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PT PT COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 8.8.2016 COM(2016) 498 final RELATÓRIO DA COMISSÃO Atividades relacionadas com a farmacovigilância dos Estados-Membros e da Agência Europeia de Medicamentos relativas aos medicamentos para uso humano (2012 2014) {SWD(2016) 284 final}

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PT PT

COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 8.8.2016

COM(2016) 498 final

RELATÓRIO DA COMISSÃO

Atividades relacionadas com a farmacovigilância dos Estados-Membros e

da Agência Europeia de Medicamentos relativas aos medicamentos para uso humano

(2012 – 2014)

{SWD(2016) 284 final}

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RELATÓRIO DA COMISSÃO

Atividades relacionadas com a farmacovigilância dos Estados-Membros e

da Agência Europeia de Medicamentos relativas aos medicamentos para uso humano

(2012 – 2014)

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1. INTRODUÇÃO

Na União Europeia (UE), os medicamentos para uso humano estão sujeitos a ensaios

rigorosos, bem como a um processo de avaliação em termos de qualidade, segurança e

eficácia, antes de serem autorizados a nível dos Estados-Membros ou a nível da União

Europeia. Uma vez introduzidos no mercado, continuam a ser objeto de monitorização através

de atividades de farmacovigilância.

A farmacovigilância, tal como definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a

ciência e as atividades de deteção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos

ou de qualquer outro problema relacionado com os medicamentos.

Alguns efeitos secundários ou «reações adversas» podem não ser detetados até que um grande

número de pessoas tenha utilizado o medicamento em condições reais. Por conseguinte, é

essencial que a segurança de todos os medicamentos seja controlada ao longo de toda a sua

utilização nas práticas de cuidados de saúde.

O quadro jurídico da UE em matéria de farmacovigilância dos medicamentos para uso

humano está estabelecido no Regulamento (CE) n.º 726/20041 e na Diretiva 2001/83/CE

2. A

legislação foi alterada em 20103 e em 2012

4.

O artigo 29.º do Regulamento (CE) n.º 726/2004 e o artigo 108.º-B da Diretiva 2001/83/CE

requerem a apresentação regular de relatórios sobre a execução das atividades de

farmacovigilância pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pelos

Estados-Membros, respetivamente.

O presente relatório e o documento de trabalho5 que o acompanha descrevem as atividades do

sistema da UE de colaboração em rede para a monitorização e o controlo da segurança dos

medicamentos para uso humano e centra-se em atividades desde o início da entrada em vigor

da nova legislação, em 2012, até ao final de 2014, mas inclui também informações sobre

algumas tarefas e processos iniciados até julho de 2015.

1 Regulamento (CE) n.º 726/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março de 2004, que

estabelece procedimentos comunitários de autorização e de fiscalização de medicamentos para uso

humano e veterinário e que institui uma Agência Europeia de Medicamentos, JO L 136 de 30.4.2004,

p. 1. 2 Diretiva 2001/83/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de novembro de 2001, que estabelece

um código comunitário relativo aos medicamentos para uso humano, JO L 311 de 28.11.2001, p. 67. 3 Regulamento (UE) n.º 1235/2010 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de dezembro de 2010,

que altera, no que diz respeito à farmacovigilância dos medicamentos para uso humano, o Regulamento

(CE) n.º 726/2004 que estabelece procedimentos comunitários de autorização e de fiscalização de

medicamentos para uso humano e veterinário e que institui uma Agência Europeia de Medicamentos, e

o Regulamento (CE) n.º 1394/2007 relativo a medicamentos de terapia avançada, JO L 348 de

31.12.2010, p.1, e Diretiva 2010/84/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de dezembro de

2010, que altera, no que diz respeito à farmacovigilância, a Diretiva 2001/83/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho, que estabelece um código comunitário relativo aos medicamentos para uso

humano, JO L 348 de 31.12.2010, p. 74. 4 Regulamento (UE) n.º 1027/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que

altera o Regulamento n.º 726/2004 no que diz respeito à farmacovigilância, JO L 316 de 14.11.2012, p.

38, e Diretiva 2012/26/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que altera,

no que diz respeito à farmacovigilância, a Diretiva 2001/83/CE, JO L 299 de 27.10.2012, p. 1. 5 SWD (2016) 284 final

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2. FORTE COLABORAÇÃO ENTRE AS AUTORIDADES REGULADORAS EUROPEIAS

Assegurar que os reguladores podem responder aos problemas de saúde emergentes ou

urgentes em tempo útil e de forma eficaz é um elemento de particular importância da nova

legislação em matéria de farmacovigilância. Para esse efeito, as autoridades de regulação dos

medicamentos em 31 países do Espaço Económico Europeu (EEE), a EMA e a Comissão

Europeia colaboram estreitamente e trabalham em parceria como uma rede para debater e

tratar rapidamente qualquer problema emergente no interesse do acesso dos doentes a

medicamentos seguros e eficazes6. A legislação aumentou a capacidade de tomar uma ação

regulamentar rápida e sólida mediante: a criação do comité de avaliação do risco de

farmacovigilância, o reforço do grupo de coordenação para o reconhecimento mútuo e os

processos descentralizados (medicamentos para uso humano) e a introdução de novos

procedimentos de tomada de decisão acelerada nos casos em que esteja em risco a saúde

pública.

2.1. O papel dos Estados-Membros

Todos os Estados-Membros do EEE contribuem para a totalidade do sistema de

farmacovigilância. São eles que fornecem grande parte dos recursos e conhecimentos para

avaliar os sinais de possíveis efeitos secundários emergentes e assumem a liderança na

avaliação e análise de dados quando um problema de segurança é avaliado a nível europeu.

Mantêm os serviços de inspeção que asseguram que os medicamentos comercializados na UE

são fabricados de forma adequada e têm a qualidade adequada, e que os sistemas de

farmacovigilância das empresas funcionam como devem.

A legislação atribui ao grupo de coordenação para o reconhecimento mútuo e os processos

descentralizados (medicamentos para uso humano) (CMDh)7, um organismo que representa as

entidades reguladoras nacionais do EEE, o mandato para conduzir a tomada de decisões

quando não estiverem envolvidos medicamentos autorizados de acordo com o procedimento

centralizado.

2.2. O papel da Agência Europeia de Medicamentos

A EMA desempenha um papel central no sistema da UE, coordenando as suas atividades e

prestando apoio técnico, regulamentar e científico aos Estados-Membros e à indústria.

O novo comité científico, o comité de avaliação do risco de farmacovigilância (PRAC), foi

criado em julho de 2012. O mandato do PRAC abrange todos os aspetos da gestão dos riscos

dos medicamentos para uso humano. Os membros do PRAC são peritos dos

Estados-Membros da UE em matéria de farmacovigilância e regulamentação, bem como

peritos científicos e representantes dos profissionais de cuidados de saúde e das organizações

de doentes nomeados pela Comissão Europeia. A figura 1 do anexo apresenta a frequência

6 Agência Europeia de Medicamentos, The European regulatory system for medicines and the European

Medicines Agency, EMA/437313/2014 7 Mais informações sobre o papel e as atividades do CMDh estão disponíveis na seguinte página Web:

http://www.hma.eu/cmdh.html.

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relativa das principais atividades relacionadas com a farmacovigilância na agenda do PRAC

entre julho de 2012 e dezembro de 2014.

2.3. O papel da Comissão

A Comissão Europeia é a autoridade competente para os medicamentos autorizados a nível

central e fornece a base jurídica que está na base do sistema de farmacovigilância da UE.

3. PRINCIPAIS TAREFAS E ATIVIDADES RELACIONADAS COM A FARMACOVIGILÂNCIA

Todo o processo relativo à farmacovigilância - desde os sistemas que monitorizam e detetam

eventuais efeitos adversos até às medidas regulamentares para atenuar os riscos - é objeto de

intensa coordenação, envolvendo a rede reguladora, a indústria farmacêutica e os sistemas de

saúde. O sistema recebe uma vasta gama de contributos, incluindo os provenientes de

entidades reguladoras não europeias, do meio académico, dos profissionais de saúde e dos

doentes.

O processo de farmacovigilância subdivide-se nas seguintes tarefas principais:

Planeamento da gestão dos riscos — avaliar os riscos de cada novo medicamento e

desenvolver planos de recolha de dados e de redução dos riscos. O PRAC reviu 48

planos de gestão dos riscos (RPM) entre julho e dezembro de 2012, 637 em 2013 e

597 em 2014. Os Estados-Membros, no seu conjunto, receberam cerca de 3 500

(2012), 7 500 (2013) e 9 000 (2014) RPM para medicamentos autorizados a nível

nacional.

Recolha e gestão de relatórios de casos de eventuais efeitos secundários (reações

adversas medicamentosas (RAM)). A figura 2 do anexo apresenta os relatórios de

incidentes adversos graves entre 2011 e 2014.

Deteção e gestão de sinais - analisar a comunicação de suspeitas de efeitos

secundários para a identificação de sinais. Cerca de 193 sinais únicos foram avaliados

pelo PRAC entre setembro de 2012 e dezembro de 2014. A figura 3 do anexo

apresenta o número de debates no PRAC relativas quer aos novos sinais quer ao

seguimento dos debates e a figura 4 apresenta uma panorâmica das ações

regulamentares na sequência da avaliação dos sinais.

Monitorização de rotina dos riscos e benefícios dos medicamentos através de

relatórios periódicos atualizados de segurança (PSUR) e manutenção da lista (lista

EURD) com o calendário de apresentação dos PSUR. O PRAC reviu 20 PSUR de

julho a dezembro de 2012, 436 PSUR em 2013 e 471 PSUR em 2014. A figura 5 do

anexo apresenta uma panorâmica das ações regulamentares na sequência da avaliação

dos PSUR. Além disso, o número de PSUR apresentados às autoridades nacionais

competentes nos Estados-Membros para avaliações puramente nacionais ascendeu a

cerca de 5 000 em 2012, 3 500 em 2013 e 3 000 em 2014, tendo o número de

procedimentos de partilha de trabalho dos PSUR para os medicamentos autorizados

puramente a nível nacional ascendido a 62, 151 e 116, durante os mesmos períodos.

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Consultas - avaliações de questões importantes em matéria de segurança e da relação

benefício-risco à escala europeia. Entre julho de 2012 e dezembro de 2014, o PRAC

recebeu 31 consultas sobre segurança. Nove dessas consultas envolviam

medicamentos autorizados a nível central, referindo-se as restantes unicamente a

produtos autorizados a nível nacional (ver figura 6 do anexo). Outras preocupações a

nível nacional foram também debatidas pelo CMDh para decidir se uma avaliação a

nível da UE seria necessária, mas não tiveram como resultado uma consulta. Estes

debates no âmbito do CMDh foram realizados em 2 ocasiões em 2013 e em 6 ocasiões

em 2014.

Gestão de informações sobre produtos sujeitos a monitorização adicional e produtos

que foram retirados. No final de 2014, a lista de medicamentos sujeitos a

monitorização adicional incluía 193 medicamentos autorizados ao abrigo do

procedimento centralizado e 8 substâncias em 1 269 medicamentos autorizados a nível

nacional. Durante 2014, a EMA recebeu 132 notificações de retirada de produtos.

Avaliação e coordenação de estudos após a comercialização através de estudos de

segurança após autorização e estudos de eficácia após autorização. Entre julho de

2012 e dezembro de 2014, o PRAC examinou protocolos para 38 estudos de segurança

após autorização (PASS) com base na observação, impostos. Os Estados-Membros

avaliaram mais 17 protocolos PASS para medicamentos autorizados a nível nacional.

Realização de inspeções para assegurar que os sistemas de farmacovigilância das

empresas cumprem as boas práticas de farmacovigilância. O número de inspeções

realizadas ascendeu a 207 (2012), 195 (2013) e 167 (2014), e a 26, 37 e 48,

respetivamente, para medicamentos autorizados a nível central.

Comunicação sobre questões relacionadas com a segurança e interação e diálogo

com as partes interessadas pertinentes. As agendas, os destaques e as atas das reuniões

do PRAC são publicados, bem como as comunicações de segurança pública sobre

questões relevantes. Houve 14 comunicações de segurança pública emitidas no

segundo semestre de 2012, 78 em 2013 e 57 em 2014.

Desenvolvimento de sistemas e orientações, e promoção da investigação para

colmatar as lacunas de conhecimento.

Monitorização do desempenho do sistema, incluindo o cumprimento de obrigações

legais e normas.

Formação e desenvolvimento de capacidades.

4. MELHORIA DOS SISTEMAS E DOS SERVIÇOS

O papel da EMA inclui o fornecimento de alguns dos sistemas e serviços necessários para o

funcionamento da rede de farmacovigilância. A nova legislação exigiu o desenvolvimento de

alguns novos sistemas e serviços e a melhoria ou a simplificação de outros. Os

Estados-Membros e as principais partes interessadas, incluindo a indústria farmacêutica,

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deram um importante contributo para a conceção e o desenvolvimento destes sistemas. Os

desenvolvimentos incluíram:

A base de dados prevista no artigo 57.º8 de todos os medicamentos autorizados (a

nível central e nacional) na UE com informações sobre mais de 580 000

medicamentos de cerca de 4 300 titulares de autorizações de introdução no mercado.

Serviço de rastreio da literatura médica — a EMA deve proceder à seleção e ao

rastreio da literatura médica a fim de detetar comunicações de suspeitas de reações

adversas a determinadas substâncias ativas e inseri-las na base de dados

EudraVigilance, na forma de relatório de segurança de casos individuais. O serviço foi

lançado em junho de 2015.

O repositório dos PSUR foi desenvolvido e disponibilizado durante o período

abrangido pelo relatório e a sua funcionalidade foi auditada com sucesso em 2015.

A legislação exige o reforço da base de dados EudraVigilance para apoiar a

simplificação de relatórios, a melhoria das funções de pesquisa, análise e seguimento e

uma melhor qualidade dos dados. Foram realizados progressos em matéria de

melhorias durante o período abrangido pelo relatório, incluindo o lançamento do sítio

Web dedicado às RAM e o apoio a atividades de deteção de sinais. A auditoria final

do sistema atualizado deverá estar concluída no início de 20189.

5. COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO

A Comissão e a EMA, além de coordenarem a rede que conta com mais de 30 autoridades

nacionais competentes, trabalham em estreita cooperação com outros reguladores

internacionais através de acordos bilaterais e através de fóruns multilaterais, como a

Associação da Conferência Internacional de Harmonização dos Requisitos Técnicos para os

Medicamentos para Uso Humano (ICH), a fim de promover abordagens comuns e requisitos

normalizados para a autorização de medicamentos.

Uma boa farmacovigilância depende da cooperação entre as partes interessadas, o que foi

incentivado pela legislação. É fundamental o contributo dos doentes e dos profissionais de

cuidados de saúde ao longo do processo de autorização de medicamentos e da

farmacovigilância. Este contributo é concretizado através dos representantes da sociedade

civil que são membros do PRAC e que são especificamente consultados para determinados

tipos de consultas.

6. DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO E FUTURO DA REDE

Durante o período abrangido pelo relatório e mais além, a rede de farmacovigilância centra-se

na formação para desenvolver a compreensão da farmacovigilância e na ciência regulamentar

8 Artigo 57.º, n.º 1, alínea l), do Regulamento (CE) n.º 726/2004. 9 Mais informações sobre a base de dados EudraVigilance estão disponíveis no relatório anual previsto

no artigo 24.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 726/2004

(http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Report/2016/03/WC500203705.pdf).

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para permitir a partilha de boas práticas, melhorar a eficácia e a eficiência dos processos e

reforçar as capacidades.

Os Estados-Membros e a EMA oferecem ampla formação ao pessoal regulador e às partes

interessadas externas relevantes. A eficiência e a eficácia dos processos de farmacovigilância

melhoraram. Foram lançados projetos para melhorar a ciência e a prática da

farmacovigilância, nomeadamente: a ação conjunta Strengthening Collaboration for

Operating Pharmacovigilance in Europe (SCOPE) (reforço da colaboração para o

funcionamento da farmacovigilância na Europa); a European Network of Centres for

Pharmacoepidemiology and Pharmacovigilance (ENCePP) (rede europeia de centros de

farmacoepidemiologia e farmacovigilância); e o projeto PROTECT10

. Os resultados destas

iniciativas já começaram a contribuir para o desenvolvimento do processo e a atualização das

orientações.

7. CONCLUSÕES

A rede europeia de farmacovigilância representa um exemplo de cooperação bem sucedida a

nível europeu, em benefício dos cidadãos da UE. O sistema em rede permite aos participantes

partilhar os melhores conhecimentos especializados disponíveis e os melhores elementos de

prova e coordenar ações de regulamentação, produzindo resultados mais eficientes e coerentes

para todos. Os instrumentos regulamentares disponíveis ao abrigo da legislação revista,

incluindo planos de gestão de riscos, estudos após autorização, deteção e gestão de sinais a

nível da UE, avaliação de relatórios periódicos atualizados de segurança e revisões dos

medicamentos através de consultas, representam uma abordagem cada vez mais pró-ativa da

segurança dos medicamentos, complementada por melhorias na ação regulamentar e na

comunicação nos casos em que são identificados problemas de segurança.

O sistema funciona com um elevado nível de transparência, o que é necessário para

desenvolver a confiança da sociedade que serve. Foram criados mecanismos para garantir que

o público da UE recebe em tempo útil informações exatas em matéria de segurança. A

participação das principais partes interessadas, tais como os doentes e os profissionais de

cuidados de saúde, está integrada no sistema, nomeadamente através da comunicação pelos

doentes de suspeitas de efeitos secundários. Para o futuro, prevê-se o aprofundamento desta

participação, incluindo através da realização de audições públicas para questões de segurança

essenciais.

Prosseguem os trabalhos relativos à infraestrutura necessária para apoiar um maior

desenvolvimento do sistema e para simplificar e racionalizar os processos existentes, sempre

que possível, de forma a minimizar a carga regulamentar para todas as partes interessadas. A

disponibilização do serviço de rastreio da literatura médica, do novo sistema EudraVigilance,

do repositório dos PSUR e a plena utilização da base de dados dos produtos da UE prevista no

artigo 57.º irão permitir aumentar a eficiência e a simplificação para as partes interessadas.

Prosseguem os trabalhos para completar o desenvolvimento e a implementação de outros

sistemas, tal como a comunicação centralizada das RAM através da base de dados

10 Pharmacoepidemiological Research on Outcomes of Therapeutics by a European Consortium

(investigação farmacoepidemiológica sobre os resultados da terapêutica por um consórcio europeu), um

projeto da Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores financiado por fundos públicos e privados.

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EudraVigilance. A investigação em curso no domínio da ciência regulamentar, tais como as

atividades de investigação apoiadas pelo programa-quadro de investigação da UE, irá

igualmente apoiar futuros melhoramentos.

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Abreviaturas

RAM reações adversas medicamentosas

CMUH Comité dos Medicamentos para Uso Humano

CMDh grupo de coordenação para o reconhecimento mútuo e os processos

descentralizados (medicamentos para uso humano)

EEE Espaço Económico Europeu

EMA Agência Europeia de Medicamentos

UE União Europeia

EURD lista de datas de referência da União Europeia e frequência de apresentação de

relatórios periódicos atualizados de segurança

ICSR relatório de segurança de casos individuais

PASS estudo de segurança após autorização

PRAC Comité de Avaliação do Risco de Farmacovigilância

PSUR relatórios periódicos atualizados de segurança

PGR plano de gestão dos riscos

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ANEXO — Figuras e Quadros

Figura 1: Número de pontos na agenda do Comité de Avaliação do Risco de

Farmacovigilância (PRAC) de julho a dezembro de 2012, de janeiro a dezembro de 2013 e de

janeiro a dezembro de 2014

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

jul.-dez. 2012 2013 2014

Número de pontos na agenda do PRAC

Outras questões de segurança -

Estados-Membros

Outras questões de segurança - CMUH

(incluindo pedidos CMUH ao PRAC

para consultas no âmbito do art. 5.º,

n.º 3)Inspeções de farmacovigilância

Renovações, renovações condicionais

e reavaliações anuais

Resultados PASS

Protocolos PASS

PSUR

PGR

Sinais

Consultas

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Figura 2 Comunicação de relatórios de segurança de casos individuais para a base de dados

EudraVigilance de países do Espaço Económico Europeu e de países fora do Espaço

Económico Europeu em 2011 - 2014

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

2011 2012 2013 2014

Comunicação de relatórios de segurança de

casos individuais à EudraVigilance (EEE)

Doentes e PCS Doentes Profissionais de cuidados de saúde

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PCS - Profissionais de cuidados de saúde

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

800000

900000

2011 2012 2013 2014

Comunicação de relatórios de segurança de

casos individuais à EudraVigilance (extra-EEE)

Doentes e PCS Doentes Profissionais de cuidados de saúde

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Figura 3: Número de debates relacionados com os sinais, iniciais e de seguimento, no Comité

de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC), de setembro de 2012 a dezembro de

2014

0

5

10

15

20

25

30

Número de sinais debatidos no PRAC (novos e de seguimentos)

127 debates sobre sinais92 sinais

255 debates sobre sinais163 sinais

300 debates sobre sinais193 sinais

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Figura 4: Tipo de ação regulamentar no seguimento da avaliação dos sinais pelo Comité de

Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC), de setembro de 2012 a dezembro de 2014

Avaliação em curso, 33, 17%

Atualização das informações

sobre os produtos, 100,

52%

Farmacovigi-lância de

rotina, 46, 24%

Consulta, 11, 6%

Atualização do PGR, 2, 1% PASS, 1, 0%

Avaliação dos sinais pelo PRAC, set. 2012 - dez.

2014, total=193

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Figura 5: Resultados da avaliação do relatório periódico atualizado de segurança (PSUR)

pelo Comité de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC), de setembro de 2012 a

dezembro de 2014

PSUSA - relatório periódico de segurança - avaliação única

17

360

383

3

76

88

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jul.-dez. 2012

2013

2014

Resultados das avaliações PSUR e PSUSA

Manutenção Variação CMUH Suspensão Revogação

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Figura 6: Consultas relacionadas com farmacovigilância, iniciadas em 2012, 2013 e 2014

Procedimento Artigo Iniciado

em

Resultado

2012

Codeína 31.º out. 12 A

Diclofenaco 31.º out-12 A

BACD (beta-agonistas de curta duração) 31.º nov-12 A,R

SHA (Soluções de hidroxietilo de amido) 31.º nov-12 A

Almitrina 31.º nov-12 R

Diacereina 31.º nov-12 A

2013

Tredaptive, Trevaclyn, Pelzont — (ácido

nicotínico/laropiprant)

20.º jan-13 S

Tetrazepam 107.º-I jan-13 S

Ciproterona, etinilestradiol — DIANE 35 e outros

medicamentos que contêm 2 mg de acetato de

ciproterona e 35 microgramas de etinilestradiol

107.º-I fev-13 A

Contracetivos hormonais combinados 31.º fev-13 A

Flupirtina 107.º-I mar-13 A

Domperidona 31.º mar-13 A,R

Ácido nicotínico e substâncias com ele

relacionadas - acipimox, nicotinato de xantinol

31.º mar-13 A

Kogenate Bayer/Helixate NexGen (octocog alfa) 20 mar-13 A

Agentes ativos do sistema renina-angiotensina (RAS) 31.º mai-13 A

Protelos/Osseor (ranelato de estrôncio) 20 mai-13 A

NUMETA G13 %E, NUMETA G16 %E, emulsão

para perfusão e nomes associados (glucose, lípidos,

aminoácidos e eletrólitos)

107.º-I jun-13 A,S

Medicamentos que contêm zolpidem 31.º jul-13 A

Medicamentos que contêm hidroxietilamido (HES) 107i jul-13 A

Medicamentos que contêm bromocriptina 31.º set-13 A

Substâncias relacionadas com o valproato 31.º out-13 A

Iclusig (ponatinib) 20.º dez-13 A

Page 18: Atividades relacionadas com a farmacovigilância dos ...ec.europa.eu/health/sites/health/files/files/pharm... · da nova legislação, em 2012, até ao final de 2014, mas inclui também

18

2014

Testosterona 31.º abr-14 A

Codeína para tosse na população pediátrica 31.º abr-14 A,R

Ambroxol/Bromexina 31.º abr-14 A

Metadona 107i abr-14 A,S

Hidroxizina 31.º mai-14 A

Corlentor e procoralan (ivabradina) 20 mai-14 A

Ibuprofeno e dexibuprofeno 31.º jun-14 A

Legenda:

Consultas do artigo 20.º - só estão em causa os medicamentos autorizados a nível central

Consultas do artigo 107.º - consultas urgentes no interesse da União

Consultas do artigo 31.º - consultas no interesse da União

A — alteração da autorização de introdução no mercado

R — revogação da autorização de introdução no mercado

S — suspensão da autorização de introdução no mercado