com o Procaster, é a primeira vez que sinto que tenho um mi-
crofone na mão, pois ele é pesado, tem presença. E se o assunto é preço,
trata-se de um produto que as pessoas podem ter. Seu custo-benefício
é bem interessante”, afirmou o artista, que na Expomusic mostrará, ao
lado de sua banda, como os microfones Røde soam ao vivo.
Depois foi a vez de Anselmo Gonçalves, coordenador do projeto
J-freaks, abordar a parte teórica dos microfones, falando
de diferentes tipos de modelos e passando por temas como
frequências e filtros. Anselmo falou de cada um dos mics Røde
selecionados para a captação dos instrumentos da banda J-freaks,
presente no evento: NT5 (chimbal), NT4 (pratos e violão) e os M1
e NT2 (guitarra), além do já citado Procaster (bumbo).
“Todos os microfones foram levemente ajustados na mesa, já que,
naturalmente, têm um belo som. O Procaster também foi pouco
equalizado, pois oferece, de fábrica, um grave bastante agradá-
vel”, observou. Antes de encerrar sua fala, Anselmo anunciou a
apresentação de um novo número da banda, que já havia tocado
no início do encontro. O objetivo foi permitir que o público pudesse
notar a sonoridade dos microfones utilizados na captação.
Fechando o evento, o produtor musical Manny Monteiro, formado no
Institute of Audio Research, em Nova York, apresentou um workshop
sobre técnicas avançadas de microfonação. Explicando o lado comple-
xo da captação sem esquecer as abordagens tradicionais, Manny citou
exemplos de aplicações (Foo Fighters, banda sempre citada em pales-
tras de áudio, não ficou de fora quando o assunto foi fase) e lembrou
nomes que, ao longo de sua carreira, passaram a ele muito do que sabe,
como Roy Cicala, que gravou e produziu gente como John Lennon, David
Bowie, Miles Davis, Queen, Frank Zappa, Prince, entre outros.
Entre as técnicas destacadas por Manny durante sua palestra, algumas
podem ser destacadas, como a M-S (Mid Side) Technique. “É uma técni-
ca antiga que não vejo ser muito usada no Brasil”, disse. “Nela, utilizam-
-se dois microfones. Procure dois Røde com os diagramas polares apro-
priados, um figura 8 embaixo e um cardióide em cima, apontando para
a fonte geradora de som, e use para o que for, pois ficará muito bom.
Já gravei, usando a M-S, desde instrumentos até corais de 20 cantores”,
afirmou ele, entre detalhes sobre posicionamento e os efeitos obtidos.
Manny ainda falou sobre o subkick, que, segundo ele, é uma técnica
inventada “por uns malucos nos EUA”, para, em seguida, virar ma-
nia. “Alguém um dia pegou um falante, inverteu a fase para fazer
dele um microfone e colocou a um palmo da frente do bumbo para
ver o que acontecia. O resultado foi que ele só captou o grave, o
‘lodo’ mesmo. Fica demais. Para som de bumbo pop, é insubstituí-
vel”, destacou o palestrante, que ainda falou sobre microfonação de
salas, isolamento e organização sonora, encerrando seu workshop e
o Røde University Live Brasil sob aplausos.
EVENTO DA RØDE APRESENTA PRODUTOS AO MERCADO NACIONAL
Anselmo na "versão online" de seu workshop: evento foi
transmitido em tempo real pela internet
10 | áudio música e tecnologia
noTíCiAS DE MERCADO
12 | áudio música e tecnologia
PRIMEIRA VISTA | Alexandre Cegalla
O advento do tablet criou novas
perspectivas também para os mú-
sicos, e não demorou muito para atrair
a atenção dos fabricantes de áudio. Um
exemplo disso é o SynthStation49, controlador
MIDI da AKAI desenvolvido especifi camente para ser
usado com o iPad. Apto a trabalhar com a primeira, se-
gunda e terceira gerações do iPad, o SynthStation49 vem com
um encaixe criado especialmente para se conectar com o tablet
da Apple, sem a necessidade de cabos. O controlador da AKAI é
compatível com o padrão iOS Core MIDI, o que permite que ele
seja usado junto com diversos aplicativos de música disponíveis
na App Store (loja da Apple). Além disso, ele também conta com
o aplicativo do SynthStation, por meio do qual o usuário pode
gravar e tocar arquivos MIDI diretamente, além de realizar per-
formances utilizando os pads de bateria. Como o próprio nome
indica, o SynthStation49 tem 49 teclas, com sensibilidade de in-
tensidade (key velocity).
No lado esquerdo do painel do SynthStation49 estão os contro-
ladores de pitchbend e de modulação. Em seguida, estão nove
pads de bateria sensíveis à intensidade e que acendem quando
tocados ou acionados via MIDI. Bem no centro do aparelho e
logo acima das teclas, facilitando sua visualização pelo músico,
fi ca o encaixe para o iPad. O encaixe possui um controle de
angulação, o que, dependendo da altura de quem for utilizar
o aparelho, pode ser muito conveniente. Outro detalhe é que,
caso você conecte o SynthStation49 na tomada de energia, ele
também irá carregar o seu tablet, sem que seja necessário con-
tar com mais de um cabo de alimentação. É importante salien-
tar que também é possível
utilizar o SynthStation49 com
PCs e usá-lo com qualquer apli-
cativo CoreMidi, além daqueles feitos
pelo próprio fabricante.
No lado direito do controlador se encontram os
botões de transporte que permitem controlar um
software DAW a partir do SynthStation49. São eles: Play,
Pause, Record, Rewind, Fastforward, um botão para mudar para
uma oitava acima e outro para uma oitava abaixo, seletor de
sequenciadores, de programas e muito mais. Uma porta USB
na traseira do controlador permite ligá-lo a um computador Mac
ou PC, além de receber alimentação de energia e realizar o
controle MIDI dos DAWs. Ou seja, mesmo tendo sido criado com
o iPad em mente, o SynthStation49 também pode ser usado
como um tradicional controlador MIDI junto ao seu computador.
E sem precisar de nenhum tablet.
Também atrás do aparelho se encontra um par de saídas P10 es-
téreo com controle de volume, para conectar o SynthStation49 a
mesas de som, caixas amplifi cadas e equipamentos de gravação
em geral. Há ainda uma terceira conexão, também situada no pai-
nel traseiro, para fone de ouvido. Para desenvolvedores de softwa-
re, a AKAI oferece o SynthStation SDK, que permite criar novos
programas compatíveis com o controlador. Os aplicativos desen-
volvidos podem ser enviados para o site SynthStationApp.com.
www.akaibrasil.com.br
www.akaipro.com
Divu
lgaçã
o
AKAI SYNTHSTATION
Teclado controlador
para iPad
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14 | áudio música e tecnologia
REVIEW Rodrigo Sabatinelli
Fernando Moura e Ary Dias - Cosme Damião (Independente)
BR69 - Solta o Preso (Independente)
Parceiro e colaborador de nossa revista, o maestro Fernando Moura se reuniu
com o percussionista Ary Dias para uma empreitada curiosa, que chamaram,
juntos, de Cosme Damião. Músicos que dispensam qualquer tipo de creden-
cial, eles fi zeram deste encontro uma verdadeira festa de ritmos e harmonia.
No trabalho, como de costume, Fernando deita e rola com as teclas pretas
e brancas tanto nos temas de sua autoria – dentre eles, Criação de Bicu-
dos, que abre o disco; Tudo Piano, que deu nome a seu trabalho anterior, e
Cangurus em Recife, outra magnífi ca pedida – como nos de Ary – Atenção,
em parceria com Nanda Dias – e nas releituras de Chick Corea (Armando’s
Rhumba) e Tom Jobim e Vinícius de Moraes (Água de Beber). E Ary... Bem,
Ary é o típico percussionista imprevisível. Quem saca um pouquinho de nada
de música consegue captar a originalidade do cara, que acompanha muito
bem as “loucuras” de Moura.
Mas engana-se quem pensa que dois instrumentistas fariam um disco total-
mente instrumental. Em Afro Bebê, incrível composição escrita pela dupla,
pinta uma voz no meio de um perfeito groove marcado. Dá-lhe, Ary! E dá-lhe Moura! Curiosamente, esta é, na minha opinião, a mais
bacana do trabalho, que tem outros muitos bons momentos. A faixa-título, por exemplo – outra escrita pelos dois –, é um. 44 do Segundo,
essa do pianista, é outro. Viagem total!
Saindo da música sofi sticada e entrando no rock nu e cru. Chegou
às minhas mãos o CD da banda carioca BR69. Solta o Preso, grava-
do ao vivo e mixado por Alexandre Griva e Jorge Guerreiro no Me-
lhor Do Mundo Estúdios (RJ) e masterizado por Michael Hateleyno
Lotus Mastering (LA), é “direto” como poucos álbuns de bandas da
atual cena são. Nele, temos de tudo um pouco. De Beatles a Johnny
Cash, entre muitos outros.
Arranjado como se a banda tivesse nascido nos anos 1960/70,
Solta o Preso é, nitidamente, um disco que dá de ombros para o
mercado. Algumas de suas músicas, por mais que tenham um perfi l
mais radiofônico, vencem por outras questões, como, por exemplo,
suas letras. Não Vou Por Aí, uma adaptação de poema homônimo,
é um belo exemplo disso.
Outros destaques entre as dez faixas do disco são Cheiro do Ralo,
que abre o tracklist, e Do Que Eles Vão Chamar?, que o encerra. Pal-
mas também para o trabalho de Guerreiro e Griva, que, experientes
do ponto de vista da sonoridade, deram uma cara especial ao CD.
16 | áudio música e tecnologia
Nesta edição da AM&T temos a estreia da seção Logic Pro.
E para começar bem, é bom saber que seu autor, Leo da
Silva, é formado em Music Technology pela University of
Oregon e em Recording Arts pela Full Sail University, além
de ser instrutor master certifi cado da Apple para treina-
mentos em Logic Pro, Final Cut Pro e Sound Track Pro e de
realizar cursos regulares na ProClass, escola de tecnologia
audiovisual localizada no Rio de Janeiro.
Com base em Nova York, Leo leciona em escolas de reno-
me, como a Future Media Concepts, além de realizar trei-
namentos corporativos em diversas cidades americanas.
Entre seus principais clientes, estão a HBO, Under Armour,
Hearst Corp, BBC, Kanye West, Moby, OneRepublic, Snoop
Dogg, Mos Def, Dave Chappelle, Richard Dreyfuss, Rosie
Perez, Roberta Flack e Jerry Barnes, entre outros.
Quanto ao Logic Pro, você sabe, mas vale lembrar, que
se trata de uma ferramenta que agiliza, e muito, a par-
te técnica da criação musical, permitindo que gravação,
edição e mixagem sejam feitas de forma prática, com o
auxílio de uma vasta gama de
instrumentos, sons e loops e
de recursos que incluem auto-
mação e som surround.
Vamos, então, ao texto. É ler
e aplicar!
Aproveite!
VARISPEED
LOGIC PRO | Leo da Silva
UTILIZANDO A FERRAMENTA PARA "BRINCAR" COM O TEMPO
Figura 1
O Logic Pro 9 introduziu uma excelente ferramenta de con-
trole de tempo chamada Flex Time. Ela nos permite “quanti-
zar” áudio como se fosse MIDI. Outra ferramenta poderosa
também foi incluída na versão 9, mas está um pouco mais
escondida. Ela se chama Varispeed.
O nome tem origem na variação de velocidade possível nas
antigas máquinas de fi ta magnética e o recurso do Logic Pro
possibilita acelerar ou diminuir a velocidade de reprodução
do projeto inteiro. O que as máquinas veneradas não po-
diam fazer é manter a tonalidade fi xa enquanto manipulá-
vamos a velocidade. Já o Logic Pro faz isso com facilidade.
Para acessar o Varispeed, temos que, primeiro, confi gurar o
Transport Bar. Use control-click, para acessar as confi gura-
ções e habilite a opção Varispeed. Um botão com o símbolo
adição/subtração aparecerá no Transport Bar.
Como as confi gurações do Transport Bar só são salvas
com o projeto atual, é aconselhável clicar “Save As De-
fault” para sempre ter o botão Varispeed disponível.
VARISPEED
Acer
vo L
uizin
ho M
azze
i
18 | áudio música e tecnologia
Utilizar a função Varispeed é simples: basta clicar no botão
e mudar a porcentagem sob o termo “Speed Only”. A
velocidade de playback do projeto pode ser ajustada
entre 100% (dobro da velocidade) e -50% (metade da
velocidade) sem alterar a afi nação. O resultado é bem
interessante. Ele produz pouquíssimos artefatos, mes-
mo quando a velocidade é reduzida. Diferentemente
do Flex Time, o Varispeed afeta o projeto inteiro, e não
só regiões individuais. Ao fazer um bounce, a mudança
de velocidade também é registrada. Desta forma, fi ca
muito fácil experimentar andamentos diferentes num
projeto de áudio ou MIDI.
Observação importante: Se estiver usando uma pista com
EXS24, a velocidade de playback dos samples não será
alterada.
No entanto, o diferencial do Varispeed se encontra nas
opções disponíveis no menu que aparece quando clicamos
em “Speed Only”.
Na confi guração padrão, qualquer instrumentista pode se
tornar um virtuoso. É possível gravar um trecho com o Va-
rispeed ligado, ou seja, com o projeto sendo tocado num
andamento reduzido para facilitar a gravação de trechos
complexos. Após concluída a gravação, basta desligar o
Varispeed para ajustar a gravação à velocidade original do
projeto. Os Beatles teriam adorado esta função!
Ao alterar a confi guração para Varispeed (Speed and Pitch)
e Detune (Semitone.Cents), um comportamento emulando
o efeito tradicional de gravadores de fi ta é obtido.
Muitos cantores, como Billy Joel, usam o Varispeed para
alcançar notas acima do limite de sua tessitura vocal. Di-
minuir a tonalidade para -2.00 st, por exemplo, permitirá
ao cantor ou cantora gravar trechos um tom abaixo do
original. O Logic Pro automaticamente irá calcular a redu-
ção de velocidade para efetuar a redução de um tom.
Ao término da gravação, desligando o Varispeed, o
resultado é a impressão de que o trecho foi registra-
do sem esforço.
Na música, o ideal é sempre poder gravar performan-
ces perfeitas, mas quando se precisa de uma ajuda
extra, o Varispeed estará lá para isso. •
Figura 2
LOGIC PRO
Figura 3
Figura 4
Leo da Silva é um Apple Master Trainer que trabalha em Nova York e leciona cursos de Logic Pro e Final Cut Pro, entre outros, na ProClass no Rio de Janeiro. Contato: [email protected].
20 | áudio música e tecnologia
EquipamEntos para um HomE studio
intErfacEs dE áudio: os modElos top
EM CASA | Lucas Ramos
Nas últimas edições, falamos de diversas interfaces de áu-
dio, todas com um custo razoavelmente acessível. Agora
que já apresentamos as “pé-no-chão”, vamos sonhar mais
alto com as melhores e mais caras interfaces de áudio do
mercado. Esta lista é para a galera que está nadando na
grana ou, então, pra quem gosta de sonhar!
apoGEE
A Apogee é a mais popular desta lista, pois seus converso-
res são dos mais conhecidos do mundo e suas interfaces
também são de ótima qualidade, com conversores de alto
nível e bons pré-amps. Porém, o preço também é alto, como
são os das outras marcas da lista.
duet
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: USB 2.0
- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 1 instru-
mento (TS) + 8 linha (TRS)
- Pré-amplificadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): Nenhuma
- Saídas (digitais): Nenhuma
- MIDI: Não
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Sim
(partE X)
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
Ensemble
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/instrumento (TS) + 4
linha (TRS)
- Pré-amplificadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 2 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: Não
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
symphony i/o
Esta interface é modular, permitindo diversas configurações
de entradas e saídas. Há seis módulos diferentes e cada
interface comporta até dois módulos, permitindo até 32 ca-
nais de entrada e saída (analógico ou digital).
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: USB 2.0 ou PCIe
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
22 | áudio música e tecnologia
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim
mEtric Halo
A empresa americana Metric Halo é considerada uma das
melhores fabricantes de interfaces compactas do mundo.
Aqui no Brasil é pouco conhecida, talvez por sua distribui-
ção ser limitada. As interfaces são, sem dúvida, de altíssi-
ma qualidade, com ótimos conversores e pré-amps, mas o
preço dessa qualidade também é elevado, o que mantém a
Metric Halo como uma opção para poucos.
uln-2
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS)/ins-
trumento (TRS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 8 linha (DB-25)
+ 1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF
- MIDI: Não
- Taxa de amostragem: até 96 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Sim
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim
uln-8
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 8 mic (DB-25)/linha (DB-25) + 2
instrumento (TRS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 8
- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 8 linha (DB-25) +
1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 8 AES/EBU
- Saídas (digitais): 8 AES/EBU
- MIDI: 1 MIDI In + MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim
2882
- Sistema operacional: Mac
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (DB-25)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF
- MIDI: Não
EM CASA
a apogee é a mais popular desta lista, e suas interfaces são de ótima qualidade: (1) duet, (2) Ensemble, (3) symphony i/o
modelos da empresa americana metric Halo, que é considerada uma das melhores fabricantes de interfaces
compactas do mundo: (1) uln-2, (2) uln-8, (3) 2882
24 | áudio música e tecnologia
- Taxa de amostragem: até 96 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Sim
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim
prism sound
A empresa inglesa Prism Sound é muito conceituada no
mercado e seus conversores são considerados top de linha.
Também oferecem uma interface de áudio, que contém
conversores de altíssimo nível e pré-amps sensacionais. Por
isso, esta talvez seja a melhor entre todas as interfaces
desta lista... mas é também a mais cara!
não são exorbitantes, o que faz com que a RME seja mais
popular do que outras marcas presentes nesta lista.
fireface uc
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: USB 2.0
- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 4 linha
(TRS) + 2 instrumento (TS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 6 linha (TRS) + 1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
fireface ucX
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: USB 2.0/Firewire 400
- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 4 linha
(TRS) + 2 instrumento (TS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 2
- Saídas (analógicas): 6 linha (TRS) + 1 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Sim (somente Firewire)
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
fireface ufX
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: USB 2.0/Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/linha (TRS)/instru-
mento (TS) + 8 linha (TRS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 2 linha (XLR) + 6 linha (TRS) + 2
fone (TRS)
- Entradas (digitais): 2 ADAT + 1 AES/EBU
- Saídas (digitais): 2 ADAT + 1 AES/EBU
EM CASA
orpheus
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 400
- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (TRS)
+ 2 instrumento (TS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 2 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: 1 MIDI In + 1 MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim
rmE
A RME, também reconhecida como uma das melhores do
mercado, é bem conhecida no Brasil. Explicam sua fama os
seus conversores, que são muito bons, e as interfaces em
geral, muito confi áveis. Os preços são altos, mas também
a interface orpheus (acima), da inglesa prism sound, é a mais cara da lista e talvez a de maior qualidade
26 | áudio música e tecnologia
- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
fireface 800
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 400/Firewire 800
- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/linha (TRS) + 1 instru-
mento (TS) + 8 linha (TRS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 1
fone (TRS)
- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: 1 MIDI In + 1 MIDI Out
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certifi cações ofi ciais como Pro Tools Certifi ed Operator, Apple Logic Certifi ed Trainer e Ableton Live Certifi ed Trainer.E-mail: [email protected]
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim (somente Firewire 800)
uniVErsal audio
A Universal Audio é muito famosa por seus pré-amps, com-
pressores, plug-ins e processadores, mas, recentemente,
lançaram uma interface de áudio que está dando o que falar.
apollo
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Conexão: Firewire 800/Thunderbolt (opcional)
- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (TRS)
+ 2 instrumento (TS)
- Pré-amplifi cadores de microfone: 4
- Saídas (analógicas): 10 linha (TRS) + 2 fone (TRS)
- Entradas (digitais): 2 ADAT + 1 S/PDIF
- Saídas (digitais): 2 ADAT + 1 S/PDIF
- MIDI: Não
- Taxa de amostragem: até 192 kHz
- Resolução: até 24 bits
- Alimentação via USB (bus power): Não
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não (por enquanto)
Estas são as interfaces para a galera que tem grana pra torrar!
São todas de ótima qualidade e condizem com seus altos pre-
ços. Infelizmente, estão fora do alcance da maioria, especial-
mente aqui no Brasil, com nossos preços infl ados. Mas, para
quem pode, são, sem sombra de dúvida, ótimas opções. •
Mês que vem tem mais...
Até lá!
modelos da rmE, reconhecida pela qualidade de seus conversores e interfaces em geral: (1) fireface uc, (2) fireface ucX, (3) fireface ufX, (4) fireface 800
apollo, da universal audio: uma interface de áudio que está dando o que falar
EM CASA
Nesta parte fi nal da série sobre microfonação, vamos es-
tudar como entender a folha de especifi cações e tirar dela
informações úteis. Pra começar, toda “spec sheet” (folha de
especifi cações) vem, invariavelmente, com uma frase que
em si já é um problema: “O fabricante se reserva o direito
de alterar as especifi cações aqui contidas sem prévio aviso”.
Dá pra perceber o problema? Imagina se pudéssemos
acrescentar esta frase à nossa declaração de imposto de
renda ou a uma prova de vestibular... Que maravilha se-
ria! Mas os fabricantes precisam se resguardar e incluem
esta pérola sempre, e temos que torcer para que valha
o que está escrito. Normalmente, esta não é uma das
pegadinhas mais importantes, e como é quase impossível
a gente poder verifi car se o que está escrito é verdade, é
melhor acreditar e prestar atenção em outros pontos de
problemas em potencial.
TiPO
Esta é a informação mais básica de todas: se o microfone
é dinâmico ou capacitivo (condenser) e, mais especifi ca-
mente, se for dinâmico, se ele é de fi ta. Com base nestas
informações, e lembrando o que já vimos aqui há um bom
tempo, podemos já decidir algumas coisas. Por exemplo, se
precisamos de resposta rápida (implicando em melhor cap-
tação de harmônicos altos e transientes), o mais indicado é,
provavelmente, um capacitivo. Se queremos maior robustez
e menos sensibilidade, podemos optar por um dinâmico.
Para um som com agudos mais suaves e com forte efeito
de proximidade, podemos escolher um de fi ta. É importan-
te lembrar que o uso de microfones capacitivos implica na
exigência de um phantom power, ou de alimentação por ba-
teria, o que pode torná-los inviáveis em certas aplicações.
As duas outras informações mais diretas e importantes são,
sem dúvida, os gráfi cos de resposta em frequência e os dia-
gramas polares. São fáceis de entender e não precisam de
muitas considerações a respeito. Só que mesmo estes gráfi cos
precisam de atenção para serem corretamente interpretados.
Por exemplo, havia um fabricante de fi ta magnética analó-
gica profi ssional que mandava junto com cada uma um grá-
fi co de resposta em frequência individual para aquela fi ta.
E o gráfi co vinha com uma linha praticamente horizontal.
Era uma resposta em frequência perfeita! Mas se a gente
lesse as letras miúdas, estava escrito que era “um gráfi co
da conformidade desta fi ta à fi ta padrão armazenada na
fábrica”. Ou seja, ele só estava nos dizendo que a resposta
daquela fi ta era exatamente igual à resposta da fi ta padrão,
qualquer que ela fosse – e à qual a gente não tinha acesso!
Em resumo, ele só servia pra dizer que esta fi ta teria a mes-
ma resposta da outra que compramos, mesmo que ambas
fossem ruins. Então, temos que ter bastante cuidado ao
interpretar gráfi cos de resposta em frequência.
rESPOSTa EM FrEQuÊNCia
A coisa mais importante ao ler um destes gráfi cos é não
acreditar cegamente no que está ali. Estes gráfi cos não pre-
28 | áudio música e tecnologia
GRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio Henriques
TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO
GRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio Henriques
COMO LER ESPECIFICAÇÕES
tendem ser precisos a ponto da gente decidir usar um certo
microfone porque, por exemplo, desejamos 2.5 dB a mais de
sensibilidade em 3 kHz em relação a 1 kHz. O que se pode
interpretar é o “jeitão” da resposta.
iguais para intervalos iguais. A legenda diz “Resposta Re-
lativa em dB”. Primeiro, já pode aparecer a dúvida: dB o
quê? SPL? dBm?
Bom, esta é uma das boas coisas quando se mede em dB.
A medida é sempre relativa a outra. No caso do SPL, por
exemplo, mede-se em relação à mínima sensibilidade au-
ditiva humana. E quando se mede qualquer coisa em dB e
se obtém como resultado o valor 0, significa que estamos
medindo um valor que coincide exatamente com a medida
relativa. Assim, quando o ponto de 0 dB faz parte do gráfi-
co, ele já mostra onde está o valor em relação ao qual todo
o gráfico é montado, e não há necessidade de sufixo.
Para a resposta em frequência, repare que sempre o ponto
de 0 dB ocorre justamente em 1 kHz. Isto não é uma coin-
cidência. O gráfico é montado da seguinte forma: toma-se
o valor para 1 kHz como sendo 0 dB; a partir daí, varia-se
a frequência e anota-se a diferença em dB em relação ao
valor neste ponto. Então, o que o gráfico vai nos mostrar é
o quanto a resposta varia em relação ao ponto de 1 kHz.
E nesta hora é importante notar qual é a escala das linhas
horizontais. No nosso exemplo, cada linha representa uma
variação de 5 dB. Podemos interpretar, então, que este mi-
crofone responde em torno de 6 kHz aproximadamente 6 dB
acima de sua resposta em 1 kHz.
Outro aspecto importante a se observar é a forma geral da
curva, e não sua minúcia. Neste exemplo, a primeira coisa
que se nota é que a curva é bem comportada demais, com
variações bem suaves, o que indica que houve um arredon-
damento de valores. Isso não implica necessariamente em
má fé do fabricante: ele apenas está deixando óbvio que
é para a gente observar o “jeitão” da curva e não o seu
detalhe (muitas vezes o próprio processo de fabricação não
oferece tanta precisão; o ideal seria o fabricante informar a
tolerância usada para desenhar a curva – os famosos x dB
“para menos ou para mais”, como os jornais adoram dizer
nas pesquisas de eleições).
Desta curva em particular, são informações importantes:
1. A partir de aproximadamemte 200 Hz ocorre uma
filtragem em direção aos graves, da ordem de uns 5
dB por oitava.
2. Ele capta um pouco menos por volta de 400 Hz.
Vejamos, como exemplo, o gráfico da figura 1, referente ao
valente SM57 e fornecido pela Shure, sua fabricante.
Primeiro, vamos observar o gráfico em si. Repare que os
valores no eixo horizontal não estão espaçados igualmen-
te. O espaço entre 100 e 200 Hz é maior do que o espaço
entre 200 e 300 Hz, e assim por diante. Quando se chega
a 1000 Hz, parece que o espaço entre ele e 2000 Hz é
o mesmo que lá atrás, entre 100 e 200, mas se a gente
observa os valores em questão, constatamos que são dez
vezes maiores. Ou seja o intervalo entre 1000 e 2000 Hz
tem dez vezes mais frequências que entre 100 e 200, mas
visualmente é o mesmo. Isto acontece porque este grá-
fico tem o eixo horizontal na forma de logaritmos, e isso
ocorre porque nossos ouvidos (por incrível que pareça)
também funcionam assim. Entre 100 e 200 Hz nós iden-
tificamos uma diferença de uma oitava, e entre 1000 Hz
e 2000 Hz também ouvimos que há uma oitava, embora
haja dez vezes mais hertz.
Assim, um gráfico mono-log como este é uma boa repre-
sentação visual do jeito como ouvimos. Praticamente todo
gráfico de resposta em frequência em áudio, qualquer que
seja a aplicação, é apresentado desta forma.
Já no eixo vertical, isto não acontece. Temos espaços
30 | áudio música e tecnologia
GRAVAçãO
Figura 1
máximo de uns 5 dB por volta de 10 kHz.
6. No cardioide, a curva do reforço atinge valores meno-
res (por volta de 3 dB) e é mais fechada, começando
acima de 5 kHz e batendo em 0 dB por volta de 15 kHz,
porém com o ponto máximo na mesma região do omni
(já que esta alta resposta tem como origem básica a
ressonância mecânica do diafragma).
7. No bidirecional, a curva vem para regiões mais baixas de
frequências, atuando entre 3 e 9 kHz, mais ou menos.
Vejamos mais um caso, que a princípio pode nos enganar:
o Shure 520 DX, na figura 3.
1. A curva já não é tão “macia”, o que indica que menos
arredondamentos foram feitos.
2. Há uma filtragem de uns 6 dB por oitava já a partir
de 600 Hz.
3. A partir daí temos um comportamento praticamente
linear até aproximadamente 3 kHz, onde há um pe-
queno reforço.
4. Acima de 4 kHz há uma filtragem bem acentuada.
Ao analisar estes dados, alguém poderia dizer que este mi-
crofone é muito ruim, mas não é o caso. Ele é um micro-
fone especialista. É para ser usado na captação de gaitas,
colocado nas mãos do músico. A gaita tem uma resposta
típica justamente na região em que este microfone é mais
sensível, e ele é bem insensível a regiões que, no caso, só
contêm ruídos de execução, respiração e do manuseio do
microfone. Ou seja, é bem adequado a seu uso, tanto que
seu timbre se tornou um clássico.
3. A partir de uns 2 kHz, começa uma acentuação que
tem seu máximo por volta de 6 dB em 6 kHz.
4. Acima desta frequência, a resposta se torna um tanto
irregular, mas sempre com mais nível que em 1 kHz,
até mais ou menos 15 kHz, quando cai bastante.
Munidos destas informações, podemos já imaginar o tipo
de aplicação a usar este microfone. Obviamente, não seria
nossa escolha para captar algo grave.
Vejamos um outro exemplo: o Neumann U87 da figura 2.
Temos os gráficos para três tipos de captação diferentes:
omni, cardioide e bidirecional. A primeira coisa a observar
é que as curvas também são bem comportadas demais, in-
dicando que, da mesma forma, houve arredondamentos, e
que nos apresentam a “visão geral” da resposta. Desta vez,
porém, cada linha horizontal representa 2 dB de diferença.
Comparando a resposta para as três figuras, podemos
concluir que:
1. Este microfone apresenta atenuação natural nos gra-
ves, que no omni começa por volta de 40 Hz (o ponto
onde um filtro “começa” a atuar é considerado aquele
3 dB abaixo da banda passante).
2. Em cardioide, a queda começa um pouco acima, por
volta de 60 Hz.
3. Em bidirecional, é ainda mais acima, por volta de 100 Hz.
4. A região de médias baixas e médias nos três casos
é bem plana.
5. No omni, existe um reforço entre 5 e 20 kHz, com
32 | áudio música e tecnologia
GRAVAçãO
Figura 2
Figura 3
E aqui chegamos a um ponto bem interessante. Podería-
mos, baseados no que vimos aqui, escolher um U87 para
gravar a gaita, pois assim conseguiríamos captar bem os
harmônicos mais altos, deixando o instrumento com brilho e
“ar”. Mas não seria um som de “gaita de rock”, por exemplo.
Se a intenção for essa, é mais fácil usar o 520 DX ou simular
sua resposta através de equalização na mixagem.
Da mesma forma, poderíamos usar um U87 para gravar a
caixa da bateria, e, de fato, se usa, mas o timbre não seria
o “clássico de caixa” que se obtém usando o SM57.
Esta questão de sons “clássicos” é bem interessante, e obvia-
mente discutível, mas a gente precisa admitir que quando de-
seja que algo soe ao ouvinte como familiar ou típico, escolhas
como o SM57 para a caixa e para amps de guitarra, U87 para
voz de estúdio, SM58 para a voz ao vivo, MD421 para ton-tons
e D-112 para bumbo podem ser coerentes. Mas longe disso
ser uma limitação. O fato de estes paradigmas existirem pode
nos ajudar a escolher, entre os microfones que dispomos,
aqueles cujas característica se assemelhem a eles. E até, por
que não, nos permite saber qual microfone escolher para que
obtenhamos um som completamente diferente do clássico.
Mês que veremos mais parâmetros que irão nos ajudar a
saber o que esperar de um microfone. •
áudio música e tecnologia | 33áudio música e tecnologia | 33
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música & Tecnologia. é responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.
34 | áudio música e tecnologia34 | áudio música e tecnologia
CAPA | Rodrigo Sabatinelli
ENGENHEIROS E PRODUTORES DÃO DICAS SIMPLES, PRÁTICAS E EFICAZES DE COMO GRAVAR VOZES EM CASA
áudio música e tecnologia | 35
NA SALA, NO QUARTO, NO CLOSET
Glau
cio
Ayal
a
C om a democratização da tecnologia digital de gravação,
muita gente faz boa parte de seus discos em casa, seja
em pequenas estações de trabalho ou em equipados home
studios. Porém, ainda há, por parte de artistas, em sua maioria
independentes, e, naturalmente, técnicos, certo receio quanto aos
registros caseiros de voz. Muita gente ainda acredita que para se ter
bons resultados em gravações é preciso deixar o ambiente doméstico
e partir para um estúdio profi ssional. Mas péra lá: nem tudo que
reluz é ouro!
Convidados por nossa equipe para um grande debate sobre o tema,
os engenheiros Marcos Eagle, Walter Costa e Jorge Guerreiro, os
engenheiros/produtores Luizinho Mazzei e Cesar Santos e o produtor
Rafael Ramos contam, nas próximas páginas, um pouco de suas ex-
periências relacionadas ao tema. Juntos, eles dão importantes dicas
para quem não tem verba para gravar em salas de grande porte ou
que, por opção, gravam vozes em suas próprias casas. Segundo eles,
em uma residência são diversas as opções de espaços que podem
ser úteis a este tipo de gravação.
“De salas a closets, passando pelos quartos e escadas”, diz Walter,
“mas, na minha opinião, as salas são ambientes mais neutros, pois
geralmente são mais amplas e contam com alguns móveis, que as tor-
nam vivas, porém, com baixas refl exões”, completa ele. “As opções são
diversas, mas merecem ser escolhidas por quem realmente tem um
bom ouvido, afi nal de contas, não é qualquer ambiente que soa bem,
principalmente em uma gravação de voz, que deve sempre ser cercada
de muitos cuidados”, emenda Rafael.
Dentro de casa, muitos fatores podem prejudicar os registros de
vozes, como, por exemplo, gravá-las próximas a vidros, que resso-
nam com muita facilidade, e a pisos velhos de madeira, que chiam
e, consequentemente, atrapalham o sil êncio tido como necessário
por produtores, engenheiros e artistas. O que acontece do lado de
fora das residências também pode ser um problema para as grava-
ções. Como as ruas, principalmente de dia, têm “vida própria”, uma
boa saída é, por exemplo, gravar em horários de pouco movimento,
como fi ns de tarde, noites e madrugadas.
FAÇA UM BOOTH COM O QUE ENCONTRAR PELA FRENTE...
Gravar vozes em salas muito amplas e sem tratamentos acústicos
não é algo fácil. Por isso, em lugares como estes, que têm problemas
ture acessórios como pedestais de microfones a tapetes ou colchonetes.
Durante as gravações do CD de estreia do Agridoce, projeto paralelo da
cantora Pitty e seu guitarrista Martin Mendonça, o produtor musical Ra-
fael Ramos e o engenheiro Jorge Guerreiro tiveram que fazer o seu pró-
prio booth e seguiram a terceira dica acima. Na ocasião, “confi nados”
em uma casa no alto da Serra da Cantareira, em São Paulo, eles re-
correram a quatro pedestais de microfones e a encostos de uma espre-
guiçadeira que fi cava à beira da piscina para a confecção do acessório.
“Tentamos, inicialmente, gravar sem o booth, mas a sala ‘falava’
mais do que precisávamos e ele acabou se tornando fundamental
para um melhor domínio do ambiente, deixando a emissão de voz
da Pitty mais direta”, lembra o produtor. “A acústica da sala era inte-
ressante, porém, como visávamos a mixagem, optamos por ter uma
captação de voz mais controlada”, explica.
A dupla só abriu mão da “engenhoca” quando
decidiu gravar voz do lado de fora da casa, à
beira da piscina, A opção por não usar o booth,
neste caso, se deu pelo desejo do produto de
captar, além da voz de Pitty, a “natureza” do
ambiente, incluindo o cantar dos passarinhos.
“Consideramos que aquele era o momento
de pensar no conceito da canção. Por isso,
buscamos uma captação diferente para ela.
No entanto, apesar de toda a conceitualida-
de, não deixamos de lado um acessório fun-
damental: o anti-puff, com o qual bloquea-
mos a incômoda interferência do vento”, diz,
lembrando que o posicionamento do micro-
fone também foi estrategicamente pensado.
“Monitoramos tudo com muito cuidado e es-
colhemos a posição em que o vento tivesse
menor ação sobre a cápsula”, completa.
Hoje sócio do Estúdio Verde, um dos mais am-
plos e bem equipados de Belo Horizonte, César
Santos teve, por muito tempo, que se virar no
Dinosounds, home studio que mantinha em seu
apartamento no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Lá, ao con-
trário de Rafael e Jorge, que opcionalmente gravaram em um ambiente
“alternativo”, ele também tinha seu “booth improvisado”, com o qual
registrou vozes de cantoras como Liah e Nina Torres e do técnico da
seleção brasileira de vôlei feminino, Bernardinho, personagem de um
famoso jingle publicitário.
O tal booth era, segundo ele, como aquelas tradicionais cabaninhas
de crianças. Feito com pedestais e cobertores, ele isolava os can-
tores do restante do ambiente, garantindo, com isso, que grande
como refl exões indesejadas, é preciso colocar a mão na massa – ou
melhor, no que encontrar pela frente – e improvisar. Uma boa saída é
“construir” um booth (pequeno recinto isolado) semelhante aos dos
estúdios profi ssionais de gravação.
Há quem utilize, por exemplo, para isso, caixas de papelão de geladei-
ras duplex sem uma de suas quatro faces – cortando uma destas faces,
a caixa fi ca em forma de letra “U”. Também há quem recorra a biombos
de madeira de três faces cobertos por algum tipo de material antirrefl e-
xivo, como, por exemplo, colchas ou cobertores. E há, ainda, quem mis-
36 | áudio música e tecnologia
CAPA
Otáv
io S
ouza
O booth usado para a gravação de vozes de Pitty e Martin: fundamental para o domínio do ambiente
Certa vez, durante a gravação de voz do cantor Maurício Manieri,
Luizinho Mazzei também viu no closet do artista uma bela opção para
tal registro. Especialmente pelo local estar cheio de roupas, o que,
segundo ele, ajudou a controlar a reverberação natural existente no
ambiente, que não tinha qualquer tipo de tratamento acústico.
“O resultado fi cou muito acima das minhas expectativas e, since-
parte das refl exões nocivas às gra-
vações fossem eliminadas.
“Na verdade, quando optamos por
gravar vozes dentro de um ‘box’,
optamos por uma captação mais
seca, mais controlada, o que, de
certa forma, oferece um maior
conforto aos artistas, pois torna o
ambiente mais intimista para eles,
quase como se estivessem em um
mundinho particular”, diverte-se.
…OU USE O CLOSET!
Se você não tiver material su-
fi ciente para a “construção” do
booth, terá, inevitavelmente, que partir para um plano B. O mais
indicado por nossos amigos engenheiros e produtores é usar am-
bientes “mortos”, como um closet, se houver um em sua casa. O
engenheiro Marcos Eagle, por exemplo, diz que ambientes como
estes podem facilmente ser convertidos em boas cabines de gra-
vação. “No entanto”, ele alerta, “procure sempre evitar que o mi-
crofone seja posicionado muito perto de paredes”.
38 | áudio música e tecnologia
CAPA
Instalações elétricas caseiras tendem a produzir ruídos in-
cômodos, como, por exemplo, chiados. Por conta disso, o
ideal é reservar um bom tempo para entender a alimenta-
ção elétrica dos cômodos utilizados para a gravação antes
mesmo de começar a montagem dos equipamentos que se-
rão empregados na ocasião. A dica é do engenheiro Marcos
Eagle, exemplo de quem leva a sério este tipo de cuidado.
“Sempre me certifico de que eletrodomésticos como
geladeiras, micro-ondas, TVs e máquinas de lavar não
estejam ligados no mesmo disjuntor dos meus equipa-
mentos ou interfiram no funcionamento destes. Se os
equipamentos de áudio utilizados possuem o terceiro
pino de terra, hoje obrigatório por lei, procuro manter
todas as conexões elétricas aterradas. O mesmo vale
para as conexões de áudio entre os equipamentos, que
devem ser preferivelmente balanceadas e não baseadas
Glau
cio
Ayal
a
Ambientes como closets e armários também são indicados para o registro de vozes
CUIDADO COM A INSTALAÇÃO DO SISTEMA
em plugs ‘banana’ ou RCA de dois pinos”, explica ele.
Eagle também diz que procura conferir, individualmente, cada
equipamento plugado no sistema, a fi m de garantir que estes
não estão acrescentando ruídos elétricos ou interferências de
rádio e TV às gravações, principalmente nas de vozes, que
merecem cuidados redobrados. Segundo ele, é demorado fa-
zer isso individualmente, mas pode ser muito mais difícil en-
contrar a origem de um ruído quando todo o equipamento já
estiver montado.
“Em primeiro lugar, ligo o computador e o hardware usa-
do para a gravação. Em seguida, mantenho um fone de
ouvido plugado na interface do equipamento. Faço isso
enquanto vou acrescentando periféricos como pré-ampli-
fi cadores, mesas de som, compressores e equalizadores,
entre muitos outros”, ensina.
ramente, bem melhor do que os conquistados em muitos estúdios
que conheço e já gravei. A captação foi tão bem sucedida que nada
além da própria voz do cantor – clara, limpa e envolvente – foi re-
gistrada, mesmo usando um pré-amplifi cador valvulado e sensível,
assim como o microfone, um condensador também valvulado”, diz.
A exemplo do engenheiro e seu companheiro Eagle, Walter Costa
também é fã dos closets. Para ele, quanto mais dentro do closet
estiver o microfone, melhor será a qualidade do seu registro.
“Gosto de gravar as vozes bem ‘sequinhas’, e, para isso, já utili-
zei closets e armários de madeira. No segundo caso, abri as por-
tas e posicionei a estante de microfone ao fundo, posicionando o
cantor de forma que cantasse literalmente para dentro daquela
‘caixa’”, explica.
ISOLE OS AMBIENTES INTERNAMENTE OU USE FONES
Em um estúdio profi ssional, o aquário exerce o papel de isolar os am-
bientes, evitando que todo e qualquer movimento ou barulho na técnica
prejudique os registros feitos na sala de gravação. Como em uma casa
você difi cilmente terá um elemento que possa ser tão funcional quanto
o aquário, a melhor opção é utilizar ambientes distintos – sendo um
a técnica e o outro a sala de gravação –, ou, se isso não for possível,
investir em alguns bons metros de cabos de qualidade para que os
equipamentos usados pelos engenheiros fi quem o máximo distantes de
onde a voz será captada.
“Na verdade, ter dois ambientes separados, como dois quartos dife-
rentes, é a melhor solução”, diz Marcos Eagle. “E tornar
ambos acusticamente ‘mortos’, pendurando cobertores
ou materiais absorventes nas paredes, é outra estraté-
gia segura”, completa ele, lembrando que, “neste caso,
lonas acolchoadas, utilizadas para proteger elevadores
de prédios em dias de mudanças, são bem-vindas, assim
como salas mobiliadas com móveis estofados, estantes
cheias de livros e tapetes são geralmente bem melhores
que salas vazias ou revestidas com materiais refl exivos”.
Na casa onde gravaram o álbum do Agridoce, Rafael e
Jorge foram benefi ciados por uma espécie de móvel de
madeira, que serviu como uma verdadeira divisória, se-
parando os ambientes “técnica” e “sala de gravação” e
40 | áudio música e tecnologia
CAPA
Divu
lgaç
ão
Walter Costa, que gosta de gravar vozes
“secas”, revela já ter utilizado
tanto closets quanto armários
de madeira para alcançar a
sonoridade vocal desejada
Otáv
io S
ouza
Rafael Ramos na casa-estúdio onde “nasceu” o primeiro álbum do projeto Agridoce: para o produtor, lugares onde vocais são gravados precisam ser escolhidos “por quem realmente tem um bom ouvido”
42 | áudio música e tecnologia
CAPA
garantindo, com isso, que não houvesse qualquer tipo de interferência
nos registros de voz de Pitty e Martin.
“Escolhemos um cantinho e montamos nossa estação de trabalho, dei-
xando o local onde ela [Pitty] gravou as vozes e os demais instrumentos
do disco livres de qualquer interferência. Em uma das músicas, testa-
mos gravá-la ao lado de uma lareira, mas como o ‘chiado’ das madeiras
incomodava mais do que ajudava no conceito, tivemos de afastá-la até
chegarmos ao ponto ideal. Isso faz parte da produção”, diz.
Infelizmente, nem todo mundo dispõe de dois ambientes distintos
e livres para realizar gravações caseiras. Por vezes, esses registros
acabam sendo feitos em pequenos apartamentos, como conjuga-
dos ou quitinetes, inviabilizando o já citado isolamento. Quando isso
ocorrer, a saída será o uso de headphones, muito embora a preferên-
cia de engenheiros de gravação por monitores de referência externos
pareça ser esmagadora.
MICROFONE IDEAL: NEM SEMPRE O MELHOR É O MELHOR
“A escolha do microfone é um ponto crítico quando de trata de gra-
vação caseira de voz”, afi rma Marcos Eagle. De acordo com o ele,
em situações deste tipo, nas quais geralmente não há um controle
acústico absoluto sobre os ambientes, modelos de cápsulas muito
sensíveis, como condensadores de diafragma largo – que muitas ve-
zes seriam os preferidos em um estúdio – podem ser uma faca de
dois gumes. “Neste contexto”, diz ele, “um Shure SM58 bem utilizado
pode render muito mais do que um Neumann U89, afi nal de contas,
simplicidade e objetividade na microfonação de vozes e instrumentos
geram resultados imediatamente audíveis”.
Cesar Santos também defende o uso dos cardioides. Para o engenheiro/
produtor, “quando a gravação é feita num estúdio, com todas as
frequências sob controle, o padrão omnidirecional acaba sendo a
opção mais interessante. No entanto, quando a gravação se dá fora do
estúdio, fugir de um cardioide passa a ser bastante arriscado, pois, com
ele, é mais fácil evitar a interferência de ruídos externos, entre outros
fatores que podem condenar o registro”, diz. “Há, ainda, a possibilidade
de se trabalhar com um hipercardioide, mas é preciso que o cantor
tenha uma técnica vocal mais apurada, pois pode acabar prejudicando,
especialmente os registros de graves da captação”, completa.
Se o ambiente tiver pouca refl exão e pouca interferência externa, a
ousadia pode ser interessante. Os modelos de microfones usados por
Rafael e Jorge para gravar as vozes de Pitty e Martin, por exemplo,
foram totalmente atípicos. Dentre eles estiveram um RCA 44 – “aquele
de rádio, antigão, com um som bem particular, mais fechado que os de-
mais”, diz Rafael – e um Shure antigo “comprado numa feira de antigui-
dades e dono de um som distorcido, diferente, bom para determinados
momentos”, emenda o engenheiro.
Os microfones dinâmicos são, na opinião de Luizinho Mazzei, uma boa
opção quando se grava em ambientes mais “vivos”. “Certa vez, quando
gravava o disco dos baianos do Super Fly, recorri a um deles e conquis-
tei um excelente resultado”, recorda. Na ocasião, a maior preocupação
de Luizinho era registrar toda a energia da interpretação do artista. Por
conta disso, ele abriu mão de acessórios como pedestais e anti-puffs.
“Demos ao vocalista um Shure SM7 e o deixamos cantando como
se estivesse em um show. O resultado saiu exatamente como de-
sejamos”, conta. “Pensei até que pudéssemos ter algum tipo de
problema de reverberação, pois o quarto onde gravamos as vozes
tinha poucos móveis, um enorme armário de madeira e um piso de
ladrilho, portanto bem “vivo” e refl exivo. Mas justamente a escolha
do microfone dinâmico fez com que esses possíveis problemas fos-
sem solucionados de forma simples”, explica.
NÃO SE PRENDA À TECNOLOGIA!
Conceitos e dicas à parte, Luizinho Mazzei faz questão de destacar que
equipamentos e bases teóricas não são capazes de “salvar” uma gra-
vação de voz, seja ela em estúdio ou em casa. Para ele, é preciso que
o cantor seja realmente bom, criativo, musical e competente. “Muitos
profi ssionais acreditam que para alcançar um resultado fantástico na
gravação de uma voz é necessário ter à mão um supermicrofone e um
super pré-amplifi cador, bem como mesa, sala e estúdio sensacionais.
Isso é balela! O bom gosto será sempre mais importante do que tudo
isso que citei. Não adianta de nada um cantor desafi nado, uma melodia
errada, uma interpretação fria e uma letra sem emoção com tudo do
bom e do melhor em termos de conforto e equipamento”, conclui. •
Divu
lgaç
ão
O SM58 é, na opinião de Marcos Eagle, uma boa opção para a gravação caseira de vozes
áudio música e tecnologia | 45
São Pedro foi um dos 12 apóstolos de Jesus e é considerado o primeiro Papa da Igre-
ja Católica. Se levarmos em conta que o Brasil é o maior país católico do planeta,
nada mais natural do que perceber que a popular Festa de São Pedro, com o passar
dos anos, décadas, séculos, se transformou aqui em um verdadeiro carnaval fora
de época. E se quando falamos “aqui” nos referimos ao Brasil como um todo, o que dizer
da jovem cidade de Eunápolis, que fundada em 1988 e situada no sul da Bahia, a 671 km
de Salvador, anualmente é palco do Pedrão, tida como a maior festa de São Pedro do país?
Na mais recente edição do evento, realizado entre 29 de junho e 2 de julho, alguns dos prin-
cipais nomes da música popular brasileira, como Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Banda
Calypso e Michel Teló, marcaram presença, agitando um público de cerca de 120 mil pessoas
que curtiu o som de cada um dos quatro dias do Pedrão 2012. Sonorizado pela empresa
paulista Vinhedo, que mais uma vez recebeu consultoria técnica da Vitória Som, o festival,
organizado pela Prefeitura local e com produção da Téa Eventos, ofereceu aos técnicos dos
artistas uma estrutura adequada ao porte dos shows, com um sistema Norton completo.
SISTEMA NORTON É DESTAQUE
O PA principal foi o LS9, que tem na parte de cima dois alto-falantes de 18”, quatro de 8”,
com três drivers por caixa. Doze foram posicionados em cada lado, totalizando 24. Na parte
de baixo, foram empregados 24 subs SB221, que contam com alto-falantes de 21”. No PA
auxiliar, LR, LL e RR, a Vinhedo utilizou 12 LS3, que é uma caixa com dois alto-falantes de 8”
e um driver, para fazer a lateral. O front também foi feito com LS3, enquanto o side contou
com 12 LS1, seis por lado, mais o sub SB118X. No delay, foram usados 24 LS3.
Os operadores de PA se disseram agradados pelo desempenho do sistema. Carlos André,
vulgo Kareka, técnico de PA do Calypso, é um deles. “Gostei muito do som. É bem definido e
bastante potente”, resumiu o profissional, em conversa com a AM&T antes do início do show
de Joelma, Chimbinha e companhia. Kalunga, técnico de Ivete Sangalo, deixou clara sua
satisfação com o sistema ao colocá-lo num “pódio” em mensagem postada em sua página no
Maior festa de são Pedro do País reúne alguns dos PrinciPais artistas PoPulares brasileiros e conta coM sisteMa norton, da Vinhedo sonorização
2012M
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delays LS3 e subs SB118X fizeram parte do sistema utilizado no Pedrão 201246 | áudio música e tecnologia
Facebook. Já André de Oliveira, que há quase três anos traba-
lha como técnico de PA da sensação internacional Michel Teló,
foi além. “Pela primeira vez em um show eu tive que segurar
um pouco o som, pois estava muito alto e bom. Gostei bastan-
te do PA. Bem potente mesmo.”
Marcio Almeida, que trabalha como técnico de PA do Chiclete
com Banana há quatro anos, sempre ao lado de Wilson Mar-
ques, um dos fundadores do grupo, também fez elogios. “Já
tínhamos trabalhado com este PA em São Paulo. O LS9 é um
sistema fantástico, com uma pressão sonora muito boa. O
show foi ótimo”, afirmou, antes de comentar que a estrutura
da festa em Eunápolis foi, “sem sombra de dúvidas, a melhor
entre as festas juninas e julhinas feitas pela banda em 2012”.
O gerente comercial da loja Vitória Som, José Junior – o
popular Juninho –, esteve presente ao evento fazendo o
pós-venda, que inclui acompanhar a montagem e ver se os equi-
pamentos estão sendo usados corretamente, de modo a renderem
o máximo. “O sistema usado pela Vinhedo no Pedrão é de ponta”,
destacou, ressaltando que a companhia que tem base na cidade
paulista homônima é uma de suas principais clientes.
Quando o assunto foi a chuva que caiu durante boa parte da festa,
a segurança de Juninho em relação ao sistema ficou ainda mais
evidente. “Poderia chover o que fosse, pois a impermeabilidade das
caixas manteria a qualidade sonora”, disse ele, que tinha ao seu
lado Jean Silva, responsável técnico da Vinhedo. “É um produto
que raramente apresentou defeitos. Mas, caso aconteça, sei que o
suporte é eficiente”, acrescentou Jean.
Por trabalhar na sonorização do evento desde sua primeira edição,
em 2010, a dupla Vinhedo/Vitória Som já sabia o que a festa iria
requerer, em termos técnicos, na edição 2012. “Por isso, não houve
excesso e nem falta de equipamentos”, destacou Juninho.
VENUE PROFILE E SC48 AGRADAM TÉCNICOS
Se o sistema Norton ofereceu som com potência e detalhes, é de
se imaginar que os consoles fornecidos pela Vinhedo estivessem à
altura, e foi o que aconteceu. Na house mix, as mesas Venue Profile e
SC48, da Avid, tão populares no universo do áudio profissional, mais
uma vez se mostraram escolhas acertadas.
“A Venue SC48 liga os delays, enquanto a Profile junta os PAs, fronts,
e passa pela SC48 para fazer os delays”, explicou Marcio, apontando
para as mesas. “O mais legal da Profile, na qual o Wilson e eu tra-
SHOw
PA principal foi o Norton LS9: potência e definição para um público de mais de 120 mil pessoas
SHOw
balhamos a quatro mãos durante os shows, é
a possibilidade de trabalhar com os plug-ins. A
cara do Chiclete é a voz do Bel, e com o Kalun-
ga arranjando uns plug-ins e uns reverbs para
a gente, conseguimos uma voz muito mais pre-
sente, na cara, o que em outras mesas é mais
complicado conseguir”, destacou Marcio, que
disse ter os plug-ins reverb 480, da Lexicon, e
o compressor multibanda C6, da Waves, como
seus favoritos.
“O som do Chiclete é muita emoção. Distorção de
guitarra, a voz do Bel, bateria, uma coisa mais
agressiva, mais rock’n’roll mesmo. Nenhuma
música da banda hoje precisaria do Pro Tools”,
afirma o técnico. Segundo Marcio, ele e Wilson –
responsável pela criação do som do Chiclete com
Banana – chegaram a um conceito de trabalho
que vem rendendo bem na Profile, embora am-
bos também mixem com a Yamaha 5D e, no trio,
com a Midas Pro6.
E se Carlos André “Kareka” revelou ter usado 44 canais da mesa no
show do Calypso, sendo 11 de bateria e nove das percussão, Marcio
destaca que, para um show do Chiclete, que tem seis músicos no palco,
ele destina 42 canais a instrumentos e um para a voz. “Só a bateria
ocupa dez canais. A percussão do Walter ocupa 14, pois tem muitos
instrumentos e detalhes. A outra percussão, do Denny, mobiliza 11.
Com a volta dos reverbs, nos canais externos, chegamos a um total de
48”, conta o técnico, que lança mão de microfones Shure SM57 na cai-
xa, com SM81 no over, Beta 52 no bumbo e Sennheiser E604 nos tons.
André, que usou 48 canais da mesa durante o show de Michel Teló, cap-
tado inteiramente por microfones Shure, disse que sua mixagem foi bem
descomplicada, tendo apenas um objetivo simples: “valorizar cada ins-
trumento e manter a voz acima de tudo”, segundo suas próprias pala-
vras. Ele ainda destacou que o bom trabalho da Vinhedo na distribuição
do som ao longo do espaço ocupado pelo evento foi algo que passou uma
segurança a mais para os técnicos dos artistas.
EXPERIÊNCIA E FAMILIARIDADE NA MONITORAÇÃO
Charles Nascimento, que há cerca de dez
meses atua exclusivamente como técnico de
monitor da Banda Calypso, gostou da mesa
disponibilizada para a monitoração do show
no Pedrão 2012. “Trabalhar em uma Yamaha
PM5D é ótimo. Gosto muito desse modelo e te-
nho bastante facilidade em lidar com ele, que
tem como destaque, para mim, o seu pré, além
da quantidade de vias, equalizadores e efeitos."
Charles, que atua na estrada desde o fim
dos anos 1990, tendo, inclusive, experiên-
cia no PA, destacou que não houve nenhum
problema na realização de seu trabalho no
Pedrão 2012. “A estrutura de som, luz e
palco é muito boa e a equipe é muito profis-
sional. Foi tranquilo”, afirmou ele, antes de
listar o que utilizou durante o show.
Mar
cio
Teix
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Marcio Almeida, que, com Wilson Marques, atua como técnico de PA do Chiclete com Banana: elogios ao LS9 e à Avid Profile, principalmente pela possibilidade de trabalhar com plug-ins
Mar
cio
Teix
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Bel em ação: recursos da Profile permitem que a voz do cantor fique bem mais presente na mixagem
“No Pedrão, usei oito vias de Power Play Behringer, quatro in-ears
Shure PSM 900, dois Shure PSM 700, um monitor SM400 EAW para
guitarra e um sub Norton na bateria. Cada um que está no palco se
escuta de uma forma diferente. Uns com bastante grave, outros com
um som mais agudo, uns fl at, outros com mais efeitos... O Chimbi-
nha, por exemplo, é bastante exigente e normalmente solicita mais
volume da sua guitarra, que tem um timbre bastante peculiar. O
importante é conhecer os gostos de cada um e atendê-los. Minha mi-
xagem serve justamente pra conciliar esses gostos dentro da técnica
e bom senso”, explicou Charles, destacando, ainda, que a pedaleira
virtual DigiTech iPB-10 de Chimbinha, que abriga um iPad, não pre-
cisa de nenhum tipo de atenção especial de sua parte, uma vez que
o próprio guitarrista a controla.
José Antônio, técnico de monitor do Chiclete há 13 anos, recorda que,
quando começou a trabalhar com a banda, ela tinha 12 monitores no
palco, cabendo a ele mudar tal panorama aos poucos. “Quatro anos de-
pois que entrei, comecei a introduzir a ideia de usarmos os in-ear. Hoje,
está todo mundo com os Shure PSM 600 e os Sennheiser CX 300. A so-
noridade do Shure, seu timbre, pra mim é inigualável. Tem mais ganho
Kalunga, técnico de PA de Ivete Sangalo, Carlos André “Kareka”, que ocupa o mesmo posto na equipe do Calypso, e Charles Nascimento, monitor da banda paraense: mais profissionais que “fizeram” o Pedrão 2012
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SHOw
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Teix
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Conversando com Juninho
Natural de São Paulo, Juninho, gerente comer-
cial da Vitória Som (empresa que já está há 20
anos no mercado), tem 39 anos e trabalha com
som desde os 13 anos de idade, quando realiza-
va pequenos bailes, Tornou-se profissional mais
adiante, aos 19, na loja de novos e usados que
deu origem à Vitória Som, hoje distribuidora ex-
clusiva no país de marcas como DiGiCo e Norton.
Juninho, como a Vitória Som, por meio da Vinhedo, chegou ao Pedrão?
O prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, que é
dono da Axé e Cia e parceiro de nossa empresa há
anos, através do produtor Jairo Téa, da TEA Produ-
ções, solicitou a indicação de alguma empresa de
bom porte que pudesse realizar o serviço de sono-
rização da festa, já que a
mesma vinha crescendo
anos após ano. Falei ao
prefeito sobre a Vinhe-
do, uma companhia que
havia investido bastante
em equipamentos e que
estava em um processo
de franca expansão, sen-
do capaz de atendê-los
no que precisassem. No
primeiro ano aqui, 2010,
a Vinhedo trouxe um PA
Norton menor. No ano
seguinte, viemos com
um Norton um pouco
maior e, esse ano, che-
gamos com força máxi-
ma, já que o evento não
para de crescer.
Como você vê o atual mercado nacional de sonorização?
Os artistas, que são os principais usuários dos
equipamentos, têm exigido um profissionalismo
cada vez maior por parte das locadoras. Marcas
grandes lá de fora não costumam vender equipa-
mentos, mas sim soluções completas. Aqui, no
Brasil, há essa mania de comprar pela metade,
com a locadora adquirindo, por exemplo, o line ar-
ray sem o amplificador, pois acha que pode usar
um outro, ou usando um amplificador recém-ad-
quirido junto com um sub que a empresa já tem
em casa. Mas a gente não vende assim, pois co-
mercializamos sistemas, e as grandes bandas têm
exigido do locador soluções completas. Durante o
show do Chiclete com Banana, por exemplo, o som
estava maravilhoso e o show foi ótimo. Com um
PA ruim, a apresentação não teria sido como foi.
Com que frequência o sistema Norton LS9 tem sido usado? Que tipo de shows reque-rem seu emprego?
É um PA para grandes eventos. Está com a Vi-
nhedo há um ano e meio, tendo sido utilizado
pela primeira vez na Festa do Peão de Boiadeiro
de Barretos, no ano passado. O Pedrão foi apenas
a quinta vez que eles utilizaram o sistema, pois
não compensa tirar o PA da empresa para algo
que não justifique o seu uso. Um show que contou
com ele foi o do Deep Purple, em Americana, inte-
rior de São Paulo. A equipe da banda não conhecia
o PA, mas depois de testarem e usarem, queriam
fazer todas as turnês no Brasil com ele.
Quais os próximos passos da parceria Vitória Som/Vinhedo?
Temos uma longa história, e ela seguirá por
muito tempo. O proprietário, Seu Idalto Quei-
roz, foi o primeiro a comprar equipamentos da
Norton Audio na Vitória Som, e o LS9 foi o pri-
meiro PA importado que ele adquiriu. Hoje, a
Vinhedo já tem nove sistemas Norton comple-
tos, 12 x 12. Desde que começamos a assesso-
rá-los, fomos caminhando e evoluindo juntos.
Sobre os próximos passos da parceria, algo que
posso adiantar é que a Vinhedo já encomendou
com a gente as mesas DiGiCo SD10 e SD8, que
recentemente passamos a comercializar.
em entrevista à AM&T, gerente da Vitória Som falou sobre o mercado de sonorização, a presença da empresa no Pedrão e a parceria com a Vinhedo
e é mais cheio. O Sennheiser é mais baixo, mas sua qualidade
principal é a frequência. Sua faixa de frequência é muito livre,
então é raro termos problemas como perda de sinal.”
José faz coro com Charles Nascimento e também elogia a
PM5D. “Ela tem uma nitidez muito boa e um timbre bem
legal. Ajuda muito mesmo.” Sobre a mixagem, o técnico é
adepto do flat, realizando apenas alguns pequenos ajustes.
Perguntado sobre a passagem de som que havia sido realiza-
da algumas horas antes, José Antônio contou que o clima de
brincadeira que pôde ser sentido naqueles momentos é mais
facilmente transferido para a hora da apresentação quando ca-
racterísticas de alguns instrumentos, bem como as afinações,
são alteradas. “Serve para variar um pouco, sair da rotina”,
afirmou, bem-humorado. •
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Pedaleira digiTech iPB-10, de Chimbinha: controlada por um iPad, não precisa de nenhum tipo de atenção especial por parte do técnico de monitor
A primeira-dama de Eunápolis, Cláudia
Oliveira, Juninho e o prefeito da cidade,
Robério Oliveira: segundo o gerente,
mercado de sonorização tem exigido um
nível cada vez maior de profissionalismo
52 | áudio música e tecnologia
Entre 19 e 23 de setembro, São Paulo – mais pre-
cisamente o Expo Center Norte – será palco da
Expomusic – 29ª Feira Internacional da Música,
Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Aces-
sórios –, maior evento do gênero na América Latina. Pro-
movida pela Abemúsica (Associação Brasileira da Música)
em parceria com a Francal Feiras, o evento irá reunir, em 15
mil metros quadrados, 200 expositores de som profissional,
instrumentos musicais, acessórios, estruturas de palcos e
iluminação. Como se não bastasse, o evento oferece uma
extensa programação musical, com apresentações de diver-
sos estilos, realizadas por músicos dos quatro cantos do
Brasil. Em 2011, mais de 140 artistas realizaram shows e
showcases durante a Expomusic, totalizando impressionan-
tes 500 horas de música.
Segundo o presidente da Abemúsica, Synésio Batista da
Costa, a indústria nacional de instrumentos e acessórios
deve faturar R$ 666 milhões em 2012, o que represen-
ta um crescimento de 11% sobre 2011. Posto isso, vale
destacar que há uma expectativa de que somente a 29ª
Expomusic2012
EmprEsas anunciam sEus lançamEntos E os produtos quE sErão dEstaquE na
29ª Edição do EvEnto
ExPOMUSIC
Expomusic seja responsável por um montante de R$ 250
milhões em negócios.
Nos dois primeiros dias, 19 e 20, o evento é restrito a
profissionais do setor. Já nos dias 21 a 23 a Expomusic
é aberta ao público mediante compra de ingresso, que
custa R$ 20, porém maiores de 60 anos, crianças de até
12 anos, deficientes físicos e portadores de credenciais de
comprador e músico não pagam. O horário para visitação,
dos dias 19 a 22, é das 13h às 21h. Já no dia 23 a feira
estará aberta das 11h às 19h.
O Expo Center Norte fica na rua José Bernardo Pinto, 333,
Vila Guilherme, próximo à estação rodoviária Tietê. Para
mais informações, visite o site www.expomusic.com.br ou
ligue (11) 2226-3100.
Sim: mais uma vez a Áudio Música & Tecnologia e a Edi-
tora Música & Tecnologia estarão presentes nessa grande
celebração do áudio e da música, com um estande na rua
4/5/Q. Passa lá!
áudio música e tecnologia | 53
Expomusic AcedoAudio
No estande da AcedoAudio, o destaque continua sendo o 290,
um amplifi cador single ended que se destaca por sua potência
diferenciada. Ao contrário dos modelos single ended, normal-
mente destinados a aparelhos de estudo – de potência até 5 W
–, a válvula KT88 na saída do 290 possibilita uma potência de
20 W, além de atingir um volume para apresentações peque-
nas e médias com a máxima qualidade. O 290 também conta
com um circuito pré-amplifi cador de três canais, proporcionan-
do timbres limpos, drives poderosos e distorções fortes. Seu
alto-falante 12 AA tem 12” e oferece 80 W de potência.
www.acedoaudio.com.br
Ami music
Entre os destaques da AMI Music estão o sistema sem fi o UHF-5800, da VocoPro, disponível com um, dois, quatro e oito trans-
missores de mão, e o Edge, o novo processador DSP da Symetrix (foto). O equipamento possui arquitetura aberta, o que torna
possível a total customização de seu sistema. Seus recursos incluem mixers, auto-mixers, equalizadores, fi ltros, gates, limiters,
compressores, delays e eliminadores de realimentação. Com portas de entrada e saída de até 80 x 80, o Edge é indicado para
gerenciamento de ambientes grandes e para projetos complexos.
www.amimusic.com.br
54 | áudio música e tecnologia
ExPOMUSIC
Decomac
A Decomac, distribuidora oficial da D&B Audiotechnik no
Brasil, vai destacar em seu estande alguns produtos da
marca alemã. Entre eles, a linha V de line array, que
conta com duas caixas com resposta de frequência entre
67 Hz e 18 kHz. Enquanto o modelo V8 (foto) tem uma
dispersão nominal de 80 graus, o V12 apresenta dispersão
de 120 graus. O subwoofer V-Sub, de frequência entre 37
a 115 Hz, completa a linha.
www.decomac.com.br
cV Audio
O estande da CV Audio vai reunir produtos de marcas representadas pela empresa. Entre eles, o am-
plificador de RF (Booster) S8683 PWS, da Professional Wireless (foto). Indicado para apli-
cação de sinal direto da antena ou no receptor conectado com cabos coaxiais longos,
o equipamento apresenta ganho de 5 ou 15 dB chaveáveis, faixa de frequência de
RF de 470 a 806 MHz, fator de ruído de 2.7 dB, alimentação 12 VDC via BNC ou
conector para fonte opcional (S8683 PS) no painel frontal e controle de alimen-
tação para uso de várias unidades em cascata. A CV Audio ainda vai apresentar a
linha de suportes para iPad 2 desenvolvida pela König & Meyer, os suportes para
pedestal com rosca de 5/8” (a mesma de suportes de microfones) e também um
suporte com haste para fixação em tubos com diâmetro de 7 a 30 mm.
www.cvaudio.com.br
Audiopremier
Representante da Allen & Heath, a AudioPremier levará
duas novidades ao público da Expomusic. A primeira delas
é o mixer GLD-80: um sistema digital ao vivo de mixagem,
conceitualmente baseado na série iLive. O console conta
com 48 canais de entrada de processamento, 20 canais de
mixagem e DSP de energia, além de uma tela 8.4” touchs-
creen. Outro produto que estará exposto é o controlador
para o MixRack, iLive 144 (foto). O equipamento possui um
rack de áudio construído para fornecer entradas e saídas
locais de mixagem, além um controle para cada bloco de
processamento, touch screen, faders motorizados com ca-
madas independentes e SoftKeys. O equipamento permite
ainda uma variedade de áudio módulos I/O, formatos de
rede e opções de alimentação redundantes.
www.audiopremier.com.br
56 | áudio música e tecnologia
ExPOMUSIC
Eros
A Eros levará à Expomusic suas linhas automotiva e profissional de
alto-falantes. Entre os destaques estará o E-18 Strike Bass 4.5 K, um
alto-falante de 18” polegadas, com potência máxima de 2.250 wat-
ts, que foi desenvolvido para reproduzir as frequências de subgraves,
com destaque no grave. Também estará exposto o E-12 MG 2.8 K
(foto), um alto-falante de 12” da linha MG. Com potência que chega a
1.400 Wrms, ele foi desenvolvido para reproduzir médio-graves com
alto nível de pressão sonora. Entre outras características do produto
estão resposta da frequência de 45 a 3.400 Hz, sensibilidade de 95 dB,
frequência de ressonância de 50 Hz e massa total (MMS) de 84.815 g.
www.eros.com.br
FZ Áudio
Na Expomusic 2012, a empresa de Fabio Zacarias terá como um
de seus principais destaques o line array FZJ15A. Indicado para
grandes shows e eventos, ele oferece 3.000 watts de amplificação
e permite uma cobertura horizontal de 80 graus. Conta com dois
falantes de 15”, quatro de 8” e dois drivers e tem entradas de
áudio no padrão AES/EBU e conexão para Mac e PC via Ethernet.
www.fzaudio.com.br
Equipo
Como de costume, a Equipo chega à Expomusic com muitas novidades. Uma delas é a caixa
acústica Samson Auro D415 (foto), que combina leveza, componentes de alta qualidade e
engenharia meticulosa e é indicada para aplicações fixas e performances itinerantes. Conta
com woofer de 12” de baixa frequência estendida e driver de compressão de 1,35” em titânio,
oferecendo 400 watts de potência. Outro item em destaque é o novo controlador Waldman
Nitrogen 16, que conta com 16 pads de disparo sensíveis ao contato e velocidade, três bancos
de pads, oito faders deslizantes, seis controles giratórios de curso infinito e 39 saídas, tudo
em um corpo de 33 x 30 x 5 cm (largura x profundidade x altura) que pesa apenas 1,8 kg. Da
Koss, as novidades são os fones de ouvido Koss MV1 e UR50, com resposta de frequência de
10 Hz a 25 kHz e 16 Hz a 22 kHz e sensibilidade de 98 dB SPL e 102 dB SPL, respectivamente.
www.equipo.com.br
58 | áudio música e tecnologia
Habro
A Habro prepara um estande com novidades da Line 6. Entre elas, está a mesa
digital Stage Space M20d (foto), cujo sistema de mixagem foi desenvolvido para
sonorização ao vivo, através da tecnologia touchscreen. Seu DSP proporciona
processamento de áudio profi ssional em todos os canais, incluindo o supressor
de feedback multibanda. A mesa ainda conta com um gravador multicanais,
que permite a captura do áudio com ou sem computador. Seu sistema pode ser
controlado remotamente do palco ou da plateia, através de um iPad. Outros
destaques são os dois modelos do subwoofer StageSource: L3s e L3t, com 1200
W e 1400 W de potência, respectivamente. A Habro também vai apresentar o
Mackie DL1608 – equipamento que combina o poder de um completo mixer
digital com a mobilidade e facilidade do iPad. Através de até 10 iPads, é possível
não só mixar, mas também operar todos seus plug-ins, como EQ, processadores
de dinâmica e de efeitos.
www.habro.com.br
ExPOMUSIC
Harman
O estande da Harman prepara mais de 40 lançamentos das marcas AKG,
Crown, DBX, JBL e Soundcraft para esta edição da Expomusic. Entre as
novidades estão as caixas portáteis SPM, produzidas a partir da união das
engenharias da Selenium e JBL. Outros produtos em estaque são as linhas
ambientais de arandelas e caixas e os woofers das linhas CV5 e PW7, in-
dicados para sistemas de sonorização de pequenos e médios ambientes.
Enquanto a linha CV5 está disponível nos tamanhos 10”, 12” e 15” para
sonorização móvel e fi xa, os produtos da linha PW7 podem ser encontrados
em 8”, 10”, 12” e 15”. Esta série oferece grande desempenho na reprodu-
ção de médias e baixas frequências e é indicada para caixas de duas vias
de reforço de som. Ainda entre os lançamentos está o Whammy-01 (foto),
nova versão do aclamado pedal. Criado há 23 anos, ele tem dois novos
features que valem destaque: Chordal Pitch-Shifting e True Bypass, e conta
com nove confi gurações de harmonia, duas de detune e MIDI input.
www.jblselenium.com.br
Gobos
Em seu estande, a empresa contará com toda a série de microfones da americana
Audix e com a linha completa de sistemas de áudio profi ssional da fabricante italiana
K-array. Um dos produtos da empresa europeia que poderá ser conferido é o line
array KH15 (foto), que utiliza dois falantes de 8’’ com bobina de 3’’ (graves e
médios) e dois drivers de 1.75’’ (altas frequências). Para Esteban Risso, diretor
comercial da empresa, “K-array e Audix se destacam no mundo profi ssional pela
criatividade com que desenvolvem produtos inovadores de altíssima tecnologia.
Oferecem qualidade superior, são práticos, seguros, confi áveis e com excelente
custo benefício, o que tornou estas marcas referências no mercado”.
www.gobos.com.br
60 | áudio música e tecnologia
Kadosh
No estande da Kadosh estarão expostos os recém-lançados fones de ouvido profi ssio-
nais KHS-800, KF-700 e KDJ-600. Enquanto o primeiro é voltado ao monitoramento
de mixagens de áudio em home studio – alça com almofadas de couro garantem seu
uso prolongado –, o segundo foi pensado para uso domiciliar, com sua estrutura de
aluminio e almofadas de veludo suaves. Ambos os modelos têm um diafragma PET
de alta qualidade, design closed-back que minimiza o vazamento de som e reduz o
ruído do ambiente. A impedância é de 60 ohms, com uma resposta de frequência
de 15 Hz a 25 kHz. Já o modelo KDJ-600 foi desenvolvido para o monitoramento
de mixagem de áudio em ambientes barulhentos. O equipamento também possui
design closed-back e sua alça é ajustável, com o fone podendo girar 90 graus. Tem
impedância de 32 ohms e resposta de frequência de 20 Hz a 20 kHz.
www.kadoshmusic.com.br
ExPOMUSIC
No estande da Kadosh estarão expostos os recém-lançados fones de ouvido profi ssio-
nais KHS-800, KF-700 e KDJ-600. Enquanto o primeiro é voltado ao monitoramento
de mixagens de áudio em home studio – alça com almofadas de couro garantem seu
uso prolongado –, o segundo foi pensado para uso domiciliar, com sua estrutura de
aluminio e almofadas de veludo suaves. Ambos os modelos têm um diafragma PET
de alta qualidade, design closed-back que minimiza o vazamento de som e reduz o
ruído do ambiente. A impedância é de 60 ohms, com uma resposta de frequência
de 15 Hz a 25 kHz. Já o modelo KDJ-600 foi desenvolvido para o monitoramento
de mixagem de áudio em ambientes barulhentos. O equipamento também possui
design closed-back e sua alça é ajustável, com o fone podendo girar 90 graus. Tem
Léac’s
Entre os produtos que serão expostos pela Léac’s, o modelo VIP
1000 Plus merece destaque. Trata-se de um upgrade da VIP 1000
Ativa, que agregou “Plus” a seu nome por conta dos 1000 Wrms.
Além disso, a caixa sai de fábrica com Fly de seis pontos e saída
para uma VIP 1000 plus passiva. Com dois falantes de 15” e driver
TI, as caixas atendem a ambientes de médio a grande portes, como
igrejas, casas de espetáculo, casas noturnas, teatros e auditórios.
www.leacs.com.br
ibox
A Ibox levará para a esta edição da feira três novas linhas de acessórios exclusi-
vos para violão, guitarra e contrabaixo: Leather Quick Release, Print e VTR. Pro-
duzidas em couro e nylon, as correias da Leather Quick Release estão disponíveis
nas cores branca, preta e marrom e suportam até 20 kg em movimento. Já a
linha Print (foto) de correias femininas apresentam estampas coloridas de bara-
lho ou Artyx-fun e ponteiras de couro. Este modelo tem a capacidade de aguentar
até 12 kg e seu comprimento varia de 83 cm a 1,35 m. Também projetadas para
o público feminino, a linha de bags VTR tem alças de ombro fabricadas em tecido
aerado para maior conforto e conta com almofadas respiráveis na parte traseira,
além de distribuir o peso na região lombar.
www.ibox.ind.br
ExPOMUSIC
meteoro
A Meteoro preparou para este ano a repaginação de sua linha Demolidor (foto), que terá novas versões dos amplifi cadores de baixo de 20, 50 e
80 Wrms e de guitarra, com 50 Wrms. Mas a fabricante não deve parar por aí. Um dos lançamentos prometidos para a feira é o Digital Studio 700,
um amplifi cador multiuso com um falante de 15”, saída para fone de ouvido e entrada para foot switch. Pode ser utilizado para locuções ao vivo e
pré-gravadas, tem potência de 170 Wrms e falante de 15”.
www.amplifi cadoresmeteoro.com.br
Numark
A Numark irá apresentar cerca de 40 produtos na Expomusic, entre eles
baterias eletrônicas, controladores para DJs, mixers, caixas acústicas,
conversores e teclados. Uma das novidades é o iDJ Pro (foto), contro-
lador desenvolvido para a plataforma iOS, da Apple. O produto tem
integração total com o Djay Algoriddim, popular app para iPad, além
de também trabalhar com outros aplicativos. É compatível com a
tecnologia sem-fi o AirPlay e possui entrada para dispositivos ex-
ternos e saídas master XLR balanceadas. Outro destaque da em-
presa na feira será o controlador de quatro canais 4Trak, que foi
projetado para ser usado em conjunto com o software Traktor
4TRK, da Native Instruments (mas controla qualquer software com
protocolo MIDI), tem mixer independente e interface de áudio embutida.
www.djnumark.com.br
Lyco
Com o objetivo de, durante a Expomusic, fechar negócios que representem 20% de
suas vendas anuais, a Lyco levará à feira novidades como os microfones sem fi o VHF
de alta performance VH-102 (sistema de mão) e VH-202 (sistema de mão duplo que
pode ser conferido na foto ao lado). Os sistemas possuem duas antenas booster de
recepção, saída de áudio balanceada XLR e não-balanceada P10. Operam numa faixa
de até 50 metros entre as bases e os transmissores, com resposta de frequência de
40 Hz a 15 kHz. As fontes de alimentação dos receptores dos modelos funcionam
em qualquer tensão AC 110-240 V, pois possuem transformador externo. A empresa
ainda mostrará ao público um terceiro lançamento, que é o equipamento para DJs LDJ
300, que oferece oito efeitos DSP, função master tempo e multi cue.
www.lyco.com.br
áudio música e tecnologia | 63
oversound
Para quem pensa em diminuir seu sistema de graves, a Oversound
lança na Expomusic 2012 seu novo subwoofer de 21”, o Oversound
21 1200. Dotado de tecnologia que privilegia a performance, o fa-
lante foi desenvolvido para reproduzir baixas frequências, sendo ca-
paz de suportar grande potência e de oferecer um alto desempenho.
Composto por um conjunto magnético com ímã duplo e um efi ciente
sistema de dissipação térmica, o woofer utiliza cone em celulose especial
e sistema móvel de alta resistência e garante, de acordo com a empresa, um
melhor rendimento do transdutor.
www.oversound.com.br
áudio música e tecnologia | 63
64 | áudio música e tecnologia
ExPOMUSIC
pinnacle Broadcast
No estande da Pinnacle, que neste ano terá a parceria de empresas como The One
Audio, Roland e K&M, o destaque será o Stereo VideoMic Pro, da Røde (foto), micro-
fone padrão para uso em câmeras DSLR que conta com um par casado de cápsulas
condensadoras cardioides de ½” com um par XY, que proporcionam uma imagem
estéreo ampla e com profundidade natural. Dotado de sistema de shock-mount in-
tegrado, que o isola de possíveis vibrações e sons mecânicos que podem interferir na
qualidade do som, ele tem, ainda, controles de energia e equalização, além de um fi ltro
high pass em 75 Hz que corta sons de ar condicionado, tráfi co e outras interferências de
baixa frequência. Ainda na feira, a Pinnacle buscará mostrar ao público a qualidade de modelos
recém-lançados pela Røde, como o dinâmico Procaster, ideal para aplicações broadcast, e o versátil
K2, voltado para uso em estúdios.
www.pinnaclebroadcast.com.br
proshows
Distribuidora de inúmeras grandes marcas do setor, a ProShows levará
para a Expomusic muitos produtos novos. Na linha de microfones, o
destaque fi ca por conta dos kits para bateria LDM 7 e LDM 5, da
Lexsen. Na parte de consoles, as novidades estão por conta
do aguardado X-32, da Behringer (foto), e do Pro-2, novo
console de mixagem ao vivo da Midas. Demonstradas na AES
2012, as caixas KF-740, da EAW, também serão levadas para
a feira, assim como toda a linha de equipamentos para DJ da
Gemini, outra marca que a ProShows passou a distribuir recentemente.
Ainda no estande da empresa haverá uma tarde de autógrafos com o baixista
Stuart Hamm, que lançará, na ocasião, sua linha assinada de baixos Washburn.
www.proshows.com.br
proshows
Distribuidora de inúmeras grandes marcas do setor, a ProShows levará
para a Expomusic muitos produtos novos. Na linha de microfones, o
destaque fi ca por conta dos kits para bateria LDM 7 e LDM 5, da
a feira, assim como toda a linha de equipamentos para DJ da
Gemini, outra marca que a ProShows passou a distribuir recentemente.
Ainda no estande da empresa haverá uma tarde de autógrafos com o baixista
Stuart Hamm, que lançará, na ocasião, sua linha assinada de baixos Washburn.
www.proshows.com.br
penn Elcom
Depois de ser um dos principais destaques da Penn Elcom durante
a AES Expo, realizada durante o último mês de maio, o driver
Colossus Prime 18XS chega à Expomusic na mesma condição. E
não é à toa. Fabricado pela inglesa Fane, o falante de 18” oferece
1.200 watts de potência. Ao seu lado, no estande da empresa, po-
derão ser conferidos outros modelos da série, como os Colossus 15XB
e 18 SB, de 800 e 1.000 watts, respectivamente, e ainda os Sovereign Pro
12-500 e Pro 15-600, com 500 e 600 watts.
www.penn-elcom.com.br
66 | áudio música e tecnologia
Quanta
O gerente de marketing do grupo Quanta, Nelson Al-
berti, adiantou que a empresa levará para a Expo-
music 2012 produtos de diversas linhas. Dentre eles,
estarão as interfaces de áudio Fast Track C400 e C600,
da M-Audio, o mixer digital Studio Live, da PreSonus,
a linha XSW de microfones Sennheiser, indicada para
shows e palestras, e toda a linha de caixas FZ Áudio, com
destaque para a FJ08. Além destes produtos, a empresa irá
apresentar o console digital Venue SC48 Remoto (foto), da Avid.
www.quanta.com.br
ExPOMUSIC
Roland
A Roland terá como uma de suas novidades na Expomusic a versão
para iPads do Remote Control Software (RCS), app dedicado que per-
mite o controle do console digital Roland M-480. Segundo informa-
ções divulgadas pela empresa, com o controlador, além de gerenciar
parâmetros, os usuários podem guardar cenas e editar o Channel
Strip (EQ), GEQ e Sends on Fader. Usando uma conexão Wireless
LAN, usuários podem ajustar parâmetros de mixagem no palco ou
ao redor da sala, longe do M-480 posicionado na house mix. Conec-
tando-se o novo adaptador Wireless Connect USB ao M-480 USB, o
console aparece em uma rede wireless e permite ao iPad que o con-
trole. “É claro o sucesso do iPad como ferramenta em aplicações de
áudio ao vivo. Este app é um passo importante no progresso lógico
do nosso desenvolvimento de soluções para controle remoto de equi-
pamentos”, afirma John Broadhead, vice-presidente de tecnologia e
comunicações da Roland.
www.roland.com.br
santo Angelo
Em meio a cabos e conectores, além de acessórios para instrumentos musicais e áudio
profissional, a Santo Angelo anuncia que vai à Expomusic 2012 com o intuito de vender
dois meses de produção nos cinco dias do evento. E serão 20 os lançamentos da fabri-
cante. Entre os principais está a interface digital CSA (foto), especialmente projetada
para uso em dispositivos móveis da plataforma iOS, como iPhone, iPod Touch e iPad. Sua
utilização é simples, bastando conectar a guitarra, violão ou baixo na entrada P10 do CSA
e na saída da interface e ligar um fone ou um amplificador para, assim, poder utilizar os
inúmeros aplicativos do mercado que simulam pedais e amplificadores. Outros
lançamentos que merecem destaque são o Capotraste AC-01, produzido em
liga de alumínio com mola em aço de alta qualidade e almofadas de silicone
para proteção do instrumento, e o cabo Shogun, fabricado com liga de cobre
OFHC na bitola de 0.75 mm² e conectores P10 banhados a ouro 24
quilates, com dupla capa de PVC.
www.santoangelo.com.br
solid sound
Com um longo histórico na fabricação de cases e capas para instrumentos musicais, a
empresa curitibana Solid Sound recentemente ampliou sua linha e levará para a feira
racks tipo fl ight case, produzidos em ABS. Disponíveis em duas cores – preta e grafi te
–, os modelos são leves, práticos e possuem design moderno. Estão disponíveis nos
tamanhos 4, 6, 8 e 12 espaços (foto), sendo que este último também é oferecido na
opção com rodinhas, para um transporte mais fácil. Os racks, que têm tampas frontais
e traseira removíveis, fechos tipos borboleta e alças moldadas, vêm com rails de fi xação
na frente e atrás e acompanham parafusos.
www.solidsound.com.br
Gabr
iel P
inhe
iro
68 | áudio música e tecnologia
ExPOMUSIC
sparFlex
A empresa paulista levará à feira seus novos cabos Nitro Bass 150 e Nitro Teclado 100,
que permitem uma menor atenuação do sinal de áudio graças à tecnologia de injeção de
nitrogênio. O Nitro Bass 150 (foto), criado para ter alto desempenho em graves, conta com
plugues P10 SparFlex com ponta banhada a ouro e é disponibilizado em versões de 3, 5 e 7
metros de comprimento. Já o Nitro Teclado 100 é um cabo específico para teclados, instru-
mento que tem seus harmônicos bastante realçados pelo produto, que, a exemplo do outro
modelo, conta com plugues P10 SparFlex com ponta banhada a ouro, sendo dispobilizado
nas versões com 1, 3, 5, 7 e 10 metros de comprimento.
www.sparflex.com.br
staner
A Staner apresentará, durante a feira, o GT-212 e o 212-G, seus novos am-
plificadores de guitarra. Enquanto o primeiro integra a já consagrada linha
Stage Dragon, o segundo é parte da linha Shout, lançada recentemente (na
foto, o modelo Shout 215-G, amp de guitarra com alto-falante de 15” e 140
W de potência). Os novos GT-212 e 212-G contam com alto-falante de 12’’,
oferecem 100 Wrms de potência com alta fidelidade, pré-amps independen-
tes, conexões para efeito, entrada para conexão de pedal, efeito overdrive
com timbre exclusivo e chave Turbo. E se as características técnicas são as
mesmas, o diferencial fica por conta do acabamento. O GT-212 tem um visual
vintage e um estilo mais clássico, com cantoneiras metálicas, ao passo que
o 212-G possui um “ar” mais contemporâneo. Outro destaque da Staner na
Expomusic é que, na ocasião, a empresa já estará disponibilizando para o mer-
cado a linha de produtos da fabricante americana Whirlwind.
www.staner.com
sonotec
A Sonotec Music & Sound, presente há 40 anos no segmento musical, anunciou recente-
mente o início da distribuição dos amplificadores para instrumentos da marca Genz Benz,
cujos modelos já poderão ser conferidos na Expomusic. A alta potência e grande clareza
sonoras em amplificadores e gabinetes de baixo peso é a aposta tanto da distribuidora
quanto da fabricante para seduzir os músicos brasileiros, e este conceito, aplicado em
séries conhecidas, como Shuttle e Shenandoah, mostram alguns diferenciais da marca,
como a utilização de falantes com neodímio. Um dos modelos que poderão ser conferidos
na feira é o STL6.2-210T (foto), da série Shuttle, com dois alto-falantes de 10” de neodí-
mio, 375 watts em 8 ohms e 600 watts com o uso da extensão opcional. Pesa aproxima-
damente 19 kg.
www.sonotec.com.br
70 | áudio música e tecnologia
ExPOMUSIC
Tiafl ex
A Tiafl ex terá dois novos produtos na Expomusic. O primeiro é o Micropho-
ne Cable 2 x 0,30 mm2, cabo extra-fl exível com condutores em cobre OFHC
(Oxygen-Free Hight Conductivity 99,9%), bitola de 2 x 0,30 mm2 (22 AWG),
dupla blindagem de alumínio mais trança de cobre fechada e capa externa em
cloreto polivinila emborrachado, livre de metais pesados. O segundo lança-
mento será o do Musical Instrument Cable 0,50 mm2 (foto), também bastante
fl exível e com condutores em cobre OFHC, bitola de 0,50 mm2 (20 AWG),
dupla blindagem com película semicondutiva e trança de cobre fechada e capa
externa em materiais iguais aos do outro modelo. Ambos os cabos servem para
realizar interligações em instrumentos musicais, microfones, equipamentos de
áudio, instalações eletroeletrônicas, entre outras aplicações que requerem uma
blindagem efi ciente contra interferências externas.
www.tiafl ex.com.br
studio R/Nashville
A Expomusic será palco não apenas do lançamento da aguardada série de sistemas de line
array da Studio R (o primeiro modelo a ser apresentado será um line array ativo multiamplifi -
cado, processado e compacto), mas também da volta da linha SKY Sound da fabricante (foto).
Inteiramente renovada, ela tem como principal diferencial o projeto acústico de autoria
de Homero Sette. Os modelos – 600 Fly (com falante de 12”), 700 Fly (falante
de 15”), 2200 Fly (dois falantes de 12”) e 3000 Fly (dois falantes de 15”) – são
produzidos em compensado naval com sistema para fl y PA integrado e possuem
multiamplifi cação processada ativa com fonte bivolt de seleção automática. São
dotados de sistemas exclusivos de proteção com cinco processadores diferentes
e contam com drivers de titânio da fabricante inglesa Fane. Quanto à Nashville,
ela mostrará na feira a Nash1244, novidade que marca seu ingresso no mercado
de caixas ativas. O modelo conta com falante de 12” e driver de titânio, acompa-
nhados de biamplifi cação processada classe AB e classe D de ventilação passiva
e silenciosa com potência combinada de 640 watts.
www.studior.com.br
www.nashvilleaudio.com.br
Yamaha
A Yamaha Musical do Brasil terá como destaque os três modelos da série
de consoles digitais CL Series, que se diferenciam pelo número de faders
e pela quantidade de canais de entrada. Enquanto o CL5 (foto) conta
com três seções de fader para 72 canais de entrada mono e oito estéreo,
o CL3 possui duas seções de fader, com 64 canais de entrada mono e
oito estéreo. Por sua vez, o CL1, que tem dimensões menores, possui
duas seções de fader, com 48 canais de entrada mono e oito estéreo. Os
modelos da CL Series contam com 16 grupos DCAs, 24 vias, oito matri-
zes, master estéreo e mono, com comunicação com os novos I/O racks
RIO3224D e RIO1608D via interface Dante 64 in/64 out. Outro destaque
da empresa será a nova linha de caixas e subwoofers ativos DXR e DXS,
concebida em parceria com a Nexo. Todos os modelos full-range apre-
sentam um ajuste chamado FIR-X Tuning, que otimiza a resposta de fre-
quência e fase ao ajustar o tempo entre os transdutores HF e LF, criando
uma resposta suave na frequência de cruzamento.
www.yamaha.com.br
Colaboraram: Louise Palma, Marcio Teixeira e Rodrigo Sabatinelli
Para mais detalhes sobre o evento, visite nosso site: www.musitec.com.br.
TéCNICAS DE ESTúDIO | Alexandre P. Cegalla
Na terceira parte da série sobre plug-ins que simulam o
som de hardware, vamos abordar aqueles dedicados a
emular amplificadores, pedais e racks de efeitos, além de
alguns processadores especiais responsáveis por efeitos
únicos. Atualmente, quase todos os DAWs vêm com al-
gum plug-in que simula efeitos, pedais ou amps. O Logic
9, por exemplo, conta com o Amp Designer, o Pedalbo-
ard, o Guitar Amp Pro e o Bass Amp (os dois últimos já
existiam nas versões anteriores). Já o Pro Tools oferece
o Amp Farm, o Sansamp e o Eleven, enquanto o Cubase
possui o Guitar Amp Simulator e o Sonar tem o Audio
FX-2 e o Amp Sim.
Não nos esqueçamos também dos amps e pedais virtuais
do Garage Band e do TSE X50. Outros plug-ins à venda
que costumam rodar nos principais DAWs são Amplitu-
be (IK Multimedia), Guitar Rig (Native Instruments), Pod
Farm (Line 6), Peavey Revalver, Waves GTR, iZotope Trash,
Overloud TH1, Studio Devil, Kuassa Amplifikation, Nomad
Factory Rock Amp Legends e muitos outros. Entre os gra-
tuitos estão os da LePou (lepouplugins.blogspot.com), Ig-
nite Amps (igniteamps.com), Nick Crow Lab (nickcrowlab.
blogspot.com) e Aradaz (aradaz.blogspot.com).
aMPS E PEDaiS VirTuaiS, SOM aNaLÓgiCO
Amplificadores e efeitos de guitarra e de baixo estão en-
tre os mais modelados pelos plug-ins. No início, os “amps
virtuais” eram uma boa maneira de o músico gravar rapi-
damente suas ideias musicais ou de fazer a pré-produção
do seu CD. Hoje em dia esses plug-ins estão cada vez mais
realistas e são usados até na gravação final de álbuns. Isso
devido, entre muitos fatores, à qualidade do som, à ver-
satilidade e à possibilidade de se mudar as configurações
sempre que desejado, sem modificar o timbre original da
guitarra – geralmente, nesse caso, gravada “seca”.
SOaNDO CaDa VEZ MaiS rEaiSPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicos
72 | áudio música e tecnologia
usando o amplitube e o Pedalboard para dar mais peso às guitarras
Imagine tocar guitarra em um cabeçote Marshall ligado em um
alto-falante 4X12 da Mesa Boogie e com uma meia dúzia de pe-
dais vintage conectados no FX loop do amplificador? Ou, melhor
ainda, imagine usar o exato setup do seu guitarrista favorito, com
amps, efeitos e até posicionamento de microfones que ele utiliza,
tudo isso dentro do seu computador? É exatamente isso que o
Rammfire, da Native Instruments, faz. Desenvolvido em parceria
com o guitarrista Richard Z. Kruspe, da banda alemã de metal
industrial Rammstein, o Rammfire modela até os microfones Neu-
mann e Telefunken que ele usa para captar o seu alto-falante,
além de simular os prés da Neve utilizados em suas gravações.
O Rammfire é um espécie de “plug-in dentro de outro plug-in”,
pois é carregado de dentro do Guitar Rig. Quem quiser saber mais
sobre ele, pode fazê-lo no site www.native-instruments.com.
No exemplo 1, temos uma produção de rock pesado, com duas
guitarras base, outras duas guitarras melódicas e a guitarra solo
no final. Nas guitarras base usamos o Amplitube Metal (cabeçote
Metal Lead W com alto-falante 4x12 Metal V3) no primeiro insert,
seguido do Pedalboard do Logic 9 (com o pedal Heavenly Chorus)
e um equalizador com high pass filter em 90 Hz (18 dB por oi-
tava), corte de 1.5 dB em 174 Hz, ganho de 1.5 dB em 1.5 kHz,
outro corte de 15.5 dB em 6 kHz e o low pass filter em 10 kHz (6
dB por oitava). Cada uma das duas guitarras estava com o pan
100% para um lado. Depois, gravamos as guitarras melódicas
(pan em 45 para cada lado) usando o gratuito (e muito bom)
cabeçote The Anvil, da Ignite Amps, no primeiro insert, seguido
áudio música e tecnologia | 73
do Amplitube Metal com o cabeçote desligado. Do Amplitu-
be Metal, utilizamos o alto-falante 4x12 Metal T1. Também
usamos os efeitos de chorus, reverb e delay do Amplitube.
Na guitarra solo, foi usado o mesmo setup das guitarras
melódicas, apenas com algumas variações de parâmetros,
equalizador no penúltimo insert, deixando o som com mais
brilho, e um delay no último insert com atraso de 990 sam-
ples, a fim de criar o efeito estéreo. As guitarras foram gra-
vadas direto em linha, passando por um pré API 3124+
antes de chegarem à entrada da interface. Confira elas se-
cas no arquivo MP3 guitarra_dry (que você pode ouvir
em http://tinyurl.com/gtr-dry) e depois veja a diferença na
versão guitarra_wet (http://tinyurl.com/gtr-wet). Os
plug-ins usados apresentaram muita qualidade e um
grau de realismo muito próximo dos amps valvulados. O
Anvil, por exemplo, simula o Mesa Boogie Dual Rectifier,
amplificador que temos em nosso estúdio. A emulação
da Anvil não apenas é superior à de muitos plug-ins
pagos do mercado, como também recria com fidelidade
o peso do Dual Rectifier.
rEVErB CLÁSSiCO
Quando o assunto é reverb, a Lexicon é sempre lem-
brada como um dos maiores fabricantes de processa-
dores desse efeito. A linha PCM de reverbs foi lançada
nos anos 1980 como uma versão simplificada e em
formato rack do caríssimo 480L (tão caro que podia
custar mais do que um carro!), mas sem que houvesse
perda da qualidade do som. Atualmente a Lexicon oferece
diferentes tipos de reverb, chorus, delay, pitch shifter e
outros efeitos da linha PCM em versão plug-in. No caso dos
reverbs, os plug-ins recriam os parâmetros das versões
em rack, incluindo pré-delay, difusão, tamanho da sala,
tempo do reverb, equalização, mix e muito mais. Você
pode adquirir os reverbs da linha PCM separadamente ou
no formato bundle no próprio site da Lexicon.
No exemplo 2, temos esse ritmo percussivo com conga,
chocalho e cerâmica. Sem ambiência, os três instrumentos
soam bidimensionais e até um pouco embolados, mesmo
usando-se o pan e equalização (ouça a versão percussão_
dry em http://tinyurl.com/perc-dry). Mandamos, então,
cada um desses instrumentos para um reverb diferente. A
conga foi mandada para o Lexicon Vintage Plate, com uma
cauda mais longa e mais brilho (preset “vocal plate”). As-
sim, o instrumento foi um pouco mais para trás na mix,
criando uma dimensão de profundidade. Já a cerâmica per-
cussiva foi para o Lexicon Room, com um reverb bem curto,
mais abafado, a fim de deixá-la mais na frente e com uma
certa ênfase nos graves. O chocalho, por sua vez, foi man-
dado para o Lexicon Chamber (preset “medium chamber
1”), cujo canal auxiliar acompanhou o pan de 40 para a
direita da trilha de áudio. Escute o resultado em percussão
reverb (http://tinyurl.com/perc-rev). Os instrumentos es-
tão agora bem mais espaçados e a mix soa tridimensional.
TéCNICAS DE ESTúDIO
No exemplo 3, temos esse piano soando seco demais (ver-
são piano_dry em http://tinyurl.com/piano-dry). Depen-
dendo da situação e do gosto do artista e do produtor, uma
levada como essa até pode ter mesmo pouco reverb, mas
decidimos adicionar uma boa dose de ambiência para dar-
-lhe um ar mais “sinfônico”. Mandamos o som para o Lexi-
con Concert Hall, com um tempo de reverb de 1.4 segun-
dos, difusão de 57% e um leve corte nos agudos. Os outros
parâmetros não foram modificados. Confira como ficou em
piano_reverb (http://tinyurl.com/piano-rev).
Música às vezes é difícil de descrever em palavras, mas nos
pareceu que o reverb dá um toque de emoção à melodia, prin-
linha PcM da lexicon disponível em plug-ins
74 | áudio música e tecnologia
cipalmente nas notas mais agudas. Outro detalhe percebido foi que,
mesmo oferecendo vários parâmetros, os plug-ins da Lexicon são
tão bons que poucos ajustes precisaram ser feitos. Isso porque os
presets que vêm de fábrica já soam ótimos. Certamente é bacana
vasculhar os parâmetros de um efeito e tentar obter diferentes re-
sultados, mas muitas vezes o tempo é curto e o engenheiro de som
precisa achar rapidamente um timbre que agrade a ele e ao cliente.
PEDaL DE CHOruS
Nem sempre os engenheiros de som precisam usar racks e equi-
pamentos caríssimos para obter um determinado efeito de qua-
lidade. Muitas vezes, pedais de butique para guitarra e outros
instrumentos podem se tornar verdadeiras “armas secretas” na
hora de tirar o som pretendido. Um desses pedais clássicos é o
Boss CE-1 Chorus Ensemble. Desenvolvido pela Roland em 1976,
o CE-1 foi o primeiro pedal de chorus fabricado e até hoje é usado
em muitos estúdios não apenas na guitarra, mas também no bai-
xo e nos teclados. E é numa levada de baixo elétrico que vamos
conferir o plug-in UAD Boss CE-1, que emula, inclusive no visual,
o original da Roland. Vamos aproveitar também e avaliar o Am-
peg SVX, da IK Multimedia, que reproduz a sonoridade de vários
modelos desse renomado amplifi cador de baixo.
No exemplo 4, temos o baixo tocando uma introdução em que a gui-
tarra limpa também aparece, a partir do quinto compasso. O baixo
foi originalmente gravado em linha (ouça a versão baixo_dry em
http://tinyurl.com/bass-dry) e carece daquele som mais natural que
só um amplifi cador pode lhe dar. Inserimos, então, o Ampeg SVX
para simular um amplifi cador de verdade. Nesse exemplo usamos
as emulações do cabeçote B-15 e do alto-falante BA-500. Assim
como o Amplitube, o Ampeg SVX também permite inserir pedais
virtuais (“stomp boxes”, em inglês). Usamos o pedal de delay para
dar uma leve profundidade ao instrumento e, em seguida, inserimos
o UAD CE-1, selecionando a opções “chorus” e “dual”. Reduzimos
os níveis de intensidade e de volume do efeito e aumentamos o
depth. O resultado (baixo_wet em http://tinyurl.com/bass-wet) é
um som cheio e sombrio e que não apresenta perda de defi nição.
EFEiTOS ESPaCiaiS
De vez em quando é bom variar e usar efeitos diferentes na
sua mix, caso não queira que ela soe muito “certinha”. O UAD
Roland RE-201 é uma boa ferramenta para conseguir isso. Ba-
áudio música e tecnologia | 75áudio música e tecnologia | 75
seado no Space Echo, que foi lançado pela Roland em
1973, esse plug-in é capaz de produzir spring reverb
(também chamado de “reverb de mola”), tape delay e
outros efeitos “espaciais”. No exemplo 5, usamos o RE-
201 no vocal, na bateria e na guitarra de um reggae. Na
bateria, mandamos o sinal para um auxiliar com o Space
Echo inserido e escolhemos o parâmetro “Retro Rocket”,
que produz um slapback echo. A sua intensidade começa
bem sutil e é aumentada a partir do quinto compasso. A
guitarra toca apenas um acor-
de, repetido até o final da me-
lodia graças ao controle “Repe-
at Rate”, que está no máximo.
O controle “Intensity” adiciona
uma distorção misturada com
modulação e dá o toque psico-
délico à produção.
Os diferentes tipos de echo do
RE-201 podem ser acessados no
“Mode Selector”, que fica bem
no meio da interface do plug-
-in. Automatizamos o plug-in
de forma e selecionar o modo 9
(echo e reverb) na primeira e na
terceira falas e o modo 12 (só
spring reverb) na segunda e na quar-
ta falas. Compare a versão dry_mix
(http://tinyurl.com/dry-mix), sem o
Space Echo, com a wet_mix (http://
tinyurl.com/wet-mix), em que o efeito
pode ser conferido.
Encerramos, com este artigo, a série
sobre plug-ins que simulam o som de
hardware. Existem muitos outros plug-
-ins modelando equipamentos analógi-
cos e a internet é o espaço ideal para
se pesquisar e escutar como cada um soa (em alguns sites é
possível até comparar o original com o plug-in). Os exemplos
mostrados nos três artigos dão apenas uma ideia do que es-
sas emulações são capazes de fazer. Se algum dia elas irão
igualar as versões analógicas, não se sabe, mas o fato desses
plug-ins soarem tão bem já é excelente. Como dissemos no
primeiro artigo: se eles fizerem sua mix ficar melhor, o inves-
timento valeu a pena. •
Até a próxima!
TéCNICAS DE ESTúDIO
Plug-ins do ampeg e do ce-1 no som do baixo
ecos e delays clássicos do roland re-201 no plug-in da uad
Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. é proprietário do Studio Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).
76 | áudio música e tecnologia
78 | áudio música e tecnologia
Divu
lgaç
ão
RACKS DE INSTRUMENTOS E EFEITOS NO LIVE (PARTE 1)
TRABALHANDO COM OS GRUPOS DE DISPOSITIVOS QUE PODEM REVOLUCIONAR SUAS PRODUÇÕES
ABLETON LIVE | Lucas Ramos
Se em nosso último encontro aprendemos a utili-
zar efeitos e instrumentos no Live, neste veremos
como é possível trabalhar com grupos de efeitos
e instrumentos através dos racks. Vale destacar: racks são
grupos de dispositivos que atuam juntos sobre um mes-
mo canal e são reunidos dentro de um único dispositivo.
Com isso, permitem criar efeitos e instrumentos comple-
xos através do uso de múltiplos dispositivos atuando em
conjunto, e, ainda, salvá-los todos em um único preset.
Além disso, as possibilidades de roteamento e mapeamen-
to dos racks permitem coisas realmente impressionantes e
que antes eram impossíveis! Vamos conhecer melhor como
funciona isso tudo.
TIPOS DE RACK
No Device Browser é possível visualizar todos os dispositi-
vos próprios do Live que estão instalados em seu computa-
dor, e é lá onde você também encontrará os racks. Há qua-
tro tipos diferentes de racks: Audio Effect (efeitos de áudio),
MIDI Effect (efeitos de MIDI), Instrument (instrumentos) e
Drum (instrumento de percussão).
• Audio Effect Rack – Podem ser inseridos somente em
canais de áudio e podem conter somente efeitos de
áudio (Audio Effects).
• MIDI Effect Rack – Podem ser inseridos somente em
canais de MIDI e podem conter somente efeitos de
MIDI (MIDI Effects).
• Instrument Rack – Podem ser inseridos somente em
canais de MIDI, mas podem conter instrumentos, efei-
tos de MIDI e também de áudio.
• Drum Rack – Assim como os Instrument Racks, podem
ser inseridos somente em canais de MIDI e podem con-
ter instrumentos, efeitos de MIDI e também de áudio.
Para criar um novo rack, basta arrastar um rack vazio
(sem preset) do Device Browser para um canal e depois
inserir os dispositivos desejados, arrastando-os para
dentro do rack. Também é possível inserir normalmen-
te os dispositivos no canal e depois selecioná-los, clicar
Um rack é composto por três partes (Chain List, Rack Devices e Macro Controls), que podem ser acessadas clicando em seus respectivos botões na barra de título do rack
áudio música e tecnologia | 79
o botão direito do mouse e selecionar a opção Group
(ou Ctrl/Cmd + G - Windows/Mac). Um novo rack será
criado, com os dispositivos selecionados em uma única
cadeia de dispositivos.
Presets
Também há diversos presets de racks que podem ser encontrados
no Device Browser com instrumentos e efeitos bastante elaborados
devido às possibilidades que os racks criam. Basta abrir a pasta do
tipo de rack desejado e encontrar o preset que lhe interesse. Vale a
pena dar uma investigada neles, pois há bastante coisa interessante!
Um rack é composto por três partes – Chain List, Rack De-
vices e Macro Controls –, que podem ser acessadas clicando
em seus respectivos botões na barra de título do rack. Tam-
bém há um botão para salvar o rack como um preset e um
botão de Hot-Swap que permite fácil acesso aos presets de
racks no Device Browser.
CHAIN LIST
Os racks, na verdade, são compostos por múltiplas cadeias
de dispositivos (device chains), que são grupos de disposi-
tivos que atuam juntos, em sequência. O Chain List mostra,
em forma de lista, todas as cadeias de dispositivos pre-
sentes no rack. Há controles de volume, mute/solo e pan
para cada cadeia, permitindo “mixar” as diferentes cadeias.
Também é possível renomear cada uma delas clicando com
o botão direito do mouse e selecionando a opção Rename
(ou Ctrl/Cmd + R - Windows/Mac).
ZONAS
Normalmente, todo sinal que entra em um rack é proces-
sado por todas as cadeias de dispositivos do mesmo, em
Auto Select
Quando o botão Auto Select (veja imagem) estiver ativado
(amarelo), as cadeias que estiverem atuando serão automa-
ticamente selecionadas (fi carão amarelas) na Chain List. Isso
pode ser bastante útil para identifi car quando uma cadeia está
sendo ou não acionada.
80 | áudio música e tecnologia
sequência. Mas os racks também permitem distribuir as ca-
deias de dispositivos para fi ltrar o sinal que entra no rack e
defi nir qual cadeia – ou quais cadeias – receberá tal sinal.
Isso pode ser feito através das zonas (Zones), tornando
possível criar instrumentos e/ou efeitos mais elaborados,
com múltiplas camadas de dispositivos.
Há três tipos de zonas: Key (nota), Vel (velocity) e Chain,
e é possível acessá-las através dos seus respectivos bo-
tões (o botão Hide oculta as zonas) no topo da Chain List.
Audio Effect Racks (racks de efeito de áudio) dispõem
somente da zona Chain, pois Key e Vel funcionam somen-
te com MIDI, enquanto os Drum Racks não dispõem de
nenhum tipo de zona.
Cada tipo de zona permite fi ltrar o sinal de acordo com al-
gum parâmetro diferente:
• Key – Permite determinar a zona de atuação de cada
cadeia de acordo com as notas MIDI que forem toca-
das. Com isso, é possível utilizar mais de um instru-
mento no mesmo canal e dividi-los (split) em regiões
diferentes do seu teclado. No topo, é possível ver
a extensão de notas em forma de um teclado. Há
uma barra verde para cada cadeia, que permite de-
terminar a zona de notas onde cada
cadeia irá atuar.
Exemplo: É possível determinar que entre
as notas C2 e B2 (Dó 2 e Si 2) somente
a primeira cadeia da Chain List toque, ao
passo que, entre as notas C3 e B3, somen-
te a segunda cadeia seja tocada. Assim,
se você pressionar um C2 no seu teclado
MIDI, somente a primeira cadeia irá tocar.
Se pressionar um C3, somente a segunda
cadeia tocará.
• Vel – Permite determinar a zona de
atuação de cada cadeia de acordo
com o velocity (intensidade) das no-
tas MIDI que forem tocadas. Isso per-
mite criar camadas de instrumentos
(ou efeitos... ou até instrumentos e
efeitos!), dando ainda mais dinâmica
ao seu som. No topo, é possível ver
a extensão de valores de velocity (1-
127) e há uma barra vermelha para
cada cadeia, o que permite determi-
nar a zona de velocities em que cada
cadeia irá atuar.
Exemplo: É possível determinar que entre os valores 1 e 63
de velocity somente a primeira cadeia da Chain List toque,
enquanto que, entre os valores 64 e 127 de velocity, só a
segunda cadeia. Assim, se você tocar uma nota “fraca”, so-
mente a primeira cadeia irá tocar. Se tocar uma nota “forte”,
somente a segunda cadeia tocará.
• Chain – Esse é o tipo de zona criada para performan-
ce, pois permite ao usuário determinar manualmente
qual cadeia deseja utilizar. No topo, é possível ver a
extensão de valores (1-127), e há uma pequena linha
laranja acima desses valores. Essa linha é chamada
de Chain Selector e permite escolher qual cadeia será
utilizada. É possível arrastá-la para a posição deseja-
da, e somente a cadeia (ou cadeias) cuja barra estiver
localizada sobre o valor onde o Chain Selector se en-
contra irá atuar. Há uma barra azul para cada cadeia.
Tais barras determinam a zona de valores em que cada
cadeia irá atuar. É possível mapear o Chain Selector
para um knob ou fader de seu controlador e alternar
entre as cadeias manualmente, virando uma ferramen-
ta perfeita para performance, pois é possível mudar
rapidamente de instrumento ou efeito em um canal!
Para determinar a zona de atuação de uma cadeia, basta
selecionar um dos três editores (key, vel, chain) e posicio-
Há três tipos de zonas: Key (nota), Vel (velocity) e Chain, e é possível acessá-las através dos seus
respectivos botões no topo da Chain List
ABLETON LIVE
82 | áudio música e tecnologia
nar a barra sobre a zona desejada. É possível mover uma
barra clicando sobre a mesma e arrastando-a para o local
desejado. Também é possível redimensionar o tamanho de
uma barra clicando em uma das extremidades e arrastando
para o local desejado. Com isso, é possível determinar pre-
cisamente a zona de atuação de cada cadeia. É importante
dizer que o sinal presente em um canal sempre será fi ltrado
por todos os tipos de zonas (key, vel e chain) e, portanto, é
necessário sempre checar o posicionamento das barras em
cada tipo de zona.
Também é possível criar fades nas zonas das cadeias, o
que permite convergir cadeias e, assim, obter transições
mais sutis entre as cadeias. No topo das barras das cadeias
há uma linha que determina a duração dos fades em cada
uma. Para criar um fade, basta clicar sobre a linha nas ex-
tremidades e arrastar até o ponto desejado.
RACK DEVICES
Clicando duas vezes sobre uma cadeia na Chain List é pos-
sível visualizar todos os dispositivos presentes na mesma
e ajustar todos os parâmetros de cada dispositivo normal-
mente. Para “esconder” os dispositivos, basta clicar duas
vezes novamente sobre a cadeia.
MACRO CONTROLS
Com muitos dispositivos em um único rack, é provável que
o controle fi que um pouco complicado, pois é necessário
modifi car diversos parâmetros simultaneamente. Os Macro
Controls permitem mapear múltiplos parâmetros a serem
controlados por um só knob. No total, há oito knobs, que se
encontram na parte esquerda do rack. É possível renomear
cada Macro Control e também determinar uma cor (clicando
com o botão direito e selecionando a cor desejada) para
facilitar a identifi cação.
Apertando o botão Map Mode, todos os parâmetros que pode-
rão ser mapeados fi cam “verdes”, e é possível fazer o mape-
amento dos Macro Controls clicando sobre o parâmetro dese-
jado e depois clicando em Map no knob desejado. Uma lista
(chamada Macro Mappings) com todos os controles mapeados
nos Macro Controls (veja imagem) também aparecerá, permi-
tindo determinar os valores máximo e mínimo para cada parâ-
metro mapeado. O mapeamento é similar ao mapeamento de
controladores MIDI e os parâmetros que estiverem mapeados
para algum Macro Control terão uma pequena marca verde no
canto esquerdo superior.
Uma lista, chamada Macro Mappings, permite determinar os valores máximo e mínimo para cada parâmetro mapeado nos Macro Controls
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certifi cações ofi ciais como Pro Tools Certifi ed Operator, Apple Logic Certifi ed Trainer e Ableton Live Certifi ed Trainer.
Com os racks, é possível criar “super” efeitos e instrumen-
tos, com múltiplas camadas e diversos dispositivos traba-
lhando em conjunto, porém salvos em um único disposi-
tivo. E se eu te contar que é possível criar um rack que
contém outro rack, que contém outro rack, que contém
outro rack... Aí começa a complicar o negócio! Mas na pró-
xima edição nós vamos conhecer mais a fundo os racks,
inclusive com alguns exemplos práticos para produção e
performance. Não perca! •
Mês que vem tem mais... Até lá!
ABLETON LIVE
84 | áudio música e tecnologia
MúSICO NA REAL | Fernando Moura
Na minha família, alguns assuntos, embora não sendo tabu,
eram tradicionalmente evitados em reuniões familiares. Além de
drogas e sexo, um dos temas que eram desestimulados com
mais vigor nessas ocasiões era a política. Nada a ver com times
de futebol ou praias preferidas, que sempre são assuntos ines-
gotáveis, mas partidos políticos, discursos e promessas de cam-
panha nunca foram sucesso de audiência no almoço de domingo.
Ao longo do tempo, como produtor musical e instrumentis-
ta, sempre acabaram aparecendo oportunidades profi ssionais
nessa área de jingles de campanha e trilhas para institucionais
de governos e partidos políticos. Pessoalmente, nunca passei
de uma ou outra demo para um candidato, mas sei que é uma
trabalheira danada lidar com muitos caciques de diferentes
praias pedindo “coisas” e modifi cações, afi nal, como sabemos,
“o brasileiro é muito musical”, não é mesmo, leitor? Mas pro-
duzir uma peça de propaganda política é produção de trilha
sonora, música pop ou publicidade?
No artigo desse mês vou contar um pouco do trabalho de pro-
dução de três peças para videoclipes da campanha Acorde Para
Votar, do Canal Futura, cujo objetivo é lembrar aos espectadores
a importância de exercer o voto consciente e participativo. Atra-
vés de uma convocação pela internet, via redes sociais, o canal
convocou os espectadores a contribuir com músicas de qualquer
estilo musical que atendessem a briefi ngs que incluíam temas
como compra de votos e falsidade ideológica.
Chegamos a três músicas de compositores e intérpretes de par-
tes diferentes do Brasil: os gaúchos Felipe e Rodolfo, que for-
mam a dupla Samba Grego, a mineira Julieta Garcia e a dupla
fl uminense Paulo Cezar e Paulo. Cada uma das músicas sele-
cionadas seriam adaptadas às necessidades de tempo de uma
peça publicitária de formato standard de um minuto de duração
e seria feito um videoclipe com cada intérprete. Cada vídeo seria
exibido na programação do Futura por aproximadamente dois
meses.
O processo foi desenvolvido em várias etapas. Depois da seleção
das músicas que vieram em forma de demo, trabalhei, como pro-
dutor musical, cada uma delas. Minha missão seria mostrar o me-
lhor das músicas sem descaracterizá-las, respeitando a estética
de cada composição selecionada e, ao mesmo tempo, atendendo
às necessidades do conteúdo da campanha institucional do Canal
Rola groove nessa combinação?
Música e Eleições
Mon
tage
m (A
M&
T)
áudio música e tecnologia | 85
Futura (veja o primeiro box), completando um mosaico de sotaques
a serviço de uma ideia de eleições mais conscientes.
Produzi demos com a ideia principal de levada e instrumentação de
cada uma delas para debatermos as possibilidades junto à produtora
dos vídeos e ao Canal Futura. Após o retrabalho de alguns deta-
lhes, marcamos a gravação, em meu estúdio e em dias diferentes,
de cada um dos intérpretes. Cada artista gravava a voz na véspera
da gravação do videoclipe e a mixagem era enviada na véspera para
o pessoal da produtora de imagens afi nar o roteiro com o que, afi -
nal, estava gravado e mixado, acrescido de locução/assinatura guia,
enquanto esperávamos algumas celebridades culturais darem seu ok
para gravarem a assinatura da campanha. Muito diferente de “gravar
sua música com toda a calma num home studio”, não acha, leitor?
Pois é: o timing das produções para TV realmente não é para todos...
OS PARTICIPANTES
- Samba Grego, com a música Pense Bem
A dupla gaúcha Felipe Chagas e Rodolpho Bittencourt chegou à con-
vocação feita pelo Canal Futura através de sua produtora, que “fi ca de
olho na internet”, em busca de oportunidades para a dupla. A música,
um pop que, no original, a bordo de um violão e voz, veio com DNA
de Lenine e Zeca Baleiro em sotaque gaúcho, foi repaginada a pedido
do cliente para uma pegada menos regional e com mais punch pop.
A melodia, com algumas nuances sutilmente autorais, não foi mexi-
da, e a harmonia também veio adequada, afi nal, Felipe vai estudan-
do arranjos com um livro do Henry Mancini que eu também estudei
Felipe e Rodolpho formam o Samba Grego: versão fi nal
da música ganhou pegada menos regional
Fer
nand
o M
oura
86 | áudio música e tecnologia
MúSICO NA REAL
(não se esqueça de devolver o K7 que eu te
emprestei!). A letra, sob responsabilidade de
Rodolpho, atendeu ao briefi ng do cliente e teve
apenas uma palavra alterada.
Felipe e Rodolpho se prepararam bem para a
gravação e acreditam estar seguindo “a traje-
tória normal de um trabalho autoral de MPB”,
sonhando com “uma sequência maior de sho-
ws” para poderem se desenvolver melhor ar-
tisticamente. Afi rmam que a internet “dá uma
exposição muito interessante para o artista,
mas não resolve a questão fi nanceira”, e no
que diz respeito a estratégias para fi nanciar
custos, pensam que “as leis de incentivo es-
tão sendo usadas até por artistas com mais
tempo de estrada do que nós, então isso é
sinal de que o caminho pode ser esse”.
Tirando o fato da fi gurinista dos clipes ter
vetado as camisas coloridas de Rodolpho para a gravação, pa-
reciam bem felizes e animados em sua primeira visita ao Rio de
Janeiro. Estão com um CD de sete músicas gravado em Porto
Alegre já lançado e maiores informações sobre a dupla podem
ser obtidas em [email protected].
- Julieta Garcia, com a música Vote
A mineira de 20 anos, dos arredores de Governador Valada-
res, fez sua primeira gravação profi ssional nesse trabalho e tem
tudo para continuar no mundo da música por um bom tempo.
Julieta possui uma voz de timbre agudo, forte, mas sem ser
estridente. Uma raridade que vale a pena conferir. Compôs a
música tocando no violão os poucos acordes “aprendidos em
aula de música há muito tempo” e lamenta não ter em sua ci-
dade uma escola boa para aprender um pouco de teoria, “que é
tão importante para a música”. Combinando o desembaraço da
juventude a uma certa sorte de principiante, gravou a voz em
dois takes e mostrou musicalidade ao acompanhar a mixagem
e os detalhes de teclado que foram surgindo depois que a voz
estava gravada, pois eu havia mutado alguns canais para não
tumultuar a atenção de quem estava, pela primeira vez, numa
cidade grande e num estúdio de gravação.
Um detalhe curioso nessa música é que foram tentadas vá-
rias ideias de bateria e percussão programadas, tocadas e
sampleadas, e o que deu mais certo foi a ausência de instru-
mento rítmico, fi cando o acompanhamento por conta apenas
dos violões de nylon e aço, das guitarras e do baixo. “Ficou
exatamente como eu havia imaginado”, sentenciou docemente
Julieta, com a sabedoria de suas duas décadas de vida. Todo
produtor sabe que esse é o maior elogio que se pode ter de um
artista e eu ganhei meu dia também.
- Paulo Cezar e Paulo, com a música Brasil Nota Dez
A dupla de Miguel Pereira foi selecionada por seu samba origi-
nal e inspirado que fala da compra de votos, fato corriqueiro
no interior fl uminense, segundo os próprios artistas. A demo
deles estava bem trabalhada, afi nal, os dois têm experiência no
mundo profi ssional: Paulo Cezar atua como cantor e compositor
nas noites e Paulo, além de tocar viola de dez cordas, tem um
estúdio para produções locais.
Depois de escolhida a música e feitas as modifi cações na letra
a pedido do canal, gravei uma demo do arranjo com minha voz
guia, como fi z com todos os participantes para que treinassem
as mudanças eventuais que tive que promover em levadas, har-
monias e estruturas, mesmo procurando respeitar ao máximo a
integridade artística dos participantes.
Julieta Garcia: voz com timbre raro e gravação do jeito que ela imaginava
Fer
nand
o M
oura
áudio música e tecnologia | 87
O CLIENTEBate-papo rápido com Lúcia Tupiassú,
responsável pelo projeto Acorde Para Votar
Lúcia Tupiassú, paraense de 28 anos, ocupa o cargo de redatora publicitária no Ca-
nal Futura e é a pessoa responsável pela realização do projeto Acorde Para Votar.
Em bom português: ela representa o cliente (vinheta com metais e tímpanos). Muito
longe de uma relação convencional e autoritária com os fornecedores e artistas,
Lúcia vestiu a camisa, acompanhou as gravações e mixagens pessoalmente e fez
todo um meio de campo entre artistas, produtores e diretores, o que foi fundamental
para o sucesso do projeto.
Quais as motivações do projeto Acorde Para Votar? Vocês poderiam ter en-
comendado uma peça publicitária a uma produtora ou agência de publici-
dade profi ssional...
Lúcia Tupiassú: A intenção do projeto é conscientizar nosso público sobre a impor-
tância do ato de cidadania que é o voto. A estratégia do Futura foi abordar o tema,
comumente tido como chato ou cansativo, de forma descontraída. Daí a opção por
clipes musicais, quase jingles, tratando do assunto. Despertar a identifi cação do públi-
co jovem é nosso desafi o e por isso buscamos gêneros musicais populares, de grande
apelo. Outro fator estratégico foi a opção por composições feitas não por profi ssionais,
mas por “gente comum”, aqueles com quem queremos falar. Encomendar peças prontas
de uma agência ou produtora poderia ser menos trabalhoso, mas certamente não nos
colocaria tão próximos da nossa audiência.
Qual a expectativa do Canal Futura em relação às peças produzidas?
LT: Em primeiro lugar, queremos chegar ao nosso público. Conseguir chamar a atenção
da audiência para um tema como esse, em meio a tanta informação, já é um desa-
fi o. Buscamos sensibilizar essas pessoas para a importância do voto e da democracia,
desconstruindo o senso comum que relega o assunto ao descrédito. Se colocarmos os
refrões na boca do povo, quem sabe não provocamos a refl exão na cabeça da gente?
E o produtor musical é peça-chave nesse projeto. É a nossa garantia de que teremos
produtos de qualidade, mesmo trabalhando com músicos não profi ssionais. O produtor,
além de nos emprestar seu faro musical durante a seleção das músicas, também enri-
queceu todos os arranjos.
áudio música e tecnologia | 87
88 | áudio música e tecnologia
Parafraseando a máxima “se macumba ga-
nhasse jogo, o campeonato baiano terminaria
empatado”, poderia dizer que se jingle de-
cidisse eleição, a de 2012 no Rio estaria na
fronteira do W.O. artístico. Não identifi quei
nenhum refrão daqueles que grudam ou se-
quer um bordão que vá se incorporar ao dia a
dia do carioca, mas entendo que não depen-
de só da inspiração dos compositores: tem o
briefi ng da agência, a orientação do comando
de campanha e muita coisa pode ser decidida
na base do gosto pessoal do candidato ou de
um amigo “que também é músico” (quem não
tem um, não é mesmo, leitor?).
Isso talvez explique o porquê de, em um lugar
mundialmente reconhecido como celeiro mu-
sical, duas das maiores expressões da música
carioca, a bossa nova e o funk, não tenham sido
representadas (pelo menos até o momento que
escrevo esse artigo) nos jingles de campanha
dos principais candidatos à Prefeitura do Rio.
A seguir, uma rápida apreciação musical e
técnica de cada uma das obras. Desde já que-
ro deixar bem claro que não tenho preferência
política por candidato algum e nem sei quem
são os profi ssionais que realizaram cada uma
destas peças, seja na criação, seja na produ-
ção musical.
Eduardo Paes
Uma verdadeira coletânea
de melhores momentos da
história dos sambas en-
redo do carnaval carioca
costurados de maneira a passar a mensagem
que “o sonho continuará”. Produção cuidada,
embora não luxuosa, gravada com músicos
que sabem o que estão fazendo no mundo do
samba. Um detalhe curioso é uma insistente
intervenção de um rulo de tímpano como que
para pontuar com “grandiosidade” vários tre-
chos da música.
Ouça: http://tinyurl.com/epaes
Marcelo Freixo
Uma mistura de groove
dos anos 1980, guitarras
com wah-wah e comen-
tários de instrumentos do
mundo do samba, como cuíca e tamborins,
sobre uma harmonia imutável de II m 7/V7. É
claramente inspirada em momentos da músi-
ca carioca dos anos 1990 (via Rappa e Gabriel
O Pensador, entre outros). Uma participação
“assinada” de Caetano Veloso parece ser o
maior trunfo desta peça que não tem um re-
frão empolgante nem memorável, e que me
parece um pouco sofi sticada para além das
fronteiras da Zona Sul carioca.
Ouça: http://tinyurl.com/mfreixo
Rodrigo Maia
Um samba mais sofi stica-
do, com toques de canção
e inspirações pescadas no
universo de Zeca, Arlin-
dinho e outros grandes do samba. Produção
cuidada, com coro e instrumentistas conhece-
dores do mundo do samba. Tem uma melodia
de refrão muito parecida com sucessos antoló-
gicos do estilo, mas que está no meio da músi-
ca, e, aí, mais uma vez o fenômeno do “refrão
chiclete” não acontece.
Ouça: http://tinyurl.com/romaia
Otávio Leite
Uma pegada próxima do
funk samba que começou
lá atrás com Fernanda
Abreu, seguiu com Faro-
fa Carioca e se entronizou com Seu Jorge.
A produção musical aqui, embora cuidada,
é visivelmente mais modesta que a dos con-
correntes. Apesar da insistência em repetir o
nome do candidato que é claramente menos
conhecido do público, não chega a empolgar
como refrão.
Ouça: http://tinyurl.com/oleite
Aspásia Camargo
Inspiração difícil de de-
tectar porque mistura um
clima de seriado de TV dos
anos 1980 com a harmo-
nia dominante/tônica típica de Bebeto e revi-
sitada com sucesso por Marcelo D2, entre ou-
tros. O estilo musical não combina bem com
as propostas políticas do PV. Talvez seja uma
daquelas tentativas de “sensibilizar o eleitora-
do jovem”, mas que a meu ver não funcionou
pelo acúmulo de elementos.
Ouça: http://tinyurl.com/acamargo
MúSICO NA REAL
E POR FALAR EM ELEIÇÕES...Analisando os jingles da campanha para prefeito do Rio de Janeiro
áudio música e tecnologia | 89
Fernando Moura é fl amenguista, músico, compositor, arranjador e produtor musical, além de ex-fumante. Visite www.myspace.com/fernandomoura.
Dois dias antes da gravação, chegou uma mensagem de que os auto-
res teriam fi cado “muito decepcionados com o arranjo porque estava
sem qualidade e com o som cheio de chiados”. Como todas as grandes
bombas, essa chegou num sábado e não havia muito o que fazer a não
ser explicar que o MP3 não tem uma qualidade confi ável, mas mesmo
assim fi quei intrigado com isso. Ao chegarem para gravar, ouviram
duas vezes a base, e Paulo Cezar, o cantor, sentenciou: “está totalmen-
te diferente do que ouvimos e está muito bom”. “Mas o que aconte-
ceu?”, perguntei, mais intrigado ainda. “Ouvimos nos alto-falantes de
meu laptop logo depois de downloadeado e o som estava muito ruim.”
O leitor arguto já entendeu o que se pode aprender desse aconteci-
mento: em tempos de internet, é preciso sempre perguntar em que
condições o nosso parceiro ouviu a música e talvez valha a pena in-
vestir num conversor de Wave para MP3 de boa qualidade, como os
Sonnox Frauhofer Pro Codec (http://tinyurl.com/sonnox).
Procure saber e até mês que vem, na estrada com uma sequência de
shows que nem o Indiana Jones talvez fosse capaz de dar conta. •
Até lá.
Paulo Cezar e Paulo: chiados nos alto-falantes de um laptop
foram motivo de preocupação para a dupla
Fer
nand
o M
oura
áudio música e tecnologia | 89
CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES | Ricardo Gomes
R ecentemente, entrevistei vários profi ssionais aqui
em Londres. Conversei com engenheiros de som
de diversas áreas, como masterização, mixagem
em estúdio e mixagem ao vivo. É muito interessante notar
como a paixão de cada um pela música e pelo áudio faz
com que eles dividam com a gente várias dicas e histórias
interessantes, sempre com muito entusiasmo.
Depois de tantos engenheiros, queria entrevistar alguém
que combinasse as atividades de compositor e produtor.
Um profi ssional que utilizasse os mais modernos recursos
tecnológicos (como instrumentos virtuais e plug-ins de
efeito) para criar soundtracks para fi lmes, comerciais de
TV, games etc.
Foi quando eu conheci a fi nlandesa Anné Kulonen, uma
compositora, sound designer e cantora que vive e traba-
lha em Londres. Anné faz música para comerciais de TV e
fi lmes. Seu trabalho inclui campanhas nos mais variados
lugares do mundo, como Reino Unido, China, Nova Zelân-
dia e Canadá, para clientes como Epson e Ponds. Anné
também fez música para os fi lmes The Foundling (em 3D)
e By Night, que foi fi nalista do Berlin Today Award, no Fes-
tival Internacional de Berlim 2010.
Com a palavra, Anné Kulonen!
Como começou sua carreira de compositora e produ-
tora. Você tem background como instrumentista?
90 | áudio música e tecnologia
TOQUE FEMININO
SOUND DESIGNER FINLANDESA ANNÉ KULONEN FALA SOBRE A COMBINAÇÃO DE ABORDAGENS TRADICIONAIS COM NOVAS
TECNOLOGIAS NA COMPOSIÇÃO DE MÚSICA PARA TV E CINEMA
Anné Kulonen: Virar compositora e trabalhar com música
e áudio foi um caminho muito natural pra mim. Música
sempre foi minha maior forma de expressão. Estive en-
volvida com performance e composição desde muito nova,
e, pra mim, sempre representou um universo no qual eu
poderia mergulhar e me “perder” completamente, não
importando qual fosse a situação da minha vida. Quando
você está compondo e, de repente, tudo se encaixa, você
percebe que tudo está exatamente da maneira que deveria
estar. Eu me considero privilegiada por fazer parte e ga-
nhar a vida com algo que me preenche tanto do ponto de
vista criativo quanto emocional.
Para mim, ter um background musical é defi nitivamente um
grande benefício, pois permite que eu me expresse mais
livremente e facilita a comunicação das minhas ideias aos
outros. Acho que esse meu background aparece em tudo
o que eu crio e funciona bem quando combinado com uma
abordagem mais tecnológica.
Você tem algum tipo de educação musical?
AK: Sim. Estudei desde muito nova. Primeiro, focando em
música clássica, em um conservatório tradicional da Fin-
lândia, com o piano como meu instrumento principal. Mais
tarde, em Londres, completei uma graduação estudan-
do composição e vocal de jazz combinada com a arte do
som. O conteúdo do curso envolvia uma grande variedade
de assuntos, como tecnologia da música, técnicas de es-
túdio, música eletroacústica e acústica. Para mim, estudar
todos esses aspectos da produção de áudio e da música
foi imensamente valioso. Tanto a capacidade de entender
abordagens mais tradicionais quanto a de utilizar novas tec-
nologias são importantes ferramentas no processo criativo.
Na minha opinião, quanto mais ferramentas você tem, mais
liberdade você tem ao se expressar criativamente.
Quais equipamentos você utiliza?
AK: Eu viajo muito por diversos continentes, tento man-
ter meu setup pequeno e o mais portátil possível para
que eu possa trabalhar onde estiver. Os principais com-
ponentes que eu estou usando agora são um Quad-Core
Mac Pro rodando o Logic Pro como meu principal software
ou meu Macbook Pro, se eu estiver viajando. Dependendo
Divu
lgaç
ão
de onde estou e do que preciso, vario entre as interfaces
de áudio Motu Traveler e Apogee Duet, que é compacta e
tem um bom som.
Tenho alguns microfones, mas normalmente uso um Røde
NT4 estéreo, que é muito bom para gravar em diferentes
confi gurações. Os monitores que uso são os Event Tuned
Reference 5s, que tenho há anos. Devo também adquirir
um par de Genelecs em breve. Utilizo muito instrumen-
tos virtuais e plug-ins de efeitos do Logic e stand-alones
e gosto especialmente dos softwares da Spectrasonics e
da Native Instruments. Uso regularmente Kontakt, Battery,
Omnisphere, Trillian e Absynth.
Hoje em dia, com tanta gente usando os mesmos ins-
trumentos virtuais, loops e sample libraries, qual é o
segredo para manter a sonoridade interessante, ori-
ginal e autêntica?
AK: Eu acho que o ponto é ser verdadeiro consigo
mesmo e com sua visão criativa. São a sua visão e a
abordagem pessoal que fazem sua música ter auten-
ticidade e se destacar. E quanto mais você cria, mais
essa visão se fortalece. Também é importante estar
sempre aprendendo e se desenvolvendo, estando
aberto a todo estímulo artístico à sua volta, seja vi-
sual, auditivo ou qualquer outro tipo de experiência
que sirva de inspiração para o seu trabalho.
Tanto a capacidade de entender abordagens mais
tradicionais quanto a de utilizar novas tecnologias
são importantes ferramentas no processo criativo "
"
No meu caso, raramente uso loops e tento usar ao
máximo minhas próprias gravações e sons. É bom
sempre tentar uma abordagem não-convencional e
não-ortodoxa, tanto na maneira de gravar quanto no
processamento. No meu trabalho, adoro misturar sons
mais experimentais com instrumentos mais tradicio-
nais para tentar criar sempre algo surpreendente e único.
Quais as principais diferenças entre fazer música
para o trabalho de um artista e fazer música para
uma imagem?
AK: Compor e produzir meu material como artista solo me
permite total liberdade de expressão e é a refl exão mais
direta da minha abordagem artística, uma vez que existe de
forma completamente independente. Se você estiver fazen-
do música para um outro artista, você precisa obviamente
ter em mente o estilo e a imagem desse artista para que
sua música se ajuste ao perfi l dele.
Sobre fazer música para imagem, o estilo e o gênero para um
determinado projeto é basicamente guiado pelo meu entendi-
mento do signifi cado e da mensagem do projeto e pela visão
do diretor. Na composição para imagem você tem que ser bem
sensível ao que está se passando na tela e deve achar um ca-
minho para que a música complemente e enalteça a imagem,
e não para que compita ou entre em confl ito com ela.
92 | áudio música e tecnologia
CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES
Røde NT4 estéreo: modelo, empregado em diferentes confi gurações, é o mais usado por Anné
Anné
Kul
onen
CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES
Na sua opinião, quais características são
importantes para um bom compositor/pro-
dutor que trabalha com audiovisual? Algu-
ma dica para quem está começando?
AK: Existem, claro, algumas regras e algumas
ferramentas que compositores usam para atingir
um determinado efeito na cena, mas boa parte
também é intuitiva. Você também precisa enten-
der que, para que a imagem respire, às vezes a
melhor coisa que se po de ter é o silêncio.
Além da habilidade técnica e musical, é impor-
tante ser capaz de se comunicar bem com as
pessoas, ser versátil e adaptável e estar disposto
a trabalhar duro, muitas vezes com prazos e or-
çamentos apertados. Às vezes, pode ser uma profi ssão dura,
então são muito úteis a perseverança, a dedicação e saber
lidar com a rejeição. E, acima de tudo, você deve ser capaz
de confi ar na sua criatividade.
Você acha que há alguma área em particular onde
vai haver mais demanda por música e áudio, como
No fi m das contas, ao fazer música para imagem você está
trabalhando no projeto de uma outra pessoa e precisa achar
um caminho que deixe essa pessoa feliz e que também con-
temple a sua visão artística.
Como você vê a relação entre música
e sound design? Você acha que cada
vez mais essas atividades se mistu-
ram ou devem ser tratadas de forma
independente?
AK: Defi nitivamente, eu sinto que música
e sound design não são entidades separa-
das, como costumavam ser. Elas estão se
sobrepondo e se misturando muito mais
do que antes. Eu constantemente combi-
no elementos mais tradicionais com outros
que têm uma abordagem mais criativa do
ponto de vista de sound design. Os grandes
avanços da tecnologia e sua acessibilidade
têm facilitado muito a vida dos composito-
res e produtores no sentido da experimen-
tação com o uso do som de forma
geral, o que torna o trabalho com
áudio muito mais interessante.
94 | áudio música e tecnologia
Estação de trabalho com interface de áudio Motu Traveler e monitores Event Tuned Reference 5s. No quesito softwares, Anné destaca gostar especialmente dos lançados pela Spectrasonics e Native Instruments
Anné
Kul
onen
“São a sua visão e a abordagem pessoal que fazem sua música ter autenticidade e se destacar. E quanto mais você cria, mais essa visão se fortalece”, afi rma Anné
Divu
lgaç
ão
games, aplicativos, internet ou telefones celulares?
Seus planos para o futuro apontam em que direção?
AK: Eu acho que a demanda por produção de música e áu-
dio para internet e dispositivos móveis vai seguir crescendo
no futuro. Nos últimos anos houve grande crescimento da
demanda para música em games, que agora estão compe-
tindo de igual para igual com grandes fi lmes comerciais no
que diz respeito a valores de produção e orçamentos.
Sinceramente, eu amo compor música para imagem e tenho
muita sorte de ter trabalhado em tantos projetos interessan-
tes. Pretendo continuar trabalhando com comerciais de TV
em todo o mundo e aumentar meu trabalho para cinema. O
processo de trabalho de um comercial é bem diferente do de
um fi lme, e eu adoro estar envolvida nos dois. Parte do meu
tempo também será direcionada para a minha carreira como
artista solo. Ainda não me envolvi com a composição para ga-
mes, mas é outra área que pretendo considerar no futuro. •
Ricardo Gomes é guitarrista, produtor e sound designer. Atualmente mora em Londres, onde concluiu um mestrado em produção de áudio pela Universidade de westminster. Procura combinar arte e técnica, inspi-ração e transpiração, Brasil e Inglaterra. Site: www.rgxproductions.com
96 | áudio música e tecnologia
Um bom Carignano combina com uma bela paleta assada
de carneiro, mas você pode preferir um bom Malbec nesse
dia. Quem sabe é o dia de abrir aquele Barolo guardado,
o mesmo de preço mentido por questões
anticonfl ito. Certamente um Beaujolais não
combina, mas pode ser o último amigo pre-
sente na adega. Quer saber? Pega a loira
mesmo lá no freezer. Talvez duas.
Não importa se você gosta do feijão embai-
xo do arroz ou se você prefere um morrinho
menos escamoteado. O que importa é fazer
do seu jeito, ou melhor, ter opção para fazer
do seu jeito. Para isso há ajustes de prefe-
rências no Pro Tools e a Avid tem uma técnica
para lembrar a você que ela existe. Em quase
todos os lançamentos de Pro Tools há ao me-
nos alguma mudança sutil nas preferências
globais que faz com que a gente abra o Pro
Tools pela primeira vez (depois da centésima
quarta instalação) e diga “Ué!”. Daí, algumas
voltinhas no menu Preferences e tudo volta a
ser como a gente gostava. É um jeito de esti-
mular um pouco mais o espírito investigativo.
Tá certo que não dá para personalizar o Pro Tools como per-
sonalizamos alguns outros softwares, concorrentes, inclusi-
ve, mas o que temos à disposição para alterar faz parte de
uma fi losofi a lógica muito bem pensada que pretende dispo-
nibilizar ajustes para você adequar o Pro Tools ao seu estilo
PREFERÊNCIA NÃO É PERSONALIZAÇÃO
PRO TOOLS | Daniel Raizer
Como ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro Tools
A janela Preferences exibindo a guia MIDI
de trabalho e abstrai a permissão de colocar uma moldura
cor de rosa de coraçõezinhos em volta da Edit Window ou a
criação de um template estilo He-Man.
A partir do menu Preferences, que reside dentro do Menu
Setup (e também do Menu Pro Tools, para os usuários dos
computadores da maçã), podemos acessar o conjunto de
ajustes particulares do Pro Tools. Não é um lugar obriga-
tório de visita para se começar a usar o Pro Tools, pois o
áudio música e tecnologia | 97
software irá funcionar muito bem com as confi gurações default
e talvez nunca seja necessário mudar nada.
O mais importante a ser lembrado é “como” as preferências fun-
cionam, e não “qual parâmetro“ elas permitem que seja ajus-
tado; não que esse último item não seja importante também...
Veja: as preferências do Pro Tools são regidas por dois universos
– o global e o local. As preferências globais permitem que o
usuário ajuste parâmetros que fi carão defi nidos para todas as
sessões abertas a partir de então, sejam elas criadas no futuro
ou vindas do passado. As preferências locais afetam parâme-
tros que serão aplicados apenas às sessões atualmente em uso
(abertas) e também afetam aquelas que serão criadas depois
disso. Isto é muito importante, pois toda sessão nova terá as
mesmas preferências locais da anterior. Agora, é importante sa-
ber diferenciar as preferências globais das locais. Para isso, abra
a janela Preferences do Pro Tools e consulte a lista a seguir.
As preferências locais são:
- Guia Display
• Campo Edit Window Default Length
• Caixa Always Display Marker Colors
• Seleção Default Track Color Coding
• Seleção Default Clip Color Coding
- Guia Operation
• Campo Custom Shuttle Lock Speed
• Campo Back/Forward Amount (Pro Tools HD e Pro Tools com
o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)
• Caixa PEC/Direct Style Input Monitoring (Pro Tools HD e Pro
Tools com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)
• Caixa Destructive Punch File Length (Pro Tools HD e Pro Tools
com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)
- Guia Mixing
• Seleção Coalesce Trim Automation (Pro Tools HD e Pro Tools
com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)
- Guia Processing
• Caixa Convert Imported WAV Files To AES31/BroadcastWave
áudio música e tecnologia | 97
98 | áudio música e tecnologia
PRO TOOLS
- Guia MIDI
• Opção Play MIDI Notes When Editing (Essa preferên-
cia não está na guia MIDI; para desativá-la é neces-
sário clicar em seu ícone na Edit Window, mas este
só aparece se houver uma pista de MIDI ou de
instrumento na sessão; seu ícone tem a forma de
um plug de MIDI)
• Caixa Display Events as Modifi ed by Real-Time
Properties
• Caixa Automatically Create Click Track in New Ses-
sions (Opa! Agora você sabe qual caixa desligar
para não aparecer mais a pista de metrônomo toda
vez que criar uma sessão!)
• Campo Default Thru Instrument
• Campo Pencil Tool Resolution When Drawing
Controller Data
• Seleção Delay for External Devices Options (Pro
Tools HD e Pro Tools com o pacote Complete Pro-
duction Toolkit 2 apenas)
Não é muito intuitiva essa diferenciação entre prefe-
rências globais e locais, pois não há uma observação
indicativa de seu gênero em cada uma delas ou uma
cor ou guia que as diferenciem. Mas acredite: não faz
muita diferença.
As únicas preferências que costumo mudar são:
Ícone Play MIDI Notes
When Editing desabilitado
Inserts mostrando a preferência de
exibição de plug-ins por fabricante
• Habilitar a caixa Timeline Insertion/Play Start Marker
Follows Playback na guia Operation (na verdade, cli-
co no seu ícone de atalho na Edit Window). Quando
ativa, faz o cursor (playhead) tocar a partir do último
lugar onde parou, e não do lugar onde estava antes.
Muito prático.
• Na guia Display, habilito a caixa Always Display
Marker Colors para que o espaço entre os marcadores
em sua régua fi quem preenchidos com cor, facilitando
a visualização dos diferentes trechos da sessão.
• Ainda na guia Display, a opção de colorir os channel
strips da Mix Windows de acordo com o tipo da pista
(opção Track Type do campo Default Track Color Coding).
Uma preferência que julgo necessária manter, principal-
mente para quem ainda está desbravando o Pro Tools, é a
caixa Function do campo Tool Tips da guia Display. Ela está
ativa por default e mostra o nome do parâmetro em que
está o ponteiro do mouse. Quando você já estiver confi ante
áudio música e tecnologia | 99
Barra de marcadores com a exibição de preenchimento ativa
Daniel Raizer é especialista de produtos sênior da Quanta Brasil, consultor técnico da Quanta Educacional, músico e autor do livro Como fazer música com o Pro Tools, lançado pela editora Música & Tecnologia. Mantém o blog pessoal danielraizer.blogspot.com.
o sufi ciente com o Pro Tools e entediado com as constantes
caixinhas explicativas, simplesmente desabilite-a aqui.
Outra preferência cujas variantes julgo interessante ava-
liar diz respeito à forma como os plug-ins são organiza-
dos. Esta fi ca na guia Display, no campo Organize Plug-In
Menu By, e suas opções são Category (Categoria), Manu-
facturer (Fabricante) e Category and Manufacturer (am-
bos). Dependendo de sua compulsão por plug-ins, talvez
você goste mais de outra opção além da default.
É verdade: o Pro Tools não é tão amistoso para quem quer
personalização em vez de preferências, mas quem quer isso
realmente? Uma preferência é tomar um Chianti a 16 graus.
Uma personalização é misturar, com a Sangiovesi, um pou-
co de Tannat. Talvez não seja uma boa ideia. •
Abração e até a próxima!
áudio música e tecnologia | 99
100 | áudio música e tecnologia
UTILIZANDO O IPAD COM O SONAR
SONAR | Luciano Alves
Nos últimos números da AM&T detalhei o Menu/Preferences do Sonar
X1 Producer. Ficaram faltando, ainda, alguns itens que serão abor-
dados brevemente. Por ora, farei uma pequena pausa no Menu/Pre-
ferences para esclarecer aos leitores um assunto muito importante:
como transformar o iPad em uma superfície de controle e conectá-lo
ao Sonar X1. Esta matéria é focada no Sonar, mas pode ser adaptada
para diversos softwares, como Nuendo, Cubase, Pro Tools, Reason e
Final Cut, entre outros.
O assunto superfície de controles em si não é, propriamente,
uma novidade. Inclusive, analisei a questão na AM&T 249 (ju-
nho/2012), pois esta é uma das funções disponíveis no Menu/Pre-
ferences. Contudo, superfície de controle via iPad e, ainda mais,
sem fi o, aí sim, trata-se de uma inovação realmente revolucionária
no universo da gravação digital.
Munido de um iPad é possível controlar remotamente diversos parâ-
metros do Sonar através de um aplicativo específi co. Além disso, o
próprio Sonar pode ser disponibilizado no iPad para controle direto,
sem fi o. Já que o iPad utiliza quase que exclusivamente a tecnologia
multi-touch screen (toques múltiplos e simultâneos na tela), diversas
operações tornam-se muito mais ágeis por não necessitarem do mou-
se e do teclado do computador. Além disso, é possível gravar, mixar,
editar e pilotar plug-ins mesmo estando distante do computador.
Se você acha que adquirir um iPad somente para ter uma superfície
de controle touch screen não vale a pena, talvez esteja com toda a ra-
zão. Entretanto, o iPad pode passar a ser um apetrecho indispensável
se você é um músico que compõe, produz, arranja, grava, divulga e
vende sua música, pilota sua homepage e se comunica pelo Facebook,
Skype, MySpace etc. Se você costuma viajar, aí não tem saída: vai
precisar de um iPad de qualquer jeito! Não consigo mais conceber
uma viagem sem o tablet. Além de ser uma central de produção mu-
sical ambulante, o iPad me auxilia muito no que toca à comunicação
e até à localização, pois seu GPS, além de trabalhar por conta própria
(via TomTom), acopla-se a diversos aplicativos que lidam com mapas.
Quer descobrir quais são as lojas de instrumentos em uma determi-
nada cidade? Consulte o Triposo Travel Guide, clique no Maps ou no
TomTom e vá seguindo a rota a pé, de carro ou de ônibus.
Agora que você já se convenceu da necessidade de um
iPad, vou ajudá-lo a colocá-lo para funcionar acoplado ao
Sonar. As instruções a seguir podem ser adaptadas para
diversos softwares DAW (Digital Audio Workstation).
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
Além do modem, do Sonar e do computador (desktop ou
notebook com rede embutida), estes são os apetrechos
e softwares necessários para que o Sonar trabalhe con-
juntamente com o seu iPad:
1. Qualquer versão de iPad, já que todos possuem Wi-
-Fi. Por intermédio desta tecnologia de comunicação sem
fi o, o iPad se conecta com o Sonar. O 3G só é necessário
para os usuários que desejam conectar o tablet à internet
quando não houver uma conexão Wi-Fi disponível. O mo-
delo com 32 GB de arquivamento é recomendável. Inves-
timento: o iPad 3 com 32GB, Wi-Fi/3G e capa protetora
está custando em torno de R$ 2.100,00, enquanto o iPad
2 hoje está consideravelmente mais barato do que antes.
Sonar aberto no computador (com dois monitores) e controlado pelo iPad na posição ideal
INTRODUÇÃO
102 | áudio música e tecnologia
SONAR
2. Aplicativo V-Control Pro versão 1.5.1, da empresa Neyrinck (Paul
Neyrinck). Este é o software responsável pelo controle remoto dos
vários recursos do Sonar. O V-Control Pro necessita ser instalado no
iPad para que o mesmo passe a ser “visto” pelo Sonar como uma su-
perfície de controle física (da marca Mackie). Investimento: o custo
do V-Control na Apple Store (loja virtual da Apple) é de US$ 49,99.
3. Software Ney-Fi. É o driver de MIDI desenvolvido pela Neyrinck.
Após ser instalado no computador, o Sonar passa a mostrá-
-lo na seção MIDI Devices. O driver Ney-Fi é disponibilizado
em um arquivo zipado (ZIP), que deve ser baixado do site da
Neyrinck. Investimento: zero.
4. Software Bonjour. Este aplicativo, que pode ser baixado di-
retamente do site da Apple, é o responsável pela detecção de
qualquer tablet que tente acessar a rede caseira via Wi-Fi.
Baixe o Bonjour na versão relativa ao sistema operacional que
está instalado no seu computador (32 ou 64). Caso você use o
iTunes ou o QuickTime, é provável que o Bonjour já esteja no
seu sistema. Ele, obrigatoriamente, tem que estar instalado no
mesmo computador que o Sonar para que o Wi-Fi do iPad seja
detectado. Se você estiver na dúvida, verifi que se o Bonjour
está presente no computador consultando Iniciar/Painel de
Controle/Programas e Recursos (do Windows). Na lista deverá
constar “Bonjour - Apple Inc.”. Caso o fi rewall do computador
tente bloqueá-lo, clique na opção Permitir (em rede domésti-
ca). Investimento: zero.
5. Roteador wireless (sem fi o) que contenha, também,
portas para conexão de rede. Este é o aparelho respon-
sável pela conexão entre o iPad e o computador desktop
ou notebook. Além disso, possibilita que o computador
principal acesse a internet através de um modem. Inves-
timento: R$ 90,00.
6. Software iTunes versão 10. Este aplicativo pode ser
baixado do site da Apple. É o responsável pelo geren-
ciamento de todos os arquivos de mídia e de softwares
instalados no computador, no iPad e no iCloud (espaço
de armazenamento extra da Apple). Através do iTunes é
que se entra na Apple Store (loja da Apple) para adqui-
rir músicas, fi lmes e, principalmente, aplicativos para o
iPad. Investimento: zero.
7. Um cabo de rede de dois metros e outro de cinco metros
aproximadamente (para o caso do computador fi car afas-
tado do roteador).
CONEXÕES DO EQUIPAMENTO
Siga este passo a passo para que seu equipamento funcio-
ne corretamente:
1. O cabo da internet (Virtua, GVT, Velox, entre outras) deve estar
ligado na entrada do modem. A própria companhia provedora faz
esta instalação.
2. Ligue um cabo de rede da saída do modem para a entrada WAN do
roteador. Leia as instruções de registro do roteador. As confi gurações
do roteador são diferentes para cada companhia provedora de acesso,
Sonar X1 sendo mostrado e operado remotamente no próprio iPad
O painel do app V-Control, que pode ser adquirido na Apple Store
104 | áudio música e tecnologia
SONAR
A janela Preferences/MIDI/Devices mostrando as opções do V-Control habilitadas
Janela da Control Surface, onde deve ser adicionada a superfície de controle Mackie com as opções de In Port e Out Port marcadas para V-Control
mas não se preocupe, pois o manual fornece todas as informa-
ções para habilitá-lo facilmente. Esta operação, que era trauma-
tizante, agora leva apenas cinco minutos. Se quiser evitar este
trabalho, peça ao vendedor da loja que o confi gure para você.
Ele irá lhe cobrar, no máximo, R$ 30,00. Vale destacar que os
técnicos que instalam o modem também sabem perfeitamente
como confi gurar o roteador. Posteriormente, por precaução, tro-
que a senha do roteador.
3. Ligue um cabo de rede entre uma das saídas do roteador e a
entrada de rede do computador. É impossível errar o local, pois
os conectores são dedicados a cada tipo de plug. Esta é a melhor
opção, pois ligar o computador ao roteador via Wi-Fi fará com
que a comunicação do computador com o iPad fi que muito lenta,
já que dois aparelhos estarão disputando a comunicação wireless
(sem fi o, Wi-Fi) simultaneamente. Há, ainda, uma outra possibi-
lidade que proporciona ótimo resultado e dispensa o roteador: a
criação de uma rede Ad Hoc que inclua o computador e o iPad.
Este tipo de rede é muito utilizado nas grandes empresas em si-
tuações de emergência (quando há algum problema na rede es-
truturada por roteador e esta para de funcionar). Pessoalmente,
utilizo este recurso esporadicamente para passar todo o conteú-
do de um computador para outro, se bem que, com a segurança
proporcionada pela clonagem de HD, tenho usado diariamente o
Disk Wizard, da Seagate, que é um ótimo clonador.
4. Acesse a internet para checar se o roteador e o modem estão
funcionando perfeitamente. Provavelmente, a Central de Rede e
Compartilhamento do computador abrirá uma janela e perguntará
que tipo de rede você deseja estabelecer. Neste ponto, opte por Do-
méstica em vez de Pública. No meu caso, compartilho somente a
impressora e uma pasta básica para troca de arquivos entre
os demais computadores da rede.
CONFIGURAÇÃO DO SONAR
Para que a comunicação entre os aparelhos funcione de forma
perfeita, é necessário, primeiramente, algumas regulagens no
Sonar. Siga os seguintes passos:
1. Rode o Ney-Fi para que ele fi que residente na memória do
computador. O respectivo ícone passará a aparecer na barra de
ferramentas. Não estranhe, pois o Ney-Fi não é um software
que possui confi gurações. Se, posteriormente, você reparar
que o Ney-Fi não está aparecendo como driver de entrada e
de saída de MIDI no Sonar, volte a este mesmo passo e rode-o
como administrador do computador que tudo dará certo.
2. Abra o Sonar e carregue qualquer arquivo.
3. Clique no menu Edit/Preferences/MIDI/Devices (ou tecle P)
do Sonar e habilite o V-Control para Input e Output de MIDI.
4. Adicione a superfície de controle Mackie através do menu
106 | áudio música e tecnologia
SONAR
Edit/Preferences/MIDI/Devices (ou tecle P). Selecione MIDI/Control
Surfaces. Clique no ícone Add New Controller/Surface, que mostra
uma pequena estrela amarela. Abre-se a janela do Controller/Sur-
face Settings. Selecione a superfície de controle Mackie (no final da
lista). Aproveite e selecione V-Control para Input Port
e Output Port nos respectivos botões.
5. Ainda na janela Preferences/MIDI/Devices, marque
WAI e também Control Strips Visible in Tracks View.
6. Clique no Menu/Utilities/Mackie Control - 1. É aqui
que criamos associações das funções da superfície Ma-
ckie com os botões do aplicativo V-Control do iPad. Na
próxima AM&T detalharei estas opções minuciosamen-
te. Por ora, habilite apenas o item Meters para Signal
Leds + Meters. Por padrão, esta opção vem desligada,
mas ela é, justamente, a responsável por mostrar a
atividade dos VUs (Volume Units) no aplicativo V-Con-
trol do iPad. Você não vai querer mixar a partir do iPad
sem ver a atividade dos volumes de cada canal, certo?
7. Salve esta configuração como um novo Preset,
como, por exemplo, “Mackie com V-Control no iPad”.
LANÇANDO OS SOFTWARES
Uma forma de garantir o bom funcionamento do
complexo é seguindo esta ordem de ativação dos
componentes:
1. Ligue o modem e o roteador. É sempre bom que
os dois estejam conectados no mesmo filtro de li-
nha e que sejam ligados simultaneamente.
2. Ligue o computador.
3. Rode o Ney-Fi e confira se o mesmo está resi-
dente na barra de tarefas. Se o firewall ou sistemas
de segurança do computador tentarem bloquear a
atuação do Ney-Fi, opte pela opção Permitir (em
Rede Doméstica). Evite a opção Rede Pública para
não comprometer a segurança do seu computador.
O firewall só tenta bloquear o Ney-Fi na primeira
vez em que é acionado.
4. Rode o Sonar e abra um arquivo.
5. Ligue o iPad e rode o app V-Control. Confira se
o campo Neyrinck, à direita, em cima, está ver-
de. Observe que, automaticamente, o V-Control
assume a posição horizontal no iPad, pois o mes-
mo precisa de espaço para mostrar oito pistas de
cada vez. Verifique se a janela de Edit do iPad
controla o Sonar. Para tal, toque no botão verde, situado
embaixo, à direita. Após a janela Edit abrir, toque no bo-
tão New Audio e confira se o Sonar acrescentou uma pista
Janela da superfície Mackie Control - 1, onde podemos associar diversos recursos
ao aplicativo V-Control do iPad
A janela de Edit do V-Control possibilita controlar remotamente diversos recursos do Sonar
áudio música e tecnologia | 107
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
de áudio. Deslize o dedo sobre o Scrub/Shuttle e repare
se o Sonar avança e retrocede a posição do Now Time.
OBSERVAÇÕES
- Não esqueça de fazer backups regulares do iPad no seu
computador e no iCloud.
- Se algo não estiver funcionando, verifique se o Bonjour
está instalado no computador e se o In Port e Out Port es-
tão habilitados para V-Control no Menu/Preferences/MIDI/
Control Surfaces do Sonar.
- Comece a pesquisar os controles do V-Control. Você pode ini-
ciar pelos botões de Transport (Play, Stop, Pause, Rewind etc.).
Tente praticar os movimentos de mixagem nos faders e nos
botões rotativos do pan. Lembre-se de que o iPad é multi-touch
screen, logo é possível arrastar vários faders ao mesmo tempo.
- Utilize os botões Chan (channel) e Bank para visualizar
mais canais na tela do iPad. Lance o Sonar inteiro na tela
do iPad através do botão V-Window que está localizado à
direita e embaixo da tela do iPad. Controle o Sonar a partir
da tela do iPad sem utilizar o mouse.
- O aplicativo AC-7 Core, que custa US$ 7,99 na Apple Sto-
re, é uma alternativa para aqueles que desejam economi-
zar. No entanto, é necessário pesquisar e compará-lo com
o V-Control. Após vários dias lendo anúncios e resenhas,
concluí que valeria a pena o investimento de US$ 49,99
para ter um aplicativo mais eficiente e seguro. Esta é uma
despesa que realmente compensa. •
No próximo mês, detalhes dos recursos do V-Control
para iPad.
Boas gravações e sequenciamentos.
108 | áudio música e tecnologia
CLASSIFICADOS
CURSOS• Curso Básico de som através de uma abordagem prática e simplifi cada e demonstrações em equipamentos ao vivo.O aluno terá oportunidade de acompanhar o sinal de áudio desde sua captação passando por todas as etapas até chegar ao nosso ouvido.Informações e programa do curso em www.sabrasom.com.br fones 11 3227-6904 e 11 3228-7970 ou e/mail [email protected] - São Paulo/SP
• EM&T - Escola de Música e Tecnologia - Cursos de guitarra, contrabaixo, violão, teclado, bateria etc. São Paulo/SP - Tel.: 11 5012-2777 Email: [email protected] Site: www.emt.com.br
• AeM - Audio e MúsicaCursos de HomeStudio, Operador de Áudio (PA e Monitor), Materização, Sound Forge, SONAR, Pro Tools entre vários outros. Cursos Presenciais e à Distância. Tel.: 11 3711-3880 - Email: [email protected]: www.audioemusica.com.br
• CAM -Curso de Áudio & Música e Iluminação - (S.J.BCurso de: Áudio Profi ssional - Processadores de Efeitos - Geren-ciadores de Sistemas -Mixagem - P.A. - Monitor - Estúdio -Grava-ção e Masterização -Microfonação -Iluminação Profi ssional -Softwares - Tel.: 19 3633-2679 - Email: [email protected] - Site: www.camaudioemusica.com.br
• CTMLA - Centro de Tecnologia Musical Luciano AlveAulas individuais de Home Studio, Sonar, Sound Forge, Instru-mentos Virtuais e Produção de CD. As aulas personalizadas são ministradas pelo próprio Luciano Alves.Tel.: 21 2226-1033 - Email: [email protected] Site: www.ctmla.com.br
• Curitiba AudiowizardsÁudio Regular - Áudio Intermediário - Intensivo - Produção Musical. Curitiba/PRTel.: 41 3223-4432 - Site: www.audiowizards.com.br
• Curso de Áudio Pro RecCursos: Home-studio, Produção de CD independente, Montagem de PC para áudio, Treinamento em Sonar, Midi e outros. Informa-ções e inscrições online pelo site www.prorec.com.br ou pelo tel (21) 2439-9966 de segunda à sexta. Tel.: 21 2439-9966 - Email: [email protected] Site: www.prorec.com.br
• Curso de áudio profi ssional - básico e avançadoNúcleo de Formação Profi ssional de Belo Horizonte-MG oferece cursos para músicos, maestros, operadores de áudio, técnicos de instalação, técnicos de gravação, operadores de sistemas para igrejas etc. Tel.: 31 3374-7726Email: [email protected]. Site: www.dgcaudio.com.br
• Curso de DJsCurso de DJs na escola Groovearte com duração de um mês. Nele os alunos terão os conteúdos: iniciação musical para dis-cotecagem; mixagem; estilos; e profi ssionalização.A Groovearte fi ca no bairro Paraíso, em São Paulo-SP.São Paulo/SP. Tel.: 11 3887-1486. Email: [email protected]: www.groovearte.com.br
• Curso de Home StudioCurso ministrado por Sergio Izecksohn (coordenador), Pedro wood, Daniel Medeiros, Julio Moura e Diogo Bortoluzzi. Nele os alunos produzem um CD em todas as etapas, experimentando pessoalmente os programas, a operação do estúdio e os con-teúdos demonstrados nas aulas. Conteúdo: produção musical, masterização, mixagem etc.São quatro opções de horário: tarde, noite, intensivo e aos sábados. Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2558-0300Email: [email protected] Site: www.homestudio.com.br
• FOUR MUSIC NEGÓCIOS MUSICAIS E ENTRETENIMENTO LTDADiscotecagem, Composição Musical, Áudio, Produção Eletrônica, Produção Musical e Music Business. São Paulo/SP - Tel.: 011 4105-9414 Email: [email protected]
• Hitec ÁudioCurso de Áudio e Acústica. projeto, instalação e manutenção Taubaté/SP. Tel.: 12 3632-1127Email: [email protected] Site: www.hitecaudio.com.br
• IATECÁudio Básico - Home Studio - Home Theater -Masterização - Medidas em Áudio -Música online -Produção ExecutivaProdução Fonográfica - Regular de Áudio - Restauração de Áudio - Roadies - Técnicas de GravaçãoTécnicas de SonorizaçãoRio de Janeiro/RJ. Tel.: 21 2493-9628Email: [email protected] Site: www.iatec.com.br
• IAV - Instituto de Áudio e VídeoCurso sobre Fundamentos Básicos de Áudio e Acústica- Pro Tools - Operação em Mesas Digitais - Efeitos para Mixagem -So-norização - Prático de Gravação- MIDI Básico - Musicalização para Técnicos e Músicos Iniciantes - Reciclagem para profi s-sionais de Áudio - Produção de Música Eletrônica. São Paulo/SP. Tel.: 11 5573-3818 Email: [email protected]: www.iav.com.br
• Áudio básico, regular e intermediárioA Curitiba Audiowizards promove cursos de áudio básico, regular e intermediário, além de pré-produção e produção musical para formação de técnicos de PA e estúdio.Tel.: 41 3223-4432Site: www.audiowizards.com.br
• Curso de áudio profi ssional - básico e avançadoNúcleo de Formação Profi ssional de Belo Horizonte-MG oferece cursos para músicos, maestros, operadores de áudio, técnicos de instalação, técnicos de gravação, operadores de sistemas para igrejas etc.Tel.: 31 3374-7726Email: [email protected]: www.dgcaudio.com.br
• Hi-Fi Audio SolutionsCentro de Producao Musical Hi-Fi Audio Solutions oferece cur-sos de fundamentos de audio em sistemas analogicos e digitais, ProTools, Reason, instrumentos virtuais, entre outros, para todos os interessados em topicos de musica e tecnologia e para todos os fi ns. Tel: (31) 3357-5292 / 8787-5292. email: [email protected]. site: www.fwjshifi .xpg.com.br Belo Horizonte/MG Tel.: 31 3357-5292
áudio música e tecnologia | 109
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Conversor Mytek 096dac de qualidade sonora impecável, tem controle de volume preciso para Vc Controlar a saída de sua monitoração e saida para fone de ouvido. 02 Entradas Spdif, 01 Aes/Ebu E 01 Optica ;Saidas xlr balanceadas e fone de ouvido. Carlos - Tel.: (21) 8234-9289 Email: [email protected] Digidesign 192 I/o Cartão Digital - cartão digital - com 08 IN e 8 OUT AES/EBU , TDIF ou ADAT para interface Digidesign 192 - sistema Pro Tools HD funcionando perfeitamente e bem conservado : R$ 1599,00 – Carlos - Tel.: 21-8234.9289 Email: [email protected]
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áudio música e tecnologia | 109
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Equipamentos Novos na caixa - Dbx 260-R$ 2400,00/Par Led one PLS-R$530,00 / Inuke 3000 watts-R$1350,00 / Mixer Dj Dx 2000 USB-R$1.100,00 / Mesa xL 16 Beringuer-R$1550,00 reais / Shure Slx sem fio Beta 58-R$1500,00 - Antonio Lourenço - Tel.: (16) 9773-2749 Email: [email protected] Site: www.jmcaudioeiluminacao.com.br
áudio música e tecnologia | 111
Produto/Empresa
Allen & Heath (Audio Premier)
Arena
Attack
Audio Technica (ProShows)
Audix (Gobos)
Avid (Quanta Music)
B&C Speakers
Behringer (Pro Shows)
CTMLA
D.A.S (Decomac)
Edu Vianna
Electro-voice (Audio Premier)
EM&T
Expomusic
Focusrite (ProShows)
Gigplace
IATEC
Incrível Mundo
JBL (Harman)
João Américo
Kadosh
K-array (Gobos)
Knob
Lab.Gruppen (Decomac Pro)
Leac´s
Lexsen (Pro Shows)
Lighting week
Mackie (Habro Music)
Novation (ProShows)
Omid Academia de Áudio
Oversound
Penn Elcom
Power Click
Presonus (Quanta Music)
Prisma
Pro Class
Rode (Pinnacle)
Shure (Pride)
Sonotec
Studio R
Taigar
Vibrasom
waldman (Equipo)
Yamaha
Yellow
Telefone
11 4996-3654
71 3346-1717
43 2102-0100
11 3527-6900
11 4368-8291
19 3741-4646
51 3348-1632
11 3537-6900
21 2226-1033
11 3333-3174
11 8693-1023
11 4996-3654
11 5012-2777
11 3527-6900
21 2493-9628
51 3479-4000
71 3394-1510
21 2111-3119
11 4368-8291
21 3087-7432
11 3333-3174
11 4891-1000
11 3527-6900
11 2787-0300
11 3357-6900
11 3814-1571
12 3637-3302
11 5678-2000
21 2722-7908
19 3741-4646
51 3711-2408
21 2224-9278
11 2605-0563
11 2975-2711
18 3941-2022
11 5031-8660
49 3536-0209
11 4393-7900
11 2199-2999
11 3704-1377
41 3363-0113
Pág
29
75
45
11
65
49
35
2/3
109
21/23
89
31
112
107
59
87
95/99
105
7/9
87
19/41/73/79/83
57
97
67
51
17
103
15
71
91/93
43
25
69
13
77
85
39
3/4ª capa
61
3ª capa
33
53
65
27
81
Home-page/e-mail
www.audiopremier.com.br
www.arenaaudio.com.br
www.attack.com.br
www.proshows.com.br
www.gobos.com.br
www.quanta.com.br/music
www.bcspeakers.com.br
www.proshows.com.br
www.ctmla.com.br
www.decomac.com.br
protools.eduvianna.com.br
www.audiopremier.com.br
www.emt.com.br
www.expomusic.com.br
www.proshows.com.br
www.gigplace.com.br
www.iatec.com.br
www.enricodepaoli.com
www.jblaudio.com.br
www.joao-americo.com.br
www.kadoshmusic.com.br
www.gobos.com.br
www.knob.com.br
www.decomac.com.br
www.leacs.com.br
www.proshows.com.br
www.lwbr.com.br
www.mackiebrasil.com.br
www.proshows.com.br
www.academiadeaudio.com.br
www.oversound.com.br
www.trusst.com.br
www.powerclick.com.br
www.quanta.com.br/music
www.prismaaudio.com.br
www.proclass.com.br
www.pinnaclebroadcast.com
www.shure.com.br
www.sonotec.com.br
www.studior.com.br
www.taigar.com.br
www.vibrasom.ind.br
www.waldman-music.com
www.yamaha.com.br
www.yelow.art.br
INDÍCE DE ANUNCIANTES
112 | áudio música e tecnologia
Demorou certo tempo até que surgisse o famoso
sonho de levar o computador a entrar na enge-
nharia de música (bem, e muitos anos mais para
inventarem o tal computador!). Mas quando ele
ingressou no estúdio, virou uma festa. Ele chegou
com alguma timidez, para não dizer incapacidade.
No início, os computadores somente gravavam
MIDI. A primeira vez que vi um Mac gravando e
reproduzindo áudio foi simplesmente emocionan-
te! E eu pensei: “um dia os estúdios não terão
mais mesas…”. Demorou até os sistemas de gra-
vação em computador ficarem com capacidade o
suficiente para abandonarmos as fitas de grava-
ção, mas este dia chegou, e ficamos com os Macs
“voltando” áudio nos canais das mesas.
Não existia processamento suficiente para abrir-
mos plug-ins em todos os canais, e nem o som dos
plug-ins era lá essas coisas. Isso seria um sonho, e
este sonho, sim, foi realizado. Temos MacBooks ro-
dando Pro Tools com plug-ins em todos os canais.
O áudio soa ótimo e os plug-ins também. Cabe
dentro de uma mochila pequena… Isso pra não di-
zer onde já estamos rapidamente chegando com
os iPads. E, agora, qual o sonho de todo mundo?
Ter uma mesa analógica clássica, pré-amps valvu-
lados e compressores com botões enormes!
Vamos lá: faz realmente alguma diferença? Que
pergunta complicada e que resposta delicada! Va-
mos começar por algumas vantagens da nossa
atual era tecnológica. Para início de conversa, an-
tigamente só gravava disco quem tinha a enorme
sorte de ser contratado por uma gravadora, e para
ser engenheiro de música, tinha que… nem eu sei!
A profissão era desconhecida! Hoje, qualquer pes-
soa pode comprar um notebook e gravar um disco
(às vezes, isso pode não ser tão bom...). Antes,
um disco era feito em períodos de horas alugadas
de um estúdio. Era caríssimo e depois que você
saía entrava um outro cliente, que mexia em todas
as suas regulagens e você nunca mais voltaria na-
quela mix, caso precisasse. Hoje você grava quan-
do quiser e onde quiser. Mas e o som?
Um Amplitube substitui um amplificador Fender,
uma sala maravilhosa e um Neumann M49? Di-
gamos que o som do simulador é inacreditável,
mas as milhares de variantes que se consegue
com o real são únicas. Agora, se você não tiver
o amp Fender, a sala maravilhosa e o M49, com
certeza terá um melhor timbre no Amplitube do
que no home studio do seu vizinho. E os equa-
lizadores? Um Pultec, por exemplo. As válvu-
las estão em alta há um bom tempo. Não sei o
que acontece com valvulados. Devem ser sexy,
pois são realmente desejados. O mais curioso
é que os dois pré-amps mais famosos da histó-
ria, Neve e os API, não são valvulados. O que
acontece é que a grande característica do som
de um valvulado vem mais do transformador de
entrada do que da válvula em si. E a maioria
dos equipamentos valvulados (caros) têm bons
transformadores em seus designs.
Pois bem, e o que isso tem a ver com os plug-ins?
Quem é melhor? Quando o áudio passa por esses
transformadores ele é muito modificado. Sim, um
famoso Neve, por exemplo, causa uma mudança
tão radical no som que ele não seria indicado para
uma gravação de cordas que pede uma sonorida-
de natural e transparente. No entanto, todas as
variações, cores, reações que um Neve tem ao
receber as mais variadas nuances de música não
são tão simples de simular. E tem mais: além da
impedância do pré-amp alterar o som lá dentro
do microfone, estes transformadores dentro dos
prés emitem harmônicos bem diferentes quando
alimentados com muito ganho, causando até mes-
mo uma compressão no áudio. Sim: muitos equi-
pamentos somente em ter o áudio passando por
eles com um certo ganho não apenas respondem
com mais harmônicos, engordando o som, como
também o comprimem, causando aquela sensação
de que tudo está mais alto, gordo, no lugar, com
os sons todos parecendo mais um único disco. Ou
seja, tudo aquilo que a gente busca quando está
mixando uma música dentro do computador.
Vale lembrar que cada equipamento causa isso
tudo de forma diferente. Se não fosse assim, só
existiria um único compressor, um único pré-amp
e um único equalizador. E se colocássemos, di-
gamos, 6 dB em 1 kHz em dois Eqs, ambos nos
dariam o mesmo resultado. E não é esse o caso.
Cada eletrônica reage de forma diferente à quan-
tidade de ganho passando por ela e de acordo
com as características do áudio que por ali passa
e é processado. Isso tudo torna o plug-in pior?
Não. Ele oferece mil vantagens, como preço, ta-
manho, recall, automação, estabilidade no tim-
bre, quantidade disponível por música etc., mas
não tem como emular toda e qualquer situação
que um equipamento real geraria.
Se alguém disser ao ouvir uma música no rádio
que aquele Eq da voz é plug-in ou real, creio que
a afirmação não será feita com tanta certeza, mas
pode ser que, no todo, note-se uma mix com um
outro resultado. Absolutamente melhor? Não. Ab-
solutamente diferente? Muito possível. Mas não se
preocupem: essa insatisfação que faz com que se-
jamos “do contra” e queiramos os equipamentos
todos de volta justamente quando o computador
passa a dar conta de tudo não é um privilégio dos
engenheiros de música. As canetas eram tinteiro
e os relógios eram mecânicos, e eram caríssimos.
Inventaram canetas descartáveis e relógios de ba-
teria, mas estes não têm a menor graça!
Bons sons, quentes e cheios de harmônicos (se
assim combinarem com a música), nos botões
ou nos mouses!
LUGAR DA VERDADE | Enrico De Paoli
Enrico De Paoli é engenheiro de música. Mixa e masteriza em seu Incrível Mundo Studio e soma classic & analog.
Trabalhos recentes incluem Ária, de Djavan, Vodka Smirnoff (campanha mundial) e Jorge Vercilo. Conheça também o
treinamento Mix Secrets. Site: www.EnricoDePaoli.com.
tudo é cíclico(E o jEito dE fazEr discos não é uma EXcEção)