atlas brasileiro de desastres naturais 2 ed

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Atlas identifica os principais desastres naturais no Brasil por região.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

    CEPED UFSCFlorianpolis 2013

    Atlas Brasileiro de Desastres Naturais1991 A 2012

    Volume Brasil2 edio revisada e ampliada

  • PRESIDENTE DA REPBLICADilma Vana Rousseff

    MINISTRO DA INTEGRAO NACIONALFernando Bezerra Coelho

    SECRETRIO NACIONAL DE DEFESA CIVILHumberto de Azevedo Viana Filho

    DIRETOR DO CENTRO NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RISCOS E DESASTRESRafael Schadeck

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAProfessora Roselane Neckel, Dra.

    DIRETOR DO CENTRO TECNOLGICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Professor Sebastio Roberto Soares, Dr.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

    DIRETOR GERALProfessor Antnio Edsio Jungles, Dr.

    DIRETOR TCNICO E DE ENSINOProfessor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.

    FUNDAO DE AMPARO PESQUISA E EXTENSO UNIVERSITRIA

    SUPERINTENDENTE Professor Gilberto Vieira ngelo, Esp.

    Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres.Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012 / Centro Universitrio de

    Estudos e Pesquisas sobre Desastres. 2. ed. rev. ampl. Florianpolis: CEPED UFSC, 2013.126 p. : il. color. ; 22 cm.

    Volume Brasil.

    1. Desastres naturais. 2. Brasil - atlas. I. Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Ttulo.

    CDU 912 (81)

    Esta obra distribuda por meio da Licena Creative Commons 3.0

    Atribuio/Uso No Comercial/Vedada a Criao de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.

    Catalogao na publicao por Graziela Bonin CRB14/1191.

  • Apresentao

    O conhecimento dos fenmenos climticos e dos desastres naturais e tecnolgicos a que nosso territrio est sujeito fundamental para a efetividade de uma poltica de redu-o de riscos, objetivo primordial da Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil. Cientes disso, temos avanado na construo e no en-riquecimento de bancos de dados que forneam essas informaes.

    Esta edio do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais um exemplo disso. Trata-se da evoluo de um trabalho concludo em 2012, que contou com a cooperao de todos os estados e do Dis-trito Federal, alm da academia, num amplo trabalho de levanta-mento das informaes necessrias para a caracterizao do cen-rio nacional de desastres entre 1991 e 2012.

    Realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria Nacio-nal de Defesa Civil SEDEC e a Universidade de Santa Catarina, esta nova edio do Atlas foi atualizada com informaes referentes aos anos de 2011 e 2012 e contempla novas metodologias, para melhor caracterizao dos cenrios.

    A perspectiva agora de que as atualizaes dessas informa-es ocorram de forma ainda mais dinmica. Com a implementao do primeiro mdulo do Sistema Integrado de Informaes sobre Desastres S2ID, no incio de 2013, os registros sobre desastres pas-saram a ser realizados on-line, gerando bancos de dados em tem-po real, a serem disponibilizados na Internet, com informaes que podero prover tanto gestores de polticas pblicas relacionadas reduo dos riscos de desastres, como tambm a academia, a mdia e cidados interessados.

    Finalmente, no poderia deixar de expressar meus agrade-cimentos a todos aqueles que se empenharam para a realizao desse projeto.

    Humberto VianaSecretrio Nacional de Defesa Civil

    Nas ltimas dcadas os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das populaes. H um aumento considervel no s na frequncia e intensidade, mas tambm nos impactos gerados, com danos e prejuzos cada vez mais intensos.O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais um produto de pesquisa resultado do acordo de cooperao

    entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina.

    A sua reedio se faz necessria em razo da necessidade de atualizao e de ajuste para incorporar os eventos ocorridos nos anos de 2011 e de 2012 que provocaram desastres no Brasil.

    A pesquisa teve por objetivo ampliar a compilao e a disponibilizao de informaes sobre os re-gistros de desastres ocorridos em todo o territrio nacional nos ltimos 22 anos (1991 a 2012), por meio da publicao de 26 volumes estaduais e um volume Brasil.

    O levantamento dos registros histricos, derivando na elaborao dos mapas temticos e na produo do Atlas, relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrncias e recorrncias de desastres no Pas e suas especificidades por estados e regies. Possibilita, assim, subsidiar o planejamento adequado em gesto de risco e reduo de desastres, a partir da anlise ampliada abrangendo o territrio nacional, dos padres de frequncia observados, dos perodos de maior ocorrncia, das relaes destes eventos com outros fenmenos globais e da anlise sobre os processos relacionados aos desastres no Pas.

    Os bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrncias de desastres usados na primeira edio do Atlas foram totalmente aproveitados e acrescidos das ocorrncias registradas nos anos de 2011 e de 2012. Portanto, est sendo disponibilizado aos profissionais e aos pesquisadores informaes processadas acerca destes eventos, em sries histricas, num perodo de 22 anos.

    Este volume apresenta os mapas temticos de ocorrncias de desastres naturais no Brasil, referente a aproximadamente 39.000 registros de ocorrncias, que mostram, anualmente, os riscos relacionados a estia-gem e seca; inundao brusca e alagamento; inundao gradual; vendaval e/ou ciclone; tornado; granizo; geada; incndio florestal; movimento de massa; eroso fluvial; eroso linear; e eroso marinha.

    Nele, o leitor encontrar informaes relativas aos totais de registros dos desastres naturais recorren-tes no Brasil, espacializados nos mapas temticos dos eventos adversos, que, juntamente com a anlise dos registros e danos humanos, permitem uma viso global dos desastres no Pas, de forma a subsidiar o plane-jamento e a gesto das aes de minimizao.

    Prof. Antnio Edsio Jungles, Dr.Coordenador Geral CEPED UFSC

  • CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

    COORDENAO DO PROJETOProfessor Antnio Edsio Jungles, Dr.

    SUPERVISO DO PROJETOProfessor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr.

    Jairo Ernesto Bastos Krger

    EQUIPE DE ELABORAO DO ATLAS

    AUTORESDaniel Galvo Veronez Parizoto

    Gerly Mattos Sanchez

    Mari Angela Machado

    Michely Marcia Martins

    Professor Orlando Martini de Oliveira, Dr.

    Professor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr.

    Regiane Mara Sbroglia

    Rita de Cssia Dutra

    Roberto Fabris Goerl

    Rodrigo Bim

    GEOPROCESSAMENTOProfessor Gabriel Oscar Cremona Parma, Dr.

    REVISO TCNICA DE CONTEDOProfessor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr.

    Professor Orlando Martini de Oliveira, Dr.

    Professora Janete Abreu, Dra.

    Daniel Galvo Veronez Parizoto

    REVISO BIBLIOGRFICAGraziela Bonin

    REVISO ORTOGRFICA E GRAMATICALSergio Luiz Meira

    EQUIPE DE CAMPO, COLETA E TRATAMENTO DE DADOSAna Caroline Gularte

    Bruna Alinne Classen

    Daniela Gesser

    Karen Barbosa Amarante

    Maria Elisa Horn Iwaya

    Larissa Mazzoli

    Luiz Gustavo Rocha dos Santos

    COORDENAO EDITORIAL

    Denise Aparecida Bunn

    PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO

    Joice Balboa

    EQUIPE DE APOIO

    Adriano Schmidt Reibnitz

    Eliane Alves Barreto

    rika Alessandra Salmeron Silva

    Evillyn Kjellin Pattussi

    Patrcia Regina da Costa

    Paulo Roberto dos Santos

    FOTOS CAPA

    Foto superior: Defesa Civil de Rio do Sul - SC

    Foto esquerda: Secretaria de Comunicao Social de Tocantins - TO

    Foto inferior disponvel em: . Acesso em: 13 set. 2013.

    EXECUO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS

  • Lista de FigurasFigura 1: Registro de desastres ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................15

    Lista de GrficosGrfico 1: Desastres naturais no Brasil .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................34

    Grfico 2: Comparativo de ocorrncias entre dcadas .............................................................................................................................................................................................................................................................................34

    Grfico 3: Aumento de registros de ocorrncias entre as dcadas de 1990 e 2000 ...............................................................................................................................................................................................................35

    Grfico 4: Afetados por tipo de desastres .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................35

    Grfico 5: Mortos por tipo de desastre ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................35

    Grfico 6: Mortos e afetados por regio brasileira .......................................................................................................................................................................................................................................................................................36

    Grfico 7: Comparativo entre ocorrncias de desastres e mortos por milho de habitantes ...........................................................................................................................................................................................36

    Grfico 8: Comparativo entre densidade demogrfica e mortos por milho de habitantes ...............................................................................................................................................................................................36

    Grfico 9: Ocorrncia mensal de desastres por regio ..............................................................................................................................................................................................................................................................................37

    Grfico 10: Comparativo de ocorrncias por ano, no perodo de 1991 a 2012 ........................................................................................................................................................................................................................37

    Grfico 11: Estiagem e seca por regio ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................41

    Grfico 12: Ocorrncia mensal de estiagem e seca por regio ............................................................................................................................................................................................................................................................41

    Grfico 13: Danos humanos por estiagem e seca Regio Norte ....................................................................................................................................................................................................................................................41

    Grfico 14: Danos humanos por estiagem e seca Regio Nordeste .............................................................................................................................................................................................................................................42

    Grfico 15: Danos humanos por estiagem e seca Regio Centro-Oeste ...................................................................................................................................................................................................................................42

    Grfico 16: Danos humanos por estiagem e seca Regio Sudeste .................................................................................................................................................................................................................................................42

    Grfico 17: Danos humanos por estiagem e seca Regio Sul ............................................................................................................................................................................................................................................................42

    Grfico 18: Ocorrncia anual de estiagem e seca .........................................................................................................................................................................................................................................................................................43

    Grfico 19: Distribuio das enxurradas por regio brasileira ...............................................................................................................................................................................................................................................................47

    Grfico 20: Frequncia mensal de enxurradas por regio brasileira...................................................................................................................................................................................................................................................47

  • Grfico 21: Danos humanos associados s enxurradas na Regio Norte ......................................................................................................................................................................................................................................48

    Grfico 22: Danos humanos associados s enxurradas na Regio Nordeste ...............................................................................................................................................................................................................................48

    Grfico 23: Danos humanos associados s enxurradas na Regio Centro-Oeste .....................................................................................................................................................................................................................48

    Grfico 24: Danos humanos associados s enxurradas na Regio Sul ..............................................................................................................................................................................................................................................49

    Grfico 25: Danos humanos associados s enxurradas na Regio Sudeste ...................................................................................................................................................................................................................................49

    Grfico 26: Frequncia anual de enxurradas entre 1991-2012 .............................................................................................................................................................................................................................................................49

    Grfico 27: Percentual de ocorrncias de inundaes nas regies brasileiras ..............................................................................................................................................................................................................................53

    Grfico 28: Frequncia mensal dos registros de inundao no Brasil ................................................................................................................................................................................................................................................54

    Grfico 29: Frequncia anual dos registros de inundao no Brasil ....................................................................................................................................................................................................................................................54

    Grfico 30: Danos humanos por inundaes na Regio Norte ............................................................................................................................................................................................................................................................55

    Grfico 31: Danos humanos por inundaes na Regio Nordeste .....................................................................................................................................................................................................................................................56

    Grfico 32: Danos humanos por inundaes na Regio Centro-Oeste ..........................................................................................................................................................................................................................................56

    Grfico 33: Danos humanos por inundaes na Regio Sul ...................................................................................................................................................................................................................................................................56

    Grfico 34: Danos humanos por inundaes na Regio Sudeste.........................................................................................................................................................................................................................................................56

    Grfico 35: Distribuio dos alagamentos por regio brasileira ............................................................................................................................................................................................................................................................61

    Grfico 36: Frequncia mensal de alagamentos por regio brasileira ..............................................................................................................................................................................................................................................61

    Grfico 37: Danos humanos associados aos alagamentos na Regio Sul .......................................................................................................................................................................................................................................62

    Grfico 38: Danos humanos associados aos alagamentos na Regio Sudeste ............................................................................................................................................................................................................................62

    Grfico 39: Danos humanos associados aos alagamentos na Regio Nordeste ........................................................................................................................................................................................................................62

    Grfico 40: Danos humanos associados aos alagamentos na Regio Centro-Oeste ..............................................................................................................................................................................................................63

    Grfico 41: Danos humanos associados aos alagamentos na Regio Norte ...............................................................................................................................................................................................................................63

    Grfico 42: Frequncia anual de alagamentos entre 1991-2012 ..........................................................................................................................................................................................................................................................63

    Grfico 43: Registros de vendaval por regio ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................67

  • Grfico 44: Frequncia mensal dos registros de vendaval por regio ................................................................................................................................................................................................................................................68

    Grfico 45: Frequncia anual dos registros de vendaval no Brasil ........................................................................................................................................................................................................................................................69

    Grfico 46: Danos humanos por vendaval na Regio Norte ..................................................................................................................................................................................................................................................................69

    Grfico 47: Danos humanos por vendaval na Regio Nordeste...........................................................................................................................................................................................................................................................69

    Grfico 48: Danos humanos por vendaval na Regio Centro-Oeste ................................................................................................................................................................................................................................................70

    Grfico 49: Danos humanos por vendaval na Regio Sudeste ..............................................................................................................................................................................................................................................................70

    Grfico 50: Danos humanos por vendaval na Regio Sul .........................................................................................................................................................................................................................................................................70

    Grfico 51: Registros de granizos por regio ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................75

    Grfico 52: Frequncia mensal dos registros de granizo por regio ...................................................................................................................................................................................................................................................76

    Grfico 53: Frequncia anual dos registros de granizo no Brasil ...........................................................................................................................................................................................................................................................77

    Grfico 54: Danos humanos por granizo na Regio Norte .....................................................................................................................................................................................................................................................................77

    Grfico 55: Danos humanos por granizo na Regio Nordeste .............................................................................................................................................................................................................................................................77

    Grfico 56: Danos humanos por granizo na Regio Centro-Oeste ...................................................................................................................................................................................................................................................78

    Grfico 57: Danos humanos por granizo na Regio Sudeste .................................................................................................................................................................................................................................................................78

    Grfico 58: Danos humanos por granizo na Regio Sul ............................................................................................................................................................................................................................................................................78

    Grfico 59: Porcentagem de ocorrncia de movimento de massa por regio do Brasil, no perodo de 1991 a 2012 ........................................................................................................................................83

    Grfico 60: Frequncia mensal dos movimentos de massa ocorridos no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ..........................................................................................................................................................85

    Grfico 61: Danos humanos por movimento de massa Regio Sudeste ....................................................................................................................................................................................................................................85

    Grfico 62: Danos humanos por movimento de massa Regio Nordeste ................................................................................................................................................................................................................................85

    Grfico 63: Danos humanos por movimento de massa Regio Sul ...............................................................................................................................................................................................................................................86

    Grfico 64: Danos humanos por movimentos de massa Regio Norte ......................................................................................................................................................................................................................................86

    Grfico 65: Frequncia anual de movimentos de massas ocorridos no Brasil, no perodo de 1991 a 2012 ..............................................................................................................................................................87

    Grfico 66: Porcentagem de ocorrncia de eroso por regio do Brasil, no perodo de 1991 a 2012 ........................................................................................................................................................................91

  • Grfico 67: Frequncia mensal dos eventos de eroso ocorridos no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ..................................................................................................................................................................92

    Grfico 68: Danos humanos por eroso Regio Norte ........................................................................................................................................................................................................................................................................93

    Grfico 69: Danos humanos por eroso Regio Nordeste .................................................................................................................................................................................................................................................................93

    Grfico 70: Danos humanos por eroso Regio Sudeste ....................................................................................................................................................................................................................................................................93

    Grfico 71: Danos humanos por eroso Regio Centro-Oeste ......................................................................................................................................................................................................................................................94

    Grfico 72: Danos humanos por eroso Regio Sul ...............................................................................................................................................................................................................................................................................94

    Grfico 73: Frequncia anual dos eventos de eroso ocorridos no Brasil, no perodo de 1991 a 2012 ......................................................................................................................................................................94

    Grfico 74: Incndio florestal por regio ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................99

    Grfico 75: Ocorrncia mensal de incndio florestal por regio ......................................................................................................................................................................................................................................................100

    Grfico 76: Danos Humanos por incndio florestal Regio Norte .............................................................................................................................................................................................................................................100

    Grfico 77: Danos humanos por incndio florestal Regio Centro-Oeste .............................................................................................................................................................................................................................100

    Grfico 78: Danos humanos por incndio florestal Regio Sudeste ...........................................................................................................................................................................................................................................101

    Grfico 79: Danos humanos por incndio florestal Regio Sul ......................................................................................................................................................................................................................................................101

    Grfico 80: Danos humanos por incndio florestal Regio Nordeste .......................................................................................................................................................................................................................................101

    Grfico 81: Ocorrncia anual de incndio florestal ...................................................................................................................................................................................................................................................................................101

    Grfico 82: Distribuio dos tornados por regio brasileira ................................................................................................................................................................................................................................................................105

    Grfico 83: Frequncia mensal de tornados por regio brasileira ....................................................................................................................................................................................................................................................105

    Grfico 84: Danos humanos associados aos tornados na Regio Sul .............................................................................................................................................................................................................................................106

    Grfico 85: Danos humanos associados aos tornados na Regio Centro-Oeste ....................................................................................................................................................................................................................106

    Grfico 86: Frequncia anual de tornados entre 1991-2012 ...............................................................................................................................................................................................................................................................106

    Grfico 87: Registros de geada por regio......................................................................................................................................................................................................................................................................................................109

    Grfico 88: Frequncia mensal dos registros de geada por regio ...................................................................................................................................................................................................................................................110

    Grfico 89: Frequncia anual dos registros de geada no Brasil ...........................................................................................................................................................................................................................................................110

    Grfico 90: Danos humanos por geada na Regio Sul ............................................................................................................................................................................................................................................................................111

  • Grfico 91: Danos humanos por geada na Regio Sudeste .................................................................................................................................................................................................................................................................111

    Grfico 92: Totais de registros dos desastres naturais mais recorrentes no Brasil, no perodo de 1991 a 2012 .................................................................................................................................................118

    Grfico 93: Municpios mais atingidos no Brasil, classificados pelo total de registros de desastres naturais, no perodo de 1991 a 2012 .............................................................................................119

    Grfico 94: Total de danos humanos Regio Sul ....................................................................................................................................................................................................................................................................................122

    Grfico 95: Total de danos humanos Regio Sudeste ..........................................................................................................................................................................................................................................................................122

    Grfico 96: Total de danos humanos Regio Norte..............................................................................................................................................................................................................................................................................123

    Grfico 97: Total de danos humanos Regio Nordeste ......................................................................................................................................................................................................................................................................123

    Grfico 98: Total de danos humanos Regio Centro-Oeste ............................................................................................................................................................................................................................................................123

    Grfico 99: Comparao entre os desastres ocorridos nos perodos de 1991-2001 e 2002-2012 ............................................................................................................................................................................124

    Grfico 100: Evoluo histrica dos desastres registrados no Brasil ...............................................................................................................................................................................................................................................124

    Lista de MapasMapa 1: Estados e mesorregies do Brasil.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................22

    Mapa 2: Registros de estiagem e seca no Brasil de 1991 a 2012 .........................................................................................................................................................................................................................................................40

    Mapa 3: Registros de enxurradas no Brasil de 1991 a 2012 ...................................................................................................................................................................................................................................................................46

    Mapa 4: Registros de inundaes no Brasil de 1991 a 2012 ...................................................................................................................................................................................................................................................................52

    Mapa 5: Registros de alagamento no Brasil de 1991 a 2012 ..................................................................................................................................................................................................................................................................60

    Mapa 6: Registros de vendavais no Brasil de 1991 a 2012 .......................................................................................................................................................................................................................................................................66

    Mapa 7: Registros de granizos no Brasil de 1991 a 2012 ..........................................................................................................................................................................................................................................................................74

    Mapa 8: Registros de movimentos de massa no Brasil de 1991 a 2012 ..........................................................................................................................................................................................................................................82

    Mapa 9: Registros de eroses no Brasil de 1991 a 2012 ..........................................................................................................................................................................................................................................................................90

    Mapa 10: Registros de incndios no Brasil de 1991 a 2012 ....................................................................................................................................................................................................................................................................98

    Mapa 11: Registros de tornado no Brasil de 1991 a 2012 ....................................................................................................................................................................................................................................................................104

    Mapa 12: Registros de geada no Brasil de 1991 a 2012 .........................................................................................................................................................................................................................................................................108

  • Lista de QuadrosQuadro 1: Hierarquizao de documentos.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................17

    Quadro 2: Principais eventos incidentes no Pas ............................................................................................................................................................................................................................................................................................18

    Quadro 3: Transformao da CODAR em COBRADE .............................................................................................................................................................................................................................................................................18

    Lista de TabelasTabela 1: Quantitativo por estado no Brasil das ocorrncias de inundao e dos municpios e mesorregies afetados (1991-2012) ......................................................................................................53

    Tabela 2: Quantitativo por estado no Brasil das ocorrncias de vendavais e dos municpios e mesorregies afetados (1991-2012) ........................................................................................................68

    Tabela 3: Mortes por eventos de vendaval registradas entre os anos de 1991 a 2012 ..........................................................................................................................................................................................................71

    Tabela 4: Quantitativo por estado no Brasil das ocorrncias de granizos e dos municpios e mesorregies afetados (1991-2012) ...........................................................................................................76

    Tabela 5: Mortes por eventos de granizos registradas entre os anos de 1991 a 2012 ...........................................................................................................................................................................................................78

    Tabela 6: Registro do nmero de mesorregies, municpios e de ocorrncias de movimento de massa no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ................................................................................84

    Tabela 7: Frequncia mensal dos movimentos de massa ocorridos no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ...............................................................................................................................................................84

    Tabela 8: Registro do nmero de mesorregies, municpios e de ocorrncias de eroses no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ..............................................................................................................91

    Tabela 9: Frequncia mensal dos eventos de eroso ocorridos no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ........................................................................................................................................................................92

    Tabela 10: Registro do nmero de mesorregies, municpios e de ocorrncias de incndios florestais no Brasil no perodo de 1991 a 2012 ...................................................................................99

    Tabela 11: Ocorrncia mensal de incndio florestal por regio e total Brasil ..........................................................................................................................................................................................................................100

    Tabela 12: Quantitativo por estado no Brasil das ocorrncias de geadas e dos municpios e mesorregies afetados (1991-2012) ........................................................................................................109

    Tabela 13: Os estados mais afetados por eventos de geadas registrados entre os anos de 1991 a 2012 ...............................................................................................................................................................111

    Tabela 14: Quantitativo por estado no Brasil das ocorrncias de desastres naturais de 1991 a 2012 .......................................................................................................................................................................115

    Tabela 15: Municpios mais atingidos no Brasil, classificados pelo total de registros de desastres naturais, no perodo de 1991 a 2012 ...............................................................................................120

    Tabela 16: Total de registros de desastres e de danos humanos registrados no Brasil e regies no perodo de 1991 a 2012 ...................................................................................................................122

    Mapa 13: Registros do total dos eventos no Brasil de 1991 a 2012 ...............................................................................................................................................................................................................................................114

    Mapa 14: Distribuio dos desastres naturais por regies brasileiras .............................................................................................................................................................................................................................................116

  • Dois

    Irmo

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    o.

  • Sumrio

    DESASTRES NATURAIS NO BRASIL DE 1991 A 2012

    33

    INTRODUO15

    O BRASIL21

    ENXURRADA

    45

    INUNDAO 51

    ALAGAMENTO

    59

    ESTIAGEM E SECA

    39

  • DIAGNSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO BRASIL

    113

    VENDAVAL

    65

    EROSO

    89

    GRANIZO

    73

    97

    INCNDIO FLORESTAL

    107

    GEADA

    103

    TORNADO

    MOVIMENTO DE MASSA

    81

  • Figura 1 ilustra o processo de informaes necessrias para a oficializao do registro e reconhecimento de um desastre.

    O Relatrio de Danos tambm foi um documento para registro oficial utilizado pela Defesa Civil at meados de 1990, sendo substitudo, pos-teriormente, pelo AVADAN. Os documentos so armazenados em meio fsico, sendo responsabilidade das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil o seu arquivamento.

    O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais produto de uma pesquisa realizada no mbito de um acordo de cooperao celebrado entre o Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Uni-versidade Federal de Santa Catarina e a Secretaria Nacional de Defesa Civil.

    A pesquisa teve por objetivo produzir e disponibilizar informaes sobre os registros de desastres ocorridos no territrio nacional nos l-timos 22 anos (1991 a 2012), na forma de 26 Volumes Estaduais e de um Volume Brasil.

    No Brasil, at a publicao da Instruo Normativa n. 1, de 24 de agosto de 2012, o registro oficial de um desastre poderia ocorrer pela emisso de trs documentos distintos, no obrigatoriamente dependen-tes: uma Notificao Preliminar de Desastre (NOPRED), uma Avaliao de Danos (AVADAN) ou um Decreto de Prefeitura. Aps a publicao dessa Instruo Normativa, o NOPRED e o AVADAN foram substitudos por um nico documento, o Formulrio de Informaes sobre Desastres (FIDE).

    A emisso de um dos documentos acima referidos ou, na sua ausn-cia, a decretao municipal ou estadual de situao de emergncia ou estado de calamidade pblica decorrente de um desastre so submetidas ao reconhecimento federal. Este reconhecimento ocorre com a publica-o de uma Portaria no Dirio Oficial da Unio, que torna pblica e reco-nhecida a situao de emergncia ou de calamidade pblica decretada. A

    Introduo

    Figura 1: Registro de desastres

    Incidncia de Evento AdversoMunicpio

    Decreto Municipal ou Estadual

    Portaria de Reconhecimento Federal

    NOPRED AVADAN FIDE

    Fonte: Dados da pesquisa (2013)

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilintroduo16A relevncia da pesquisa refere-se importncia que deve ser dada

    ao ato de registrar e armazenar, de forma precisa, integrada e sistemtica, os eventos adversos ocorridos no Pas. At o momento da pesquisa no foram evidenciados bancos de dados ou informaes sistematizadas so-bre o contexto brasileiro de ocorrncias e controle de desastres no Brasil.

    Assim, a pesquisa realizada justifica-se por seu carter pioneiro no resgate histrico dos registros dos desastres e por ressaltar a importncia desses registros de ocorrncias pelos rgos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil, para que estudos abrangentes e discusses sobre as causas e intensidade dos desastres possam contribuir para a construo de uma cultura de proteo civil no Pas.

    Levantamento de DadosOs registros at 2010 foram coletados entre outubro de 2010 e maio

    de 2011, quando pesquisadores do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal para obterem os documentos oficiais de re-gistros de desastres disponibilizados pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil e pela Defesa Civil Nacional. Primeiramente, todas as Coor-denadorias Estaduais receberam um ofcio da Secretaria Nacional de De-fesa Civil comunicando o incio da pesquisa e solicitando a cooperao no levantamento dos dados.

    Os registros do ano de 2011 foram digitalizados sob a responsabi-lidade da SEDEC e os arquivos em meio digital foram encaminhados ao CEPED para a tabulao, conferncia, excluso das repeties e incluso na base de dados do S2ID.

    Os dados de 2012 foram digitalizados em fevereiro de 2013 por uma equipe do CEPED que se deslocou at a sede da SEDEC para a execuo da tarefa. Alm destes dados foram enviados ao CEPED todos os do-cumentos existentes, em meio digital, das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil de Minas Gerais e do Paran. Estes documentos foram tabu-lados, conferidos, tambm excludas as repeties e, por fim, includos na base de dados do S2ID. J a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de So Paulo enviou uma cpia do seu banco de dados, que foi convertido nos moldes do banco de dados do S2ID.

    Como na maioria dos estados os registros so realizados em meio fsi-co e arquivados, os pesquisadores utilizaram como equipamento de apoio um scanner porttil para transformar em meio digital os documentos dis-ponibilizados. Foram digitalizados os documentos datados entre os anos de 1991 e 2012, possibilitando o resgate histrico dos ltimos 22 anos de registros de desastres no Brasil. Os documentos oficiais encontrados con-sistem em relatrio de danos, AVADANs, NOPREDs, FIDEs, decretos, por-tarias e outros documentos oficiais (relatrios estaduais, ofcios).

    Como forma de minimizar as lacunas encontradas nas informaes foram coletados documentos em arquivos e bancos de dados do Minist-rio da Integrao Nacional e da Secretaria Nacional de Defesa Civil, por meio de consulta s palavras-chave desastre, situao de emergn-cia e calamidade.

    Notcias de jornais encontradas nos arquivos e em bancos de dados tambm compuseram a pesquisa, na forma de dados no oficiais, permi-tindo a identificao de um evento na falta de documentos oficiais.

    Tratamento dos DadosPara compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais,

    os documentos pesquisados foram selecionados de acordo com a escala de prioridade apresentada no Quadro 1 para evitar a duplicidade de registros.

    Os documentos selecionados foram nomeados com base em um cdi-go formado por cinco campos que permitem a identificao da:

    1 Unidade Federativa;

    2 Tipo do documento:

    A AVADAN;

    N NOPRED;

    F FIDE;

    R Relatrio de danos;

    D Decreto municipal;

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsil introduo 17

    P Portaria;

    J Jornais.

    3 Cdigo do municpio estabelecido pelo IBGE;

    4 Codificao Brasileira de Desastres (COBRADE);

    5 Data de ocorrncia do desastre (ano/ms/dia). Quando no foi possvel identificar foi considerada a data de homologao do decreto ou de elaborao do relatrio.

    As informaes presentes nos documentos do banco de dados foram manualmente tabuladas em planilhas para permitir a anlise e interpreta-o de forma integrada.

    O processo de validao dos documentos oficiais foi realizado junta-mente com as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil, por intermdio

    EX: SC A 4201901 12302 20100203

    1 2 3 4 5Fonte: Dados da pesquisa (2013)

    da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com o objetivo de garantir a re-presentatividade dos registros de cada estado.

    A fim de identificar discrepncias nas informaes, erros de digitao e demais falhas no processo de transferncia de dados, foram criados filtros de controle para verificao dos mesmos:

    1 De acordo com a ordem de prioridade apresentada no Quadro 1, os documentos referentes ao mesmo evento, emitidos com poucos dias de diferena, foram excludos para evitar a duplici-dade de registros;

    2 Os danos humanos foram comparados com a populao do mu-nicpio registrada no documento (AVADAN) para identificar discre-pncias ou incoerncias de dados. Quando identificada uma situa-o discrepante adotou-se como critrio no considerar o dado na amostra, informando os dados no considerados na sua anlise. A pesquisa no modificou os valores julgados como discrepantes.

    Classificao dos Desastres NaturaisO Atlas Brasileiro de Desastres Naturais apresenta a anlise dos dez

    principais eventos incidentes no Pas, sendo considerada, at a publica-o da Instruo Normativa n. 1, de 24 de agosto de 2012, a Codificao de Desastres, Ameaas e Riscos (CODAR). Aps esta data considera-se a Codificao Brasileira de Desastres (COBRADE) (Quadro 2), desenvol-vida pela Defesa Civil Nacional, como base para a classificao quanto origem dos desastres. Os registros foram convertidos da CODAR para a COBRADE, a fim de uniformizar a base de dados trabalhada (Quadro 3).

    Quadro 1: Hierarquizao de documentos

    AVADAN/FIDE Documento prioritrio em funo da abrangncia de informaes registradasNOPRED Selecionado no caso de ausncia de AVADAN/FIDERelatrio de Danos Selecionado no caso de ausncia de AVADAN/FIDE e NOPRED

    Portaria Selecionado no caso de ausncia de AVADAN/FIDE, NOPRED e Relatrio de Danos

    Decreto Selecionado no caso de ausncia de AVADAN/FIDE, NOPRED, Relatrio de Danos e Portaria

    Outros Selecionado no caso de ausncia de AVADAN/FIDE, NOPRED, Relatrio de Danos, Portaria e DecretoJornais Selecionado no caso de ausncia dos documentos acima

    Fonte: Dados da pesquisa (2013)

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilintroduo18

    Produo de Mapas TemticosCom o objetivo de possibilitar a anlise dos dados foram desenvol-

    vidos mapas temticos para espacializar e representar a ocorrncia dos eventos. Utilizou-se a base cartogrfica do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatstica (IBGE, 2005) para estados e municpios e a base hidrogr-fica da Agncia Nacional de guas (ANA, 2010). Dessa forma, os mapas que compem a anlise dos dados por estado, so:

    Quadro 2: Principais eventos incidentes no Pas

    Tipo COBRADE

    Movimentos de Massa

    Quedas, Tombamentos e rolamentos Blocos 11311Quedas, Tombamentos e rolamentos Lascas 11312Quedas, Tombamentos e rolamentos Mataces 11313Quedas, Tombamentos e rolamentos Lajes 11314Deslizamentos 11321Corridas de Massa Solo/Lama 11331Corridas de Massa Rocha/detrito 11332Subsidncias e colapsos 11340

    Eroso

    Eroso Costeira/Marinha 11410Eroso de Margem Fluvial 11420Eroso Continental Laminar 11431Eroso Continental Ravinas 11432Eroso Continental Boorocas 11433

    Inundaes 12100Enxurradas 12200Alagamentos 12300

    Ciclones/vendavaisCiclones Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas) 13111Ciclones Mars de Tempestade (Ressacas) 13112Tempestade Local/Convectiva Vendaval 13215

    Tempestade Local/Convectiva Granizo 13213

    Estiagem/secaEstiagem 14110Seca 14120

    Tempestade Local/Convectiva Tornados 13211Onda de Frio Geadas 13322

    Incndio Florestal1413114132

    Fonte: Dados da pesquisa (2013)

    Quadro 3: Transformao da CODAR em COBRADE

    Tipo CODAR COBRADEQuedas, Tombamentos e rolamentos Mataces 13304 11313Deslizamentos 13301 11321Corridas de Massa Solo/Lama 13302 11331Subsidncias e colapsos 13307 11340Eroso Costeira/Marinha 13309 11410Eroso de Margem Fluvial 13308 11420Eroso Continental Laminar 13305 11431Eroso Continental Ravinas 13306 11432Inundaes 12301 12100Enxurradas 12302 12200Alagamentos 12303 12300Ciclones - Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas) 13310 13111Tempestade Local/Convectiva Granizo 12205 13213Tempestade Local/Convectiva Vendaval 12101 13215Seca 12402 14120Estiagem 12401 14110Tempestade Local/Convectiva Tornados 12104 13211Onda de Frio Geadas 12206 13322

    Incndio Florestal13305 1413113306 14132

    Fonte: Dados da pesquisa (2013)

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsil introduo 19 Mapas municpios e mesorregies de cada estado;

    Mapas para cada tipo de desastres; e

    Mapas de todos os desastres do estado.

    Anlise dos DadosA partir dos dados coletados para cada estado foram desenvolvi-

    dos mapas, grficos e tabelas que possibilitaram construir um panorama espao-temporal sobre a ocorrncia de desastres. Quando encontradas fontes tericas que permitiram caracterizar os aspectos geogrficos do estado, como clima, vegetao e relevo, as anlises puderam ser comple-mentadas. Os aspectos demogrficos do estado tambm compuseram uma fonte de informaes sobre as caractersticas locais.

    Assim, a anlise dos desastres, associada s informaes comple-mentares, permitiu a descrio do contexto onde os eventos ocorreram e subsidia os rgos competentes para aes de preveno e reconstruo.

    Desta forma, o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais consiste em uma fonte para pesquisas e consultas, pois rene informaes sobre os eventos adversos registrados no territrio nacional, e assim contribui para a construo de conhecimento.

    Limitaes da PesquisaAs principais dificuldades encontradas na pesquisa foram as condies

    de acesso aos documentos armazenados em meio fsico, j que muitos deles se encontravam sem proteo adequada e sujeitos s intempries, resultan-do em perda de informaes valiosas para o resgate histrico dos registros.

    As lacunas de informaes quanto aos registros de desastres, o ban-co de imagens sobre desastres e o referencial terico para caracterizao geogrfica por estado tambm se configuram como as principais limita-es para a profundidade das anlises.

    Por meio da realizao da pesquisa, foram evidenciadas algumas fra-gilidades quanto ao processo de gerenciamento das informaes sobre os desastres brasileiros, como:

    Ausncia de unidades e campos padronizados para as informa-es declaradas nos documentos;

    Ausncia de mtodo de coleta sistmica e armazenamento dos dados;

    Falta de cuidado quanto ao registro e integridade histrica;

    Dificuldades na interpretao do tipo de desastre pelos respons-veis pela emisso dos documentos;

    Dificuldades de consolidao, transparncia e acesso aos dados.

    Cabe ressaltar que o aumento do nmero de registros a cada ano pode estar relacionado constante evoluo dos rgos de Defesa Civil quanto ao registro de desastres pelos documentos oficiais. Assim, acre-dita-se que pode haver carncia de informaes sobre os desastres ocor-ridos no territrio nacional, principalmente entre 1991 e 2001, perodo anterior ao AVADAN.

  • Foto 1: Pantanal, Centro-Sul da Amrica do Sul. Foto 2: Neve em

    Caxias do Sul. Wikim

    edia Comm

    ons, 2013. Ricardo Polisel Alves. Foto 3: Salvador. Wiki-

    media Com

    mons, 2013. Gov/Ba. Foto 4: Rio de Janeiro. W

    ikimedia Com

    mons, 2013. Rosino. Foto 5: Congresso Nacional, Braslia. W

    ikimedia Com

    mons,

    2013. Gribiche (Rob Sinclair). Foto 6: Ponte Herclio Luz, Florianpolis. Wikim

    edia Comm

    ons, 2013. Rodrigo Soldon. Foto 7: Cataratas do Iguau. Wikim

    edia Com

    mons, 2013. M

    artin St-Amant.

    1

    4

    2

    3

    6

    5

    7

    3

  • Brasil

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilo brAsil22Mapa 1: Estados e mesorregies do Brasil

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsil o brAsil 23

    Caracterizao Geogrfica

    O Brasil pertence ao continente Sul-Americano. Est localizado entre os paralelos 51619N e 334509S e entre os meridianos 344554W e 735932W. Faz fronteiras ao norte com a Venezuela, Guiana, Suri-name e com a Guiana Francesa, departamento ultramarino francs; a no-roeste com a Colmbia; a oeste com a Bolvia e o Peru; a sudoeste com a Argentina e o Paraguai; ao sul com o Uruguai e a leste com o Oceano Atln-tico, possuindo 7.491 km de litoral. composto de 27 Unidades Federativas, sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde est localizada sua capital, Bra-slia. As Unidades Federativas esto distribudas em 5 regies brasileiras: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, conforme ilustrado no Mapa 1.

    A Regio Sul, composta pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran, apresenta uma extenso territorial de 576.410 km, corres-pondente a 6,77% da rea total do Pas.

    Historicamente, esta regio marcada no somente pela ocorrncia de grandes desastres, mas tambm pela frequncia e variedade de eventos adversos e at pela ocorrncia de fenmenos atpicos, como foi o caso do Furaco Catarina. frequentemente afetada por alagamentos, inundaes bruscas e graduais, escorregamentos, estiagens, vendavais, tornados, ne-voeiros e ressacas.

    A Regio Sul est situada entre as latitudes 22 e 34 Sul. Apesar de ser cortada pelo trpico de Capricrnio aos 2344S, praticamente toda a sua rea se encontra nos subtrpicos, sendo marcada pela transio entre cli-mas quentes de baixas latitudes e climas mesotrmicos das latitudes mdias (NIMER, 1979). A variabilidade latitudinal e de relevo, a maritimidade/conti-nentalidade e a atuao de variados sistemas tropicais e extratropicais de la-titudes mdias contribuem para que ocorram grandes contrastes de regimes de temperatura e precipitao (GRIM, 2009).

    Quanto ao ciclo anual de precipitao, existe uma transio entre os regimes de mones de vero, ao norte, com mximos de precipitao em janeiro, e um regime de latitudes mdias, com chuvas mais bem distribudas e mximos de precipitao durante o inverno (GRIM, 2009).

    O regime de mono observado na maior parte do Estado do Para-n e no centro-leste do Estado de Santa Catarina, apresentando um ciclo

    unimodal de precipitao, com um nico mximo no vero, e totais pluvio-mtricos maiores que 1.400 mm e que superam os 2.000 mm no litoral do Paran (QUADRO et al., 1996). O sistema de mono da Amrica do Sul est associado ao aporte de umidade continente adentro e depois em direo ao sul, movimento que, aliado ao aquecimento das superfcies, produz convec-es (MONTEIRO; MENDONA, 2007). Durante essa poca do ano tambm ocorre a formao da Zona de Convergncia do Atlntico Sul (ZCAS), que frequentemente proporciona chuvas volumosas.

    J o regime de latitudes mdias bem caracterizado no Sudeste do Es-tado do Rio Grande do Sul, onde so observados mximos de precipitao no inverno, entre julho e setembro, resultantes da penetrao de sistemas frontais e da passagem e formao de ciclones extratropicais migratrios. As mdias anuais, nesta rea, ficam em torno de 1.200 e 1.500 mm. Entre esses dois regimes, se observa um regime de transio, com chuvas bem distribu-das, picos bimodais e at trimodais, e mximos de estao chuvosa variando consideravelmente ao longo da regio. Na maior parte do Estado do Rio Grande do Sul, os regimes so trimodais, com mximos de precipitao en-tre agosto e setembro (GRIM, 2009).

    Duas reas com precipitao anual mxima podem ser observadas: a primeira no oeste desta regio, com ncleo em torno de 1.900 mm, com-preendendo um trecho que vai do extremo oeste do Estado de Santa Ca-tarina ao sul do Estado do Paran (GRIM, 2009). Estes mximos se devem em parte influncia da Baixa do Chaco, principalmente durante o avano de frentes frias, e aos complexos convectivos de mesoescala, resultantes da interao do jato subtropical de altos nveis.

    A outra rea est situada na costa leste da Regio Sul, com ncleo no litoral do Paran. Os mximos anuais de precipitao observados, em torno de 2.000 mm, so, primariamente, devidos contribuio do efeito orogr-fico. Nesta regio, as chuvas so abundantes principalmente durante o ve-ro, quando os ventos perpendiculares costa Sul do Brasil so mais fortes (GRIM, 2009).

    A precipitao de neve ocorre de maio at setembro, quando a massa de ar polar martima (mP) tem maior atuao no Sul do Brasil. As reas mais propensas a este fenmeno natural esto distribudas no planalto serrano dos estados do RS e SC, com altitudes superiores a 600 m. Nesta regio,

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilo brAsil24cuja rea de 95.242 km2, a precipitao de neve chega a 1,8 dias/ano em Cambar do Sul (RS) e 2,7 dias/ano em So Joaquim (SC) (SCHMITZ, 2007).

    Na Regio Sul do Brasil ocorrem as maiores amplitudes do ciclo anual de temperatura e as maiores variaes da radiao solar recebida entre o vero e inverno. Contudo, a interao com outros fatores, como o relevo, a influncia de correntes martimas e a adveco de ar quente, refletem os diferentes regimes de temperatura da regio (GRIM, 2009).

    Durante o inverno so observados os maiores gradientes de temperatu-ra, com valores mdios de julho variando de 11C, no Sul, a 18C, no Norte. Porm, o efeito orogrfico introduz um componente zonal bastante impor-tante, fazendo com que as temperaturas da serra catarinense sejam to frias quanto no extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul. Nestas reas, a geada frequente. Do ponto de vista agronmico, geada o fenmeno atmosfrico que provoca a morte das plantas ou de suas partes, em razo da baixa temperatura do ar, podendo provocar danos extensos na agricultura (SELUCHI, 2009).

    J no vero, o gradiente zonal mais importante na variao de tempe-ratura, influenciado principalmente pelo relevo e pela distncia em relao ao oceano. No litoral, a temperatura mdia de janeiro de 22C, enquanto no extremo oeste a mdia em torno de 25C (GRIM, 2009). Nas reas mais altas, a temperatura mdia fica em torno dos 20C.

    Os principais sistemas que contribuem para a distribuio de precipita-o na Regio Sul e que muitas vezes esto associados a eventos adversos so as frentes frias (SF), os ciclones extratropicais, os cavados, o posiciona-mento e intensidade do Jato Subtropical da Amrica do Sul, os Sistemas Convectivos de Mesoescala, a Zona de Convergncia do Atlntico Sul, a con-veco tropical e a circulao martima (GRIM, 2009; MONTEIRO; MENDON-A, 2007; QUADRO et al., 1996). Contudo, no so apenas as instabilidades que causam desastres nesta regio. Condies de estabilidade, comumen-te associadas aos bloqueios atmosfricos, causam estiagens prolongadas e prejuzos considerveis. Anomalias de precipitao podem ainda estar asso-ciadas a eventos de escala global, como o fenmeno El Nio-Oscilao Sul (ENSO) (GRIM, 2009).

    Quanto ao relevo, a Regio Sul formada pelas unidades das Plancies Litorneas; Serras do Leste Catarinense; Serra do Mar; Patamares da Bacia

    do Rio Paran; Planalto Paranaense; Planalto Sul-Rio-Grandense; Planalto das Araucrias; e Planalto da Bacia do Rio Paran (IBGE, 2006b).

    O esboo geolgico da Regio Sul formado, em sua maioria, por ro-chas vulcnicas de composio bsica e de composio cida, rochas meta-morfizadas e sedimentos arenosos e argilosos (IBGE, 2006c).

    Quanto vegetao da Regio Sul, de maneira geral, pode-se dividi-la em Floresta Ombrfila Densa (Floresta Tropical Fluvial); Floresta Ombrfila Mista (Floresta de Araucrias) e Estepes (Campos do Sul do Brasil) (IBGE 2006a).

    A Floresta Ombrfila Densa possui temperaturas mdias que oscilam entre 22 C e 25 C, sem perodo seco durante o ano, com exceo de at 2 meses de umidade escassa. Mesmo assim, quando sucede esta queda da umidade h uma grande concentrao nos ambientes dissecados das serras. As chuvas so torrenciais e bem distribudas ao longo do ano. Dominam nos ambientes desta floresta solos de baixa fertilidade natural. Ela constituda por rvores de grande porte nos terraos aluviais e nos tabuleiros tercirios, e rvores de mdio porte nas reas costeiras.

    A Floresta Ombrfila Mista caracterstica dos planaltos, onde o clima mais ameno. Nela coexistem espcimes das floras tropical e temperada. O domnio desta floresta situa-se acima dos 600 metros de altitude.

    As Estepes so compostas por espcies de gramneas e outras famlias, como as leguminosas e verbenceas. Muitas espcies so microfolhadas e outras so providas de acleos ou espinhos. So plantas submetidas a duas estacionalidades: uma fisiolgica provocada pelo frio das frentes polares e outra mais seca, com dficit hdrico. A maioria dessas espcies possui adapta-es fisiolgicas bastante especializadas insuficincia hdrica (IBGE 2006a).

    A Regio Sudeste, correspondente a 10,86% do territrio brasileiro, possui uma rea de 924.512 km. Os estados que compem esta regio so: Rio de Janeiro, Minas Gerais, So Paulo e Esprito Santo.

    A alta densidade demogrfica aliada ocupao desordenada em reas de risco faz desta regio uma das que mais sofrem com as adversidades at-mosfricas. Algumas das principais ameaas relacionadas ao tempo e clima so chuvas intensas, vendavais, granizos, geadas e friagens, secas, baixa umi-dade do ar e nevoeiros.

    A regio Sudeste est situada entre as latitudes 14o e 25 Sul, e, apesar de ter a maior parte do seu territrio em regio tropical, cortada pelo trpico de

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsil o brAsil 25Capricrnio aos 23,44S, sendo, portanto marcada pela transio entre climas quentes de baixas latitudes e climas mesotrmicos das latitudes mdias (NI-MER, 1979). A variabilidade latitudinal e de relevo, a maritimidade/continenta-lidade e a atuao de sistemas tropicais e extratropicais de latitudes mdias confere a essa regio uma diversidade de regimes climticos maior do que qualquer outra do Pas (NUNES; KOGA-VICENTE; CANDIDO, 2009). A regio marca ainda a transio entre os regimes permanentemente midos do Brasil Meridional e alternadamente secos e midos do Brasil Central (NUNES; KO-GA-VICENTE; CANDIDO, 2009). Tais caractersticas influenciam nas variaes temporais e espaciais de temperatura, precipitao e vento.

    A posio latitudinal favorece uma ampla exposio radiao solar. Con-tudo, fatores locais, como o relevo e a maritimidade, proporcionam variaes importantes de temperaturas em locais relativamente prximos que podem ser compartimentados em trs zonas (NUNES; KOGA-VICENTE; CANDIDO, 2009). A primeira delas apresenta temperaturas superiores a 22C e compreen-de as reas ao oeste do Estado de So Paulo, norte de Minas Gerais e pratica-mente todo o litoral, excluindo o litoral sul de So Paulo. Entre os estados de Minas Gerais e Esprito Santo a temperatura mdia supera os 24C, enquanto que na maior parte do litoral a temperatura mdia em torno de 23C.

    Na segunda zona as temperaturas mdias variam entre 19 e 21C, com-preendendo as reas centrais dos estados de So Paulo e Minas Gerais, nor-te fluminense, sul capixaba e litoral sul paulista. As reas interioranas mais altas, com exceo do norte mineiro, experimentam quedas acentuadas de temperatura, especialmente no inverno, quando sistemas polares podem proporcionar temperaturas abaixo de 0C.

    J a terceira zona ocupa as reas montanhosas entre os estados de So Paulo e Minas Gerais e a Serra de Paranapiacaba, no sul de So Paulo, onde as temperaturas mdias variam entre 14 e 18C e geadas so frequentes.

    Em relao s precipitaes, sua distribuio espacial pode ser com-preendida em 4 zonas com totais pluviomtricos distintos (NUNES; KOGA-VICENTE; CANDIDO, 2009). A primeira delas tem a maior mdia anual, supe-rior a 2.000 mm, e se estende ao longo do litoral paulista, onde em Bertioga, litoral central, os ndices superam os 4.500 mm.

    A segunda zona, com totais pluviomtricos anuais entre 1.500 a 1.700 mm, se estende do Estado do Rio de Janeiro ao oeste do Estado de Minas Gerais

    e est disposta no sentido SE-NW. Apesar de raras, precipitaes de neve po-dem ocorrer nas reas mais altas de Campos do Jordo (SP) e Itatiaia (RJ).

    A terceira zona apresenta pluviosidade entre 1.250 e 1.400 mm e com-preende o Planalto Ocidental paulista, o centro-norte mineiro, o norte flumi-nense e o Estado do Esprito Santo.

    Por ltimo, a quarta zona apresenta totais pluviomtricos anuais inferio-res a 1.000 mm e compreende o extremo norte do Estado do Esprito Santo e noroeste do Estado de Minas Gerais.

    O relevo desta poro do Pas bastante complexo, sendo composto pelas unidades da Serra do Mar; Serra da Mantiqueira, Serra da Canastra, Serra do Espinhao e Chapada Diamantina; Planalto da Bacia do Paran; Planalto Paulistano; Planalto Centro- Sul Mineiro; Planalto dos Geraizinhos; Chapadas do Rio So Francisco; Depresso Paulista; Depresso Sertaneja/So Francisco; Plancies Interiores e Plancies Litorneas (IBGE, 2006b).

    A geologia do Sudeste, em sua grande parte, composta por rochas gnissicas de origem sedimentar e grantica; por sedimentos arenosos e argi-locarbonticos com muito pouco ou fraco grau metamrfico; e por sedimen-tos argilosos, arenosos e cascalhos (IBGE, 2006c).

    A vegetao da regio Sudeste , basicamente, formada pela Floresta Ombrfila Densa, cujas caractersticas j foram descritas acima no texto refe-rente Regio Sul, e pela Savana (IBGE, 2006a).

    A Savana (Cerrado) conceituada como uma vegetao xeromorfa, pre-ferencialmente de clima estacional (mais ou menos 6 meses secos). Neste tipo de vegetao, a distribuio espacial est relacionada a determinados tipos de solos. A Savana brasileira) inclui as vrias formaes campestres onde, com vegetao gramneo-lenhosa baixa, alternam-se s vezes peque-nas rvores isoladas, capes florestados e galerias florestais ao longo dos rios, mostrando assim, uma grande variabilidade estrutural e, em consequn-cia, grandes diferenas em porte e densidade, no que tambm influi a inten-sidade da ao antrpica. Apresenta dois estratos distintos: no arbreo xe-romorfo, lenhoso, suas rvores variam de pequeno a mdio porte e possuem troncos e galhos tortuosos, folhas coriceas e brilhantes ou revestidas por pelos; no outro estrato, gramneo-lenhoso, suas espcies no perodo desfa-vorvel dessecam a parte area, mantendo vivos os brotos regenerativos ao nvel do solo.

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilo brAsil26A Regio Centro-Oeste apresenta uma extenso territorial de 1.606.372

    km correspondendo a 18,87% do territrio nacional. Os estados que fazem parte desta regio so Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Gois, onde se situa o Distrito Federal.

    No Centro-Oeste ocorre uma marcante variabilidade espacial e tempo-ral de temperaturas e chuvas decorrente da transio entre os climas quen-tes de latitudes baixas e os mesotrmicos do tipo temperado de latitudes mdias (QUADRO et al., 1996), alm da diversidade de relevos, refletindo na grande biodiversidade da regio, representada pelos ecossistemas da Ama-znia, do Cerrado e do Pantanal.

    Na regio ocorrem trs tipos de clima, de acordo com a classificao de Koppen: o tipo Cwa, ocorre nas reas mais altas em Gois e no sul do Mato Grosso do Sul, apresentando temperaturas moderadas com veres quentes e chuvosos; o tipo Aw, prevalece em todos os estados, tendo temperaturas elevadas, chuva no vero e seca no inverno; e o tipo Am ocorre na parte norte do Mato Grosso, tendo temperaturas elevadas com alto ndice pluvio-mtrico (ALVES, 2009).

    A precipitao anual mdia desta regio de 1.500 mm, mas no norte do Estado do Mato Grosso, onde ocorre influncia dos sistemas amazni-cos, as precipitaes anuais superam os 1.800 mm. A sazonalidade da pre-cipitao tambm marcante, com invernos excessivamente secos e veres chuvosos. Apenas ao sul as chuvas, apesar de pequenas, se concentram no inverno. J a variao espacial da temperatura decorre das variaes do rele-vo e da posio geogrfica (ALVES, 2009). Desta forma, as temperaturas so mais quentes nas reas mais baixas e mais frias nas reas mais altas, como nas chapadas dos estados de Gois e Mato Grosso. As temperaturas maiores ocorrem na primavera, com mximas superiores a 33C no norte e 26C no sul. J no inverno as temperaturas so amenas, entre 20 e 25C, mas com a baixa umidade do ar, geralmente a temperatura fica elevada na tarde e de-clina rapidamente ao por do sol, atingindo 10 C na madrugada. Tambm no inverno comum a ocorrncia de friagens e at geadas.

    O relevo basicamente formado por planaltos, depresses e plan-cies sendo composto pelas unidades Planalto da Bacia do Paran; Planalto Central Brasileiro; Planalto e Chapada dos Parecis; Planalto dos Guimares; Planalto do Sul da Amaznia; Depresso dos Rios Paraguai/Guapor; De-

    presso dos Rios Araguaia/Tocantins/Xingu; Depresso do Sul da Amaznia; Pantanal Mato-Grossense; e Pantanal do Guapor (IBGE, 2006b).

    O esboo geolgico da Regio Centro-Oeste composto, em sua maio-ria, por rochas gnissicas de origem sedimentar e grantica; por rochas vul-cnicas de composio cida; por sedimentos arenosos e argilocarbonticos com muito pouco ou fraco grau metamrfico, e por sedimentos argilosos, arenosos e cascalhos (IBGE, 2006c).

    A vegetao composta, em sua maioria, pela Savana Estpica (IBGE, 2006a). Esta vegetao caracterstica de regies que apresentam frequen-temente dois perodos secos anuais, um com longo dficit hdrico seguido de chuvas intermitentes, e outro com seca curta seguido de chuvas torrenciais que podem faltar durante anos. A savana estpica abrange as vrias forma-es que constituem um tipo de vegetao estacional-decidual, portanto com os estratos arbreos e gramneo-lenhosos peridicos e com numerosas plantas suculentas, principalmente cactceas. As rvores so baixas, raqu-ticas, de troncos delgados e com esgalhamento profuso. Muitas espcies so microfolhadas e outras so providas de acleos ou espinhos. A maioria dessas espcies possui adaptaes fisiolgicas bastante especializadas para a insuficincia hdrica.

    A Regio Norte a mais extensa do Brasil, com uma rea de 3.853.328 km, representando 45,25% do territrio nacional. composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondnia, Roraima, Amap, Par e Tocantins.

    A Regio Norte abrange quase toda a Regio Amaznica Brasileira, onde predomina o clima equatorial chuvoso, praticamente sem estao seca e com o maior total pluviomtrico anual do Brasil (QUADRO et al., 1996). De forma geral a temperatura varia pouco temporal e espacialmente, em torno dos 25 graus (MARENGO; NOBRE, 2009), mas, durante o inverno do Hemisfrio Sul (HS), toda a zona meridional da Regio Norte, em especial o sudoeste (Acre, Rondnia e sul do Amazonas), pode ter quedas bruscas de temperatura causadas pelo fenmeno de friagem (NIMER, 1979). J a plu-viosidade apresenta significativa heterogeneidade na distribuio espacial e sazonal, sendo que a mdia est em torno de 2.500 mm/ano (MARENGO; NOBRE, 2009).

    As maiores precipitaes ocorrem em trs reas (MARENGO; NOBRE, 2009). Uma delas est localizada no noroeste do Amazonas, com chuvas acima

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsil o brAsil 27de 3.000 mm/ano, causadas pela presena de ar mido trazido por ventos de leste da ZCIT e pelo efeito orogrfico dos Andes. Outra rea de intensa preci-pitao est zonalmente distribuda na parte centro-sul da Regio Norte, entre os estados do Amazonas e do Par, em torno da latitude 5 S. A terceira rea est localizada na parte leste da bacia Amaznica, entre os estados do Par e do Amap. Prximas Belm, capital do Estado do Par, as precipitaes anuais superam os 4.000 mm, influenciadas pelas linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa, foradas pela circulao de brisa martima.

    A estao chuvosa se inicia no sul da Amaznia na primavera, ocorrendo os mximos de chuva no vero. Na Amaznia Central, desde o oeste do Es-tado do Amazonas at a foz do rio Amazonas, os mximos de chuva ocorrem no outono, enquanto que no extremo norte as mximas precipitaes ocor-rem no inverno. As estaes secas na Amaznia Central e do Sul ocorrem no inverno e, no extremo norte, na primavera (MARENGO; NOBRE, 2009).

    Os principais sistemas que regem o tempo e o clima da Regio Norte do Brasil so a ZCIT (Zona de Convergncia Intertropical), as Linhas de Instabili-dade (LIs) e circulao de brisa martima, a penetrao de sistemas frontais, o deslocamento da ASAS/ASAN (Alta Subtropical do Atlntico Sul/Alta Sub-tropical do Atlntico Norte) e a Alta da Bolvia (QUADRO et al., 1996), que, por sua vez, podem interagir com Distrbios Ondulatrios de Leste e outros mecanismos de escala regional, como o vapor dgua da floresta amaznica e da cordilheira dos Andes, e de escala global, como El Nio e La Nia, e o dipolo do Atlntico Tropical.

    O relevo basicamente formado por planaltos, depresses e plancies, destacando-se as unidades Planaltos do Sul da Amaznia; Planaltos do Nor-te da Amaznia; Depresso do Sul da Amaznia; Depresso do Norte da Amaznia; Depresso do Rio Negro/Rio Branco; Depresso do Rio Amazo-nas; Plancies Interiores; e Plancies Litorneas (IBGE, 2006b).

    A geologia da regio composta, basicamente, por sedimentos aluvio-nares; sedimentos arenosos; sedimentos argilosos; rochas de origem vulc-nica e plutnica; rochas gnissicas de origem magmtica ou sedimentar; e rochas granticas (IBGE, 2006c).

    A vegetao composta, em sua maioria, pela Floresta Ombrfila Den-sa (Floresta Tropical Pluvial); Floresta Ombrfila Aberta (Faciaes da Floresta Ombrfila Densa); Savana e Savana Estpica no nordeste de Roraima (IBGE,

    2006a). As caractersticas da Floresta Ombrfila Densa e da Savana j foram descritas nos textos referentes, respectivamente, s regies Sul e Sudeste.

    A Floresta Ombrfila Aberta conceituada como fisionomia florestal composta de rvores mais espaadas, com estrato arbustivo menos denso, e tanto por fanerfitas quanto por lianas lenhosas. Caracteriza-se como uma rea de transio entre a Floresta Amaznica e o espao Extra-amazni-co, onde ocorre clima com temperaturas mdias entre 24C e 25C e com perodos mais secos, de 2 a 4 meses. Quatro fcies florestais (alteraes de fisionomia) ocorrem nesta regio fitoecolgica: a floresta-de-palmeiras (co-cal); a floresta-de-bambu (bambuzal); a floresta de cip (cipoal); e a floresta-de-sororoca (sororocal).

    A Savana Estpica, est representada em parte do Maranho, Piau e Bahia. So regies que apresentam frequentemente dois perodos secos anuais, um com longo dficit hdrico seguido de chuvas intermitentes, e ou-tro com seca curta seguida de chuvas torrenciais que podem faltar durante anos. Abrange as vrias formaes que constituem um tipo de vegetao estacional-decidual, portanto com os estratos arbreos e gramneo-lenhosos peridicos e com numerosas plantas suculentas, principalmente cactceas. (QUADRO et al., 1996).

    A Regio Nordeste apresenta uma marcante variabilidade espacial e temporal de precipitaes, que condiciona trs tipos de clima: clima litor-neo mido (do litoral do Estado da Bahia ao do Estado do Rio grande do Norte), com precipitao anual de 2.000 mm; clima tropical (em parte dos estados da Bahia, Cear, Maranho e Piau), com precipitao anual entre 1.000 e 1.200 mm; e clima tropical semirido (em todo o serto nordestino), com precipitao anual inferior a 500 mm (KAYANO; ANDREOLI, 2009; QUA-DRO et al., 1996).

    De forma geral a variabilidade sazonal e interanual na distribuio de chuva marcante, fazendo com que a regio sofra consequncias severas tanto por causa das secas quanto por precipitaes intensas. No norte da regio a estao chuvosa ocorre principalmente entre maro e maio; no sul e sudeste as chuvas ocorrem principalmente durante o perodo de dezem-bro a fevereiro; no leste a estao chuvosa vai de maio a julho; e a estao seca, para a maior parte da regio, ocorre entre setembro e dezembro (RAO; LIMA; FRANCHITO, 1993).

  • AtlAs brAsileiro de desAstres nAturAis 1991 A 2012 volume brAsilo brAsil28O regime de precipitao na Regio Nordeste resulta da complexa in-

    terao entre o relevo, a posio geogrfica e a natureza da sua superfcie e os sistemas de presso atuantes na regio (KAYANO; ANDREOLI, 2009). Os principais mecanismos de precipitao so condicionados pela Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT) sobre o oceano Atlntico, pelas Frentes Frias, por Vrtices Ciclnicos de Altos Nveis (VCAN), por Linhas de Instabi-lidade (LI), por Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), e por efeitos das brisas martima e terrestre. Estes, por sua vez, so fortemente influencia-dos por Eventos El Nio- Oscilao Sul (ENOS), pela Temperatura da Super-fcie do Mar (TSM) dos oceanos Atlntico Sul e Norte, pelos Ventos Alsios, e pela Presso ao Nvel do Mar (PNM) (KAYANO; ANDREOLI, 2009; FERREIRA; MELO, 2005). A complexidade de fatores que influenciam no regime de pre-cipitaes no NEB reflete na grande variabilidade espacial, sazonal e intera-nual das chuvas.

    O relevo basicamente formado por plancies e chapadas sendo com-posto pelas unidades Serra do Espinhao e Chapada Diamantina; Planalto Sertanejo; Planalto da Borborema; Patamares e Colinas Pr-Litorneas; Cha-padas do Rio So Francisco; Chapadas do Meio Norte; Depresso Sertaneja/So Francisco; Depresso do Meio Norte; Tabuleiros Interioranos; Tabuleiros Costeiros; e Plancies Interiores (IBGE, 2006b).

    O esboo geolgico composto por rochas gnissicas de orige