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Almeida Garre A obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garre, ape- sar de ter sido escrita no século XIX, retrata a vida da família de D. Madalena de Vilhena nos inícios do século XVII. Neste texto dramáco, D. João de Portugal, casado com D. Madalena, é dado como morto na batalha de Alcácer Quibir. Após sete anos sem nocias so- bre o paradeiro do seu marido, D. Madalena acaba por se casar com Manuel de Sousa Counho, de quem vem a ter uma filha, Maria, que, apesar de frágil, é muito perspicaz e intuiva. Ela é criada pe- lo ango e fiel escudeiro de D. João, Telmo. Esta personagem não deixa morrer a memória do seu amo, pois acredita que ele não morreu na batalha e que irá aparecer, mais cedo ou mais tarde. Desta forma, a mãe de Maria vive atormentada com a hipótese do regresso do seu primeiro marido. Esse senmento agrava-se quando Manuel Counho decide que a sua família tem que se mudar para o palácio de D. João, depois de ele incendiar a casa onde vivem. Ateando fogo à sua própria residên- cia, o segundo marido de D. Madalena impede que os governadores espanhóis se refugiem lá. As- sim, Manuel Counho demonstrou o seu patrios- mo. Poucos dias depois da mudança, a vida destas personagens mudou radicalmente num curto perí- odo de tempo, devido ao aparecimento de um Ro- meiro. Quem será este peregrino desconhecido? Ao longo da obra, temos vários fatores que aler- tam o leitor para o desfecho trágico. Um deles é o espaço sico. Do ato I para o ato II, os cenários vão -se tornando mais pequenos, fechados, escuros e melancólicos, anunciando desgraça. Além disso, o número treze é considerado azarento. Sendo esta a idade de Maria, isto pode indicar que algo de mau lhe vai acontecer. No decorrer dos três atos, a glória do passado e a aceitação passiva do desno são caracteríscas evidenciadas. Estas levam-nos a refler na impor- tância do passado para o nosso futuro e, assim, obrigam-nos a ter consciência dos nossos atos pa- ra que não vivamos preocupados, tal como D. Ma- dalena. A presente reflexão foi uma das muitas que este texto nos suscitou. Para finalizar, podemos concluir que Frei Luís de Sousa nos permite pensar na situação nacional nos fins do século XVI. Para além disso, possibilita inúmeras reflexões úteis. É por isso que recomen- damos vivamente esta obra. Beatriz do Patrocnio Lázaro, 12.º B Maria João Jerónimo Saraiva, 12.º B Ilustração: Ivo Fernandes ,11.ºC

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Page 1: Associação de Pais do Agrupamento Latino Coelho - Almeida … · 2019-01-20 · A obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, ape-sar de ter sido escrita no século XIX, retrata

Almeida Garrett

A obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, ape-sar de ter sido escrita no século XIX, retrata a vida da família de D. Madalena de Vilhena nos inícios do século XVII.

Neste texto dramático, D. João de Portugal, casado com D. Madalena, é dado como morto na batalha de Alcácer Quibir. Após sete anos sem notícias so-bre o paradeiro do seu marido, D. Madalena acaba por se casar com Manuel de Sousa Coutinho, de quem vem a ter uma filha, Maria, que, apesar de frágil, é muito perspicaz e intuitiva. Ela é criada pe-lo antigo e fiel escudeiro de D. João, Telmo. Esta personagem não deixa morrer a memória do seu amo, pois acredita que ele não morreu na batalha e que irá aparecer, mais cedo ou mais tarde. Desta forma, a mãe de Maria vive atormentada com a hipótese do regresso do seu primeiro marido. Esse sentimento agrava-se quando Manuel Coutinho decide que a sua família tem que se mudar para o palácio de D. João, depois de ele incendiar a casa onde vivem. Ateando fogo à sua própria residên-cia, o segundo marido de D. Madalena impede que os governadores espanhóis se refugiem lá. As-sim, Manuel Coutinho demonstrou o seu patriotis-mo. Poucos dias depois da mudança, a vida destas personagens mudou radicalmente num curto perí-odo de tempo, devido ao aparecimento de um Ro-meiro. Quem será este peregrino desconhecido?

Ao longo da obra, temos vários fatores que aler-tam o leitor para o desfecho trágico. Um deles é o espaço físico. Do ato I para o ato II, os cenários vão-se tornando mais pequenos, fechados, escuros e melancólicos, anunciando desgraça. Além disso, o número treze é considerado azarento. Sendo esta a idade de Maria, isto pode indicar que algo de mau lhe vai acontecer.

No decorrer dos três atos, a glória do passado e a aceitação passiva do destino são características evidenciadas. Estas levam-nos a refletir na impor-tância do passado para o nosso futuro e, assim, obrigam-nos a ter consciência dos nossos atos pa-ra que não vivamos preocupados, tal como D. Ma-dalena. A presente reflexão foi uma das muitas que este texto nos suscitou.

Para finalizar, podemos concluir que Frei Luís de Sousa nos permite pensar na situação nacional nos fins do século XVI. Para além disso, possibilita inúmeras reflexões úteis. É por isso que recomen-damos vivamente esta obra.

Beatriz do Patrocnio Lázaro, 12.º B

Maria João Jerónimo Saraiva, 12.º B

Ilustração: Ivo Fernandes ,11.ºC