atualização em manejos e nutrição de...
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Atualização em manejos e nutrição de cachaços
Izabel Regina Muniz
Médica Veterinária – Gerente Nacional de Suinocultura
Poli Nutri Alimentos
Introdução
Otimizar a qualidade do ejaculado e a possibilidade
de prolongar ao máximo a vida produtiva dos
machos reprodutores é um dos temas que tem
adquirido importância nos últimos tempos.
Do ponto de vista nutricional, os machos tem sido, na
maioria dos casos, alimentados e nutridos com os
mesmos conceitos aplicados às matrizes. Em poucas
ocasiões têm nutrição própria, desenhada de forma
específica para eles.
Fatores de influência no
desempenho do cachaço
Condições sanitárias
Condições térmicas
GenéticaCondições ambientais
NUTRIÇÃOPráticas de manejo
O stress de calor para o suíno:
• afeta o desempenho geral
• induz o aumento de corticosteróides do plasma → sistema imune → absorção dos nutrientes.
Stress de calor para os machos :
• Diminuição da produção do sêmen – reduz concentração cel
• Diminuição da qualidade do sêmen – incrementa formas anormais e reduz motilidade
• Redução de libido
No Brasil é comum a exposição ao calor próximo ao limite superior da
zona de termoneutralidade...
28-30ºC → Stress calórico → evidência de baixa produção em 2
semanas → duração 6 semanas
Ambiente
- Climatização da instalação - pode ser feita por meio de sistemas
evaporativos (parede úmida) ou à sobrepressão (resfriadores),
sempre garantindo uma saída de ar dispersa e a uma velocidade
não superior a 0,7 m/s.
- Utilização de ar condicionado é recomendada para climas úmidos
e com altas temperaturas, já que sua eficácia na diminuição da
temperatura é superior a dos sistemas evaporativos.
- Uso de ventiladores e nebulizadores – mais comuns e
econômicos, geralmente utilizados em centrais próprias de granjas
Alternativas
Principalmente em relação a:
• Cuidados direto com os machos –
AGRESSIVIDADE
• Estímulos ambientais – RUÍDOS
Manejos
Machos de CIA produção de 6000 leitões ao ano
“Regra de Ouro”: alimentação
individualizada para cada reprodutor.
Conceitos de nutrição para o
rebanho
• fêmeas
• animais destinados ao
abate
O aporte nutritivo ótimo para um macho adulto deve
assegurar os 3 parâmetros que definem sua
qualidade:
libido
produção espermática
fertilidade / prolificidade
vida útil
Taxa de descarte dos cachaços 40 a 60 % ao ano
Principal razão:
excesso de peso corporal
injúrias no aparelho
locomotor
incapacidade para a
monta.
Puberdade
• Idade: entre 5 e 8 meses de idade
• Peso: aproximado de 80 a 120 Kg
Sendo a idade mais importante que o peso para atingir
a maturidade sexual, o objetivo não deve ser adiantar
a puberdade, mas que o macho inicie a atividade
sexual na idade e peso adequados.
Nutrição durante o Crescimento
Taxa de Ganho de Peso Diário (GPD) = prioridades
dos programas genéticos Herdabilidade alta
Machos C. I. A. 15% melhores dentre os testados
Uma melhora anual de 15 g/dia na taxa de GPD
representa 5,5 Kg/ano.
Isto significa um maior desafio do ponto de
vista nutricional.
Manejo Alimentar
Alguns pontos devem ser considerados
no manejo alimentar:
Padrão dos horários de trato
Quantidade de ração administrada
Número de tratos ao dia
Quantidade calculada
individualmente
Manejo Alimentar
Sugestão de fornecimento de ração conforme o Peso Vivo do cachaço
Peso Vivo (Kg) GPD (Kg) Consumo (Kg)
120 0,550 2,0
160 0,500 2,2
200 0,300 2,4
240 0,200 2,6
280 0,100 2,7
320 0 2,9
360 0 3,0
A água é frequentemente descrita como o nutriente “esquecido”
devido a pouca atenção que é dispensada a este elemento
vital.
As fontes de fornecimento de água de bebida para as centrais de IA
devem ser constantemente checadas através de análises
microbiológicas e tratadas quando necessário.
Bebedouros tipo taça colocados nos cantos das pareces são
preferíveis ao tipo chupeta, para evitar lesões nos machos.
É indicado o uso de contadores de vazão para medir o consumo de
água que deve estar na faixa de 12 a 15 l/animal/dia
A temperatura para consumo não deve ultrapassar 18 ºC
Água
Processo de produção espermática
• Espermatogênese entre 25 e 34 dias, desde a célula
primordial até o espermatozóide
• Epidídimo 10 a 14 dias para a passagem através do
epidídimo.
Efeito da nutrição sobre a espermatogênese
42 - 48 dias
Produção Espermática
Alguns trabalhos mostram que há redução na produção
total do ejaculado em animais alimentados com
médio (70%) ou baixo (50%) nível nutricional,
comparados com aqueles que receberam níveis
nutricionais altos (100%), segundo os requerimentos do
NRC.
Muitos estudos têm mostrado a importância da proteína,
e mais especificamente os aminoácidos lisina e
metionina+cistina no número de células espermáticas
produzidas.
Os mais importantes são aqueles que influem sobre:
sistema locomotor
produção do sêmen
qualidade do sêmen
Micronutrientes
1. Vitamina E e Selênio (Se) - efeito protetor dos espermatozóides contra aperoxidação das gorduras no sêmen de reprodutores o que resultaria emmelhora de sua qualidade
2. Vitamina C - Quando adicionada junto com Se, a Vit. C tem efeitos aditivos naproteção e integridade da membrana celular (Close & Cole, 2001).
3. Biotina - estudiosos e nutricionistas a preconizarem um nível mínimo de Biotina(300 microgramas/Kg de alimento) como forma de se prevenir problemas decascos pois estes sim, potencialmente incapacitariam o varrão para a monta.
4. Vitamina A - o número de gotas citoplasmáticas proximais diminuisignificativamente e a motilidade é maior dois dias após estocagem a 16º C nosêmen dos machos suplementados.
5. Zinco (Zn) - para a ótima espermatogênese o Zinco tem um papel bemdefinido e sua deficiência resulta em:
• um retardamento no desenvolvimento das células de Leydig,
• uma resposta precária ao LH e
• uma esteroidogênese testicular bastante reduzida
8. Gorduras poli-insaturadas do tipo Omega –3
Os espermatozóides são células extremamente ricas em ácidos graxos
poli-insaturados de cadeia longa (C20 e C22) das séries n-6 e n-3.
A combinação desses ácidos no espermatozóide é espécie específica e
nos cachaços o perfil desses ácidos graxos é predominantemente
de C22:6 n-3 (25%) e C22: n-6 (35%).
Na suplementação das dietas com Omega –3 e Se conseguiu-se:
melhoras significativas na motilidade,
no Nº. de células espermáticas,
na concentração de células espermáticas viáveis
aumento na taxa de fertilidade
redução de patologias espermáticas
– 100 machos
– Produção atual 17.000 doses / mês
– R$ 5,00/dose (preço de venda)
- Coleta – 1 / semana
- Consumo diário de ração – 3 Kg
Ração Fêmea (lactação) – R$ 0,80 / Kg
Ração Especial Macho– R$ 1,60 / Kg
Quanto vale investir?
- INVESTIMENTO:
R$ 0,80 x 3 x 100 x 30 = R$ 7.200,00 / mes
- BENEFÍCIO: + 4 Doses / macho / coleta
100 x 4 x 4,28 = + 1.712 doses / mes
- RESULTADO FINANCEIRO:
1.712 x R$ 5,00 = + R$ 8.560,00 / mês – R$ 7.200,00
RETORNO = R$ 1.360,00
CONCLUSÕES
A nutrição pode melhorar o desempenho reprodutivo de
varrões quando níveis adequados de proteína; aminoácidos
energia são supridos nas dietas, assegurando ótimo libido,
máxima produção de sêmen e fertilidade ideal.
Cuidados devem ser tomados para se evitar excessivo ganho
de peso.
Finalmente, os efeitos dos ácidos graxos poli-insaturados do
tipo Omega-3 quando adicionados nas dietas dos varrões,
parecem capazes de melhorar a motilidade das células
espermáticas bem como a integridade da membrana celular.
A resposta seminal e das fêmeas servidas por machos cujas
dietas incluem os ácidos Omega-3 certamente melhoram a
fecundidade dos varrões.