atendimento Às necessidades humanas básicas de puérperas pós cesariana analise do cuidado de...

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VI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E NEONATAL Qualificação da Atenção e dos Recursos Humanos de Enfermagem em Saúde da Mulher e do Recém-nascido 24 à 26 de junho de 2009 Teresina-PI 1 ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE PUÉRPERAS PÓS-CESARIANA ANÁLISE DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM HOSPITAIS AMIGOS DA CRIANÇA E OUTRAS INSTITUIÇÕES * PEREIRA, S. V. M 1 RODRIGUES, R. de.C 2 ASSIS, I. L. R 3 SILVA, P. R 4 1 Mestre em Enfermagem. Doutoranda vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás. Membro da Comissão de Pesquisa da ABENFO-GO. Professora adjunta e Diretora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO UniEVANGÉLICA. Coordenadora do Projeto ODM Universidades - AME de PEITO ABERTO [email protected] . Relatora do trabalho. Fone 62 3310 6674. Rua Pérola Lote 6 Quadra 9 Jardim Ana Paula Anápolis-GO. CEP 75120550. 2 Enfermeira egressa do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO UniEVANGÉLICA. Membro do Projeto ODM Universidades- AME de PEITO ABERTO. [email protected] 3 Mestre em Enfermagem. Membro da ABENFO-GO. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Católica de Goiás. [email protected] 4 Enfermeira egressa do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO UniEVANGÉLICA. Membro do Projeto ODM Universidades - AME de PEITO ABERTO. [email protected]

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VVII CCOONNGGRREESSSSOO BBRRAASSIILLEEIIRROO DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM

OOBBSSTTÉÉTTRRIICCAA EE NNEEOONNAATTAALL

QQuuaalliiffiiccaaççããoo ddaa AAtteennççããoo ee ddooss RReeccuurrssooss HHuummaannooss ddee

EEnnffeerrmmaaggeemm eemm SSaaúúddee ddaa MMuullhheerr ee ddoo RReeccéémm--nnaasscciiddoo

2244 àà 2266 ddee jjuunnhhoo ddee 22000099

TTeerreessiinnaa--PPII 1

ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE PUÉRPERAS

PÓS-CESARIANA – ANÁLISE DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM HOSPITAIS

AMIGOS DA CRIANÇA E OUTRAS INSTITUIÇÕES*

PEREIRA, S. V. M 1 RODRIGUES, R. de.C2

ASSIS, I. L. R3 SILVA, P. R4

1 Mestre em Enfermagem. Doutoranda vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Saúde da Universidade Federal de Goiás. Membro da Comissão de Pesquisa da ABENFO-GO. Professora adjunta e Diretora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO – UniEVANGÉLICA. Coordenadora do Projeto ODM Universidades - AME de PEITO ABERTO [email protected]. Relatora do trabalho. Fone 62 3310 6674. Rua Pérola Lote 6 Quadra 9 Jardim Ana Paula Anápolis-GO. CEP 75120550. 2 Enfermeira egressa do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO –

UniEVANGÉLICA. Membro do Projeto ODM Universidades- AME de PEITO ABERTO. [email protected] 3 Mestre em Enfermagem. Membro da ABENFO-GO. Professora do Curso de Enfermagem da

Universidade Católica de Goiás. [email protected] 4 Enfermeira egressa do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis-GO –

UniEVANGÉLICA. Membro do Projeto ODM Universidades - AME de PEITO ABERTO. [email protected]

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QQuuaalliiffiiccaaççããoo ddaa AAtteennççããoo ee ddooss RReeccuurrssooss HHuummaannooss ddee

EEnnffeerrmmaaggeemm eemm SSaaúúddee ddaa MMuullhheerr ee ddoo RReeccéémm--nnaasscciiddoo

2244 àà 2266 ddee jjuunnhhoo ddee 22000099

TTeerreessiinnaa--PPII 2

ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE PUÉRPERAS

PÓS-CESARIANA – ANÁLISE DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM HOSPITAIS

AMIGOS DA CRIANÇA E OUTRAS INSTITUIÇÕES*

RESUMO

Introdução – A cesariana devido as respostas do organismo materno ao estresse cirúrgico e a síndrome involutiva puerperal determinam prejuízos ao senso de percepção e mobilidade física, dificultando o cuidado com o bebê e a iniciação do aleitamento materno. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) é uma estratégia voltada para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo, que conforme seus critérios e resultados positivos, constitui um parâmetro de qualidade para assistência obstétrica, principalmente no alojamento conjunto. Objetivo comparar o atendimento de enfermagem às necessidades humanas básicas da dupla mãe e bebê pós-cesariana em alojamento conjunto de Hospitais Amigos da Criança e outras instituições não acreditadas, em um município do estado de Goiás. Metodologia - Estudo de campo, transversal, apoiado na técnica do incidente crítico de Flanagam. A coleta de dados ocorreu após aprovação do projeto de pesquisa pelo comitê de ética e pesquisa envolvendo seres humanos, em quatro instituições obstétricas de um município do estado de Goiás, sendo duas acreditadas pela IHAC e duas não acreditadas. Participaram 13 profissionais da equipe de enfermagem e 20 binômios mãe e bebê. Para análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info, versão 6.0. Adotou-se p< 0,05 e intervalos de confiança de 95%. Resultados – a comparação dos incidentes críticos de cuidado de enfermagem mostra que as instituições acreditadas pela IHAC tiveram melhor desempenho em atender adequadamente as NHB afetadas das puérperas do que aquelas não acreditadas pela IHAC, destacando-se os cuidados com a incisão cirúrgica, lóquios fisiológicos e principalmente com a aprendizagem, que apresentou diferença estatisticamente significante. Palavras chave: Cesariana. Hospital Amigo da Criança . Enfermagem obstétrica. Modelo de Horta

INTRODUÇÃO

A cesariana consiste no parto operatório através de uma incisão

trans-abdominal de acesso ao útero para extração do concepto. Está indicada

quando o parto vaginal é inseguro ao bebê ou a mãe, tornando-se impraticável

devido a condições clínicas tais como: distócia por desproporção céfalo-pélvica,

má apresentação fetal, sofrimento fetal crônico com concepto viável, intercorrências

obstétricas de emergência (doenças hipertensivas específicas da gravidez,

descolamento prematuro de placenta, placenta prévia, prolapso do cordão umbilical)

e algumas doenças infecto-contagiosas que coloquem em risco a segurança do

feto, como em gestantes HIV positivas com cargas virais elevadas ou desconhecidas

(BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

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TTeerreessiinnaa--PPII 3

Por se tratar de um procedimento invasivo, a cesariana determina riscos à

saúde da mãe e do bebê. Na mãe as complicações em potencial são: hemorragia

uterina, aspiração traqueobrônquica no período trans-operatório, acidentes

anestésicos, acretismo placentário, hemorragia, embolia pulmonar, tromboflebite,

trombose, endomiometrite e infecção relacionada à cirurgia. Para o bebê destaca-se

o alto risco de prematuridade iatrogênica, sendo que pode ocorrer o desprendimento

fetal brusco com traumatismo (PIOTROWSKI, 2002).

No Brasil, apesar dos riscos a incidência do parto operatório é muito alta,

sendo que em 2005, a proporção de cesariana foi de 44,15 % no país e de 52,52,

no estado de Goiás (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, INDICADORES E DADOS

BÁSICOS, 2005). Na rede pública a proporção é de aproximadamente 40% e na

rede particular de 90%, freqüência muito discrepante dos 15% proposto pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), o que coloca o Brasil no segundo lugar no

ranking de cesáreas, ficando atrás apenas do Chile (BRASIL, MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2006).

A alta proporção de cesariana praticada no país, aumenta a demanda de

assistência profissional qualificada, no período de internação hospitalar,

principalmente no pós-parto imediato, ocasião em que as respostas do organismo

materno ao estresse cirúrgico e a da síndrome involutiva puerperal, agravada pela

fadiga decorrente da diminuição das reservas de glicogênio e anemia secundária

ao sangramento (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002).

Por outro lado, a mulher submetida a cesariana apresenta bloqueio

sensitivo e motor induzido por anestésicos, que desencadeiam prejuízos a

percepção e a mobilidade física, risco de distensão vesical, além de uma série de

intervenções como infusão venosa para reposição de líquidos e uso de

medicamentos analgésicos e antiinflamatórios prescritos rotineiramente nas

maternidades. A soma desses fatores compromete a capacidade de autocuidado,

bem como a qualidade do vínculo mãe e bebê, sendo que estas mulheres referem

constantemente sentimentos de baixa auto-estima pela incapacidade de dar a luz,

medo, frustração devido a perda do manejo do corpo e dos cuidados com o bebê

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(Di MATTEO et al., 1998; FIGUEIREDO; COSTA; PACHECO, 2003; PEREIRA;

BACHION, 2005).

Fatores característicos da assistência obstétrica insuficiente retardam a

interação mãe e filho após a cesariana, tais como: tempo de síntese cirúrgica e

pouca disponibilidade de transporte imediato do binômio para unidade de internação,

falta de vaga no alojamento conjunto e escassez de recursos humanos. O atraso

para iniciar amamentação, acarreta queda nos níveis de ocitocina (hormônio do

apego) diminuindo o suprimento de leite e aumentando o risco de fracasso na

amamentação (FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA, 2008).

De acordo com Castro et al., 2003 e Neves et al., 2003 os efeitos

anestésicos não causam qualquer transtorno no tempo de reatividade,

funcionamento orgânico e comportamento dos bebês. Neste sentido, consideramos

fundamental a assistência efetiva de enfermagem, no período de internação,

principalmente no alojamento conjunto para manutenção do equilíbrio e bem estar

do binômio mãe e bebê.

.As teorias de enfermagem oferecem modelo clínico ao cuidar constituindo

instrumentos importantes à prática de enfermagem. A Teoria das Necessidades

Humanas Básicas Afetadas de Horta (1979) apresenta conceitos coerentes para

nortear o cuidado de enfermagem ao binômio mãe e bebê em regime de alojamento

conjunto (PATINE; FURLAN, 2006; OCCHIUZZO, 2000). A identificação das

necessidades humanas básicas (NHB) afetadas oferecerá ao enfermeiro subsídios a

elaboração do plano de cuidado, tendo em vista suprir necessidades reais e

específicas.

O cuidado com o bebê e a iniciação do aleitamento materno são os

maiores problemas da puérpera pós-cesariana (PEREIRA; BACHION, 2005). Nesta

perspectiva, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) é uma estratégia voltada

para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo, que dentre seus

critérios globais incluem a implementação dos dez passos de sucesso para o

aleitamento materno e os cuidados amigo da mãe constituindo um modelo que pode

servir de parâmetro para qualidade da assistência obstétrica, principalmente no

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TTeerreessiinnaa--PPII 5

alojamento conjunto. (FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA, 2008;

LABBOK, 2007, TOMA; MONTEIRO, 2001).

Este estudo teve por objetivo comparar o atendimento de enfermagem às

necessidades humanas básicas da dupla mãe e bebê pós-cesariana em alojamento

conjunto de Hospitais Amigos da Criança e outras instituições não acreditadas, em

um município do estado de Goiás.

METODOLOGIA

Pesquisa de campo, transversal, apoiada na técnica do incidente crítico

de Flanagam (1954 apud BERTAZONE; GIL; HAYASHIDA, 2005).

A pesquisa atendeu os preceitos éticos da Resolução do Conselho

Nacional de Saúde 196/96. A coleta de dados ocorreu após aprovação do projeto

de pesquisa pelo comitê de ética e pesquisa envolvendo seres humanos, durante o

mês de agosto de 2008, em quatro instituições obstétricas de um município do

estado de Goiás, sendo duas acreditadas pela IHAC e duas não acreditadas.

A opção em observar os participantes em instituições de diferentes

cenários se justifica pelo fato que a rotina assistencial apresenta diferenças entre

tais tipos de instituição, sendo que aquelas acreditadas pela IHAC seguem os Dez

Passos de Sucesso para o Aleitamento Materno e as não credenciadas, ainda que

implementem ações de promoção ao aleitamento materno, não apresentam normas

rígidas neste sentido.

Participaram do estudo 13 profissionais da equipe de enfermagem e 20

binômios mãe e bebê. As participantes foram abordadas por conveniência de acordo

com disponibilidades e critérios de inclusão no estudo: mulheres maiores de 18 anos

de idade em regime de alojamento conjunto, sem intercorrências clínicas e que

aceitaram participar do estudo.

A técnica de coleta de dados foi observação direta de ambos os

participantes, profissionais de enfermagem e puérperas, que foi complementada

com entrevista semi-estruturada escrita para esclarecimento dos incidentes críticos

observados.

A variável independente do estudo foi a categoria da instituição de

assistência do estudo (IHAC e não IHAC) e a variáveis dependentes foram:

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EEnnffeerrmmaaggeemm eemm SSaaúúddee ddaa MMuullhheerr ee ddoo RReeccéémm--nnaasscciiddoo

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Incidente Crítico de Cuidado (ICC) caracterizado pela conduta de cuidado da

equipe de enfermagem frente ás NHB afetadas das puérperas: NHB de

oxigenação e circulação, NHB de percepção, NHB Nutrição e hidratação/mãe,

NHB integridade cutânea, NHB de higiene e auto-cuidado e conforto, NHB

Aprendizagem, NHB de amamentação.

Incidentes Críticos de Desempenho (ICD) caracterizado pelo desempenho da

dupla mãe e bebê para a técnica de amamentação e o conhecimento da

puérpera sobre amamentação e capacidade para cuidar do bebê,

O alcance dos objetivos do cuidado com a puérpera, nos períodos

imediatamente pós-cesariana e no pós-parto cesáreo mediato a alta hospitalar,

estes consistem a expressão concreta do estado de saúde, bem estar e segurança

alcançados pela dupla mãe e bebê em conseqüência do ICC. Os objetivos foram

agrupados em metas.

Os dados foram analisados conforme a técnica do incidente crítico em

procedimentos adequados e inadequados, seguindo uma estrutura baseada na

previsão dos incidentes críticos correspondentes ao cuidado essencial esperado

para o atendimento das NHB afetadas de puérpera pós-cesariana nos períodos

pós-parto imediato, mediato e na alta do ALCON.

As necessidades humanas básicas afetadas foram descritas a partir da

análise de conteúdo, enquanto os incidentes críticos foram avaliados segundo

variáveis dicotômicas em adequados e inadequados, descritos conforme sua

incidência na instituição de nascimento (IHAC ou não IHAC). Para análise dos

dados foi utilizado o programa Epi-Info, versão 6.0. As freqüências foram

comparadas pelo teste de proporções para dois grupos pequenos (Mann Whitney/

Wilcoxon e Kruskal Wallis). Adotou-se p < 0,05 e intervalos de confiança de 95%. Foi

calculado o coeficiente de correlação r2 para as variáveis categóricas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos hospitais amigos da criança os IHAC foram observados seis técnicos

de enfermagem e dois técnicos de amamentação e nas instituições não IHAC quatro

técnicos de enfermagem e uma técnica de amamentação, totalizando treze

profissionais observados durante o cuidado a vinte duplas mãe e bebês.

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EEnnffeerrmmaaggeemm eemm SSaaúúddee ddaa MMuullhheerr ee ddoo RReeccéémm--nnaasscciiddoo

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TTeerreessiinnaa--PPII 7

As puérperas apresentaram paridade variável: nove primíparas, seis

secundíparas e cinco multíparas. A amostra foi constituída em sua maioria, por

mulheres com idade entre 18 e 24 anos, donas de casa, com grau de instrução

entre nove e doze anos, renda familiar entre um e dois salários mínimos, com

participação em sete ou mais consultas pré-natais, sendo que a maior freqüência

nas consultas foi relatada por puérperas de instituições não IHAC.

Os incidentes críticos de cuidados (ICC) frente às NHB afetadas de cada

dupla mãe e bebê foram julgados nos períodos imediatamente pós-cesariana,

pós-cesariana mediata e ocasião da alta hospitalar, segundo as pré-categorias:

adequado e inadequado. Os resultados estão descritos nas tabelas 1, 2 e 3.

Tabela 1 - Freqüência de Incidente Crítico de Cuidado (ICC) frente NHB afetada de duplas mãe e bebê pós-cesariana, no período pós-parto imediato segundo tipo de hospital de nascimento. Ano 2008.

ICC IMEDIATO

NHB

Não IHAC IHAC NHB afetada

Inadequado n ƒ

Adequado n ƒ

NHB afetada

Inadequado n ƒ

Adequadon ƒ

P

Circulação *SSVV mãe **Involução uterina/ AFU **Risco de TVP /mãe

4

10

10

4 100 8 80 10 100

0 0 2 20 0 0

3

10

10

3 100 0 0 10 100

0 0 10 100 0 0

0,00014

Percepção Mãe Bebê

3 3

0 0 0 0

3 100 3 100

2 0

1 50 0 0

1 50 0 0

Nutrição Mãe Bebê

10 2

0 0 0 0

10 100 2 100

10 1

0 0 0 0

10 100 1 100

Hidratação/Mãe

10

1 10

9 90

10

0 0

10 100

Mobilidade física/Mãe

10

1 10

9 90

10

0 0

10 100

Integridade cutânea Incisão cirúrgica

10 0

9 90 0 0

1 10 10 100

10 0

7 70 0 0

3 30 10 100

0,06

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Mamas e mamilos Coto umbilical

10

0 0

10 100

10

0 0

10 100

Conforto/ autocuidado Posição no leito Higiene íntima

10

10

3 30 1 10

7 70 9 90

10

10

0 0 0 0

10 100 10 100

*SSVV: Sinais Vitais ** AFU: Altura de Fundo de Útero ***TVP: Trombose Venosa Profunda.

Tabela 2 - Freqüência de Incidente Crítico de Cuidado (ICC) frente NHB afetada de duplas mãe e bebê pós-cesariana, no período pós-parto mediato segundo tipo de hospital de nascimento. Ano 2008.

ICC MEDIATO

NHB

Não IHAC IHAC P NHB afetada

Inadequado n ƒ

Adequado n ƒ

NHB afetada

Inadequado n ƒ

Adequado n ƒ

Risco para desequilíbrio Circulatório **Involução uterina/ AFU

10

0 100

0 0

10

5 50

5 50

0, 0004

**Risco de TVP /mãe

10

10 100

0 0

10

10 100

0 0

Percepção Mãe Bebê

1 1

1 100 1 100

0 0 0 0

1 1

0 0 0 0

1 100 1 100

Nutrição Mãe Bebê

2 2

2 100 0 0

0 0 2 100

4 2

4 100 0 0

0 0 2 100

Hidratação Mãe

6

6 10

0 0

7

6 85,7

1 4,3

Eliminação Mãe

2

0 0

2 100

0

- -

- -

Mobilidade física mãe

10

5 50

5 50

10

2 20

8 80

Integridade cutânea Incisão cirúrgica

10

10 100

0 0

10

4 40

6 60

0,00018

Mamas/ mamilo

3

3 100

0 0

5

2 40

3 60

Coto umbilical

10

0 0

10 100

10

0 0

10 100

Conforto/ autocuidado Dor

4

1 25

3 75

6

2 33,3

4 66,7

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TTeerreessiinnaa--PPII 9

Aprendizagem 9 7 77,8 2 2,2 10 5 50 5 50

No período imediatamente pós cesariana as NHB de oxigenação e de

eliminação das duplas mães e bebês, a NHB de circulação do bebê não estavam

afetadas.

No período pós-cesariana mediato as NHB de oxigenação e de circulação

das duplas mães e bebês não estavam afetadas. As puérperas apresentavam risco

para desequilíbrio circulatório relacionado a síndrome de involução uterina e risco

de trombose.

Tabela 3- Freqüência de Incidente Crítico de Cuidado (ICC) frente à NHB afetada de duplas mãe e bebê pós-cesariana, na ocasião da alta segundo tipo de hospital de nascimento. Ano 2008.

ICC NA ALTA Julgamento

Clínico NHB de aprendizagem

Não IHAC IHAC P NHB

afetada Inadequado

n ƒ

Adequado n ƒ

NR* n ƒ

NHB afetada

Inadequado

n ƒ

Adequado

n ƒ

NR

n ƒ

Orientação sobre cuidados com o RN* em casa

10

- -

0 0

10 100

10

0 0

10 100

- -

0,0001

Orientação sobre vacinas do RN**

10

- -

3 30

7 70

10

0 0

10 100

- -

0,014

Orientação sobre retorno às AVD***

10

- -

0 0

10 100

10

- -

3 30

7 70

Orientação sobre anticoncepção

10

- -

0 0

10 100

10

- -

0 0

10 100

Orientação sobre retorno às atividades sexuais

10

- -

0 0

10 100

10

- -

1 10

9 90

* Não realizado ** RN: Recém-Nascido ***AVD: Atividades da Vida Diária;

Os cuidados de enfermagem foram observados a partir de 65 tipos de

ICC em 20 duplas mãe e bebê e seus respectivos objetivos de saúde.

No total foram identificados e analisados 1300 ICC referentes às NHB

afetadas: oxigenação e circulação, percepção, nutrição, eliminação, mobilidade

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OOBBSSTTÉÉTTRRIICCAA EE NNEEOONNAATTAALL

QQuuaalliiffiiccaaççããoo ddaa AAtteennççããoo ee ddooss RReeccuurrssooss HHuummaannooss ddee

EEnnffeerrmmaaggeemm eemm SSaaúúddee ddaa MMuullhheerr ee ddoo RReeccéémm--nnaasscciiddoo

2244 àà 2266 ddee jjuunnhhoo ddee 22000099

TTeerreessiinnaa--PPII 10

física, integridade cutânea, higiene/ autocuidado/ conforto, aprendizagem e NHB de

amamentação.

Em relação à NHB de oxigenação e circulação foram observadas 160

ICC, dos quais 26 foram adequados (20 IHAC e 6 não IHAC) e 134 inadequados

(60 IHAC e 74 não IHAC). Os ICCs adequados representam 16,25% (12,5% IHAC e

3,75% não IHAC).

No período imediatamente pós- cesariana (PPI) o controle de loquiação e

eliminação de coágulos do útero nas instituições não IHAC, foi negligenciado por

parte dos profissionais, assim consideramos estas puérperas em risco de

hemorragia por atonia uterina. Houve forte nível de significância estatística (r2 = 0,67

e p = 0,000014) entre as instituições, uma vez que nos IHAC os profissionais

avaliavam a altura de fundo de útero e aspecto dos lóquios com freqüência. A NHB

de circulação das mães foi precariamente atendida, pois os profissionais de ambas

as instituições, foram negligentes em relação a verificação dos sinais vitais, sendo

que 83,75% dos cuidados foram inadequados. Apenas a pressão arterial foi

verificada, na freqüência de uma vez por turno, os sinais de trombose venosa

profunda não foram investigados.

Estudos comprovam que as complicações hemorrágicas do puerpério

constituem uma das principais causas de mortalidade materna, que juntamente com

a infecção puerperal correspondem respectivamente, a 20% e 15% dos óbitos

maternos. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

Em relação à NHB de percepção mãe e bebê foram observados 80 ICC,

dos quais 93,75% foram adequados (46,25% de IHAC e 47,5% não IHAC) e 6,75%

inadequados (3,75% de IHAC e 2,5% não IHAC). Os funcionários de não IHAC

sobressaíram aos de IHAC, ajudando e estimulando o vínculo as duplas mãe e

bebês.

Em relação à NHB de nutrição da mãe foram observados 120 ICC, sendo

que 70,8% foram adequados (35% de IHAC e 35,8% de não IHAC) e 29%

inadequados e (15% IHAC e 14,1% não IHAC). No PPI, em ambas as instituições, a

maior parte do cuidado voltado para NHB de nutrição foi adequado. As orientações

eram freqüentes e a liberação da dieta ocorreu entre 8 e 12 horas.

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Pesquisas revelam que dentre as necessidades de cuidados no

puerpério, as participantes atribuíram importância a qualidade da alimentação.

Observa-se que logo após a recuperação completa da fadiga e exaustão do trabalho

de parto, a mulher sente-se faminta, sendo comum a solicitação porções extras de

lanches e alimentos. As depoentes enfatizaram a importância da quantidade e da

qualidade das refeições. Nesse sentido, torna-se importante atender a NHB de

nutrição das mães, evitando a ingestão de alimentos formadores de gazes e

causadores de distensão abdominal, bem como outros que alterem a dieta

balanceada (ALMEIDA; SILVA, 2008).

Foram encontrados 180 ICC relacionados à NHB de nutrição do bebê,

dos quais 100% dos objetivos foram adequados em ambas as instituições durante

toda permanência no ALCON, o que contradiz um estudo que encontrou diferenças

estatisticamente significantes no oferecimento de água, soro glicosado e alimentos

pré-lácteos no alojamento conjunto de maternidades públicas e privadas do Rio de

Janeiro, os autores consideraram importante a adoção dos padrões estabelecidos

pela IHAC para solucionar o problema da introdução adequada de alimentos em

ALCON. (TOMA; MONTEIRO, 2001).

Em relação à NHB de eliminação urinária, foram observados 120 ICC,

sendo que 100% dos objetivos foram alcançados no PPM.

Em relação à mobilidade física, foram encontrados 80 ICC, sendo que

80% foram adequados (45% em IHAC e 35% em não IHAC). No PPI a maioria dos

ICCs foram adequados em ambas as instituições, já no PPM os IHAC sobressaíram

no alcance dos objetivos de estabelecer a amamentação e evitar acúmulo de gazes

abdominais na puérpera.

Em relação à NHB de integridade cutânea no bebê, foram observados

100 ICC, sendo que ambas as instituições, alcançaram 100% de alcance do

objetivo de cuidado com coto umbilical. No entanto, em relação à incisão cirúrgica,

das mamas e dos mamilos, 66% dos ICC foram adequados (37% IHAC e 29% em

não IHAC), com forte tendência de associação estatística entre as instituições no

PPI (r2 = 0,06 e p = 0,288) e forte nível de associação estatisticamente significante

no PPM (r2 = 0,43 e p = 0,008). Em não IHAC, a incisão cirúrgica, nem as mamas

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não foram monitoradas. No caso da incisão, a justificativa foi de que a cobertura

de esparadrapo anti-alérgico seria retirada somente durante a retirada de pontos.

De acordo com o Ministério da Saúde (2003) os curativos extensos e

fechados não são mais necessários. Atualmente tem-se demonstrado adequado o

curativo simples nas primeiras horas, depois disso a incisão deve permanecer sem

cobertura, sendo suficiente apenas lavá-la durante o banho e mantê-la seca.

Em relação à NHB de higiene, autocuidado e conforto foram observados

180 ICC, sendo 68,8% adequados (35,5% em IHAC e 33,3% em não IHAC).

O posicionamento no leito e a higiene íntima da mãe foram praticados com maior

freqüência em IHAC, enquanto apenas em não IHAC a NHB de dor foi atendida.

Os resultados deste estudo contradizem um estudo desenvolvido em uma

maternidade pública de Salvador, que constatou que as ações de enfermagem tais

como: higiene do ambiente, troca freqüentes da roupa de cama, manutenção do leito

limpo, arrumado e confortável e inspeção da incisão cirúrgica, foram insuficientes,

uma vez que as puérperas referiram necessidade de serem examinadas, de terem

as roupas de cama trocadas e a dor amenizada (ALMEIDA; SILVA, 2008).

Em relação à NHB de aprendizagem, foram observados 200 ICC no PPM

e alta, sendo que 49,5% foram adequados (39,4% em IHAC e 15,5% não IHAC).

No PPM os objetivos de proporcionar a puérpera conhecimento que lhe permita

diagnosticar complicações mamárias e desenvolver habilidade de troca de fraldas do

bebê, foram atingidos com maior freqüência em IHAC.

Na ocasião da alta, os ICC relativos às orientações sobre o cuidado com

o RN em casa, sobre a continuidade das vacinas apresentaram diferença

estatisticamente significante entre as instituições. As orientações de enfermagem

sobre o uso de um método contraceptivo e o retorno às atividades sexuais foram

praticamente inexistentes, sendo realizadas apenas pelo médico, em ambas as

instituições.

Um estudo em Recife constatou que 66% de puérperas no momento da

alta apresentavam dúvidas sobre: cuidados com a ferida operatória, amamentação,

planejamento familiar, volume dos lóquios, retorno das práticas sexuais, e a consulta

pós-natal. Além de que a maioria das informações foi realizada por médicos, e que

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o enfermeiro por ocasião da alta deveria fornecer supervisão contínua de saúde para

a mãe.

A NHB de amamentação por sua complexidade foi descrita e analisada

separadamente, sendo que os indicadores de desempenho da dupla mãe e bebê

para amamentar está descrito nas tabelas 4 e 5.

Tabela 4 - Freqüência de incidente crítico de cuidado prestado pela equipe de enfermagem á puérpera pós-cesariana na prática do aleitamento materno. Ano. 2008. ICC* (n =20)

Hospital de nascimento

IHAC** Não IHAC

Orientação sobre aleitamento materno Adequado

(n = 10 n ƒ

7 70

(n = 10) n ƒ 2 20

Inadequado 3 30 8 80

Correção da técnica de amamentação

Adequado 7 70 7 70 p = 0.0285

Inadequado 3 30 3 30

ICC*- Incidente Crítico de Cuidado; IHAC** - Hospital credenciado a Iniciativa Amigo da Criança;

Percebemos que o nível de conhecimento foi influenciado pela

experiência, pois as primíparas não demonstraram conhecimento algum, enquanto

foi detectado conhecimento amplo por parte das multíparas.

A diferença entre os hospitais (IHAC x Não IHAC) em relação ao

conhecimento e desempenho da dupla mãe e bebê para amamentar não apresentou

significância estatística.

Em estudo realizado em dois hospitais de Viçosa os autores concluíram

que apesar das puérperas conhecerem a importância do aleitamento materno para a

criança elas desconheciam os assuntos relacionados á pratica e técnica de

amamentação, as propriedades e funções do leite e benefícios do aleitamento

materno para a mãe (PERCEGONI, et. al., 2002).

Tabela 5 - Freqüência de Incidente Crítico de Desempenho para amamentar (ICD) de duplas mãe e bebês pós- cesariana em regime de alojamento conjunto. Ano 2008 ICD* (n =20)

Hospital de nascimento

IHAC** Não IHAC

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Conhecimento sobre amamentação

(n = 10) n %

(n = 10) n %

Amplo 3 30 1 10

Moderado 2 20 2 20

Limitado 2 20 3 30

Nenhum 3 30 4 40

Desempenho da dupla mãe/bebê na técnica de amamentação

Posição

Adequado 5 50 4 40

Inadequado 5 50 6 60

Pega/ sucção

Adequado 6 60 4 40

Inadequado 4 40 6 60

Deglutição

Adequado 8 80 6 40

Inadequado 2 20 4 60

Retirada do bebê da mama

Adequado 8 80 6 60

Inadequado 2 20 4 40

ICD*- Incidente Crítico de Desempenho para amamentar. IHAC** - Hospital credenciado a Iniciativa Amigo da Criança.

Nesse sentido, o enfermeiro e toda sua equipe devem mobilizar esforços

para promover o nível de conhecimento das puérperas, bem como ensinar e corrigir

o manejo adequado da técnica de amamentação, a fim de promover e estabelecer o

aleitamento materno independente da natureza do serviço obstétrico.

Em relação à NHB de amamentação foram observados 80 ICC, dos quais

56,25% foram adequados (35 % em IHAC e 21,5% em não IHAC). Entendemos que

os profissionais de enfermagem atuantes em não IHAC deram maior importância a

correção da técnica de amamentação do que às orientações sobre aleitamento

materno. O ideal seria que atingissem desempenhos semelhantes em ambos os

processos, fato que foi evidenciado em IHAC, os quais obtiveram o mesmo

desempenho para orientação do aleitamento materno e técnica de amamentação.

CONCLUSÃO

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Observamos que os cuidados mais valorizados por parte dos profissionais

foram aqueles voltados para conforto e higienização da mulher e estímulo do vínculo

mãe e bebê e amamentação.

Outros cuidados foram muitas vezes negligenciados, com verificar sinais

vitais, promover a aprendizagem e capacidade da puérpera para cuidar do bebê,

bem como os cuidados com a incisão cirúrgica em não IHAC.

As instituições acreditadas pela IHAC tiveram melhor desempenho em

atender adequadamente as NHB afetadas das puérperas do que aquelas não

acreditadas pela IHAC, destacando-se os cuidados com a incisão cirúrgica, lóquios

fisiológicos e principalmente com a aprendizagem. Concluímos que a assistência de

enfermagem à dupla mãe e bebê no puerpério representa um ponto crítico que

necessita de discussões sobre a melhor estratégia para estabelecimento de ações

eficientes e seguras no alcance da qualidade e humanização do cuidado.

Este estudo como muitos outros evidenciou que a estratégia IHAC ainda

constitui o melhor padrão de atendimento em obstetrícia, mostrando diferenças

estatisticamente significantes no cuidado a puérpera pós-cesariana em alojamento

conjunto, reforçando a importância da equipe de enfermagem neste tipo de

assistência.

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