MARCOS RODRIGO DOMINGUES

RA:1137903

POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Atividade 1

Porto Velho

2015

Para discutir a educação sob a luz da Constituição de 1988, faz-se mister primeiro contextualizá-la em seu momento histórico, sobretudo no que tange à sua postura quanto ao tema e aquilo que a diferencia das legislações que a precederam. Segundo Corrêa e Serrazes (2013), a Constituição Federal de 1988, em comparação com as anteriores, foi a que mais explicitamente abordou a educação, o que se deve em boa parte à todo o debate sobre educação existente desde os anos 20, visto que as legislações anteriores, notadamente as duas Leis de Diretrizes e Bases, de 61 e 71, falharam em produzir medidas concretas para a melhora do panorama educacional brasileiro.

Graças à abertura política resultante da queda do regime militar em 1985, foi possível um nível de debates inédito na história do País, com a participação dos mais diversos setores da sociedade. Alguns dos temas mais relevantes debatidos se referiam à escola pública e a escola privada, o financiamento da educação escolar, o ensino religioso obrigatório ou facultativo, e as atribuições legais às instâncias federativas. (Corrêa e Serrazes, 2013)

No que se refere ao texto da lei, alguns artigos são dignos de destaque, como segue:

a) Artigo 6º, Capítulo II, Título II: mantendo o espírito da Declaração dos Di-reitos do Homem e do Cidadão , a educação é reconhecida enquanto direito fundamental da pessoa humana, sendo garantida legalmente.

b) Artigo 205, Capítulo III, Seção I: corrobora o artigo citado previamente, determinando a família e o Estado como os responsáveis pela sua efetivação e o desenvolvimento da pessoa e sua preparação para o trabalho e a cidadania como objetivos.

c) Artigo 206, Capítulo III, Seção I: define como princípios para a educação a igualdade de condições de acesso e permanência, a liberdade de pensamento e concepções pedagógicas, bem como a existência de instituições públicas e privadas, de acordo com o espírito liberal que permeia toda a Lei Maior.

d) Artigo 208, Capítulo III, Seção I: reitera a responsabilidade de Estado e família na garantia do direito à educação, na oferta de vagas e permanência dos alunos na escola. Cabe ressaltar que é a primeira Constituição que o faz, garantindo que a lei não se torne “letra morta”. Define ainda o dever do estado de garantir educação básica obrigatória e gratuita dos 4 ao 17 anos, além de ensino gratuito para aqueles que não puderam realizar os estudos na idade adequada (supletivos, EJA), universalização do ensino médio gratuito, antendimento especializado aos portadores de deficiência, tema que gerou uma série de discussões posteriores, dada a sua dificuldade de implementação prática, educação infantil até 5 anos de idade, acesso a níveis superiores de ensino e oferta de ensino noturno regular.

e) Título III, Capítulos II e IV: deine as responsabilidade das diversas esferas do poder público no que se refere à organização do sistema educacional, agindo em regime de colaboração, com a União responsável pelo suporte técnico e financeiro aos demais níveis, bem como pela gestão de seu

próprio sistema. Cabe aos Estados e Distrito Federal atuar no ensino fundamental e médio e aos Municípios a educação infantil e fundamental.

Além desses artigos, há de se destacar também as iniciativas do texto em prever uma estrutura curricular por conteúdos mínimos, bem como a definição de percentuais mínimos de investimento pelas diversas esferas administrativas e o estabelecimento de um plano plurianual de educação, além de abrir espaço para as legislações complementares, dentre as quais o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases de 96, documentos importantíssimos em nosso cenário atual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, R.A; SERRAZES, K.E. Políticas da Educação Básica Batatais: Claretiano, 2013.