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Atualização das diretrizes em Infecções Sexualmente Transmissíveis PCDT do MS, Brasil 2015 Luiza Menezes Profa. Adjunta da FCM/UPE Membro do Comitê Assessor de DST do DDAHV /SVS/MS

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Atualização das diretrizes em Infecções Sexualmente

Transmissíveis PCDT do MS, Brasil 2015

Luiza Menezes Profa. Adjunta da FCM/UPE

Membro do Comitê Assessor de DST do DDAHV /SVS/MS

Destaques do novo PCDT/IST

1. Mudança de terminologia: DST → IST

2. Manejo integral das IST a. Manejo das IST sintomáticas com uso de fluxogramas

b. Rastreamento e tratamento das IST assintomáticas

3. Atualização do tratamento da gonorreia

4. Atualização do Tratamento da Sífilis Adquirida

5. Definição de caso de sífilis congênita quanto ao tratamento inadequado da gestante com sífilis

6. Incorporação das drogas recomendadas para tratamento das IST na Rename

7. Incorporação de testes no SIGTAP

Gonorreia e clamídia em mulheres Hepatite B Papiloma Vírus Humano (HPV)

1. Mudança de terminologia

DST

Doenças Sexualmente Transmissíveis

IST

Infecções Sexualmente Transmissíveis

SINTOMÁTICOS

DST/AIDS

ASSINTOMÁTICOS

2.a.Manejo das IST sintomáticas com uso de fluxogramas

• Manifestações clínicas das IST:

– Corrimento vaginal

– Corrimento uretral

– Úlceras genitais

– Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

– Verrugas anogenitais

Corrimento Vaginal

Corrimento Vaginal – Etiologia

Corrimento

Vaginal

Vaginose

Bacteriana

Crescimento excessivo de bactérias anaeróbias

Candidíase

Vulvovaginal

Candida spp.

Tricomoníase

Trichomonas vaginalis

Causas

não infecciosas

vaginite inflamatória descamativa, vaginite atrófica, presença de

corpo estranho

Corrimento Vaginal – Diagnóstico

Diagnóstico Laboratorial de Corrimento Vaginal

pH vaginal

pH > 4,5 – vaginose bacteriana ou tricomoníase

pH < 4,5 – candidíase vulvovaginal

Teste de Whiff (teste das aminas ou “teste do

cheiro”)

Eliminação de

“odor de peixe”

Exame a fresco

Leucócitos, células parabasais, leveduras,

pseudo-hifas

Bacterioscopia por coloração de Gram

presença de clue cells

Corrimento Vaginal – Fluxograma

LUIZA MENEZES

pH < 4,0 e TESTE DO KOH

NEGATIVO

pH > 4,5 OU TESTE DO KOH

POSITIVO

CAUSA FISIOLÓGICA

TRATAR CANDIDÍASE

TRATAR TRICOMONÍASE E

VAGINOSE BACTERIANA

ACONSELHAR, OFERECER VDRL, ANTI-HIV, HEP. B e C, VACINAR CONTRA HEP. B, ENFATIZAR ADESÃO AO TRATAMENTO, NOTIFICAR, CONVOCAR E TRATAR PARCEIROS NOS CASOS DE

TRICOMONÍASE E CERVICITE E AGENDAR RETORNO

pH VAGINAL E/OU TESTE DO KOH A 10%

SIM NÃO

ASPECTO DO CORRIMENTO GRUMOSO OU ERITEMA

VULVAR

PN-DST/Aids, 2006

FLUXOGRAMA DE CORRIMENTO VAGINAL SEM MICROSCÓPIO

LUIZA MENEZES

MICROSCOPIA DISPONÍVEL NA CONSULTA

HIFAS, ESPOROS OU MICÉLIOS

BIRREFRINGENTES

CORPÚSCULOS FLAGELADOS E MÓVEIS

CLUE CELS OU AUSÊNCIA DE LACTOBACILOS

TRATAR CANDIDÍASE TRATAR TRICOMONÍASE TRATAR VAGINOSE BACTERIANA

ACONSELHAR, OFERECER VDRL, ANTI-HIV, HEP. B e C, VACINAR CONTRA HEP. B, ENFATIZAR ADESÃO AO TRATAMENTO, NOTIFICAR, CONVOCAR E TRATAR PARCEIROS NOS CASOS DE

TRICOMONÍASE E CERVICITE E AGENDAR RETORNO

FLUXOGRAMA DE CORRIMENTO VAGINAL COM MICROSCÓPIO

PN-DST/Aids, 2006

Corrimento Vaginal – Tratamento

• Candidíase vulvovaginal Primeira opção Segunda opção Tratamento em gestantes Casos recorrentes

Miconazol creme a 2%,

via vaginal, um aplicador

cheio, à noite ao deitar-

se, por 7 dias

OU

Nistatina 100.000 UI,

uma aplicação, via

vaginal, à noite ao deitar-

se, por 14 dias

Fluconazol 150 mg, VO, dose

única

OU

Itraconazol 100 mg, 2

comprimidos, VO, 2x/dia,

por 1 dia

Durante a gravidez, o

tratamento deve ser

realizado somente por via

vaginal

O tratamento oral está

contraindicado na gestação

e lactação

Mesmas opções do

tratamento da

candidíase vaginal, por

14 dias

OU

Fluconazol 150 mg, VO,

1x/dia, dias 1, 4 e 7,

seguido de terapia de

manutenção: fluconazol

150mg, VO, 1x/semana,

por 6 meses

Corrimento Vaginal – Tratamento

• Vaginose bacteriana Primeira opção Segunda opção Tratamento em gestantes Casos recorrentes

Metronidazol 250 mg, 2

comprimidos VO, 2x/dia,

por 7 dias

OU

Metronidazol gel vaginal

100 mg/g, um aplicador

cheio via vaginal, à noite

ao deitar-se, por 5 dias

Clindamicina 300 mg, VO,

2x/dia, por 7 dias

Primeiro trimestre:

Clindamicina 300 mg, VO,

2x/dia, por 7 dias

Após 1º trimestre:

Metronidazol 250 mg, 1

comprimido VO, 3x/dia,

por 7 dias

Metronidazol 250 mg, 2

comprimidos VO, 2x/dia,

por 10 a 14 dias

OU

Metronidazol gel vaginal

100 mg/g, um aplicador

cheio, via intravaginal,

1x/dia por 10 dias,

seguido de tratamento

supressivo com duas

aplicações semanais, por

4 a 6 meses

Corrimento Vaginal – Tratamento

• Tricomoníase Primeira opção Tratamento em gestantes

Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos,

VO, dose única (dose total de tratamento

2g)

OU

Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos,

VO, 2x/dia, por 7 dias

Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO,

dose única (dose total de tratamento 2 g)

OU

Metronidazol 400 mg, 1 comprimido, VO,

2x/dia, por 7 dias

OU

Metronidazol 250 mg, 1 comprimido, VO,

3x/dia, por 7 dias

Corrimento Uretral

LUIZA MENEZES

Uretrite, sim. Gonococo? Clamídia? Outro agente?

Corrimento Uretral – Etiologias

Corrimento

Uretral

Neisseria

gonorrhoeae

Chlamydia

trachomatis

Trichomonas vaginalis, Ureaplasma urealyticum,

enterobactérias , Mycoplasma genitalium, vírus do herpes

simples, adenovírus e Candida spp.

Causas

traumáticas

Corrimento Uretral – Diagnóstico

Diagnóstico

Laboratorial de Corrimento Uretral

Exame físico

Drenagem purulenta ou

mucopurulenta

Bacterioscopia por coloração de Gram de secreção uretral

> 5 PMN em lâmina imersão

Teste de estearase leucocitária

> 10 PMN em lâmina imersão

NAAT

biologia molecular

Método específico

Corrimento Uretral – Fluxograma

Corrimento Uretral – Tratamento

• Uretrite gonocócica e por Clamídia não complicada (uretrite e proctite)

Primeira opção Segunda opção

Ciprofloxacina 500 mg, 1 comprimido, VO, dose

única, MAIS

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose

única

OU

Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única

MAIS

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose

única

Em menores de 18 anos e gestantes:

A ciprofloxacina é contraindicada, sendo a

ceftriaxona o medicamento de escolha

Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única, MAIS

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO,

dose única

OU

Cefotaxima 500 mg, IM, dose única

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

Doença Inflamatória Pélvica (DIP) – Diagnóstico

Critérios diagnósticos:

Três critérios maiores

MAIS

um critério menor

OU

um critério elaborado

Critérios maiores

Dor no hipogástrio

Dor à palpação dos anexos

Dor à mobilização de colo uterino

Critérios menores

Temperatura axilar > 37,5°C ou temperatura >

38,3°C

Conteúdo vaginal ou secreção endocervical

anormal

Massa pélvica

Mais de cinco leucócitos por campo de imersão

em material de endocérvice

Leucositose em sangue periférico

Proteína C reativa ou velocidade de

hemossedimentação (VHS) elevada

Comprovação laboratorial de infecção cervical

por gonococo, clamídia ou micoplasmas

Critérios elaborados

Evidência histopatológica de endometrite

Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo

de saco de Douglas em estudo de imagem

Laparoscopia com evidência de DIP

Luiza Menezes Prof ª Adjunta – FCM/UPE

Anamnese e exame clínico ginecológico (TV /EE)

Sangramento vaginal ou atraso menstrual ou parto-aborto recente ?

NÃO

SIM

Encaminhar para

serviço de referência hospitalar

Quadro abdominal grave: defesa muscular ou dor à descompressão ou febre >37,5º C?

NÃO

SIM

Diagnóstico clínico de DIP? NÃO SIM

Coletar material para gono, TV e VB Iniciar tratamento para DIPA, agendar retorno com 3 dias

I

n

v

e

s

t

i

g

a

r

o

u

t

r

a

s

c

a

u

s

a

s

Houve melhora? NÃO SIM Manter conduta Enfatizar adesão ao tratamento

Aconselhar Oferecer VDRL, anti-HIV, hepatites B e C Vacinar contra hep. B Convocar e tratar parceiro(s) Agendar retorno Notificar

FLUXOGRAMA DE DESCONFORTO OU DOR PÉLVICA

Paciente com queixa de desconforto ou dor pélvica

Após a alta: encaminhar para seguimento ambulatorial

Critérios maiores

Dor no hipogástrio

Dor à palpação dos anexos

Dor à mobilização de colo uterino

Critérios menores

Temperatura axilar > 37,5°C ou

temperatura > 38,3°C

Conteúdo vaginal ou secreção

endocervical anormal

Massa pélvica

Mais de cinco leucócitos por campo de

imersão em material de endocérvice

Leucositose em sangue periférico

Proteína C reativa ou velocidade de

hemossedimentação (VHS) elevada

Comprovação laboratorial de infecção

cervical por gonococo, clamídia ou

micoplasmas

Critérios elaborados

Evidência histopatológica de

endometrite

Presença de abscesso tubo-ovariano ou

de fundo de saco de Douglas em estudo

de imagem

Laparoscopia com evidência de DIP

Indicação de internamento? SIM NÃO

Luiza Menezes Prof ª Adjunta – FCM/UPE

Ambulatorial:

Ceftriaxona 500 mg IM, dose única

+ Doxiciclina 100 mg VO de 12 / 12 horas, 14 d

+ Metronidazol, 500mg, VO de 12/12h, 14 d

D I P A (Gonococo e clamídia)

Tratamento antimicrobiano

Luiza Menezes Prof ª Adjunta – FCM/UPE

Pacientes internadas (Estadios 2, 3 e 4):

Esquema 1: Cefoxitina 2 g, IV, 4x/dia, por 14 d

+ Doxiciclina 100 mg, VO, 2x/dia, por 14 d

Esquema 2*: Clindamicina, 900 mg IV de 8/8 h

+ Gentamicina, (IV ou IM), por 14 d:

ataque 2 mg/kg; manutenção: 3-5 mg/kg/dia Esquema 3: Ampicillina/sulbactam 3 g, IV, 4x/dia, por 14 d

+ Doxiciclina 100 mg, VO 2x/dia, por 14 d

Indicar laparoscopia/laparotomia se não melhorar em 3 d APÓS FASE AGUDA: DOXICICLINA, 200mg/d, 14 d*

D I P A – Tratamento Antimicrobiano

*Duarte G et al. Rev Bras Med 1995, 52:651-6 Menor recorrência de DIPA (3,1% x 37,5%)

Úlcera Genital

Úlcera genital – Etiologias

Úlcera

Genital

Treponema pallidum

Sífilis primária e secundária

HSV-1 e HSV-2

Herpes perioral e genital

Haemophilus ducreyi

(cancroide);

Cancroide

Chlamydia trachomatis,

sorotipos L1, L2 e L3

Linfogranuloma

venéreo

Klebsiella granulomatis

Donovanose

LUIZA MENEZES

MORSE, MORELAND, HOLMES

DESENHO ESQUEMÁTICO DE ÚLCERAS GENITAIS

LUIZA MENEZES

LUIZA MENEZES

HERPES

GENITAL

LUIZA MENEZES

CANCRO MOLE

LUIZA MENEZES

SÍFILIS

SFS

LUIZA MENEZES

Foto do Atlas de MORSE, MORELAND, HOLMES

DONOVANOSE

Foto cedida por BENZAKÉN, A.

LUIZA MENEZES

DONOVANOSE CA DE VULVA

Fotos cedidas por WELKOVIC, S.

X

Úlcera genital – Fluxograma

Úlcera genital – Tratamento

Tratamento

Primeiro

episódio

Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia, por 7 dias

OU

Aciclovir 200 mg, 1 comprimido, VO, 5x/dia (7h, 11h, 15h, 19h, 23h,

7h...), por sete dias

Recidiva

Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia, por 5 dias

OU

Aciclovir 200 mg, 1 comprimido, VO, 5x/dia (7h, 11h, 15h, 19h, 23h,

7h...), por 5 dias)

Supressão

de herpes genital

(seis ou mais episódios/ano)

Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por até seis meses,

podendo o tratamento ser prolongado por até dois anos

Herpes genital em

imunossuprimidos

Aciclovir endovenoso, 5-10 mg/kg de peso, EV, de 8/8h, por 5 a 7 dias,

ou até resolução clínica

Gestação Tratar o primeiro episódio em qualquer trimestre da gestação, conforme

o tratamento para o primeiro episódio

Úlcera genital – Tratamento

IST Primeira opção Segunda opção

Cancroide

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose

única

OU

Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única

Ciprofloxacina 500 mg, 1 comprimido, VO,

2x/dia, por três dias

Linfogranuloma

venéreo

Doxiciclina 100 mg, VO, 1 comprimido, 2x/dia,

por 21 dias

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO,

1x/semana, por 21 dias (preferencial nas

gestantes)

Donovanose

Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia,

por pelo menos 21 dias ou até o

desaparecimento completo das lesões

Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, 1x

semana, por pelo menos três semanas, ou até a

cicatrização das lesões OU Ciprofloxacina

500mg, 1 e ½ comprimido, VO, 2x/dia, por pelo

menos 21 dias ou até a cicatrização das lesões

(dose total 750 mg) OU Sulfametoxazol-

trimetoprima (400/80 mg), 2 comprimidos, VO,

2x/dia, por no mínimo 3 semanas, ou até a

cicatrização das lesões

Verrugas Anogenitais

Verrugas Anogenitais – Etiologias \\

• Etiologia – HPV: DNA vírus, mais de 200 tipos

Baixo risco oncogênico

lesões anogenitais benignas e lesões

intraepiteliais de baixo grau

tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e

CP6108

Alto risco oncogênico

lesões intraepiteliais de alto grau / carcinomas

tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58,

59, 68, 73 e 82

LUIZA MENEZES

Verrugas genitais

30 milhões

Mortes

250 mil

Cânceres

500 mil

(80% na AL)

NIC de Alto Grau

10 milhões

NIC de Baixo Grau

30 milhões

Infecções pelo HPV

(50% a 60% da população sexualmente ativa =

= 300 milhões de novos casos/ano)

1. Parkin DM, Bray F, Ferlay J, Pisani P. CA Cancer J Clin 2005;55:74–108. 2. World Health Organization. Genebra, Suíça: World Health

Organization; 1999:1–22. 3. World Health Organization. WHO Office of Information. WHO Features 1990;152:1–6.

LUIZA MENEZES

Cytopathology of the uterine cervix - atlas Frappart L., Fontanière B., Lucas E., Sankaranarayanan R.

PROGRAMAS DE RASTREIO Recomendação do

Ministério da Saúde Realizar anualmente, por dois

anos consecutivos

se negativos realizar a

cada três anos

(25 aos 64 anos de idade)

Verrugas Anogenitais – Fluxograma

LUIZA MENEZES

Aplicação de ATA em Condiloma

Sífilis

Latente

Gonorreia e Clamídia

em mulheres

HIV Hepatites virais

B e C

Com

laboratório

2.b - Rastreamento e tratamento das IST assintomáticas

IST assintomáticas

• Complicações graves, como sífilis congênita, DIP,

infertilidade, cirrose hepática, aids e outras.

• Recomendações durante as consultas ambulatoriais:

– Triagem para clamídia em gestantes de 15 a 24 anos, quando disponível;

– Triagem para sífilis, gonorreia, clamídia, hepatites virais B e C e HIV em

pessoas com IST e populações-chave (gays, HSH, profissionais do sexo,

travestis/transexuais e pessoas que usam drogas), quando disponível

LUIZA MENEZES

TRATAR GONORRÉIA E CLAMÍDIA

CLARO QUE...

Hepatites Virais – HBV

• Transmissão parenteral (sexual)

• Transmissão vertical – evolução desfavorável (cronificação)

• Infecção pelo HBV: condição para HDV (hepatite delta)

• HBV elevada infectividade e viabilidade durante longo período quando fora do corpo

• Vacinação contra HBV: todas as pessoas de até 49 anos idade

• Para as regiões endêmicas (Norte): realização de sorologia para hepatite B prévia e vacinação das pessoas suscetíveis

Transmissão sexual do HCV é pouco frequente Transmissão vertical ?

IST na gestação

HIV

primeira consulta pré-natal (1º./3º. tri)

momento do parto

(TR para HIV)

Sífilis

primeira consulta pré-natal (1º. tri)

início 3º. tri (28ª semana)

momento do parto

caso de abortamento

Hepatite B

triagem na primeira consulta pré-natal avaliar

vacinação

vacina HBV deve ser realizada em todos os RN

Triagem de IST na gestação

Triagem de IST na gestação

• Testagem de gestantes de 15 a 24:

– Clamídia

– Gonorreia

– Não se recomenda a pesquisa de anti-HCV de rotina no pré-natal

– Não há necessidade de triagem tricomoníase

– triagem e o tratamento de vaginose bacteriana na gestação de alto risco para parto pré-termo

– Não se recomendada triagem de HSV-2

Cidade Ano Amostras Medicamento Perfil de resistência

Rio de Janeiro

Barreto et al.

2004 115 amostras (fevereiro 2002 a junho 2003) Penicilina

Tetraciclina

Azitromicina

Ciprofloxacina

Cloranfenicol

Ceftriaxona

9,7% resistentes

33,9% resistentes

80% de sensibilidade

98,3% de sensibilidade

3,5% resistentes

100% de sensibilidade

São Paulo

Belda Jr. et al.

2005 289 amostras, colhidas entre 1998 e 2001

MIC, Método de diluição em Ágar

Tetraciclina 40,3% resistentes

Manaus

Ferreira et al.

2007 110 amostras (14,5% PPNG), difusão em disco Penicilina

Tetraciclina

Ciprofloxacina

Azitromicina

Ceftriaxona

21,8% resistentes

80% resistentes

6,4% suscetibilidade reduzida

8,2% resistentes

5,5% suscetibilidade reduzida

São Paulo

Belda Jr et al.

2007 65 amostras

50 Não-PPNG

15 PPNG +

MIC, Método de diluição em Agar

Penicilina

Cefoxitima

Tiamfenicol

Tetraciclina

Espectromicina

Ofloxacina

Penicilina

Cefoxitima

Tiamfenicol

Tetraciclina

Espectromicina

Ofloxacina

Todos com suscetibilidade intermediária

98% de sensibilidade

76% de sensibilidade

26% de sensibilidade

92% de sensibilidade

9% resistentes

100% resistentes

93,3% de sensibilidade

59,9% de sensibilidade

100% de sensibilidade

86,4% de sensibilidade

100% de sensibilidade

Rio de Janeiro

Uehara et al.

2006

2010

Difusão em disco e E-test Ciprofloxacina 6,2% 2006 a 33,3% 2010, resistentes

Manaus

Ferreira et al.

2011 Relato de dois casos Ceftriaxona e Ciprofloxacina Resistentes

Belo Horizonte

Costa et al.

2013 201 amostras (PPNG 14,5%) colhidas em Março 2011 a Fevereiro

2012.

Difusão em disco e E-test.

Azitromicina

Cefixima

Ceftriaxona

Ciprofloxacina

Cloranfenicol

Penicilina

Tetraciclina

Espectinomicina

4,5% resistentes

100% de sensibilidade

100% de sensibilidade

21,4% resistentes

11,9% resistentes

22,4% resistentes

32,3% resistentes

16% resistentes

Manaus

Ferreira et al.

2014 200 amostras

E-test

Azitromicina

Ceftriaxona

Ciprofloxacina

Cloranfenicol

Gentamicina

Ofloxacina

Tetraciclina

Penicilina

1,2% resistentes

100% de sensibilidade

2,4% resistentes

3,6% resistentes

100% de sensibilidade

2,4% resistentes

54,2% resistentes

20,5% resistentes

3. Atualização do Tratamento da Gonorreia

1a opção: Ciprofloxacina 500mg VO, dose única MAIS Azitromicina 1g VO dose única Obs.: • O uso da ciprofloxacina está contra indicado nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e

São Paulo, onde estudos realizados nos últimos anos demonstram a circulação de cepas de gonococos com taxas de resistência antimicrobiana igual OU maior que 5%, limite determinado internacionalmente de aceitação para uso de um antibiótico;

• A recomendação proposta é que nesses Estados não mais utilizem a ciprofloxacina e seja substituída pela Ceftriaxona:

1a opção: Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única MAIS Azitromicina 500m g, 2 comprimidos, VO, dose única

3. Atualização do Tratamento da Gonorréia

• Sífilis latente – classificação

(de acordo com o tempo de infecção):

– Sífilis latente recente (até um ano de infecção)

– Sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção)

4. Atualização do tratamento da sífilis adquirida

1ano

Testes treponêmicos

Testes não treponêmicos

4. Atualização do tratamento da sífilis adquirida

Nota: para gestantes com alergia confirmada à penicilina: como não há garantia de que outros medicamentos consigam tratar a gestante e o feto, impõe-se a dessensibilização e o tratamento com penicilina benzatina. Na impossibilidadde de realizar a dessensibilização, a puérpera deverá ser tratada com doxiciclina 100mg, 12/12h, VO, por 30 dias após o parto. No entanto, para fins de definição de caso e abordagem terapêutica da sífilis congênita, considera-se tratamento inadequado da mãe.

Luiza Menezes

Profa. Adjunta

13 estudos dentre 2765 ensaios clínicos ou coorte

Incidência de efeitos adversos graves do uso da penicilina benzatina IM em gestantes e na população em geral

3.466.780 pacientes (gestantes e população geral)

NENHUMA reação adversa grave entre as 1.244 gestantes

Entre mais de 2 milhões de pacientes da população geral: 54 casos de anafilaxia >>> pooled risk = 0.002%

0 a 3 casos de anafilaxia por 100.000 pacientes tratados

Presença de qualquer reação: 0,169%

Qual a preocupação sobre a alergia à penicilina?

CDC - Division of STD Prevention

National Center for HIV, Viral Hepatitis, STD and TB Prevention

Safety of Benzathine Penicillin for Preventing

Congenital Syphilis: A Systematic Review Tais F. Galvao1*, Marcus T. Silva1, Suzanne J. Serruya2, Lori M. Newman3, Jeffrey D. Klausner4,

Mauricio G. Pereira1, Ricardo Fescina2 -- February 2013, Volume 8, Issue 2

Luiza Menezes

Profa. Adjunta

DESSENSIBILIZAÇÃO E USO DA PENICILINA

Ceftriaxona 1 g, IV ou IM, 1xdia, 08 a 10 dias

PARA QUALQUER FASE DA SÍFILIS

(2g, 10 a 14 dias nos casos de neurossífilis)

OBS: taxa MAIS elevada de re-tratamentos

Brasil, MS, DDAHV. PCDT-IST, 2015

Alternativas para pacientes comprovadamente

alérgicos à penicilina (incluindo gestantes):

LUIZA MENEZES

Profa. Adjunta

Criança, Aborto ou Natimorto

Mãe com Sífilis

Não tratada ou inadequadamente tratada

SÍFILIS CONGÊNITA

Associado a

Associado a

3,4%

3,6%

92,8%

precoce

0,2%

tardia

LUIZA MENEZES

Profa. Adjunta

ANO 5 | Nº 1 – 1º SEMESTRE | JANEIRO | 2016

1. Qualquer medicamento que não seja a penicilina

2. Ou incompleto, mesmo tendo sido feito com penicilina

3. Ou inadequado para a fase clínica da doença

4. Ou instituição de tratamento no período de 30 dias que antecedem

o parto

5. Ou apenas parceiro(s) sexual(is) com sífilis não tratado(s) ou

tratado(s) inadequadamente

6. Ou ausência de documentação de tratamento anterior

5. Definição de tratamento inadequado da gestante com sífilis

A ausência da informação de tratamento da

parceria sexual deixa de ser um dos critérios

de notificação de sífilis congênita

6. Incorporações de medicamentos na Rename

Ceftriaxone 500mg injetável

Gonorreia (R) ciprofloxacina

Sífilis

Doxiciclina 100 mg comprimido

Clamidia

Donovanose

Sífilis

7. Incorporação dos testes diagnósticos para sífilis previstos no PCDT IST – SIGTAP@

Testes

treponêmicos

ELISA

(Imunoensaio enzimático

EQL (Ensaio imunológico com

revelação eletroquimioluminescente)

Testes não treponêmicos

metodologia de floculação

RPR

(Rapid Plasma Reagin)

TRUST

(Toluidine Red Unheated Serum Test)

@ Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS

Obrigada

Luiza Menezes Profa. Adjunta da FCM/UPE

Membro do Comitê Assessor de DST do DDAHV/SVS/MS [email protected]

18 a 20 de maio de 2017

Mercure Recife Mar Hotel Conventions

www.sogope.com.br / 81-30972011

43º Congresso Pernambucano de

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA