atualização 1: para ser juntada na pág. 538 do livro ... · fux, julgado em 7/3/2017 (info 856)....

9
Atualização 1: para ser juntada na pág. 538 do Livro VadeMecum 2ª ed. Direito Processual Civil Depois da conclusão do julgado Devedor assistido da Defensoria Pública e prazo em dobro para o art. 523 do CPC 2015, acrescentar a seguinte observação: Novo CPC O julgamento acima foi proferido ainda sob a ótica do CPC/1973, considerando que os fatos ocorreram na vigência do Código passado. Há dúvidas se o entendimento permanece válido com o novo CPC. Isso porque o art. 513, § 2º, II, do CPC/2015 determina que se o devedor for assistido da Defensoria Pública, ele deverá ser intimado para cumprir a sentença por meio de carta com aviso de recebimento. Essa previsão não existia no CPC/1973. Assim, em tese, a intimação para cumprimento da sentença não demandaria mais nenhum ônus para o Defensor Público. Logo, em princípio, não haveria motivo para se aplicar o prazo em dobro, já que o cumprimento voluntário teria deixado de ser um ato de natureza dúplice e seria, agora, um ato a ser praticado apenas pela parte. É preciso, no entanto, aguardar para se ter certeza. Qualquer novidade, você será alertado no site.

Upload: lekhue

Post on 17-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Atualização 1: para ser juntada na pág. 538 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Processual Civil

Depois da conclusão do julgado Devedor assistido da Defensoria Pública e prazo em

dobro para o art. 523 do CPC 2015, acrescentar a seguinte observação:

Novo CPC

O julgamento acima foi proferido ainda sob a ótica do CPC/1973, considerando que os

fatos ocorreram na vigência do Código passado.

Há dúvidas se o entendimento permanece válido com o novo CPC. Isso porque o art.

513, § 2º, II, do CPC/2015 determina que se o devedor for assistido da Defensoria

Pública, ele deverá ser intimado para cumprir a sentença por meio de carta com aviso

de recebimento. Essa previsão não existia no CPC/1973.

Assim, em tese, a intimação para cumprimento da sentença não demandaria mais

nenhum ônus para o Defensor Público. Logo, em princípio, não haveria motivo para se

aplicar o prazo em dobro, já que o cumprimento voluntário teria deixado de ser um

ato de natureza dúplice e seria, agora, um ato a ser praticado apenas pela parte.

É preciso, no entanto, aguardar para se ter certeza. Qualquer novidade, você será

alertado no site.

Atualização 2: para ser juntada na pág. 555 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Processual Civil

Depois da conclusão do julgado "A venda de bens pessoais por parte de sócio de

empresa executada não configura fraude à execução se a alienação ocorreu antes da

desconsideração", acrescentar a seguinte observação:

O entendimento acima exposto no REsp 1.391.830-SP permanece válido com o

CPC/2015?

Penso que haverá polêmica. Isso porque o novo CPC traz uma nova regra, que não

havia no Código passado, afirmando que a fraude à execução tem como marco a data

da citação da pessoa jurídica que é objeto da desconsideração (tratando-se da

desconsideração "tradicional"):

Art. 792 (...)

§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à

execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se

pretende desconsiderar.

Desse modo, pela redação do CPC/2015, os efeitos da desconsideração deverão

retroagir à data em que a pessoa jurídica foi citada. Neste caso, adotando-se a

literalidade do dispositivo, o entendimento acima exposto teria que ser alterado agora.

Vale ressaltar, contudo, que esta regra ofende claramente a boa-fé dos terceiros

adquirentes que não teriam, em tese, obrigação de saber que a pessoa que está

alienando o bem é sócio de uma empresa, que a pessoa jurídica está sendo executada

e que, no futuro, poderá ter a personalidade jurídica desconsiderada para atingir o

patrimônio daquele sócio. Enfim, são conjecturas e cautelas muito grandes que se

mostram irrazoáveis de serem impostas ao terceiro. Pela nova regra do art. 792, § 3º, o

ato de comprar bens de um sócio de sociedade empresária passa a ser um negócio

muito arriscado, ainda que contra ele (pessoa física) não haja nenhuma ação judicial

em curso.

Importante lembrar que o STJ possui uma sólida tradição de proteger a boa-fé dos

terceiros adquirentes, de forma que é necessário aguardar para sabermos como o

Tribunal irá interpretar o dispositivo acima e se criará algum outro requisito para julgar

ineficaz a alienação realizada. A doutrina majoritária critica esta previsão e fornece

algumas interpretações para que o dispositivo não seja aplicado textualmente.

Mas atenção! Em provas de concurso, a redação literal do art. 792, § 3º será

exaustivamente cobrada nas provas, devendo ser assinalada como correta.

Atualização 3: para ser juntada na pág. 43 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Constitucional

Depois da conclusão do julgado "Limite máximo para a intervenção", acrescentar o

seguinte julgado:

Em princípio, a manifestação dos amici curiae devem ocorrer antes da inclusão do

processo em pauta para julgamento. No entanto, o STF admite algumas exceções se

ficar demonstrado que:

a) existe grande relevância no caso;

b) ou que a manifestação do requerente poderá trazer notória contribuição para o

julgamento da causa.

Em tais situações é possível admitir o ingresso do amicus curiae mesmo após a

inclusão do processo em pauta.

STF. Decisão monocrática. RE 647827, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/10/2016.

Mesmo sendo uma decisão monocrática, vale a pena conhecer esta posição.

Atualização 4: para ser juntada na pág. 845 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Tributário

No RE 636941/RS, o STF havia decidido que a lei necessária para regulamentar o § 7º

do art. 195 da CF/88 seria uma lei ordinária. Esse entendimento está superado.

A lei a que se refere o § 7º do art. 195 é lei complementar ou ordinária?

COMPLEMENTAR. Esse assunto era extremamente polêmico na doutrina e na

jurisprudência, mas o STF apreciou o tema sob a sistemática da repercussão geral e

fixou a seguinte tese:

Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.

STF. Plenário. RE 566622, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/02/2017 (repercussão

geral) (Info 855).

As imunidades tributárias são classificadas juridicamente como “limitações

constitucionais ao poder de tributar” e a CF/88 exige que este tema seja tratado por

meio de lei complementar. Confira:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

(...)

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

O § 7º do art. 195 deve ser interpretado em conjunto com o art. 146, II. Assim, a

Constituição exigiu sim lei complementar, mas não diretamente no § 7º do art. 195 e

sim na previsão geral do art. 146, II.

Atualização 5: para ser juntada na pág. 584 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Processual Civil

No julgado Eficácia subjetiva da ACP e art. 16 da Lei 7.347/85, acrescentar a seguinte

observação:

O art. 16 da Lei de Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/85) estabelece o seguinte:

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência

territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por

insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra

ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº

9.494/97)

Esse artigo foi alterado pela Lei nº 9.494/97, com o objetivo de restringir a eficácia

subjetiva da coisa julgada, ou seja, ele determinou que a coisa julgada na ACP deveria

produzir efeitos apenas dentro dos limites territoriais do juízo que prolatou a sentença.

Em outras palavras, o que o art. 16 quis dizer foi o seguinte: a decisão do juiz na ação

civil pública não produz efeitos no Brasil todo. Ela irá produzir efeitos apenas na

comarca (se for Justiça Estadual) ou na seção ou subseção judiciária (se for Justiça

Federal) do juiz prolator.

A doutrina critica bastante a existência do art. 16 e afirma que ele não deve ser

aplicado por ser inconstitucional, impertinente e ineficaz.

Para o STJ, o art. 16 da LACP é válido? A decisão do juiz na ação civil pública fica restrita

apenas à comarca ou à seção (ou subseção) judiciária do juiz prolator?

NÃO. A posição que prevalece atualmente é a seguinte:

A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO deve ficar

limitada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão.

STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016

(não divulgado em Informativo).

Atualização 6: para ser juntada na pág. 674 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Direito Penal

No julgado Requisitos para configuração do crime do art. 89, acrescentar o seguinte

comentário:

Exige-se resultado danoso (dano ao erário) para que o crime do art. 89 da Lei 8.666/93

se consuma?

Existe polêmica atualmente sobre o tema:

SIM. Posição do STJ e da 2ª Turma do STF NÃO. Entendimento da 1ª Turma do STF

O crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93 não

é de mera conduta, sendo necessária a

demonstração do dolo específico de

causar dano ao erário e a configuração do

efetivo prejuízo ao patrimônio público.

STJ. 6ª Turma. HC 377.711/SC, Rel. Min.

Nefi Cordeiro, julgado em 09/03/2017.

Para que haja a condenação pelo crime

do art. 89 da Lei nº 8.666/93, exige-se a

demonstração de que houve prejuízo ao

erário e de que o agente tinha a

finalidade específica de favorecimento

indevido. Assim, mesmo que a decisão de

dispensa ou inexigibilidade da licitação

tenha sido incorreta, isso não significa

necessariamente que tenha havido crime,

sendo necessário analisar o prejuízo e o

dolo do agente.

STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min.

Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info

813).

O tipo penal do art. 89 da Lei de

Licitações prevê crime formal, que

dispensa o resultado danoso para o

erário.

STF. 1ª Turma. Inq 3674/RJ, Rel. Min. Luiz

Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).

O crime do art. 89 da Lei 8.666/93 é

formal, consumando-se tão somente com

a dispensa ou inexigibilidade de licitação

fora das hipóteses legais. Não se exige,

para sua configuração, prova de prejuízo

financeiro ao erário, uma vez que o bem

jurídico tutelado não se resume ao

patrimônio público, mas coincide com os

fins buscados pela CF/88, ao exigir em

seu art. 37, XXI, “licitação pública que

assegure igualdade de condições a todos

os concorrentes”. Tutela-se, igualmente, a

moralidade administrativa, a probidade, a

impessoalidade e a isonomia.

STF. 1ª Turma. AP 971, Rel. Min. Edson

Fachin, julgado em 28/06/2016.

Atualização 7: para ser juntada nas págs. 448-449 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Ações civis públicas propostas pelo MPF e competência

A simples presença do MPF na lide faz com que a causa seja da Justiça Federal? Em

outras palavras, todas as ações propostas pelo Parquet federal serão, obrigatoriamente,

julgadas pela Justiça Federal

SIM. Esta é a posição que prevalece tanto no STJ como atualmente também no STF.

Nesse sentido: STF. 2ª Turma. RE 822816 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em

08/03/2016 (não divulgado em Informativo).

Atualização 8: para ser juntada na pág. 843 do Livro VadeMecum 2ª ed.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA SOBRE LIVROS

Conceito de livros

Alterar para a seguinte redação:

O conceito de livro deve ser utilizado em sentido amplo. Assim, incluem-se aqui os

manuais técnicos e as apostilas (STF RE 183.403/SP).

Livros veiculados em meio magnético (CD, DVD etc.) ou em formato digital (e-books)

estão abrangidos pela imunidade?

SIM. A imunidade de que trata o art. 150, VI, “d” da CF/88 alcança o livro digital (“e-

book”). O STF, apreciando o tema sob a sistemática da repercussão geral, fixou a

seguinte tese:

A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF),

aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente

utilizados para fixá-lo.

STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão

geral) (Info 856).

Atualização 9: para ser juntada na pág. 355 do Livro VadeMecum 2ª ed.

Abusividade na distinção de preço para pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de

crédito

Depois da conclusão deste julgado (REsp 1.479.039-MG), acrescentar a seguinte

observação:

No final de 2016 foi editada a MP 764/2016 permitindo a distinção de preço para

pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de crédito. Veja o que diz a MP:

Art. 1º Fica autorizada a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao

público, em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.

Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, estabelecida no âmbito de arranjos de

pagamento ou de outros acordos para prestação de serviço de pagamento, que

proíba ou restrinja a diferenciação de preços facultada neste artigo.

Até o presente momento a MP não foi votada pelo Congresso Nacional. É importante

ficar atento para como esse tema poderá ser cobrado na prova. Tão logo a MP seja

apreciada, eu irei alertá-la (lo) para atualizar novamente o livro.