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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos,Bruno Vanuzzi, Carlos Castro, DaviDuarte, Estanislau Luciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Gisela Morone, Isabella Gomes Machado, Jair Men-des, Júlio Greve, Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor, Natanael Lobão Cruz e Roberto Maia|Jornalistaresponsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. Projeto gráfico: Eduar-do Furasté| Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações:Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições de ensino ejurídicas.

Junho | 20102

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.647.8899

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2010-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:

Júlio Vitor Greve (Brasília)[email protected]

Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Negociação Coletiva:Natanael Lobão Cruz (Recife)[email protected]

Diretor de Prerrogativas:Fernando da Silva Abs da Cruz (Novo Hamburgo)[email protected]

Diretor Jurídico:Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)[email protected]

Diretor Social:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)[email protected]

REPRESENTANTES REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|PatrickRuiz Lima (Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|JúlioVitor Greve (Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya RachelBasseto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Daniele Cristina das Neves (Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)|Susan Emily Iancoski Soeiro (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro(Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)|Ivan SergioPorto Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (João Pessoa)|Rodrigo TrezzaBorges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|DioclécioCavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho Dutra Filho(Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Roberto de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (NovoHamburgo)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza(Porto Velho)|Justiniano Dias da Silva Júnior (Recife)|Sandro EndrigoChiarotti (Ribeirão Preto)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|FabioRadin (Santa Maria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do RioPreto)|Flávia Elisabete Karrer (São José dos Campos)|Virginia NeusaLima Cardoso (São Luís)|Roland Gomes Pinheiro da Silva (SãoPaulo)|Edvaldo Martins Viana Júnior (Teresina)|Tiago Neder Barroca(Uberaba)|Luciola Pereira Vaconcelos (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alvesda Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino(Curitiba), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca deMiranda Porto (Brasília) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), FábioRomero de Souza Rangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima(Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Gisela Ladeira Bizarra Morone (Brasília), RogérioRubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro(Fortaleza).Membros suplentes: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo) eMelissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João CarlosSaad | CEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo: PriscilaChristiane da Silva.Endereço em Porto Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares Administrativos: Lisandra de Andrade Pereira (Financeiro), RafaelMartins Dias (Secretaria) e Thatiane Vilabruna (Administrativo).

| Editorial

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

A edição deste mês embuteuma sensação de recomeço.

Nova Diretoria, com novosprojetos e um salutar sentimentode recarga completa das bateriasde toda a categoria.

Uma matéria completa sobreo XVI Congresso Nacional daADVOCEF, realizado em Gramado,abre este número. O maior de to-dos os encontros já realizadospela ADVOCEF reuniu mais de du-zentos advogados de todo o país.

A edição faz uma resenha doque esperam os profissionais ad-vogados e a própria Diretoria re-cém-empossada para este novoperíodo que se inicia, descorti-nando e analisando os principaisfatos ocorridos no evento.

A categoria, mais uma vez, deuprova do amadurecimento cons-tante dos debates. Ao aprovar aconstituição de um grupo de tra-balho específico, com prazos ecomposição democraticamentedefinidos pela base, consolidou oentendimento de que os Congres-sos não devem se constituir forode permanentes e intermináveisalterações estatutárias.

Montada com uma composi-ção mista de debates técnicos -desta feita voltados prioritaria-mente para o tema honorários - eintervenções político-institucio-nais, a 16ª edição do encontroanual dos advogados talvez te-nha inaugurado um novo ciclo naconstrução de discussões em tor-no de temas estruturais para a ca-tegoria.

Começar de novo e sempre

Direção ExecutivaDireção ExecutivaDireção ExecutivaDireção ExecutivaDireção Executivada ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEF

O encontro teve depoimentoscarregados de emoção e expecta-tivas, cujos relatos permeiam aspáginas seguintes.

Elemento de ligação entre asmanifestações: a vontade de me-lhorar, de avançar, de vislumbrarum bom começo, iniciado naque-le que anualmente é um marcopara a categoria.

E, principalmente, a certeza deque começar, ou recomeçar, nãosignifica reiniciar do zero, mas ex-perimentar um novo impulso, emdireção de destinos ainda melhordefinidos a cada passo.

Em sua primeira reunião ple-nária, a nova Diretoria demonstraa disposição de dar sequência eaprimorar tantos bons avanços,cumprindo as metas manifestadasdurante a campanha eleitoral. Atransferência definitiva de suasede para Brasília, o lançamentoda segunda edição da campanhade arrecadação e a aprovação doprojeto de resgate da memória daárea jurídica da CAIXA são algunsexemplos do quanto ainda há paraser feito.

Enfim, de todo recomeço sur-ge a memória do que o antecedeu,mas especialmente nasce a espe-rança de que a existência de pro-jetos, a disposição por fazer maise o sentimento do coletivo have-rão de tornar concreta uma boaparte do que se convencionou cha-mar de evolução.

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| Presidência

Nordestino, com orgulhoCarlos Castro reafirma compromisso com advogados e com a CAIXA

Em discurso na aber-tura do XVI Congresso daADVOCEF, em Gramado,"terra da bombacha e dochimarrão", o presidenteeleito da ADVOCEF, CarlosCastro, reafirmou seucompromisso de defesada entidade, dos associa-dos e de "tudo que repre-senta a CAIXA e seu tra-balho social, que tem be-neficiado a populaçãomais carente deste país".

Disse que o fortaleci-mento da CAIXA passa ne-cessariamente pela valo-rização do seu quadro deadvogados, pois em suasmãos "a União depositaalgumas das mais importantes defesasda advocacia pública".

Declarou que a nova gestão quer es-tar cada vez mais próxima dos associa-dos, da própria CAIXA - "que defendemose representamos" - e da população, emespecial dos menos afortunados, na ba-talha permanente por uma sociedademais justa e igualitária.

Em sua gestão, pretende manter aber-tas todas as linhas de negociação, pelavalorização da carreira do advogado. "Seique para isso teremos que fortalecer ain-da mais a imagem institucional daADVOCEF, perante a CAIXA, a OAB, o Judi-ciário, o Legislativo e os órgãos do PoderExecutivo."

Procuradoria dasEmpresas Públicas

O presidente conta com a atuação daDiretoria de Articulação, sob o comandode Júlio Greve, para o fortalecimento daAssociação Nacional dos Procuradoresdas Empresas Públicas Federais, na lutapela criação da Procuradoria das Empre-sas Públicas Federais, vinculada à Advo-cacia Geral da União.

Anunciou que manterá o trabalho decontato com parlamentares, para viabilizaras emendas ao projeto de lei complemen-tar que reestruturará as carreiras da AGU,a ser enviado ao Congresso Nacional pelaCasa Civil da Presidência da República."Precisamos estar atentos e acompanharos demais projetos dos nossos interessesem curso na Câmara e no Senado, tentan-do alterá-los, se for o caso."

As palavras chaves de seu mandato,"continuidade com avanço", traduzem, se-gundo o presidente, a mensagem recebi-da das urnas.

Carlos Castro agradeceu à CONTEC,representada no evento pelo presidenteLourenço Ferreira do Prado e pela direto-ra financeira Rumiko Tanako, "que nosabriu as portas para que a ADVOCEF,como sua convidada, tivesse assento namesa permanente de negociações cole-tivas da CAIXA e fez inserir a cláusula 47no nosso Acordo Coletivo de Trabalho2008/2009". Com a medida, disse Cas-tro, "foi possível o vitorioso, maior e his-tórico movimento paredista na nossa ins-tituição", que beneficiou a maioria dosadvogados da CAIXA.

Nossa AnitaGaribaldi

Em seu discurso, CarlosCastro citou um a um os no-mes dos novos diretoreseleitos da ADVOCEF e des-creveu a importância decada pasta. Deixou paraapresentar no final a vice-presidente eleita, Anna Clau-dia de Vasconcellos, "a nos-sa Anita Garibaldi, mulherforte, destemida e com-bativa, também catarinen-se". Elogiou o desempenhodela na Diretoria de Negoci-ações e garantiu que serásua grande parceira na novaadministração.

Saudou também, "na pessoa do cam-peão de votos, meu amigo Dr. Davi Duarte",os membros eleitos para os ConselhosDeliberativo e Fiscal.

Definindo-se "nordestino com muitoorgulho, pernambucano de Olinda, cida-de das artes e da cultura, do frevo e domaracatu", Castro declamou um trechopor ele adaptado de um poema docordelista recifense Ismael Gaião da Cos-ta (veja no quadro).

Encerrando seu discurso, citou o poe-ta gaúcho Mário Quintana, como exem-plo de que não se deve nunca desistir:

Todos aqueles que aí estãoAtravancando o meu caminhoEles passarão...Eu passarinho!

Concluiu o presidente: "Portanto, vo-emos alto em busca dos nossos sonhos.Voemos na caça do nosso respeito e danossa dignidade, de melhorias para asnossas condições de trabalho e por umaremuneração justa. Por fim, como passa-rinhos, voemos bem alto na certeza deque seremos felizes".

|Carlos Castro: voar alto em busca dos sonhos

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| XVI Congresso da ADVOCEF

Unidos, à frenteDecisões, confraternização e superação de diferenças no encontro em Gramado

A marca principal doXVI Congresso daADVOCEF, realizado nosdias 13 a 15 de maio emGramado (RS), foi "andarpara a frente". A percep-ção é do advogado DaviDuarte, já como ex-presi-dente da Associação, poispassou o cargo para o re-cém-eleito Carlos Castrono primeiro dia do even-to. "Deixamos de discutiro porquê de muitas deci-sões para ir ao encontrodo que realmente preci-sa ser feito, em benefíciode toda a categoria", ava-liou Davi. "Foi igualmenteo Congresso da confrater-nização e da superaçãode diferenças."

A advogada Eliana Hissae Miura, doJURIR/São Paulo, foi ao seu primeiro Con-gresso com a expectativa de ouvir sobreos planos da ADVOCEF para melhorar ascondições de trabalho do quadro jurídico,principalmente porque entende que a gre-ve deve ser o último recurso a ser utiliza-do. E gostou. "O que mais me impressio-nou foi perceber que existem colegas real-mente interessados em melhorar a carrei-ra, participando ativamente com críticasconstrutivas, o que infelizmente não vis-lumbro na maioria dos advogados lotadosem São Paulo." Das discussões do Congres-so, ela destaca os planos para melhorar aarrecadação de honorários, especialmen-te os relativos à recuperação de créditos.

O mesmo ânimo dos colegas impres-sionou a outro estreante, o advogadoBartolomeu Ariosvaldo de Sousa, doJURIR/Goiânia. Bartolomeu gostou da par-ticipação do presidente da Seccional daOAB/RS, Claudio Lamachia, e do deputa-do federal Maurício Rands. Diz queLamachia demonstrou ter ideias e empe-nho pela aproximação do advogado em-pregado no dia a dia da Ordem e o parla-

mentar agradou com a promessa de apoioàs reivindicações da categoria.

Avanço nas discussõesTambém participante de primeira via-

gem, Rodrigo Mello, do JURIR/Florianópolis, viu suas expectativas se-rem atendidas em boa parte, pois espera-va um grande encontro de advogados dediversas regiões com perspectivas dife-rentes sobre a carreira e a Empresa. "Con-versando com muitos colegas foi fácil apu-rar a identidade entre nossas dificuldadese objetivos", disse.

Rodrigo gostou da chance de presen-ciar a representatividade dos advogadosda CAIXA, o clima amistoso, a simpatiados colegas, a organização do evento, "im-pecável". Aprovou a pauta de reivindica-ções definida para a negociação coletivae percebeu o sentimento geral de seremos advogados cada vez mais reconheci-dos entre as entidades sindicais e a CAI-XA. "A aceitação por parte das confedera-ções dos trabalhadores dá respaldo à ca-tegoria e nos traz horizontes mais amplosdentro da nossa Empresa."

William Herrison CunhaBernardo, da REJUR/BoaVista, também pôde ver, emseu primeiro Congresso,um amplo espaço de deba-tes sobre os temas da cate-goria. Notou que houve umavanço significativo nas dis-cussões sobre arrecadaçãoe controle dos honorários,embora sabendo que háainda muito a avançar, prin-cipalmente para unificar osprocedimentos adotadospelas unidades jurídicas.Também chamou sua aten-ção a votação da propostados advogados para o ACT2010. "Pude dimensionar oquanto até aqui se conquis-tou e quanto ainda faltapara alcançarmos aquilo

que consideramos o ideal e justo."Já o advogado Tiago Neder Barroca,

da Extensão Uberaba/MG, pensava encon-trar em seu Congresso de estreia discus-sões "mais técnicas" e orientações paraserem seguidas nacionalmente, principal-mente sobre rotinas para o controle da ar-recadação de honorários. Mesmo assim,destaca o painel sobre o assunto, que dei-xou claro que existem diferenças de inter-pretação mesmo entre as Comissões deHonorários. Outro ponto alto, para ele, foi apalestra do gerente da GICOP/Porto Alegre,Alexandre Schuler, demonstrando o poten-cial de crescimento na arrecadação a par-tir da cobrança tempestiva dos contratosinadimplidos. Uma constatação: "A discus-são sobre o movimento grevista ficou 'apa-gada', mesmo se tratando de um marcoimportante na advocacia da CEF".

Evento abençoadoEm seu segundo Congresso, Evandro

Garczynski, do JURIR/Porto Alegre, viu con-firmadas mais uma vez suas perspecti-vas pela "excelente organização e bastan-te discussão em prol dos nossos interes-

|Representantes de Minas Gerais (da esq. para a dir.): Sílvio Padilha, Leandro Clementoni daCunha, Jairdes Garcia, Felipe de Paula, Tiago Barroca e Gustavo Sabaini

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ses". Gostou muito da palestra do deputa-do federal Maurício Rands, que, a seu ver,não apenas "deu uma luz" sobre o cami-nho que os advogados devem seguir comotambém se colocou à disposição paraauxiliar. Acha que se deve aproveitar oconhecimento do deputado sobre o an-damento dos projetos no Congresso Na-cional. Considerou também importante o

O XVI Congresso daADVOCEF deu posse à novaDiretoria, liderada pelo pre-sidente Carlos Castro e avice-presidente Anna Clau-dia de Vasconcellos. Fo-ram empossados tambémos membros dos Conse-lhos Fiscal e Deliberativo eos representantes daADVOCEF nas unidades ju-rídicas. (A relação comple-ta dos eleitos está na pági-na 2 desta Revista.)

Em palestra proferidana abertura, o presidenteda Ordem dos Advogadosdo Brasil no Rio Grande doSul, Claudio Lamachia, destacou a atua-ção da instituição na defesa dos cida-dãos. Pediu aos advogados que partici-pem cada vez mais nas Seccionais daOAB, em defesa de seus interesses e osdo país. Lamachia citou exemplos do tra-balho da Ordem no Estado, como o pro-jeto de lei que veda a compensação dehonorários e o que defende ainviolabilidade do local de trabalho doadvogado.

Outro palestrante, deputado federalMaurício Rands, se pôs à disposição dos

Posse, palestras, decisões

advogados para defender seus projetosno Congresso Nacional (leia na pág. 8).

O gerente da GICOP/PO, AlexandreSchuler, discorreu sobre o futuro da recu-peração de créditos na CAIXA. Destacouo cenário para 2010, que mostra cresci-mento do crédito, aumento na participa-ção de mercado e redução dos "spreads".Há, portanto, segundo o gerente, neces-sidade de maior eficiência, com impactodireto na atividade dos Jurídicos e na ar-recadação de honorários.

Órgão reguladorAlexandre Schuler apontou como

pontos fortes no momento a melhora nogerenciamento dos honorários oriundosda recuperação de crédito, a maiorconscientização dos advogados e a atua-ção da ADVOCEF como "órgão regulador".

Como pontos fracos, mencionou a es-trutura inadequada dos JURIR, aintempestividade no ajuizamento, odistanciamento das áreas afins e arotatividade dos advogados. A falta de|Lamachia: advogados têm que participar

harmonia entre os profis-sionais sobre o tema vemsendo minimizada, segun-do Alexandre, devido aoempenho da ADVOCEF.

Uma deliberação doscongressistas, de formaruma comissão para revi-sar o Estatuto daADVOCEF, já foi cumpridaem 8 de junho, com a elei-ção dos seus integrantes(veja na Cena Jurídica).

Um trabalho realizadopelas Comissões de Hono-rários tratou das divergên-cias de entendimento so-bre o controle da arreca-

dação. O estudo se encontra no site daADVOCEF (Arquivos/Diversos/Apresenta-ções XVI Congresso).

Foi aprovada a pauta de reivindica-ções para o Acordo Coletivo 2010/2011,que deverá ser unificada com a dos de-mais empregados da CAIXA. Segundo odiretor de Negociação da ADVOCEF,Natanael Lobão Cruz, houve avanço napolítica salarial, pois o piso que se reivin-dica agora é o salário inicial das carreirasda AGU. "No entanto, ainda não estamossatisfeitos, pois sabemos que a remune-ração está aquém do nosso valor de mer-cado e de nossa importância para a CAI-XA e para a administração pública fede-ral", acrescenta Natanael.

O presidente Carlos Castro destacouque é importante a aproximação com aCONTEC e a CONTRAF, que apoiaram acategoria na greve do ano passado.

No evento, foi lançado o 10º volumeda Revista de Direito da ADVOCEF e esco-lhida a cidade de Cuiabá para sede doXVII Congresso, em 2011.

|Advogados decidiram revisar o Estatuto

debate sobre as questões controvertidasno processo de cobrança dos honoráriose aprovou a pauta "isonomia", escolhidapara a campanha salarial deste ano.

A palestra do deputado agradou tam-bém à advogada Karla Karam Medina, doJURIR/Fortaleza. "Ele enfocou a advoca-cia no contexto legislativo e trouxe espe-rança de se encaminhar o projeto de lei

sobre a criação da Procuradoria de Em-presas Públicas."

Já o advogado Francisco HitiroFugikura, da Extensão Araçatuba, vetera-no de quatro eventos, diz que as expectati-vas de todos os anos desta vez não foramcorrespondidas. Para ele, não houve ne-nhuma decisão relevante, devido à opçãoda ADVOCEF de criar grupos de trabalho

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A divulgação antecipada da pau-ta, como era feito em Congressos an-teriores, está entre as sugestões dosadvogados Bartolomeu de Souza eKarla Medina, para o próximo even-to, a ser realizado em Mato Grosso.Karla quer que seja possível apresen-tar propostas para dis-cussão da categoria.Ela sugere também queo representante das Co-missões de Honoráriostenha vaga garantidaem todos os Congres-sos.

Francisco Fugikuraacha que as palestrasprecisam serdirecionadas a temas"de efetivo interessedos advogados da CAI-XA", devendo ser convidados juízes,desembargadores, doutrinadores oumesmo advogados da Empresa, "quepoderiam, por exemplo, discorrer so-bre uniformização de procedimentospara o recebimento de honoráriosadvocatícios".

As condições de trabalho e a car-reira preocupam os advogados.

Pauta para 2011

|Evandro (ao centro), com Pablo e Rauber: carreira e honorários

Eliana Miura quer que o próximo en-contro discuta propostas objetivas so-bre o assunto. Rodrigo Mello diz queseria importante realizar discussõesmais aprofundadas sobre as condiçõesde trabalho nas unidades jurídicas detodo o país.

Tiago Barroca diz que seria interes-sante conhecer a rotina das unidadesonde a arrecadação é mais bem con-trolada, para divulgar suas práticas en-tre os colegas.

Esboço de pautaO advogado Evandro Garczynski diz

que a próxima pauta do Congresso po-

deria ser centrada em dois pontos:- Honorários. Depois de analisar

quais são as melhores práticas, esta-belecer uma linha de atuação que de-verá ser seguida por todos os advoga-dos. "Não vamos evoluir se cada Jurí-dico, ou, pior, cada advogado, por sua

concepção pessoal, co-brar os honorários peloque considera adequa-do e não do modo quea maioria consideracorreto."

- Carreira. Debaterações para divulgar oprojeto de criação daProcuradoria das Em-presas Públicas Fede-rais.

Evandro pensa emum evento congregan-

do os procuradores das empresas pú-blicas federais, visitas a políticos nosEstados, criação de material de divul-gação, mobilização em Brasília, entreoutras atividades. "Tudo orquestradopela Presidência da nossa Associaçãoe a da Associação Nacional dos Pro-curadores das Empresas Públicas Fe-derais."

para encaminhar propostas para votação."Concordo com aqueles que consideramque o Estatuto e o Regulamento não po-dem permanecer como uma colcha de re-talhos, sendo permanentemente modifi-cados, mas entendo que poderia ser fixa-do um prazo (três anos?) para a revisãodesses instrumentos."

Propiciando a tradicional confraterni-zação e superando as divergências emnome da unidade da categoria, o Congres-so transcorreu de fato fraterno e demo-crático, de acordo com o parecer do ex-presidente Davi. O advogado fez uma ou-tra observação: "Acredito que Deus aben-çoou a estada em Gramado, pois o tem-po inicialmente chuvoso cedeu lugar aosol brilhante e o céu ficou de um azul ad-mirável. E ao partirmos, a névoa e a garoacomeçaram a se mostrar novamente..."|Davi: o azul admirável do céu |William: quanta conquista, quanto ainda falta

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No Brasil, pra se expressarHá diferenciação,Porque cada regiãoTem seu jeito de falar!O Nordeste é excelente,Tem um jeito diferenteQue a outro não se iguala.Alguém chato é AbusadoSe quebrou, Tá EnguiçadoÉ assim que a gente fala!

Uma ferida é PerebaHomem alto é Galalau.E coisa ruim é Peba

É assim que a gente fala

Venha, ande, é AviaDe pernas tortas é ZambetaMorre, Bate a CaçuletaAli, se diz Acolá.Depende é Aí VareiaUm monte de gente é RumaPra perguntar como é CumaE manha aqui é Pantim.Coisa velha é CacarecoO copo aqui é CanecoE coisa pouca é Tiquim!Aprendi desde piveteQue homem franzino é XoxoQuem é medroso é um Frouxo

Trecho do poema "No Nordeste é diferente, é assim que a gente fala", de Ismael Gaião da Costa, adaptado e declamado pelopresidente da ADVOCEF, Carlos Castro, na abertura do XVI Congresso da entidade.

O sovina é PirangueiroFofoca aqui é FuxicoQualquer botão é PitocoE confusão é Arenga.Agonia é AperreioÉ bonito, é Arretado,Rir de alguém é MangarMexer em algo é BulirPaquerar é Se InxirirQualquer coisa torta é TronchaMarca de pancada é RonchaÉ assim que a gente fala!

| Prerrogativas

"Trata-se de importante deci-são assecuratória das prerrogati-vas dos advogados. Diante da ne-cessidade do prequestionamentopara admissão dos recursos ex-traordinários, muitas vezes o pro-curador se vê obrigado a opor em-bargos declaratórios (súmula356, STF). A imposição de multaao advogado, mesmo se o recur-so for considerado protelatóriopelo órgão jurisdicional, a par deilegal, constitui inequívoca afron-ta ao art. 133 da Carta Magna,

Garantia de direitoRafael Carvalho da Rocha Lima, do JURIR/GoiâniaRafael Carvalho da Rocha Lima, do JURIR/GoiâniaRafael Carvalho da Rocha Lima, do JURIR/GoiâniaRafael Carvalho da Rocha Lima, do JURIR/GoiâniaRafael Carvalho da Rocha Lima, do JURIR/Goiânia

A decisão do Tribunal Regional Federalda 5ª Região de aplicar multa a um advogadoda União, por considerar protelatórios os em-bargos declaratórios propostos por ele, foi anu-lada pelo Supremo Tribunal Federal. Confor-me argumento do ministro José Antonio DiasToffoli, "os elementos contidos nos autos sãobastantes à compreensão da controvérsia eà necessidade de se resguardar a autoridadee a eficácia do que deliberado pela Corte naADI 2.652".

No acórdão da ADI, julgada em 2003, oPlenário do STF entendeu ser inviável a puni-ção por multa pessoal aos advogados priva-dos ou públicos, prevista no art. 14, parágrafoúnico, do Código de Processo Civil.

O ministro Toffoli tomou a decisão na Re-clamação nº 10.021. Para o TRF-5, os embar-gos configuraram uma tentativa de obstruçãoà Justiça (contempt of court).

O pedido liminar era para suspender amulta de um por cento do valor da causa. Nomérito, o advogado-geral pedia a nulidade daparte do acórdão em que se fez a cobrança.Contudo, Toffoli usou a jurisprudência da Cor-te para já declarar procedente a Reclamaçãoe a nulidade da multa.

STF anula multa imposta a advogado públicoPunição inviável

O advogado Rafael Carvalho da RochaLima, do JURIR/Goiânia, considerou a notíciaexcelente, por garantir as prerrogativas dosadvogados (leia sua opinião no quadro). Paraseu colega Ivan Sérgio Vaz Porto, represen-tante da unidade na ADVOCEF, "prevaleceu obom senso e, em última análise, a Justiça".

(Com informações do STF.)

verbis: "O advogado é indispen-sável à administração da justiça,sendo inviolável por seus atos emanifestações no exercício daprofissão, nos limites da lei".

Na defesa do seu constitu-inte, o patrono da causa nãopode ter receio de utilizar todasas medidas legais franqueadaspelo ordenamento jurídico, sobpena de afronta ao direito deampla defesa, que também temassento constitucional (art. 5º,LV)."

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|Toffoli: oselementos

estão nosautos

Sujeira em olho é RemelaQuem não tem dente é BanguelaCheiro de suor, InhacaÉ assim que a gente fala!

Pra dizer ponto finalA gente só diz: E Priu.Pra chamar é Dando SiuTudo pequeno é CotocoVigi! Quer dizer por poucoDesde o tempo da senzala,Nessa terra nordestina,Seu menino, essa menina!É assim que a gente fala!

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|Maurício: 5.485municípios

dependem da CAIXA

| Palestra

Deputado Maurício Rands apoia projetos dos advogados da CAIXAAliado no Parlamento

O deputado Maurício Rands (PT/PE) secomprometeu a apoiar os advogados da CAI-XA em suas propostas para inclusão da cate-goria na carreira da advocacia pública da União.O compromisso foi assumido durante sua pa-lestra no XVI Congresso da ADVOCEF, em 14de maio, quando o deputado se referiu à im-portância do trabalho dos advogados da Em-presa para o desenvolvimento do país. "Todasas obras que 5.485 municípios estão fazendodependem do trabalho da CAIXA, de suaconsultoria jurídica e das demais atividades",destacou o deputado.

O palestrante aprovou o objetivo da cate-goria de regulamentar a carreira dos advoga-dos empregados de empresas públicas fede-rais. Os advogados da CAIXA têm esse objetivosem pretender usurpar direitos ou vantagensdos profissionais da AGU (Advocacia-Geral daUnião), explicou ao deputado o advogado DaviDuarte. "Não seremos concorrentes, estare-mos para somar, ajudando a organizar essaestrutura. E pleiteamos também as prerrogati-vas de advogados vinculados à AGU, para me-lhor defender a CAIXA." Essa é a síntese dosplanos, segundo Davi, que vêm sendo aprimo-rados através dos Congressos.

O deputado Maurício Rands prometeucolaborar na realização das duas iniciativasplanejadas pelos advogados. Uma delas serápropor uma emenda ao projeto de lei quereestrutura as carreiras da AGU, a ser enviadoao Congresso Nacional pela Casa Civil da Pre-

sidência da República. A outra medida consis-te em apresentar um projeto autônomo, regu-lamentando a Procuradoria das EmpresasPúblicas Federais.

O advogado Antonio Primo, do JURIR/Recife, observou que a AGU, por coerência,tem a "obrigação moral" de apoiar, já que reco-nhece o valor dos advogados da CAIXA ao de-legar responsabilidades como o FGTS, PIS, FIES,Minha Casa Minha Vida.

Substituição dos poderesEm sua palestra, Maurício Rands discor-

reu sobre um "fenômeno" que ocorre hojeno Brasil, quando o Poder Judiciário, por ra-zões de controle de constitucionalidade elegalidade dos atos da administração, temsubstituído os poderes Executivo eLegislativo. Há prejuízos à cidadania, alertouo deputado. Citou como exemplo o caso dequem garante o acesso a um medicamentoatravés da Justiça. "O cidadão fica satisfeitoe acha correto. Só que o Judiciário está de-sorganizando uma estruturação que foi fei-ta pelo Executivo, que dispõe de todas asinformações, pelo menos em tese, para exe-cutar aquela política pública."

Maurício narrou um episódio ocorridoquando era procurador-geral do município deRecife e recebeu uma promotora que queriaaplicar o Código Florestal para a cidade. "Eudisse a ela que, se fossem fazer isso, teriamque começar destruindo o monumento histó-

rico do Teatro Prince-sa Isabel, que fica a10 metros do rioCapibaribe."

Conforme o deputado, o fato ocorre noâmbito dos municípios, dos Estados e da União."É fundamental que os órgãos de fiscalizaçãotenham sua esfera de atribuição preservada efortalecida, mas não é possível que, à guisa defiscalização, se paralise a execução das políti-cas públicas." Salientou que a reflexão é im-portante para todos os profissionais da áreajurídica, porque onde estiverem exercendosuas atribuições, de consultoria ou de repre-sentação judicial, têm comprometimento coma realização das políticas públicas.

"Muitas vezes parece que o compromissoé só daquele prefeito que foi eleito, do governa-dor ou do presidente da República e dos órgãosque estão na sua estrutura, quando na verdadeé do conjunto do Estado brasileiro." Para o de-putado, a burocracia do Estado brasileiro temfuncionado como empecilho ao maior cresci-mento e à maior inclusão social no país.

Presunção de culpa O advogado Marcelo Quevedo, do JURIR/

Porto Alegre, em aparte, fez um "desabafo" emnome da área consultiva, dos engenheiros edos arquitetos da CAIXA, responsáveis pelaexecução de boa parte do PAC (Programa deAceleração do Crescimento). A atuação em umconjunto de políticas públicas, disse Marcelo,transformou a Empresa nestes últimos anos.A GIDUR, hoje, "é uma verdadeira central deobras" e a CAIXA, a principal representante dogoverno federal perante os municípios.

Marcelo explicou que os trabalhadores daárea têm orgulho de participar de realizaçõesque estão mudando o Brasil, mas ao mesmotempo não contam com estrutura e valoriza-ção condizentes com as funções exercidas.Além disso, os profissionais se encontram dura-mente pressionados pelos órgãos de fiscaliza-

"Existem coisas óbvias que depois quesão ditas se tornam mais óbvias ainda. OBrasil, em breve, vai ser vitrina internacio-nal por causa da Copa do Mundo e dasOlimpíadas. E a importância social da CAI-XA é de uma magnitude tão grande quehoje somos o principal agente social dogoverno. Os Jurídicos, nesses próximosanos, serão medidos principalmente pelasua efetividade nas análises das obras doPAC. Eu digo isso porque trabalho no setorconsultivo, onde são passadas obras deporte gigantesco, como a reforma do está-

Os Jurídicos e o PACAdonias Melo de Cordeiro, do JURIR/Fortaleza (*)Adonias Melo de Cordeiro, do JURIR/Fortaleza (*)Adonias Melo de Cordeiro, do JURIR/Fortaleza (*)Adonias Melo de Cordeiro, do JURIR/Fortaleza (*)Adonias Melo de Cordeiro, do JURIR/Fortaleza (*)

dio Castelão, queenvolve R$ 60 mi-lhões, e a dragagemdo rio Cocó, quetem o maior hortoflorestal do mundo.E lembro a todosque quem analisa esses projetos não sãobancários, são advogados."

(*) Em aparte na palestra do(*) Em aparte na palestra do(*) Em aparte na palestra do(*) Em aparte na palestra do(*) Em aparte na palestra dodeputado Maurício Rands, no XVIdeputado Maurício Rands, no XVIdeputado Maurício Rands, no XVIdeputado Maurício Rands, no XVIdeputado Maurício Rands, no XVI

Congresso da ADCongresso da ADCongresso da ADCongresso da ADCongresso da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

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| Quinto Constitucional

Advogado retira candidatura para construir apoioDecisão estratégica

O advogado Paulo Ritt, do JURIR/Salvador, retirou sua candidaturapelo Quinto Constitucional à lista sêxtupla da OAB para desembargadorfederal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Comunicou ao presi-dente da Seccional da Bahia, Saul Quadros, que oferecia seu apoio aooutro candidato do Estado, Rubens Nogueira, advogado da Petrobras.Sua decisão, segundo explicou, visa construirum esforço concentrado para que ao menosum candidato da Bahia integre a lista sêxtuplado Conselho Federal da OAB.

"A retirada é estratégica, pois, com inten-so trabalho conjunto do CFOAB e da Ajufe, aPEC 544, há anos aprovada no Senado, deve-rá enfim entrar na pauta da Câmara Federalainda este ano, com alta perspectiva de apro-vação", justifica Ritt. Uma vez aprovada a PEC,o prazo para a instalação dos novos TRF seráde seis meses (*).

A união dos advogadosRitt raciocina que, com o apoio unificado da OAB baiana, ele ou

outro colega do JURIR/Salvador terão maior chance na disputa, pelaperspectiva de abertura de duas vagas, disputadas apenas pelasSeccionais Bahia e Sergipe (que estarão na mesma jurisdição, em Sal-vador). Ele diz que a experiência foi valiosa pelo aprendizado, contatose amizades que conquistou em todas as esferas.

"De mais valia ainda foi comprovar a união dos colegas mobilizadospela nossa ADVOCEF e pela DIJUR nessa campanha", disse. "Penso quedevemos apoiar colegas de todo o país, procurando aumentar sempremais nossa representação junto aos tribunais, às Seccionais e ao CFOAB,valorizando nossa corporação e nossa Empresa."

(*) Os novos TRF deverão ser instalados em Curitiba (com jurisdiçãosobre Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul), Belo Horizonte(Minas Gerais), Salvador (Bahia e Sergipe) e Manaus (Amazonas, Acre,Rondônia e Roraima).

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| Carreira

Isonomia será votada em junho

Por direitos iguais

O Projeto de Lei nº 6.259/2005, que trata da isonomiade direitos entre empregados antigos e novos dos bancospúblicos federais, será votado em junho. A informação foiprestada em 26 de maio pelo relator do projeto, deputadofederal Eudes Xavier (PT/CE), quando recebeu em seu ga-binete o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, e o diretorde Articulação Institucional, Júlio Greve.

Segundo os dirigentes da ADVOCEF, o projeto é desuma importância para a categoria, pois estende os direi-tos do adicional por tempo de serviço, licença-prêmio,direito de ingresso no Novo Plano da FUNCEF e reduçãoda participação nas despesas médicas para os advoga-dos da CAIXA admitidos após 2001.

O deputado Eudes Xavier, que é membro da Comis-são de Trabalho, de Administração e Serviço Público daCâmara dos Deputados (CTASP), reafirmou seu compro-misso de empenho para que o projeto se torne lei, massalientou que é necessário cobrar de todos os membrosda Comissão.

"Certos de que essas con-quistas serão relevantíssi-mas para a unificação e for-talecimento de nossa catego-ria, conclamamos todos osassociados a realizar conta-to", endossaram CarlosCastro e Júlio Greve, emnota publicada no site daADVOCEF.

Na página, constam oslinks que remetem ao pro-jeto e ao endereço dos inte-grantes da CTASP.

|Paulo Ritt: por umcandidato da Bahia

|Júlio Greve: projeto essencial

ção (Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas, Mi-nistério Público, Defensoria Pública, entre outros), todoscom estruturas muito superiores à da CAIXA. Ainda enfren-tam, segundo Marcelo, uma cultura que gerou uma espé-cie de "presunção de culpabilidade" dos gestores. São osprofissionais do município e da CAIXA e também os advo-gados do Consultivo, "que estão comprometidos em fazera obra acontecer, a habitação ser construída", e não têm odevido reconhecimento. "Essa disfunção entrava proces-sos, atrasa obras e compromete o desenvolvimento dopaís", concluiu Marcelo.

Segundo o advogado Davi Duarte, devem ser sali-entadas as novas propostas da DIJUR, de valorizar o

|Marcelo: desabafo contraa presunção de culpa

Consultivo e a Recuperação de Créditos, agregan-do a essas áreas melhor estrutura e maior núme-ro de profissionais.

Ao final da palestra, o deputado MaurícioRands recebeu do presidente da ADVOCEF umexemplar do 10º volume da Revista de Direito eassumiu o compromisso de participar do lançamen-to do 11º, em novembro, na Câmara Federal. Infor-mando que a Revista continha "artigos escritos porgrandes companheiros", Carlos Castro disse aodeputado que "o mundo político e jurídico destepaís precisa nos conhecer melhor, até como formade nos respeitar".

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| Cena Jurídica

Tribunal políticoFutura

corregedorano ConselhoNacional de

Justiça, aministra

ElianaCalmon, do

SuperiorTribunal de

Justiça,considera a

funçãofundamental para fiscalizar o

Judiciário. "Como ele controla tudo,se acha acima do bem e do mal. Mas

ele precisa ser controlado, pelosdesvios, pelas irresponsabilidades." A

ministra acha "que essa coisa deescolha torta do Judiciário, com viéspolítico, não está certo. Isso faz com

que as decisões tenham conteúdopolítico e não técnico. E eu acho queo STJ não é um tribunal político, é um

tribunal técnico." (Fonte: A Tarde, de23/5/2010.)

1. 2.Súmulas de Misael

O advogado Gladston Mamede, doinformativo jurídico Pandectas, chama a

atenção para a importância cada vez maiorque adquire o "chamado Direito Sumular",

principalmente "para suprir lacunas deixadaspela omissão legislativa, ou pela falta de

qualidade de algumas leis, que nãopermitem uma interpretação tranquila". Ele

ressalta que as provas de concursos públicose os exames de Ordem cada vez mais exigem o conhecimento

das súmulas do STF e do STJ, ao lado do texto escrito.

A propósito do tema, Mamede recomendao livro "Direito Processual Civil nas Súmulas doSTJ e do STF", do professor Misael MontenegroFilho, lançado pela Editora Atlas. Na obra, areprodução de cada súmula é acompanhadada informação da data de publicação, deobservações preliminares com a advertênciasobre a eventual revogação ou superação doverbete e dos comentários doutrinários. Um

texto do professor Misael, "Aos Professores de Processo Civil doBrasil", foi publicado na edição de abril desta Revista.

|Ministra Eliana Calmon

Espera na filaContinuará sem ser aplicada a Lei Municipal nº 13.948, sancionada em20/5/2005, que limita em 15 minutos o tempo de espera em fila bancária emSão Paulo. Em 22/4/2010, o Plenário do Supremo Tribunal Federal ratificou adecisão da ministra Ellen Gracie, de 2007, que indeferiu pedido de Suspensão daSegurança (SS 3026) ajuizado pelo município contra decisão do TJ-SP, quemanteve sentença de primeiro grau e reconheceu a inconstitucionalidade da lei.

Espera na fila 2Na época, o juízo da Vara da Fazenda Pública de São Paulo destacou a dificuldade

para execução da lei, pois não haveria como estabelecer, diariamente, qual otempo máximo necessário para o consumidor ser atendido. Questionou, por

exemplo, como poderia o legislador prever que, em determinado dia, um clienteapresentaria tantos documentos para depósito ou faria pagamentos utilizando

inúmeras moedas. (Com informações do STF.)

Satisfação geralA organização geral do XVICongresso da ADVOCEF foi

aprovada por 95% doscongressistas. Segundo a pesquisa

de satisfação realizada com osparticipantes, a organização foi

considerada ótima por 69% e boapor 26%. Para 4% foi apenas

regular e 1% não opinou.

Revisores do Estatuto Foram eleitos, em 8 de junho, os membros do GT que revisará o Estatuto da ADVOCEF,conforme deliberação do XVI Congresso. São eles: Marcelo Dutra Victor (MG), HenriqueChagas (SP), Juliana Porto (DF), Justiniano da Silva Júnior (PE), Bernardo Cruz (MG), LyaRachel Vieira (SP), José Nicodemos Varela (DF) e Renato Lobato de Moraes (PA). Suplentes:João Batista Gabbardo (RS), Pedro Jorge S. Pereira (PE) e João Carlos Matas Luz (RS). Comporãoo GT também o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, o diretor jurídico, Bruno Vanuzzi, e osrepresentantes dos Conselhos Fiscal (Adonias Cordeiro) e Deliberativo (Renato Hino). Depoisde aprovado pelos associados, o trabalho deverá ser publicado até 26 de novembro.

|No GT Revisor: Marcelo DutraVictor, diretor social da ADVOCEF

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| Cena Jurídica

Referendo livreO presidente eleito da ADVOCEF,Carlos Castro, ressaltou a vitóriada democracia em um pleito emque se sobressaiu o livre direito

individual de escolha e a vontadecoletiva, consagrando à sua chapa

73,33% dos votos válidos."Encerrada a disputa eleitoral, o

que interessa a todos é acontinuação dessa grande luta emdefesa da nossa categoria, pois o

resultado dessas eleições foitambém um referendo a todo o

trabalho realizado pela atualDiretoria", escreveu o presidente.

A Lei 11.419O advogado Alexandre Atheniense lançou o livro"Comentários à Lei 11.419/06 e as Práticas Processuaispor Meio Eletrônico nos Tribunais Brasileiros" (Ed. Juruá,332 pág.). É o resultado de pesquisa inédita em todos ostribunais brasileiros, em que Atheniense aproveita aexperiência como presidente da Comissão de Tecnologiada Informação da OAB, cargo que exerceu atérecentemente. Na obra, o autor comenta um a um osartigos da Lei 11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico).

Impressão doCongresso

Do Twitter do deputado Maurício Rands(http://twitter.com/mauricio_rands.), em

14 de maio: "Acabei agora palestra noEncontro Nacional Advogados da Caixa

Econômica. Impressionou-me ocompromisso com a CEF como agência

de desenvolvimento".

Gratidão do diretorO advogado Marcelo Quevedo do Amaral, do JURIR/

Porto Alegre, declara que sua passagem pelaDiretoria de Honorários da ADVOCEF foi

"extremamente gratificante", principalmente peloenvolvimento com os colegas. "Uma oportunidade

riquíssima de se afastar do cotidiano focado nasquestões individuais, conhecer e valorizar o trabalho

dos demais colegas e construir coletivamente",registra. "Uma experiência que renovou minha motivação e aumentou meu

orgulho pelo trabalho prestado pelos profissionais da área jurídica da CAIXA."

|Marcelo Quevedo

Os processos na internetUm grupo de trabalho instituído peloConselho Nacional de Justiça estuda

quais informações de processoseletrônicos poderão ser disponibilizadas

na internet. O GT recebeu sugestõesencaminhadas por tribunais, juízes,

entidades de classe e pela população emgeral. A proposta será novamente

submetida à consulta pública no site doCNJ (www.cnj.jus.br), devendo o texto

estar pronto até fins de junho.

História do JurídicoA ADVOCEF conclama a todos osadvogados e demais profissionais da áreajurídica da CAIXA (ou mesmo empregadosde outras áreas) que forneçam materialpara o projeto de resgate da história doJurídico. Interessados em colaborar podemenviar dados, depoimentos, imagens,histórias interessantes ou engraçadas paraos e-mails [email protected] [email protected]. A obra deve serpublicada no final do ano.

|Carlos Castro, com oex-presidente Davi

Deu na Veja 2Na primeira quinzena de maio, a CAIXArepassou R$ 80 milhões para as seis centraissindicais do Brasil. CUT e Força Sindical, asduas maiores, receberam R$ 25 milhões e R$22 milhões, respectivamente. A nota, darevista Veja, lembra que em junho completaum ano que o STF começou a julgar aconstitucionalidade desses repasses.

Deu na VejaLula disse a um amigo que pretende indicar opresidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, para o

STF. Ele assumiria a cadeira com aaposentadoria de Eros Grau, em agosto. A

informação é de Lauro Jardim, na seçãoRadar da Veja, observando que Cesar Asfor

não aparecia em listas anteriores de Lula.

Arrecadar + de novoUma segunda edição da Campanha Arrecadar+ e um encontro nacional de natureza técnica,a se realizarem ainda este ano, estão entre asprincipais decisões da reunião da Diretoria daADVOCEF ocorrida em Brasília, em 5 de junho.

Mais informações sobre o encontro napróxima edição.

Juros no SFHO STJ aprovou a Súmula 422, jápublicada no Diário da Justiça

eletrônico (DJe) e, portanto, comaplicação imediata: "O artigo 6º, alínea

"e", da Lei n. 4.380/1964 nãoestabelece limitação aos jurosremuneratórios nos contratos

vinculados ao SFH".

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| Vale a Pena Saber

Execução. Necessidade de citação do garantidorhipotecário. STJ. Art. 475-J do CPC. Marco inicial

para cumprimento. Juízo competente paracumprimento do julgado. STJ

"1. 1. É indispensável que o garantidor hipotecário figure comoexecutado, na execução movida pelo credor, para que a penhorarecaia sobre o bem dado em garantia, porquanto não é possívelque a execução seja endereçada a uma pessoa, o devedor princi-pal, e a constrição judicial atinja bens de terceiro, o garantidorhipotecário.(STJ, REsp 472.769 SP, Quarta Turma, Rel. Min. LuisFelipe Salomão, DJe 24/05/2010.

FGTS - Termo de adesão - Segurança jurídica""É firme o constructo jurisprudencial no sentido de se reconhecer alegalidade do acordo firmado entre as partes com a assinatura dorespectivo termo de adesão do trabalhador às condições de créditoprevistas na Lei Complementar nº 110/2001, devendo ser garanti-da sua execução em observância ao princípio constitucional da se-gurança jurídica". (STJ - AgRg no REsp 1147566/BA, Rel. MinistroHAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 07/05/2010)

Novas súmulas do STJSúmula 452:Súmula 452:Súmula 452:Súmula 452:Súmula 452: "A extinção das ações de pequeno valor é faculda-de da Administração Federal, vedada a atuação judicial de ofício".Súmula 45Súmula 45Súmula 45Súmula 45Súmula 451:1:1:1:1: "É legítima a penhora da sede do estabelecimentocomercial".Súmula 450:Súmula 450:Súmula 450:Súmula 450:Súmula 450: "Nos contratos vinculados ao SFH, a atualizaçãodo saldo devedor antecede sua amortização pelo pagamento daprestação".Súmula 449:Súmula 449:Súmula 449:Súmula 449:Súmula 449: "A vaga de garagem que possui matrícula própriano registro de imóveis não constitui bem de família para efeito depenhora".Súmula 448:Súmula 448:Súmula 448:Súmula 448:Súmula 448: "A opção pelo Simples de estabelecimentos dedi-cados às atividades de creche, pré-escola e ensino fundamental éadmitida somente a partir de 24/10/2000, data de vigência daLei n. 10.034/2000".Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 44444477777::::: "Os Estados e o Distrito Federal são partes legíti-mas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonteproposta por seus servidores".Súmula 446:Súmula 446:Súmula 446:Súmula 446:Súmula 446: "Declarado e não pago o débito tributário pelo con-tribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa oupositiva com efeito de negativa".Súmula 445:Súmula 445:Súmula 445:Súmula 445:Súmula 445: "As diferenças de correção monetária resultantesde expurgos inflacionários sobre os saldos de FGTS têm comotermo inicial a data em que deveriam ter sido creditadas".Súmula 444: Súmula 444: Súmula 444: Súmula 444: Súmula 444: "É vedada a utilização de inquéritos policiais eações penais em curso para agravar a pena-base".Súmula 443:Súmula 443:Súmula 443:Súmula 443:Súmula 443: "O aumento na terceira fase de aplicação da penano crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concre-ta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicaçãodo número de majorantes".Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 442: 42: 42: 42: 42: "É inadmissível aplicar, no furto qualificado, peloconcurso de agentes, a majorante do roubo".Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 4Súmula 4444441:1:1:1:1: "A falta grave não interrompe o prazo para obten-ção de livramento condicional".Súmula 440:Súmula 440:Súmula 440:Súmula 440:Súmula 440: "Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado oestabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabí-vel em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidadeabstrata do delito".Súmula 439: Súmula 439: Súmula 439: Súmula 439: Súmula 439: "Admite-se o exame criminológico pelas peculiari-dades do caso, desde que em decisão motivada".Leia a notícia sobre a Súmula 439.Súmula 438:Súmula 438:Súmula 438:Súmula 438:Súmula 438: "É inadmissível a extinção da punibilidade pelaprescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipo-tética, independentemente da existência ou sorte do processopenal".Súmula 43Súmula 43Súmula 43Súmula 43Súmula 4377777::::: "A suspensão da exigibilidade do crédito tributáriosuperior a quinhentos mil reais para opção pelo Refis pressupõe ahomologação expressa do comitê gestor e a constituição de garan-tia por meio do arrolamento de bens".

Art. 475-J do CPC. Marco inicial paracumprimento. Juízo competente para

cumprimento do julgado. STJ"1. O cumprimento da sentença não se efetiva de forma automáti-ca, ou seja, logo após o trânsito em julgado da decisão. De acordocom o art. 475-J combinado com os arts. 475-B e 614, II, todos doCPC, cabe ao credor o exercício de atos para o regular cumprimen-to da decisão condenatória, especialmente requerer ao juízo quedê ciência ao devedor sobre o montante apurado, consoante me-mória de cálculo discriminada e atualizada. 2. Na hipótese em queo trânsito em julgado da sentença condenatória com força de exe-cutiva (sentença executiva) ocorrer em sede de instância recursal(STF, STJ, TJ E TRF), após a baixa dos autos à Comarca de origem ea aposição do 'cumpra-se' pelo juiz de primeiro grau, o devedorhaverá de ser intimado na pessoa do seu advogado, por publica-ção na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo dequinze dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidirsobre o montante da condenação, a multa de 10% (dez por cento)prevista no art. 475-J, caput, do Código de Processo Civil. 3. O juízocompetente para o cumprimento da sentença em execução porquantia certa será aquele em que se processou a causa no Primei-ro Grau de Jurisdição (art. 475-P, II, do CPC), ou em uma das opçõesque o credor poderá fazer a escolha, na forma do seu parágrafoúnico - local onde se encontram os bens sujeitos à expropriação ouo atual domicílio do executado. 4. Os juros compensatórios nãosão exigíveis ante a inexistência do prévio ajuste e a ausência defixação na sentença. 5. Recurso especial conhecido e parcialmen-te provido. (STJ, REsp 940.274 MS, Terceira Turma, Rel. originárioMin. Humberto Gomes de Barros, Rel. para acórdão Min. JoãoOtávio de Noronha, DJe 31/maio/2010) (veja-se comentário so-bre o tema na edição de maio/2010 da ADVOCEF em Revista).

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| Vale a Pena Saber

Junho | 2010 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Jefferson Douglas Soares ([email protected])e Giuliano D'Andrea ([email protected]).

Colaborou: Henrique Chagas, da REJUR/Presidente Prudente, eRicardo Soares Jodas Gardel, do JURIR/Campinas.

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

Locação e despejoAutor: Gildo dos SantosEditora: RT. Ano: 2010. 7ª Ed. Páginas: 784Trata-se de uma das obras mais tradicionais sobre a

lei do inquilinato. O autor comenta, artigo por artigo, a Lei8.245/91, fazendo estudo comparado com o que dispõesobre locações o Código Civil. A obra está atualizada deacordo com a Lei 12.112/09.

FGTS. Obrigação de apresentação dosextratos é da CAIXA, ainda que período do

depósito seja anterior a 1992"1. A responsabilidade pela apresentação dos extratos das contasvinculadas ao FGTS, mesmo em se tratando de período anterior a1992, é, por força de lei, da Caixa Econômica Federal, gestora dofundo. 2. Deveras, mesmo no período antecedente a 1992 essedever se impõe, por isso que o Decreto n.º 99.684/90, na parteem que regulamenta a transferência das contas vinculadas, quan-do da centralização do FGTS junto à CEF, estabeleceu, em seuartigo 24, que os bancos depositários deveriam informar à CEF, deforma detalhada, de toda movimentação ocorrida nas contas vin-culadas sob sua responsabilidade, no período anterior à migração.3. É cediço na Corte que a CEF é responsável pelas informações edados históricos das contas fundiárias repassadas pela rede ban-cária durante o processo migratório e, sendo a agente operadorado Fundo, detém a prerrogativa legal de exigir dos bancos deposi-tários os extratos necessários em cada caso e exibi-los no prazoimposto pelo Poder Judiciário (Precedentes: REsp n.º 717.469/PR,Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/05/2005; REspn.º 661.562/CE, Segunda Turma, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ de16/05/2005; e AgRg no REsp n.º 669.650/PR, Primeira Turma,Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 16/05/2005). 4. Os embargosde declaração que enfrentam explicitamente a questão embargadanão ensejam recurso especial pela violação do artigo 535, II, doCPC. 5. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um aum, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamen-tos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 6.Revela-se manifestamente infundado o Agravo Regimental inter-posto após decisão proferida em processo submetido à sistemáti-ca do art. 543-C do CPC. Imposição de multa de 10% sobre o valorda causa, nos termos do art. 557, § 2º, do CPC. 7. Agravo regimen-tal desprovido". (STJ - AgRg no REsp 1175088/RS, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/03/2010, DJe 29/03/2010)

É comum em execuções de dívidas condominiais ocredor hipotecário habilitar o seu crédito para recebimen-to no caso de excussão da garantia real. Assim, decidiurecentemente o Superior Tribunal de Justiça que são pre-ferenciais os créditos condominiais e os honoráriosadvocatícios de sucumbência decorrentes de sua cobran-ça judicial, em prejuízo ao crédito hipotecário. A conclu-são da 4ª Turma foi que o crédito condominial tem prefe-rência sobre o crédito hipotecário por constituir obriga-ção propter rem, tendo ainda preferência a cobrança doshonorários advocatícios decorrentes da cobrança judicialem detrimento do crédito hipotecário diante da sua natu-reza alimentar.

Veja-se o precedente: "CIVIL E PROCESSUAL. CRÉDI-TO CONDOMINIAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. HONORÁ-RIOS ADVOCATÍCIOS. CRÉDITO ALIMENTAR. PREFERÊN-CIA AO CRÉDITO HIPOTECÁRIO. RECURSO ESPECIAL PRO-VIDO. I. O crédito condominial tem preferência sobre ocrédito hipotecário por constituir obrigação propter rem,em função da utilização do próprio imóvel ou para evitar-lhe o perecimento. Precedentes da STJ. II. Os honoráriosadvocatícios de sucumbência, por guardarem naturezaalimentar, preferem ao crédito hipotecário. III. Recurso co-nhecido e provido. (STJ, Resp 511.003 SP, Quarta Turma,Rel Min. Aldir Passarinho Junior, DJe 28/maio/2010).

Desse modo, se não houver alteração jurisprudencial,resta ao credor a satisfação da dívida hipotecária comeventual sobra do valor na arrematação do bem, após opagamento do condomínio e dos honorários advocatíciosda ação.

Débito condominial tem preferência aocrédito hipotecário

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

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Junho | 201014

| Série VIAGENS

Parte final das anotações sobre a viagem a Israel (*)

Sob a síndrome de JerusalémDe acordo com os

Evangelhos, Jesus foibatizado no rio Jordãopor seu primo JoãoBatista. Às margens doJordão, do lado israe-lense, há um localmuito visitado por pe-regrinos cristãos, onderealizam o batismo porimersão. Todo ano pas-sam pelo local aproxi-madamente um mi-lhão de peregrinos,que buscam uma re-conciliação consigomesmo. Antes de che-gar ao rio, passa-se poruma loja de souvenirsbíblicos, onde são ven-didas pedras, lembran-ças e até a água do rio.

Existe toda uma infraestrutura no localpara a realização do batismo, em especialo aluguel das becas batismais. Por 30shekels (R$ 15,00), aluga-se uma beca e apessoa está autorizada a se batizar no rioJordão e ainda recebe um certificado dobatismo.

Depois do rio Jordão, voltamos aTiberias para o almoço no famoso DecksRestaurante, onde se serve o Peixe de SãoPedro, uma tilápia frita inteira (parece seruma tilápia). Por 50 shekels, se come umbelo peixe, dizem que pescado no mar daGalileia, talvez um descendente daqueles

peixes do tempo de Jesus. Mas pode sertambém que a tilápia tenha sido importadado Brasil. Não duvide disso. Depois, passa-mos por Nazaré, a cidade de Maria e José,os pais de Jesus.

Jerusalém, a cidade eterna"Se eu me esquecer de ti, ó Jerusa-

lém, que se resseque a minha mão di-reita. Apegue-se-me a língua ao pala-dar, se não me lembrar de ti, se nãopreferir eu Jerusalém à minha maioralegria." (Salmos 137:5-6)

Jerusalém não é apenas uma cidade.Seu nome produz um efeitomuito particular em cada um denós. Há quem possa explicarmuito detalhadamente as sen-sações que essa cidade produzem si e as vivências especiaisque teve durante sua passa-gem por ela. Outros não conse-guem encontrar uma explica-ção para os sentimentos parti-culares que a cidade produz.Tanto uns quanto outros con-cordam que esse fenômeno seproduz única e exclusivamen-

te na cidade de Je-rusalém. Dizemque muitos ficamacometidos pelachamada Síndromede Jerusalém.

Depois de cer-car Jericó, cidadeonde não nos foipermitido entrarpor razões de segu-rança, chegamosantes do anoitecera Jerusalém. Nadacomemos, fomosdireto para a cida-de velha, rumo aoKotel ou Muro dasLamentações. Fize-mos um tour notur-no pela cidade.

Uma oportunidade rara é conhecer a noitede Jerusalém, tanto na cidade velha quan-to nos calçadões da Ben Yehudah, na cida-de nova, com suas lojas, bares e restauran-tes.

Finalmente chegamos ao Kotel. Mas oque tem de importante o Muro, por que eleé sagrado? Por que o Muro atrai gente detodas as origens e religiões?

O Muro Ocidental é o único vestígio re-manescente do Templo Sagrado de Jerusa-lém, que foi destruído por Tito no ano 68 denossa era. O Templo está no Monte Moriah.Foi nesse lugar que Abraão entregou emsacrifício seu filho Isaac, onde Jacó sonhoucom a escada que o levaria aos céus.

Quando o rei Salomão construiu o Tem-plo, pediu especificamente a Deus que acei-tasse as preces dos não judeus que lá fos-sem orar (Rs I, 8, 41-43). O profeta Isaíasrefere-se ao Templo como uma "Casa paratodos os povos" (Is. 56,7). Há o costume dedeixar pedaços de papel com orações epedidos encravados no Muro.

Shabat inesquecívelToda sexta-feira há muita animação nas

ruas, as pessoas estão apressadas, o trân-sito e o barulho são intensos e por todo lado

Henrique Chagas (**)

|Muro Ocidental, Kotel, o lugar mais sagrado para o judaísmo em Jerusalém. É a parte do muroque restou do Segundo Templo, destruído por Tito no ano 70 d.C.

|Henrique, no topo do Monte de Massada, onde judeus semataram para não serem mortos pelos romanos. O Forte deMassada foi construído por Herodes. Ao fundo, o Mar Morto.

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Junho | 2010 15

| Série VIAGENS

há gente comprando flores, frutas e presen-tes para seus familiares. Com o aproximar-se do Shabat, o silêncio e a paz descemsobre as ruas e sente-se no ar a chegada dodia do repouso.

De repente, o silêncio é rompido e voltaa haver movimento nas ruas. As pessoasagora não estão mais apressadas. A passosmajestosos se dirigem às sinagogas. Na ci-dade velha de Jerusalém, os judeus ortodo-xos correm em direção ao Kotel, ao Murodas Lamentações.

Desfila uma multidão variada e hetero-gênea: judeus ortodoxos vestin-do chapéus de pele e mantospretos de seda, judeus usandocamisas com o colarinho aberto,pais conduzindo seus filhos pelamão, mulheres elegantementevestidas, turistas provenientesde vários países, falando as maisdiversas línguas. Todos se cum-primentam com um caloroso ecordial Shabat Shalom e seusrostos irradiam alegria e felicida-de. É inesquecível o Shabat emJerusalém.

Tão inesquecível que podese esquecer de que não haveránaquela noite de sexta-feira res-taurante aberto na cidade, nem mesmo orestaurante do hotel funciona. Haverá ape-nas alguns poucos funcionários árabes, quevendem só refrigerantes, nada mais. Biscoi-tos no quarto fazem a diferença.

Via DolorosaReservamos, além dos prévios passei-

os programados, três dias livres somentepara andar por Jerusalém. Fizemos a ViaDolorosa, uma caminhada pelas ruelas domercado da cidade velha até a Igreja doSanto Sepulcro. A Via Dolorosa é o caminhopercorrido por Jesus desde o seu julgamen-

to até a sua crucificação e morte. Essa viapercorre as ruas da Cidade Velha e tem nove"estações" ao ar livre e cinco dentro da Igre-ja do Santo Sepulcro, que é tradicionalmen-te reconhecido pelas religiões cristãs comoo local da morte, enterro e ressurreição deJesus.

Segundo a tradição cristã, esse foi ocaminho seguido por Jesus carregando acruz ao sair do julgamento. As 14 "estações",bem demarcadas por placas de metal, indi-cam locais onde ocorreram incidentes comJesus.

Fora dos muros da cidade, há um jar-dim onde também se diz que Jesus foi alisepultado e de onde ressuscitou, conheci-do como Jardim da Tumba. Valeu a pena terestado ali também.

Monte das OliveirasAo pé do Monte das Oliveiras está o

Jardim do Getsêmani. De acordo com o li-vro do profeta Zacarias, os mortos serão res-suscitados, sobre o Monte das Oliveiras, nodia do Messias. Por essa razão, os judeus,cristãos e muçulmanos têm procurado serenterrados ali. Dos tempos bíblicos até hoje,

a montanha temsido usada como umcemitério especial-mente judaico. Novale do Cedron ouvale de Josafá estãoos túmulos do pro-feta Zacarias e do reiAbsalão, filho do reiDavi.

Alguns dos luga-res mais importan-

|Peregrinação pelo Monte das Oliveiras. Após o Vale do Cedron,avista-se o Domo da Rocha.

|Alessandra, na porta da gruta no Jardim da Tumba, onde seacredita que ocorreu a ressurreição de Jesus Cristo.

tes para o cristianismo estão no monte dasOliveiras: a Igreja de Todas as Nações, o Jar-dim do Getsêmani, a Igreja de MariaMadalena, a Igreja de Dominus Flevit e aTumba de Maria.

Em Jerusalém, se veem viajantes detodas as partes do mundo, um lugar ondetodas as línguas se cruzam. Depois de al-guns dias, passamos a achar familiar a fo-nética gutural do hebraico.

Não se pode deixar de visitar o Museude Jerusalém, muito menos o Museu doHolocausto, destino obrigatório para se sa-

ber o quanto a banalidade do malassumida pelo regime nazifascistacausou de horror à humanidade.Estivemos também em Belém,em Ein Kerem, em Massada, noMar Morto, Ein Guedi.

Com as graças do Eterno, vol-tamos dessa viagem maravilho-sa que fizemos a Israel, em espe-cial à cidade eterna Jerusalém. Deimediato, lhes digo que nuncanos sentimos tão seguros quantoem Tel Aviv ou em Jerusalém. Ca-minhamos pelas ruas de Jerusa-lém e Tel Aviv em plena noite semmedo e sem qualquer perigo. Fi-camos encantados com a segu-

rança das cidades do Estado de Israel, mui-to mais seguro que quaisquer capitais deEstados brasileiros. Fica o registro: se vocêtem o desejo de conhecer a Terra Santa, vásem medo e aproveite o máximo. Foi o quefizemos, eu e a minha esposa Alessandra.

(*) O primeiro texto, publicado na(*) O primeiro texto, publicado na(*) O primeiro texto, publicado na(*) O primeiro texto, publicado na(*) O primeiro texto, publicado naedição antedição antedição antedição antedição anterioreriorerioreriorerior, relat, relat, relat, relat, relatou passagensou passagensou passagensou passagensou passagens

por Tpor Tpor Tpor Tpor Tel Ael Ael Ael Ael Avivvivvivvivviv, Saf, Saf, Saf, Saf, Safed e Jerusalém,ed e Jerusalém,ed e Jerusalém,ed e Jerusalém,ed e Jerusalém,entre outras localidades.entre outras localidades.entre outras localidades.entre outras localidades.entre outras localidades.

(**) Advogado da CAIXA em Presi-(**) Advogado da CAIXA em Presi-(**) Advogado da CAIXA em Presi-(**) Advogado da CAIXA em Presi-(**) Advogado da CAIXA em Presi-dentdentdentdentdente Prudente Prudente Prudente Prudente Prudente/SPe/SPe/SPe/SPe/SP.....

|O Livro de Isaías, exposto no Museu do Livro, em Jerusalém. Foiencontrado nas Grutas de Qumran, às margens do Mar Morto.

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Junho | 201016

| Memória

Origens da advocaciaADVOCEF pesquisa a história do Jurídico da CAIXA

Um projeto da ADVOCEF vai resgatar ahistória do Jurídico da CAIXA, com a partici-pação de advogados da Empresa, que de-vem fornecer depoimentos, informações,episódios interessantes sobre o cotidianoda área, em qualquer época. (Interessa-dos devem enviar suas contribuições paraos e-mails [email protected] [email protected].)

Na reunião da Diretoria da ADVOCEF,em 5 de junho, o projeto recebeu aprova-ção geral. O presidente do ConselhoDeliberativo, Davi Duarte, considerou aideia "magnífica", por preservar e valorizara história da advocacia, presente na Em-presa desde a sua criação.

O objetivo tem certo grau de dificulda-de, alerta o diretor de Comunicação,Roberto Maia. "Mas cumpriremos o objeti-

vo, que certamente estará à altura do em-penho e do interesse dos colegas e da As-sociação."

A seguir, o leitor tem uma amostra dasprimeiras entrevistas, com os advogadosGetulio Borges da Silva e Satiro Lazaro daCunha. Nos trechos escolhidos, Getulio tra-ta da importância do advogado desde asorigens da CAIXA, enquanto Satiro comen-ta a atuação de administradores da áreajurídica. Nesta análise Satiro inclui a admi-nistração atual, que em sua opinião é porvezes injustamente criticada.

Satiro está na CAIXA desde 1978, atu-ando como advogado a partir de 1984. Ge-tulio entrou na Empresa em 1975, tendose aposentado como consultor jurídico. Pu-blicou pela Editora Forense, em 2004, olivro "Caixas Econômicas - A Questão da

Desde o princípioSegundo o advogado Getulio Borges da

Silva, a preocupação social e os objetivoseconômicos que a Europa perseguia desdeo início do século XIX, no Brasil ganharamrealidade no ano de 1860 com a constitui-ção legal da CAIXA, através de um decreto deD. Pedro II. "Não é difícil perceber então queaí, na redação do primeiro documento da his-

tória da CaixaEconômica doImpério, apa-rece o trabalhodo 'homemdas leis', o ju-rista", observaGetulio. "Masnão só naconstituiçãoesteve presen-te o jurista. Emtodos os de-mais atostransformado-res da CEF, a

mão do advogado, sobretudo, a inteligênciado advogado esteve presente."

Um dos mais notáveis, Inglez de Souza(criador do Estatuto da Sociedade por Cotasde Responsabilidade Limitada), redigiu o tex-to da primeira grande mudança das Caixas,ocorrida por volta de 1915.

"Outras reformas ocorreram e sempretiveram os juristas na linha de frente: na re-forma de Getúlio Vargas, nos anos 1930; naunificação das Caixas Econômicas e na cria-ção da empresa pública em 1969; na pas-sagem da instituição para o modelo de mer-cado no anos 1980; na reestruturação dosanos 1990 com o ingresso da CEF no mer-cado de capitais. Mais recentemente, nainternacionalização da instituição, na implan-tação das operações de câmbio, na criaçãode escritórios no exterior e na criação do ban-co de investimentos."

Grandes nomes do mundo jurídico bra-sileiro já fizeram parte da instituição, de acor-do com Getulio. Embora correndo o risco deesquecer alguém, ele cita colegas que admi-

ra, "pelo conhecimento jurídico, capacidadede encontrar soluções tecnicamente adequa-das, amor à CEF e idoneidade moral". Sãoeles: Ademir Fernandes Cleto, AugustoSilveira Junior, Beatriz Bresolin de Lima, Cás-sio Pires, João Batista Silveira, Juramar Teles,Maria das Graças Campos Sério, Neida Ban-deira, Neiva Pereira, Raquel Aparecida daSilva, Ricardo Siqueira, Sergio Veronese.

O Jurídico e a CAIXA"A história da CAIXA e as questões jurídi-

cas estão conectadas de uma tal forma quenão há como falar de uma coisa sem ligá-la aoutra", diz Getúlio. Cita conflitos célebres,como o das ações judiciais dos mutuários doSistema Financeiro da Habitação (SFH), ini-ciado no final da década de 1970. Para daruma ideia, lembra que foi gerado um volumede créditos imobiliários não quitados emmontante suficiente para inviabilizar a CAI-XA. Tanto que, para eliminar os então deno-minados "ativos podres", a Empresa foi prati-camente cindida em duas, com a criação daEMGEA (Empresa Gestora de Ativos), em2001, "numa engenhosa operação que en-volveu aspectos políticos, econômicos e jurí-dicos".

| Getulio Borges da Silva • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Função Social". É sócio do escritório Borges& Poleto Advogados, de Florianópolis.

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O advogado Satiro Lazaro da Cunhaenfatiza que desde o início de sua carreiramantém uma convivência pacífica com osdiretores da área jurídica da CAIXA. Entreesses administradores estão, por exemplo,José Carlos Torres da Motta, "juristaconhecidíssimo e respeitado em toda aCAIXA", e Roberto Ávila da Costa, titular daSuperintendência Jurídica, "meio bonachãoe distraído, possuidor de uma cultura jurídi-ca invejável".

Satiro conta que, curiosamente, foi cri-ada nessa época (1980), a Consultoria Jurí-dica, "que, segundo os fofoqueiros de plan-tão, serviu para atender aos altos coturnosque dirigiam o país". Para chefiar a área, foinomeado o advogado João Dunsche deAbranches. As duas unidades, nos anos1983 e 1984, estavam instaladas no Riode Janeiro, ficando em Brasília a unidadecontenciosa da Empresa, o DETEN (Depar-tamento Central de Contencioso), dirigidopor Francisco Xavier da Silva Guimarães,atualmente consultor jurídico do Ministériodo Esporte.

Satiro acompanhava, em 1986, o en-tão titular da Superintendência Jurídica, An-tonio de Pádua Fernandes Rocha, numaaudiência no Palácio do Planalto com o ju-rista Saulo Ramos, da equipe do governoSarney. Lá foram informados da extinção doBanco Nacional da Habitação (BNH). Con-vocado para examinar a minuta do decreto,Pádua percebeu que nada havia no docu-mento sobre o destino dos empregados doBanco. Por precaução, já havia convencidoo então presidente da CAIXA, Marcos Freire

Administradores jurídicos- político por natureza -, a comparecer à reu-nião. Depois de algumas horas de conver-sa, com a participação do próprio presiden-te Sarney, decidiu-se resguardar, no texto,os direitos dos trabalhadores do BNH.

Satiro conta que foi Pádua, "com a sualetrinha miúda", quem redigiu a alínea doDecreto-Lei nº 2.291, de 21/11/1986, queficou assim redigido:

"A CEF sucede o BNH em todos osseus direitos e obrigações, inclusive: (...)d) nas relações individuais de trabalho,assegurando os direitos adquiridos pe-los empregados do BNH e, a seu crité-rio, estabelecendo normas e condiçõespara o aproveitamento deles".

"Assim foi o Dr. Pádua, um humanistaque, se necessário, sacrificaria seus própri-os interesses para preservar os direitos dequem quer que fosse", comenta Satiro.

Administração raivosaDe lá para cá aconteceu muita coisa na

área jurídica, relembra o advogado. "Houveuma administração da CAIXA, de triste me-mória, que parecia nutrir uma raivahidrófoba contra todos os advogados. Fica-mos um bom tempo sem acordo porque aadministração não respeitava o vigente Es-tatuto da OAB."

Nesse período, a advogada Dalide Bar-bosa assumiu a Superintendência Jurídicae Satiro, a seu pedido, ajudou a administrara crise que se instalou nas unidades jurídi-cas da Matriz, dirigindo por dois anos a atu-

al GEAJU, comapenas meiadúzia de advo-gados.

Satiro con-ta que no iní-cio do governoLula, em 2003,juntaram "oscacos" e entregaram tudo ao advogado An-tonio Carlos Ferreira. O novo diretor jurídicoreestruturou as unidades jurídicas regionaise da Matriz, através de concursos públicose de contratação de advogados. A GEAJU,que no final de 1999 tinha apenas oito ad-vogados, hoje conta com 33 profissionais,número considerado razoável para as atri-buições da área.

Avaliação de Satiro: "Se ainda nãoestamos no melhor dos mundos, pelo me-nos saímos do inferno que experimenta-mos, principalmente no biênio 1999/2000,quando sofremos toda sorte de hostilida-des de uma administração voltada para opropósito de privatizar a CAIXA e beneficiaros banqueiros sequiosos de ganhar dinhei-ro fácil nas desastrosas privatizações dogoverno Fernando Henrique Cardoso".

Em sua entrevista, Satiro se referiu aeventuais críticas feitas à direção jurídica."Sem querer provocar melindres nos preza-dos colegas que muitas vezes, impensada-mente, lançam imerecidas assacadilhascontra a atual administração do Jurídico daCAIXA, parodiando Rebelo da Silva eu diriaque 'o silêncio respondeu sempre às sáti-ras petulantes'."

| Satiro Lazaro da Cunha

E houve os conflitos do FGTS. "Num pri-meiro momento, foram as ações judiciaispara saques das contas paralisadas em de-corrência da mudança de regime jurídico defuncionários públicos não estatutários, ocor-rida após a Constituição de 1988. A gravida-de da questão foi de tal ordem que afetou adisponibilidade financeira do FGTS, restrin-gindo os recursos para financiamentohabitacional."

Em um segundo momento, houve a ab-sorção da cobrança da dívida ativa do FGTS,que a Constituição de 1988 transferiu paraa Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional(PGFN), sem estrutura.

"A solução desse impasse contoucom a corajosa atuação do Jurídico daCEF, que assumiu um encargo novo eevitou que as dívidas do FGTS ficassemabandonadas. Novamente foram os ad-vogados da CAIXA que mostraramcriatividade e saber jurídico. Foi propos-ta uma inovadora alteração na Lei dasExecuções Fiscais, o que ocorreu atra-vés da Lei 8844, permitindo que a PGFN,por meio de convênio, transferisse paraa CAIXA a cobrança judicial da dívida ati-va do FGTS. Hoje nem se fala mais nesseassunto, como se desde sempre fosseuma coisa da rotina da CEF."

Depois vieram as ações para correçãomonetária dos planos econômicos, envolven-do o FGTS, a CAIXA e a área jurídica. Cente-nas de milhares de ações judiciais resulta-ram no pagamento de alguns bilhões de re-ais num curto espaço de tempo. Entre 1990e 2005, o quadro de advogados da CAIXApassou de pouco mais de uma centena paracerca de mil profissionais.

Outro caso emblemático na história daCAIXA, para Getulio, foi a política habitacionalcriada a partir da Lei 4.380, de 1964. A partirdaí, a CAIXA se tornou o principal instrumen-to de execução da política habitacional bra-sileira, papel que exerce até hoje.

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"E um Congresso não possuivida e razão de existirdistanciados da realidade.Com ele se iniciam, têmseguimento ou finalizam-segrandes e importantesmovimentos de um grupo deprofissionais cada vez maisconscientes de sua importân-cia frente aos desafios quediariamente vão surgindo."

Editorial,Editorial,Editorial,Editorial,Editorial,agosto/setembro deagosto/setembro deagosto/setembro deagosto/setembro deagosto/setembro de

2004.2004.2004.2004.2004.

| Registro

Congresso em prosa e versoO primeiro Congresso da ADVOCEF aconteceu em 1995, em Brasília. Ao longo do tempo, os advogados da

CAIXA vêm expressando o que sentem sobre o evento. Leia, a seguir, uma amostra dessas declarações, registradasna publicação mensal da ADVOCEF, e um poema inédito, composto especialmente para esta edição.

(COM)VOCAÇÃOJairdes Carvalho Garcia (*)Jairdes Carvalho Garcia (*)Jairdes Carvalho Garcia (*)Jairdes Carvalho Garcia (*)Jairdes Carvalho Garcia (*)

Cara a carafrente a frenteOmbro a ombroVoto a voto.Nada se omite,Tudo se discute.Minha voz,Com sua voz,É igual a nossas vozes,E mesmo que vósNão sejamos nósAli ecoa minha/sua voz.E, num coro só,Numa só voz,Ainda que polissonante,Nós temos vozE nos fazemos ouvir,Assim:UNIDOS SOMOS FORTES!

(*) Advogado da CAIXAem Ipatinga/MG.

"O encontro, no sentido mais abrangentedo termo, se dá nos laços de amizade e

companheirismo criados, nas conversas decafé da manhã, no sentimento de que

cada participante não está sozinho comseus problemas do dia a dia."

Leandro Cabral Moraes,Leandro Cabral Moraes,Leandro Cabral Moraes,Leandro Cabral Moraes,Leandro Cabral Moraes,do JURIR/Curitiba,do JURIR/Curitiba,do JURIR/Curitiba,do JURIR/Curitiba,do JURIR/Curitiba,

maio de 200maio de 200maio de 200maio de 200maio de 20077777.....

"As nossas principais conquistas resulta-ram das discussões nos Congressos."

Alfredo Ambrósio Neto,Alfredo Ambrósio Neto,Alfredo Ambrósio Neto,Alfredo Ambrósio Neto,Alfredo Ambrósio Neto,do JURIR/Goiânia,do JURIR/Goiânia,do JURIR/Goiânia,do JURIR/Goiânia,do JURIR/Goiânia,

agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.

"O Congresso da ADVOCEF é um localpara somar ideias positivas, próprio aesse fermento que serve para animarna prática do bem, da luta e dadefesa de direitos da categoria."

Davi Duarte,Davi Duarte,Davi Duarte,Davi Duarte,Davi Duarte,do JURIR/Porto Alegre,do JURIR/Porto Alegre,do JURIR/Porto Alegre,do JURIR/Porto Alegre,do JURIR/Porto Alegre,

agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.agosto de 2005.

"O Congresso da ADVOCEF é sempre um marco para asunidades jurídicas. As fases pré e pós-Congresso

reanimam os debates sobre temas de interesse denossa classe. Podermos reunir parcela significativa dosadvogados da CAIXA em um momento de integração e

de trabalho nos engrandece enquanto categoria. Aforma minuciosa e responsável com a qual é

estruturado o evento é motivo de orgulho a todos quetêm a oportunidade de lá comparecer."

Cláudia Elisa de MedeirCláudia Elisa de MedeirCláudia Elisa de MedeirCláudia Elisa de MedeirCláudia Elisa de Medeiros Tos Tos Tos Tos Teixeixeixeixeixeira,eira,eira,eira,eira,do JURIR/Porto Velho,do JURIR/Porto Velho,do JURIR/Porto Velho,do JURIR/Porto Velho,do JURIR/Porto Velho,

setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.

"Cumpre-nos, cada vez mais, participar.Seja porque concordamos, seja porque

discordamos, o fato é que a contribuiçãode cada um é que irá nos tornar mais

fortes."Marisa Meneses,Marisa Meneses,Marisa Meneses,Marisa Meneses,Marisa Meneses,

do JURIR/São Paulo,do JURIR/São Paulo,do JURIR/São Paulo,do JURIR/São Paulo,do JURIR/São Paulo,setembro de 2005.setembro de 2005.setembro de 2005.setembro de 2005.setembro de 2005.

"Os Congressos possuem enormeimportância porque simbolizam a uniãodos advogados da CEF, e todos sabemque a união faz a força."

Manoel Diniz Paz Neto,Manoel Diniz Paz Neto,Manoel Diniz Paz Neto,Manoel Diniz Paz Neto,Manoel Diniz Paz Neto,JURIR/Curitiba,JURIR/Curitiba,JURIR/Curitiba,JURIR/Curitiba,JURIR/Curitiba,julho de 2005.julho de 2005.julho de 2005.julho de 2005.julho de 2005.

"O Congresso discute as questões queatingem todos os advogados da CAIXA e,considerando as diversidades existentes,

propicia que o advogado conheça seupapel na Empresa."

June de Jesus Gomes,June de Jesus Gomes,June de Jesus Gomes,June de Jesus Gomes,June de Jesus Gomes,JURIR/Campo Grande, julho deJURIR/Campo Grande, julho deJURIR/Campo Grande, julho deJURIR/Campo Grande, julho deJURIR/Campo Grande, julho de

2005.2005.2005.2005.2005.

"Nos Congressos da ADVOCEF nãoprevalece qualquer sentimento dehierarquia entre os participantes,circunstância que amplia as possibili-dades de um debate franco e abertosobre os assuntos de interesse dacategoria e propicia aos colegas aoportunidade para manifestar suascríticas e sugestões a respeito daatuação da DIJUR, com resultadosbastante positivos."

Antonio Carlos Ferreira,Antonio Carlos Ferreira,Antonio Carlos Ferreira,Antonio Carlos Ferreira,Antonio Carlos Ferreira,da DIJUR,da DIJUR,da DIJUR,da DIJUR,da DIJUR,

setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.setembro de 2006.

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Junho | 2010 19

| Crônica

Há milagre no futebol?Francisco Spisla (*)Certa vez ouvi de uma pessoa vivida uma

observação interessante sobre jogador de fu-tebol. Era um senhor idoso que gostava muitode assistir a uma partida e dizia que jogadornão tinha que ser remunerado pelo que fazia,pois jogar bola é diversão, e eles devem fazerisso só com essa finalidade. Aos domingos,após o almoço, ia até um campo, uma meiahora longe de sua casa, porque gostava de veros jogadores se divertirem. Foi-lhe perguntadopor que não ia a um estádio também. Foi cate-górico em afirmar que somente um jogo devárzea tem alegria, descontração e sua finali-dade última, o milagre da diversão.

E com sua sabedoria de vida e cultura eru-dita discorria sobre as origens do futebol lá comos chineses, passando pelos gregos, romanos,chegando até os ingleses, que se arvoraramcriadores do futebol. "Os ingleses foram,sim, os responsáveis por desvirtuar overdadeiro espírito do jogo. E foramtão arrogantes que se recusaram emparticipar das primeiras copas mun-diais porque se achavam os tais",dizia. "Isso porque nas primeirascopas os outros jogadores aindajogavam com sentimento patrió-tico e não econômico, e a Ingla-terra estava interessada em res-taurar sua hegemonia...".

Seguia-se uma aula de histó-ria, de análise política, de antropolo-gia e do que mais se possa imaginarpudesse ter relação com um assunto tãosimples (ou tão complicado) como o futebol.É lógico que se percebia uma concepção mui-to particular do assunto. Uma tese que faziaquestão em expor a todos que o provocavam.

Certo dia, para encerrar uma conversa comum cara muito chato que defendia o futebolmoderno e sua utilização com interesses eco-nômicos, ele contou a seguinte história:

"Numa pequena cidade do interior de SãoPaulo, daquelas que têm inúmeras lombadasna rua principal para que os visitantes não pas-sem sem perceber onde estão, havia um rapazde uns 23, 24 anos, que todo mundo via ape-nas na missa. Era estranho, muito estranho.Nunca estava com ninguém e achavam até queera surdo e mudo. Morava num sítio, longe dacidade uns sete quilômetros, onde trabalhava.Não tinha família e seu patrão era um professoraposentado que tinha vindo da capital e o trou-xera junto. Quem indicou o rapaz para jogar notime da cidade foi o próprio professor. Como erabastante respeitado, o dono do time não teve

dúvida e o aceitou já para o próximo jogo, quedecidiria um campeonato regional, com troféue prêmios em dinheiro.

No domingo, o dono e também técnicodeixou-o no banco, por via das dúvidas. Masno segundo tempo o meia machucou-se. Naverdade, foi machucado, porque o time da ci-dade vizinha tinha fama de lutar vale-tudo emcampo, e naquele dia jogava só pelo empate.Então, o rapaz entrou em campo, silenciosocomo sempre. Ninguém lhe deu bola, em to-dos os sentidos. Havia uma panelinha entreos conhecidos, como costuma acontecer emmuitos desses times. Ele ficava somente cor-rendo de lá para cá, sempre em boa colocação,

mas não lhe passavam a bola mesmo com osgritos de incentivo do técnico. Faltando umminuto para encerrar a partida, que estavaempatada sem gols, num escanteio a bolasobrou para ele. Pelo menos seis adversáriosforam em cima, tanto para tomar a bola comopara lhe dar umas ripadas.

Então, de repente todos viram o que ja-mais um torcedor havia visto. O rapaz foidriblando um por um dos jogadores do timeadversário que vinham em sua direção. Masnão só isso. Ele também se desviava e evitavatoda e qualquer tentativa de lhe acertaremfaltosamente. O público estava de boca aber-ta. De repente a torcida das duas cidades co-meçou a aplaudir e a gritar eufórica. Um beija-flor jogando, dada a beleza com que tratava abola. E parece que esta, de repente, tinha ad-

quirido consciência humana e se enamorarado rapaz. Não queria mais largar do seu pé. Osjogadores do seu time pararam em campo,conscientes de que, se desde o momento desua entrada tivessem trabalhado juntos, esta-riam ganhando de goleada.

O estranho é que o rapaz, ao invés de avan-çar para o gol adversário, foi recuando, puxan-do para seu campo o time inimigo. E ninguémconseguia deixá-lo sem a bola por mais quetentassem. De repente, quando todos os vintee três jogadores estavam no campo do seutime, deu um chutão, e sem que ninguém es-perasse saiu correndo como um guepardo emdireção à meta adversária onde o goleiro esta-va tremendo pelo inevitável gol. Ante o inusita-do daquela estratégia, ninguém se moveu. Ago-

ra todos, torcida e jogadores do seu time,somente estavam ali para assistir ao es-

petáculo do rapaz. Como um touchdown tomado emprestado do esporteprimo, aparou a bola com o pé lá nafrente, cara a cara com o goleiro.Pela contagem do tempo, o jogo erapara terminar, mas o juiz, como to-dos os outros, estava esperando aapoteose de todo aquele espetáculo.Um silêncio sepulcral caiu sobre a

região onde estava o campo. Nem ospassarinhos cantavam. Então, bem per-

to do goleiro o rapaz parou, abaixou-se epegou a bola com as duas mãos e a entregou

ao boquiaberto jogador. ́ Tome! Já me diverti` -disse. Então, ele foi saindo por detrás do gol,andando normalmente. Estava blindado e tinhaum campo de força ao seu redor. O deus doesporte que teve nas mãos o destino daquelapartida de futebol. As pessoas foram se afas-tando, dando espaço, reverencialmente, paraele passar. E sumiu. Nunca mais foi visto. Nempelo professor, segundo ele mesmo afirmou,nem na missa. O interessante é que aqueleacontecimento ficou gravado em todos os queassistiram ao jogo de uma forma estranhamenteprazerosa. Aceitaram o acontecimento como ummilagre poético numa luta insana."

Com a história entendeu-se por que aque-le idoso pensava daquela forma, e por que iasomente aos jogos amadores: queria ver osjogadores se divertirem e ficar à espera quealguém fizesse o mesmo milagre... Como ele...

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.

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