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7/27/2019 Atualidades e Geografia - Aula 03 http://slidepdf.com/reader/full/atualidades-e-geografia-aula-03 1/59 CURSO ONLINE ATUALIDADES E GEOGRAFIA PARA ABIN PROFESSORA VIRGINIA GUIMARÃES 1 Prof. Virginia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br  Aula 03 – Relações Internacionais Olá, meus queridos, hoje estudaremos mais alguns pontos que foram cobrados no edital passado da prova da ABIN. Assim, falarei bastante sobre a caracterização dos sistemas político- econômicos e suas áreas de influência e disputa. Abordar esse assunto significa trabalhar o processo que resultou em inúmeras transformações que temos atualmente, seja na esfera política, social ou econômica. Por fim, abordaremos o papel das grandes organizações internacionais como OMC, ONU, FMI etc. Sei que estava programado no nosso cronograma abordar, hoje também, os principais conflitos geopolíticos recentes, todavia, como isso nos permitirá trazer pra nossa aula vários assuntos relativos à matéria de Atualidades optei por acrescentar uma aula no nosso curso que contemple, especificamente, apenas os conflitos existentes no mundo. Portanto, essa aula de hoje será um pouco diferente do que havia sido programado, mas o ganho é todo de vocês, ok? ;)

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Aula 03 – Relações Internacionais

Olá, meus queridos, hoje estudaremos mais alguns pontos

que foram cobrados no edital passado da prova da ABIN. Assim,

falarei bastante sobre a caracterização dos sistemas político-

econômicos e suas áreas de influência e disputa.

Abordar esse assunto significa trabalhar o processo que

resultou em inúmeras transformações que temos atualmente, seja na

esfera política, social ou econômica. Por fim, abordaremos o papel

das grandes organizações internacionais como OMC, ONU, FMI etc.

Sei que estava programado no nosso cronograma abordar,

hoje também, os principais conflitos geopolíticos recentes, todavia,

como isso nos permitirá trazer pra nossa aula vários assuntos

relativos à matéria de Atualidades optei por acrescentar uma aula nonosso curso que contemple, especificamente, apenas os conflitos

existentes no mundo.

Portanto, essa aula de hoje será um pouco diferente do que

havia sido programado, mas o ganho é todo de vocês, ok? ;)

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1 - Caracterização geral dos sistemas político-econômicos

contemporâneos e suas áreas de influência e disputa

Bem, pessoal, quando falo em sistemas políticos e

econômicos estou, na realidade, me referindo à polarização do mundo

durante a guerra fria entre o capitalismo e o socialismo. Essa história

pode parecer meio sem graça, uma vez que já sabemos quem mata e

quem morre no final. Entretanto, é importante termos uma

compreensão mais aprofundada do funcionamento de cada um

desses sistemas.

Em nossa aula demonstrativa zero, trabalhei de modo mais

superficial esse assunto, com a finalidade específica de esclarecer o

contexto em que a globalização se constituiu. Agora, irei me deter ao

desenvolvimento e influência de cada um desses sistemas político-

econômicos no mundo. Logo, terei que falar de História!

Para compreendermos tanto o sistema capitalista quanto o

socialista, é necessário analisar um mesmo episódio histórico: a

Revolução Industrial, ocorrida na Grã-Bretanha do século XVIII. Foi, a

partir desse acontecimento, que a sociedade passou a ser dividida em

duas classes basilares à sustentação do capitalismo: burguesia e

proletariado. A partir disso, a existência e as discrepâncias entre

essas classes sociais tornaram-se o alvo principal das críticas dosintelectuais, que formularam, a partir daí, um regime opositor: o

socialismo.

Algum de vocês, muito bons de memória, podem perguntar:

mas professora, na aula passada você não tinha falado sobre três

estágios do capitalismo?

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Sim. Falei dos três estágios do capitalismo para que o

conhecimento não ficasse solto, ou vocês não pensassem que eu

ignorei a existência deles. Porém, para o meu propósito aqui, o maisimportante é pularmos o capitalismo comercial ou mercantilismo, e

nos debruçar sobre o estudo do capitalismo industrial. Nascido

com a Revolução dos meios de produção, ele representa uma nova

fase desse sistema econômico, que passa a coexistir com inúmeras

mudanças tecnológicas que influenciam sobremaneira as

transformações políticas.

Mas todo sistema político e econômico precisa se legitimar

em alguma concepção que seja aceita pela sociedade e, no caso do

capitalismo, dá-se o nome de liberalismo às idéias sobre qual se

baseava o funcionamento da economia industrial. Esse sistema

filosófico, que teve como principal idealizador Adam Smith, defendia a

não-intervenção do Estado na economia, que, segundo ele, poderia

se auto-regular pela lei da oferta e da procura. Dentro dessa lógica,

ninguém, muito menos o Estado, deveria intervir na economia,

permitindo dentro dela a livre competição.

Durante o capitalismo industrial, a burguesia era formada

pelos proprietários dos meios de produção, enquanto o proletariado

era constituído pela grande massa da população, inicialmente

excluída do cenário político. Assim, o modelo capitalista ganhouespaço com base nos princípios do liberalismo, ou seja, defendendo a

liberdade econômica, a propriedade privada e a igualdade de todos

perante a lei.

A partir desse quadro social construído pelo capitalismo,

logo ficou claro que apenas uma suposta igualdade jurídica não

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dava conta de contrabalançar as desigualdades econômicas e sociais

impostas pela divisão de classes. Deste modo, enquanto a burguesia

dominava os meios de produção, a maior parte da população nãoconseguia se desenvolver economicamente, aumentando o fosso que

separa uma classe da outra e dando margem ao surgimento das

idéias socialistas.

Então, pessoal, podemos a partir disso concluir pelo menos

duas coisas. A primeira é que esse período da história, que envolve a

Revolução industrial, foi o ponto chave do surgimento dos doisregimes político-econômicos que dividiram o mundo no pós-guerra. A

segunda é que o nascimento de um deles só foi possível frente à

existência do outro. E o que isso quer dizer exatamente?

Quer dizer que o socialismo surgiu como crítica às

disparidades sociais alargadas pela divisão de classes. Assim, se

compreendermos bem o capitalismo, certamente, teremos umagrande facilidade para compreender os objetivos e pretensões do seu

opositor.

1.1 Capitalismo

Passados os estágios do capitalismo comercial e industrial 

chegamos ao século XX, na fase do Capitalismo Monopolista-

Financeiro. Nesta etapa, os grandes propulsores do

desenvolvimento econômico são o sistema bancário, as grandes

corporações financeiras e o mercado globalizado. Foi nesta fase que

o capitalismo travou suas batalhas mais difíceis com o socialismo,

que se apresentava bem mais sólido em algumas regiões do mundo

do que no século passado.

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E é exatamente no século XX que manteremos nossa

atenção para compreender como se formaram as áreas de influência

capitalista e socialista. Assim, sempre que nos referirmos aqui aocapitalismo, estaremos falando basicamente de:

“Um sistema econômico caracterizado pela

 propriedade privada dos meios de produção, e pela

existência de mercados livres e trabalho assalariado” 

Depois da Primeira Guerra Mundial, o capitalismo sofreu

várias mudanças e uma das mais significativas diz respeito ao seu

principal representante. Se antes a Inglaterra e a França

despontavam como defensores do sistema, com a guerra, os EUA

alcançaram uma posição de destaque no cenário capitalista, por

ocasião da venda de armas aos países envolvidos no conflito.

Em determinadas áreas, inclusive, ele deixou de ser

competitivo para ser monopolista. Toda essa mudança ocorreu tanto

pelo fato de a maior parte dos lucros e do capital do mundo cruzar o

sistema financeiro, quanto a nova divisão do trabalho permitida pela

globalização. Lembram da aula passada? Nela vimos como se deu o

processo em que as grandes corporações, buscando a redução de

custos, passaram a produzir seus produtos em diversas partes do

mundo.

Pois então. Praticamente todas as empresas inseridas em

uma economia de mercado vendem seus produtos a diferentes países

e, com isso, mantêm ativo um comércio de grandes proporções. Uma

vez que a informatização dos sistemas permite a movimentação e

transferência de valores em tempo quase real, podemos entender

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que todas as operações financeiras passam pelo sistema bancário,

não é? É claro, pessoal, que as indústrias e o comércio têm lucros

estrondosos, porém os sistemas bancário e financeiro são os quemais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico

atual.

E por que estou falando tudo isso agora? Porque foi com os

EUA e Inglaterra na liderança representativa desse modelo econômico

que novas teorias foram formadas e disseminadas pelo mundo. Foi na

metade do século XX, pouco antes do fim da Segunda GuerraMundial, que aconteceu a Conferência de Bretton Woods. Idealizada

pelos Estados Unidos, ela estabeleceu pela primeira vez na história

uma ordem monetária totalmente negociada entre Nações-Estado

para governar as relações monetárias ente eles.

Foi a partir dessa conferência que o Capitalismo foi

reconhecido como o melhor sistema econômico a ser utilizado nacontemporaneidade e teve difundidos os seus conceitos pelo mundo,

adquirindo significativas zonas de influência política.

Para estabelecer uma efetiva influência sobre os países da

Europa que foram arrasados pela guerra, os EUA lançaram o Plano

Marshall, a fim de reconstruir o que a guerra havia destruído. Assim,

a partir de 1947, a nova potência do pós-guerra passou a injetarbilhões de dólares no velho continente impulsionando a sua

reconstrução.

Pois é, meus amigos, com diz a música, “tudo muda no

mundo o tempo todo”. Se antes da Primeira Guerra Mundial, o nosso

mundo era influenciado pelo grupo de cinco potências formadas por

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Reino Unido, França, Alemanha, Império Austro-Húngaro e Rússia, a

partir da Segunda, não são mais eles que determinam os rumos de

outras nações. Deste modo, o quadro de forças internacionais, ondea Europa reinava soberana, foi dissolvido, dando origem ao

surgimento de um “novo reinado”: o dos Estados Unidos da América.

E foi assim que tudo fluiu para que se consolidasse o

sistema capitalista que temos hoje: com o crescente avanço da

Globalização e, portanto, do poder das classes empresárias

dominantes, ou seja, das multinacionais.

Bem, meus amigos, agora seria o momento de falarmos das

áreas que foram influenciadas pelo capitalismo. Porém, como o

domínio desse sistema foi bastante extenso, é mais fácil

enumerarmos os socialistas do que os capitalistas.

Porém, antes de elencar os países sob a influência

comunista, precisamos saber o que é esse regime? Onde surgiu? O

que ele defende e por quê? Nesse sentido, uma vez que já

entendemos a lógica dominante no capitalismo, certamente será mais

fácil compreendermos a doutrina socialista, que foi constituída para

combatê-lo, não é mesmo?

1.2 Socialismo

O sistema socialista pode ser entendido como:

Um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e

 políticas, que postulam a abolição das desigualdades entre as

classes sociais.

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Apesar de ter surgido na França, em contraposição a uma

realidade específica, o socialismo desenvolveu-se para além do seu

lugar de origem e foi se moldando de acordo com as necessidades dolocal onde era veiculado. Portanto, muitas configurações desse

sistema foram cunhadas para dar vazão a toda a angústia das classes

menos favorecidas e, por isso, essas teorias começaram a ganhar

influência, sobretudo, entre estas.

Muito embora existam diferentes linhas socialistas, a base

de todas elas abarcava, como principais símbolos, a defesa da

limitação do direito à propriedade privada e o controle dos

 principais recursos econômicos pelos poderes públicos - para,

a partir daí, promover a igualdade social, política e jurídica.

A maior parte dos defensores do socialismo acredita que o

seu opositor capitalismo incita a concentração de riquezas e poder

nas mãos de uma minoria. Segundo eles, toda essa opulência só semantém à custa da exploração do trabalho alheio, criando assim uma

sociedade injusta e desigual. Portanto, os críticos do capitalismo

sempre ressaltam que esse sistema não oferece oportunidades iguais

para todos, justamente com a finalidade de maximizar suas

potencialidades.

Ora, é claro que essas idéias de igualdade foram muito bemaceitas, principalmente naquelas regiões onde a industrialização era

menos desenvolvida e a pobreza era crescente, como no caso da

URSS. Foi neste país que, após uma forte crise política e econômica,

apareceu a primeira concretização das teorias socialistas. Nesse

sentido, foi no governo de Lênin que a sociedade soviética viveu a

primeira experiência socialista do mundo, materializando conceitos

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como a Reforma Agrária e a estatização de bancos e fábricas como

principais métodos para se acabar com as desigualdades sociais

existentes.

Até agora eu só tenho utilizado o termo socialismo, não é

mesmo? Muitos de vocês devem ter dúvidas a respeito da diferença

entre socialismo e comunismo, não é? Até porque esses dois

conceitos são utilizados com muita frequência como sendo uma coisa

só, mas eles não são!

Como vimos, as ideias socialistas surgiram na França em

contraposição à nova realidade que a Europa vivia com a Revolução

Industrial e as idéias comunistas passaram a existir somente após a

Revolução Russa. Assim, embora ambas as teorias caminhem para o

mesmo objetivo – a luta contra a desigualdade social - existem certas

diferenças conceituais entre as duas palavras.

Socialismo parte do pressuposto de que os problemas

sociais só existem porque existem desigualdades entre os indivíduos.

Como assim? Os meios de produção são o que diferencia um

indivíduo do outro e, portanto, a socialização dos meios de produção

resolveria o problema. Por isso, o sistema visa à extinção da

propriedade privada.

Para tanto, o governo se encarregaria de cuidar do cidadão

desde seu nascimento, e posteriormente, esse indivíduo seria

obrigado a seguir regras rígidas e a trabalhar para todos, sempre sob

a coordenação do Estado. Deste modo, a existência do Estado para

coordenar a socialização dos meios de produção e defender os

interesses da coletividade ainda é necessária.

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Do mesmo modo, no comunismo também não existem

classes sociais e propriedade privada, mas também não existe a

figura do Estado regulador e protetor do bem comum, e essa é

a grande diferença! Como costumam dizer, é como se o

Comunismo fosse uma evolução do socialismo, onde não há mais a

obrigação de existência de um Estado para tomar as decisões

políticas, que seriam assumidas pelo povo. Nenhum país do mundo

nunca atingiu essa etapa, pois nenhuma sociedade moderna nunca foi

regida sem um Estado.

A primeira experiência socialista vivida no mundo só foi

possível após a Revolução Russa, ou seja, ela se materializou no

momento em que se formulavam conceitos comunistas, fazendo com

que o senso comum tratasse os dois conceitos como sendo a mesma

coisa!

Pessoal, como geralmente é um ponto obscuro, acho bomesclarecermos aqui que a formação da URSS ocorreu em 1922,

portanto, após o socialismo já ter sido implantado na Rússia.

Especialmente nesse país, o sistema foi modificado através de um

movimento revolucionário que resultou na detenção do poder político

por defensores do socialismo.

Assim, a URSS foi formada a partir da junção da antigaRússia com várias pequenas nações, o que conferiu um pioneirismo a

este país, que se tornou o principal e mais forte representante do

socialismo no mundo. Apesar de essas pequenas nações terem

aceitado se vincular à Rússia, a grande maioria dos países que

compuseram o bloco socialista tiveram o novo sistema imposto ao

final da Segunda Guerra Mundial.

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Após esse episódio, a URSS se fortaleceu e polarizou no

cenário mundial uma ferrenha disputa com os EUA, que também

buscava ampliar sua influência no mundo. Deste modo, enquanto aEuropa Ocidental se beneficiava do Plano Marshall, principalmente

Reino Unido, França, Alemanha Ocidental, Bélgica e Holanda, o

socialismo se alastrava pelo Leste europeu. Com exceção da

Iugoslávia, que se insurgiu em 1948, todas as democracias populares

dessa região foram forçadas a admitir a interferência de Stalin, que

não hesitou em usar a força repressora para ter o controle político e

econômico desses países.

E foi por meio de coação e investimentos que a URSS

dominou a região oriental da Europa e deu força política aos partidos

políticos stalinistas na Albânia, Bulgária, Romênia, Hungria

Tchecoslováquia e Polônia. Além desses países, temos como

símbolos socialistas a China, Cuba, Laos, Coréia do Norte e Vietnã.

Atualmente, existem algumas controvérsias em como

considerar os casos do socialismo de Cuba, China, Coréia do Norte e

Vietnã, por exemplo. É preciso uma análise cuidadosa de cada um

deles, por terem características peculiares, como a indústria do

turismo em Cuba ou a existência de salário e lucro na China.

Mas, afinal, por que precisamos saber que houve essapolarização do mundo em dois sistemas e que essa disputa se acirrou

ainda mais depois da Segunda Guerra Mundial?

Bem, para compreendermos os conflitos geopolíticos atuais

será fundamental que tudo o que lemos até aqui esteja bem claro

para, a partir disso, compreendermos melhor o cerne das disputas

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que ainda hoje fazem parte da nossa realidade. Além disso, há

questões em provas onde esses conhecimentos são exigidos.

1 (CESPE/ABIN-2008) - O declínio relativo dos Estados

hegemônicos do Atlântico Norte e a transferência do eixo de

poder para países do Pacífico e do Índico vêm promovendo

mudanças, no início do século XXI, na geografia política das

relações internacionais.

Comentários

Essa questão traz à tona uma nova tendência das relações

internacionais, que é a transferência de poder dos Estados

hegemônicos do Atlântico Norte para os países do Pacífico e do

Índico.

Mas quem seriam esses países do Atlântico Norte? E quais

os países do Pacífico e do Índico?

Os países do Atlântico Norte são o grupo formado por EUA e

os países europeus, os quais constituíam, durante o período de

Guerra Fria, o bloco capitalista. Já os países do Pacífico a que se

refere a questão são: Japão, China, Índia e os Tigres Asiáticos.

Com o fim da bipolaridade vivenciada pelo mundo durante o

período da Guerra Fria, instaurou-se uma ordem multipolar,

possibilitando o surgimento de novos atores com relevância no

cenário internacional. Assim, surgiram os blocos regionais, havendo

uma fragmentação de poder no campo econômico, antes limitado aos

países europeus e aos EUA.

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Nesse contexto, surgiram também os chamados Tigres

Asiáticos, países que implementam um modelo de industrialização

voltado para exportações – Hong Kong, Singapura, Coréia do Sul eTaiwan. A industrialização voltada para exportações é um modelo

exatamente oposto ao que foi implementado no Brasil e nos outros

países da América Latina, que pregava a substituição de importações.

Nos últimos anos pudemos notar uma grande ascensão da

China e da Índia, países dotados de população numerosa e com

elevado potencial exportador. Estes dois países integram o grupoconhecido como BRIC’s (termo usado para se referir a Brasil, Rússia,

Índia e China como grandes mercados emergentes) e, além de seu

poder econômico, também podem ser considerados potências

militares.

O Japão, por sua vez, é também uma das maiores

economias do mundo, sendo um líder mundial no desenvolvimento detecnologia e pesquisas científicas.

Por tudo isso, a questão está correta.

2 (CESPE/ABIN-2008) - A ONU, criada em um momento

bastante distinto do de hoje, assiste pressão por reforma

institucional para agregar mais legitimidade política ao

sistema multilateral de segurança coletiva.

Quando a ONU foi criada em 1945, a ordem internacional

era completamente diferente da atual, portanto, toda sua estrutura

institucional reflete um cenário ultrapassado. Mas como assim?

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Bem, pessoal, para entendermos o que isso significa temos

que entender melhor como funciona o Conselho de Segurança da

ONU, órgão responsável pela manutenção da paz e segurançainternacionais. Sobre esse órgão, é importante sabermos que:

1) O Conselho de Segurança da ONU possui 15 membros,

sendo 5 membros permanentes e 9 membros temporários.

2) Uma decisão não-processual (decisão importante) é

tomada por esse órgão com base em um quórum de 9 votos, aí 

incluídos, necessariamente, votos afirmativos de todos os

 seus membros permanentes.

3) Essa obrigatoriedade do voto afirmativo dos membros

permanentes representa o chamado “poder de veto” , segundo o

qual qualquer dos membros permanentes pode impedir que uma

decisão seja tomada. Se 14 membros do Conselho de Segurança da

ONU votarem a favor de uma questão, mas um membro permanente

votar negativamente, a decisão não será adotada.

4) Pois bem: quem são esses países que tem supremacia

sobre os outros? Os membros permanentes são EUA, China,

Rússia, França e Reino Unido.

Como podemos ver, a estrutura institucional das NaçõesUnidas reflete uma assimetria de poder entre os países, deixando

visível uma desigualdade de fato. É justamente por isso que se

reclama por uma reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Objetiva-se estruturar, dessa forma, um sistema multilateral que

evidencie a nova ordem internacional.

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Nesse sentido, há países que pleiteiam um assento

permanente no Conselho de Segurança da ONU, particularmente

Alemanha, Japão, Brasil e Índia. Vejam só que interessante: Japão eAlemanha são duas das maiores economias do mundo, mas por

terem perdido a 2ª Guerra Mundial, ficaram de fora da estrutura do

Conselho de Segurança!

Todavia, apesar dessas intenções, há algumas resistências

regionais: o Paquistão se opõe à entrada da Índia; a Itália se opõe à

Alemanha; Argentina e México se opõem ao Brasil; e China e Coréiado Sul se opõem ao Japão.

A questão está, portanto correta, já que existe sim

pressão para que a estrutura institucional da ONU seja modificada

para refletir o atual momento das relações internacionais e não a

ordem internacional do pós-guerra.

“Estaríamos entrando na era dos autocratas? É certamente

tentador pensar assim depois de ver a recente surra dada pela

Rússia na Geórgia. Essa invasão marca com clareza uma nova

fase na política mundial, mas seria um erro pensar que o

futuro pertence à mão pesada do russo Vladimir Putin e aos

seus colegas déspotas. Estou pessoalmente interessado em

discernir o formato do novo momento internacional, porque

em 1989 escrevi um ensaio intitulado O Fim da História? Nele,

eu argumentava que as idéias liberais haviam triunfado de

maneira conclusiva com o fim da Guerra Fria. Mas, hoje, o

predomínio dos Estados Unidos da América sobre o sistema

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mundial está fraquejando; Rússia e China se oferecem como

modelos, exibindo uma combinação de autoritarismo e

modernização que claramente desafia a democracia liberal.Eles parecem ter grande número de imitadores”. (Francis

Fukuyama. Democracia resiste a novo autoritarismo. In: O

Estado de S.Paulo, 31/8/2008, p. A24 - adaptado).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando

aspectos marcantes da realidade mundial contemporânea,

 julgue os itens que se seguem.

3 (CESPE/STJ-2008) - A recente intervenção militar russa

mencionada no texto foi justificada por Moscou como de apoio

à separatista Ossétia do Sul, alvo de ataque por parte do

poder central da Geórgia.

Comentários

Desde o desmantelamento da URSS uma gama de ex-

repúblicas soviéticas ficou sob a opressão do Estado russo ou sob o

comando direto do imperialismo Americano. Apesar do fim da guerra

fria, esses Estados permaneceram espremidos no meio de uma feroz

competição pelo controle dos seus recursos naturais. A Ossétia do Sul

é uma região separatista da Geórgia com 3.900 km2 e 70 mil

habitantes que proclamou a sua independência da Geórgia com o fim

da União Soviética, no início dos anos 90.

Estes pequenos países formam um corredor que vai desde

a Ásia Central, no Cáucaso, até o Leste Europeu e a região dos

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Bálcãs, no Sul. O Cáucaso é uma das regiões mais ricas em petróleo

do mundo, e no caso da Ossétia do Sul se juntar à Rússia como

deseja, os EUA perderão o controle sobre uma grande parte daprodução trazendo mais crise e recessão.

Além da questão econômica, há também a disputa entre a

Rússia e o imperialismo americano por um maior controle político e

militar da região, ou seja, o conflito envolve tanto preocupações

econômicas, quanto estratégicas.

Desde o cessar-fogo assinado em junho de 1992, tudo

apontava para uma solução política para o conflito. No entanto, sob

a justificativa de que civis estavam morrendo no combate entre as

tropas da Geórgia e os rebeldes separatistas, a região sofreu

intervenção militar russa em 2008, numa clara demonstração de

apoio à causa Ossétia. Essa intervenção do Governo Russo aproveitou

a transmissão mundial da cerimônia de abertura das Olimpíadas de

Pequim para mostrar ao mundo o conflito da região. Portanto, a

questão está correta.

4 (CESPE/STJ-2008) - Ao contrário do que se previa há duas

décadas, o fim da Guerra Fria fez recrudescer as tensões do

sistema bipolar mundial, ampliando a rivalidade americano-

soviética, como se vê nos atuais incidentes envolvendo a

Geórgia.Comentários

O determinante para acertar essa questão é saber a

definição da palavra RECRUDESCER, que significa intensificar,

agravar ou aumentar. Nesse sentido, ainda que o fim da Guerra Fria

não tenha significado exatamente o término das disputas entre EUA e

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Rússia, não é correto afirmar que a disputa foi agravada. Os

incidentes envolvendo a Geórgia evidenciaram sim uma relativa

continuidade da rixa entre Rússia e EUA, mas tudo de uma formabem mais sutil e diplomática do que durante o período da guerra fria.

2 - O papel das grandes organizações político-econômicas

internacionais.

As Organizações Internacionais são, hoje em dia,importantes sujeitos no cenário internacional e sua expressão cresce

cada vez mais, devido principalmente ao aumento das relações

internacionais e da cooperação entre os Estados.

Mas o que seriam essas organizações? Qual o seu papel no

cenário internacional? Quais as principais? Como funcionam?

Bem, quando se trata de definir uma organização

internacional temos conceitos elucubradíssimos e conceitos mais

simples. Como nós não precisamos ser mestres em Direito

Internacional para fazer uma prova, ficaremos com o mais simples. A

Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entende que

organizações internacionais são nada mais, nada menos, que

organizações intergovernamentais, ou seja, os Estados formamuma entidade com personalidade jurídica para tratar de interesses

comuns.

Assim, na medida em que aumenta a conscientização a

respeito de determinado problema especificamente internacionais,

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Estados se unem para exigir uma cooperação internacional,

originando deste modo, as organizações internacionais!

Essas organizações são extremamente heterogêneas, ou

seja, elas não necessariamente visam uma finalidade comum.

Segundo Rezek, seus objetivos variam entre a suprema ambição da

ONU – manter a paz entre os povos, preservar-lhes a segurança, e

fomentar seu desenvolvimento econômico – até o modestíssimo

objetivo de uma UPU (União Postal Universal) – ordenar o trânsito

postal extrafronteiras. É claro que não vou falar aqui dessa tal deUPU, mas, é de suma importância conhecer aquelas que têm maior

repercussão mundial.

Bem, antes de falar quais são as mais importantes, é

necessário saber que elas possuem uma estrutura comum e

percebermos dois órgãos essenciais em sua constituição: a

Assembléia Geral e a Secretaria.

A Assembléia Geral é o foro onde os Estados-membros

participam efetivamente da organização internacional, expressando

seus pontos de vista através do voto. Na Assembléia Geral, são

adotadas as decisões mais relevantes das organizações

internacionais. Este órgão não é permanente, mas temporário,

reunindo-se ordinariamente – de forma periódica – ou ainda emcaráter excepcional.

Já a Secretaria é o órgão responsável pela operacionalidade

da organização internacional, ou seja, funciona permanentemente e

seus funcionários estão desvinculados dos seus Estados-membros –

princípio da neutralidade.

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Logicamente, a estrutura dessas organizações é definida

pelo seu próprio acordo constitutivo, não havendo uma regra para

determiná-la. Se observarmos, por exemplo, a OMC (OrganizaçãoMundial do Comércio) ou a ONU, veremos o quão complexas são suas

estruturas institucionais.

Um órgão que é muito comum em organizações

internacionais de abrangência universal, como a ONU e a OMC, é um

Conselho Permanente, que exerce competências executivas e de

maneira ininterrupta. Esse conselho pode ser integrado porrepresentantes de todos os Estados-membros ou por representantes

de apenas alguns. O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo,

se trata de um conselho permanente, sendo constituído por

representantes apenas de alguns Estados-membros.

5 (CESPE/IRB-2010) - O Brasil e outros países em

desenvolvimento pleiteiam ocupar um assento permanente noConselho de Segurança da ONU. A esse respeito, há, entre os

países, amplo consenso de que os candidatos naturais a

representantes da América Latina, África e Ásia são,

respectivamente, Brasil, Nigéria, Japão e Índia.

Comentários

Recentemente, uma onda de boatos se espalhou pelo

mundo afirmando que o ex-presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da

Silva havia sendo sondado para assumir o cargo máximo das Nações

Unidas em 2011, depois de deixar seu segundo mandato. Porém, ele

afirmou que não pretende ser secretário-geral da ONU por acreditar

que o cargo tem de ficar nas mãos de um burocrata. Essa afirmação,

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no entanto não exclui o desejo e a pretensão do governo brasileiro

em ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da

ONU. Até aqui tudo certo, não é? Porém, a questão está errada aoafirmar que existe consenso entre os países a respeito de quem deve

ser o candidato natural de cada continente, a exemplo da Argentina,

que não aceita a candidatura do Brasil.

 _____________________x___________________

Continuando, as organizações internacionais são entidades

com objetivos e áreas de atuação diferenciadas. Algumas delas

exercem suas funções somente em âmbito regional, outras têm

alcance universal, não ficando sua atuação limitada a uma região.

Organizações internacionais de alcance universal seriam

aquelas que têm uma propensão para reunir em torno de si a

totalidade dos Estados soberanos. Como exemplos de organizações

internacionais de alcance universal podemos citar a ONU

(Organização das Nações Unidas), a OMC (Organização Mundial de

Comércio), a OMA (Organização Mundial de Aduanas) e a OIT

(Organização Internacional do Trabalho)

Organizações internacionais de alcance regional, ao

contrário, são aquelas que reúnem unicamente países de uma

determinada região, como por exemplo, a UE (União Européia), a

OEA (Organização dos Estados Americanos), o BID (Banco

Interamericano de Desenvolvimento) e o MERCOSUL.

Bem amigos, como todos vocês já puderam perceber, a

Segunda Guerra Mundial trouxe mudanças para o mundo, nos mais

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amplos sentidos, sejam econômicos, políticos ou sociais. Com as

organizações internacionais não foi diferente! Elas também foram, em

sua grande maioria, resultado desse acontecimento.

UNIÃO EUROPÉIA:

Atualmente, fazem parte da União Européia (UE) 27

membros, havendo ainda três outros Estados em processo de

adesão: Macedônia, Turquia e Croácia. O processo de adesão à União

Européia consiste em preparar os países candidatos para cumprirem

as obrigações decorrentes da qualidade de Estado membro. Assim,

para a adesão ao bloco, exige-se o cumprimento dos requisitos

conhecidos como critérios de Copenhague, que consistem em

requisitos políticos, econômicos e de aplicação da legislação européia.

Lembram que falei sobre a harmonização das leis? Poisentão, é preciso que os países participantes dessa organização

tenham leis que, pelo menos não se conflitem, para que talvez um

dia evoluam para a tão desejada equalização da legislação.

Como a UE já é um bloco econômico que se encontra num

estágio muito avançado e sólido, em que a integração econômica é

total, pelo menos nesse sentido, podemos afirmar que há umaequalização das políticas econômicas (fiscal, cambial e monetária).

Para manter essa paridade, é necessário que haja a presença de

órgãos que adotem decisões vinculantes e obrigatórias para todos os

Membros da organização.

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Assim, podemos entender que, enquanto organização

internacional, a União Européia tem presente em si uma característica

singular: a supranacionalidade de seus órgãos. E o que issorepresenta, afinal?

Isso representa uma relativização do conceito de soberania,

pois cada Estado-membro da União concede uma parcela da sua

soberania para que um órgão supranacional possa agir em seu nome.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU):

A Organização das Nações Unidas surgiu após a Segunda

Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, organização

internacional que funcionou em Genebra após a Primeira Guerra

Mundial. Após um período de turbulência como o vivido durante a

Segunda Guerra Mundial, os países se reuniram em torno de umaorganização que buscasse a manutenção da paz e da harmonia

internacional.

Assim, surgiu a ONU, que nada mais é do que uma

associação de Estados reunidos com os seguintes objetivos:

1- Manter a paz e a segurança internacionais.

2-Desenvolver relações amistosas entre as nações,

baseadas no respeito ao princípio da igualdade e de

autodeterminação dos povos.

3-Conseguir uma cooperação internacional para resolver os

problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou

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humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos

humanos e as liberdades fundamentais para todos.

4-Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações

para a consecução desses objetivos.

O estatuto da ONU é a Carta das Nações Unidas, assinada

em São Francisco em 26 de junho de 1945. Segundo o referido

diploma, poderão ser admitidos como membros todos os Estados

 “amantes da paz” que aceitem as obrigações contidas na Carta e que

a juízo da Organização estiverem aptos e dispostos a cumprir tais

obrigações.

Quando um membro violar persistentemente os princípios

da Carta da ONU, poderá ser expulso pela Assembléia Geral,

mediante recomendação do Conselho de Segurança.

São seis os órgãos especiais das Nações Unidas: AssembléiaGeral, Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça,

Secretariado, Conselho Econômico e Social e o Conselho de Tutela. A

seguir, falaremos um pouco sobre as funções e atribuições de cada

um desses órgãos

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA):

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma

organização internacional criada em 1948 com o objetivo de obter

 “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade,

intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua

integridade territorial e sua independência”.

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A OEA é uma organização internacional de caráter regional e

de vocação política, sendo um organismo regional das Nações Unidas.

A Carta da OEA define quais são seus propósitos enquantoorganização internacional que atua no continente americano e ainda

os princípios em que se baseia e sua estrutura jurídica.

De acordo com esta Carta os propósitos essenciais da OEA

são:

- Garantir a paz e a segurança continentais;

- Promover e consolidar a democracia representativa,

respeitando o princípio da não-intervenção;

- Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a

solução pacífica das controvérsias que surjam entre seus membros;

- Organizar a ação solidária destes em caso de agressão;

- Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e

econômicos que surgirem entre os Estados membros;

- Promover, por meio da ação cooperativa, seu

desenvolvimento econômico, social e cultural;

- Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo aopleno desenvolvimento democrático dos povos do Hemisfério;

- Alcançar uma efetiva limitação de armamentos

convencionais que permita dedicar a maior soma de recursos ao

desenvolvimento econômico-social dos Estados membros.

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Como se pode perceber, os propósitos da OEA são bastante

semelhantes aos da ONU e giram em torno de uma mentalidade de

 paz e segurança, cooperação interamericana, solução pacífica

das controvérsias e promoção de desenvolvimento econômico,

 social e cultural.

Mas afinal, quem são os membros dessa organização?

Bem, todos os Estados Americanos que ratificaram a Carta

da OEA, passaram a constituir essa organização, ou seja, as 35

nações independentes do continente americano.

A Carta da OEA, ao contrário da Carta da ONU, não prevê a

possibilidade de expulsão de um Estado-membro quando este viole os

seus princípios. Todavia, um membro cujo governo

democraticamente constituído seja deposto pela força, poderá ter

suspenso o seu direito de participação nas atividades da

organização. Como exemplo, cito o caso ocorrido em 31 de janeiro de

1962 em Cuba. Após o governo cubano afirmar o caráter socialista da

Revolução e se aliar à URSS, esse país foi suspenso da Organização,

tendo seus direitos recuperados somente em junho de 2009.

BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUÇÃO E

DESENVOLVIMENTO - BIRD

Com a proximidade do fim da Segunda Guerra Mundial e a

Europa quase toda destruída, os países aliados decidiram, durante a

Conferência de Bretton Woods, que seria importante ter um banco

para colaborar na reconstrução do velho continente. Lembra que falei

do Acordo de Bretton Woods?

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Pois então, o BIRD foi estabelecido a partir desse acordo e

tinha o objetivo principal de ajudar os países que haviam sido

destruídos durante o conflito. No entanto, atualmente seu papel semodificou no cenário mundial e hoje ele tem como objetivo principal

lutar contra a pobreza mundial,  através da concessão de

empréstimos a países em desenvolvimento.

Daí vocês devem se perguntar: de onde vem tanto dinheiro

para financiamentos dessa magnitude? Afinal, financiar a

reconstrução da Europa não é pra qualquer um, não é mesmo?

Pois é, mas o Banco Internacional não oferece empréstimos

a todos. Ao contrário, ele adequa os empréstimos e assistências para

o desenvolvimento às rendas médias dos países, na medida em que

eles possuam bons antecedentes de crédito.

Mas a pergunta permanece: de onde vem o dinheiro? A

capacidade de voto de cada país-membro do BIRD está diretamente

vinculada às suas subscrições de capital, ou seja, ao compromisso do

país em contribuir com certa quantia em dinheiro. Todavia, o

tamanho dessa subscrição está diretamente relacionado ao poder

econômico relativo de cada um, portanto, quem é mais rico,

subscreve mais e, portanto, manda mais. Além disso, o BIRD levanta

grande parte dos seus fundos por meio da comercialização de títulosnos mercados internacionais de capital.

Juntos, o BIRD e a AID (Associação Internacional de

Desenvolvimento) formam o que hoje chamamos de Banco Mundial.

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FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL - FMI

Assim como o BIRD, essa organização também foi instituídaa partir de Bretton Woods em 1944.

Essa organização teria a função básica de fornecer soluções

financeiras para aqueles países que se deparassem com déficits nas

contas externas, decorrentes de conjunturas internacionais adversas.

No fim das contas, ele acaba atuando como um “banqueiro de última

instância” 

Na prática, tanto o FMI como o Banco Mundial receberam

ainda mais importância com a crise da dívida externa, nos anos 80,

quando cederam ou liberaram empréstimos apenas para os países

que se dispuseram a adotar programas de ajuste de corte neoliberal.

E aqui aquela mesma perguntinha volta: de onde vem o

dindin? Novamente, os 182 países-membros do FMI entram comofinanciadores, entre os quais o Brasil. Evidentemente, manda no

Fundo quem tem mais dinheiro investido: no caso, os Estados Unidos

e os outros grandes capitalistas. O Brasil e os demais países têm

muito pouca representatividade nessa organização, ainda que

medidas venham sendo tomadas para alterar essa situação. Um bom

exemplo disso são as últimas notícias, muito disseminadas na mídia,

sobre o Brasil ter emprestado dinheiro ao FMI. Na verdade, a atitude

do governo do Brasil foi aumentar a quantidade de reservas

internacionais acumuladas, as quais seriam inclusive suficientes para

pagar a dívida externa brasileira.

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BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO -

BID

É muito comum fazermos certa confusão entre o BIRD e o

BID, pois suas siglas são realmente muito parecidas! Essa dúvida é

tão comum que, inclusive, um colega de curso já tinha postado essa

questão no fórum da aula 01.

Todavia, o BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento

- teve sua criação bem posterior ao seu “modelo incentivador”. Tendo

sido criado 15 anos depois, o BID é a principal fonte de

financiamento em 26 países da América Latina e do Caribe.

Essa organização internacional foi instituída em 1959, com o

objetivo principal de apoiar o processo de desenvolvimento

econômico e social dessa região. Assim como o BIRD, ele promove o

desenvolvimento, principalmente, por meio da concessão de

empréstimos e operações de auxílio técnico para esses países.

Visando colaborar com o combate à pobreza e promover

uma igualdade social, em março de 2010, o BID firmou um acordo de

ajuda financeira para o Haiti sem precedentes. No acordo, mais de 48

Estados-membros ratificaram um tratado em que se dispuseram a

colaborar com o aumento da capacidade de empréstimos da

organização, que praticamente duplicará.

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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO - OMC

O surgimento dessa organização está diretamente ligado adois fenômenos modernos. O primeiro deles é o aumento do número

e volume de transações comercias entre diferentes países e regiões.

O segundo é o intenso processo de integração trazido pela

globalização, seja de capitais, mercadorias ou da própria produção.

Uma vez que, sobretudo os países pobres desenvolveram grande

dependência em relação aos ricos, surgiu a necessidade da criação de

organismos internacionais que se dispusessem a regular asdisparidades econômicas e comerciais existentes.

Apesar de geralmente haver concordância, os mais

desenvolvidos possuem maiores meios de pressão sobre aqueles de

menor desenvolvimento. Diante disso, torna-se fundamental a

existência de uma organização que se disponha a avaliar e cuidar das

relações comerciais e dos interesses de países que possam serprejudicados.

Para amenizar a disparidade comercial, a OMC ocupa um

lugar de significativo destaque no cenário mundial e se encontra no

mesmo patamar de importantes órgãos financeiros internacionais

como o FMI e o Banco Mundial.

As maiores dificuldades que a Organização Mundial do

Comércio encontra para regular as relações comerciais diz respeito ao

protecionismo de determinados países com alguns de seus produtos.

Exemplos assim podem ser encontrados entre as maiores economias

mundiais, como EUA e França. Os E.U.A, taxou todos os produtos

agropecuários evitando a entrada de mercadorias dessa natureza,

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provenientes de outros lugares, resultando inegavelmente na

proteção de seus produtores. Sendo então “punido” pela OMC, que

autorizou o Brasil a aplicar sobretaxas a produtos americanos emretaliação ao subsídio concedido ao cultivo do algodão.

Assim, vemos que uma das funções da OMC é a de atuar

como um intermediador no momento em que dois países originam

conflitos por razões comerciais. Além disso, a OMC é uma

organização internacional que tem outras funções, tais como:

1) Servir como fórum para negociações comerciais.

2) Administrar os acordos multilaterais firmados por seus

países-membros.

3) Fiscalizar as políticas comerciais de seus membros.

O principal objetivo da OMC é a promoção dodesenvolvimento e crescimento econômico de seus membros. Para

isso, busca a liberalização do comércio internacional por meio da

redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias, o que é conquistado

em sucessivas rodadas de negociação.

Não poderíamos encerrar esse tópico sem abordar a rodada

de Doha, à qual o Brasil está totalmente vinculado. Para falar dela

vou utilizar de uma questão da prova de 2009 do Instituto Rio Branco

a qual traz muitos aspectos importantes pra pensarmos.

6 (CESPE/IRB-2009) - Considerando os interesses brasileiros

na Rodada de Doha da OMC, julgue (C ou E) os itens

seguintes.

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A ( ) Dada a participação majoritária do setor terciário na

composição de seu Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil

almeja o aumento de sua participação nas exportaçõesmundiais de serviços, defendendo, por conseguinte, ampla

liberalização dessa modalidade de comércio.

B ( ) Nas negociações acerca de acesso a mercados, o Brasil

objetiva a eliminação ou a redução de restrições tarifárias e

não-tarifárias que incidem sobre suas exportações de bens, de

forma geral, priorizando o tratamento dos fatores que

restringem e distorcem o comércio agrícola.

C ( ) Por dispor de um parque industrial amplo e

diversificado, embora com diferenças setoriais quanto aos

níveis de competitividade, o Brasil posiciona-se

contrariamente ao aprofundamento de compromissos relativos

a reduções tarifárias para produtos manufaturados.

D ( ) O Brasil propugna maior transparência na aplicação de

medidas contra práticas desleais de comércio, em particular,

medidas antidumping e anti-subsídios, que afetam suas

exportações para os países desenvolvidos.

COMENTÁRIOS

Questão interessante, que nos permite aprofundar nas

negociações multilaterais de comércio desenvolvidas sob a égide daOMC. Em primeiro cabe-nos perguntar: o que é essa tão falada

Rodada Doha?

A Rodada Doha nada mais é do que uma rodada de

negociações comerciais conduzidas no âmbito da OMC. Em 1947,

quando os países criaram um acordo para regular o comércio

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internacional – o GATT 47 (General Agreement on Tariffs and Trade)

– eles decidiram que buscariam a liberalização do comércio

internacional de forma progressiva, por meio de sucessivas rodadasde negociações. Dessa forma, várias Rodadas de Negociação se

sucederam!

Chegamos, então, ao ano de 2001, quando é lançada a

Rodada Doha, também conhecida por Rodada do

Desenvolvimento. Mas por que esse nome? A citada rodada de

negociações foi lançada com esse nome porque tem como maiorobjetivo “olhar o lado” dos países em desenvolvimento, buscando

inseri-los de forma mais efetiva na economia internacional.

O grande problema é que as negociações de Doha se arrastam desde

2001. Chegamos ao ano de 2013 e, mesmo assim, ainda não se tem

um consenso final, inclusive em dez/12 o Brasil apresentou a

candidatura do embaixador Roberto Azevedo para a direção-geral da

Organização Mundial do Comércio (OMC), onde este destaca que uma

das suas prioridades seria destravar a Rodada de Doha.  O processo

de seleção para o cargo será concluído até 31 de maio de 2013.

Vamos aguardar não é mesmo?

Mas afinal, por que tanta dificuldade para se chegar a um

acordo?

Em primeiro lugar, é relevante destacar a pluralidade de

temas que é tratada no âmbito dessa Rodada de Negociações:

comércio de mercadorias, comércio de serviços, defesa comercial,

medidas de investimento relacionadas ao comércio, agricultura, etc.

Em segundo lugar, destaco o processo decisório no âmbito da OMC,

aonde somente se chega a um denominador comum pelo consenso

entre seus membros. Por fim, há o impasse instaurado entre países

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desenvolvidos e países em desenvolvimento. Enquanto os países

desenvolvidos desejam obter redução de tarifas em produtos

industrializados, os países em desenvolvimento querem que

os desenvolvidos reduzam o protecionismo na área agrícola,

 particularmente no que se refere à concessão de subsídios.

Voltemo-nos agora para o exame de cada assertiva:

A primeira assertiva está errada. A ampla liberalização

do comércio de serviços não é um desejo dos países em

desenvolvimento, tampouco do Brasil. Os países desenvolvidos é que

são interessados nisso, já que são grandes exportadores de serviços.

Interessante ressaltar aqui que uma tendência que se pode observar

é a de que quanto mais desenvolvido for um país, maior a

 participação do setor terciário (serviços) em sua economia. A

atividade do setor terciário em que o Brasil apresenta maior

desenvolvimento é a construção civil.

A segunda assertiva está correta. O maior interesse do

Brasil no que diz respeito às negociações comerciais em Doha é em

relação aos produtos agrícolas. Nesse sentido, busca obter a

eliminação ou redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias.

A terceira assertiva está errada. Embora o Brasil tenha

um parque industrial amplo e diversificado, sua posição em Doha é

no sentido de não colocar empecilhos nas reduções tarifárias para

produtos manufaturados. Isso porque o Brasil já cobra tarifas

aduaneiras em um nível inferior àquele que se comprometeu nas

negociações tarifárias.

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A quarta assertiva está correta. O Brasil tem sofrido com

a aplicação de medidas antidumping contra a exportação de seus

produtos. Mas o que seriam essas medidas antidumping?

Medidas antidumping, a grosso modo, são medidas de

defesa comercial aplicadas na forma de uma sobretaxa além do

imposto de importação. A sua aplicação objetiva fazer frente a

importações a preços reduzidos que causem dano à indústria nacional

do país importador. Para que se imponham medidas antidumping, é

necessária, todavia, uma investigação conduzida em conformidadecom o Acordo Antidumping.

Pois bem, levando-se em consideração que o Brasil tem

sofrido com a aplicação de direitos antidumping contra suas

exportações, ele deseja que as negociações em Doha criem regras

mais transparentes para a condução de tais investigações. O objetivo

disso é ter condições jurídicas mais favoráveis para poder contestá-las.

NAFTA:

O NAFTA (North American Free Trade Agreement ) é uma

área de livre comércio formada por EUA, Canadá e México que

possui como objetivos a eliminação de barreiras ao comércio de bens

e serviços intrabloco, e o aumento das oportunidades de investimentoe a promoção de uma competição justa na região.

A instituição do NAFTA teve como um de seus  principais

efeitos a instalação de empresas canadenses e americanas no

México, as quais se aproveitaram do baixo custo da mão-de-

obra naquele país. Do ponto de vista mexicano, esse movimento

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teve como efeito a geração de empregos em seu território e o

crescimento da produção industrial, que, em grande parte, é

destinada aos EUA.

Detalhe interessante que pode vir a ser cobrado em prova é

acerca do atrelamento da economia mexicana aos EUA em

virtude do NAFTA. Por estarem fortemente atreladas uma à outra,

foi possível perceber, diante da recente crise financeira, grande

recessão no México, cuja economia acompanhou a americana.

O NAFTA, ao contrário de outros blocos regionais, não tem

como objetivo a livre circulação de pessoas. Pelo contrário, uma das

maiores preocupações dos E.U.A quando da constituição do NAFTA

era que aumentasse demasiadamente os fluxos de imigrantes

mexicanos.

 “Mas, professora, por que existe essa preocupação dos

EUA?” 

Os EUA, por ser um país desenvolvido, atrai muito mais

imigrantes mexicanos do que o contrário. Aliás, os EUA atraem

imigrantes de vários lugares do planeta. Isso porque todos pensam

em ir para aquele país a fim de "fazer a vida". Quem não conhece um

brasileiro que já emigrou para os EUA em busca de melhorar sua

condição?

Pois bem, a grande preocupação é que a imigração

mexicana em massa possa constituir-se uma ameaça à cultura

norte-americana. Além disso, outro problema é que

mexicanos ocupem postos de trabalho no lugar de

americanos.

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O livre comércio no NAFTA ainda não abrange a

totalidade dos bens e serviços. Se formos ler o texto do tratado

que o instituiu, perceberemos que há inúmeras disposições querestringem o comércio de bens e de serviços intrabloco. No que diz

respeito ao comércio de bens, podemos perceber que ainda não há,

por exemplo, uma livre circulação de automóveis. Um exemplo de

restrição ao comércio de serviços na região é a existente no setor

energético, segundo a qual o México reserva a si mesmo o direito de

exploração e refinamento de petróleo e gás natural em seu território.

Nada mais natural, considerando-se que o México é um dos maiores

exportadores de petróleo do mundo e não iria querer empresas

americanas ou canadenses se instalando em seu território para

incrementar a concorrência.

Vejamos uma questão relacionada à integração na América

do Norte:

7 (CESPE/ANTAQ-2009) - Embora não faça fronteira com os

EUA, o México é prioritário para a diplomacia norte-americana

por causa do grande número de imigrantes mexicanos

instalados no território norte-americano.

COMENTÁRIOS:

Em primeiro lugar, os EUA possuem fronteiras com o

México. Em segundo lugar, apesar de existir um grande número de

imigrantes mexicanos instalados no território, não é só por isso que o

México é prioritário para a diplomacia norte-americana. Além desse

aspecto demográfico, também é muito relevante a grande quantidade

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de investimentos dos EUA naquele país, além, é claro, das estreitas

relações comerciais entre os dois. Logo, a questão está errada.

INTEGRAÇÃO REGIONAL NA AMÉRICA LATINA - ALADI:

A integração regional na América Latina remonta ao período

posterior à Segunda Guerra Mundial, quando começam a surgir nesse

continente as primeiras idéias integracionistas. Dessa forma, na

década de 50 começam a tomar forma tais idéias, que encontramsuas motivações nas experiências integracionistas realizadas na

Europa e, ainda, no pensamento da Comissão Econômica para a

América Latina (CEPAL).

Por um lado, a partir das bem-sucedidas experiências

integracionistas européias, os países latino-americanos perceberam

que a melhor forma de alcançar desenvolvimento econômico conjunto

seria a organização em blocos econômicos. Por outro lado, as

recomendações da CEPAL eram no sentido de que os países da

América Latina deveriam utilizar-se de políticas de substituição de

importações (práticas protecionistas) e que o livre comércio só

deveria existir em âmbito regional.

Assim, a partir do pensamento cepalino, cuja principal figura

era o economista argentino Raúl Présbisch, surge em 1960 a ALALC(Associação Latino-Americana de Livre Comércio). A ALALC tinha

como objetivo estabelecer, no longo prazo, um mercado comum,

começando, todavia, com uma área de livre comércio, integrando os

seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,

México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

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Mas será que a ALALC foi uma iniciativa que deu certo?

Não, amigos, a ALALC não deu muito certo! E podemos

aqui assinalar diversos motivos!

Em  primeiro lugar , os objetivos a que se propunha a

ALALC (estabelecer um mercado comum) eram demasiadamente

ambiciosos, o que levou ao não-cumprimento dos compromissos

assumidos pelos países que a integravam. Dessa forma, não foi

possível nem mesmo formar uma área de livre comércio que

englobasse os países-membros.

Em  segundo lugar , não foram contemplados

adequadamente a diferença entre os níveis de desenvolvimento dos

países envolvidos no processo de integração. Afinal de contas, não

podemos nos esquecer que, mesmo dentro da América Latina há

diferenças de desenvolvimento. De um lado há países como Brasil,

Argentina e México, os quais possuem economias mais fortes; deoutro há países como Bolívia e Paraguai, que são economias

menores.

Em terceiro lugar , no período compreendido entre 1960 e

1980, os países envolvidos no processo de integração atravessaram

momentos de grande instabilidade política, notadamente em razão

das ditaduras militares.

Por fim, podemos citar, ainda, como entraves ao bom

funcionamento da ALALC a heterogeneidade das políticas econômicas

dos países-membros, a falta de vontade política dos governos e o

déficit institucional que a caracterizava (falta de flexibilidade de seus

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mecanismos e inexistência de órgãos supranacionais a conduzirem o

processo de integração).

Não tendo dado certo a ALALC, foi criada em 1980, pelo

Tratado de Montevidéu a  ALADI (Associação Latino-Americana

de Integração). A ALADI é, atualmente, o mais importante fórum

de negociações comerciais na América Latina, sendo constituída por

12 países, representantes das 3 (três) Américas: Brasil, Argentina,

Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela,

Colômbia, México e Cuba.

A ALADI tem como objetivo estabelecer, no longo prazo, um

mercado comum latino-americano. Para isso, todavia, é dotada de

mecanismos mais flexíveis do que sua antecessora ALALC. Enquanto

na ALALC os países queriam formar uma área de livre comércio que

englobasse todos seus membros, no âmbito da ALADI as preferências

tarifárias podem ficar restritas a um grupo de países.

De acordo com o Tratado de Montevidéu, que instituiu a

ALADI, os países-membros da ALADI estabeleceram uma área de

preferências econômicas, composta por uma  preferência tarifária

regional, acordos de alcance regional e acordos de alcance

 parcial. Os acordos de alcance regional são acordos que abrangem a

totalidade dos integrantes da ALADI. Já os acordos de alcance parcial

são acordos que envolvem somente alguns de seus integrantes.Como exemplos de acordos de alcance parcial celebrados no âmbito

da ALADI citarei o MERCOSUL e a Comunidade Andina de Nações

(CAN), sobre os quais falarei a seguir.

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MERCOSUL: 

O MERCOSUL é um bloco regional constituído por Brasil,

Argentina, Uruguai , Paraguai e Venezuela que tem por objetivo

formar um mercado comum. Esse estágio de integração pressupõe a

livre circulação de mercadorias e serviços entre seus membros, uma

política comercial comum em relação a terceiros países e a livre

circulação dos fatores de produção.

As origens do MERCOSUL estão na Declaração de Iguaçu,

que formalizou a cooperação econômica entre Brasil e Argentina no

ano de 1985. Posteriormente, Fernando Henrique Cardoso e Carlos

Menem assinaram em 1990 a Ata de Buenos Aires, visando à

integração econômica entre esses dois países. Em 1991, com a

assinatura do Tratado de Assunção e a entrada de Uruguai e Paraguai

no bloco, surge o MERCOSUL.

Ainda falta muito para o MERCOSUL atingir objetivo deconstituição de um mercado comum, pois há uma série de

dificuldades políticas e institucionais que impedem o aprofundamento

da integração regional. Em primeiro lugar, os países que integram o

MERCOSUL são economicamente muito heterogêneos. Enquanto

o Brasil e Argentina possuem economias maduras, o Paraguai ainda é

uma economia bem frágil. Em termos políticos, o Brasil goza de

maior prestígio no cenário internacional e sua política externa temobjetivos ambiciosos, como conquistar um assento permanente no

Conselho de Segurança da ONU.

No que diz respeito às dificuldades institucionais do

MERCOSUL, ressalto que não existe nesse bloco regional um órgão

supranacional com capacidade legislativa. Isso dificulta a produção

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normativa no âmbito do MERCOSUL, enfraquecendo, por conseguinte,

a segurança jurídica. Para que uma norma tenha vigor no âmbito do

MERCOSUL, ela deve ser aprovada pelos seus quatro países-membros.

Quanto às práticas protecionistas adotadas entre seus

membros, é incontroverso dizer que elas recrudesceram nos últimos

tempos. Principalmente no comércio entre Brasil e Argentina, o que

se percebe é uma verdadeira “troca de gentilezas” entre esses países.

Todavia, apesar de todas essas dificuldades para a

consolidação da integração entre os seus integrantes, a corrente de

comércio do Brasil com o bloco intensificou-se nos últimos anos.

O Brasil tem dado grande prioridade ao fortalecimento do

MERCOSUL. Isso se deve, conforme já comentei anteriormente, às

ambições da política externa brasileira, cujo objetivo é conseguir um

assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Para isso, oBrasil almeja ser visto pelo mundo como um autêntico líder e

promotor da estabilidade regional.

A criação do FOCEM (Fundo para Convergência Estrutural) e

do Parlamento do MERCOSUL foram, nesse sentido, iniciativas

apoiadas pelo Brasil. O FOCEM é um fundo destinado a apoiar

projetos de infra-estrutura das economias menores e das regiões

menos desenvolvidas do MERCOSUL, visando, acima de tudo, a

redução das assimetrias regionais. O Parlamento do MERCOSUL, por

sua vez, representa um passo no caminho do aprofundamento do

processo de integração. Como principais funções, o Parlasul busca

agilizar o processo de incorporação de normas do MERCOSUL ao

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ordenamento jurídico de seus membros bem como fortalecer a

cooperação inter-parlamentar.

Outra iniciativa que pretende aprofundar a integração no

âmbito do MERCOSUL é o Sistema de Pagamentos em Moeda Local

(SML), que já permite hoje que Brasil e Argentina utilizem em suas

relações comerciais recíprocas o peso e o real. Existe a possibilidade,

ainda não transformada em realidade, de que esse sistema seja

estendido a todas as relações comerciais entre os países do

MERCOSUL.

Por fim, vale destacarmos a situação da Venezuela no

âmbito do MERCOSUL. A entrada da Venezuela no MERCOSUL como

membro pleno aconteceu oficialmente em 31 de julho de 2012. Com

exceção do Paraguai, que já se encontrava suspenso do bloco devido

ao golpe de estado sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo, todos

os outros países-sócios se reuniram em Brasília para oficializar a

entrada da Venezuela como membro-pleno do bloco.

Vamos resolver algumas questões sobre o MERCOSUL?

8 (CESPE/IRB-2009-adaptada) - Considerando os interesses e

as perspectivas brasileiras em relação ao MERCOSUL e a

evolução recente desse bloco, julgue (C ou E) os itens a seguir

e em seguida assinale a opção correta:

( ) I - As dificuldades políticas e institucionais do

MERCOSUL, a fragilidade de seus instrumentos comerciais e o

recrudescimento do protecionismo nos países-membros levaram à

continuada retração da corrente de comércio do Brasil com o bloco

nos últimos cinco anos.

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( ) II - A prioridade brasileira conferida à consolidação e à

expansão do MERCOSUL expressou-se no apoio às iniciativas de

aprimoramento institucional do bloco, das quais são exemplosrecentes a criação do Fundo de Convergência Estrutural (FOCEM) e

do Parlamento do MERCOSUL.

( ) III - Com o propósito de agilizar e desburocratizar o

intercâmbio comercial no âmbito do MERCOSUL, o Brasil concebeu e

implantou, em conjunto com a Argentina, mecanismo de pagamento

em moeda local, o qual pode ser ampliado para os demais países dobloco.

Estão corretas as seguintes assertivas:

a) I

b) II

c) I e II

d) II e III

e) Todas estão corretas

COMENTÁRIOS:

A primeira assertiva está errada. Apesar de todas as

dificuldades para a consolidação da integração entre os seus

integrantes, a corrente de comércio do Brasil com o bloco

intensificou-se nos últimos anos.

A segunda assertiva está correta. O Brasil, almejando

um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, dá

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prioridade ao MERCOSUL em sua agenda política externa. A criação

do FOCEM e do Parlasul foram iniciativas apoiadas pelo Brasil no

intuito de fortalecer a integração no âmbito regional.

A terceira assertiva está correta. Atualmente, o SML

(Sistema de Pagamentos em Moeda Local) só se aplica no comércio

entre Brasil e Argentina. No entanto, ele pode ser estendido para as

relações comerciais entre os outros países do MERCOSUL. Portanto, a

questão está correta.

9 (CESPE/IRB-2010) - Após a aprovação, pelo Senado

Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da

Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte

do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país

à União Aduaneira seja concluído, ratificação essa que tende a

ser facilitada pelo fato de o Paraguai fazer parte da chamadaaliança bolivariana, dado o perfil político de esquerda do

Presidente Fernando Lugo.

COMENTÁRIOS:

Realmente, a efetiva adesão da Venezuela ao MERCOSUL

somente dependeu da aprovação do Paraguai. Todavia, ao contrário

do que afirma a questão, a ratificação paraguaia do Protocolo de

Adesão não será algo tão fácil assim. Muito pelo contrário, o

Congresso paraguaio, atualmente, não é a favor do ingresso desse

país no MERCOSUL. A entrada da Venezuela no MERCOSUL como

membro pleno aconteceu oficialmente em 31 de julho de 2012. Com

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exceção do Paraguai, que já se encontrava suspenso do bloco devido

ao golpe de estado sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo, todos

os outros países-sócios se reuniram em Brasília para oficializar aentrada da Venezuela como membro-pleno do bloco. Portanto, a

questão está errada.

10 (CESPE/ANTAQ-2009) - Blocos econômicos, como a União

Européia e o MERCOSUL, compõem o panorama do que se

convencionou chamar de globalização e derivam, entre outras

razões, da necessidade de se posicionar bem no competitivomercado mundial.

COMENTÁRIOS:

A organização dos países em blocos econômicos deriva da

necessidade de que estes se posicionem de forma mais competitiva

no mercado mundial e da tentativa de se buscar desenvolvimento

econômico conjunto. Além disso, a existência de blocos econômicoscompõe o cenário internacional globalizado. Por tudo isso, a questão

está correta.

COMUNIDADE ANDINA - CAN

A Comunidade Andina de Nações (CAN) é um bloco

econômico formado por Bolívia, Equador, Colômbia e Peru,

constituindo, assim como o MERCOSUL, uma união aduaneira.

O objetivo da Comunidade Andina é constituir um mercado

comum, o que ainda é algo um pouco distante. Para que isso se torne

realidade, é preciso que todos os países usem a Tarifa Externa

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Comum (TEC), a qual ainda não foi adotada pelo Peru. Além disso,

faz-se mister estabelecer a livre circulação dos fatores de produção

intra-bloco.

A Venezuela fazia parte da CAN até o ano de 2006, quando

retirou-se do bloco alegando que os tratados de livre comércio

assinados pela Colômbia, Equador e Peru com os EUA comprometiam

os objetivos regionais.

UNASUL

A UNASUL (União de Nações Sul-Americana) foi constituída

em 23 de maio de 2008 e tem como objetivo a integração sul-

americana. Para isso, ela reúne o MERCOSUL, a Comunidade Andina

de Nações (CAN), Chile, Guiana e Suriname. Vejamos o que o

Tratado Constitutivo dessa organização internacional enuncia como

seu objetivo:

 Artigo 2 – Objetivo - A União de Nações Sul-americanas

tem como objetivo construir, de maneira participativa e consensuada,

um espaço de integração e união no âmbito cultural, social,

econômico e político entre seus povos, priorizando o diálogo

político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infra-estrutura,

o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas aeliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e

a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as

assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência

dos Estados. 

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O Tratado Constitutivo da UNASUL é muito bonito em suas

palavras! Fazendo uma leitura de seu texto, pensamos até que vai

ser construído na América do Sul um bloco aos moldes da UniãoEuropéia. No entanto, não podemos dizer que ele tenha estabelecido

compromissos concretos para as partes contratantes. O que de fato

existe hoje na UNASUL são propostas e intenções, dentre as quais

 julgo como principais:

1) Liberalização do comércio entre os países:

eliminação de tarifas para produtos não-sensíveis até 2014 e paraprodutos sensíveis até 2019.

2) Livre circulação de pessoas 

3) Criação do Banco do Sul: será o responsável por

estabelecer uma política monetária na região, com vistas a criar no

futuro uma moeda única sul-americana.

4) Criação de um Conselho de Defesa Sul-Americano

A UNASUL é, conforme você podem perceber, um bloco

econômico com objetivos bem ambiciosos, mas que ainda não tem

conquistas significativas realizadas. Podemos dizer que os seus

projetos ainda estão "no papel".

No dia 11 de março de 2011, o Tratado Constitutivo da

UNASUL entrou em vigor e essa organização internacional passou a

ter personalidade jurídica de direito internacional. Assim, já é possível

que os membros da UNASUL sejam internacionalmente

responsabilizados em razão do descumprimento de compromissos

firmados no âmbito dessa organização internacional.

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Levando-se em conta que a personalidade jurídica da

UNASUL surgiu recentemente, ainda é difícil fazer uma análise mais

detalhada do seu funcionamento. Todavia, desde já é possívelperceber que ela é uma iniciativa que carece de estrutura

institucional adequada para atingir os objetivos a que se propõe.

Outro complicador para o processo de integração é a diferença de

desenvolvimento entre os seus integrantes, o que necessita ser

considerado no estabelecimento de políticas regionais.

Vejamos algumas questões sobre a UNASUL!

11 (CESPE/IRB-2010) - A UNASUL é um organismo político

internacional formado pela junção das estruturas do

MERCOSUL e da Comunidade Andina, que deverão

desconstituir-se, segundo calendário estabelecido por seus

Estados-Partes, a fim de se consolidar a nova entidaderegional.

COMENTÁRIOS:

Não há nenhuma disposição no Tratado Constitutivo da

UNASUL, tampouco algum país manifestou a intenção, de que o

MERCOSUL e a Comunidade Andina sejam desconstituídos com a

criação dessa nova entidade regional. Logo, a questão está errada.

12 (CESPE/IRB-2009) - Com a criação da União Sul-Americana

de Nações (UNASUL), os instrumentos e as disciplinas

comerciais do MERCOSUL deverão ser gradativamente

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transferidos para aquele organismo, a fim de se evitar a

duplicidade de regras e facilitar a criação de uma área de livre

comércio em toda a América do Sul.

COMENTÁRIOS:

Não há nenhuma regra no Tratado Constitutivo da UNASUL

que diga que as disciplinas comerciais do MERCOSUL serão

transferidas para aquele organismo. Os países signatários preferiram,como já dissemos anteriormente, não assumir compromissos estritos

por meio desse tratado. Em outras palavras, eles “ficaram em cima

do muro”. A questão está, portanto, errada.

ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS - ALCA

A ALCA é um projeto que ficou parado no tempo! Segundo o

Prof. Raúl Granillo Ocampo, o seu estabelecimento é um processo

que está “ferido de morte”. Ela tinha como objetivo a formação de

uma área de livre comércio nas Américas, não se limitando,

entretanto à área econômica, mas também abrangendo iniciativas

nos campos políticos, sociais e culturais.

No entanto, em virtude de interesses divergentes entre ospaíses que a formariam, suas negociações foram abandonadas. Veja

só: os países integrantes do NAFTA tinham como maior interesse as

negociações em matéria de serviços, investimentos, licitações

governamentais e propriedade intelectual. Já os países do MERCOSUL

viam com prioridade os temas de acesso a mercados e agricultura. 

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Os EUA, por sua vez, eram relutantes, à época das

negociações, em retirar os altos subsídios que concediam ao setor

agrícola e reduzir o protecionismo em alguns setores, como o do aço.E isso era de fundamental interesse para os outros países!

Vejamos o que nos diz o Prof. Raúl Granillo Ocampo sobre a

ALCA:

“A negativa dos Estados Unidos de renunciar a seus

subsídios agropecuários e abrir seu mercado nessa área demonstra,

nessa visão, que a ALCA é nada mais do que um instrumento para o

aumento das exportações norte-americanas, o reforço de seu

 predomínio tecnológico e a transformação da América Latina em uma

região cativa dos Estados Unidos, o que causaria impacto negativo no

emprego e no combate à pobreza através de uma maior quantidade

de investimentos norte-americanos para prover os mercados na

 América Latina.” 

Não somos tão radicais assim! Todavia, é certo que a

formação de um bloco regional deve prever benefícios para ambas as

partes e, ainda, possuir mecanismos que favoreçam os países de

menor desenvolvimento relativo.

COMUNIDADE DOS ESTADOS LATINO-AMERICANOS ECARIBENHOS - CALC

A CALC é a mais nova organização internacional das Américas. Suas

origens remontam ao final de 2008, quando o atual ex-presidente

Lula convocou os países da América Latina e do Caribe para

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participarem da Cúpula da América Latina e do Caribe sobre

Integração e Desenvolvimento.

O primeiro encontro foi realizado na Costa do Sauípe, na

Bahia, oportunidade na qual os países aprovaram a “Declaração de

Salvador”. Trata-se de uma declaração de intenções, por meio do

qual os países evidenciaram amplo consenso em relação a questões

relacionadas à integração e desenvolvimento.

O segundo encontro foi realizado no México em fevereiro de

2010, onde os países aprovaram a criação da Comunidade dos

Estados Latino-Americanos e Caribenhos. A CALC visa à integração

política e o diálogo regional.

EUA, Canadá e Honduras não estão incluídos na CALC. O

fato dos EUA e Canadá não participarem do bloco denota

simbolicamente uma contraposição à OEA e demonstra a crescente

voz no cenário internacional dos países em desenvolvimento.Honduras, por sua vez, ainda não foi incluída no bloco em virtude da

controvérsia política ocorrida em seu território no ano de 2009.

Cuba, por sua vez, faz parte da CALC, embora não tenha

retornado à OEA, mesmo após ter sido revogada a decisão que a

havia suspendido dessa organização internacional. Isso também

denota simbolicamente uma contraposição à OEA e possui caráter

anti-americanista.

 ______________X_______________

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Ufa, pessoal, imagino que vocês devam estar bem cansados

não é mesmo? Sei que essa aula foi meio grande e que trouxe várias

informações novas, mas, aos poucos os conhecimentos vão sendoassimilados, então don’t worry , ok? Além disso, há muitos nomes e

siglas que num primeiro momento nos assusta um pouco, mas depois

vamos criando alguma familiaridade com eles e aí tudo fica mais

tranqüilo.

Grande abraço e até semana que vem!

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Bibliografia

Artigos disponíveis em < http://www.sep.org.br/artigo > Acessadoem 18/03/2013

ROSS, Jurandir Sanches (org). GEOGRAFIA DO BRASIL. - 6ª- edição

- São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

GREGORY, Derek, et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e

Ciência Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Editora da

Universidade de São Paulo, 2008.

 _____________. O Espaço dividido: os dois circuitos da Economia

urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Editora da

Universidade de São Paulo, 2008.

SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas.

Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2005

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Lista de Exercícios

1 (CESPE/ABIN-2008) - O declínio relativo dos Estados hegemônicosdo Atlântico Norte e a transferência do eixo de poder para países do

Pacífico e do Índico vêm promovendo mudanças, no início do século

XXI, na geografia política das relações internacionais.

2 (CESPE/ABIN-2008) - A ONU, criada em um momento bastante

distinto do de hoje, assiste pressão por reforma institucional para

agregar mais legitimidade política ao sistema multilateral de

segurança coletiva

3 (CESPE/STJ-2008) - Estaríamos entrando na era dos autocratas? É

certamente tentador pensar assim depois de ver a recente surra dada

pela Rússia na Geórgia. Essa invasão marca com clareza uma nova

fase na política mundial, mas seria um erro pensar que o futuro

pertence à mão pesada do russo Vladimir Putin e aos seus colegas

déspotas. Estou pessoalmente interessado em discernir o formato do

novo momento internacional, porque em 1989 escrevi um ensaio

intitulado O Fim da História? Nele, eu argumentava que as idéias

liberais haviam triunfado de maneira conclusiva com o fim da Guerra

Fria. Mas, hoje, o predomínio dos Estados Unidos da América sobre o

sistema mundial está fraquejando; Rússia e China se oferecem comomodelos, exibindo uma combinação de autoritarismo e modernização

que claramente desafia a democracia liberal. Eles parecem ter grande

número de imitadores. (Francis Fukuyama. Democracia resiste a novo

autoritarismo. In: O Estado de S.Paulo, 31/8/2008, p. A24 (com

adaptações).

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Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos

marcantes da realidade mundial contemporânea, julgue os itens que

se seguem.)3 - A recente intervenção militar russa mencionada no texto foi

 justificada por Moscou como de apoio à separatista Ossétia do Sul,

alvo de ataque por parte do poder central da Geórgia.

4 (CESPE/STJ-2008) - Ao contrário do que se previa há duas

décadas, o fim da Guerra Fria fez recrudescer as tensões do sistema

bipolar mundial, ampliando a rivalidade americano-soviética, como se

vê nos atuais incidentes envolvendo a Geórgia.

5 (CESPE/IRB-2010) - O Brasil e outros países em desenvolvimento

pleiteiam ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança

da ONU. A esse respeito, há, entre os países, amplo consenso de que

os candidatos naturais a representantes da América Latina, África e

Ásia são, respectivamente, Brasil, Nigéria, Japão e Índia

6 (IRB-2009) - Considerando os interesses brasileiros na Rodada de

Doha da OMC julgue (C ou E) os itens seguintes.

A ( ) Dada a participação majoritária do setor terciário na

composição de seu Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil almeja o

aumento de sua participação nas exportações mundiais de serviços,defendendo, por conseguinte, ampla liberalização dessa modalidade

de comércio.

B ( ) Nas negociações acerca de acesso a mercados, o Brasil

objetiva a eliminação ou a redução de restrições tarifárias e não-

tarifárias que incidem sobre suas exportações de bens, de forma

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geral, priorizando o tratamento dos fatores que restringem e

distorcem o comércio agrícola.

C ( ) Por dispor de um parque industrial amplo e diversificado,embora com diferenças setoriais quanto aos níveis de

competitividade, o Brasil posiciona-se contrariamente ao

aprofundamento de compromissos relativos a reduções tarifárias para

produtos manufaturados.

D ( ) O Brasil propugna maior transparência na aplicação de

medidas contra práticas desleais de comércio, em particular, medidas

antidumping e anti-subsídios, que afetam suas exportações para os

países desenvolvidos

7 (CESPE/ANTAQ-2009) - Embora não faça fronteira com os EUA, oMéxico é prioritário para a diplomacia norte-americana por causa dogrande número de imigrantes mexicanos instalados no territórionorte-americano

8 (CESPE/IRB-2009-adaptada) - Considerando os interesses e as

perspectivas brasileiras em relação ao MERCOSUL e a evolução

recente desse bloco, julgue (C ou E) os itens a seguir e em seguida

assinale a opção correta:

( ) I - As dificuldades políticas e institucionais do MERCOSUL, a

fragilidade de seus instrumentos comerciais e o recrudescimento do

protecionismo nos países-membros levaram à continuada retração da

corrente de comércio do Brasil com o bloco nos últimos cinco anos.

( ) II - A prioridade brasileira conferida à consolidação e à expansão

do MERCOSUL expressou-se no apoio às iniciativas de aprimoramento

institucional do bloco, das quais são exemplos recentes a criação do

Fundo de Convergência Estrutural (FOCEM) e do Parlamento do

MERCOSUL.

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( ) III - Com o propósito de agilizar e desburocratizar o intercâmbio

comercial no âmbito do MERCOSUL, o Brasil concebeu e implantou,

em conjunto com a Argentina, mecanismo de pagamento em moedalocal, o qual pode ser ampliado para os demais países do bloco.

Estão corretas as seguintes assertivas:

a) I

b) II

c) I e II

d) II e III

e) Todas estão corretas

9 (CESPE/IRB-2010) - Após a aprovação, pelo Senado Federal, em

dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao

MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para que

o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira seja

concluído, ratificação essa que tende a ser facilitada pelo fato de o

Paraguai fazer parte da chamada aliança bolivariana, dado o perfilpolítico de esquerda do Presidente Fernando Lugo.

10 (CESPE/ANTAQ-2009) - Blocos econômicos, como a União

Européia e o MERCOSUL, compõem o panorama do que se

convencionou chamar de globalização e derivam, entre outras razões,

da necessidade de se posicionar bem no competitivo mercado

mundial.

11 (CESPE/IRB-2010) - A UNASUL é um organismo político

internacional formado pela junção das estruturas do MERCOSUL e da

Comunidade Andina, que deverão desconstituir-se, segundo

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calendário estabelecido por seus Estados-Partes, a fim de se

consolidar a nova entidade regional.

12 (CESPE/IRB-2009) - Com a criação da União Sul-Americana de

Nações (UNASUL), os instrumentos e as disciplinas comerciais do

MERCOSUL deverão ser gradativamente transferidos para aquele

organismo, a fim de se evitar a duplicidade de regras e facilitar a

criação de uma área de livre comércio em toda a América do Sul.