atribuiÇÕes do engenheiro de operaÇÃo

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  • 7/23/2019 ATRIBUIES DO ENGENHEIRO DE OPERAO

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    ATRIBUIES DO ENGENHEIRO DE OPERAO/OPERACIONAL

    INTRODUO

    O tema desenvolvido neste trabalho ATRIBUIES DO ENGENHEIRO DEOPERAO/OPERACIONAL , consoante as normas disciplinadoras da profisso, em forma de breve

    pesquisa da legislao pertinente e da jurisprudncia ptria.

    No cotidiano os engenheiros de operao sofrem com a restrio no desenvolvimento de suas atividades, oque afeta o livre exerccio de sua profisso, impedindo-os de laborar de forma plena suas atividades, comoassim preceitua o inciso XIII do artigo 5 da CRFB.

    A importncia e atualidade do tema desenvolvido esto no fato de que, em verdade, estes profissionais soimpedidos de exercer algumas atividades, no obstante serem qualificados e autorizados a execut-las, oque por conseqncia, restringem o seu mercado de trabalho, sendo vitimas de discriminaes e

    preconceitos dispensados aos profissionais superiores de tecnologia, inclusive.

    Os enfoques do texto so postos no sentido de esclarecer seu enquadramento acadmico e dirimir quais asatividades e atribuies do engenheiro de operao.

    2. ESCORO HISTORICO E FORMAO ACADMICA

    A primeira proposta de criao do curso superior de curta durao de engenharia de operao foi realizadapelo Ministrio da Educao, por intermdio do Parecer n 260/62, tendo sido aprovado pelo Parecer n60/63 do CFE (Conselho Federal de Educao).

    O surgimento do curso de engenharia de operao decorreu da necessidade de atender o mercado detrabalho, o que, por certo, tambm influenciou a poltica ps-revoluo de 1964, que aps quatro anos

    reformou o sistema universitrio com o advento da Lei n 5.540/68, cujo sistema de educao superior noPas tornou-se instrumento de expanso e desenvolvimento do Pas.

    Nesta toada, o Decreto-Lei n 541, de 18 de abril de 1969 criou os cursos superiores de curta durao,

    com carga horria reduzida, todavia, respeitando-se um currculo mnimo.

    Desde sua criao, os engenheiros de operao exerciam suas atividades respaldadas no Decreto Federaln 57.075/65, que emanava diretrizes sobre o funcionamento dos cursos, e tambm na Lei n 241/67cumulada com a Lei n 5.194/66, que dava garantia ao exerccio da profisso. Porm, mediante osinmeros debates e preconceitos estes profissionais acabavam buscando a complementao do curso

    pleno.Cumpre salientar que O curso de engenharia de operao perdurou at o ano de 1977, ocasio em que foiextinto, consoante o que dispe o Parecer n 2700/77 do Conselho Federal de Educao.

    Encerrando o debate quanto a formao acadmica, o Parecer n 29 de 2002 do Conselho Nacional deEducao caracteriza como curso de graduao os cursos superiores de tecnologia, de acordo com ocontido em seu artigo 4, o que por certo amplia a participao dos profissionais brasileiros no progressotecnolgico mundial, oportunizando o crescimento do mercado interno.

    Ainda assim, hodiernamente, no raro encontrar opinies de que o engenheiro de operao no um

    profissional de nvel superior. Todavia, indefectvel que o engenheiro de operao um profissional denvel superior apto a laborar de forma plena a atividade da rea da engenharia que se especializou.

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    3. DAS ATIVIDADES E SUAS ATRIBUIES

    Ultrapassada a questo acerca da formao acadmica do engenheiro de operao, enfrenta-se outraceleuma, que se trata das limitaes impostas pelos conselhos regionais de classe no exerccio dasatividades destes profissionais.

    As limitaes so impostas pela Resoluo n 218/73 do CONFEA que discrimina as atividades dasdiferentes modalidades profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia, no qual as separam emdezoito grupos de atividades.

    A partir do seu artigo 2 a referida Resoluo destaca as atribuies de cada modalidade de especializaodos profissionais, limitando o exerccio de algumas das atividades para cada caso.

    A competncia do engenheiro de operao est disposta no artigo 22 da Resoluo e no artigo posteriorfixa competncia idntica aos profissionais tcnicos de nvel superior ou tecnlogo.

    O referido artigo, em sntese, limita a competncia destes profissionais as atividades contidas nos itens 6 a

    18 do artigo 1 da Resoluo, i.e, no autoriza o exerccio das seguintes atividades, a saber: Atividade 01 -Superviso, coordenao e orientao tcnica; Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e

    especificao; Atividade 03 - Estudo de viabilidade tcnico-econmica; Atividade 04 - Assistncia,assessoria e consultoria; Atividade 05 - Direo de obra e servio tcnico.

    Ocorre que, so injustos e inconstitucionais os impedimentos contidos na Resoluo n 218/73 doCONFEA, na medida em que assegurado aos engenheiros de operao o exerccio pleno de todas asatividades.

    Cabe lembrar, que a profisso de engenheiro de operao regulada pela Lei n 5.194/66, de acordo como Decreto-Lei n 241/67.

    Portanto, se o Decreto-Lei estabelece que a profisso de engenheiro operacional seja regulada pela Lei5.194/66, tais profissionais possuem competncia plena para o exerccio de suas atividades, com arrimo no7 da mesma Lei.

    Destarte, so ilegais os impedimentos contidos na Resoluo n 218/73 do CONFEA, posto ser vedado nahierarquia das normas um ato administrativo normativo limitar os direitos assegurados em lei ordinria.

    Este entendimento do Superior Tribunal de Justia, que no recurso especial n 839265-CE, o RelatorMinistro Luiz Fux, decidiu a favor de que o engenheiro operacional possui competncia plena paraexercer as atividades em que se especializou. (intre do acrdo anexa)

    Neste contexto, inequvoco que o engenheiro possui competncia para exercer plenamente as atividadesque se relacionam com sua especialidade, sendo ilegais as limitaes contidas na injusta Resoluo.

    Noutros termos, cabe repetir, o engenheiro operao tem competncia para exercer as atividades de 01 a18 contidas no artigo 1 da Resoluo n 218/73 do CONFEA.

    Da mesma forma, inquestionvel que aos profissionais tcnicos de nvel superior outecnlogos, os impedimentos prevalecem, pois estas profisses no so reguladas pelaLei 5.194/66.

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    4. CONCLUSO

    As controversas relacionadas s atribuies do engenheiro de operao/operacional, que, ainda nestestempos, assombram estes profissionais, devem ser rechaadas, pois inegvel o reconhecimento de cursode graduao, bem como, tendo sua regulamentao elevada ao patamar dos engenheiros plenos peloDecreto-Lei 241/67, so ilegais quaisquer limitaes as suas atribuies.

    Em verdade, conclui-se, que as medidas e normas adotadas pelo legislador no passado e a interpretaojurisprudencial contempornea so o reconhecimento pelos prstimos destes profissionais para odesenvolvimento de nossa ptria ao longo dos tempos.

    Fonte: http://www.mbadvogados.com.br/publicacao_view.jsp?idPub=1322