associação completa 3 décadas quando a seca bate À porta

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IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT ANO 27 EDIÇÃO 157 ISSN 0102-9401 Leia também: CONGRESSO E EXPOSIÇÃO 29 o Congresso, 3 o Semase e Expoman batem recordes de público e de conteúdo GESTÃO Embraer aplica inteligência artificial na manutenção de aeronaves Terceirização do tratamento de água e efluentes se fortalece como uma alternativa real, sustentável e economicamente viável QUANDO A SECA BATE À PORTA ABRAMAN 30 ANOS Associação completa 3 décadas de inovação e prestação de serviços

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IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

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IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

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ISS N 0102- 94 01

Leia também:

CONGRESSO E EXPOSIÇÃO29o Congresso, 3o Semase e Expoman batem recordes de público e de conteúdo

GESTÃOEmbraer aplica inteligência artificial na manutenção de aeronaves

Terceirização do tratamento de água e efluentes se fortalece como uma alternativa real, sustentável e economicamente viável

QUANDO A SECA BATE À PORTA

ABRAMAN 30 ANOSAssociação

completa 3 décadas de inovação e

prestação de serviços

2 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

Metso, Av. Independência, 2500 • CEP 18087-101 • Éden • Sorocaba-SP • Tel.: +55 15 2102-9700 • www.metso.com.br

Serviços que excedem às expectativasA Metso, tem investido fortemente na expansão de suas operações para atender às crescentes necessidades industriais de seus clientes. No Brasil, a empresa vem investindo em infraestrutura e equipamentos que permitem oferecer a seus clientes em toda a América do Sul melhor atendimento, rapidez e competitividade, especialmente com o apoio de uma rede mundial de especialistas em automação.

Com décadas de experiência e profundo conhecimento nas indústrias de processos, os profissionais da Metso sabem como entregar um melhor desempenho do processo, melhoria da produtividade, maior disponibilidade, uma manutenção eficaz e melhoria da segurança.

Além da sede em Sorocaba - SP, a Metso possui centros de serviços em Aracruz- ES e Guaíba - RS, todas próximas de seus clientes.

Soluções de serviços

inovadoras em automação

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Palavra do Presidente

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

João RicaRdo BaRusso LafRaia, presidente da ABRAMAN

I niciamos as comemorações do 30o Aniversário da Abraman. A data cor-responde a um marco na nossa história enquanto Associação, pois re-flete o momento de absoluto amadurecimento da nossa atividade. Saí-

mos, há 30 anos, de uma função meramente secundária para uma posição estratégica, com reflexos diretos na operação e no resultado de empresas de todos os setores.

O IAM (Institute of Asset Management) define Gestão de Ativos como sendo a ação coordenada de uma organização para realizar valor com seus ativos. A Gestão de Ativos reúne boas práticas que podem ser utilizadas pelas organizações que desejam alcançar um resultado sustentável em seu processo de controle dos ativos. Os profissionais ligados a essa atividade ganham relevância ao se especializarem e promovê-la, mostrando ao board das companhias a importância de se adotar e estabelecer a gestão de ativos como prática sine qua non.

O lançamento da ISO 55000 deve contribuir para o avanço da Gestão de Ativos como ferramenta capaz de reduzir custos, aumentar a produtividade e, obviamente, melhorar os resultados corporativos.

Em 1984, ano de fundação da Abraman, nossos líderes tinham o objetivo de estruturar o desenvolvimento de novas atividades. Hoje, comemoramos essa conquista com a certeza de que, apesar de ainda haver um longo ca-minho a ser trilhado, talvez uma trilha infinita, estamos na direção correta e alinhados com as mais novas tendências globais.

Desejo a todos um excelente 2015, repleto de grandes realizações, bons negócios e, principalmente, que nos permita evidenciar o diferencial da Manutenção e Gestão de Ativos para todos os setores econômicos.

Boa leitura!

30a EFEMÉRIDE

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notas

Notas 4 Artigo - Arthur Capella 10 Gestão 14 Capa - Tratamento de Água 16

ÍnDICE / ExpEDIEntE

Expoman/Expomase 24 Abraman 30 anos 30

Opinião 32

é uma publicação bimestral da abraman associação Brasileira de Manutenção e Gestão de ativosAv. Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20 020-080Tel: (21) 3231-7000 / Fax: (21) 3231-7002 / www.abraman.org.brCríticas, dúvidas e sugestões: [email protected]

MEMBRO FUNDADORDO GLOBAL FORUM

ANO 27 - EDiçãO 157

ConsElho EDItorIal: Alexandre Fróes (NSK); Antonio Carlos Vaz Morais (PETROBRAS); Arlete Paes (SKF); Bruno Ferreira (CEGELEC); Carlos Alberto Barros Gutiérrez (NM ENGENHARiA); Eduardo de Santana Seixas (RELiASOFT); Fabiana Gimenez (SKANSKA); Fabio Gomes (ABRAMAN); Joazir Nunes Fonseca (ELETROBRÁS - UNiSE); Renata Gonçalves Ramos (COMAU); Wagner Gorza (ARCELORMiTTAL); proDução: Comunicação interativa Editora - Tel: (11) 3032.0262 - JORNALiSTA RESPONSÁVEL: Jackeline Carvalho (MTB 12456); EDiçãO E REPORTAGEM: Daniel Loeneeff e Luciana Robles; PUBLiSHER: Jackeline Carvalho; DESiGN GRÁFiCO: Ricardo Alves de Souza (Diretor) e Josy Angélica (Assistente).

REViSTA

GE inauGura CEntro dE PEsquisas no Brasil

A GE inaugurou oficialmente, em novem-bro, na ilha do Bom Jesus, rio de Janeiro

(rJ), o seu novo Centro de Pesquisas Global – a primeira unidade do Centro na américa latina. o prédio tem 24 mil m2 de área construída den-tro de um terreno de 47 mil m2, cedido pelo Go-verno do Estado por 50 anos, num acordo que pode ser estendido por mais 50 anos.

a companhia também confirmou a duplica-ção dos investimentos no local, que saltou de us$ 250 milhões para us$ 500 milhões, além da ampliação de sua capacidade, que chegará a 400 profissionais até 2020. a empresa justi-fica essa decisão devido à importância que o Brasil exerce sobre seus negócios, afinal o país é o terceiro maior mercado da GE.

Por enquanto o Centro trabalha em quatro setores: sistemas de bioenergia, sistemas in-teligentes, integração de sistemas, e sistemas offshore e submarinos. a empresa já possui acordos com empresas e entidades como Pe-trobras, Coppe-uFrJ, iPt e Mrs logística.

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ANÚNCIO

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notas

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

UM LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO VOLTADO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

V isando estimular a criatividade e o espírito inova-dor com vistas ao desenvolvimento de protótipos

de novos produtos para a indústria, o Sistema Firjan instalou, em novembro, o Senai FabLab, laboratório que faz par-te de uma rede mundial criada no Center for Bits and Atoms, do Instituto de Tecnologia Mas-sachusetts (MIT). É o primeiro laboratório da rede focado em educação profissional no Brasil. Localizado no Centro de Tecno-logia Senai Automação e Simula-ção (CTS), em Benfica, no Rio de Janeiro, o FabLab deve atender a 900 estudantes em 2015. Tan-to os alunos dos cursos técnicos

regulares quanto os que optarem pelo curso específico de qualificação no laboratório (o “Assistente de projetos FabLab-Maker”) terão acesso ao que há de mais mo-derno em equipamentos como impressora 3D, scanner 3D manual, máquinas de corte a laser e os kits Arduino para montagem de circuitos eletrônicos.

Considerando as grandes mudanças verificadas nos processos produtivos, os alunos são estimulados a pen-sar soluções para problemas reais da indústria, podendo elaborar projetos desde a criação até a programação, além de desenvolver protótipos. O Senai FabLab está co-nectado a todos os laboratórios da rede mundial, permi-tindo aos alunos trocar informações e experiências com pesquisadores do mundo todo para que seus projetos sejam executados de maneira colaborativa. Caminhos para o Futuro entrevistou Bruno Gomes, diretor de Ino-vação do Sistema Firjan, que fala sobre a nova iniciativa.

A Algar Tech, empresa do grupo Algar que oferece so-luções em TIC e BPO, juntamente com as equipes de

excelência no desenvolvimento do produto e confiabili-dade da aviação executiva, gerou ganhos qualitativos e quantitativos na operação de manutenção de aeronaves. Por meio do uso de técnicas de aprendizado de máquina foi possível automatizar a classificação dos eventos ocor-ridos na frota e registrados por pilotos e times de manu-tenção na forma de textos livres.

O desafio proposto foi o de classificar os eventos de forma automática, a partir de um volume de dados anali-sados. Sem o uso de técnicas de aprendizado de máqui-na, antes essa classificação era feita por engenheiros al-tamente especializados que liam todos os registros para associá-los a um dos possíveis códigos de falha. “Com o

uso dessa técnica de inteligência artificial, em parceria com a Algar Tech, houve ganhos de tempo para a análise técnica e redução de trabalho manual, otimizando o pro-cesso de manutenção”, afirma Gustavo Tavares Marçon, engenheiro de suporte ao cliente na Embraer.

Os resultados alcançados pela equipe foram pos-síveis pela combinação do uso de uma plataforma analítica (RapidMiner) com o tratamento e análise de dados e a aplicação de milhares de modelos, de for-ma automática, por meio de técnicas de otimização e aprendizado de máquina. “Os modelos alcançaram assertividade na previsão da falha de quase 80%. Para um contexto com mais de 700 classes a serem predi-tas, é um resultado brilhante”, destaca Eder Balbino, executivo de Big Data na Algar Tech.

EMBRAER APLICA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA MANUTENÇÃO DE AERONAVESEmpresa automatizou a classificação dos eventos ocorridos na frota e registrados por pilotos e times de manutenção na forma de textos livres.

Parte de uma rede criada pelo MIT, o FabLab do Senai Rio conecta alunos brasileiros a pesquisadores do mundo todo

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

Prédios ‘verdes’ já atingem 10% das edificações no Brasil

O valor das construções com projetos registrados para receber certificações de obra sustentável, os

chamados prédios “verdes”, já atinge 10% do total do PiB de edificações – subdivisão do PiB da construção civil que exclui obras de infraestrutura. em 2010, os pré-dios “verdes” não ultrapassavam 3% do PiB setorial. o valor total dos imóveis que reivindicam o selo susten-tável atingiu r$ 16,6 bilhões no ano passado, em com-paração com um PiB de edificações de r$ 163 bilhões no mesmo período, segundo estudo realizado pela eY (antiga ernst & Young).

o levantamento compreende dados sobre a movi-mentação econômica da construção verde no Brasil, evi-denciando um aumento substancial da participação de empreendimentos sustentáveis na composição do PiB de edificações ao longo dos últimos três anos.

ana rocha melhado, diretora da empresa de consul-toria proactive, explica que “quando os projetos certi-ficados começaram a ser desenvolvidos, as construtoras viam esse tipo de investimento como custo adicional. Hoje já entendem que o investimento feito a curto prazo pode até ser maior, mas é recuperado na velocidade de venda das unidades ou na eficiência de gestão na fase de operação do empreendimento”. por exemplo, além de reduzir em até 10% os custos de manutenção em um condomínio, em razão da gestão eficiente da água e da energia, por meio da redução do consumo”, revelou.

o mercado de construções verdes já atinge diversos segmentos como escolas, hospitais, estádios e edifica-ções comerciais, residenciais, entre outros, os fundos imobiliários têm incluído a certificação como exigência para receber investimentos.

cni Prevê Pequeno crescimento em 2015

A pós um ano de 2014 “difícil e duro”, durante o qual o setor industrial teve “desempenho frustrante”, a confederação

nacional da indústria (cni) prevê leve melhora dos indicado-res econômicos em 2015. a expectativa da entidade é que o Produto interno Bruto (PiB - soma das riquezas produzidas no país) cresça timidamente ao longo do próximo ano e que os ju-ros continuem em alta, freando o consumo e os investimentos.

segundo o informe conjuntural anual, estudo da cni com previsões sobre a economia, o PiB deve crescer 1% no ano que vem, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. este ano, pelos cálculos dos economistas da cni, o crescimento não passará de 0,3%, resultado que indicaria estagnação da economia.

a entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o próximo ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo go-verno de 6,5%. a cni projeta 6,4% de inflação para este ano.

Para o presidente da entidade, robson Braga de andrade, o desafio do país a partir de 2015 será restaurar os funda-mentos macroeconômicos e aumentar a competitividade

da indústria, tarefa considerada difícil, já que a confedera-ção prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. esse aumento contribuirá para que a atividade industrial cresça 1%, mas não criará as condições sustentáveis de um cresci-mento maior, avalia a cni.

segundo a cni, após uma queda que poderá chegar a 6,7% este ano, os investimentos da indústria ficarão es-tagnados em 2015. além disso, a entidade calcula que, em 2014, a indústria registrou retração, com poucos segmentos apresentando resultados positivos – indústria extrativista, farmacêutica, de manutenção e reparação, derivados do petróleo e combustível, informática e eletrônicos, limpeza e perfumaria e bebidas.

no estudo, a cni conclui que, após atingir o menor nível da última década e apesar da fraca atividade econômica, a taxa de desemprego continuará baixa, ainda que com leve alta em comparação a 2014. enquanto avalia uma taxa de 4,8% da População economicamente ativa (Pea) desem-pregada neste ano, a entidade prevê que 2015 fechará com 5,2%. (Com informações da Agência Brasil)

segundo a entidade, PiB deve crescer metade dos 2% estimados pelo governo federal

valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu r$ 16,6 bilhões

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Parceria entre Brasil e argentina avança no setor nuclear

O Brasil ainda lidera a capacidade de geração nuclear entres os países da américa do sul, com um domínio avançado do ciclo do urânio, mas a

argentina, o único dos países da região que também possui geração nuclear, também vem apresentando avanços no segmento. o diretor de Planejamen-to, gestão e meio ambiente da eletronuclear, leonam dos santos guimarães, avalia que os dois países vêm traçando caminhos paralelos.

a usina de atucha ii que, assim como angra iii, teve suas obras paralisa-das por anos, está perto de chegar à sua potência máxima e desenvolve um protótipo de reator modular para aumentar sua capacidade de geração. “en-quanto estamos à frente no quesito geração energética e no enriquecimento de urânio, a argentina avança na parte de reatores de pesquisa, já sendo in-clusive exportadora”, avalia o diretor.

mesmo que o costume brasileiro seja o de rivalizar com os argentinos, na área nuclear a realidade é o oposto disso. leonam revela que hoje a parceria entre os dois países só avança e há detalhes, como a aBacc – agência Bra-sileiro-argentina de contabilidade e controle de materiais nucleares – que poderiam servir de exemplo para o mundo.

apesar das expectativas do setor nuclear com a aprovação de novos pro-jetos, leonam diz que ainda estamos à espera do lançamento do Plano na-cional de energia 2050, que deve trazer novidades. enquanto isso, mesmo sem novas previsões para a construção de outras usinas no país, o executivo avalia que a participação privada no segmento pode ser um fator interessan-te no futuro. “a eletronuclear acredita que há várias formas de ampliar a par-ticipação privada sem modificação da constituição, ao menos num primeiro momento. não quer dizer que não possa haver mudanças, num segundo mo-mento, se essa participação se mostrar muito ativa. o sucesso dessa amplia-ção pode instigar o setor privado no futuro para que haja interesse até numa participação majoritária, mas isso tem que ser degrau por degrau”, finaliza.

Países têm afinidades estratégicas no setor

A cPfl energia, empresa privada do setor elétrico brasileiro, adquiriu mais um módulo do software de gestão de negócios da saP específico para o

setor de utilities, com o objetivo de unificar toda a gestão comercial do grupo. a solução customer care and services (isu/ccs), que faz a gestão comer-

cial (billing) e do relacionamento com clientes, já havia sido implementada em todo o grupo e esta última aquisição será para a rge, uma das oito dis-tribuidoras de energia elétrica do grupo, que até então usava uma solução desenvolvida internamente.

cPfl adquire soluções da saPa implementação será feita na distribuidora rge

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artigo

Por que a Proteção de sistemas sCada e iCs não é mais uma oPção?

O s frequentes e progressivos ataques cibernéticos, chegan-do agora aos ambientes de

produção, estão forçando os executivos a implantar medidas e sistemas de se-gurança de dados cada vez mais sofisti-cados e abrangentes. Por isso, entender essas ameaças avançadas e como miti-gá-las é muito importante para todas as organizações.

ataques contra sCada (sistemas de Controle de supervisão e aquisição de dados) e iCs (sistema de Controle indus-trial), por exemplo, podem causar sérias paralisações nas operações diárias de ambientes empresariais e industriais. Por que sCada e iCs são tão visados? Porque sCada e iCs são amplamente usados em indústrias importantes como a elétrica e o segmento de petróleo e gás, represen-tando um alvo atraente para invasores.

o vírus stuxnet foi o primeiro a expor a vulnerabilidade dos iCs, mostrando como a combinação de engenharia so-cial, aplicativos, tipos de arquivos e vul-nerabilidades, tanto para Windows como para software iCs, poderia ser explorada de forma a comprometer um processo de controle industrial. a mais recente campanha de ataques do “energetic Bear” resultou num aumento de uso desse malware, com trojans hospedados nos instaladores de software iCs, comu-mente implantados em protocolos iCs

como o oPC (oLe (object Linking and embedding) for Process Control).

os negócios têm se tornado mais abertos a relações externas, e nesse sentido, os executivos estão atentos aos ataques baseados na internet. Porém, muitos desses profissionais acabam por negligenciar a proteção contra riscos internos, ou seja, que surgem de redes dentro da própria companhia. os inva-sores têm percebido esse descaso e usa-do links frágeis como sCada e iCs para acessar fontes de informações valiosas. é importante notar que ameaças aos sCa-da podem ser resultado de incidentes não intencionais, cujo impacto na inter-rupção de serviços, todavia, é o mesmo de eventos maliciosos. o simples moni-toramento de itens como temperatura, umidade do fluxo de ar e fontes de ali-mentação ininterruptas podem vir a ser uma porta de entrada para sabotagem.

Por que sCada e iCs são tão vulnerá-veis? um dos problemas está em que boa parte dos sistemas sCada é gerenciada por servidores e desktops ultrapassados, como Windows XP, que não podem ser atualizados por causa de incompatibili-dade de versões ou custo proibitivo de upgrade. Proteger esses sistemas não é uma tarefa simples, o que deixa as orga-nizações expostas e em situação precária em termos de segurança.

Para evitar vulnerabilidades, o primeiro

Arthur CApellA é Gerente Geral da Palo

Alto Networks no Brasil.

Por Arthur CApellA*

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passo é entender porque os negócios industriais estão atu-almente mais frágeis do que no passado. os motivos são:

• Protocolos industriais e ferramentas (como o mod-bus), em seu desenho original, não tinham a seguran-ça como prioridade, sofrendo falta de recursos básicos de autenticação;

• redes industriais nunca foram desenvolvidas preven-do uma potencial intrusão;

• Base tecnológica composta por sistemas desatualizados;

• novas tecnologias baseadas no protocolo iP, como a computação móvel, medição inteligente e outras, ex-põem as redes operacionais a ciberataques, pois não são nativamente protegidas, já que não eram tão alta-mente conectadas como são agora.

ou seja, sem medidas de segurança apropriadas, sis-temas completos podem ser impactados. Por isso, se-guem cinco dicas para a proteção desses ambientes:

1 adotar o uso avançado de proteção cibernética: medidas como instalação de firewalls de nova ge-ração protegem ativos e criam micro-segmentos através da empresa, o que desenvolve a visibilidade, diminuindo a ameaça de ataques.

2 Prover acesso seguro à zona sCada: é importante integrar políticas de segurança a identidades de usuários, negando acesso a usuários não-autoriza-dos. sistemas como secure sockets Layer (ssL) e Virtual Private network (VPn) podem assegurar isso.

3 eliminar o risco do gerenciamento múltiplo de por-tas: um único firewall deve proteger múltiplas portas.

4 implantar proteção contra a vulnerabilidade de fra-mework: um framework completo investigará todo o tráfego, atravessando a zona sCada para explo-rações contra malware, botnets e ameaças direcio-nadas.

5 Garantir a proteção de sistemas operacionais não--suportados: firewalls de nova geração detectam e defendem as redes industriais contra ataques es-pecíficos a aplicações sCada e Windows XP, com proteção contínua, mesmo na perda de suporte do Windows XP.

a segmentação de redes pode ser um método efetivo de reduzir riscos a sCada e iCs. além disso, as organi-zações devem estabelecer procedimentos contínuos de gestão de risco, rotinas de autoavaliação, auditorias periódicas de segurança e revisões do seu ambiente de rede. uma vez implantadas essas estratégias, é essen-cial alertar os seus colaboradores para as ciberameaças e seus impactos e para o que podem fazer para ajudar a proteger o negócio.

registrar e relatar incidentes e potenciais ameaças, usar software para agregar registros de todos os sites e reunir isso num ponto central, obter informações ho-lísticas do uso da rede e de incidentes de segurança, fazer uso de uma solução para facilitar a documentação e completar autorias cibernéticas regulares são outras ações indicadas.

Por fim, a equipe de tecnologia deve constituir um ciclo de vida para prevenção e controle de ataques an-tes da execução do bloqueio de ameaças conhecidas e desconhecidas. entender de onde vêm as ameaças a sCada ou iCs e como efetivamente mitigar ou respon-der a elas não é opcional. Corporações que falharem na proteção destes sistemas podem correr riscos de parali-sações e de sofrer prejuízos imensuráveis. l

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artigo

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gestão

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

O utubro foi o nono mês con-secutivo de crescimento da produção de petróleo

da companhia no país. A produção total de petróleo operada pela Pe-trobras no Brasil, que inclui a par-cela operada pela companhia para seus parceiros, atingiu, em outubro, seu quarto recorde consecutivo, de 2,268 milhões de bpd – volume 1,3% superior aos 2,239 milhões de bpd que haviam sido alcançados em setembro.

A produção consolidada de pe-tróleo e gás da Petrobras, no Brasil e no exterior, alcançou 2,795 milhões de barris de óleo equivalente por

dia (boed) em outubro. Esse volu-me foi 0,5% superior ao registrado em setembro, de 2,781 milhões. Os dados representam uma média de 2,126 milhões de barris/dia (bpd), 0,4% maior que a média de setem-bro, de 2,118 milhões de bpd. Essa vazão representa novo recorde histórico, superando o recorde an-terior, atingido em dezembro de 2010, em 4,8 mil bpd.

A produção total de petróleo e gás da Petrobras no Brasil foi de 2,579 milhões de boed, indicando um aumento de 0,6% em relação à produção obtida no mês de setem-bro, de 2,565 milhões de boed – um

novo recorde histórico. A produção total de óleo e gás natural opera-da pela Petrobras no Brasil, que inclui a parcela operada para seus parceiros, por sua vez, foi de 2,783 milhões de boed em outubro, 1,5% acima do volume obtido em setem-bro, de 2,743 mil de boed e, uma vez mais, representa a maior produ-ção total operada já atingida pela companhia.

CresCimento da produção O crescimento da produção decor-reu, principalmente, do crescimen-to da produção dos novos sistemas, como as plataformas P-58, no Par-que das Baleias (Bacia de Campos); P-55 e P-62, em Roncador (Bacia de Campos), e as FPSO (Floating Production Storage and Offloading – Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência), Cidade de Paraty, em Lula Nordeste (Bacia de Santos) e Cidade de São Paulo, em Sapinhoá (Bacia de San-tos), além da entrada em produção, em outubro, da FPSO Cidade de Mangaratiba, no campo de Iracema Sul (Bacia de Santos).

Em outubro, a produção de pe-tróleo da camada pré-sal chegou a 606 mil bpd, 14% acima do volu-me alcançado em setembro (532 mil bpd), constituindo-se em novo recorde de produção mensal nessa camada. No dia 28 de outubro, foi

Companhia também bate novos recordes históricos como operadora de petróleo e gás no país, além de recordes diário e mensal de produção na camada do pré-sal

petroBras ATINGE PICOS DE PRODUÇÃO MENSAL

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plataforma de produção de petróleo da petrobras

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registrada a maior produção diária das bacias de Campos e Santos, de 640 mil bpd, vazões que incluem a parcela operada pela Petrobras para empresas parceiras. Vale des-tacar que esse recorde foi obtido com apenas 31 poços produtores, sendo 17 na Bacia de Campos e 14 na Bacia de Santos.

novas plataformas em 2014No mês de outubro, dez novos po-ços offshore iniciaram operação nas bacias de Campos e Santos, sendo três produtores e sete injetores. Com eles, um total de 63 novos po-ços já entrou em operação no ano de 2014.

Novos sistemas de produção en-trarão em operação até o final deste ano para garantir a continuidade do crescimento sustentado da cur-va de produção. Além do FPSO Ci-dade de Mangaratiba, que iniciou produção no campo de Iracema Sul em outubro, entrarão em ope-ração, o FPSO Cidade de Ilhabela – que já está ancorado na área Norte do campo de Sapinhoá e com as operações de conexão do primeiro poço em andamento – e a platafor-ma P-61 – ancorada na locação, no campo de Papa-Terra, no pós-sal da Bacia de Campos, e cuja sonda SS-88 (TAD – Tender Assisted Drilling), que permitirá o início das opera-ções do primeiro poço conectado à P-61, já está em montagem.

produção de gás natural A produção de gás natural no Bra-sil, em outubro, também foi a maior já registrada, atingindo 72,040 mi-lhões de m³/dia, superando em 1,3% a produção no mês anterior, que foi de 71,137 milhões de m³/dia. A produção de gás operada

pela Petrobras, que inclui a parcela operada para as empresas parcei-ras, também atingiu novo recorde, de 81,785 milhões m³/dia, 2,1% su-perior à registrada em setembro, de 80,132 milhões de m³/dia.

A produção média de gás natural no exterior foi de 16,631 milhões m³/dia, 2,1% acima do volume pro-duzido no mês de setembro, que foi de 16,293 milhões m³/dia. Esse aumento deveu-se a uma maior produção no Lote 57 do Campo de Kinteroni, no Peru, causada pela demanda por exportação de GNL a partir desse país.

frota CompletaCom o início de operação das em-barcações do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel, embarcações que lançam e recolhem linhas no mar, utilizadas para conectar platafor-mas a sistemas de produção de petróleo), Sapura Topázio, North Ocean 102 e Coral Atlântico, no mês de outubro, a frota da companhia

15REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

atingiu o total de 18 unidades. Com a chegada prevista da embarcação Estrela do Mar em dezembro, o qua-dro de embarcações previstas para entrar em operação neste ano ficará completo.

manutenção e efiCiênCia Conforme planejamento da com-panhia, foram executadas paradas para manutenção em algumas pla-taformas no mês de outubro, com a interrupção temporária de 68 mil bpd na produção média do mês, dentre as quais se destacam as pa-radas da P-37, PNA-2, PCH-1 e FPSO Cidade de Santos. Todas essas uni-dades já retornaram à produção.

O Programa de Aumento da Efi-ciência Operacional (Proef ), por sua vez, continua acumulando excelentes resultados: no mês de outubro, foi responsável por uma produção superior a 200 mil bpd nos sistemas das Unidades Opera-cionais da Bacia de Campos, Espíri-to Santo e Rio de Janeiro. l

estação de distriBuição de gás de são francisco do conde - ba

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

A terceirização do tratamento de água e efluentes se fortalece

como uma alternativa real, sustentável e economicamente

viável para as empresas enfrentarem a crise de

abastecimento de água

PARA CONVIVER COM A sECA

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A recente crise hídrica disparou um sinal de alerta entre as em-presas e despertou a atenção

para o mercado de terceirização da operação e manutenção das estações de tratamento de água e efluentes, uma das tendências mais importantes do mercado global de águas e soluções ambientais, que, pouco a pouco, vem crescendo e se firmando no Brasil.

A tendência de custos crescentes da água, a necessidade de ter mais auto-nomia em relação ao abastecimento público, face aos riscos de escassez, e a preocupação com a sustentabilidade e a regulação ambiental têm desperta-do o interesse das empresas para esse mercado. “O custo da água está au-mentando porque a qualidade da água está pior e a captação está ficando mais longínqua, o que implica mais tubula-ção e mais gasto de energia”, resume Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water.

De toda a água limpa disponível, 70% é consumida pela agricultura e 8% em uso doméstico. As indústrias consomem os restantes 22% em seus processos. Segundo estimativas ela-boradas pela empresa Nova Opersan, o mercado de saneamento industrial movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano e tem uma base de ativos instala-dos no País em torno de R$ 20 bilhões.

TerceirizaçãoA terceirização é uma solução atrativa não só para indústrias, mas também para empreendimentos que não pos-suem conhecimento técnico para a operação de estações de tratamento próprias como, por exemplo, shop-ping centers. “Quanto mais complexo o tratamento do efluente e quanto maior a exigência de qualidade da água de reuso, maior é a tendência das empresas de quererem terceirizar

esse tratamento. E quem não é do ramo industrial, em geral, nem cogita construir e operar uma estação por conta própria”, diz Pereira.

Dentre as modalidades de terceiriza-ção, destaca-se o modelo BOT (Build, Operate and Transfer), no qual as em-presas contratadas desenvolvem o pro-jeto, operam e implantam as soluções de tratamento de acordo com as neces-sidades do cliente e se responsabilizam pelos investimentos necessários.

A negociação é realizada através de um contrato entre as partes, no qual o cliente paga um valor fixo por m3 de volume fornecido e/ou tratado pelo sis-tema. Às vezes, o contrato pode estabe-lecer um valor fixo mensal para amorti-zação do valor da planta. Ao encerrar--se o prazo do contrato, normalmente entre dez e quinze anos, os ativos são transferidos para o cliente sem custo adicional. Caso a empresa contratante queira continuar a manter a operação e manutenção a cargo da contratada, o cliente prossegue pagando somente

O custo da água está

aumentando porque a

qualidade da água está pior e a captação está

ficando mais longínqua, o que

implica mais tubulação e mais gasto de energia

Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water

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P ara os profissionais de gestão e manutenção de ativos há

três recomendações importantes. A primeira, advém da literatura sobre o asssunto: deve-se avaliar previamente os impactos da operação sobre as peças de reposição e a vida útil da planta. Em seguida, com base nessa avaliação, elaborar uma lista de parceiros e fornecedores qualificados e uma escala de manutenções previstas. É aconselhável firmar em contrato os fornecedores autorizados e essa escala de manutenções.

A segunda é não fazer “economia burra” na hora da execução do projeto, tomando o cuidado de selecionar equipamentos com

a maior vida útil possível. “Use equipamentos de primeira linha. Nossa experiência mostra que o investimento se paga”, aconselha Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water.

A terceira, e mais difícil de seguir, é desenvolver um equilíbrio entre os procedimentos de manutenção que provoquem desgaste dos equipamentos (por exemplo, a limpeza de membranas de filtragem) e a qualidade do produto final a ser entregue. “É um ajuste fino entre o menor número possível de procedimentos e a manutenção do nível de qualidade, que não pode ser comprometido”, finaliza o executivo.

DiCAS PARA A MANuTENçãO DE ESTAçõES DE TRATAMENTO

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uma parcela mensal referente aos ser-viços prestados.

Há bons motivos para se adotar a terceirização do tratamento de água e efluentes. O primeiro é a vantagem financeira. Quem defende a terceiriza-ção aponta que – diferentemente da modalidade EPC (Engenharia, Projeto e Construção), em que a própria em-presa constrói e opera a estação de tratamento – ela oferece um equilíbrio muito melhor entre investimentos e dispêndios operacionais (comumente tratados pelas siglas capex, capital ex-penditure, e opex, operational expen-diture), uma vez que a empresa que as-sume a terceirização controla ambas as variáveis no planejamento, na execu-ção do projeto e ao longo da operação.

Há uma melhoria na gestão dos cus-tos e na previsibilidade de orçamen-tos e do fluxo de caixa, sem despesas

Dentre as modalidades de terceirização, destaca-se o

modelo Build, Operate and

Transfer, no qual as empresas

assumem do projeto à operação do tratamento

de água

imprevistas. Além disso, evita que o cliente invista recursos fora do seu core business: é uma operação com custos de administração próximos de zero para a contratante e que exige me-nos recursos financeiros ao longo da amortização das instalações do que a construção própria, liberando energias e capital para investimento no negócio.

O segundo é a redução de riscos, pois, com a terceirização, a contra-tante repassa os riscos do projeto para uma empresa especializada que tem experiência, mão-de-obra quali-ficada, massa critica no domínio das diversas tecnologias e atualização tecnológica para escolher o sistema mais adequado ao caso do cliente, com a melhor relação custo-benefí-cio para o projeto, diminuindo o cus-to total de propriedade (TCO).

Além disso, como nessa modalida-

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VEjA AS SiGlAS E SEu SiGNiFiCADO DOS MODElOS DE CONTRATAçãO DE ESTAçõES DE TRATAMENTO DE áGuA E EFluENTES MAiS COMuNSEPC (Engineering, Procurement and Construction – Engenharia, Projeto e Construção) – Não é um modelo

de terceirização. É o modelo tradicional em que o cliente contrata o projeto de construção e constrói as instalações por conta própria ou por empreitada parcial ou total.

BOT (Build, Operate and Transfer - Construir, Operar e Transferir) – Transfere para um prestador de serviços especializado todo o risco de prospecção, captação e tratamento de água e efluentes. O cliente fica isento de investir recursos próprios ou de assumir responsabilidades sobre a unidade. Todos os investimentos necessários à sua implementação, operacionalização e manutenção são assumidos pelo prestador, desde o conceito, aplicação da tecnologia, desenvolvimento do projeto e instalação do sistema até a operação e manutenção da planta.

BOO (Build, Operate and Own – Construir, Operar e Permanecer Proprietário) – A contratada financia, constrói e fica com a planta ao final do contrato. Neste modelo, o valor cobrado por m³ é um pouco menor que no BOT.

DBOT e DBOO – Designações alternativas dos modelos anteriores que incluem o projeto (Design).

AOT (Acquire, Operate and Transfer – Adquirir, Operar e Transferir) – A contratada assume uma unidade já existente, implementa melhorias na planta, opera os sistemas e faz a manutenção. Ao fim do contrato, após a amortização dos valores do projeto, ela é transferida para o cliente (ou de volta para o cliente, se a instalação for própria).

AOO (Acquire, Operate and Own – Adquirir, Operar e Permanecer Proprietário) – Igual ao caso anterior, com a diferença que, no final do contrato, a planta permanece com a contratada.

O&M (Operation and Maintenance – Operação e Manutenção do sistema) – A contratada apenas assume a operação e manutenção da unidade de tratamento existente.

de de terceirização quem constrói é também quem opera, não há riscos de se enfrentar os frequentes con-flitos entre o construtor da planta e o operador do sistema. A qualidade fica assegurada por indicadores de SlA (Service level Agreement) esta-belecidos em contrato e, em geral, monitorados por laboratórios inde-pendentes. “A operação confiável é o segredo do negócio. O risco é todo meu: se o sistema não funcionar, não

tenho receita”, diz o executivo da General Water.

O cliente também se livra de ter que lidar com o cipoal legal envol-vido nas questões ambientais, que são assumidos pela terceirizada, para quem os procedimentos para manter-se em conformidade com a legislação, com a obtenção e manu-tenção de licenças e com o controle de documentações são rotina. Sem falar nos riscos de multas, exposição

legal e exposição institucional em tempos de internet e redes sociais.

Outra dificuldade da qual o cliente se livra é a de contratar mão-de-obra especializada, tanto para operação quanto para manutenção, que é cara e escassa. “Há escassez de mão-de-obra porque se trata um segmento muito específico. A formação dos engenhei-ros é genérica, por isso, passamos dois anos treinando nosso quadros no Bra-sil e no exterior”, diz Pereira.

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N o Brasil, cerca de 80% do mercado de água está nas mãos do setor público. A Odebrecht Ambiental

detém metade do mercado restante e é a maior empresa de água e esgoto privada do Brasil, com 20 milhões de pessoas atendidas. Na divisão do consumo de água, 70% vão para a agricultura, 22% para a indústria e 8% para as residências.

Estudo feito pela ONG Water Footprint Network, indica que cada brasileiro consome 5.559 litros de água por dia ou 2.027 m³ por ano. Essa estimativa considera o volume total de água doce consumida direta e indiretamente para produzir bens e serviços produzidos e consumidos por indivíduos, comunidades e empresas.

Toda a água utilizada nos processos de produção é chamada de água virtual. A soma de todas as águas virtuais relativas a tudo o que consumimos é chamada de pegada hídrica. No caso da indústria, isso engloba, por exemplo, a incorporação da água em produtos, lavagem de materiais e equipamentos e a utilização em sistemas de resfriamento.

Imagine quantos litros de água são gastos para produzir uma simples xícara de café, desde a irrigação dos cafezais, passando pela água usada nas empresas beneficiadoras, nas máquinas de embalagem, no transporte e na limpeza de cada uma dessas etapas, até a água utilizada para preparar a xícara e ainda lavá-la.

PEGADA HíDRiCA

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

A adoção e aplicação de tec-nologias e sistemas inte-ligentes para automação,

controle e supervisão de estações de tratamento de água e efluentes é uma prática cada vez mais utiliza-da por companhias de saneamen-to, indústrias e empreendimentos imobiliários comerciais e mesmo residenciais.

Como os próprios nomes indi-cam, Estações de Tratamento de água (ETAs) e Estações de Trata-mento de Esgoto (ETEs) desempe-nham funções bastante diferentes: as ETAs captam a água de rios ou re-presas para tratá-la e torná-la potá-vel, enquanto as ETEs tratam esgo-tos sanitários e dejetos industriais para escoá-los para a rede de coleta. Nestas estações, o processo é mais complexo, compreendendo várias etapas devido à alta contaminação da água por agentes químicos e re-síduos sólidos.

As estações também podem gerar água de reuso que pode ser utilizada para inúmeras finalidades, como irri-

Rapidez, segurança e precisão na gestão do processo reduzem custos, eliminam riscos operacionais e mantêm a qualidade do produto final – água sem poluentes.

gação, geração de energia, refrige-ração de máquinas, processamento industrial, limpeza de equipamen-tos, limpeza urbana e descarga de vasos sanitários, entre outras, o que gera uma grande economia e evita o consumo de água potável.

auTomaçãoA automação compreende um con-junto de equipamentos e software que integram um sistema capaz de

monitorar em tempo real os parâ-metros físico-químicos da água e realizar, de forma automática, sua purificação para que ela possa ser reutilizada ou lançada no meio am-biente em condições adequadas, sem causar poluição.

Todas as operações das estações podem ser monitoradas e controla-das remotamente. Para automatizá--las, colocam-se atuadores pneumá-ticos ou elétricos ligados a sensores conectados em rede (Ethernet, por exemplo) a painéis equipados com Controladores lógico Programáveis (ClP), sendo desejável que a rede esteja sob o monitoramento de um sistema supervisório.

Grosso modo, os sistemas de auto-mação podem ser divididos em dois grandes grupos principais. O primei-ro deles reúne os elementos de cam-po: válvulas, bombas, medidores de fluxos, aeradores, comportas e ou-tros equipamentos que controlam variáveis como nível, vazão, pressão, temperatura etc. O segundo com-preende sensores, atuadores, con-troladores e o software de gestão, responsáveis pela análise de dados da qualidade da água e pela inte-ligência embutida no processo de tratamento. “A automação analítica da qualidade da água está bem dis-

o conTrol mPc, controlador de bombas múltiplas da Grundfos, permite modular

a pressão da água na rede de distribuição evitando desgastes na tubulação e aumento

de fissuras, reduzindo o desperdício.

ENTENDA OS BENEFíCiOS DA auTomação DO TRATAMENTO

DE áGuA E EFluENTES

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seminada, mas a operacional ainda é manual em boa parte das estações, principalmente na área pública. No tratamento industrial, a automação é mais comum”, avalia André Amaral, Gestor de Produtos da Festo.

Os sistemas de automação arma-zenam dados das variáveis envolvi-das nos processos de tratamento, criando bases de dados históricos, indicadores de desempenho ba-seados em melhores práticas, tais como os recomendados pela iWA (international Water Association), também podem ser incorporados a essas bases de dados. Os algoritmos desses sistemas são parametrizados com esses dados e usam recursos de aprendizado de máquina, regis-trando combinações ótimas para implementar controles preventivos, preditivos e auto-corretivos dos processos de tratamento.

Além da segurança e da precisão na gestão do processo, a automa-tização possibilita ações online e imediatas: com base nas leituras dos níveis de pureza da água, o sistema compara esses níveis com os parâmetros pré-estabelecidos, acionando equipamentos ou cor-rigindo instantaneamente a dosa-gem de produtos químicos. Com isso, evita-se o desgaste desne-cessário de peças devido a desba-lanceamentos do processo – por exemplo, a falta de coagulantes pode provocar sobrecarga nos fil-tros, que têm que lidar com uma maior quantidade de partículas.

Com a automação, utiliza-se ape-nas a quantidade exata de insumos e acionam-se os equipamentos tão somente no momento e pelo tempo necessários, diminuindo o consumo de energia elétrica e minimizando o desgaste da instalação. A ação em

tempo real na correção do trata-mento da água ou efluente mantém a padronização do produto final, garantindo a homogeneidade da qualidade da água resultante.

As reduções de custo proporcio-nadas pela automação dos proces-sos de tratamento de água e efluen-tes atingem entre 20 e 40% do con-

cai, o controlador aumenta a rotação da bomba. Nos horários de menor consumo, a pressão sobe e a bomba é menos exigida. Com isso, não ali-mento a distribuição o tempo todo de modo uniforme. Com menos pres-são na rede, as fissuras da canalização também são menos pressionadas, evitando um desgaste ainda maior e mais desperdício”, explica Renato Zer-batini, especialista em saneamento e Vendedor Técnico da empresa.

manuTençãoA automação também traz como vantagem o monitoramento do tempo de funcionamento dos equipamentos, possibilitando a implantação de um sistema de ma-nutenção preventiva que informa quando um equipamento atingiu uma quantidade de horas de fun-cionamento, indicando a necessi-dade de calibração ou manutenção. “Sem automação não há como fazer um gerenciamento adequado dos ativos. É preciso automatizar a plan-ta com equipamentos conectáveis, redes abertas e gerenciadores de ativos”, resume Amaral, da Festo.

Manter a confiabilidade metro-lógica dos instrumentos de coleta de informações é fundamental para que o sistema de automação fun-cione a contento, pois todo o seu funcionamento se baseia nos da-dos coletados: desvios de medição comprometem sua eficiência.

Boa parte dos equipamentos en-volvidos são sensíveis e sofisticados, por isso procedimentos de manu-tenção preventiva que atendam às determinações dos fabricantes me-recem atenção especial: devem ser executados nos prazos recomenda-dos e – importante – por mão-de--obra qualificada. l

As estações também podem gerar água de reuso que pode

ser utilizada para inúmeras

finalidades, como irrigação,

geração de energia,

entre outras

sumo de energia elétrica e cerca de 20% dos insumos químicos. A auto-mação reduz a praticamente zero o número de paradas das estações, diminui as horas extras de pessoal e elimina riscos operacionais por ex-posição a gases, produtos químicos e instalações elétricas.

Os investimentos em automação de estações também podem ter im-pactos positivos na redução de perdas na rede de distribuição, que, no Brasil, chega a ser de 40%. Por exemplo, a Grundfos, trabalhando com o concei-to de Distribuição Dependendo da Demanda (DDD), lançou um contro-lador de bombas múltiplas, o Control MPC, que permite modular a pressão da água. “Se a vazão sobe e a pressão

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29o CoNGRESSo, 3o SEMASE E EXPoMAN

BATEM RECORDES DE PÚBLICO E DE CONTEÚDO DEBATIDO

Eventos, realizados no final de outubro, comprovam importância e influência da Manutenção & Gestão de Ativos para os setores público e privado. Debates

incluíram as dificuldades enfrentadas pelo setor elétrico

O 29o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3o

Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), organizados entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, em Santos, no litoral de São Paulo, trou-xeram à baila diferentes problemas e dúvidas de corporações e institui-ções públicas e privadas sobre como estabelecer uma política de Manu-tenção de Ativos eficaz e eficiente, além da necessidade de envolver a cúpula das empresas com o tema.

Os palestrantes apresentaram metodologias de medição de resul-tados como uma forma de incluir a Gestão de Ativos nas estratégias corporativas e, consequentemente, contribuir para a redução de custos e o aumento da eficiência. “Gestão de Ativos faz parte de um processo de mudança na maneira como os ativos estão sendo conduzidos e geren-ciados nas organizações”, afirmou o engenheiro Lázaro Regonha, da Comau, em sua palestra: “Gestão de Ativos: Modismo ou Necessidade?”.

Outro fator importante para uma

maior efetividade da Política de Manutenção e Gestão de Ativos é a certificação profissional. O tema é foco estratégico da ABRAMAN (As-sociação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos), que firmou uma parceria inovadora com a SMRP (So-ciety for Maintenance & Reliability Professionals), dos EUA; o AM Coun-cil (Asset Management Council), da Austrália, e a PEMAC (Plant Engine-ering and Maintenance Association of Canada) para a criação de uma Joint Venture internacional, a World Partners in Asset Management, que irá desenvolver a certificação de ava-liadores, visando atestar sua compe-tência, conhecimento e compreen-são na verificação da aderência dos Sistemas de Gestão de Ativos (SGAs) aos requisitos das normas.

Tal iniciativa foi saudada por Dave Daines, representante do setor de mineração no Comitê de Gestão de Ativos PC-251 da ISO. “Desde 1991, buscamos nos associar com líderes da indústria e pesquisadores de clas-se mundial para identificar desafios e soluções inovadoras. Agora, pode-mos fornecer um nível ainda maior

de profissionalismo e atendimento ao cliente”, disse ele.

Na primeira etapa desse projeto, e contando com o apoio de voluntários de todo o mundo, foram desenvolvi-das mais de 300 perguntas em inglês para uso no futuro exame de certifica-ção de profissionais como avaliadores de SGAs, conforme a ISO 55001.

A previsão é de que o profissional aprovado no exame receba um cer-tificado com o título de CAMA (Cer-tified Asset Management Assessor) ou, em português, AGAC (Avaliador de Gestão de Ativos Certificado). O plano da ABRAMAN é que este pro-cesso seja acreditado pelo INMETRO, com base na norma ABNT NBR ISO/IEC 17024 (Avaliação da conformi-dade - Requisitos gerais para orga-nismos que certificam pessoas), nos mesmos moldes do que é realizado para o PNQC (Programa Nacional de Qualificação e Certificação).

A SMRPCO, dos EUA, será a em-presa contratada pela Joint Venture para conduzir o futuro exame de certificação AGAC, em virtude de sua reconhecida experiência e expertise na condução dos exames para CMRP

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(Certified Maintenance and Reliabili-ty Professional), certificação conce-dida pela SMRP.

Na segunda etapa, o projeto foi aplicado ao exame, em teste beta, com 110 perguntas em inglês sele-cionadas aleatoriamente a partir do universo preliminar de 300 questões, em formato de múltipla escolha. Os

candidatos devem ter conhecimen-to das normas ABNT NBR ISO 55000, bem como de Gestão de Ativos em geral, e, para aprovação, é necessário um índice mínimo de acerto de 70%. O teste beta de validação do futuro exame AGAC foi realizado no dia 2 de outubro, durante os eventos.

Em paralelo ao 29o CBMGA e ao

3oSemase, houve uma grande expo-sição de produtos e serviços, a Expo-man, Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos, que contou com a participação de mais de mil visitantes, sendo 619 congressistas. A exposição foi montada em uma área de 1.665 m², com 45 estandes e 41 expositores.

A s normas ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002 são consideradas divisores de águas para o setor pro-

dutivo brasileiro. Seu objetivo é ampliar a competitivi-dade da economia a partir de processos padronizados que resultem em economia de gastos e ganhos de pro-dutividade.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN) anunciaram na segunda-feira, 29/09, o lan-çamento oficial da Norma Brasileira de Gestão de Ativos – ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002.

O anuncio foi feito durante a abertura da 29a edição da Expoman – Exposição de Produtos, Serviços e Equi-pamentos para Manutenção e Gestão de Ativos – e do 3o Semase – Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico –, que aconteceram entre os dias 29/09 e 03/10, em Santos, litoral de São Paulo.

Participaram do lançamento oficial da Norma no Brasil: João Ricardo Barusso Lafraia, Presidente da ABRAMAN;

Roberto dos Santos, Secretário de Comunicação da ABNT, e Marisa Zampoli, também Secretária da entidade.

O 29o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3o Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), que reuni-ram centenas de profissionais no Mendes Convention Center, têm como objetivo debater as mudanças impos-tas pelo cenário econômico ao setor produtivo brasilei-ro e destaca o setor elétrico, que passa por mudanças regulatórias e sofre com a falta de chuva, especialmente em São Paulo.

O presidente da ABRAMAN abriu o evento relembran-do as principais atividades da entidade desde a sua for-mação e fazendo um balanço das suas atividades nos últimos 12 meses, com destaque para a participação da Associação na tradução das Normas ISO 55000, 55001 e 55002. “Com o apoio da ABNT, conseguimos publicar a tradução apenas 20 dias após a publicação da Norma Internacional”, frisou Lafraia.

ABNT E ABRAMAN OFICIALIZAM LANÇAMENTO DA NORMA DE GESTÃO DE ATIVOS

Como próximo passo no avanço da Gestão de Ati-vos no Brasil, a ABRAMAN (Associação Brasileira de

Manutenção e Gestão de Ativos) informa que está em fase de seleção e treinamento de empresas especiali-zadas em certificação de organizações na norma ISO. O objetivo é que, até o final de 2014, as consultorias

estejam prontas para avaliar e emitir certificados no padrão ABNT NBR ISO 55000, 55001 e 55002. “O pro-cesso de certificação só avançará com a acreditação de organismos preparados para avaliar as corporações no Brasil”, declarou João Ricardo Barusso Lafraia, Presi-dente da ABRAMAN.

EMPRESAS SE HABILITAM PARA CERTIFICAR ORGANIZAÇÕES NA ISO

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E specialista em motivação e liderança, Carlos Alberto Júlio abriu o 29o Congresso de Manu-

tenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3º Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase) com a palestra “Velocidade das Mu-danças – O Novo Perfil da Liderança”.

Sobre liderança, ele foi enfático: “Tomamos deci-sões em todas as situações e o bom líder, seja ele um empresário ou um líder de equipe, não pode e não

deve terceirizar essa tarefa. Não existe competência mais importante do que a capacidade do líder de to-mar decisão.”

Pesquisador no campo da Administração de Negó-cios, Carlos Alberto Júlio é atualmente professor da FGV e da FIA-USP. Além de empresário, Júlio é con-sultor e palestrante, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Tecnisa, membro do Conselho da Camil Alimentos e do Instituto Sidarta.

A Associação Brasileira de Manu-tenção e Gestão de Ativos lan-

çou, na segunda-feira, 29/09, o mini--MBA em Gestão de Ativos. O anún-cio foi feito durante a abertura do 29o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos (CBGMA) e do 3o Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), que aconteceram entre os dias 29/09 e 03/10, em Santos, litoral de São Paulo.

O mini-MBA tem carga horária va-riando entre quatro e 40 horas e será ministrado pelas empresas ReliaSoft,

Pragma, Aremas e Fundação Gorceix. A iniciativa visa acelerar a formação de profissionais especializados em Gestão de Ativos, área que deve apre-sentar alta demanda por mão-de--obra qualificada no Brasil, a partir do lançamento das normas ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002.

O público-alvo do mini-MBA inclui, além de engenheiros e profissionais graduados na área de exatas, todo e qualquer profissional que tenha algu-ma formação superior e experiência com ativos. Durante o processo se-

letivo, os currículos serão analisados. A gestão de ativos refere-se à ges-

tão de todo o ciclo de vida de um ati-vo, desde sua aquisição até o seu des-carte. Neste tipo de gestão, devem ser considerados todos os controles necessários para garantir o registro de detalhes e valores de um ativo, que devem estar condizentes com os dados registrados no sistema ou software utilizado que, por sua vez, deve garantir o controle de entrada e saída, de reposições e a reconciliação do balanço do estoque.

ABRAMAN LANÇA MINI-MBA

PALESTRA DÁ DICAS SOBRE LIDERANÇA PROFISSIONAL

Durante o 29o CBMGA e o 3o Semase, Trabalhos Técni-cos promoveram a troca de experiências entre pro-

fissionais de Manutenção e Gestão de Ativos e do Setor Elétrico. Os autores selecionados para o evento fizeram apresentações orais nos auditórios do Mendes Conven-tion Center e também na sessão de pôster, entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro. Foram três dias movi-mentados pela discussão do estado da arte em gestão, métodos e técnicas de trabalho e pela exposição de pro-gressos tecnológicos e de modernos procedimentos de gerenciamento e execução.

A premiação dos Trabalhos Técnicos se deu no final da

tarde do dia 2 de outubro, quando os vencedores foram divulgados e homenageados pela diretoria da ABRA-MAN. No 29o CBMGA, foram agraciados os cinco primei-ros colocados na apresentação oral e os três primeiros na sessão de pôster. No 3o Semase, os três primeiros de cada modalidade foram premiados. Ao final dos eventos, ficou a certeza da importante contribuição de todos os parti-cipantes inscritos nos Trabalhos Técnicos, que apresenta-ram soluções para os mercados de Manutenção e Gestão de Ativos e do Setor Elétrico, visando à melhoria da qua-lidade, produtividade, segurança, preservação ambiental e racionalização de custos. (Veja quadro na próxima página)

TRABALHOS TÉCNICOS MOVIMENTAM 29O CBMGA E 3O SEMASE

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PREMIAÇÃO DE TRABALHOS TÉCNICOS29o CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS

APRESENTAÇÃO ORAL

CLASSIFICAÇÃO No DO TRABALHO AUTORES EMPRESA TÍTULO DO TRABALHO

1o Lugar 117Jimy Prado Mucci de Lima

Manuel Enrique Alvares Almeida Daisuke Yamaki

AngloAmerican Desafios na Implementação de Gestão de Ativos em uma Indústria de Mineração

2o Lugar 146Marcus Francisco G. Mesquita

Manoel José Pedrosa Filho Fabrício Dartengo Hupp

Samarco Mineração Desdobramento estratégico para o Planejamento de Manutençao em Usinas de Pelotização

3o Lugar 175 Aleçondro Antonio Arcosi Raízen Energia Hibernação de Ativos Rotativos Aplicação de Técnicas Preditivas

4o Lugar 20 Carlos Henrique de Oliveira e Valéria Simões de Marco Eletrobrás - Eletronuclear Indicadores de Manutenção para a Gestão de Ativos

5o Lugar 18 Leonardo Elias Moschen Chisté Vanessa Malaco dos Santos Vale Gerenciamento de Energia em Acionamentos de Transportadores

de Correia Terminal de Tubarão – Minério de Ferro APRESENTAÇÃO PÔSTER

1o Lugar 28 Rodrigo Augusto Neves Leandro Ávila da Silva WEG Equipamentos Elétricos Gestão de Ativos com Redução de Custos

Operacionais no Segmento Metalúrgico

2o Lugar 73 Leonardo Honório Martins Pedro Martins Gilson Rosa Comau do Brasil Resultados dos Treinamentos Validados pela Elaboração

de Projetos (Kaizens) – Visão WCM (Manutenção da Classe ndial)

3o Lugar 228

Claudiney Gama da Silva Clóvis Giacomozzi Porto

Marcelo Hitoshi Nakamura Rodrigo dos Santos Vieira

Maria Emília Gemani Moura Emerson D. Cavassin

Grupo Fleury Gestão Automatizada de Cadeia Fria em Ambiente Hospitalar / Saúde

3o SEMINÁRIO NACIONAL DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS DO SETOR ELÉTRICO APRESENTAÇÃO ORAL

1o Lugar 264

Geraldo Rocha Pinhanelli Carlos Oliveira Paulo Franco

Douglas Brunismann

Schweitzer Engeneering Laboratories

Aumento da Confiabilidade de Esquemas e Controle em IEC 61850 com uso de Message Quality

2o Lugar 273 Ricardo Vechin Macedo Aparicio Cesar Camargo

Centrais Elétricas Cachoeira Dourada

Recuperação de Erosão Cavitacional em Turbinas Francis Fabricadas em Aço Carbono com Aplicação de Inoxidável

com Cobaltona UHE Cachoeira Dourada

3o Lugar 271 Carlos Alves da Silva Carlos Ossamu Kajikawa AES Eletropaulo Experiência do Desenvolvimento de Transformador para

Alta Temperatura Baseado em Isolação Híbrica e Óleo Vegetal Isolante APRESENTAÇÃO PÔSTER

1o Lugar 264Artur Conforti Neto

Marcelo dos Santos Viana Ronaldo Conceição Pereira

AES Eletropaulo Terminal de Ancoragem em Liga de Alumínio com Haste em Aço Inox

2o Lugar 307

Leandro Alves Ferreira Angelo Simões Mendes

Edson Vitoriono Edson Savioli

Emerson Chausse Pacheco José Aparecido da Silva

AES Eletropaulo Procedimento para Retirada de Postes de Madeira em Área de Difícil Acesso

3o Lugar 270Paulo Cesar de Souza

Ricardo Vechin de Macedo Juliano Oliveira Hortêncio

Centrais Elétricas Cachoeira Dourada

Melhoria no Sistema de Lubrificação das Rodas da Comporta de Tomada D´Agua da Unidade Geradora 4

Desde 1990, a PCM Consultoria realiza assessorias, consultorias e treinamentos personalizados em Manutenção e Gestão de Ativos.

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29REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

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30 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

A Associação Brasileira de Ma-nutenção e Gestão de Ativos inicia o ciclo de comemora-

ções do seu 30º aniversário, que se encerrará no 30º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos/Expoman, em Campinas, no interior de São Paulo, 3 a 7 de Agosto de 2015. A Revista Manutenção e Gestão de Ativos (MG&A) vai contar esta histó-ria, entrevistando personagens que contribuíram para a formação e o for-talecimento da entidade desde a sua fundação, em 17 de outubro de 1984.

HistóRicoO surgimento, em meados da década de 70, de associações de manutenção em países como Espanha, México e Portugal fez crescer o interesse dos profissionais brasileiros pelos moder-nos conceitos, métodos e tecnologias então disponíveis na área. Aos poucos, tornou-se mais forte a convicção de que, também no Brasil, se fazia neces-sária uma entidade especificamente dedicada ao desenvolvimento da ma-nutenção, entendida como um impor-tante elo da cadeia produtiva.

O trabalho persistente de um grupo de idealistas conduziu à rea-lização do III Congresso Íbero-Ame-ricano de Manutenção, em 1983, no Rio de Janeiro, evento que se trans-formou em um importante marco: o lançamento e aprovação da propos-ta de criação da entidade.

Inicialmente restrito à participação de representantes de poucos, mas

ABRAMAN COMPLETA tRÊs DÉcADAs DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Entidade inicia ciclo de comemorações da sua 30a efemérides, com muito a comemorar e planejar

bem estruturados, setores como os de petróleo, eletricidade, siderurgia e transportes, aquele grupo embrioná-rio, em pouco tempo, contava com o apoio de muitos outros, imbuídos do mesmo ideal, trabalhando na concreti-zação daquele grande objetivo.

Assim, em 17 de outubro de 1984, numa Assembléia no Clube de Enge-nharia, em São Paulo, com a presença dos segmentos mais representativos da comunidade, finalmente fundava--se a Associação Brasileira de Manuten-ção – Abraman.

Aos 27 anos de idade, a Abraman, agora adulta e revigorada, deu mais um passo firme para continuar na vanguar-da do mercado. No dia 26 de abril de 2012, em Assembléia Geral Ordinária, foi aprovada a mudança de estatuto e do nome da Abraman que desde então passou a ser intitulada de Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos, a fim de estruturar o desenvolvi-mento de novas atividades e ampliar o escopo de atuação da associação.

PeRsonAGeMNesta edição, ouvimos Joubert For-tes Flores Filho, presidente da en-tidade de 2003 a 2005 e de 2005 a 2007, para contar a sua história par-ticular com a Abraman. Flores Filho lembra que começou a participar da entidade em 1986, dois anos após a sua fundação. “Como sempre atuei na área metroferroviária, o presiden-te da Abraman na época, Aldo Jaco-mo Zucca, esteve na abertura de um

evento desse setor onde apresentou a Associação e todos ficaram interes-sados”, relata.

Naquele momento, o objetivo de Zucca era atrair público para o 1º Con-gresso de Manutenção que aconteceria em São Paulo no ano seguinte. “A partir desse Congresso e depois no seguinte, que aconteceu no Rio de Janeiro e foi íbero-americano, comecei a participar efetivamente da Abraman”, continua Flores Filho. Segundo ele, naquela épo-ca, o grande foco da Associação eram os Congressos e os cursos de treinamento.

Depois dos anos 90, com o Programa Nacional de Qualificação e Certificação (PNQC), a Abraman ingressou no seg-mento de educação, com o treinamen-to e a certificação de profissionais, o que, recentemente, ganhou ainda mais força com o envolvimento da entidade com o tema Gestão de Ativos e a ISO 55000, com a Abraman se tornando re-ferência nessas modalidades.

Flores Filho destaca que também marcaram a história da Abraman a participação nos Congressos Mun-diais de Manutenção, em 2002, na Bahia, e em 2004, no Paraná. “Foram eventos grandes, com mais de mil participantes e uma grande área de exposição”, relembra. Foram, efeti-vamente, a consagração da Abraman como uma entidade internacional, algo que havia sido tentado em 1996, com uma aproximação da Federação Europeia de Manutenção, e consoli-dado dez anos mais tarde, quando a Abraman passou a ser a associação

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

ABRAMAN COMPLETA tRÊs DÉcADAs DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Em 2015, da mesma maneira como à época da fundação da Abraman, foi re-forçada a importância da certificação da mão de obra. Flores Filho acredita que haverá uma forte adesão das empresas à ISO 550000, com grandes corpora-ções de setores variados reconhecendo a importância da Gestão de Ativos.

Para ele, a Abraman tem o papel es-sencial de fomentar esse alinhamento, atuando como um canal para a troca de experiências e atualização profissional em relação a grandes tendências e no-vas tecnologias. “Cada vez mais a manu-tenção passou a ser algo de diagnóstico e menos de intervenção. A manutenção deixou de ser um fator que representa-va custo, dentro das plantas industriais, para ser um componente que garante a disponibilidade dos ativos e, ao final, gera receita com produtividade”, finaliza o ex-presidente da Abraman. l

EX-PRESIDENTESAldo Jacomo ZuccaAno: 1984 a 1987

Elcias José FerreiraAno: 1988 a 1990

Getúlio Cambraia FonsecaAno: 1993 a 1995

Carlos Vendas RodriguesAno: 1995 a 1997

Carlos Alberto da Costa LopesAno: 1997 a 1999

Alan Kardec PintoAno: 1999 a 2001 e 2001 a 2003

Joubert Fortes Flores FilhoAno: 2003 a 2005 e 2005 a 2007

José Eduardo Gorini Lobato de CamposAno: 2007 a 2009 e 2009 a 2011

mais importante nesses Congressos.Atualmente, diz Flores Filho, a Abra-

man vive a sua terceira onda com a Ges-tão de Ativos ditando seu diferencial no futuro. “Cada vez mais, o profissional de manutenção está melhor preparado. A manutenção passou a ser mais tecno-lógica e menos braçal, e a prova disso é que muitas mulheres estão ocupan-do posições de manutenção, algo que antes era praticamente impossível de acontecer. Quando há mais pensamen-to e menos força há mais espaço para o universo feminino”, avalia.

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opinião

Gestão de Ativos como “trim tAb” dA Gestão de mudAnçA

O inventor norte-americano richard buckminster Fuller (1895-1983) foi o primeiro a popularizar o

conceito de “trim tab” para a gestão de qualquer processo de mudança, ainda no início da década de 1970. seu epitáfio “call me trim tab” (“considere-me como um trim tab”) vem de uma série de declarações fornecidas em entrevistas e palestras ao longo de sua carreira.

esse elemento didático também foi utilizado por outros gurus da administração moderna como o também norte-americano stephen covey. o “trim tab” funciona como uma “alavanca fluidodinâmica” nos bordos de fuga de lemes e profundores em navios e aviões, reduzindo significativamente a força aplicada aos comandos, como também auxilia a diminuir tendências indesejáveis de mudança de direção (arfagem) durante o percurso desses meios de transporte.

A literatura técnica traduz “trim tab” para o português como “compensador de arfagem”. o conceito de “trim tab humano”, uma vez aplicado com frequência por uma ou mais pessoas em uma organização, seria uma evidência de que tais colaboradores atingiram o nível mais alto de “accountability” pela visão de recursos humanos, ou seja, valorizam efetivamente os recursos partilhados

trÊs PAssos PArA A iso 55001

*Gerson Arcos e DAniel lyrA são,

respectivamente, Diretor Academy

e Gerente Academy da Pragma Brasil

DAniel lyrA*

pela sociedade a ponto de perceber a essência de seu valor e desdobrá-los através do exemplo de condutas que os tornem sustentáveis.

MétoDoos três passos que constituem a proposta de articulação da gestão de mudança através da gestão de ativos e do conceito de “trim tab” são detalhados a seguir:

Passo1: Formalização da origem, direção e escopo da mudança almejada.

todo processo de mudança possui: “sponsors” ou líderes; facilitadores e público afetado, tanto diretamente como indiretamente.

seja por ação de um visionário, que conseguiu transformar-se em “trim tab humano” e inspirar, pelo seu carisma ou talento, outras pessoas; seja devido a um fato traumatizante que mudou a forma da sociedade encarar um tema, as mudanças afetam as pessoas de formas diferentes e, dependendo do contexto, podemos dividir o seu impacto em:• mudanças “de fora para dentro”,

quando a pessoa afetada pela mudança a aceita apenas como uma obrigação ou contingência inevitável;

• mudanças “de dentro para fora”,

Gerson Arcos*

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quando a pessoa afetada realmente é inspirada ou motivada a realizar a mudança por vontade própria porque percebe realmente seu valor, tanto para si, quanto para o grupo ou sociedade.A gestão de ativos, representada mais recentemente

pelo PAs 55 e a série de normas Abnt nbr iso 55000, proporciona uma grande oportunidade para que qualquer líder ou facilitador transforme qualquer processo de mudança em um processo verdadeiramente do tipo “de dentro para fora”.

essa grande oportunidade advém da formalização do portfolio de ativos de uma organização, divididos em ativos físicos, financeiros, humanos, informacionais e intangíveis. Ao formalizar esse portfólio, a organização consegue enxergar com clareza quais são os pontos fortes ou significativos, tanto da sua cultura, quanto de seus resultados.

nunca é demais lembrar, que produtos ou serviços inovadores, cedo ou tarde são copiados. mas cultura vencedora é um item que até hoje não foi copiado. A gestão de ativos fornece um caminho eficaz para que cada organização reconheça e desenvolva sua cultura vencedora a partir do equilíbrio necessário entre os ativos mais importantes de uma organização.

Passo 2: Adaptação e engajamento das partes interessadas na mudança almejada.

Quando se aprofunda o tema sobre adaptação e engajamento de colaboradores em um processo de mudança, muita vezes, pensa-se somente em ferramentas de recursos humanos relacionadas a comunicação e motivação.

mas, todo processo de mudança, para ser bem sucedido, também depende de descrições claras:• das necessárias competências, responsabilidades e

atitudes, anteriores e posteriores à mudança (ativos humanos);

• do ciclo de vida, tanto de equipamentos e infra-estrutura (ativos físicos) quanto de documentos, registros e sistemas de informação (ativos informacionais) que serão substituídos ou adquiridos devido ao processo de mudança.A interação eficaz entre os ciclos de vida de ativos

físicos, informacionais e humanos é o segredo que

pode ser reconhecido em qualquer caso de sucesso da administração moderna.

sempre, em qualquer processo de mudança, existirão: • os “early adopters”, facilitadores eleitos e líderes que

se engajam desde o primeiro momento em que a mudança é anunciada ou percebida;

• os resistentes ou contrários, que, inevitavelmente, serão seduzidos, substituídos, isolados ou “doutrinados” à força;

• A maioria restante, que poderá flutuar entre níveis de apatia ou participação inconsistente.excetuando-se uma pequena parte dos “early adopters”,

facilitadores eleitos e líderes, que são aqueles que enxergam a mudança almejada como realmente algo “de dentro para fora”, todos os outros tipos de participantes demorarão para consolidar em suas mentes a mudança, gerando riscos e custos adicionais que comprometem a execução dos melhores planejamentos.

Passo 3:Assegurar a sustentabilidade da mudança almejada.

muitas organizações que competem em um mesmo mercado apresentam diferentes níveis, tanto em seus indicadores de desempenho, quanto na maturidade da aplicação de melhores práticas de gestão.

Possuir níveis altos de indicadores de desempenho, sem a consolidação de padrões e melhores práticas de administração, significa ser dependente do conhecimento tácito de seus colaboradores, que inevitavelmente ocuparão posições diferentes no futuro, dentro ou fora da organização. dessa forma, corre-se um grande risco, pois eles podem sair da empresa levando consigo todo o conhecimento que possuem.

Possuir padrões e práticas bem descritos e planejados, mas que não encontram aderência consistente em toda a organização, significa ser dependente de um cenário de mercado que inevitavelmente mudará no futuro.

o equilíbrio entre evolução dos indicadores, padrões e boas práticas é o caminho que evita a obsolescência de processos e produtos e os custos, desgastes, riscos e esforços altíssimos em cada movimento de melhoria contínua ou inovação.

Ferramentas para realização de um diagnóstico como o AmiP (Asset management improvement Plan), desenvolvidas pela Pragma, auxiliam organizações

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS34

opinião

de qualquer porte e maturidade no diagnóstico do nível de maturidade e do equilíbrio entre indicadores de desempenho e boas práticas de gestão de ativos e na determinação de planos estratégicos e operacionais para atingir níveis de desempenho e maturidade de boas práticas, necessários ao desenvolvimento de suas vantagens competitivas.

todas essas atividades e resultados devem sempre estar alinhados ao Peo (Plano estratégico operacional) da empresa e, a cada mudança significativa deste, uma nova avaliação deve ser realizada.

DiscussãoA mudança “de dentro para fora” não é apenas uma figura de linguagem que demonstra a sintonia entre os processos mentais de uma pessoa envolvida em um processo de mudança e os fundamentos deste. os três passos propostos neste artigo podem ser incluídos como cerne de ciclos PdcA (Plan, do, check, Act), ciclos de melhoria contínua e focada.

Ao executar o processo de mudança e monitorar o ciclo de vida dos ativos físicos, humanos, informacionais e financeiros, conjuntamente, consolida-se o processo de análise de risco e de monitoramento de desempenho, traduzindo-o em consolidação das vantagens competitivas necessárias à sobrevivência ou liderança de mercado. tudo isso representará o conjunto de ativos intangíveis, que refletem a organização para si própria, para os seus clientes e para o mercado como um todo, claramente.

verificar ou auditar periodicamente o desempenho do processo de mudança e avaliar continuamente o equilíbrio da evolução entre os indicadores de

desempenho e os padrões e boas práticas relacionados, evita as armadilhas da dependência do conhecimento tácito e dos cenários estáveis de mercado.

Ao corrigir a rota ou aprimorar o plano inicial, determinado para a mudança almejada, deve-se identificar corretamente os momentos para acelerar ou desacelerar o processo de mudança para posterior retorno ao ritmo planejado.

normas específicas de riscos, contabilidade, qualidade, meio ambiente, segurança do trabalho e responsabilidade social, ainda que tratadas dentro de sistemas integrados de gestão, não fornecem a profundidade necessária: nem à integração e sincronização dos ativos físicos, humanos, informacionais, financeiros e intangíveis; nem ao entendimento sobre como os itens mais fortes e significativos da cultura de uma organização são traduzidos em vantagens competitivas.

não há razão para culpar organizações que promovem processos de mudança do tipo “de fora para dentro”, pois elas estão tentando apenas manter seu nível de competitividade, apesar dessa alternativa ser pouco sustentável. o erro está no fato de líderes e facilitadores de tais processos esperarem que seus projetos de mudança sejam tão rápidos, profundos e sustentáveis quanto os processos de mudança “de dentro para fora”.

sob o olhar da gestão de ativos, essa profundidade e sustentabilidade é obtida gradual e consistentemente, otimizando esforços e atenuando ou eliminando riscos e desgastes inerentes a qualquer processo de mudança ou evolução, da mesma forma que um “trim tab”, seja no leme de um transatlântico ou nas asas de um avião. l

Todo processo de mudança

possui: ‘sponsors’

ou líderes; facilitadores

e público afetado, tanto

diretamente como

indiretamente

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