atividades e atos administrativos aulas 24 e 25. quais atividades abaixo são serviços públicos?...

Atividades e atos Atividades e atos administrativosadministrativos

Aulas 24 e 25Aulas 24 e 25

Quais atividades abaixo são Quais atividades abaixo são serviços públicos?serviços públicos?

Serviços de saúde? Plano de saúde? Serviços de saúde? Plano de saúde? Fornecimento de energia elétrica? Fornecimento de energia elétrica? Telefonia celular?Telefonia celular? Serviço postal? Serviço postal? Elaboração de leis?Elaboração de leis? Atividade jurisdicional?Atividade jurisdicional?

HistóricoHistórico

Principal doutrina sobre serviços Principal doutrina sobre serviços públicos é francesapúblicos é francesa

Escola do serviço público (início do Escola do serviço público (início do século XX - Duguit) século XX - Duguit) => toda => toda atividade prestacional do Estadoatividade prestacional do Estado

DuguitDuguitDuguitDuguit Serviço público “é toda atividade cujo Serviço público “é toda atividade cujo cumprimento deve ser regulado, assegurado e cumprimento deve ser regulado, assegurado e fiscalizado pelos governantes, por ser fiscalizado pelos governantes, por ser indispensável à realização e ao desenvolvimento indispensável à realização e ao desenvolvimento da da interdependência socialinterdependência social, e de tal natureza , e de tal natureza que só possa ser assegurado plenamente pela que só possa ser assegurado plenamente pela intervenção da força governante”. intervenção da força governante”. ““Dizer que um serviço é um serviço público quer Dizer que um serviço é um serviço público quer dizer que esse serviço é organizado pelos dizer que esse serviço é organizado pelos governantes, funcionando sob a sua intervenção e governantes, funcionando sob a sua intervenção e devendo ter por eles assegurado o seu devendo ter por eles assegurado o seu funcionamento sem interrupção.”funcionamento sem interrupção.”

Las trasformaciones generales del derecho, 2001, p. 36 e ssLas trasformaciones generales del derecho, 2001, p. 36 e ss

DuguitDuguit

Serviço público = toda atividade Serviço público = toda atividade prestacional do Estadoprestacional do Estado

Inclui atividade legislativa e Inclui atividade legislativa e jurisdicionaljurisdicional

Estado se confunde com a prestação Estado se confunde com a prestação de serviços públicosde serviços públicos

Crítica: extrema abrangência do Crítica: extrema abrangência do instituto retiraria sua utilidade instituto retiraria sua utilidade práticaprática

Gaston JèzeGaston Jèze

Serviços públicos = atividade prestada Serviços públicos = atividade prestada sob regime de direito públicosob regime de direito público

Aproximação à idéia de monopólio Aproximação à idéia de monopólio estatalestatal

Conceito restrito e tautológico => Conceito restrito e tautológico => atividade é submetida a um regime de atividade é submetida a um regime de direito público porque é serviço direito público porque é serviço público (e não o inverso)público (e não o inverso)

Serviços públicos Serviços públicos no direito no direito brasileirobrasileiro

Conceitos da Conceitos da doutrinadoutrina

Celso Antônio Bandeira Celso Antônio Bandeira de Mellode Mello

““Serviço público é toda atividade de Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade oferecimento de utilidade ou comodidade materialmaterial destinada à destinada à satisfação da satisfação da coletividadecoletividade em geral, mas em geral, mas fruível fruível singularmentesingularmente pelos administrados pelos administrados, que o , que o EstadoEstado assume como pertinente a seus deveres assume como pertinente a seus deveres e e presta por si mesmo ou por quem lhe faça presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezesas vezes, sob um , sob um regime de Direito Públicoregime de Direito Público – – portanto, consagrador de prerrogativas de portanto, consagrador de prerrogativas de supremacias e restrições especiais -, instituído supremacias e restrições especiais -, instituído pelo Estado em favor dos pelo Estado em favor dos interesses definidos interesses definidos como públicos no sistema normativocomo públicos no sistema normativo”. ”.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito Curso de direito administrativoadministrativo. 21ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 642 . 21ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 642

José dos Santos Carvalho José dos Santos Carvalho Filho Filho

““Serviço público [é] Serviço público [é] toda toda atividade atividade prestada pelo Estadoprestada pelo Estado ou por seus ou por seus delegados, basicamente sob delegados, basicamente sob regime de regime de direito públicodireito público, com vistas à , com vistas à satisfação de necessidades satisfação de necessidades essenciais e secundárias da essenciais e secundárias da coletividadecoletividade.” .”

CARVALHO FILHO, José dos Santos. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Manual de Direito Administrativo.Administrativo. 15a ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2006. 15a ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2006.

Marçal Justen FilhoMarçal Justen Filho

““Serviço público é uma atividade pública Serviço público é uma atividade pública administrativa de administrativa de satisfação concreta satisfação concreta de necessidades individuais ou de necessidades individuais ou transindividuaistransindividuais, materiais ou , materiais ou imateriais, imateriais, vinculadas diretamente a vinculadas diretamente a um direito fundamentalum direito fundamental, destinada a , destinada a pessoas indeterminadas e pessoas indeterminadas e executada sob executada sob regime de direito públicoregime de direito público.” .”

JUSTEN FILHO, Marçal. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativoCurso de direito administrativo. São . São Paulo: Malheiros, 2005, p. 478. Paulo: Malheiros, 2005, p. 478.

Elementos utilizados na Elementos utilizados na conceituação dos serviços conceituação dos serviços

públicospúblicos Critério subjetivo (titularidade)Critério subjetivo (titularidade)

Critério material / objetivo (visa à Critério material / objetivo (visa à satisfação de interesses coletivos)satisfação de interesses coletivos)

Critério formal (regime de direito Critério formal (regime de direito público – público – publicatiopublicatio -lei) -lei)

Caso geradorCaso gerador

Coleta de lixo domiciliar é Coleta de lixo domiciliar é serviço público? Como serviço público? Como

deveria o STJ ter decidido a deveria o STJ ter decidido a controvérsia?controvérsia?

Serviços Públicos Serviços Públicos na CF/88na CF/88

Serviços públicos na Serviços públicos na CF/88CF/88

Art. 9º - As atividades essenciaisArt. 9º - As atividades essenciais

““Art. 9º. É assegurado o direito de greve, Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.interesses que devam por meio dele defender.

§1º. A lei definirá os §1º. A lei definirá os serviços ouserviços ou atividades atividades essenciaisessenciais e disporá sobre o atendimento das e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.”necessidades inadiáveis da comunidade.”

(…)(…)


Art. 25. (…)Art. 25. (…)

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de canalizado, na forma da lei, vedada a edição de

medida provisória para a sua regulamentaçãomedida provisória para a sua regulamentação

(Ver art. 175, CF/88)(Ver art. 175, CF/88)


Art. 30Art. 30““Compete aos Municípios: Compete aos Municípios:

(...)(...)

V - organizar e prestar, diretamente ou sob V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os regime de concessão ou permissão, os serviços serviços públicospúblicos de interesse local, incluído o de de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental educação infantil e de ensino fundamental

VII - prestar, com a cooperação técnica e VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; atendimento à saúde da população;


Art. 34, VII, “e”Art. 34, VII, “e”

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: Distrito Federal, exceto para:

(...)(...)

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços serviços públicospúblicos de saúde. de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)29, de 2000)


Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. trabalho.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:atendidas as seguintes condições:I - cumprimento das normas gerais da educação I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;nacional;II - autorização e avaliação de qualidade pelo II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.Poder Público.


SaúdeSaúde

Art. 197. São Art. 197. São de relevância públicade relevância pública as ações e as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. de direito privado.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.privada.(...)(...)

Serviços públicos Serviços públicos (econômicos)(econômicos)

Art. 175Art. 175

““Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de através de licitação, a prestação de serviços públicosserviços públicos. . Parágrafo único. A lei disporá sobre: Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.” IV - a obrigação de manter serviço adequado.”

Caso geradorCaso gerador

Serviços públicos na Serviços públicos na Constituição de 1988Constituição de 1988

O caso do setor postal (ADPF 46)O caso do setor postal (ADPF 46)

- Cabe à UF manterCabe à UF manter

- Lei 6.538/78 alude à monopólioLei 6.538/78 alude à monopólio

Serviço postalServiço postal

Constituição FederalConstituição Federal

Art. 21 – Compete à União:Art. 21 – Compete à União:

(...)(...)

X – manter o serviço postal e o correio X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacionalaéreo nacional

Serviço postalServiço postalLei 6538/78Lei 6538/78

Art. 2º - O serviço postal e o serviço de telegrama são Art. 2º - O serviço postal e o serviço de telegrama são explorados pela União, através de empresa pública explorados pela União, através de empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações. vinculada ao Ministério das Comunicações.

Art. 9º - São exploradas pela União, Art. 9º - São exploradas pela União, em regime de em regime de monopóliomonopólio, as seguintes atividades postais:, as seguintes atividades postais:I - recebimento, transporte e entrega, no território I - recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão-postal;cartão-postal;II - recebimento, transporte e entrega, no território II - recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de nacional, e a expedição, para o exterior, de correspondência agrupada:correspondência agrupada:III - fabricação, emissão de selos e de outras fórmulas de III - fabricação, emissão de selos e de outras fórmulas de franqueamento postal.franqueamento postal.

Atividade econômica e Atividade econômica e participação do Estadoparticipação do Estado

Art. 170, CFArt. 170, CF

““A ordem econômica, fundada na valorização do A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na trabalho humano e na livre iniciativalivre iniciativa...”...”Art. 173, Art. 173, caputcaput, CF, CF

““Ressalvados os casos previstos nesta ConstituiçãoRessalvados os casos previstos nesta Constituição, , a exploração direta da atividade econômica pelo a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em leiinteresse coletivo, conforme definidos em leiArt. 175, CFArt. 175, CF

““Incumbe ao Poder PúblicoIncumbe ao Poder Público, na forma da lei, , na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, permissão, sempre através de licitação, a prestação a prestação de serviços públicosde serviços públicos”. ”.

ADPF 46 – Informativo STF ADPF 46 – Informativo STF 392392

Voto Rel. Marco Aurélio Voto Rel. Marco Aurélio MelloMelloO Tribunal iniciou julgamento de argüição de O Tribunal iniciou julgamento de argüição de

descumprimento de preceito fundamental proposta descumprimento de preceito fundamental proposta pela Associação Brasileira das Empresas de pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição – ABRAED, em que se pretende a Distribuição – ABRAED, em que se pretende a declaração da não-recepção, pela CF/88, da Lei declaração da não-recepção, pela CF/88, da Lei 6.538/78, que instituiu monopólio das atividades 6.538/78, que instituiu monopólio das atividades postais pela Empresa Brasileira de Correios e postais pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. O Min. Marco Aurélio, relator, (...) Telégrafos - ECT. O Min. Marco Aurélio, relator, (...) acolheu o pedido formulado para declarar a não-acolheu o pedido formulado para declarar a não-recepção pela CF/88 dos artigos da Lei 6.538/78 que recepção pela CF/88 dos artigos da Lei 6.538/78 que disciplinaram o regime da prestação de serviço disciplinaram o regime da prestação de serviço postal como monopólio exclusivo da União, ao postal como monopólio exclusivo da União, ao fundamento de que eles violam os princípios da livre fundamento de que eles violam os princípios da livre iniciativa, da liberdade no exercício de qualquer iniciativa, da liberdade no exercício de qualquer trabalho, da livre concorrência e do livre exercício de trabalho, da livre concorrência e do livre exercício de qualquer atividade econômica (CF, arts. 1º, IV; 5º, qualquer atividade econômica (CF, arts. 1º, IV; 5º, XIII; 170, caput, IV e parágrafo único, XIII; 170, caput, IV e parágrafo único, respectivamente).respectivamente).

Voto Rel. Marco Aurélio Voto Rel. Marco Aurélio MelloMello

Ressaltando, inicialmente, a necessidade de se Ressaltando, inicialmente, a necessidade de se interpretar a Constituição de modo a lhe dar a interpretar a Constituição de modo a lhe dar a maior eficácia possível, diante da realidade vigente, maior eficácia possível, diante da realidade vigente, considerou que a expressão “manter o serviço considerou que a expressão “manter o serviço postal”, contida no inciso X do art. 21 da CF, postal”, contida no inciso X do art. 21 da CF, inserida na primeira Constituição e repetida nas inserida na primeira Constituição e repetida nas seguintes, teria adquirido alcance diverso com o seguintes, teria adquirido alcance diverso com o passar do tempo, evoluindo no sentido de significar, passar do tempo, evoluindo no sentido de significar, no contexto social presente, no contexto social presente, não mais monopólio, não mais monopólio, mas um conjunto de serviços que a União deve mas um conjunto de serviços que a União deve garantir e, eventualmente, prestar de forma garantir e, eventualmente, prestar de forma direta, se inexistente interesse econômico para direta, se inexistente interesse econômico para o desenvolvimento da atividade em certos o desenvolvimento da atividade em certos locais do território brasileiro. locais do território brasileiro.


Considerou, para tanto, as mutações ocorridas Considerou, para tanto, as mutações ocorridas no Direito Administrativo brasileiro, decorrentes no Direito Administrativo brasileiro, decorrentes da gradativa da gradativa redução da participação direta redução da participação direta do Estado na atividade econômicado Estado na atividade econômica, em razão , em razão do reconhecimento da sua ineficiência na do reconhecimento da sua ineficiência na prestação de serviços públicos e na realização prestação de serviços públicos e na realização dos investimentos tecnológicos necessários à dos investimentos tecnológicos necessários à melhoria dos mesmos, salientando, no ponto, em melhoria dos mesmos, salientando, no ponto, em relação à ECT, as diversas falhas observadas em relação à ECT, as diversas falhas observadas em sua administração, o atraso tecnológico, e os sua administração, o atraso tecnológico, e os elevados custos e preços dos serviços prestados. elevados custos e preços dos serviços prestados.


Diante disso, concluiu Diante disso, concluiu não ter sido não ter sido recepcionadorecepcionado, pela CF/88, o monopólio do , pela CF/88, o monopólio do serviço postal, inclusive, por inexistir previsão a serviço postal, inclusive, por inexistir previsão a ele relativa no texto constitucional, o qual seria ele relativa no texto constitucional, o qual seria exaustivo quanto à instituição do monopólio na exaustivo quanto à instituição do monopólio na atividade econômica (CF, arts. 21, XXIII, e 177). atividade econômica (CF, arts. 21, XXIII, e 177). Asseverou que, em prol da preservação do Asseverou que, em prol da preservação do interesse público, a atuação do Estado deveria interesse público, a atuação do Estado deveria ser subsidiária, afastando-se sua intervenção ser subsidiária, afastando-se sua intervenção desnecessária em área sustentada, de forma desnecessária em área sustentada, de forma satisfatória, pelo setor privado – titular da satisfatória, pelo setor privado – titular da atividade econômica, permitindo, dessa forma, a atividade econômica, permitindo, dessa forma, a liberdade de iniciativa e de concorrência, liberdade de iniciativa e de concorrência, passando o Estado a posicionar-se como agente passando o Estado a posicionar-se como agente normativo e regulador das atividades normativo e regulador das atividades econômicas, nos termos do disposto no art. 174 econômicas, nos termos do disposto no art. 174 da CF. da CF.

Voto do Rel. Marco Voto do Rel. Marco Aurélio MelloAurélio Mello

Isso por melhor atender ao interesse da Isso por melhor atender ao interesse da coletividade a garantia de que o serviço postal coletividade a garantia de que o serviço postal seja prestado em seja prestado em regime de concorrênciaregime de concorrência entre as várias empresas do mercado entre as várias empresas do mercado consumidor, eis que esse modelo promove o consumidor, eis que esse modelo promove o aperfeiçoamento tecnológico, a redução dos aperfeiçoamento tecnológico, a redução dos custos operacionais e dos preços dos serviços. custos operacionais e dos preços dos serviços. Entendeu ainda que, ao se reconhecer que a Entendeu ainda que, ao se reconhecer que a atividade econômica não é própria do Estado, atividade econômica não é própria do Estado, seria dispensável definir-se serviço postal ou seria dispensável definir-se serviço postal ou como serviço público ou como atividade como serviço público ou como atividade econômica em sentido estrito, sendo, ademais, econômica em sentido estrito, sendo, ademais, possível a existência de duplo regime (público e possível a existência de duplo regime (público e privado) na realização da referida atividade. privado) na realização da referida atividade.

Voto do Min. Eros GrauVoto do Min. Eros GrauProsseguindo no julgamento, o Min. Eros Grau Prosseguindo no julgamento, o Min. Eros Grau divergiu e julgou improcedente o pedido. Tendo em divergiu e julgou improcedente o pedido. Tendo em conta a orientação fixada pelo Supremo na ACO 765 conta a orientação fixada pelo Supremo na ACO 765 QO/RJ (...), no sentido de que o QO/RJ (...), no sentido de que o serviço postal serviço postal constitui serviço públicoconstitui serviço público, portanto, não atividade , portanto, não atividade econômica em sentido estrito, considerou inócua a econômica em sentido estrito, considerou inócua a argumentação em torno da ofensa aos princípios da argumentação em torno da ofensa aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. Distinguindo livre iniciativa e da livre concorrência. Distinguindo o regime de privilégio de que se reveste a prestação o regime de privilégio de que se reveste a prestação dos serviços públicos do regime de monopólio, dos serviços públicos do regime de monopólio, afirmou que os regimes jurídicos sob os quais são afirmou que os regimes jurídicos sob os quais são prestados os serviços públicos implicam que sua prestados os serviços públicos implicam que sua prestação seja desenvolvida sob privilégiosprestação seja desenvolvida sob privilégios, , inclusive, em regra, o da inclusive, em regra, o da exclusividade na exploração exclusividade na exploração da atividade econômica em sentido amplo a que da atividade econômica em sentido amplo a que corresponde essa prestação, haja vista que corresponde essa prestação, haja vista que exatamente a potencialidade desse privilégio exatamente a potencialidade desse privilégio incentiva a prestação do serviço público pelo setor incentiva a prestação do serviço público pelo setor privado quando este atua na condição de privado quando este atua na condição de concessionário ou permissionário.concessionário ou permissionário.

Asseverou, que a prestação do serviço postal Asseverou, que a prestação do serviço postal por empresa privada só seria possível se a CF por empresa privada só seria possível se a CF afirmasse que o serviço postal é livre à afirmasse que o serviço postal é livre à iniciativa privada, tal como o fez em relação à iniciativa privada, tal como o fez em relação à saúde e à educação, que são serviços públicos, saúde e à educação, que são serviços públicos, os quais podem ser prestados os quais podem ser prestados independentemente de concessão ou independentemente de concessão ou permissão por estarem excluídos da regra do permissão por estarem excluídos da regra do art. 175, em razão do disposto nos artigos 199 art. 175, em razão do disposto nos artigos 199 e 209 (CF: “Art. 175. Incumbe ao poder e 209 (CF: “Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob o público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços através de licitação, a prestação de serviços públicos. ... Art. 199. A assistência à saúde é públicos. ... Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. ... Art. 209. O ensino livre à iniciativa privada. ... Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada.”). é livre à iniciativa privada.”).

Ressaltou que o serviço postal é prestado pela Ressaltou que o serviço postal é prestado pela ECT, empresa pública criada pelo Decreto-Lei ECT, empresa pública criada pelo Decreto-Lei 509/69, que foi recebido pela CF/88, a qual deve 509/69, que foi recebido pela CF/88, a qual deve atuar em regime de exclusividade (em atuar em regime de exclusividade (em linguagem técnica, em situação de privilégio, e, linguagem técnica, em situação de privilégio, e, em linguagem corrente, em regime de em linguagem corrente, em regime de monopólio), estando o âmbito do serviço postal monopólio), estando o âmbito do serviço postal bem delineado nos artigos 70 e seguintes da Lei bem delineado nos artigos 70 e seguintes da Lei 6.538/78, também recebida pela CF/88. Por fim, 6.538/78, também recebida pela CF/88. Por fim, julgando insuficiente a atuação subsidiária do julgando insuficiente a atuação subsidiária do Estado para solução dos conflitos da realidade Estado para solução dos conflitos da realidade nacional, considerou que, vigentes os artigos 1º nacional, considerou que, vigentes os artigos 1º e 3º da CF, haver-se-ia de exigir um Estado forte e 3º da CF, haver-se-ia de exigir um Estado forte e apto a garantir a todos uma existência digna, e apto a garantir a todos uma existência digna, sendo incompatível com a Constituição a sendo incompatível com a Constituição a proposta de substituição do Estado pela proposta de substituição do Estado pela sociedade civil. sociedade civil.

Outros votosOutros votos(Informativo 409)(Informativo 409)

Retomado julgamento de argüição de Retomado julgamento de argüição de descumprimento de preceito fundamental (...) Os descumprimento de preceito fundamental (...) Os Ministros Joaquim Barbosa e Cezar Peluso Ministros Joaquim Barbosa e Cezar Peluso acompanharam o voto do Min. Eros Grau, que, acompanharam o voto do Min. Eros Grau, que, abrindo divergência, julgou improcedente o pedido abrindo divergência, julgou improcedente o pedido formulado, ao fundamento de que o serviço postal formulado, ao fundamento de que o serviço postal constitui serviço público, e não atividade econômica constitui serviço público, e não atividade econômica em sentido estrito, que é prestado pela ECT em em sentido estrito, que é prestado pela ECT em regime de privilégio, tendo sido recepcionada pela regime de privilégio, tendo sido recepcionada pela CF/88 a Lei 6.538/78. Votaram pela procedência CF/88 a Lei 6.538/78. Votaram pela procedência parcial do pedido o Min. Carlos Britto, que, também parcial do pedido o Min. Carlos Britto, que, também considerando que o serviço postal é serviço público, considerando que o serviço postal é serviço público, de prestação exclusiva por parte da União, ressalvou, de prestação exclusiva por parte da União, ressalvou, entretanto, que a recepção da Lei 6.538/78 estaria entretanto, que a recepção da Lei 6.538/78 estaria restrita às atividades que impliquem comunicação restrita às atividades que impliquem comunicação privada e comunicação telegráfica, não alcançando, privada e comunicação telegráfica, não alcançando, portanto, as de caráter eminentemente mercantil, portanto, as de caráter eminentemente mercantil,

Outros votosOutros votos

e o Min. Gilmar Mendes, que declarava a não-e o Min. Gilmar Mendes, que declarava a não-recepção somente dos artigos 42, 43, 44 e 45 recepção somente dos artigos 42, 43, 44 e 45 da lei impugnada, que tratam da da lei impugnada, que tratam da criminalização da violação ao monopólio criminalização da violação ao monopólio postal da União, dado o caráter aberto da postal da União, dado o caráter aberto da disposição, em afronta ao princípio da reserva disposição, em afronta ao princípio da reserva legal estrita. Após, o julgamento foi suspenso legal estrita. Após, o julgamento foi suspenso em virtude do pedido de vista da Min. Ellen em virtude do pedido de vista da Min. Ellen Gracie. ADPF 46/DF, rel. Min. Marco Aurélio, Gracie. ADPF 46/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 17.11.2005.17.11.2005.

Voto Min. Elen Gracie Voto Min. Elen Gracie (Informativo STF 510)(Informativo STF 510)

O Tribunal retomou julgamento de argüição de O Tribunal retomou julgamento de argüição de descumprimento de preceito fundamental proposta pela descumprimento de preceito fundamental proposta pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição - Associação Brasileira das Empresas de Distribuição - ABRAED, em que se pretende a declaração da não-ABRAED, em que se pretende a declaração da não-recepção, pela CF/88, da Lei 6.538/78, que instituiu recepção, pela CF/88, da Lei 6.538/78, que instituiu monopólio das atividades postais pela Empresa Brasileira monopólio das atividades postais pela Empresa Brasileira de de CorreiosCorreios e Telégrafos - ECT — v. Informativos 392 e e Telégrafos - ECT — v. Informativos 392 e 409. A Min. Ellen Gracie, em voto-vista, reportando-se ao 409. A Min. Ellen Gracie, em voto-vista, reportando-se ao que decidido no julgamento da ADI 3080/SC (DJU de que decidido no julgamento da ADI 3080/SC (DJU de 27.8.2004), acompanhou a divergência, para julgar 27.8.2004), acompanhou a divergência, para julgar improcedente o pedido formulado, ao fundamento de que o improcedente o pedido formulado, ao fundamento de que o serviço postal constitui serviço público, e não atividade serviço postal constitui serviço público, e não atividade econômica em sentido estrito, que é prestado pela ECT em econômica em sentido estrito, que é prestado pela ECT em regime de privilégio, não se aplicando a ele os princípios regime de privilégio, não se aplicando a ele os princípios da livre concorrência e da livre iniciativa. Antes, porém, da livre concorrência e da livre iniciativa. Antes, porém, asseverou que o pedido formulado implicaria uma asseverou que o pedido formulado implicaria uma vulgarização do instituto da ADPF(...). Após, o julgamento vulgarização do instituto da ADPF(...). Após, o julgamento foi suspenso em virtude do pedido de vista do Min. foi suspenso em virtude do pedido de vista do Min. Menezes Direito. ADPF 46/DF Menezes Direito. ADPF 46/DF

Classificação dos serviços Classificação dos serviços públicospúblicos

Uti singuliUti singuli e e uti universiuti universi

Serviços públicos econômicos e Serviços públicos econômicos e serviços públicos assistenciais (sociais serviços públicos assistenciais (sociais e culturais)e culturais)

Serviços públicos titularizados e não-Serviços públicos titularizados e não-titularizados exclusivamente pelo titularizados exclusivamente pelo EstadoEstado

atividades e atos administrativos aulas 24 e 25. quais atividades abaixo são serviços públicos?...

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