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ganhava R$ 150 por mês. Elas e outros moradores com quem a BBC News Brasil conversou dizem que sabem que aregião é controlada por milicianos, que isso é comentado em conversas, mas não lidam diretamente com eles e nãotêm sua vida afetada por suas atividades.

"Às vezes a gente fica sabendo que alguém fez alguma coisa errada - roubou, vendeu droga, algo assim -, e aí essapessoa some", diz uma delas.

"Uma vez, era cedo de manhã, vi dois homens numa moto atirarem nos pés de outro homem que estava em pé emfrente a um bar. Aqui é assim, eles avisam uma vez, duas vezes, na terceira te pegam", diz outro morador. "Você levauma vida tranquila, mas não pode fazer coisas que eles acham ruins. Acostumar, a gente não se acostuma, mas viveum dia após o outro."

A violência lá é presente, mas mais velada do que em outras favelas, dizem.

"Não tem gente armada na entrada e nas ruas que nem em outros lugares. Se pudesse, me mudaria para um bairromelhor, mas tenho amigos que moram em favelas como a Rocinha e sei que a vida deles é mais difícil. Eles passamnoites em claro ouvindo tiroteio, às vezes não sabem se podem sair de casa para o trabalho. Aqui pelo menos nãotem isso."

É comum ouvir que Rio das Pedras é o berço das milícias do Rio. Ainda que não seja possível afirmar issocategoricamente, é consenso entre pesquisadores que esses grupos têm décadas de atuação no bairro. O modelo depoder paralelo, à margem do estado mas com a participação de membros dele, hoje é forte principalmente na zonaoeste da capital e na Baixada Fluminense. "Estes grupos podem ter 20, 30 ou até 40 membros. São pessoas que dealguma forma têm acesso privilegiado a armas e bons contatos na polícia, o que lhes confere proteção. Eles ocupamuma área sob a justificativa de que proporcionarão a segurança que o Estado não é capaz de fornecer, deixam umgrupo armado no local e partem para outras áreas para invadi-las", diz Michel Misse, diretor do Núcleo de Estudosem Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As milícias têm comoobjetivo principal o lucro, obtido a princípio pela cobrança da proteção oferecida nestes locais.

"Eles chegam dizendo que trarão a paz, mas isso tem um preço, que é a taxa de segurança imposta a moradores ecomerciantes. Quem se opõe, é morto. Depois, as milícias percebem que podem criar um negócio mais amplo eampliam o portfólio de suas atividades", explica o sociólogo José Cláudio de Souza Alves, professor da UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

O pesquisador diz que atualmente as milícias estão envolvidas na oferta de uma variedade de serviços, como vendade água, gás e cestas de alimentos, transporte clandestino, TV a cabo e internet piratas, roubo e refino de petróleocru para fabricação de combustível, coleta de lixo e também na apropriação de terras públicas e privadasabandonadas ou sem uso, que são loteadas e vendidas ilegalmente.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46995906. Acesso em 23 de abril de 2019.

Texto 4

Como nasceram as milícias do Rio de Janeiro?

Isso estourou na época da ditadura militar com muita força. Em 1967 surge a Polícia Militar nos moldes atuais deforça ostensiva e auxiliar aos militares naquela época. E a partir daí há o surgimento dos esquadrões da morte. Nofinal dos anos 1960, as milícias surgiram como grupos de extermínio compostos por Policiais Militares e outrosagentes de segurança que atuavam como matadores de aluguel. Esses esquadrões da morte vão estar funcionandoa pleno vapor nos anos 1970. Depois começa a surgir a atuação de civis como lideranças de grupos de extermínio,mas sempre em uma relação com os agentes do Estado. Isso ao longo dos anos 1980. Com a democracia, essesmesmos matadores dos anos 1980 começam a se eleger nos anos 1990. Se elegem prefeitos, vereadores,deputados.

De 1995 até 2000, você tem o protótipo do que seriam as milícias na Baixada, Zona Oeste e no Rio de Janeiro. Elasestão associadas a ocupações urbanas de terras. São lideranças que estão emergindo dessas ocupações e estãoligadas diretamente à questão das terras na Baixada Fluminense. A partir dos anos 2000, esses milicianos já estãose constituindo como são hoje. São Policiais Militares, Policiais Civis, bombeiros, agentes de segurança, e atuam emáreas onde antes tinha a presença do tráfico, em uma relação de confronto com o tráfico. Mas ao mesmo tempoestabelecem uma estrutura de poder calcado na cobrança de taxas, na venda de serviços e bens urbanos comoágua, aterro, terrenos.

Fonte: https://apublica.org/2019/01/no-rio-de-janeiro-a-milicia-nao-e-um-poder-paralelo-e-o-estado/. Acesso em 23 de abril de 2019.

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medo generalizado, e suas implicações espaciais. O termo "fobópole" é o resultado da combinação de doiselementos de composição, derivados das palavras gregas phóbos, que significa "medo", e pólis, que significa"cidade".

Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiK07OYt-bhAhUcDrkGHThYDmIQjB16BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fextra.globo.com%2Fcasos-de-policia%2Frio-tem-15-guerras-de-quadrilhas-rivais-em-21-bairros-da-cidade-81-dias-das-olimpiadas-19312324.html&psig=AOvVaw2TgjVIIKj67_utylsxvtHZ&ust=1556116257459663. Acesso em 23

de abril de 2019.

Justifique, utilizando o conceito de lugar, como a forma pela qual a problemática da insegurança pública, tendo porpano de fundo o medo generalizado, vai se convertendo em um fator de (re)estruturação do espaço e da vidaurbanos.

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