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astroPT magazine Janeiro 2012 Volume 2 Edição 1

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AstroPT Magazine. Edição de janeiro de 2012. Publicação mensal com os posts relevantes do sítio astropt.org

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Page 1: astroPT Jan2012

astroPT magazine

Janeiro 2012 Volume 2 Edição 1

Page 2: astroPT Jan2012

O ano de 2012 marca o quinqua-gésimo aniversário do Observa-tório Europeu do Sul (ESO), a mais importante organização intergovernamental para a inves-

tigação em astronomia do mun-do.

A astroPT deseja muitos mais anos de investigação da ESO.

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Janeiro 2012 ESPECIAL

PARABÉNS ESOPARABÉNS ESO

Page 3: astroPT Jan2012

O Professor Stephen Hawking, que hoje faz 70 anos, foi o terceiro convidado das palestras dos 50 anos da NASA. Palestras sobre a importância da exploração espacial, descoberta científica e desenvolvimento da aeronáutica na economia, saúde, educação e ambiente.

O seu discurso pode ler-se aqui. Destaco estas palavras como as mais importantes: “Porque deveríamos ir para o espaço? Qual é a justificação para realizar todo esse esforço e gas-tar esse dinheiro na obtenção de alguns pedaços de rocha lunar? Não existem causas melhores aqui na Terra? De certa forma, a situação foi assim na Europa antes de 1492. As pessoas podem muito bem ter argumentado que era um desperdício de dinheiro enviar Colombo num navio para mares desconhecidos. No entanto, a descoberta do novo mundo fez uma profunda diferença para o velho. [...] No espaço o efeito será ainda maior. Irá mudar completamente o futuro da raça humana [...]. Poderá não resolver nenhum dos nossos proble-mas imediatos na Terra, mas nos dará uma nova perspectiva sobre eles [...]. Esperamos que este desafio possa unir-nos para enfrentar um desafio comum. Esta seria uma estratégia de longo prazo[...]. Poderíamos ter uma base na Lua dentro de 30 anos ou chegar a Marte em 50 anos e explorar as luas dos planetas exteriores em 200 anos. Por “chegar”, quero dizer com o homem ou, devo dizer, vôo espacial com pessoas. [...] Ir para o espaço não será barato, mas consu-mirá apenas uma pequena proporção dos recur-sos mundiais. O orçamento da NASA tem-se man-tido mais ou menos constante em termos reais desde o tempo das Apollo, mas diminuiu de 0,3 por cento do PIB dos Estados Unidos em 1970,

para 0,12 por cento neste momento. Mesmo se tivéssemos que aumentar o orçamen-to internacional 20 vezes para fazer um esforço sério para ir para o espaço, seria apenas uma pequena fração do PIB mundial. Haverá aqueles que argumentam que seria melhor gastar o nosso dinheiro resolvendo os problemas deste planeta, mudanças climáticas e poluição, ao invés de desperdiçá-lo em uma bus-ca infrutífera por, possivelmente, um novo plane-ta. Não estou negando a importância do combate às alterações climáticas e o aquecimento global, mas podemos fazer isso com apenas 0,25% do PIB mundial para o espaço. O nosso futuro não valerá essa pequena contribuição?[...]“ Vale a pena ler o resto da palestra, que é sobre o surgimento da vida na Terra, a vida em outros planetas, OVNIs, etc. José Gonçalves

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Volume 2 Edição 1 ESPECIAL

Palestra do Prof. Stephen Hawking Palestra do Prof. Stephen Hawking

Page 4: astroPT Jan2012

Numa rara passagem por Portugal por parte de

um astronauta (apesar de ser a segunda vez em

menos de um ano que teve a oportunidade de

conviver com alguém que já treinou ou participou

num voo espacial), Richard Linnehan falou das

odisseias espaciais de um astronauta numa pales-

tra intitulada “Space Odysseys” realizada no Cam-

pus de Gualtar da Universidade do Minho, Braga.

A palestra foi organizada pela Escola de Ciências

da Universidade do Minho em colaboração com a

Embaixada dos Estados Unidos da América. A

palestra inseriu-se num programa de visita à uni-

versidade minhota de uma delegação da embai-

xada norte-americana e da Texas A&M University,

da qual faz parte Richard Linnehan. A sua visita a

Portugal enquadrou-se na vinda de uma delega-

ção da Texas A&M University ao Colégio Pierre de

Coubertain, em Santa Maria da Feira, na perspec-

tiva de uma possível parceria entre estas institui-

ções no âmbito do programa STEM (Science,

Technology, Engeneering & Mathematics).

A palestra iniciou-se com uma breve apresenta-

ção por parte do reitor da Universidade do

Minho, António M. Cunha, seguida de uma breve

apresentação do orador por parte da Presidente

da Escola de Ciências da Universidade do Minho,

Estelita Rodrigues Vaz. Richard Linnehan, vetera-

no de quatro missões a bordo do vaivém espacial,

falou-nos em especial da sua última missão a bor-

do da estação espacial internacional (STS-123 em

Março de 2008) e dos trabalhos de reparação e

manutenção do telescópio espacial Hubble na

missão STS-109, em Março de 2002.

Percorrendo várias fotografias, Linnehan tirou

partido da sua formação como veterinário e

ambientalista para descrever com sensibilidade as

suas emoções em relação ao voo espacial e ao

nosso futuro como espécie exploradora. As foto-

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Janeiro 2012 ESPECIAL

As odisseias espaciais de Richard Linnehan As odisseias espaciais de Richard Linnehan

na Universidade do Minho na Universidade do Minho

Fotos: à Direita—Richard Linnehan. Crédito Wikipedia . À esquerda: Palestra na Universidade do Minho. Crédito Rui Barbosa.

Page 5: astroPT Jan2012

grafias escolhidas mostravam vários aspectos do

seu treino espacial como das missões nas quais

participou, passando em revista algumas fotogra-

fias obtidas pelo telescópio espacial Hubble como

base de partida para explicar a necessidade de

uma excelência na educação científica e tecnoló-

gica.

A palestra teve como objectivo atrair os jovens

para a Ciência, tornando-os cidadãos interventi-

vos e que possam construir um futuro melhor.

Após a apresentação, Linnehan respondeu a

várias questões que versaram temas espaciais e

em especial a forma como os astronautas respi-

ram em microgravidade, a sua opinião sobre a

existência de vida no Universo para lá do nosso

planeta, as sensações que sentiu na sua primeira

missão espacial e a forma como se preparam os

astronautas para as actividades extraveículares.

Em termos pessoais foi para mim uma oportuni-

dade de conhecer de perto um astronauta norte-

americano e fiquei bastante surpreendido com a

abertura e disponibilidade de Richard Linnehan

em responder às perguntas colocadas. No final

todos tiveram a oportunidade de obter um autó-

grafo de Linnehan e de tirar uma fotografia pes-

soal com o astronauta que respondendo a uma

pergunta feita pelo Boletim Em Órbita e pelo

astroPT, referiu que gostava de voltar ao espaço

apesar de esta não ser uma decisão sua.

Para finalizar gostava de referir que para um anti-

go aluno da Universidade do Minho foi com muito

orgulho que vi a minha alma mater receber um

viajante cósmico e que pelo aspecto composto do

auditório onde decorreu a palestra, seria um tipo

de iniciativa a repetir no futuro.

O Médico Veterinário Richard M. Linnehan nas-

ceu a 9 de Setembro de 1957, em Lowell, Massa-

chusetts. Frequentou o ensino secundário em

Pelhan, New Hampshire, e recebeu o seu Bacha-

relato em Zoologia em 1980 pela Universidade do

New Hampshire. Posteriormente completou o seu

Doutoramento em Medicina Veterinária em 1985

pela Universidade Estadual do Ohio. Após com-

pletar o seu doutoramento, Linneham ingressou

na carreira veterinária e de seguida recebeu uma

bolsa de investigação por dois anos em medicina

animal e patologia comparativa no Jardim Zooló-

gico de Baltimore e na Universidade de John Hop-

kins.

Em 1989 ingressou no Exército dos Estados Uni-

dos, sendo comissionado para o Centro Naval de

Sistemas Oceânicos em San Diego, Califórnia, ten-

do aí executado as funções de veterinário clínico

no Projecto dos Mamíferos Marinhos.

Foi seleccionado para astronauta em Março de

1992 e em Agosto do ano seguinte completava o

treino e o curso que o qualificou como especialis-

ta de voo do vaivém espacial. A sua primeira fun-

ção como astronauta foi no Laboratório de Inte-

gração de Aviónicos do Vaivém Espacial.

Participou em quatro missões espaciais: STS-78 a

bordo do vaivém espacial OV-102 Columbia, uma

missão para estudar as ciências da vida e a micro-

gravidade; STS-90 (Columbia), uma missão para

estudar os efeitos da microgravidade no cérebro

e no sistema nervoso; STS-109 (Columbia), a quar-

ta missão de reparação e manutenção do telescó-

pio espacial Hubble; e STS-123 (OV-105 Edea-

vour), uma missão que transportou parte do labo-

ratório espacial japonês Kibo para a estação espa-

cial internacional.

Richard Linnehan passou mais de 59 dias em órbi-

ta e acumulou 42 horas e 11 minutos de experiên-

cias em seis actividades extraveículares.

Rui Barbosa

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Volume 2 Edição 1 ESPECIAL

Page 6: astroPT Jan2012

Em Dezembro passado e a convite da Associação

Ambiental Amigos dos Açores, tive a oportunidade

de ministrar um Workshop sobre Astrofotografia e Paisagem Nocturna na ilha de São Miguel, nos Aço-

res. No final da noite e apesar das nuvens, juntei-

me ao Nuno Santos, organizador do evento e fomos até ao topo da cratera vulcânica onde tive a oportu-

nidade de fotografar numa longa exposição, a gran-

diosidade e esplendor da Lagoa das 7 Cidades.

É essa mesma imagem que partilho aqui com os lei-

tores, distinguida hoje como EPOD Earth Science

Picture of the Day na NASA.

Podem ver e aceder hoje 19-01-2012 directamente ao link do EPOD através de: http://epod.usra.edu/blog/

Posteriormente o link permanente da imagem será este: http://epod.usra.edu/blog/2012/01/lake-of-the-seven-cities.html

Em baixo partilho a imagem original publicada no

meu site.

Esta e outras imagens podem ser vistas no local do

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Janeiro 2012 ASTROFOTOGRAFIA

Lagoa das 7 Cidades fotografada por

Miguel Claro, é hoje Earth Science Picture

of the Day na NASA.

Page 7: astroPT Jan2012

costume em: http://astrosurf.com/astroarte/skyscapes.htm

Miguel Claro

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Volume 2 Edição 1 ASTROFOTOGRAFIA

Page 8: astroPT Jan2012

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Janeiro 2012 ASTROFOTOGRAFIA

AURORAS

Fotografia tirada por Antti Pietikäinen, na Finlândia.

Page 9: astroPT Jan2012

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Volume 2 Edição 1 ASTROFOTOGRAFIA

Fotografia tirada por Antti Pietikäinen, na Finlândia.

Page 10: astroPT Jan2012

Em 1º lugar gostaria de dizer que dos 4 canais generalistas em Portugal, e RTP é a que presta

um melhor serviço à população. Os outros

canais têm constantemente programas degra-dantes e diariamente vigaristas na televisão. A

RTP já teve também vigaristas diariamente con-

vidados, mas não sei se agora tem. Sei que tem programas bons. (por vigaristas, entenda-se

pessoas que mentem objetivamente à luz do

conhecimento, com vista a tirarem proveitos pessoais disso, como por exemplo a sua própria

auto-promoção na televisão).

No entanto, estava a fazer zapping há minutos atrás e vi o Júlio Isidro a entrevistar um suposto

astrólogo (não confirmei se o era, mas disseram

-me que sim – também não sei o nome da pes-soa) que só dizia asneiras. Fiquei irritadíssimo

com isso. Como é que, conscientemente, se

enganam milhões de pessoas que possam estar a ver o programa? É esse o objetivo da RTP?

Será isso a definição de serviço público?

Como fiquei piúrso, enviei imediatamente um e-mail ao Provedor do Telespectador.

Não sei se cairá em “saco roto”, mas gosto de

ser proactivo. Ainda tenho o idealismo de que se fizermos pelas coisas, as coisas até possam

mudar para melhor.

Ficarei à espera de resposta, e dar-vos-ei conhe-

cimento do que for acontecendo.

De qualquer modo, a resposta é-me indiferente. O que eu gostava mesmo é que passassem a

ensinar a população e não andarem a enganá-

las com entrevistas feitas a quem nada percebe do que diz.

Este foi o meu e-mail para o Provedor do Teles-

pectador.

Críticas são bem-vindas se acharem que da pró-xima vez deverei escrever de outra forma.

Se vocês também se queixarem, pode ser que

alguma coisa mude…

———————————

Caro José Carlos Abrantes,

O meu nome é Carlos Oliveira, sou educador

científico, com especialização na área da astro-biologia, e dou aulas na Universidade do Texas

em Austin.

A minha pergunta é simples: a RTP tem por objectivo fazer serviço público?

Se a resposta for positiva, então a minha per-

gunta é: o que entendem por serviço público? Será enganarem as pessoas?

Farto-me de ver darem tempo de antena a pes-soas que só enganam as pessoas, e isso revolta-

me.

Página 10

EDUCAÇÃO Janeiro 2012

RTP – serviço público?

Page 11: astroPT Jan2012

Ainda agora acabei de ver um astrólogo no vosso canal, no programa A Festa é Nossa, a ser entre-vistado pelo conhecido Júlio Isidro, e só a dizer barbaridades, como por exemplo a mentira de que vai haver um alinhamento planetário a 21 de dezembro. Isto é comprovadamente mentira.

Serviço público não deveria ser mentir às pessoas. Mesmo que as pessoas que deveriam ser respon-sáveis se escondam atrás de “programa de entre-tenimento”. Os telespectadores assumem a infor-mação veiculada como verdadeira, e no entanto ela é mentira. As pessoas são enganadas, como o são muitas vezes que tenho visto no pouco tempo que estou de férias em Portugal, e como foram enganadas quando na TV deram tempo de antena

aos burlões das pulseiras quanticas (que já assu-miram ser tudo uma vigarice).

Porque não convidam pessoas com conhecimen-to?

Relembro que as televisões só existem, porque

existem cientistas. Nenhum vigarista alguma vez fez algo de positivo pela Humanidade. No entan-

to, pelos vistos, a RTP gosta de lhes dar tempo de

antena para eles enganarem e manipularem a população.

Com os melhores cumprimentos e os votos que a RTP melhore a qualidade dos seus entrevistados,

Carlos Oliveira

Página 11

Volume 2 Edição 1 EDUCAÇÃO

As marés

Já publicamos no nosso blog a explicação da exis-tência das marés. Também explicamos que não se trata de um processo divino.

A maré é causada pela atra-cão gravita-cional do Sol e da Lua. A influência da Lua é bastante superior devido a distância à Terra ser menor do

que da Terra ao Sol, apesar da massa da Lua ser muito menor que a da nossa estrela. Matematicamente a maré

é uma soma de sinusoides (ondas constituintes) cuja periodicidade é conhecida e depende exclusi-vamente de fatores astronómicos. A onda formada pelas marés é mais alta na posi-ção onde se encontra a Lua, devido à atração gra-vitacional. Contudo, no lado oposto da Terra, a inércia excede, em módulo, a força devido à Lua, conforme princípio da ação-reação proposto por Newton, causando assim a mesma elevação nas águas nesse lado oposto. Devido à lei de ação e reação da terceira lei de Newton (além da força centrifuga), a maré ira subir do outro lado da ter-ra tanto quando sobe no lado que está próximo a da lua. Para saber mais: curiofisica, hidrografico.pt e APRH.

Deixo-vos este pequeno vídeo com a explicação das marés e o que poderia acontecer se a Lua estivesse mais próxima (clicar em cc para ativar as legendas e escolha português) Ver aqui. José Gonçalves

Crédito: APRH

Page 12: astroPT Jan2012

O website PhDcomics oferece uma série de tiras engraçadas sobre a vida dos estudantes que estão a realizar os respectivos doutora-mentos.

Este último número é uma obra prima para todos aqueles apaixonados pela Física (LOL), “Diagramas de Feynman nas Interações Aca-démicas” (imagem à direita).

Ver também o Quantum Gradna-mic aqui, aqui, e aqui. Também, vale a pena ver as Leis de Newton para a Gradua-ção aqui, aqui, e aqui.

Nota: Esta tira foi lançada no dia 11 de Janei-ro, curiosamente quando o filme esteve em Portugal (Universidade Nova de Lisboa).

Nota2: Curiosamente, o filme vai estar na Universidade do Algarve no dia 15 de Feve-reiro (21h).

Vejam o vídeo do trailer aqui.

José Gonçalves

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EDUCAÇÃO Janeiro 2012

Imagem: Feynman. Crédito Caltech.

Diagramas de Feynman no PHDcomics

(humor)

Page 13: astroPT Jan2012

Cientistas replicaram em laboratório o que se pensa

que podem ter sido os primeiros passos na transi-

ção de um organismo unicelular para multicelular.

Os cientistas realizaram as experiências usando a

comum levedura de cerveja, um organismo unicelu-

lar.

Os resultados obtidos, que estão a entusiasmar os

biólogos em todo o mundo, foram publicados esta semana na revista Proceedings of National Academy

of Sciences (PNAS).

O que está a espantar os cientistas foi a facilidade com que o processo se desencadeou. Aos biólogos

bastou uma experiência realizada durante 60 dias

utilizando células de levedura, meios de cultura e uma centrifugadora. Tudo indica portanto, que a

conclusão a tirar das experiências é que a passagem

de um ser unicelular para um ser multicelular pode ser muito menos complexa do que se julgava. Para realizarem as experiências, os cientistas esco-lheram a comum levedura de cerveja (saccharomyces cerevisiae), que é um organismo eucariota unicelular e que é utilizada em diversas indústrias como a indústria de panificação ou a de produção de bebidas como a cerveja. As células foram inicialmente adicionadas a um meio de cultu-ra rico em nutrientes para que pudessem crescer durante um dia em tubos de ensaio. Depois usando uma centrifugadora, fize-ram a separação de aglomerados de células, que por serem mais pesados desceram mais rapi-damente para o fundo do tubo de ensaio. Os cientistas

removeram então estes aglomerados para um novo meio de nutrientes agi-tando-o e recome-çando novamente o ciclo. Sessenta ciclos depois, os aglomerados cons-tituídos por centenas de células, apresentavam uma estrutura do tipo “floco de neve” com uma forma aproximadamente esférica.

A análise demonstrou que os aglomerados de célu-las não eram apenas um conjunto de células que se

tinham juntado aleatoriamente, mas sim que eram

um grupo de células inter-relacionadas por divisão celular e que em conjunto cooperavam, reprodu-

ziam-se e adaptavam-se ao meio ambiente forman-

do assim um “corpo” multicelular.

Os cientistas estimam que a multicelulariedade terá

evoluído no passado de um modo independente em

25 grupos. Travisano e Ratcliff, dois dos cientistas autores deste estudo, interrogam-se sobre a razão

de serem tão poucos uma vez que o processo pare-

ce ser relati-vamente sim-

ples e duran-

te milhões de anos viveram

na Terra

biliões de organismos

unicelulares. Mais informa-ção poderá ser obti-da aqui. Pedro Seixas

Página 13

Volume 2 Edição 1 EDUCAÇÃO

Cientistas replicam possíveis primeiros passos da transição

de um organismo unicelular para multicelular

PUB

AstroPT

alojado por: Grifin

http://www.grifin.pt/

Page 14: astroPT Jan2012

O site Science, Reason and Critica Thinking é um baú de tesourinhos…e não são daqueles depri-mentes! Para além de uma original tabela periódica, da qual já falamos aqui, podemos encontrar tam-bém este fantástico mapa da história da Ciência Moderna, criado “para celebrar os feitos do méto-do científico ao longo da idade da razão, do ilumi-nismo e da modernidade”:

Notem que, se entrarem na página original do mapa, para além de poderem ver todos as “linhas” em detalhe, poderão também ver infor-mação relativa a cada cientista mencionado. E estão lá todos os grandes nomes dos principais

ramos da Ciência Moderna (pós séc. XVI)! Mas, para mim, o mais interessante são as “conexões” entre as “linhas” pois a Ciência Moderna, apesar do alto grau de especialização individual, vive também da interdisciplinaridade. Apesar de ser hoje raro encontrar “naturalistas” a laséc. XIX, que estudem o mundo natural, desde a geologia, à biologia, passando pela química, (como Charles Darwin), assiste-se também ao renascer da importância da colaboração alargada entre disciplinas e do conhecimento menos estan-que.

Este mapa reflete uma história maravilhosa!

Diana Barbosa

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EDUCAÇÃO Janeiro 2012

A Ciência no mapa do metro

Mapa da história da ciência moderna

Page 15: astroPT Jan2012

Não, não vou falar de futebol, nem especifi-camente do Benfica, do Barcelona, das equi-pas do Mourinho, ou do que seja. Vou falar sim das Conferências Solvay que reuniam uma equipa dos mais consagrados cientistas do mundo.

Quiçá a mais famosa de todas foi a 5ª Confe-rência Solvay, em 1927. 17 dos 29 participantes possuíam ou recebe-riam o Prémio Nobel. Foi um verdadeiro “dream team” da ciência.

Piccard, E. Henriot, P. Ehrenfest, E. Herzen, Th. De Donder, E. Schrödinger, J.E. Verschaf-felt, W. Pauli, W. Heisenberg, R.H. Fowler, L. Brillouin; P. Debye, M. Knudsen, W.L. Bragg, H.A. Kramers, P.A.M. Dirac, A.H. Compton, L. de Broglie, M. Born, N. Bohr; I. Langmuir, M. Planck, M. Skłodowska-Curie, H.A. Lorentz, A. Einstein, P. Langevin, Ch. E. Guye, C.T.R. Wilson, O.W. Richardson.

Esta Conferência Solvay teve a melhor equipa de sempre de mentes brilhantes. Uma equipa de ver-dadeiros génios. A foto mostra a Dream Team da Intelectualidade da altura.

Se existe algum gráfico com o índice de inteligência ao longo dos tempos por todo o mundo, esse gráfico atingiu certamente o seu ponto mais alto nesta confe-rência.

Se viajar no tem-po vier a ser possível, este será certamente um local e tem-

po a visitar. Para quem venera a inteligência, estar nesta confe-rência, na presença de diversas mentes absurda-mente inteligentes, será certamente melhor que marcar um golo (e já dizia Fernando Gomes, famoso ponta de lança do FCP e bi-bota de ouro, que mar-car um golo é como ter um orgasmo). Neste caso, assistir a esta Conferência Solvay em 1927 seria um momento ímpar de prazer intelectual.

Carlos Oliveira

Página 15

Volume 2 Edição 1 EDUCAÇÃO

A melhor equipa do Mundo

Page 16: astroPT Jan2012

Já aqui referimos

por várias vezes no

blog a importância da Ciência. Até no

contexto de crise,

ela é extremamen-te importante, por

vários motivos.

Primeiro, ensina-nos a olhar para

este período com

outros olhos para resolver ou contor-

nar os problemas

(criatividade). Segundo, evita que

sejamos engana-

dos por diversos agentes que ope-

ram de diversas

maneiras, para retirar de nós o pouco que já temos. Terceiro, é

nela que devemos depositar a esperança e inves-

timento, pois é na Ciência que surgirá novas tec-nologias, empregos, desenvolvimento, etc.

A meu ver desinvestir na Ciência, é um grave peri-

go para qualquer sociedade. Para além de sermos ultrapassados por outras nações que estejam eco-

nomicamente bem, corre-se o perigo de não ter-

mos como produzir no futuro devido à mão de obra que ficou obsoleta.

Por isso, neste momento negro da nossa nação, um ponto importante: Invistam na vossa forma-

ção, mesmo que economicamente não possam

dispensar algum dinheiro, existe inúmeras manei-ras (principalmente através da leitura) e ações

gratuitas para que aumentem a vossa literacia.

Inclusivé recorram à leitura do material que vós é

deixado aqui no blog ou nas nossas revistas.

É claro que isto só não chega. É necessário garan-

tir a gerações futuras melhores condições dos que

as que existem hoje. Para isso, os nossos gover-nantes devem apostar em áreas científicas.

Assim, teremos técnicos qualificados para futuros

empregos e cientistas que poderão dar o seu con-tributo às empresas para a sua verdadeira moder-

nização e expansão.

Investir na Ciência é uma garantia de completo retorno.

Veja o vídeo, sobre a importância da Ciência, aqui.

José Gonçalves

Página 16

EDUCAÇÃO Janeiro 2012

Ciência, ilumina-me!

Page 17: astroPT Jan2012

Apesar de estar designada como

Gama do Touro, esta estrela é

apenas a décima mais brilhante da constelação. É a estrela que marca

o vértice do alinhamento em for-

ma de “V” do Touro. Seu nome, em latim, significa “A primeira das

Hyades”.

As Hyades, assim como as Plêia-des, são aglomerados visíveis a

olho nu. As estrelas das Hyades

fazem parte do aglomerado este-lar aberto mais próximo da Terra,

conhecido desde a pré-história.

As Hyades têm origem na mitolo-gia grega, filhas de Atlas e Etra. Segundo a lenda, depois da morte de seu irmão Hyas, suas irmãs, as Hyades, choraram tanto a sua morte que acabaram morrendo de tanta pena. Zeus, o chefe dos deuses, em reconhecimento a este amor, compadeceu-se das irmãs e transformaram-nas em estrelas, colocando-as na cabeça do Touro, cujo surgimento coinci-dia com o périodo de abundantes chuvas.

Saulo Machado

Página 17

Volume 2 Edição 1 EDUCAÇÃO

Hyadum Primus, por que te chamam

assim?

Chegamos à estrela mais brilhante do Touro depois

de Aldebaran, chamada Elnath.

Ela se situa um pouco afastada do alinhamento que corresponde à

face do Touro, o notável “V” que

surge no alto do céu, nas noites após o solstício de dezembro.

Esta estrela faz parte de um aste-

rismo bem conhecido entre os astrônomos, o Pentágono do

Cocheiro, formado por quatro

estrelas principais dessa constela-ção, mais a estrela Elnath, for-

mando assim a tal figura geomé-

trica. De fato, em atlas antigos a estrela Elnath era designada

como Gamma Aurigae (Gama do

Cocheiro). Esta situação é praticamente a mesma da estrela Alfa de Andrômeda

(Alpheratz), que antigamente

era designada como pertencen-te ao Pégaso, já que ela é mais

notável como integrante do

Quadrado de Pégaso.

Fazendo retas partindo de Alde-baran e Epsilon Tauri até Zeta Tauri e Elnath, respectivamente, conseguimos reproduzir os chi-fres da cabeça do Touro. Daí a origem do nome “Elnath” (variante: Alnath), que significa, em árabe, “o que chi-fra” ou “o chifre” do Touro.

Saulo Machado

Elnath, por que te chamam assim?

Page 18: astroPT Jan2012

Um íman de 900 MHz serviu para desvendar

como ocorrem as mutações numa proteina espe-

cífica do vírus da gripe. O estudo concentrou-se na proteína M2, um canal iónico transmembranar

importante para a descapsidação e libertação dos

segmentos genómicos do vírus. Os actuais antivirais gripais, como a Amantadina e a Rimantadina, inibem o fluxo proteico pela M2 e impedem, dessa forma, a descapsidação. Outros antivirais focam-se nourtras proteínas, com outras estratégias.

“Ao longo dos anos, as alterações [mutações] na

forma da M2 permitiram que a proteina conseguisse escor-

regar por entre as tampas e

evitar a erradicação” e por este motivo foi recomendada

a não utilização dos antivirais

focados na M2.

O íman de 40 toneladas for-

nece uma visão interna do vírus. “O campo magnético

gerado pela espectroscopia

de ressonância magnética nuclear (RMN) é capaz de

torcer e girar outros elemen-

tos além do hidrogénio, pos-sibilitando captar a imagem

das proteínas que não vivem

no meio aquoso. Além disso, as amostras podem ser con-

geladas”. Recentemente Timothy A. Cross descobriu que a proteí-na M2 tem de ser activada por um ambiente ácido. Dois

aminoácidos, histidina e triptofano, activam o processo da seguinte forma:

Histidina carrega protões da célula hospedeira para o interior viral. O triptofano funciona como

portão e abre quando os protões, encaminhados

pela histidina, chegam.

“O mecanismo da M2 é único. “Talvez possamos

desenvolver um remédio que atinja especifica-

mente essa novidade química”” (podem ler aqui)

Dário Codinha

Página 18

LITERACIA CIENTÍFICA Janeiro 2012

Íman Revela Mutações

Page 19: astroPT Jan2012

Volta e meia, tumba! Lá levo eu com a cena da

“mente aberta”. É preciso ter a mente aberta

dizem.

Mas eu, como sei o que – quase sempre – lá que-

rem atirar para dentro, tenho muito cuidado com

essa coisa da mente aberta.

Assim, para abrir a porta a tudo e mais alguma

coisa, não dá. Isso é o equivalente cognitivo a dei-

xar o carro parado no cais-do-sodré todas as noi-

tes, com as portas abertas e dinheiro no porta-

luvas para a gasolina.

É que “mente aberta” para mim, significa ser

capaz de aceitar as evidências; significa ter sede

de procurar demonstrações sólidas, vontade de

conhecer resultados experimentais, e ser capaz

de os aceitar mesmo que não sejam o que nós

esperávamos. Significa também hierarquizar a

evidência pelo que vale e não pelo que queremos

acreditar.

“Mente aberta” definitivamente não é acreditar

em tudo o que alguém propõe. Não é dar um

bilhete de ida ao espirito crítico e mandar a lógica

e os factos conhecidos verem se chove. Toda a

gente, de um modo ou de outro, escolhe as coisas

em que acredita. A minha proposta é que o crité-

rio, em vez de ser a sensação visceral que uma

ideia nos causou ou o pedido de credulidade do

apresentador, seja a ponderação consciente e

informada sobre a matéria em causa. Que seja a

qualidade da justificação. Que seja a qualidade da

resposta à pergunta: “como sabes isso?” Se a res-

posta é outro apelo à credulidade, ou porque era

bom que assim fosse ou porque há muita coisa

que ainda não se sabe (apelo à ignorancia) que é

a norma nos auto-intitulados abertos de mente

(pelo menos quando o termo vem à baila), esta-

mos mal.

Eu até poderia dizer que se isso é a tal “mente

aberta” não me faz falta uma mente aberta. Mas

é o próprio uso do termo que está errado. Mente

aberta sim, mas com espírito crítico.

Quem diz ter mente aberta com tanta prontidão,

(normalmente para impingir as coisas que diz

requererem mente aberta), está a rejeitar outras

ideias muito mais plausíveis sobre o mesmo

assunto e que se refutam mutuamente. E quem

achar que tudo o que passa pela cabeça de

alguém é verdade e que é verdade tudo ao mes-

mo tempo, bem… Recomendo as melhoras.

João Coutinho

Página 19

Volume 2 Edição 1 LITERACIA CIENTÍFICA

A mente aberta!

Page 20: astroPT Jan2012

O meu ultimo “post” foi sobre a

“mente aberta” e como eu vejo a

utilização desse termo, por isso ago-

ra faz sentido “postar” um sobre a

mente fechada. Aqui vem ele:

Tal como na “mente aberta” em que o que se deveria ter em considera-ção quando se usa o termo, não é ser a mente que aceita toda a carga de diferentes ideias – porque aca-bam por formar uma teia inconsis-tente e disfuncional de conceitos – na “mente fechada” também não é a mente que não aceita nunca ideias novas que será pertinente.Isso seria a “mente bafienta” e já é um eufe-mismo. Não conheço casos em que se aplique, felizmente. Mas mentes fechadas, sim. É bastante frequente observa-las fecharem-se mesmo frente às ideias mais bem fundamentadas e assim fica-rem até sabe-se lá quando. Por isso penso que é preciso distinguir entre não aceitar ideias novas, (ou poucas) e aceitar apenas as ideias novas de que gostamos. É o caso da mente fechada de Linaeus. Tem à priori uma expectativa que tem de ser observada e sem investigação especifica sobre o tema em causa, faz uma opinião. Não aceita o que não gosta e fundamenta-se no que quer acre-ditar. Considera que o que lhe parece deve ser e que a sua opinião tem o mesmo valor que um argumento cientifico ou filosófico. Provavelmente vou ser queimado vivo por isto… Mas a verdade é que *opinando* não é uma forma segura de construir conhecimento. É verdade que cada um tem direito a ter a sua opinião, mas mesmo este facto, de que cada um tem direito a ter a sua, devia chamar a atenção para que o conhecimento

opinativo, do senso comum, não tem valor enquanto conhecimento rigoroso. A não ser que cada um tenha direito à sua própria realidade.

Toda a gente tem direito às suas próprias opi-

niões, mas não aos seus próprios factos, leis e

teorias. Ou funcionam ou não funcionam. Ou fun-cionam mal. Mas seja como for, opinar não é a

ultima palavra no mundo do conhecimento. É a

primeira. É a que se tem quando não se sabe melhor que isso. Pode fazer falta, mas quando há

melhor é preciso ter a mente aberta. Durante

milénios não houve melhor. Durante 200.000 anos o homem não teve mais que senso comum e

a sua opinião para o guiar. A escrita tem menos

de 7000 anos e o conhecimento transmitido oral-mente é uma lotaria.

Mas agora tem mais. Tem a filosofia desde a Gré-

cia Antiga e a ciência desde Galileu.

Por isso, penso que o problema está em parte em

Página 20

LITERACIA CIENTÍFICA Janeiro 2012

As mentes fechadas

Page 21: astroPT Jan2012

achar que ninguém deve saber melhor que isso, que a opinião própria, sobretudo quando se trata

da nossa opinião. Uma crença que em si deve ter

dado segurança e determinação a milhares de homens durante milhares de anos.

É uma coisa relativamente nova poder dispor de tanto conhecimento que é melhor que o opinati-

vo. Há quem considere que a inteligencia é preci-

samente a capacidade de adaptação a situações novas do ponto de vista evolutivo. Passar a pes-

quisar o que dizem os especialistas, o que está

provado com rigor, como se pode saber o que se sabe, pode muito bem ser em si um sinal (mas

não o unico!) de inteligência nessa perspectiva. Se

não, pelo menos de “mente aberta”.

A “mente fechada” caracteriza-se não só por não

estar aberta a avaliar imparcialmente as evidên-

cias como a não estar sequer aberta à sua pesqui-sa. Prefere fazer julgamentos rápidos menos

informados a lentos e mais informados (dantes

não era uma opção) e não obstante isso insiste que o seu, por ser seu, é o melhor.

A mente fechada recusa-se a ir mais longe que a opinião. Por preguiça, ignorância, teimosia ou

impotência, escolhe defender uma opinião qual-

quer, que pareça simpática, e não está aberta a estudos sistemáticos, argumentos difíceis de per-

ceber (sobretudo se envolverem matemática), ou

que pura e simplesmente requeiram muita apren-dizagem nova.

Frequentemente recorre a raciocínios falaciosos

sem dar conta disso e considera um exotismo gro-tesco que se apontem falácias, não gosta que se

critiquem as suas ideias – considera-as uma coisa

pessoal – e até acha que a ciência ou a filosofia são uma questão de opinião. Aceita testemunho

individual como evidencia forte, confunde caris-

ma com autoridade, e vê facilmente relações de causalidade em coisas que tenham uma sequên-

cia temporal.

No entanto se lhes perguntarem, às mentes

fechadas, se a realidade é uma questão de opi-

nião, a maioria dirá que não. Mas isto não os fará enveredar por uma sede de investigação, procura

de conhecimento ou coisa do género. Como se o

conhecimento fosse a coisa mais bem distribuida deste mundo, e algo que nunca falta, estão sem-

pre satisfeitas com o que têm e com a qualidade

dos seus argumentos. Argumentos esses que lhes parecem bons desde que sejam a defender a ideia

que já tinham antes. Coisa que devia era ser ao

contrário – ter uma ideia porque é suportada por bons argumentos.

Mesmo quando proferem o seu mais potente argumento: “Porque eu acredito” ou “porque eu

sei”, não se dão conta da inversão lógica. E este é

o sinal patognomónico da “mente fechada”. É o considerar a sua opinião um argumento em si.

Que acreditar é o ponto de partida para formar

conhecimento – numa confusão desastrosa entre mapa e território. Está errado. Depois é envere-

dar numa odisseia de confirmation bias” e temos

a mente fechada feita de ideias… Fechadas? Sim, é o termo correcto. Fechadas a serem testadas.

As coisas não são como são só porque nós gostá-

vamos que fosse assim, fosse bom que fosse assim, acreditamos que é assim ou até que devia

ser assim.

Dá trabalho, e às vezes não está ao nosso alcance

perceber tudo. Mas sinceramente. Vale a pena.

Agora uma nota importante: A “mente fechada”

de Linaeus, como digo a brincar, caracterizada por

todos estes pontos o tempo todo, é uma abstrac-

ção. Não corresponde a ninguém. É um exagero

para tentar caricaturizar um estereótipo de com-

portamento e um estado mental, não tanto de

carácter - felizmente a mente fechada é algo que

não ocorre o tempo todo mesmo nas mentes

mais susceptíveis. Pelo menos que eu tenha pre-

senciado.

João Coutinho

Página 21

Volume 2 Edição 1 LITERACIA CIENTÍFICA

Page 22: astroPT Jan2012

O Experimento Belle (que realiza colisões entre electrões e positrões) pertercente ao High Energy Accelerator Research Organization (KEK), Japão, descobriu dois novos hadrões, conten-do quarks botton. Estas novas partícu-las têm carga elétrica e pensa-se que sejam hadrões “exóticos” (não-padrão), contendo pelo menos quatro quarks (por exemplo, o protão é constituído por três quarks). Anteriormente, uma série de novos e inesperados hadrões “exóticos” contendo quarks charm e an-ticharm

foram observados. Esta última descoberta demonstra a existência de hadrões exóticos contendo pelo menos qua-tro quarks, num sistema de partículas, incluin-do quarks bottom.

O Experimento Belle descobriu inesperadamente

estas duas novas partículas. Estas partículas,

denominadas Zb, contêm um quark bottom (o

segundo quark mais pesado entre

Página 22

FÍSICA Janeiro 2012

Os novos e pesados Hadrões exóticos

Figure 1. Existing standard hadrons and exotic hadrons. At the B Factory experiment, a series of new exotic mesons containing

charm quarks (c) have been discovered. Unlike these exotic mesons, the newly discovered Zb particles contain bottom quarks (b)

and have an electric charge. If only one bottom quark and one anti-bottom quark ( b ) are contained, the resulting particle is elec-

trically neutral. Thus, the Zb must also contain at least two more quarks (e.g., one up quark (u) and one anti-down quark ( d )).

Credit: PhysOrg

Page 23: astroPT Jan2012

Vida baseada no arsénio?

os conhecidos seis tipos de quarks) e um quark

anti-bottom. Além disso, apresentam carga elétri-

ca e, portanto, pensa-se que tenham mais

dois quarks adicionais (para além dos quark bot-

tom e anti-bottom), ligados entre si, perfazendo

um total de quatro quarks.

Uma grande quantidade de dados foi obtida nas colisões entre o electrão e o positrão, que teve o

valor mais elevado de luminosidade conseguido

até ao momento.

Podem ler mais sobre assunto no PhysOrg.

José Gonçalves

Página 23

Volume 2 Edição 1 FÍSICA / VIDA

Figure 2. Production of Zb in an electron-positron collision. Immediately after being produced, the Zb decays into a bottomo-

nium ( Υ or hb) and a charged pi meson (π±). The bottomonium then decays into a pair of muons (μ±), which are subsequently

measured with a detector.

Lembram-se da notícia revolucionária da desco-berta de vida baseada no arsénio? Relem-brem, aqui. E lembram-se de todas as críticas que se segui-ram? Relembrem, aqui. Um novo estudo, liderado pela conhecida Rosie Redfield, falhou na sua confirmação da experiên-cia anterior da Felisa Wolfe-Simon. A Redfield conclui da sua experiência que: “Their most striking claim was that arsenic had been incorporated into the backbone of DNA, and what we can say is that there is no arsenic in the DNA at all”. Mas a Wolfe-Simon ripostou dizendo que quer ver essas experiências publicadas, após peer-

review, já que o blog da Redfield é insuficiente para retirar conclusões. Entretanto, há algumas diferenças nas expe-riências, que poderão fazer com que a conclusão da Redfield ainda não acabe com todo o debate. Leiam os detalhes na Scientific American. Isto é ciência em movimento. Carlos Oliveira

Page 24: astroPT Jan2012

Página 24

FÍSICA

Mais um passo para a Fusão Nuclear Usando um sistema de aquecimento, os físi-

cos conseguiram pela primeira vez prevenir o

desenvolvimento de instabilidades no plasma, de

uma forma alternativa e eficiente, para o reator de

fusão nuclear do futuro. É um passo importante no

esforço para a construção do reactor ITER.

in PhysOrg

A fusão nuclear é uma tentativa de produzir energia

como acontece no Sol, num reator aqui na Terra. O

gás é aquecido a uma temperatura extremamente

elevada e cria um plasma. Por vezes no plasma, apa-

recem instabilidades e cresce o suficiente para per-

turbar o plasma. O desafio foi reduzir essas instabili-

dades no interior do plasma de modo a que estas

não aumentassem, permitindo ao mesmo tempo o

normal funcionamento do reator .

Os cientistas recorreram à utilização de antenas,

como parte do sistema para aquecer o plasma. As

simulações e os testes demonstraram que esse

aquecimento e supressão de instabilidades é possí-

vel, apontando a radiação ligeramente desviada do

centro do plasma.

Estas melhorias poderão ser implementadas no rea-

tor de fusão nuclear ITER.

Seguir o link para saber mais sobre fusão.

Ver o vídeo aqui.

José Gonçalves

Janeiro 2012

Page 25: astroPT Jan2012

Uma equipa de astrónomos, maioritariamente do Centro de Astrofísica da Universidade do Por-to (CAUP) detetou uma zona com um grande aglomerado de jatos, que indicam um local de intensa formação estelar. O local observado fica na direção da constelação do Cisne, próximo da estrela Deneb.

As estrelas nascem em grandes aglomerados de

gás e poeira, também conhecidos por nebulosas

moleculares. Quando o gás se começa a contrair por efeito da gravidade, nasce uma nova estrela.

No entanto, pouco depois de se acenderem, estas

estrelas jovens (ou protoestrelas) estão ainda escondidas pelo gás e poeira da nebulosa que

lhes deu origem.

Mas as protoestrelas continuam ainda a atrair

material do disco que sobrou em sua volta. Ao

interagir com os fortes campos magnéticos da estrela, a matéria do disco pode ser acelerada até

velocidades supersónicas, e acaba por ser ejetada

pelos polos.

As violentas ondas de choque destes jatos bipola-

res (são emitidos a partir de ambos os polos) com

o meio interestelar acabam por comprimir o gás que o compõe, formando moléculas de hidrogé-

nio, que brilham intensamente na banda do infra-

vermelho. Estes jatos bipolares são por isso autênticos faróis que assinalam a presença de

estrelas recém-nascidas. Na banda do infravermelho, é possível ainda observar “através” das zonas escuras, para ver as estrelas recém-formadas. E com observações levadas a cabo pelo telescópio espa-cial Spitzer (NASA) e pelo telescópio Zeiss de 3,5 metros (Calar Alto), os astrónomos do CAUP dete-taram um imenso aglomerado de jatos e respeti-

vas protoestrelas.

Jorge Grave, um dos investigadores do CAUP envolvidos nesta investigação, comentou: “O que torna esta imagem especial é o facto de nela ver-mos uma concentração de dezenas de jatos numa região relativamente reduzida. Como os jatos são característicos de uma etapa do processo de for-mação estelar, podemos inferir que todas as estrelas responsáveis pela libertação desses jatos estão no mesmo estágio de evolução e provavel-mente ter-se-ão formado simultaneamente.”

Para obter esta imagem foi necessário capturar

toda a enorme nebulosa, o que resultou em

várias centenas de imagens. Estas foram depois analisadas individualmente pela equipa, até final-

mente chegarem a uma imagem de pormenor,

onde os jatos aparecem a verde, enquanto as pro-toestrelas aparecem a vermelho.

Esta imagem é uma composição de 3 filtros, obti-

dos na banda K (Azul) e H2 (verde) pelo telescópio Zeiss de 3,5 metros do observatório de Calar Alto,

e em 8 microns (vermelho) pelo telescópio espa-

cial Spitzer (NASA). Na imagem vêem-se os jatos (a verde) e protoestrelas (a vermelho), na nebulo-

sa molecular na direção da constelação do Cisne. Este texto é uma reprodução do comunicado de imprensa do CAUP. CAUP

Página 25

Volume 2 Edição 1 COSMOLOGIA

Intensa formação estelar na constelação

do Cisne

Page 26: astroPT Jan2012

Página 26

COSMOLOGIA Janeiro 2012

A nova imagem da Nebulosa Ómega,

obtida pelo Very Large Telescope do

ESO (VLT) é uma das imagens mais

nítidas deste objeto, captada a partir

do solo.

A imagem mostra as regiões centrais

cor de rosa e brumosas desta famosa

maternidade de estrelas e revela com

um detalhe extraordinário a paisagem

cósmica composta por nuvens de gás,

poeira e estrelas recém-nascidas.

O gás colorido e a poeira escura da

Nebulosa Ómega servem de matéria

prima na criação da próxima geração

de estrelas. Nesta região particular da

nebulosa, as estrelas mais jovens –

brilhando de forma ofuscante em tons

branco-azulados – iluminam todo o

conjunto. As zonas de poeira da nebu-

losa, semelhantes a brumas, contrastam visivel-

mente com o gás brilhante. As cores vermelhas

dominantes têm origem no hidrogénio, que brilha

sob a influência da intensa radiação ultravioleta

emitida pelas estrelas quentes jovens.

A Nebulosa Ómega tem muitos nomes, depen-

dentes de quem a observou, quando e do que jul-

gou ter visto. Entre esses nomes inclui-se: Nebu-

losa Cisne, Nebulosa Cabeça de Cavalo e ainda

Nebulosa Lagosta. Este objeto foi também catalo-

gado como Messier 17 (M17) e NGC 6618. A

nebulosa situa-se a cerca de 6500 anos-luz de dis-

tância na direção da constelação de Sagitário. Um

alvo bastante popular entre os astrónomos, este

campo de poeira e gás brilhante é uma das mais

jovens e mais ativas maternidades estelares na

Via Láctea, onde nascem estrelas de grande mas-

sa.

Leiam todo o artigo, na página do ESO.

Para ver o vídeo ir aqui.

Carlos Oliveira

O núcleo brumoso e cor de rosa da

Nebulosa Ómega

Page 27: astroPT Jan2012

Página 27

Volume 2 Edição 1 COSMOLOGIA

A Grande Nuvem de Magalhães é uma das galáxias satélites da Via Lác-tea.

Encontra-se a cerca de 160.000 anos-luz de distân-cia. Em luz visível, ela é vis-ta assim (imagem em cima). Em infraverme-lho, ela é vis-ta assim: (imagem à esquerda). Carlos Oliveira

Grande

Nuvem de

Magalhães

Page 28: astroPT Jan2012

Página 28

COSMOLOGIA

Já falamos da Nebulosa da Águia, neste post.

Agora trago a mesma Nebulosa, mas vista em

infravermelho (pelo telescópio Herschel) e em

raios-X (pelo telescópio XMM-Newton).

Carlos Oliveira

Nebulosa da Águia

Janeiro 2012

Page 29: astroPT Jan2012

Página 29

Volume 2 Edição 1 COSMOLOGIA

E a mesma imagem, em vários comprimen-

tos de onda (imagem à direita).

Page 30: astroPT Jan2012

Página 30

SISTEMA SOLAR Janeiro 2012

Ontem, três gigantescas colu-

nas de plasma elevaram-se vio-

lentamente da superfície do

Sol a uma altitude superior a

200 mil quilómetros! O fenó-

meno teve origem numa erup-

ção classe C2 ocorrida na

região activa 1384, agora loca-

lizada além do extremo oeste

do disco solar. O Solar Dyna-

mics Observatory registou toda

a acção numa espectacular

sequência de imagens. Vejam:

o vídeo aqui

A erupção gerou uma ejecção

de massa coronal numa direc-

ção perpendicular à da Terra,

pelo que não deverá provocar

quaisquer efeitos no campo

magnético terrestre.

Sérgio Paulino.

SDO observa três gigantescas proeminências solares

Três grandes proeminências solares no extremo oeste do disco solar. Imagem obtida a 02 de Janeiro de 2012 pelo instrumento

Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory, através do canal de 304 Å (He II). Foi incluída no lado

direito da imagem uma representação da Terra à escala para comparação de dimensões.

Crédito: SDO (NASA)/AIA consortium/NASA (imagem da Terra)/montagem de Sérgio Paulino.

PU

BP

UB

Page 31: astroPT Jan2012

Página 31

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

A sonda Cassini iniciou o ano de 2012 com várias sessões de observação dedicadas à atmos-fera superior de Saturno, com o objectivo principal de estudar a sua opacidade a comprimen-tos de onda particulares na banda do infravermelho próxi-mo. Deixo-vos aqui uma das mais recentes imagens de uma dessas sessões. Imagem: Saturno em cores fal-sas, visto pela sonda Cassini no passado dia 07 de Janeiro de 2012. Foram combinadas neste retrato do planeta três ima-gens obtidas na banda do infra-vermelho próximo, através de filtros sensíveis a diferentes graus de absorção do metano (727 nm, 752 nm e 890 nm). As cores vermelha e laranja cor-respondem a nuvens localiza-das em camadas profundas da atmosfera. As nuvens das camadas intermédias surgem coloridas de amarelo e verde, enquanto que as nuvens mais altas e as camadas de neblina da atmosfera superior surgem

tingidas de azul e branco. Os anéis aparecem coloridos de azul porque se encontram fora da atmosfera (o seu brilho não é afectado pela absorção de luz pelo metano atmosférico).

Crédito: NASA/JPL/Space Scien-ce Institute/composição a cores de Sérgio Paulino. Sérgio Paulino

Saturno em infravermelho

Em 2030, pode ser que veja-mos o AVIATR (Aerial Vehicle for In-situ and Airborne Titan Reconnaissance) a voar pela lua Titã…

Carlos Olivei-ra

AVIATR

Page 32: astroPT Jan2012

Página 32

Adeus Lovejoy !

SISTEMA SOLAR

Conforme foi noticiado aqui pelo Sérgio Paulino, o cometa Lovejoy (designado oficialmente de C/2011 W3) foi descoberto fotograficamente pelo astrónomo amador australiano Terry Lovejoy no dia 27 de Novembro de 2011. Na altura o cometa tinha apenas magnitude 13 e não era de anteci-par o espectáculo que viria a proporcionar um mês depois.

Observações subsequentes, ao longo dos dias

seguintes, permitiram calcular a sua órbita com

precisão cada vez maior e foi com grande surpre-sa que os astrónomos verificaram que se tratava

de um cometa da chamada Família de Kreutz, o

primeiro a ser descoberto a partir da Terra em 40 anos. A Família de Kreutz é constituída por um

conjunto de cometas com órbitas muito seme-lhantes e caracterizadas por terem

distâncias ao Sol no periélio extrema-

mente pequenas. Kreutz, um astró-nomo alemão, notou pela primeira

vez a semelhança entre as órbitas de

vários cometas e propôs que a dita poderia ser explicada se todos esses

cometas fossem fragmentos de um

cometa muito maior cujo núcleo se teria desintegrado numa passagem

pelo periélio, na antiguidade.

Desde o aparecimento do cometa

Ikeya-Seki, em 1965, o mais brilhante do século

XX e talvez o membro mais famoso desta família, foram descobertos vários cometas da família mas

a maioria nem sequer sobreviveu à passagem

pelo periélio. Havia portanto alguma espectativa relativamente ao desempenho do Lovejoy. Foi

assim com natural excitação que a comunidade

astronómica verificou que o cometa sobreviveu à passagem pelo periélio, que teve lugar exacta-

mente no dia 16 de Dezembro de 2011 às 00:17

UTC. Na altura o Lovejoy passou apenas 140 mil quilómetros acima da fotosfera solar. O cometa

foi observado nesta parte da sua órbita por uma

frota sem precedentes de satélites de observação solar: o SDO (Solar Dynamics Observatory), o STE-

Janeiro 2012

O astrónomo amador australiano Terry Lovejoy. Crédito:

Amy e Sarah Lovejoy

20 de Dezembro de 2011, Vello Tabur, Austrália

(21 de Dezembro de 2011, Colin Legg, Austrália

Page 33: astroPT Jan2012

REO (Solar TErrestrial RElations Observatory) e o SOHO (Solar and Heliospheric Observatory). Após a passagem pelo perihélio o cometa passou a ser visível no céu de madrugada, por volta do dia 20 de Dezembro, primeiro a sua cauda projec-tada do horizonte e poucos dias depois também o falso núcleo e a cabeleira. Como é habitual com estes cometas, o espectáculo foi efémero e no final do ano o Lovejoy era já uma sombra do que tinha mostrado apenas uma semana antes, resul-tado do seu rápido afastamento do Sol (e da Ter-ra) a caminho do Sistema Solar exterior. Deixo-vos aqui com algumas imagens deste cometa que para os nosso amigos do hemisfério sul constituiu uma inesperada prenda de Natal. Luís Lopes

Página 33

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

22 de Dezembro de 2011, astronauta Dan Burbank, Estação

Espacial Internacional

23 de Dezembro de 2011, Guillaume Blanchard, Chile

25 de Dezembro de 2011, Dave Liu, Austrália.

Page 34: astroPT Jan2012

Página 34

Regolito sobre basalto

SISTEMA SOLAR

A Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) locali-zou este curioso grupo de crateras na base da antiga cratera Tsiolkovskiy, nos limites dos depósitos basálticos que preenchem o seu interior. Tsiolkovskiy é uma das mais espectaculares crateras de impacto do lado mais distante da Lua. Formada há cerca de 3,5 mil milhões de anos, teve tempo para acumular uma camada significativa de regolito, uma fina poeira resul-tante da meteorização das rochas lunares. Algumas das pequenas crateras que compõem o grupo observado pela LRO apresentam uma estrutura anómala. Ao contrário da forma típi-ca de taça, estas crateras possuem uma base abruptamente plana. Porquê? Estas são provavelmente crateras secundárias formadas por material projectado de um impacto primário próximo. Os impactos secun-

dários ocorrem geralmente a velocida-des muito menores, pelo que dispõem de menos energia para escavar uma cratera. No caso dos exemplares aqui mostrados, os impactos responsáveis pela sua formação não tiveram energia suficiente para pulverizar a camada mais profunda de rocha sólida. A base plana destas crateras representa assim a fronteira entre a camada de basalto intacto e o regolito superficial. Ao medirem a profundidade destas crate-ras, os cientistas conseguem estimar com segurança a profundidade do regolito acumulado em Tsiolkovskiy. Explorem esta e outras regiões vizi-nhas aqui. Sérgio Paulino

Janeiro 2012

Conjunto de pequenas crateras (possivelmente secundárias) localiza-

das no interior da cratera Tsiolkovskiy. Imagem obtida pela sonda

Lunar Reconnaissance Orbiter a 31 de Maio de 2011 (resolução: 61

cm/pixel).

Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

A cratera Tsiolkovskiy vista de uma das janelas do módulo de comando

Endeavour da missão Apollo 15. Tsiolkovskiy tem cerca de 180 km de diâ-

metro e é uma das poucas crateras do lado mais distante da Lua inundadas

por grandes volumes de basalto negro.

Crédito: NASA.

Page 35: astroPT Jan2012

Ontem ao final da tarde, a região activa 1402 pro-

duziu uma fulguração classe-M de longa duração.

A explosão enviou uma ejecção de massa coronal

na direcção da Terra, a uma velocidade de cerca

de 1.100 km.s-1.

De acordo com os analistas do Goddard Space

Weather Laboratory, a densa nuvem de plasma

deverá atingir a magnetosfera terrestre com força

suficiente para produzir uma forte tempestade

geomagnética. O impacto deveráocorrer amanhã,

pelas 22:30 ± 7 horas (hora de Lisboa).

Apesar de improvável, não é de excluir a ocorrên-

cia de auroras a latitudes médias. Por isso, ama-

nhã à noite estejam atentos ao céu, de preferên-

cia num local com pouca ou nenhuma poluição

luminosa.

Ver vídeo aqui.

Sérgio Paulino

Página 35

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

Alerta! Nuvem de plasma a caminho

da Terra!

Ejecção de massa coronal registada ontem pelo coronógrafo LASCO do observatório solar SOHO.

Crédito: LASCO/SOHO Consortium/NRL/ESA/NASA/anotações de Sérgio Paulino.

Page 36: astroPT Jan2012

Página 36

Marte visto pela Rosetta

SISTEMA SOLAR

A ESA disponibilizou (finalmente!) no Planetary Data System todas as ima-gens obtidas nos primeiros quatro anos da missão Rosetta, incluindo tesouros há muito aguardados, recolhidos durante a única assistência gravitacio-nal realizada pela sonda em Marte. Os membros do

fórum UnmannedSpaceflight.com apressaram-se logo a mergulhar na abundância de dados para trazerem a público belíssimos retratos do planeta

nunca antes vistos. Apreciem estas três imagens processadas pelo croata Gordan Ugarkovic. Sérgio Paulino

Janeiro 2012

Marte em cores naturais, fotografado pela sonda Rosetta a 24 de

Fevereiro de 2007, a uma distância de 240.800 km. É possível

ver próximo do centro da imagem a cratera Gale, o futuro local

de amartagem do robot Curiosity.

Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/

INTA/UPM/DASP/IDA/Gordan Ugarkovic.

Fobos em trânsito sobre Marte. Nesta imagem, a pequena lua

paira sobre Syrtis Major Planum, um vasto planalto basáltico

localizado no hemisfério norte de Marte. Imagem obtida pela

sonda Rosetta a 24 de Fevereiro de 2007, a uma distância de

149.700 km.

Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/

INTA/UPM/DASP/IDA/Gordan Ugarkovic.

Outra imagem mostrando Fobos em trânsito sobre Marte, desta vez acompanhada da sua

sombra projectada a oeste sobre Elysium Plani-

tia. Reparem também nas abundantes nuvens

de gelo visíveis em perfil a leste.

Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/

LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA/

Gordan Ugarkovic.

Page 37: astroPT Jan2012

A Roscosmos (Rússia) está em conversações com

a NASA (Estados Unidos) e a ESA (União Europeia)

para futuramente estabelecer uma base lunar

permanente.

“Não queremos que o homem apenas pise a

Lua,” disse Vladimir Popovkin numa entrevista à

estação de rádio Vesti FM.

“Hoje, sabemos o suficiente sobre ela, sabemos

que existe água nas regiões polares” disse, acres-

centando que “estamos a discutir como começar

a exploração [da Lua] com a NASA e a Agên-

cia Espacial Europeia.”

Referiu ainda que existem duas opções: “criar

uma base na Lua ou lançar uma estação que fica-

rá em órbita ao redor desta.”

Fontes: RIA Novosti, via Fox e The New York

Times | space-com | dvice

José Gonçalves

Página 37

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

Troika espacial quer estabelecer-se

na Lua

Crédito: Kagaya

Page 38: astroPT Jan2012

Página 38

Água nos pólos de Vesta?

SISTEMA SOLAR

No interior da Cintura de Aste-róides, região onde Vesta resi-de, a radiação solar é suficien-temente forte para rapidamen-te volatilizar quaisquer depósi-tos superficiais de água ou de outros compostos voláteis. Ao contrário de Mercúrio e da Lua, o gigantesco asteróide também não tem crateras permanente-mente sombrias para suportar a sobrevivência desses com-postos por longos períodos de tempo. O seu eixo de rotação está inclinado cerca de 27,2º (para comparação, o eixo de rotação da Lua tem uma incli-nação de apenas 1,5º), pelo que virtualmente todos os pon-tos da sua superfície recebem

luz solar em algum momento do ano vestiano. Por estes motivos, durante muito tempo, os cientistas consideraram Ves-ta uma das superfícies mais secas do Sistema Solar. Um novo estudo vem agora, no entanto, revelar uma nova e interessante possibilidade. Baseados em imagens recolhi-das pelo telescópio espa-cial Hubble em 1994 e em 1996, os investigadores Timothy Stubbs e Yongli Wang criaram novos modelos para as distribuições globais da irradia-ção e das temperaturas em Vesta. As previsões produzidas pelos modelos mostram que, apesar dos pólos vestianos pas-

sarem por estações (tal como os pólos terrestres), a sua tem-peratura média anual fica abai-xo dos 145 K (equivalente a -128º C), o limiar térmico da sobrevivência do gelo de água nos primeiros metros abaixo da superfície do asteróide. Mais ainda, estas condições esten-dem-se até à latitude de 27º, linha a partir do qual as médias se tornam demasiado elevadas. Os resultados do modelo de Stubbs e Wang terão o seu escrutínio definitivo quando forem analisados os dados recolhidos pela sonda Dawn, no final da sua missão na órbi-ta de Vesta. Serão particular-mente determinantes as obser-

Janeiro 2012

O pólo sul de Vesta fotografado pela sonda Dawn em Setembro de 2011. A região é dominada pela gigantesca bacia de impacto

Rheasilvia.

Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

Page 39: astroPT Jan2012

vações realizadas pelo espectrómetro GRaND, o único equipamento com capacidade para detectar água no regoli-to vestiano. Podem encontrar este trabalho aqui. Sérgio Paulino

Mapa das temperaturas

médias da região do pólo sul

de Vesta (em K) previstas

pelo modelo de Stubbs e

Wang.

Crédito: NASA/GSFC/

UMBC.

Página 39

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

Mapa das temperaturas médias de Vesta (em K) previstas pelo modelo de Stubbs e Wang. A linha cinzenta delimita a estreita

banda em redor do equador em que se torna impossível a presença de gelo de água junto à superfície.

Crédito: NASA/GSFC/UMBC.

Page 40: astroPT Jan2012

Página 40

Terra atingida pela maior tempestade de radiação

solar desde 2005

SISTEMA SOLAR

Está neste momento em activi-dade uma forte tempestade de radiação solar classe S3, a maior desde Maio de 2005. O fenómeno teve origem numa fulguração de longa duração classe M9, com um pico de intensidade por volta das 04:00 (hora de Lisboa). A explosão

produziu ainda uma ejecção de massa coronal que viaja agora no espaço interplanetário a uma velocidade de 2.200 km.s-

1! Segundo os analistas da NOAA, a Terra deverá ser atingida por um dos flancos da nuvem de plasma amanhã, por volta das

14:00 (hora de Lisboa), com intensidade suficiente para produzir uma forte tempestade geomagnética (vermodelo). Esperam-se mais uma vez intensas auroras nos próximos dias.

Sérgio Paulino

Janeiro 2012

Fluxo de protões detectado na órbita da Terra pelo satélite GOES-13.

Crédito: NOAA.

Page 41: astroPT Jan2012

Página 41

Volume 2 Edição 1 SISTEMA SOLAR

Cientista Russo encontra Vida em Vénus ?

Vénus, como toda a gen-te sabe, é um inferno. No entanto, recente-mente Leonid Ksanfoma-liti, após ter analisado fotografias tiradas pela sonda Venera 13 na superfície de Vénus, publicou um estudo em que está convencido que encontrou um «disco», uma «mancha preta», e um «escorpião». Como diz Ksanfomaliti: “Pondo de parte os con-ceitos atuais de que não pode existir vida nas condições de Vénus, vamos audaciosamente sugerir que as caracterís-ticas morfológicas des-ses objetos nos permi-tem dizer que estão vivos”. Podem ler a notícia, em inglês e português.

Ou seja, evidências extraordinárias não existem. O que existe sim é alguém que se lembrou de olhar para umas fotos de fraca qualidade tira-das por uma sonda em 1982, viu umas manchas nas ima-gens, e imaginou que essas manchas são a prova de seres extraterrestres em Vénus. Além disso, a vida em Vénus parece ser semelhante à ter-restre, ou pelo menos é assim

que o cientista Russo a imagi-na. Sinceramente, nem sei que dizer, de tão ridícula que a especulação é. Convido-vos a ler este excelente texto sobre esta notícia.

Termino com o que é a evidên-cia maior do ridículo destas especulações. Esta é uma imagem tirada pela

sonda na superfície de Vénus. A fotografia foi ampliada. Para o cientista Russo, o que se vê na foto é um escorpião em Vénus. Mais palavras para quê? Carlos Oliveira

Page 42: astroPT Jan2012

Página 42

Erupção vulcânica no arquipélago de Al-

Zubair chega ao fim

TERRA

Terminou a erupção vulcânica que em

Dezembro passado fez emergir uma

nova ilha no Mar Vermelho, nas

proximidades da costa do Iémen. Uma

imagem captada este fim-de-semana

pelo satélite Earth Observing-1 mostra

um novo pedaço de terra firme com

cerca de 760 metros de comprimento

por 480 metros de largura, sem

quaisquer indícios de actividade

vulcânica em curso.

Sérgio Paulino

Janeiro 2012

O nascimento de uma ilha no arquipélago de Al-Zubair, no Mar Vermelho. Depois de quatro semanas de

intensa actividade, o novo vulcão parece estar agora adormecido.

Crédito: NASA (montagem de Sérgio Paulino).

PUB

Page 43: astroPT Jan2012

Página 43

Volume 2 Edição 1 TERRA

Navio naufragado Costa Concordia visto do

espaço

O naufrágio do navio Costa Concordia encontra-se já entre os piores desastres marítimos da História. Na passada sexta-feira, o luxuoso navio de cruzeiro italiano colidiu com um banco rochoso ao largo da ilha Giglio, provocando pelo menos 11 mortos. Neste momento, as autoridades locais concentram os seus esforços na busca de 23 pessoas ainda desaparecidas, e na instalação de barreiras flutuantes para

contenção de eventuais fugas de combustível dos depósitos do navio. O local do acidente foi fotografado na passada terça-feira por um dos satélites da empresa americana DigitalGlobe. Aimagem mostra o gigantesco navio inclinado sobre as águas do Mediterrâneo, a cerca de 150 metros da costa de Giglio. Sérgio Paulino

O navio Costa Concordia visto por um dos satélites da DigitalGlobe, quatro dias após o seu naufrá-gio a escassos metros da ilha Giglio, Itália.

Crédito: DigitalGlobe.

Page 44: astroPT Jan2012

Página 44

A propósito de animais estranhos…

TERRA

A propósito deste post e das espécies novas que se vão descobrindo em terras mais ou menos distantes e inacessíveis para a maioria de nós, deixem que vos apresente uma estranha criaturinha que existe bem ao virar da esquina: o urso-de-água!

Não são ursos, mas é certo que vivem na água (ou em locais muito húmidos).

Como podem ver na fotografia, estes estranhos e

crípticos seres que, quando observados numa lupa ou microscópio, têm, como o urso, um corpo

arredondado e roliço. Mas, o verdadeiro motivo

para o nome é a sua forma de locomoção, que se assemelha à do urso, com as devidas diferenças

de escala. Cientificamente são chamados de tardígrados, nome que deriva das palavras em latim tardus (lento) e gradus(passo). Estes minúsculos seres, com cerca de 1 mm, têm o corpo em forma de barril, quatro pares de patas, “pés” com 4 a 8 garras e alimentam-se maioritariamente de matéria vegetal. Têm diferentes estratégias reprodutivas e os seus ovos podem ter belas ornamentações.

Não são insetos (como as moscas, abelhas ou escaravelhos), nem crustáceos (como os camarões, caranguejos e lagostas), nem aracnídeos (como as aranhas e escorpiões)! São mesmo um filo completamente independente de invertebrados!

Existem mais de 1000 espécies ursos-de-água e são considerados dos animais mais resistentes da Terra, tendo sido encontrados desde os Himalaias até às profundezas do mar. Quando em condições adversas, podem entrar num estado de desidratação e dormência extremos e, deste modo, resistir a temperaturas extremamente baixas ou altas (de -200ºC a 150ºC), 1000 vezes mais radiação que outro animal e sobreviver quase uma década sem água!

Os leitores mais astronómicos deste blog possivelmente já ouviram alguma referência a

estes seres, já que eles podem até resistir ao vácuo do espaço e, em Maio de 2011, foram passageiros na última viajem do vai-vem espacialEndeavour, como parte do projeto BIOKIS patrocinando pela Agência Espacial Italiana.

Quem sabe que surpresas ainda nos hão-de revelar estas criaturinhas?

Diana Barbosa

Janeiro 2012

Ursos-de-água (Tardígrados)

Page 45: astroPT Jan2012

Página 45

Volume 2 Edição 1 TERRA

A NASA celebrou o Dia da Lembrança, que é uma ocasião para homenagear os 17 astronautas que morreram na exploração espacial.

Os astronautas da Apollo 1 (Virgil I. “Gus” Grissom, Edward H. White II,

Roger B. Chaffee) morreram a 27 de Janeiro de 1967. (em cima) Os astronautas do Challenger (Ellison Onizuka, Michael Smith, Christa McAuliffe, Dick Scobee, Gregory Jar-vis, Judith Resnick, Ronald McNair)

morreram a 28 de Janeiro de 1986. (em cima) Os astronautas do Columbia (David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William McCool, Ilan Ramon) morre-ram a 1 de Fevereiro de 2003. (em baixo) Carlos Oliveira

Dia da Lembrança

Page 46: astroPT Jan2012

Durante o 219º Encontro da American Astronomi-

cal Society (AAS), a decorrer de 8 a 12 de Janeiro

em Austin no Texas, foram apresentadas mais descobertas notáveis com base em dados da mis-

são Kepler. A primeira novidade importante consiste na des-coberta de mais dois planetas circumbinários, isto é, planetas que orbitam um sistema formado por duas estrelas. O Kepler tinha já descoberto um sistema com estas características, oKepler-16, cujo planeta foi afectuosamente apelidado de “Tatooine” pela equipa da missão. A descoberta, publicada no número da revista Nature de hoje, mostra que este tipo de sistemas é afinal comum na nossa galáxia e demonstra que os sistemas binários, outrora considerados um ambiente hos-til para a formação de planetas, constituem afinal um território fértil para a exploração planetária.

Os novos planetas, designados de Kepler-34b e Kepler-35b, são ambos gigantes de gás, compará-veis a Saturno, com massas de 70 e 40 vezes a da Terra (Saturno = 95 vezes) e com raios de 8.6 e 8.2 vezes o da Terra (Saturno = 9.4 vezes), respec-tivamente. O primeiro orbita o sistema binário com um período de 289 dias ao passo que as estrelas, no centro do sistema, efectuam uma órbita completa em 28 dias apenas. Os eclipses permitem a medição muito precisa dos raios não só do planeta mas também das duas estrelas. O sistema Kepler-34 (também KOI-2459) situa-se a uma distância estimada de 4900 anos-luz. O Kepler-35b, por sua vez, orbita um sistema biná-rio com um período de 131 dias. As estrelas, com 80% e 89% da massa do Sol, orbitam em torno do seu centro de gravidade comum em apenas 21 dias e também se eclipsam mutuamente. O siste-ma Kepler-35 (também KOI-2937) situa-se a cerca de 5400 anos-luz. A segunda novidade do dia foi a descoberta de

um sistema planetário em miniatura em torno de uma pequena anã vermelha, também no campo do telescópio Kepler mas a uma distância de ape-nas 130 anos-luz. O sistema, designado de KOI-961, é absolutamente incrível, com uma dimen-são semelhante ao sistema formado por Júpiter e as suas luas galileanas. Os planetas têm apenas 78%, 73% e 57% do raio da Terra e os trânsitos, apesar da precisão do Kepler, só foram detecta-dos porque a estrela hospedeira é muito peque-na, apenas 70% maior do que Júpiter. Ainda não foi possível calcular a massa dos planetas mas o seu tamanho sugere que sejam planetas do tipo terrestre. O mais pequeno destes planetas, com 57% do raio da Terra, é sensivelmente do tama-nho de Marte. A descoberta foi feita por uma equipa do Califor-nia Institute of Technology que usou dados dispo-nibilizados ao público pela equipa da missão Kepler complementados com observações realiza-das nos observatórios do Monte Palomar, na Cali-fórnia, e Keck, no Hawaii. Segundo John Johnson, um dos investigadores envolvidos neste estudo: “este é o mais pequeno sistema planetário desco-berto até à data. É mais semelhante a Júpiter e às suas luas [AstroPT:galileanas] em escala do que qualquer outro sistema descoberto e demonstra a diversidade de sistemas planetários existentes na nossa galáxia”.

Representação artística do sistema Kepler-35. Crédi-

to: Lynnette Cook

Página 46

Novidades da Missão Kepler Anunciadas em

Conferência da AAS

EXOPLANETAS Janeiro 2012

Page 47: astroPT Jan2012

Página 47

Volume 2 Edição 1 EXOPLANETAS

A existência deste sistema tem implicações

importantes pois as anãs vermelhas são de longe o tipo mais comum de estrela na nossa galáxia.

Phil Muirhead, o primeiro autor do estudo, resu-

miu a importância desta descoberta quando afir-mou: “sistemas como este poderão ser ubíquos

no Universo”. Podem ver as duas notícias aqui e aqui. Luís Lopes

(Imagem à direi-ta: A escala do sistema KOI-961 comparada com a do sistema for-mado por Júpi-ter e as suas luas galileanas. Crédito: Caltech)

Representação artística do sistema KOI-961. Os planetas representados são, por ordem crescente da distância à estrela: KOI-

961.02, KOI-961.01 e KOI-961.03. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Os tamanhos dos planetas do sistema KOI-961 comparados com os de Marte, da Terra e dos planetas Kepler-20e e Kepler-20f.

Crédito: NASA/JPL-Caltech

Page 48: astroPT Jan2012

Página 48

EXOPLANETAS

Conhecemos as cores

do pôr-do-sol na Ter-

ra e em Marte. Mas

já imaginaram um

pôr-do-sol num dos

distantes mundos

recentemente desco-

bertos fora do Siste-

ma Solar?

Embora seja ainda

impossível observar

directamente estes

fenómenos, os cien-

tistas conhecem sufi-

cientemente bem a

composição da

atmosfera de alguns

exoplanetas e o

espectro das respectivas estrelas para os pode-

rem reproduzir com algum rigor. Frédéric Pont,

um astrofísico da Universidade de Exeter, espe-

cialista no estudo de atmosferas exoplanetárias,

usou recentemente os dados científicos disponí-

veis do sistema planetário HD209458 para cons-

truiruma imagem de um pôr-do-sol no gigante

gasoso HD209458b.

A imagem mostra um pôr-do-sol verdadeiramen-

te extraterrestre. Apesar de HD209458 ser uma

estrela semelhante ao Sol, existe sódio neutro

suficiente na atmosfera do seu companheiro pla-

netário para que a luz vermelha seja removida de

forma eficaz. Nas camadas mais profundas da

atmosfera, a luz azul é dispersa da mesma forma

que na Terra, pelo que a estrela adquire uma

estranha coloração esverdeada junto ao horizon-

te. Por fim, como a estrela se encontra a apenas 7

milhões de quilómetros de distância, aparenta um

tamanho muito superior ao do Sol quando obser-

vado a partir do nosso planeta. Como resultado, o

disco estelar de HD209458 não se limita a apenas

uma camada atmosférica (como acontece na Ter-

ra). Em vez de mudar de cor à medida que se

move em direcção ao horizonte, exibe as várias

tonalidades descritas em cima em simultâneo!

HD209458b foi o primeiro exoplaneta a ser desco-

berto pelo método dos trânsitos. Podem ler mais

sobre este curioso mundo aqui.

Sérgio Paulino

Janeiro 2012

Pôr-do-sol num mundo distante

Representação artística de um ocaso visto 10 mil quilómetros acima de HD209458b. Reconstrução fiel ao que seria observado pelo olho humano, realizada a partir de espec-tros de transmissão obtidos pelo espectrómetro STIS do telescópio espacial Hubble.

Crédito: Frédéric Pont.

Page 49: astroPT Jan2012

Página 49

Volume 2 Edição 1 ASTRONAÚTICA

A imagem acima, obtida com a Advanced Camera

for Surveys (ACS) do telescópio Hubble, em 2008,

pela equipa de Paul Kalas, tornou-se um

dos ícones da astronomia moderna. O pequeno

ponto assinalado na imagem, em órbita de Foma-

lhaut, a estrela Alfa da constelação do Peixe Aus-

tral, parecia nessa altura ser um exoplaneta, um

dos primeiros a ser fotografados directamente.

Nos meses e anos que se seguiram, no entanto, o

mistério adensou-se. Apesar de ter sido fotogra-

fado de novo pelo Hubble, com a nova Wide Field

Camera (WFC3), a órbita deduzida a partir das

posições observadas nas imagens era difícil de

explicar e incompatível com o bordo bem defini-

do da zona interior do anel de poeiras que circun-

da Fomalhaut, o qual deveria resultar da influên-

cia gravitacional do presumido planeta.

Hoje, uma equipa de astrónomos liderada por

Markus Janson da Universidade de Princeton,

publicou um artigo que lança ainda mais dúvidas

sobre a natureza planetária do objecto fotografa-

do. As imagens originais do Hubble tinham sido

realizadas no visível e no infravermelho próximo,

entre os 600 e 800 nanometros. A equipa deduziu

que, a tratar-se de um planeta gigante ainda em

formação (Fomalhaut é uma estrela muito

jovem), deveria emitir uma quantidade considerá-

vel de radiação no infravermelho e por isso opta-

ram por observar o sistema com o telescópio Spit-

zer, no comprimento de onda de 4.5 micrometros

(4500 nanometros). Para conseguir realizar este

feito difícil a equipa teve de inventar uma nova

técnica de subtracção de imagens que permitiu

aumentar o contraste e a resolução espacial das

imagens obtidas pelo Spitzer. O resultado pode

ser visto na figura que se segue.

À esquerda vê-se a imagem obtida pelo Spitzer,

com a seta 1 marcando o local onde deveria ser

detectado o objecto fotografado com o Hubble. À

direita, à imagem obtida com o Spitzer foi adicio-

nada artificialmente uma fonte pontual (seta 1 de

novo), representando o que deveria ter sido

observado pelo Spitzer caso o planeta gigante

realmente existisse. A seta 2 aponta para uma

fonte de radiação nova, potencialmente interes-

sante, mas cuja natureza não foi possível ainda

determinar.

O artigo apresenta um conjunto de possíveis

explicações para os resultados obtidos mas é cla-

ramente desfavorável à tese de que o objecto

detectado com o Hubble é um planeta gigante.

Segundo os autores, a explicação mais plausível

para as observações consiste na dispersão de luz

da estrela na direcção da Terra por uma nuvem

de poeira semi-transparente, possivelmente tran-

siente.

Luís Lopes

Fomalhaut b Não Existe?

Page 50: astroPT Jan2012

Página 50

EXOPLANETAS

A equipa da missão Kepler acaba de anunciar a

descoberta de 11 novos sistemas planetários,

num total de 26 novos planetas e vários outros

ainda por confirmar. A imagem inicial deste artigo

mostra a “foto de família” destes sistemas, do

Kepler-23 ao -33. Cada sistema novo corresponde

a uma coluna, com os planetas confirmados

representados a verde e com nomes oficiais do

tipo Kepler-#b, -#c, -#d, etc. Os outros possíveis

planetas estão coloridos a violeta e têm ainda

apenas denominações temporárias do tipo KOI-

#.# (KOI = Kepler Object of Interest, os números

referem-se a um catálogo interno da equipa). Os

planetas têm raios entre 1.5 vezes e 14.4 vezes o

da Terra (Júpiter = 11.2 vezes o raio da Terra),

tendo 15 deles raios inferiores a Neptuno. Podem

comparar os tamanhos dos planetas agora desco-

bertos com os planetas do Sistema Solar (a azul) e

os planetas em sistemas múltiplos anteriormente

descobertos pelo Kepler (a vermelho) na imagem

Janeiro 2012

Mais 11 Sistemas Planetários Descobertos pelo Kepler

Os 11 novos sistemas planetários descobertos pelo Kepler. Crédito: NASA Ames/Jason Steffen, Fermilab Center for Particle

Astrophysics

Crédito: NASA Ames/Jason Steffen, Fermilab Center for Particle Astrophysics

Page 51: astroPT Jan2012

Página 51

Volume 2 Edição 1 ASTRONAÚTICA

seguinte. (imagem ao fundo pág. anterior)

Os sistemas têm entre 2 a 5 planetas confirmados

cujos períodos orbitais variam entre os 6 e os 143

dias. Estamos portanto a falar de planetas que

orbitam as respectivas estrelas hospedeiras a

uma distância inferior à de Vénus ao Sol. Em siste-

mas com uma configuração tão compacta, a

atracção gravitacional mútua entre os planetas

provoca acelerações e desacelerações nos movi-

mentos orbitais. Como resultado, os planetas dei-

xam de realizar os seus trânsitos pela estrela pon-

tualmente quando vistos a partir da Terra. Umas

vezes chegam atrasados, outras adiantados. Este

efeito é designado de Variação na Periodicidade

dos Trânsitos (Transit Timing Variations ou TTV).

A amplitude do efeito para cada planeta é uma

função complexa das configurações orbitais dos

planetas e, em especial, das suas massas. Por

outras palavras, a observação deste efeito num

sistema múltiplo durante um intervalo de tempo

suficiente permite deduzir as massas individuais

dos planetas, sem recurso a outras técnicas como

a velocidade radial. Esta técnica tem ainda a van-

tagem de permitir a determinação da massa de

planetas semelhantes à Terra ou mesmo menos

maciços, algo impraticável actualmente com

outras técnicas. Esta foi a técnica utilizada para

confirmar os planetas nos 11 sistemas agora des-

cobertos e estimar (até agora pelo menos) um

limite máximo para a sua massa. Vejam este

vídeo que ilustra a técnica melhor do que eu

jamais conseguirei por palavras.

Outra descoberta interessante está relacionada

com a estabilidade gravitacional dos sistemas.

Afinal de contas, ter vários planetas a orbitar uma

estrela a tão pouca distância não parece muito

saudável. Mais tarde ou mais cedo, uma aproxi-

mação menos prudente entre dois planetas pode

provocar a ejecção de um deles do sistema ou

obrigar à reconfiguração radical do mesmo. Ora, a

equipa da missão Kepler descobriu que em vários

destes sistemas existem “configurações ressonan-

tes”. Isto quer dizer que os períodos orbitais dos

planetas estão relacionados entre si pela razão

entre dois números inteiros pequenos. Por exem-

plo, nos sistemas Kepler-25, -27, -30, -31 e -33,

existem pares de planetas nos quais o planeta

interior orbita a estrela duas vezes por cada órbi-

ta completa do planeta mais exterior. Estas resso-

nâncias são do tipo 1:2 (1 órbita do planeta exte-

rior por 2 órbitas do planeta interior). Noutros

quatro sistemas, Kepler-23, -24, -28 e -32, exis-

tem pares de planetas em que o planeta mais

interior realiza 3 órbitas no mesmo tempo que

demora o mais exterior a realizar 2 órbitas. Tra-

tam-se de ressonâncias de tipo 2:3. No nosso sis-

tema solar, é uma ressonância deste último tipo

que estabiliza a interacção entre Neptuno e Plu-

tão, apesar da órbita deste último intersectar a de

Neptuno. A ressonância orbital impede a colisão

dos planetas a longo prazo. Da mesma forma, as

ressonâncias descobertas pela equipa da missão

Kepler têm provavelmente um papel fundamental

na estabilização destes sistemas planetários tão

compactos.

Os quatro artigos descrevendo estas descobertas

foram publicados na reputada revista Astrophysi-

cal Journal. Podem ler a notícia em

inglês aqui e aqui, e ver mais informação sobre os

planetas e respectivas estrelas hospedeiras aqui.

Veja o vídeo aqui.

Luís Lopes

Page 52: astroPT Jan2012

Página 52

EXOPLANETAS

Ao analisarem a estrela 1SWASP J140747.93-394542.6, astrónomos descobriram que ela

deverá ter um objeto de menor massa a orbitá

-la, e esse objecto (anã castanha? planeta?) deverá ter um sistema de anéis ao seu redor.

O professor Eric Mamajek disse: “This marks

the first time astronomers have detected an extrasolar ring system transiting a Sun-like

star, and the first system of discrete, thin, dust

rings detected around a very low-mass object outside of our solar system”.

Leiam em inglês, aqui e aqui.

Carlos Oliveira

Janeiro 2012

Anéis Distantes

Page 53: astroPT Jan2012

Página 53

Volume 2 Edição 1 ASTRONAÚTICA

Ano Novo, China…?

Desde que a

China publi-

cou o

seu Livro

Branco das

actividades

espaciais no

passado

dia 29 de

Dezem-

bro, que

no que

diz res-

peito ao espaço as coisas não poderiam estar

mais animadas. Até porque no Livro Branco é

apresentado um plano de 5 anos para o pro-

grama espacial chinês que passará por pôr

um homem na Lua, vai lançar laboratórios

espaciais e fazer preparativos tecnológios

para uma estação espacial.Teremos uma cor-

rida espacial em breve? Ou a Rússia com os desai-

res dos últimos lançamentos e

o problema da dívida america-

na e europeia farão com que a

China brilhe sozinha no Espaço

no século XXI?

O editorial do Washington

Times de 2 de Janeiro aborda

de uma forma interessante

este plano chinês afirmando

que a próxima corrida espacial

será entre os EUA e a China,

sendo que se prevê a China

como vencedor. O empreen-

dorismo espacial chinês contrasta com a falta de

liderança por Barack Obama que ao contrário de

Kennedy em 1961 não conseguiu criar um com-

promisso com a América para que a NASA de fac-

to continuasse na vanguarda da exploração espa-

cial.

Pelo contrário, para o Partido Comunista Chinês,

o programa espacial é visto como sendo um fac-

tor critico no progresso económico e

realização nacional. A China está a auto-

comprometer-se para levar mais longe

os voos tripulados e de fazer grandes

avanços tecnológicos, criando uma fun-

dação para o futuro dos seres humanos

no Espaço!

Enquanto não temos as respostas que

tanto ansiamos, deixo-vos uma sugestão

de leitura: Asia Space Race de James

Clay Moltz da Naval Postgraduate

School.

Vera Gomes

Page 54: astroPT Jan2012

Página 54

ASTRONÁUTICA

Com um calendário de lançamentos que mostra

mais de 20 lançamentos previstos para 2012, a

China levou a cabo o primeiro lançamento orbital

do corrente ano às 0317UTC do dia 9 de Janeiro

colocando em órbita o satélite de observação da

Terra ZY-3 ZiYuan-3. O lançamento foi levado a

cabo por um foguetão Chang Zheng-4B a partir da

Plataforma de Lançamento LC9 do Centro de Lan-

çamento de Satélites de Taiyuan, província de

Shanxi.

O ZiYuan-3 é o primeiro de uma nova série de

satélite civis de detecção remota de alta-

resolução. O novo satélite transporta câmaras

pancromáticas de alta-resolução e um sistema de

observação infravermelhos multiespectral, com

as câmaras a estarem posicionadas na parte fron-

tal, inferior e posterior do satélite.

O ZiYuan-3 orbita a Terra a uma altitude média de

500 km e com uma inclinação de 97,48º. O satéli-

te tem uma massa de 2.630 kg.

Juntamente com o ZiYuan-3 foi lançado o peque-

no satélite luxembusguês VesselSat-2 com uma

massa de 28 kg. O Vesselsat-2 foi construído pela

LuxSpace SARL, uma filial da OHB AG e será inte-

grado na constelação Next Generation (OG2) da

ORBCOMM. A órbita específica dos satélites Ves-

selsat irá permitir uma monitorização e vigiçência

dos navios nas regiões equatoriais com uma fre-

quência de visita muito maior do que com plata-

formas em órbita polar.

Rui Barbosa

Primeiro lançamento orbital de

2012

Janeiro 2012

Page 55: astroPT Jan2012

Progress M-14M a caminho da ISS

Página 55

Volume 2 Edição 1 ASTRONÁUTICA

Marcha para a Lua

O Centro Espacial Johnson da NASA e a School of Earth and Space Exploration, inauguraram a 6 de Janeiro o Project Gemini Online Digital Archi-ve que contém as primeiras cópias a de alta-resolução dos filmes de voo originais das missões

Gemini, que estão agora disponíveis em vários formatos.

Imagem: NASA Rui Barbosa

A agência espacial federal rus-sa levou a cabo o lançamento do veículo de carga Progress M-14M às 2306:40UTC do dia 25 de Janeiro de 2012 a partir da Plataforma de Lançamento PU-5 do Complexo de Lançamento LC1 do Cosmódromo de Baiko-nur, Cazaquistão, utilizando um foguetão Soyuz-U. Esta é a mis-são ISS-46P no âmbito do pro-grama da estação espacial internacional. O Progress M-14M entrou em órbita terrestre pelas 2316UTC, com os painéis solares e as

antenas de comunicação e navegação a abrirem sem problemas. A bordo do veículo segue uma carga com uma massa de 2.669 kg contendo água, ar, oxigénio, alimentos, experiências científicas e equipamento para os mem-bros da tripulação da Expe-dição 30 na ISS. A acoplagem com o módulo Pirs deverá ter lugar pelas 2217UTC do dia 29 de Janei-ro de 2012. Rui Barbosa

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Page 56: astroPT Jan2012

Página 56

ASTRONÁUTICA

Com um segundo lançamento

orbital em menos de uma

semana, a China colocou em órbita o satélite meteorológico

geostacionário FY-2F FengYun-

2F (também designado Feng-Yun-2-07). O lançamento teve

lugar às 0056:04UTC do dia 13

de Janeiro de 2011 e foi levado a cabo pelo foguetão CZ-3A

Chang Zheng-3A (Y22) a partir

da Plataforma de Lançamento LC3 do Centro de Lançamento

de Satélites de Xichang, provín-

cia de Sichuan.

Os satélites FengYun-2 são

desenvolvidos pela Academia

de Tecnologia de Voo Espacial

de Xangai e pela Academia de

Tecnologia Espacial da China.

De forma geral, estes satélites

são estabilizados por rotação

em torno do seu eixo longitudi-

nal, tendo uma forma cilindrica

com uma massa total de 1.369

kg no lançamento e 536 kg em

órbita.

Rui Barbosa

China lança satélite

meteorológico no segundo

lançamento de 2012

Janeiro 2012

Page 57: astroPT Jan2012

Página 57

Volume 2 Edição 1 ASTRONÁUTICA

ISS executa manobra evasiva

A estação espacial internacional levou a

cabo com sucesso uma manobra evasiva

para se afastar de um fragmento do saté-lite de comunicações Iridium-33.

Os serviços balísticos do Centro de Con-

trolo de Korolev, Moscovo, informaram que a manobra teve lugar às 1610UTC e

que os motores do módulo Zvezda foram

accionados por 54 segundos com uma taxa de incremento de velocidade de

0,85 m/s. Em resultado, a altitude orbital

média da ISS aumentou em 1,5 km para os 391,4 km. Anteriormente estava prevista uma correcção de altitude para o dia 18 de Janeiro devido ao atrito com a atmosfera terrestre e consequente perda

de altitude. Com a manobra de hoje, a manobra do dia 18 deixa de ser necessária. Rui Barbosa

Fobos-Grunt reentra a 15 de Janeiro

A agência espacial federal russa Roscosmos actua-

lizou a informação relativa à reentrada da sonda

Fobos-Grunt. A sonda encontra-se numa órbita com um apogeu a 174,2 km de altitude, perigeu a

149,7 km de altitude, inclinação orbital de 51,44º

e período orbital de 87,57 minutos.

A reentrada da sonda poderá ocorrer nos dias 15

ou 16 de Janeiro, sendo mais provável que acon-

teça às 1751UTC do dia 15 de Janeiro sobre a cos-ta do Pacífico da América do Sul. Entretanto, o observador amador Harro Zimmer prevês a reentrada da Fobos-Grunt às 1705UTC (+/- 3 horas) do dia 15 de Janeiro, ocorrendo a 42,80°N – 119,90°E .

Imagem: Roscosmos Rui Barbosa

Page 58: astroPT Jan2012

astroPT

Está disponível no sítio da NASA o Guia de Referência da Estação espacial Internacional (em Inglês).

Destaco a página 21 onde pode-

mos encontrar o Guia das Expe-riências realizadas na ISS.

Para ler e divulgar.

José Gonçalves

Guia de Referência da ISS

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O astroPT, até ao dia 30 do mês de janeiro, obteve: mais de 102000 visi-tas.

A APOD de hoje traz-nos a constelação de ORION no céu das

Ilhas Canárias, numa astrofotografia feita pelo conhecido Juan

Carlos Casado.

Carlos Oliveira

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