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Page 1: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS · Cuiabá. É a maior área alagada do mundo, com uma considerável biodiversidade, informa o advogado Eber Sa-raiva de Souza, da Comissão Organizadora
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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro, Davi Duarte, EstanislauLuciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Gisela Morone, Isabella Gomes Machado, Jair Mendes, Júlio Greve,Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg.Prof. 4662) - E-mail: [email protected].|Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração eletrônica: JoséRoberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.000exemplares| Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições de ensino ejurídicas.

Maio | 20112

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2011-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:

Júlio Vitor Greve (Brasília)[email protected]

Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Negociação Coletiva:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)[email protected]

Diretor de Prerrogativas:Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)[email protected]

Diretor Jurídico:Fernando da Silva Abs da Cruz (Porto Alegre)[email protected]

Diretor Social:Elenise Peruzzo dos Santos (Porto Alegre)[email protected]

REPRESENTANTES REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|PatrickRuiz Lima (Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|JúlioVitor Greve (Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya RachelBasseto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Daniele Cristina das Neves (Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)|Susan Emily Iancoski Soeiro (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro(Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)|Ivan SergioPorto Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (João Pessoa)|Rodrigo TrezzaBorges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|DioclécioCavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho Dutra Filho(Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Roberto de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (NovoHamburgo)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza(Porto Velho)|Justiniano Dias da Silva Júnior (Recife)|Sandro EndrigoChiarotti (Ribeirão Preto)|Carlos Eduardo Leite Saboya (Rio deJaneiro)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|Fabio Radin (SantaMaria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do Rio Preto)|FláviaElisabete Karrer (São José dos Campos)|Virginia Neusa Lima Cardoso(São Luís)|Roland Gomes Pinheiro da Silva (São Paulo)|Edvaldo MartinsViana Júnior (Teresina)|Tiago Neder Barroca (Uberaba)|Luciola PereiraVaconcelos (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alves da Rocha (Vitória)|AldirGomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino(Curitiba), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca deMiranda Porto (Brasília) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), FábioRomero de Souza Rangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima(Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Gisela Ladeira Bizarra Morone (Brasília), RogérioRubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro(Fortaleza).Membros suplentes: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo) eMelissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João CarlosSaad | CEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Gerente financeira: Ana NietjaMendes Nunes | Assistentes administrativas: Gleici Kelly e PriscilaChristiane da Silva.

| Editorial

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

A edição de abril da ADVOCEFem Revista vem recheada de no-tícias, informações, artigos e pres-tação de contas.

Na condição de dissemina-dora de informação e conheci-mento, a ADVOCEF divulga umprojeto novo, fruto da experiên-cia acumulada somada à vonta-de de fazer mais e melhor. Apósseis anos de contínua existência,a Revista de Direito editada pelaAssociação inova ao eleger umatemática especial para sua edi-ção nº 13.

As primeiras e alvissareirasnotícias sobre o XVII Congresso daADVOCEF dão conta de mais umadas frentes de trabalho que nun-ca deixam de existir e funcionardurante todo o ano. Momentoespecial de reunião e de debate,o Congresso anual dos advogadosda CAIXA permanece sendo umdos marcos essenciais da uniãoe da luta da categoria.

Temas diversos, tratadoscom a atenção que somenteum veículo impresso pode con-ceber, desfilam nas páginas queseguem: homenagens a gran-des advogados que se despe-dem da ativa e manifestaçõesde outros que seguem na jorna-da cotidiana.

E, ainda, uma ampla presta-ção de contas das atividades de-senvolvidas pela Diretoria daADVOCEF e por seu presidente,em muitas e diversificadas fren-tes de atuação.

Muito a fazer, fazendo

Diretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria Executivada ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEF

Um registro muito especial: atroca de comando da Caixa Eco-nômica Federal. Uma homena-gem sincera e devida à primeirapresidenta da instituição, cuja ges-tão foi marcada por ineditismo,com o oferecimento de respostasprontas e concretas aos desafiosconjunturais propostos a uma em-presa que se supera a cada dia.

Damos boas-vindas aos novosgestores desta sesquicentenáriaCAIXA. Comandada a partir deagora por um homem que apren-deu a conhecer, com profundida-de e dinamismo, uma empresapública com quadros técnicos di-ferenciados e que sabem fazer doseu melhor em favor de grandesprojetos. Como integrante de seuquadro diretivo, rendemos as jus-tas homenagens, também, a umilustre integrante da nossa cate-goria. Advogado de carreira, o novovice-presidente de Logística vemmostrar o quão ampla é a capaci-dade de profissionais afeitos àdefesa técnica e corporativa daCAIXA.

Tenham esses novos dirigen-tes a certeza de que continuarãocontando, como sempre, com umquadro de profissionais atento àgestão, afinado com as boas téc-nicas de administração e prontopara responder aos desafios quese multiplicam a cada dia.

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XVII Congresso da ADVOCEF será no Pantanal Mato-Grossense

| Evento

Preparativos para Poconé

No uso de cantos e recontosO pantaneiro encontra o seu ser.Aqui ele alcança a altura das manhãsE os cinzentos do entardecer.Quisera humanizar de mim as paisagens.(...)Que eu possa cumprir esta tarefaSem que o meu texto seja engolido pelocenário.Manoel de Barros

O XVII Congresso daADVOCEF será realizado nosdias 9 a 12 de junho de2011, na cidade de Poconé,localizada no Pantanal Mato-Grossense, a 100 km deCuiabá. É a maior áreaalagada do mundo, com umaconsiderável biodiversidade,informa o advogado Eber Sa-raiva de Souza, da ComissãoOrganizadora. "Neste ambi-ente poderemos integrarcom o meio, saindo um pou-co de nosso cotidiano de aço,concreto e poluição, para vis-lumbrar uma das belezas deMato Grosso", proclama.

O advogado garante que o local esco-lhido permitirá aos congressistas maiorconcentração para refletir sobre os pro-blemas da categoria, sem o estresse dodia a dia. "O contato com a natureza pro-porcionará excelentes debates e traba-lhos", acredita Eber. Salienta: "Vamos dei-xar claro que não se trata de férias, masde utilização de um local sui generis, ondetrabalharemos em prol de nossa catego-ria." Os temas que serão debatidos pelosadvogados estão sendo definidos pela Co-missão, com a supervisão do diretor deComunicação, Roberto Maia.

Como nem só de trabalho vive o ho-mem, diz Eber, nesse Congresso o advo-gado irá conhecer um pouco da históriamato-grossense, descobrindo "que nãoestamos parados no tempo/espaço, pois

o Estado é um dos que mais crescem emnível nacional". Eber acredita que o "isola-mento" proporcionará maior integração aogrupo. "Não estou falando de confina-mento", avisa, "mas sim do distanciamentodos grandes centros e de nossas preocupa-ções".

Providências aprovadasA Comissão promete manter o parti-

cipante informado, através do site e des-ta Revista. Serão fornecidas dicas, por

exemplo, sobre o que é preciso levar nabagagem e o que vale a pena registrarem fotografias. "Muitas coisas boas se-

Quem estará láNo XVII Congresso da ADVOCEF, a categoria será representada por delegados

eleitos entre os integrantes de cada unidade jurídica.Para participar como delegado, o advogado deve ser

associado da ADVOCEF e ter sido inscrito até 28/02/2011.Ou, se admitido depois dessa data, que tenha se filiado até15 dias após a sua admissão na CAIXA.

Para a representação no Congresso, os advogados ou-torgam poderes aos delegados eleitos. Participarão do even-to também um representante da Comissão de Honorários,eleito em cada unidade jurídica, e o representante regionalda ADVOCEF, como convidado.

rão levadas na lembrança, como ficarcara a cara com um bichano pré-históri-co, nosso jacaré do pantanal." Para sa-ber mais sobre o local da estadia, Eberindica o site http://www.sescpantanal.com.br.

O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, esteve reunido com a ComissãoOrganizadora em Cuiabá, nos dias 19 e20 de março, para definir a parte logísticado Congresso. Acompanhado de SilviaArruda, da Tournée Viagens e Turismo, e

Janaína Coelho, contratadapara a organização do evento,o presidente e os advogadosJorge Amádio e Juel PrudêncioBorges visitaram a cidade dePoconé, onde foram conferidosos últimos detalhes para o en-contro, que acontecerá no Ho-tel SESC Pantanal.

Carlos Castro aprovou asprovidências já tomadas. "Pelamaneira como fomos rece-pcionados pelos companhei-ros, pelo compromisso e tra-balho já desenvolvidos peloscolegas do Jurídico Cuiabá,assim como as excelentes ins-talações do resort contratado,

não tenho dúvida do sucesso do nossopróximo congresso", declarou o presi-dente.

|Preparando o evento: Jorge Amádio, Juel Prudêncio, Janaína Coelho,Carlos Castro e Silvia Arruda

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Maio | 20114

| Publicação

Edição muito especialRevista de Direito da ADVOCEF será lançada na XXI Conferência da OAB, em Curitiba

O novo olhar do juristaIliane Rosa Pagliarini, conselheira editorial da Revista de Direito da ADVOCEFIliane Rosa Pagliarini, conselheira editorial da Revista de Direito da ADVOCEFIliane Rosa Pagliarini, conselheira editorial da Revista de Direito da ADVOCEFIliane Rosa Pagliarini, conselheira editorial da Revista de Direito da ADVOCEFIliane Rosa Pagliarini, conselheira editorial da Revista de Direito da ADVOCEF

"Precisamos prestigiar o avanço doDireito, a quebra da lógica oitocentistaque primava por um DireitoPrivado individualista, forte-mente arraigado ao diri-gismo contratual e à autono-mia privada. Agora, de ummonossistema passamos aconviver com os microssis-temas, com descodificaçãodo Direito Civil, com amultiplicidade das fontes, re-presentados pelos Estatutosda Criança e do Adolescen-

te, Estatuto do Idoso e também pelo Es-tatuto da Cidade.

Esse giro metodológicotraz a constitucionalização doDireito Civil, a preocupaçãocom o conteúdo, com a maté-ria das normas em detrimentode seu aspecto meramenteformal, pois a realidade socialpassa a exigir essa nova pos-tura, esse novo olhar do juris-ta. E é exatamente com essenovo olhar que precisamosrevisitar o Estatuto da Cidade."

Uma edição especial da Re-vista de Direito da ADVOCEF serálançada em novembro de 2011,para marcar os 10 anos do Esta-tuto da Cidade e a realização daXXI Conferência Nacional daOAB, em Curitiba. Os preparati-vos para a cerimônia já começa-ram, com o apoio declarado dopresidente da OAB Paraná, JoséLucio Glomb. Para esse volumeda Revista - o 13º dos seis anosde sua existência - os artigos abor-darão exclusivamente temas li-gados ao Estatuto da Cidade e àproposta da XXI Conferência, quevai discutir liberdade, democra-cia e meio ambiente.

O advogado Alaim Giovani FortesStefanello, do Jurídico Curitiba, conselhei-ro editorial da Revista de Direito, explicaque a temática envolvida no Estatuto daCidade tem relação direta com os advoga-dos da CAIXA, pois trata de desenvolvimen-to urbano, sustentabilidade, saneamento,habitação, temas integrados à história daEmpresa.

Também a abordagem da XXI Confe-rência no conteúdo da edição especial éplenamente justificada, conforme Alaim.Primeiro, porque o meio ambiente é ligado

aos princípios do Estatuto e a CAIXA possuiuma política corporativa específica sobreo tema, além de uma Gerência Nacionalem Brasília que trata exclusivamente doassunto. Segundo, porque democracia eliberdade, os outros temas da Conferên-cia, fazem parte da história da CAIXA des-de sua fundação, quando os escravos guar-davam dinheiro na instituição para com-prar sua alforria. "Hoje, a CAIXA promove amaior inclusão bancária entre os bancosbrasileiros, contribuindo para a promoçãoda cidadania", afirma Alaim.

Construtores desoluções

O diretor de Comunicaçãoda ADVOCEF, Roberto Maia, res-salta que os advogados da CAI-XA, juntamente com técnicosde diversos órgãos públicos,têm sido "construtores de solu-ções" para os problemas dascidades. Assim, complementao diretor, "nada mais justo ecompatível do que compilar umpouco dessa história numaobra técnica já consolidada nomeio acadêmico".

A advogada Iliane RosaPagliarini, da Extensão Jurídica

Umuarama/PR, também integrante doConselho da RD, diz que é preciso prestigiaro avanço do Direito e, com um novo olhar,refletir sobre o Estatuto da Cidade, ver oque pode ser melhorado na prática sociale, de quebra, debater também a pauta daConferência. "Como advogados de umaempresa pública, principal aliada das polí-ticas de desenvolvimento social do Gover-no Federal, temos um campo aberto a re-fletir e a pesquisar", afirma.

Fora do contextoOutro membro do Conselho Editorial,

Bruno Queiroz Oliveira, do Jurídico Fortale-za, diz que, apesar da relevância das fun-ções desempenhadas em matérias comoSFH, FGTS, Loterias, FCVS, análise consul-tiva de projetos do PAC e outros assuntosde interesse do país, os advogados da CAI-XA ainda não são admitidos no contextoda advocacia pública. Por isso, pensa quea ocasião con-tribui para sealcançar o obje-tivo. "Por outro

|Jardim Botânico de Curitiba

|Bruno: nomaior evento do

ConselhoFederal da OAB

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O meio ambiente e a CAIXAAlaim Stefanello, conselheiro editorial da Revista de Direito da ADVOCEFAlaim Stefanello, conselheiro editorial da Revista de Direito da ADVOCEFAlaim Stefanello, conselheiro editorial da Revista de Direito da ADVOCEFAlaim Stefanello, conselheiro editorial da Revista de Direito da ADVOCEFAlaim Stefanello, conselheiro editorial da Revista de Direito da ADVOCEF

"Se todos os bancos já estão inse-rindo a preocupação ambiental emsuas concessões decréditos, seja paracontribuir com a pre-servação ambientalou para evitar conde-nações solidárias emdanos ambientais, aCAIXA vai além, emações como exigircertificação da madeira utilizada pe-

las construtoras nos empreendimentoshabitacionais.

Os advogados da CAI-XA cada vez mais precisamconhecer o assunto, atémesmo para darem pare-ceres na área consultivaquando se deparam com otema, ou mesmo quandoprecisam defender a CAIXAem questões contenciosas,

geralmente em ações civis públicas."

lado, a oportunidade de lançar a ediçãoespecial no maior evento realizado peloConselho Federal da OAB, com grande re-percussão no meio jurídico em todo o Bra-sil, será importante para consolidar aindamais a Revista."

Iliane Pagliarini observa que a Revistade Direito faz história a cada edição, pois

|Revista de Direito: 11 volumes em seis anos

acompanha de perto os temas que estãosendo pensados na comunidade jurídica."Avança em conteúdo e no método cientí-fico, tornando-se fonte segura de pesquisae de conhecimento." Diz que a Revista sefortalece com a contribuição dos advoga-dos da CAIXA e demais colaboradores, que

se esforçam para publicar as duas ediçõesanuais. "A Revista se valoriza e se consoli-da na medida em que podemos sentir oseu 'amadurecimento' e o seu caminharpor uma linha editorial voltada à teoria, àprática e à reflexão consciente e crítica denosso Direito", conclui Iliane.

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho, GuilhermeAugusto Caputo Bastos, concordou em escrever um artigopara as próximas edições da Revista de Direito da ADVOCEF.O ministro aceitou o convite feito por representantes daADVOCEF, em 7 de abril, e prometeu abordar o tema "DanosMorais na Justiça do Trabalho".

Estiveram no gabinete, em Brasília, o presidente daADVOCEF, Carlos Castro, o diretor de Articulação e Relacio-namento Institucional, Júlio Greve, e os advogados NatanaelLobão Cruz e Marcos Uchoa Dani.

Caputo Bastos é autor de trabalhos publicados em obrasjurídicas especializadas em Direito Material e Processualdo Trabalho. Na visita, o ministro foi presenteado com di-versas edições da Revista de Direito da ADVOCEF.

Ministro do TST prepara texto para a Revista de Direito da ADVOCEF

| Articulista

Colaborador de peso

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|Com o ministro Caputo Bastos (no centro): Marcos Dani, Natanael Cruz,Carlos Castro e Júlio Greve

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| Jurídico

A litigância nacionalA CAIXA responde por 1,2 milhões de processos judiciais

Pesquisa divulgada pelo Conse-lho Nacional da Justiça, no final demarço, mostra que a CAIXA ocupao segundo lugar na lista dos 100maiores litigantes do país, com8,5% das demandas judiciais. Noprimeiro lugar do ranking está o Ins-tituto Nacional do Seguro Social(INSS), com 22,3%. O CNJ estimaque tramitam na Justiça brasileiracerca de 70 milhões de processos.Os 100 maiores litigantes respondem por20% desses processos, o equivalente a14 milhões.

O advogado Leandro Jacob Neto, doJurídico Goiânia, comenta que, independen-te das razões do alto índice de litigiosidadeda CAIXA, os dados da pesquisa demons-tram a importância da área jurídica para a

instituição. Ele chama a atenção para aposição ocupada pela Empresa, quecorresponde a 1,7% de toda a demandada Justiça brasileira, ou seja, cerca de 1,2milhões de processos judiciais.

Por outro lado, segundo dados daOAB, existem no país 649.410 advoga-dos, constituindo uma média nacional de

106 processos por profissional. Jána CAIXA, que possui 950 advoga-dos, a média salta para 1.263 pro-cessos por profissional. Leandrosalienta também que o setor ban-cário responde por 38% da deman-da entre os 100 maiores litigantes,sendo que somente a CAIXA é res-ponsável por 22,64% da demandadessa área.

Entre os principais objetivos doTerceiro Pacto Republicano, proposto emfevereiro pelo Supremo Tribunal Federal,está a adoção de medidas para reduzir onúmero de disputas judiciais. A meta,segundo Leandro Jacob, "induz, necessa-riamente, ao fortalecimento da advoca-cia preventiva (consultivo) desta empre-sa pública".

A primeira parte do texto "Dano eAssédio Moral no Ambiente de Trabalho",escrito para a conclusão do curso de Di-reito do gerente geral da CAIXA BrunoSanchotene Pinto, do PAB TRT da 4ª Re-gião, está no encarte Juris Tantum destaedição. O artigo, que terá a parte finalpublicada no próximo número, trata dosprincípios aplicáveis ao Direito do Traba-lho para a proteção do trabalhador, asdefinições dadas aos institutos e asconsequências para a vítima. Esmiúçatambém a distinção entre os fenômenos,destacando a competência da Justiçapara a solução dos abusos.

Bruno diz que a globalização, comas reestruturações das relações de tra-

Gerente geral da CAIXA escreve sobre danos morais no Juris Tantum

| Encarte

Análise do ambiente de trabalho

Maio | 2011 6

balho, contribuiu para a consagração doassédio e de seus danos. Observa que,apesar de antigo, só recentemente otema ganhou abordagem sistêmica, e porisso possui escasso conteúdo doutriná-rio e de legislação.

Bruno vê problemas no tratamento dotema na CAIXA, onde trabalha desde 1981.Há muito progresso e não há preparo ade-quado dos gestores para a função, diz. "Di-rigir pessoas, trabalhar em grupo, requermais que a formação acadêmica. Se háessas deficiências, aliá-las à necessidadede buscar resultados, teremos coisas com-plicadas." Daí, para ter problemas de assé-dio moral e outros danos ao profissional,segundo Bruno, "é um abraço".|Bruno: atenção, afinal, para um tema antigo

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Márcia Aquino Tatsch,Renata Fialho de Almeida eDenyse da Silva Ramos (*)

| Honorários

Há muito o que fazerVerificado o descompasso da arreca-

dação de honorários no Jurídico São Luís,no ano de 2010, com a média nacional e ohistórico da unidade em anos anteriores, oprimeiro passo foi a mobilização dos advo-gados para a questão, demonstrando a suaimportância para a categoria.Nesse sentido foi deflagrado pro-cesso para constituição de novaComissão de Honorários, já queo mandato dos colegas que acompunham já havia expirado.

Constituída a Comissão, opasso seguinte foi diagnosticareventuais inconsistências naelaboração das DLE encaminha-das ao Jurídico, bem como co-lher informações acerca da con-ciliação contábil junto ao Apoioe à Reret, tomando por base asboas práticas adotadas pela Co-missão de Honorários daRSJURPO.

Outro ponto de destaque foia aproximação da Comissão lo-cal com a Diretoria de Honorári-os da ADVOCEF, que não mediuesforços no repasse de informa-ções e orientações necessáriaspara o bom desenvolvimento dasatividades.

Questão importante no período foi oincremento da célula de recuperação decréditos, com a realocação de mais um ad-vogado, tendo em vista a atual posição daDijur no sentido de que a área de recupera-ção de créditos é prioridade para a CAIXA.

A mobilização dos advogados na uni-dade trouxe resultados imediatos, poisdesde outubro de 2010 a RSJURSL dei-xou de ocupar as últimas posições do ra-teio mensal, situação essa mantida no pri-meiro semestre de 2011. Apesar das

Ranking nacionalEm 2010, entre as 25 unidades jurídicas, nove estiveram

acima da média mensal nacional de honorários arrecadadospor advogado. Confira:

ColocaçãoColocaçãoColocaçãoColocaçãoColocação JurídicoJurídicoJurídicoJurídicoJurídico Percentual acima da Percentual acima da Percentual acima da Percentual acima da Percentual acima da mmmmmédiaédiaédiaédiaédia1º Curitiba 90,31%2º Brasília 34,04%3º Fortaleza 21,53%4º Manaus 19,05%5º Campinas 17,36%6º Belo Horizonte 7,34%7º Porto Alegre 7,15%8º São Paulo 6,92%9º Florianópolis 2,65%

recuperação e manutenção deativos, responsável pela recu-peração dos créditos própriose de terceiros da área comerci-al e habitacional. Outro traba-lho que será desenvolvido em2011 é a conferência do rela-tório mensal dos contratos li-quidados pela Representaçãode Recuperação e Manutençãode Ativos no mês, com os da-dos lançados no Sijur, a fim deevitarmos de modo tempestivoperdas na arrecadação.

Por fim, é importante ressal-tar que o assunto (honorários)não está restrito aos advogadosmembros de Comissão e Dire-toria ADVOCEF, pois a constantemelhoria na arrecadação estádiretamente vinculada à efetivaatuação dos advogados no inte-resse de todos os associados.

(*) Integrantes da Comissão(*) Integrantes da Comissão(*) Integrantes da Comissão(*) Integrantes da Comissão(*) Integrantes da Comissãode Honorários do Jurídicode Honorários do Jurídicode Honorários do Jurídicode Honorários do Jurídicode Honorários do Jurídico

São Luís/MA.São Luís/MA.São Luís/MA.São Luís/MA.São Luís/MA.

Receita do MaranhãoDesde outubro do ano passado, o Jurídico São Luís

deixou de frequentar as últimas posições do rateiomensal de honorários na CAIXA e, nestes primeirosmeses de 2011, mantém a tendência. A receita desucesso, expl ica o art igo desta página, incluiconscientização e mobilização dos profissionais do Ju-rídico, valorização da Comissão de Honorários local eadoção de práticas bem-sucedidas de outras unida-des.

Segundo as advogadas Márcia Tatsch, Renata deAlmeida e Denyse Ramos, que assinam o texto, auxi-lia bastante no incremento da arrecadação o contatodireto com a Diretoria de Honorários da ADVOCEF ecom áreas operacionais da CAIXA. Tudo conta e somana conjunção de esforços que consideram indispen-sável para alcançar as metas propostas. "Apesar dasmelhorias, a Comissão está consciente de que muitoainda há que ser feito para se chegar à média nacio-nal", afirmam.

melhorias, a Comissão está consciente deque muito ainda há que ser feito para sechegar à média nacional, o que só serápossível numa con-junção de esforçosdos advogados daunidade.

Como pontosde desenvolvimen-to, destacamos ummaior controle doshonorários fixadosnas ações de feitosdiversos julgadasem favor da CAIXA,a necessidade deestreitar o relacio-namento com asáreas internas daEmpresa, em espe-cial com a área de|Renata e Márcia: fora das últimas posições

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| Comemoração

“Oração aos Moços”completa 90 anos

Texto de Rui Barbosa, escrito em 1921, mantém a atualidade e a inspiraçãoUm dos mais importantes textos so-

bre a justiça, “Oração aos Moços”, com-pletou 30 anos em 29 de março de 2011.Seu autor, o jurista, político, jornalista RuiBarbosa, o escreveu para ler comoparaninfo na solenidade de formaturados estudantes da Faculdade de Direitodo Largo de São Francisco, em São Paulo.Mas Rui adoeceu e quem leu, por ele, foio diretor da Faculdade, professorReinaldo Porchat.

O texto entrou para a história brasilei-ra, pela importância de seu conteúdo múl-tiplo sobre a justiça em geral, pelas análi-ses profundas sobre os operadores do Di-reito, a política e a fé em Deus, entre ou-tros temas fundamentais.

O advogado Antonio Kehdi Neto, daExtensão Jurídica Ribeirão Preto, não temdúvida de que o texto representa umensinamento não só no campo do Direi-to, mas também da Filosofia, da Políticae até da Religião. Seu comentário:

“Pobre daquele que não se inspira emtão belas e proveitosas palavras, que sãoexemplos claros de solidariedade, de res-peito ao ser humano e à vida, queenaltecem, de forma inexorável, a justiçasocial e a equidade, e que, sobretudo, con-templam a igualdade entre os indivíduoscomo de fato deve ocorrer, isto é, tratan-do desigualmente os desiguais, na medi-da de suas desigualdades.”

Antonio Kehdi diz que a linha huma-nista seguida por Rui é a que mais inspi-rou sua formação pessoal e acadêmica.

Embora escrito no começo do século pas-sado, o discurso, a seu ver, se apresentaatual, com ensinamentos que merecemplena aplicação. “Realmente, o grandejurista (com certeza um dos maiores detodos os tempos), além de honesto, co-rajoso e de uma cultura ímpar, tambémse revelou um grande visionário.”

A moral da raçaO advogado aposentado da CAIXA Ademir

Cleto, diretor jurídico da Paranaprevidência,do Estado do Paraná, conheceu a obra deRui por intermédio de um libreto intitulado,se não lhe falha a memória, “Comentáriosaos Erros de Gramática Portuguesa em Ora-ção aos Moços, de Ruy Barbosa”. Ele nãolembra o nome do autor “dessa peça inusita-da e esquecida”. Conta:

“Anos depois, ao elaborar trabalho es-colar sobre a ‘Oração aos Moços’, pudedescortinar a riqueza das muitas liçõesde Direito, patriotismo, humanidade e, pa-receu-me e ainda hoje me parece, quenela se expressa, mais do que um lamen-to pela sorte da decaída moral da raça,um grito de fé e esperança na redençãohumana messia-nicamente depositadana juventude”.

Ademir prossegue:“Dessa magistral peça de oratória me

impressiona o tópico em que Rui, citandooutro escritor da última flor do Lácio, sali-enta a existência de pecado sem ira (irasanta?) e adverte contra o pecado da faltade ira, expressa na paciência e no silênciodos bons que fomenta a conduta dos mause corrói a perseverança dos bons.”

Ademir diz que está nesse trecho alição de Rui sobre a qual se deve refletir,em cada momento da atuação do profis-sional do Direito.

Aula de ÉticaA discussão sobre a obra de Rui trou-

xe ao advogado Marco Cazali, do Jurídico

Campinas, recordações de seus dias nassalas de aula e dos debates na Faculda-de de Direito de Piracicaba (ele se formouna UNIMEP, em 1991). “Época em que apoesia do Direito suplantava opragmatismo da carreira já amadurecida”,comenta.

O advogado diz que o famoso discur-so de Rui Barbosa não se perdeu no tem-po e continua atual, “verdadeira aula deÉtica no Direito, permeadas por inúmeraslições de vida de um grande mestre queteve a humildade de transmitir não só asexperiências positivas, mas também asnegativas”.

Pede licença para transcrever este tre-cho:

“Os maus só lhe inspiram tristeza epiedade. Só o mal é o que o inflama emódio. Porque o ódio ao mal é amor dobem, e a ira contra o mal, entusiasmodivino”.

Marco destaca outra passagem, mui-to citada ao longo do tempo, "que definecom maestria o Princípio da Igualdade, tãocaro ao Estado Democrático de Direito"(leia na pág. 9).

A leitura da “Oração aos Moços” foiimportante na formação de Marco e con-tinua até hoje. Ele afirma que inúmerosconceitos permanecem atuais, comoeste:

“Mas justiça atrasada não é justiça,senão injustiça qualificada e manifesta.

| Antonio Kehdi:a linhahumanistainspirou suaformação

|Ademir Cleto:um grito de fé

na redençãohumana

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Porque a dilação ilegal nas mãos dojulgador contraria o direito escrito das par-tes, e, assim, as lesa no patrimônio, hon-ra e liberdade”.

Marco acrescenta: “Veja o movimen-to do Conselho Nacional de Justiça emnome da celeridade, monitorando osjuízes quanto à própria produção”. Con-clui: “O grande mestre soube ensinar mui-to bem a diferença entre a humildade e aapatia, provando que jamais devemos noscalar diante da injustiça.”

Quem foi Rui BarbosaRui Barbosa nasceu em 1849, em

Salvador, Bahia. Concluiu o curso de Di-reito em 1870, pela Faculdade de Di-reito do Largo de São Francisco, em SãoPaulo.

Foi deputado, sena-dor, jornalista, escritor,orador, abolicionista.Como ministro da Fazen-da no governo deDeodoro da Fonseca, em1890, mandou queimaros registros de posse en-volvendo os escravos, su-postamente para apagar"a mancha" da escravi-dão no país. Mas, segun-do especialistas, a intenção erainviabilizar o cálculo de eventuais inde-nizações pleiteadas pelos antigos pro-prietários de escravos.

Revisou o projeto da Constituiçãode 1891. Uma de suas contribuiçõesfoi atribuir ao Supremo Tribunal Fede-ral o controle sobre a constitucio-

nalidade das leis.Consagrou-se mun-

dialmente na Conferên-cia de Haia, em 1907,defendendo o princípioda igualdade jurídicadas nações, enfrentan-do as grandes potênci-as. Foi candidato à Pre-sidência da Repúblicaduas vezes, em todasderrotado.

Em 1948, foi acla-mado pela OAB patrono dos advoga-dos brasileiros. Morreu em Petrópolis,no dia 1º de março de 1923, aos 74anos.

|Marco Cazali:recordações daFaculdade dePiracicaba

Aos operadores do DireitoOs trechos de “Oração aos Moços”

transcritos a seguir – que são geralmen-te os mais citados pelos críticos – foramextraídos de uma edição preparadapor Adriano da Gama Kury para a Fun-dação Casa de Rui Barbosa, disponí-vel na internet.

A ira santaO padre Manuel Bernardes pre-

gava, numa das suas Silvas: “Bempode haver ira, sem haver pecado:Irascimini, et nolite peccare. E àsvezes poderá haver pecado, se nãohouver ira: porquanto a paciência,e silêncio, fomenta a negligênciados maus, e tenta a perseverançados bons. (...)

Cólera será; mas cólera damansuetude, cólera da justiça, cóleraque reflete a de Deus, face também ce-leste do amor, da misericórdia e da san-tidade.

Dela esfuzilam centelhas, em que seabrasa, por vezes, o apóstolo, o sacer-dote, o pai, o amigo, o orador, o magis-

trado. Essas faúlhas da substância divinaatravessam o púlpito, a cátedra, a tribu-

na, o rostro, a imprensa, quando se de-batem, ante o país, ou o mundo, as

grandes causas humanas, as grandescausas nacionais, as grandes cau-sas populares, as grandes causassociais, as grandes causas daconsciência religiosa. Então a pa-lavra se eletriza, brame, lampeja,atroa, fulmina. Descargas sobredescargas rasgam o ar, incendei-am o horizonte, cruzam em rai-os o espaço. É a hora das res-ponsabilidades, a hora da contae do castigo, a hora das apóstro-fes, imprecações e anátemas,

quando a voz do homem reboacomo o canhão, a arena dos com-

bates da eloquência estremececomo campo de batalha, e as

siderações da verdade, que estalamsobre as cabeças dos culpados, revol-

vem o chão, coberto de vítimas e destro-ços incruentos, com abalos de terremoto.Ei-la aí a cólera santa! Eis a ira divina!

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Quem, senão ela, há de expulsar dotemplo o renegado, o blasfemo, oprofanador, o simoníaco?

A igualdade dos desiguaisA regra da igualdade não consiste se-

não em quinhoar desi-gualmente aos desi-guais, na medida emque se desigualam.Nesta desigualdadesocial, proporcionada àdesigualdade natural, éque se acha a verda-deira lei da igualdade.O mais são desvariosda inveja, do orgulho,ou da loucura. Tratarcom desigualdade aiguais, ou a desiguaiscom igualdade, seriadesigualdade flagrante,e não igualdade real. Osapetites humanos con-ceberam inverter a nor-ma universal da cria-ção, pretendendo, nãodar a cada um, na ra-zão do que vale, masatribuir o mesmo a todos, como se todosse equivalessem.

As madrugadasMuitas lendas se têm inventado, por

aí, sobre excessos da minha vida labori-osa. Deram, nos meus progressos inte-lectuais, larga parte ao uso em abuso docafé e ao estímulo habitual dos pés mer-gulhados n’água fria. Contos deimaginadores. Refratário sou ao café.Nunca recorri a ele como a estimulantecerebral. Nem uma só vez na minha vidabusquei num pedilúvio o espantalho dosono.

Ao que devo, sim, o mais dos frutosdo meu trabalho, a relativa exabundânciada sua fertilidade, a parte produtiva edurável da sua safra, é às minhas ma-drugadas.

O papel da justiçaOra, dizia S. Paulo que boa é a lei,

onde se executa legitimamente. “Bonaest lex, si quis ea legitime utatur.” Que-reria dizer: Boa é a lei, quando executa-da com retidão. Isto é: boa será, em ha-

vendo no executor a virtude, que no le-gislador não havia. Porque só a modera-ção, a inteireza e a equidade, no aplicardas más leis, as poderiam, em certamedida, escoimar da impureza, durezae maldade, que encerrarem. Ou, mais

lisa e claramente, sebem o entendo, preten-deria significar o após-tolo das gentes quemais vale a lei má, quan-do inexecutada, ou malexecutada (para obem), que a boa lei, so-fismada e não observa-da (contra ele).

A missão domagistradoÉ à magistratura

que vos ides votar?Elegeis, então, a

mais eminente das pro-fissões a que um ho-mem se pode entregarneste mundo. (...)

Moços, se vos idesmedir com o direito e o cri-me na cadeira de juízes,

começai, esquadrinhando as exigênciasaparentemente menos altas dos vossoscargos, e proponde-vos caprichar nelas comdobrado rigor; porque,para sermos fiéis nomuito, o devemos serno pouco. (...)

Ponho exemplo, se-nhores. Nada se levaem menos conta, na ju-dicatura, a uma boa féde ofício que o vezo detardança nos despa-chos e sentenças. Oscódigos se cansam de-balde em o punir. Mas ageral habitualidade e aconivência geral o entre-têm, inocentam e univer-salizam. Destarte seincrementa e desmandaele em proporções incal-culáveis, chegando ascausas a contar a idadepor lustros, ou décadas, em vez de anos.

Mas justiça atrasada não é justiça,senão injustiça qualificada e manifesta.

Porque a dilação ilegal nas mãos dojulgador contraria o direito escrito daspartes, e, assim, as lesa no patrimônio,honra e liberdade.

Não sejais, pois, desses magistrados,nas mãos de quem os autos penamcomo as almas do purgatório, ou arras-tam sonos esquecidos como as pregui-ças do mato.

A missão do advogadoNa missão do advogado também se

desenvolve uma espécie de magistratu-ra. As duas se entrelaçam, diversas nasfunções, mas idênticas no objeto e na re-sultante: a justiça. Com o advogado, justi-ça militante. Justiça imperante, no magis-trado.

Legalidade e liberdade são as tábuasda vocação do advogado. Nelas se encer-ra, para ele, a síntese de todos os manda-mentos. Não desertar a justiça, nemcortejá-la. Não lhe faltar com a fidelida-de, nem lhe recusar o conselho. Nãotransfugir da legalidade para a violência,nem trocar a ordem pela anarquia.

Não antepor os poderosos aos des-validos, nem recusar patrocínio a estescontra aqueles. Não servir sem indepen-dência à justiça, nem quebrar da verdadeante o poder. Não colaborar em persegui-ções ou atentados, nem pleitear pela

iniquidade ou imoralida-de. Não se subtrair à de-fesa das causas impopu-lares, nem à das perigo-sas, quando justas.

Onde for apurável umgrão, que seja, de verda-deiro direito, não regate-ar ao atribulado o conso-lo do amparo judicial.Não proceder, nas con-sultas, senão com impar-cialidade real do juiz nassentenças. Não fazer dabanca balcão, ou da ciên-cia mercatura. Não serbaixo com os grandes,nem arrogante com osmiseráveis. Servir aosopulentos com altivez eaos indigentes com cari-

dade. Amar a pátria, estremecer o próxi-mo, guardar fé em Deus, na verdade e nobem.

“Tratar comdesigualdadea iguais, ou adesiguais com

igualdade,seria

desigualdadeflagrante, e

não igualdadereal.”

“Não sejais,pois, dessesmagistrados,nas mãos de

quem osautos penam

como asalmas do

purgatório.”

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| Cena Jurídica

Direito a honoráriosAdvogado de sociedade de economia mista tem direito a honorários de

sucumbência, concluiu a Primeira Turma do STF, em 13/04/2011, julgando o RE407.908, interposto pelo espólio de um advogado da Eletrobras. Na Justiça, a

empresa havia interrompido, após 33 meses, opagamento dos honorários que previa o total de40 prestações mensais. A empresa argumentou

que o advogado se beneficiava de duplaremuneração, salário e honorários advocatícios.Venceu o voto do ministro-relator, Marco Aurélio,

segundo o qual o novo Estatuto da OAB versaque os honorários da sucumbência, ainda que

existente vínculo empregatício, cabem aoprofissional, e não ao vencedor. (Fonte: STF.)

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|Ministro Marco Aurélio, do STF

Revista de Direito na OAB/PRA doação da coleção da Revista de Direito, feita pela ADVOCEF à Biblioteca daOAB Paraná, foi noticiada no site da Seccional, em 14/04/2011. A matéria

destacou o objetivo da publicação, que é ser "umelemento de congregação e troca de conhecimentointerna e externamente à corporação". A notíciaacrescenta que um novo número da Revista serálançado durante a Conferência Nacional da OAB, emCuritiba, em novembro de 2011. A entrega dacoleção foi feita pelo presidente Carlos Castro e arepresentante da ADVOCEF Susan Soeiro, aopresidente da OAB/PR, José Lucio Glomb, emreunião ocorrida em Curitiba.

Caixa X CaixaA CaixaRS, agência de fomento do RioGrande do Sul, trocou de nome: a partir

de 11 de abril passou a se chamarBadesul Desenvolvimento, resgatando onome do antigo banco gaúcho, extinto no

início dos anos 90. O motivo é umadecisão judicial que impede o uso da

marca, de domínio da CAIXA.

Alencar e os advogadosEntre as homenagens prestadas àmemória do ex-vice-presidente da

República José Alencar, morto em 29 demarço, uma lembrança feita pelo

presidente da OAB diz respeito aosadvogados. Foi Alencar quem sancionou,

como presidente da República emexercício, a Lei nº 11.767/2008, que

garante a inviolabilidade dos escritóriosde advocacia.

Filosofia e éticaNo final de março, o advogado HenriqueChagas, da Extensão Jurídica PresidentePrudente, proferiu palestra sobre ética noencontro de instrutores da área de Gestãode Pessoas de Bauru/SP. Segundo agerência da unidade operacional, aexposição possibilitou uma reflexãocrítica sobre o papel ético nas relaçõesinterpessoais, fortalecendo a estratégiada CAIXA de descentralização das açõeseducacionais. Henrique, que é palestrantehabilitado na Universidade CorporativaCAIXA, abordou a filosofia dos gregos àpós-modernidade.

Revista de papelEm pesquisa realizada entre os

empregados, aposentados epensionistas da CAIXA, a Revista

FUNCEF, em meio papel, foiapontada como instrumentopreferencial na obtenção de

informações sobre a Fundaçãopor 95% dos entrevistados.Segundo o instituto Polis, a

versão online da revistaapresenta uma média de cercade 930 acessos mensais, o que

representa menos de 1% do totalde participantes da FUNCEF. "A

revista impressa ainda é omelhor meio de dar

transparência às açõesefetuadas em favor do

patrimônio dos participantes",informam os editores. |José Alencar

Aprovados no concursoPor solicitação da CONTEC, o

presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,recebeu em 12 de abril representantes

da recém-criada Comissão Nacionaldos Aprovados no Concurso paraAdvogados da Caixa Econômica

Federal. Eles entregaram ao presidenteum documento solicitando o apoio daADVOCEF contra a terceirização e paraa nomeação imediata dos concursadosaprovados. Castro prometeu discutir oassunto com a Diretoria Executiva e

com a categoria no próximo Congresso.Ao final do encontro, os advogados

foram presenteados com a 11ª ediçãoda Revista de Direito da ADVOCEF.

|Carlos Castro, com os visitantes:Juliano Nogueira (PR), Raphael Tripodi (SP),

Fabiana Marques (DF) eHeanes Secundino (MG)

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| José Lucio Glomb

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| Vale a Pena Saber

"EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON LINE. CONTA CORRENTECONJUNTA. TERCEIRO NA EXECUÇÃO. IRRELEVÂNCIA. POSSIBILI-DADE DE SE PENHORAR A TOTALIDADE DA CONTA CORRENTE. 1.No caso de conta conjunta, cada um dos correntistas é credorde todo o saldo depositado, de forma solidária. O valor deposita-do pode ser penhorado em garantia da execução, ainda quesomente um dos correntistas seja responsável pelo pagamentodo tributo. 2. Se o valor supostamente pertence somente a umdos correntistas - estranho à execução fiscal - não deveria estarnesse tipo de conta, pois nela a importância perde o caráter deexclusividade. 3. O terceiro que mantém dinheiro em conta cor-rente conjunta, admite tacitamente que tal importância respon-da pela execução fiscal. A solidariedade, nesse caso, se estabe-lece pela própria vontade das partes no instante em que optampor essa modalidade de depósito bancário. 4. In casu, importan-te ressaltar que não se trata de valores referentes a 'vencimen-tos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos deaposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias re-cebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento dodevedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e oshonorários de profissional liberal' , previstos como impenhoráveispelo art. 649, IV, do Código de Processo Civil, inexistindo óbicepara a penhora da conta corrente conjunta. Recurso especialimprovido." (STJ, REsp 1.229.329 SP, Segunda Turma, Rel. Min.Humberto Martins, DJe 29/mar;2011.)

Direito de greve dos servidores públicosA Constituição assegura expressamente aos servidores públi-

cos civis o exercício do direito de greve nos termos e nos limitesdefinidos em lei específica (art. 37, VII). Diante da omissão do Po-der Legislativo em produzir a norma regulamentadora específica,vários mandados de injunção foram impetrados a fim de garantir oexercício dessa prerrogativa constitucional.

Inicialmente, predominou no Supremo Tribunal Federal o en-tendimento de que esta Corte não poderia legislar para suprir amora do Congresso Nacional, sob pena de violação da cláusula deseparação de poderes. Sua decisão limitava-se a reconhecer a exis-tência da mora legislativa e a exortar o Poder Legislativo a darconcreção ao preceito constitucional. Contudo, recentemente, emsua nova composição, o STF alterou o seu posicionamento permi-tindo a aplicação da Lei n. 7.783/1989, que dispõe sobre o direitode greve no setor privado, aos servidores públicos civis, enquantopersistir a inércia legislativa na regulamentação da matéria, alémde se incumbir da tarefa de fixar os parâmetros atinentes a esseexercício.

Nesse contexto, o STF, no julgamento do MI n. 670/ES e MI n.708/DF, definiu as situações de competência constitucional paraa apreciação de eventuais ilegalidades nos movimentos grevistasexistentes em âmbito nacional, regional, estadual e municipal.

Em relação às paralisações de âmbito nacional, que englobemmais de uma região da Justiça Federal ou mais de uma unidade dafederação, estabeleceu tal competência ao Superior Tribunal deJustiça, em aplicação analógica do art. 2º, I, "a", da Lei n. 7.701/1988.

Assim, para o regular exercício do direito de greve pelos servi-dores públicos civis, necessário se faz o atendimento de algumasprovidências dispostas na Lei n. 7.783/1989, em especial: negoci-ação frustrada e impossibilidade de recursos à via arbitral (art. 3º);garantia da continuidade na prestação dos serviços indispensáveisao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art.11, caput); e, comunicação da Administração com antecedênciamínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação (art. 13).

O art. 14 do texto legal em referência considera abusiva agreve no caso de inobservância dos preceitos nela contidos.

Quanto ao percentual mínimo de servidores que devem sermantidos em exercício para garantir a continuidade da prestaçãodos serviços essenciais durante o movimento grevista, o STJ, aoenfrentar o tema, já definiu esse percentual em 50% (no caso dagreve dos peritos médicos do INSS - Pet 7985 e MS 15339), 60%(greve dos servidores da Justiça Federal, do Trabalho e Eleitoral -Pet 7961) e 80% (greve dos servidores da Justiça eleitoral, emperíodo próximo às eleições - AgRg na Pet 7933/DF).

A jurisprudência tem concedido a possibilidade de compensa-ção dos dias não trabalhados e/ou realização de desconto na remu-neração dos grevistas, dependendo da declaração da legalidade ounão da paralisação. Se declarada legal, o pagamento da remunera-ção fica restabelecido e o servidor é obrigado a repor os dias nãotrabalhados. Sendo julgada ilegal, fica vedada a compensação dosdias parados, operando-se desconto em seus vencimentos.

"CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MATERIAL E MORAL.SAQUES INDEVIDOS EM CONTA CORRENTE. AÇÃO DEHACKERS. ACORDO DE RESSARCIMENTO NÃO CUMPRIDOPELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DEVER DE INDENIZAR. 1. Ofornecedor de serviços, consoante art.14 do Código de De-fesa do Consumidor, responde, independentemente da exis-tência de culpa, pela reparação dos danos causados aosconsumidores por defeitos relativos à prestação de servi-ços. Este dever é imanente ao dever de obediência às nor-mas técnicas e de segurança. O fornecedor só afasta a suaresponsabilidade se provar (ônus seu) a ocorrência de umadas causas que excluem o próprio nexo causal, enunciadasno §3º do art. 14 do CDC: inexistência do defeito e culpaexclusiva do consumidor ou de terceiro. 2. Demonstradosos saques e não tendo a ré comprovado a culpa dos auto-res, merece ser mantida a sentença em que se condenou aCaixa Econômica Federal ao pagamento por danos materi-ais e morais. 3. Apelação da CEF parcialmente provida parareduzir a condenação por dano moral para R$ 5.000,00(cinco mil reais), mantendo a quantum arbitrado a título dedano material." (TRF 1, AC 2008.37.00.000338-6 MA, QuintaTurma, Rel. Juiz Conv. Alexandre Jorge Fontes Laranjeira,DJe 21/mar/2011.)

Decisão Desfavorável

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| Vale a Pena Saber

Maio | 2011 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Alienação Fiduciária. Conversão em depósito. Bemdanificado. Possibilidade. TJ SP.

"Apelação - Alienação fiduciária - Ação de busca e apreensão -Automóvel bastante danificado - Possibilidade da conversãoda busca e apreensão em ação de depósito, ainda que hajadesinteresse do credor fiduciário na efetiva recuperação dacoisa - Do contrário, estar-se-ia premiando o depositário relapsona conservação da coisa, pois isentado estaria ele, em virtudedessa conduta, das consequências jurídicas oriundas do depó-sito - Na hipótese, persiste o interesse na ação de depósito,para a obtenção de quantia equivalente ao valor do bem - Açãoque se julga parcialmente procedente, acolhido o pedidocondenatório, afastada, porém, a possibilidade de cominaçãode prisão civil, nos termos do entendimento cristalizado naSúmula Vinculante n° 25." (TJ SP, AC 9205017-36.2007.8.26.0000, 25ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des.Ricardo Pessoa de Mello Belli, julgado em 15/mar/2011.)

ELABORAÇÃO: Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.

COLABOROU: Luiz Fernando Pereira da Silva de Freitas(analista do MPT).

Sugestões ou comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços: [email protected] e

[email protected].

Danos morais. Porta giratória. Mero dissabor. TRF 4 "O trancamento de porta giratória em agência bancária nãoalcança a intensidade necessária para configurar o danomoral, não passando de mero dissabor quanto à obrigaçãopor todos imposta, qual seja, a passagem pelas portasdetectoras de metais das instituições bancárias, cuja possí-vel falha, e/ou sensibilidade do sistema todos estão sujeitos.O Banco, através de atos de seus prepostos, não agiu comculpa a ensejar a responsabilidade civil para fins de indeniza-ção, e sim com a devida prudência, zelando pela incolumidadefísica de seus clientes. Embargos infringentes providos." (TRF4, EINF 2007.71.08.011228-5 RS, Segunda Seção, Rel. Des.Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, DJe 21/fev/2011.)

SFH. Vícios de construção. Vistoria em imóvelpronto. Finalidade. TRF 4

"Os vícios construtivos inerentes à edificação, que não foramcausados por agentes externos, não estão cobertos pela Apóli-ce do Seguro Habitacional contratado. Não-demonstrada a res-ponsabilidade da Caixa Econômica Federal pela qualidade daconstrução de imóvel pronto, da qual não participou ou fiscali-zou. A vistoria é condição para liberação do financiamento, enão tem a finalidade de responsabilizar o agente financeiropelos vícios construtivos porventura existentes no imóvel." (TRF4, AC 2002.72.00.005713-0 SC, Quarta Turma, Rel. Des. JorgeAntonio Maurique, DJe 06/abr/2011.)

Execução. Extinção. Hipóteses no art. 794 CPC. TJ SP"Extinção por abandono da causa - Impossibilidade - Hipótesesde extinção do processo executivo relacionadas no art. 794 doCPC - Situação, aliás, que, para o decreto de extinção, se fosseo caso, necessitaria de requerimento do executado - Súmula240 do C. STJ - Decisão anulada - Recurso provido." (TJ SP, AC9199731-14.2006.8.26.0000, 17â Câmara de Direito Priva-do, Rel. Des. Paulo Pastore Filho, julgado em 23/fev/2011.)

SFH. Preço vil. Devolução de valores. TRF 4"1. Em consonância com precedentes deste Tribunal, é de sermantida decisão que determinou a avaliação do bem antes darealização da praça, a fim de se evitar a expropriação do imó-vel por preço vil. 2. De acordo com o § 3º do artigo 32 do DL 70/66 deve ser devolvida ao mutuário a diferença entre o valor daarrematação ( ou adjudicação) do imóvel em leilão e aquele dadívida exigida." (TRF 4, AG 0028384-72.2010.404.0000 RS,Terceira Turma, Rel. Des. Nicolau Konkel Júnior, DJe 15/fev/2011.)

Execução. Nulidade de um título. Subsistência daarrematação. STJ

"1. No caso, houve penhora de bem ofertado à garantia dequatro títulos executivos. O Tribunal de origem reconheceu aprescrição de apenas um, servindo a arrematação do bem parao pagamento dos demais processos executivos. 2. O reconhe-cimento da prescrição de um título executivo não tem o con-dão de ilidir a arrematação efetuada, pois esta subsiste emrelação aos demais títulos executivos. 3. Se a execução é fun-dada em diversos títulos executivos, reconhecida a nulidadede um desses, a execução prosseguirá com relação aos ou-tros, o que culminará na legalidade dos atos de expropriação."(STJ, REsp 1.221.167 RS, Segunda Turma, Rel. Min. HumbertoMartins, DJe 04/abr/2011.)

Direito Financeiro EsquematizadoAutora: Tathiane Piscitelli.Editora: Método. Ano: 2010. Páginas: 232.Trata-se de obra que reúne em linhas didáticas os principais

temas afetos ao Direito financeiro. Analisa, com ênfasejurisprudencial, o orçamento, a receita e a despesa pública, bemcomo o regime dos precatórios e o controle da atividade finan-ceira do Poder Público.

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Maio | 201114 Maio | 2011 14

| Solidariedade

Aos desabrigados do RioADVOCEF repassa cheque à Cruz Vermelha do Rio de Janeiro

Em solenidade realizada nacidade do Rio de Janeiro, em 23de março, a ADVOCEF entregouum cheque de R$ 12 mil à CruzVermelha Brasileira (CVB), des-tinado aos desabrigados das úl-timas catástrofes ocorridas noEstado. A doação é resultado dacampanha realizada entre os ad-vogados associados daADVOCEF.

Estiveram presentes na ce-rimônia os representantes daFederação Internacional de So-ciedade de Cruz Vermelha XavierCastellanos, diretor da Zona dasAméricas, e Gustavo Ramires,representante Regional do ConeSul e Brasil, além do presidenteda CVB no Brasil, Walmir MoreiraSerra, do vice-presidente Anderson Mar-celo Choucino, da assessora especial paraAssuntos Institucionais, Carmem Serra, dodiretor de Comunicação, Rafael Mexia, edo corpo jurídico da instituição.

Pela ADVOCEF, além do presidenteCarlos Castro, compareceram a diretorasocial, Elenise Peruzzo, o diretor de Arti-culação e Relacionamento Institucional,

quer conotação política, paraa distribuição das doações foiescolhida uma entidade sé-ria, de reconhecimento inter-nacional. "Assim, os recursosarrecadados terão seu desti-no assegurado, minimizando,ainda que em parte, o sofri-mento daquela população",disse Carlos Castro.

O presidente da CruzVermelha, Walmir Serra, de-clarou que a ação realizadapelos advogados da CAIXAhonra a instituição, que temadotado medidas para dartransparência às doaçõesrecebidas. Um exemplo é acontratação da empresa de

auditoria Alliance. "A instituição é da so-ciedade brasileira e tem como principalfinalidade trabalhar para prevenir e ate-nuar o sofrimento humano", disseWalmir.

Ele informou que a doação recebidada ADVOCEF será reservada aos projetosque a instituição desenvolve para a região,reafirmando que haverá prestação de con-tas de cada centavo.

Júlio Greve, o representante do JurídicoRio de Janeiro, Carlos Saboya, e o gerenteem exercício da unidade, Elton Nobre, querepresentou o diretor jurídico da CAIXA,Jailton Zanon.

Sem políticaNa cerimônia, o presidente da

ADVOCEF afirmou que, para evitar qual-

|Solenidade: entrega de doação da ADVOCEF à Cruz Vermelha

Contrato assinado em 21 de março com a empresa Atame-Pós-Graduação e Cursos Ltda. possibilita aos alunos associados daADVOCEF - e aos seus dependentes - desconto especial de 25% nasmatrículas. Os cursos oferecidos pela empresa, fundada em 1995,são comparados aos melhores do país. A Atame possui certificaçãoprópria, além de trabalhar em parceria com a UCAM - UniversidadeCândido Mendes-RJ nas certificações de diversos cursos. Entre seusprofessores figura o ministro da Justiça, ex-deputado federal, JoséEduardo Cardozo, doutorando e mestre pela PUC de São Paulo.

A Atame (www.atame.edu.br) está estabelecida em Brasília eGoiânia, com projetos de expansão para outros Estados. O presidenteda ADVOCEF recomenda que os advogados busquem parcerias comoutras instituições nas suas regiões.

|Na assinatura: Júlio Greve, Roselei Almagro (da Atame),Carlos Castro, Juliana Varella e secretária da empresa

| Aprimoramento

Convênio com a Atame

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Maio | 2011 15

| Cerimônia

O presidente da ADVOCEF, Carlos Cas-tro, e o diretor de Prerrogativas, Pedro Jor-ge Santana Pereira, compareceram, em 30de março, à posse do novo presidente doTribunal Regional Federal da 5ª Região,desembargador Paulo Roberto de OliveiraLima. A mesa diretora, eleita para o biênio2011/2013, foi composta também pe-los desembargadores Rogério de MenesesFialho Moreira (vice-presidente) e VladimirSouza Carvalho (corregedor), em substi-tuição aos desembargadores Luiz AlbertoGurgel, Marcelo Navarro e Manoel Erhardt.

Paulo Roberto Lima, alagoano, 56anos, ingressou na Magistratura em 1988e é desembargador federal desde 2001.Em Alagoas, foi procurador do Estado, pro-curador da República, membro do Conse-lho Penitenciário, procurador regional elei-

toral e conselheiro seccional da OAB, alémde juiz do Tribunal Regional Eleitoral e juizfederal titular da 2ª Vara de Alagoas.

Filho de empregadosaposentados da CAIXA, Rogé-rio de Meneses FialhoMoreira, paraibano, 44 anos,tem especialização em Pro-cesso Civil pela Universida-de de Brasília (UnB). Ingres-sou na Magistratura federalem 1993. Até 2008 era titu-lar da 7ª Vara, em João Pes-soa, quando foi nomeadopara o TRF-5.

Vladimir Souza Carvalho, 60 anos,sergipano de Itabaiana, foi um dos fun-dadores do jornal O Serrano, de sua ter-ra, e colaborou com outros jornais do Es-tado. Foi auxiliar judiciário, técnico judi-ciário, juiz de Direito e juiz federal emvários Estados, até ser nomeadodesembargador do TRF-5, onde tomouposse em 2008.

Despedida de GurgelEm seu discurso de despedida da

Presidência do TRF-5, o desembargadorLuiz Alberto Gurgel lembrou de decisõesimportantes tomadas com sua equipe,como o desenvolvimento do Processo Ju-

dicial Eletrônico (PJe) e a criação de 48varas para a 5ª Região, 15 delas já insta-ladas.

Posse no TRF-5Representantes da ADVOCEF assistem à cerimônia no Tribunal

|Carlos Castro, Paulo Roberto e Pedro Jorge

O presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, participou da soleni-dade de transmissão de cargo no Comando Militar do Nordeste(CMNE), no Recife, em 31 de março. No ato, o general de BrigadaLuiz Felipe Linhares Gomes, que irá para a 1ª Subchefia do Estado-Maior do Exército em Brasília, passou o cargo de chefe do Estado-Maior do CMNE ao general de Brigada José Luiz Jaborandy Rodrigues,promovido ao posto na data.

Segundo Carlos Castro, o general Linhares foi o grande respon-sável pela distribuição das doações dos advogados da CAIXA, apósa catástrofe que atingiu o Norte do Estado de Alagoas e o Sul dePernambuco, no final de 2010. |Na posse: Carlos Castro, entre o general Linhares e o coronel Melo

Maio | 201115

|Carlos Castro, Rogério Fialho e Pedro Jorge |Luiz Alberto Gurgel: avanços na Justiça Federal

| Cerimônia 2

Posse no Comando Militar

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Maio | 201116

| Despedida

Homenagem à presidentaA ex-presidente

da CAIXA, MariaFernanda Ramos Co-elho, foi homenagea-da em 25 de março,na Red Lounge Recep-ções, no Bairro deCasa Forte, no Recife,pelos colegas dePernambuco, seu Es-tado natal. O presi-dente da ADVOCEF,Carlos Castro, levou oseu abraço "à compa-nheira e amiga demuitas lutas".

Estavam presen-tes na cerimônia ossuperintendentes re-gionais Pedro Carlos Santiago (do Reci-fe) e Alex Norat (de Caruaru), o superin-tendente nacional de Desenvolvimentoe Estratégias Empresariais, José DurvalFernandes Reis, a gerente em exercíciodo Jurídico Recife, Maria LauraAlcoforado, e o diretor de Prerrogativasda ADVOCEF, Pedro Jorge Pereira. Com-pareceu também ao evento o ex-chefedo Jurídico em Pernambuco, Carlos Be-

zerra, entre outros empregados da CAI-XA na região.

Sonho compartilhadoApós cinco anos na Presidência da

CAIXA, Maria Fernanda pediu demissãoem março, sendo substituída pelo vice-presidente de Governo, Jorge Hereda. Emmensagem transmitida na intranet, a ex-presidente disse que teve a honra de con-

Nunca duvidem da CAIXAO baiano Jorge Hereda assume a Pre-

sidência da CAIXA elogiando as adminis-trações anteriores, de Maria Fernanda eJorge Mattoso, e expondo a ambição deobter a liderança em outros setores alémda Habitação, Poupança e Penhor, onde aEmpresa é referência.

Programas como Minha Casa, Mi-nha Vida, PAC, Bolsa Família, banca-rização da população pobre continuamsendo prioridades e em alguns pontoscarecem de melhorias, afirmou JorgeHereda, no discurso de posse enviado aos empregados. Eessas melhorias, acentuou, "precisam acontecer em curtotempo".

|Com Maria Fernanda: Alex Norat, Carlos Castro, Carlos Bezerra, José Durval, Erlick Egitoe Pedro Carlos Santiago

duzir com os empre-gados um projeto ded e s e n v o l v i m e n t osustentável para oBrasil, reduzindo asdesigualdades soci-ais e mostrando queé possível crescercom distribuição derenda e cidadania.

"Reafirmamos aposição da CAIXAcomo banco 100% pú-blico", disse a ex-pre-sidente. Salientouque projetou a Em-presa como parceira einstrumento do Esta-do "para a construção

de uma sociedade mais justa e solidária".Maria Fernanda destacou o avanço

em várias frentes: na inclusão bancária,nos programas como PAC e Bolsa Famí-lia, na ampliação do crédito. "Sempre tivea certeza de que vivia um sonho compar-tilhado por 83 mil companheiros de tra-balho e que em muitos momentos alcan-çou o que parecia impossível", declarou,na mensagem.

Entre as medidas urgentes, Heredacita o combate à burocracia desnecessá-ria. "Nossos processos necessitam estaradequados à expectativa dos agentes en-volvidos, aceitando-se apenas os proce-dimentos necessários à segurança daoperação, tanto no aspecto jurídico comono operacional."

É preciso criar competências, semmedo, diz o presidente. Na sua mensa-gem, lembra o que Lula disse no discursode comemoração pela contratação de

mais de um milhão de casas, objetivo que só o governo acre-ditava alcançar. Ao reconhecer mais essa conquista da insti-tuição, Lula afirmou: "Nunca mais duvidem da CAIXA".

|Hereda: cuidado com a segurança jurídica

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Maio | 2011 17

ADVOCEF e OAB reúnem advogados em Curitiba

O presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,e o diretor de Honorários, Álvaro Weiler, visita-ram em 7 de abril o Jurídico Curitiba, a convitedo gerente da unidade, Alaim Stefanello. Osadvogados trataram de assuntos da categoriae assistiram a uma palestra do presidente daOAB Paraná, José Lucio Glomb.

Em sua exposição, José Glomb falou so-bre as atividades da Ordem no Estado e desta-cou a importância dos advogados públicos. Elerecebeu de presente uma coleção da Revistade Direito da ADVOCEF, destinada à bibliotecada Seccional.

Na oportunidade, foram iniciadas astratativas para o lançamento da edição espe-cial da Revista de Direito em novembro desteano, em Curitiba. O evento deve ocorrer nomesmo período em que serão realizados oEncontro das Comissões de Honorários, a Reu-nião da Diretoria e a Conferência Nacional daOAB, entre os dias 20 a 24 de novembro. Opresidente da ADVOCEF chamou a atençãopara a importância da aproximação entre aOAB e os advogados da CAIXA.

Advogadas nas comissõesda OAB

José Glomb aproveitoupara anunciar ao presidente daADVOCEF a nomeação de trêsadvogadas da CAIXA que inte-grarão comissões da OAB/PR:Iliane Rosa Pagliarini (Advoca-cia Pública), Roseli AparecidaBettes (Direito do Trabalho) ePatrícia Aniceta Bertoldo (Em-pregados na Administração Pú-blica Indireta e Regimes Espe-ciais).

Mais tarde, na reunião com os advoga-dos do Jurídico Curitiba, o diretor Álvaro Weilerexpôs os diversos assuntos relacionados àsua pasta e enalteceu o desempenho dosprofissionais da unidade, que ficou em pri-meiro lugar na arrecadação mensal por ad-vogado em 2010. O diretor fez um agradeci-mento especial aos membros da Comissãode Honorários, Fátima Maria Bozz Barbosa,Misael Fuckner de Oliveira e Susan EmilyIancoski.

Carlos Castro e Álvaro Weiler definiramo encontro como altamente positivo, deven-do ser repetido em outras unidades jurídicas.

Outras visitasDando continuidade às visitas

institucionais aos Jurídicos Regionais, opresidente da ADVOCEF, Carlos Castro, eo diretor de Articulação e Relacionamen-to Institucional, Júlio Greve, estiveram, em22 e 23 de março, nas unidades jurídi-cas de Brasília e do Rio de Janeiro.

Em Brasília, visitaram as instalações,prestaram esclarecimentos aos advoga-

dos e ouviram suas sugestões e críticas.Castro e Greve foram também recebidospelo gerente do Jurídico, Alberto Braga, ex-presidente da ADVOCEF.

Novas instalações No Rio de Janeiro, Carlos Castro, Júlio

Greve e a diretora social da ADVOCEF,Elenise Peruzzo, visitaram as novas insta-

lações do Jurídico,na Cinelândia, loca-lizada no centro dacidade.

Os dirigentesda ADVOCEF foramrecepcionados pe-lo gerente em exer-cício da unidade,Elton Nobre, e de-mais advogados.

Logo após, visitaram os colegas de ou-tros andares do prédio recém-reforma-do, acompanhados pelo representanteda ADVOCEF no Jurídico, Carlos Saboya.

Em 24 de março, Carlos Castro e Jú-lio Greve foram recebidos pelo diretorjurídico da CAIXA, Jailton Zanon, quandotrataram de questões pontuais levanta-das pelos associados do Rio e Brasília.|No Rio: colegas recepcionam dirigentes da ADVOCEF

|Em Brasília: Alberto Braga (ao centro)recebe Carlos Castro e Júlio Greve

| José Glomb, com Carlos Castro e Alaim,fala aos advogados

|Falando de honorários: Renato Hino, Fátima Barbosa, ÁlvaroWeiler, Carlos Castro, Susan Soeiro e Misael de Oliveira

| Encontro

Reunião no Paraná

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| Entrevista

Advogado vice-presidenteApós três anos fora da área jurídica, o advogado Paulo Roberto dos Santos já pensava em voltar às origens quando, em 07/04/

2011, foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para a Vice-Presidência de Logística da CAIXA, transferido da Sucot-Contratações.Ou seja, o advogado permanece longe da área jurídica, onde começou em 1992, no Jurídico Campo Grande.

Mas, sem problemas. Nas várias atividades que tem exercido - gerente nacional da Geaju, ouvidor da CAIXA, superintendentenacional da Sucot -, Paulo Roberto ganha conhecimentos e experiência, ao mesmo tempo que continua utilizando as competênciasjurídicas, que, na CAIXA, são aperfeiçoadas no trato de questões diversificadas em muitas áreas.

Leia a entrevista a seguir.

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA - ComentA - ComentA - ComentA - ComentA - Comenteeeeesua passagem pelas diversas áreassua passagem pelas diversas áreassua passagem pelas diversas áreassua passagem pelas diversas áreassua passagem pelas diversas áreasna CAIXA.na CAIXA.na CAIXA.na CAIXA.na CAIXA.

PPPPPAAAAAULULULULULO RO RO RO RO ROBEROBEROBEROBEROBERTTTTTO DOS SANTO DOS SANTO DOS SANTO DOS SANTO DOS SANTOSOSOSOSOS -Para mim, que até então não tinha planosde trabalhar fora da área jurídica, forammuito gratificantes as experiências naOuvidoria e na Sucot, áreas nas quais pudealiar os conhecimentos de minha forma-ção profissional, em assuntos ligados aodireito do consumidor e licitações e con-tratos, por exemplo, e agregar novos co-nhecimentos, relativos a processos dife-rentes dos da área jurídica. Poder traba-lhar com ótimos profissionais e equipes ecom eles planejar e construir resultados,também foi aspecto marcante dessa ca-minhada.

ADVOCEF - Ser vice-presidenteADVOCEF - Ser vice-presidenteADVOCEF - Ser vice-presidenteADVOCEF - Ser vice-presidenteADVOCEF - Ser vice-presidenteda CAIXA estava nos seus planos?da CAIXA estava nos seus planos?da CAIXA estava nos seus planos?da CAIXA estava nos seus planos?da CAIXA estava nos seus planos?

PPPPPAAAAAULULULULULO RO RO RO RO ROBEROBEROBEROBEROBERTTTTTOOOOO - De maneira ne-nhuma. Na verdade, após três anos forada área jurídica, minha intenção era darpor encerrado esse ciclo e voltar ao conví-vio dos advogados.

ADVOCEF - Quais são seus obje-ADVOCEF - Quais são seus obje-ADVOCEF - Quais são seus obje-ADVOCEF - Quais são seus obje-ADVOCEF - Quais são seus obje-tivos mais imediatos no novo cargo?tivos mais imediatos no novo cargo?tivos mais imediatos no novo cargo?tivos mais imediatos no novo cargo?tivos mais imediatos no novo cargo?

PPPPPAAAAAULULULULULO RO RO RO RO ROBEROBEROBEROBEROBERTTTTTOOOOO - O objetivo é fazercom que a logística da CAIXA contribua de-cisivamente para o alcance dos resulta-dos da Empresa, atuando com eficiênciaoperacional, inovação e melhoria perma-nente de nossos processos. Além disso,em conjunto com os demais membros doConselho Diretor, liderados pelo presiden-te Jorge Hereda, realizar todos os esforçospara que a CAIXA continue a cumprir suamissão de instituição financeira e braçooperacional do estado brasileiro, gerandoresultados sustentáveis e perenes.

ADVOCEF - Em que a profissão deADVOCEF - Em que a profissão deADVOCEF - Em que a profissão deADVOCEF - Em que a profissão deADVOCEF - Em que a profissão deadvogado pode ajudar na função?advogado pode ajudar na função?advogado pode ajudar na função?advogado pode ajudar na função?advogado pode ajudar na função?

PPPPPAAAAAULULULULULO RO RO RO RO ROBEROBEROBEROBEROBERTTTTTOOOOO - A formação aju-da muito, em especial pela gestão dalogística numa empresa pública estar mui-to ligada e gestão formal de contrataçõese processos. Certamente isso traz segu-

Valorização da carreiraO presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, o diretor de Articulação e Relaci-

onamento Institucional, Júlio Greve, e a primeira tesoureira, Isabella Machado,acompanhados do diretor jurídico da CAIXA, Jailton Zanon, foram recebidos,

em 11 de abril, pelo novo vice-presidente de Logísticada Empresa, o advogado e associado Paulo Roberto dosSantos.

Castro transmitiu ao executivo o compromisso daárea jurídica com a Empresa e ressaltou a importânciade os advogados ocuparem cargos estratégicos na insti-tuição, como forma de valorização da carreira. Castrocomentou que a nomeação pela presidente Dilma foi oreconhecimento do trabalho do advogado nas diversasáreas da CAIXA por onde passou.

O novo vice-presidente também expressou o seucompromisso com os advogados da CAIXA, categoria aque diz pertencer com orgulho, e pôs-se à disposição daAssociação. Convidado pelo presidente da ADVOCEF, Pau-lo Roberto aceitou participar da abertura do Congressoda ADVOCEF, que será realizado na cidade de Poconé,Pantanal Mato-Grossense, em junho deste ano.

rança no trato cotidiano das atribuiçõesda Vice-Presidência.

ADVOCEF - Que mensagem man-ADVOCEF - Que mensagem man-ADVOCEF - Que mensagem man-ADVOCEF - Que mensagem man-ADVOCEF - Que mensagem man-da para os colegas advogados dada para os colegas advogados dada para os colegas advogados dada para os colegas advogados dada para os colegas advogados daCAIXA?CAIXA?CAIXA?CAIXA?CAIXA?

PPPPPAAAAAULULULULULO RO RO RO RO ROBEROBEROBEROBEROBERTTTTTOOOOO - Tenho muito or-gulho de ser advogado, profissional quepor suas características tem variadas pos-sibilidades de desenvolvimento e cresci-mento profissional. Na CAIXA, por nossaatuação transversal, atendendo a todas asáreas e compreendendo os fatos da vidaempresarial para melhor defendê-la, po-demos ter uma visão ampla dos assuntose interesses da instituição. Foi nessa con-dição, tenho certeza, aliado ao empenho,dedicação e identidade que marcam osadvogados na Empresa, que as oportuni-dades me fizeram assumir posto de dire-ção na Empresa.

|Com Paulo Roberto dos Santos (quarto da esq. para a dir.): Júlio Greve,Jailton Zanon, Isabella Gomes Machado e Carlos Castro

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Maio | 2011 19

| Crônica

Viver a Quaresma para celebrar a PáscoaFrancisco Spisla (*)A rotina é algo importante para a nossa

vida. É ela que nos mantém atentos impedin-do que percamos compromissos, que falte-mos ao trabalho, que deixemos de nos ali-mentar; nos induz a que criemos hábitos sau-dáveis para nossa saúde, como escovar osdentes, tomar banho, praticar esportes. A vida,de um modo geral, é pura rotina: o sol nasce,se esconde, as estações se sucedem, os anostranscorrem com seus 365 dias. Mas a rotinanão pode, jamais, nos transformar em autô-matos, robôs, em um ser que apenas passaseus dias a obedecer aos comandos que arotina exige para que continuemos a viver no"padrão normal" de existência. E isso determi-na que, por vezes, façamos coisas, adotemoscomportamentos diferentes daquilo que vive-mos no dia a dia.

Pois é, sem abdicar da própria rotinagenericamente adotada pela vida, pode-mos fazer diferentemente as mesmascoisas necessárias, como escovar osdentes com a mão esquerda, ou direi-ta se formos canhoteiros, comer noescuro, trocar de lado na cama [é lógi-co que a(o) parceira(o) terá de concor-dar - mas também se não concordarserá uma forma de sair da rotina, istoé, uma discussão para apimentar o rela-cionamento], seguir por outros caminhospara o trabalho, na caminhada esportivamudar o rumo, escolher um horário diferente,e por aí vai. Isto tudo é muito bom, mas o chatoé ter de ficar dando explicação do por que es-tar fazendo algo diferente do normal, ou porestar com um comportamento que não é ohabitual.

Pois é. Foi o que aconteceu comigo. Re-solvi deixar crescer o cabelo e a barba. Bem,cabelo é só modo de dizer, porque em cima dococuruto ele não cresce, some, desaparece.Cresce somente nos lados e atrás, talvez pelaforça da gravidade. Confesso que não estásendo uma visão muito agradável. Imaginemum careca cabeludo (com a contradição que aexpressão apresenta), com uma barba de al-guns dias por fazer parecendo as tropas deNapoleão em Waterloo, um tufo de pelos bran-cos, cercadas pelos prussianos e ingleses, ospelos ruivos e castanhos. Então imaginem todomundo perguntando o porquê disso. Minharesposta não satisfez a ninguém: "Não é nadade especial, é apenas para sair da rotina". Mastodo mundo acha que tem de haver uma ex-

plicação importante para eu ficar parecendo oUrtigão, aquele personagem da Disney, ou umermitão, como também já me chamaram.

E não é que achei um motivo!? Então,vamos lá. Estamos na Quaresma, o tempo depreparação para a Páscoa. Tempo de recolhi-mento, tempo das trevas para a chegada daluz, passagem que anunciava o fim do invernoe o início da primavera (no hemisfério Norte,como podem ver). Há muitos séculos já existiaessa concepção, antes dos judeus com a co-memoração da saída do Egito, ou dos cristãoscom a ressurreição de Cristo. No ocidente, por

conta da cristianização, tudo teve suaadaptação para que a lembrança da morte eressurreição de Cristo seja rememorada, trans-formando-se na festa mais importante dos cris-tãos.

Lembrei de há muito tempo, quando ain-da era criança, de algumas atitudes que aindase praticavam, e outras que os mais antigoscontavam: no período quaresmal não se co-mia carne, principalmente nas quartas e sex-tas-feiras; não se podia dançar senão criavarabo e/ou pé de bode (isso mesmo, inspira-ção do demo); não se podia promover festas;época em que a mula-sem-cabeça e o lobiso-mem incrementavam seus sustos e persegui-ções; lembro que na sexta-feira santa laváva-mos, pela manhã, o rosto na água de um bal-de que ficara no sereno, sem enxugar, espe-rando secar sozinho; não se podia varrer a casa;o café somente podia ser bebido amargo, por-

que os algozes de Jesus deram-lhe fel, e cabea todos seguir o exemplo; e tantas outras cren-dices.

Crendice? Crendice achamos agora, noentanto, naquelas épocas era muito sério, etudo era verdade... Era a forma de o povo sairda rotina, como citei anteriormente. É verdadeque caíam em outra rotina. E dentre todas es-sas exigências de recolhimento, é óbvio que ocuidado com a apresentação, com a aparên-cia física, não podia ser exercida, pois onarcisismo em época de Quaresma era total-mente proibido, principalmente olhar-se noespelho.

Já perceberam, então, que deixei o cabe-lo e a barba crescerem por causa da Quares-

ma. Estou me preparando para a Páscoa.Quero chegar no dia totalmente purifica-do, afastado das exigências munda-nas, do capitalismo que se apoderoude todas as grandes festas, mostrarao mundo que a simbologia das cele-brações, hoje em dia, não passa decoisas engraçadas, incomuns e semsentido (coelhos que botam ovos de

chocolate!!! - por incrível que pareça issopode ser até possível com manipulação

genética, misturando-se gens do cacaueirono coelho para este cruzar com a galinha, paraesta botar os ovos de chocolate... argh!!!). Enessa preparação, também não vou cortar asunhas porque "faz unheiro" ou "dá dor de den-te", ou "inflamação nos dedos"; nem vou to-mar banho; nem... éééh... chega de intimida-des.

Mas, cá entre nós, em segredo, somenteeu e você: não estou aguentando mais; estoufeio, coça a cara, meu cabelo parece um ninhode mafagafos, está todo mundo se afastandode mim. Mas tenho de esperar a Páscoa, por-que foi a desculpa que dei. E quando é mes-mo a Páscoa? É no domingo após a primeiralua cheia de primavera (outono para nós aquidebaixo do Equador). Ah, já está aí. Então, jáposso voltar à rotina!

(*) Advogado da CAIXA em Londri-(*) Advogado da CAIXA em Londri-(*) Advogado da CAIXA em Londri-(*) Advogado da CAIXA em Londri-(*) Advogado da CAIXA em Londri-na/PR. Francisco Spisla toma caféna/PR. Francisco Spisla toma caféna/PR. Francisco Spisla toma caféna/PR. Francisco Spisla toma caféna/PR. Francisco Spisla toma café

amargo desde criança e não gosta deamargo desde criança e não gosta deamargo desde criança e não gosta deamargo desde criança e não gosta deamargo desde criança e não gosta dechocolate.chocolate.chocolate.chocolate.chocolate.

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Abril | 2011 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano X | Nº 98 | Abril | 2011

Dano e assédio moral noambiente de trabalho

11111 Noções gerais sobre oNoções gerais sobre oNoções gerais sobre oNoções gerais sobre oNoções gerais sobre oDano Moral e o AssédioDano Moral e o AssédioDano Moral e o AssédioDano Moral e o AssédioDano Moral e o AssédioMoral no ambiente doMoral no ambiente doMoral no ambiente doMoral no ambiente doMoral no ambiente dotrabalhotrabalhotrabalhotrabalhotrabalho

1.1 Histórico e definições dosfenômenos do Dano Moral e doAssédio Moral

O dano e o assédio moral são institu-tos presentes na vida social e familiar daspessoas desde os primórdios. Embora exis-tam em todas as relações sociais, as refe-ridas ações passaram, com a evolução, aser demasiadamente detectadas no am-biente de trabalho.

Historicamente, até o advento da Car-ta Magna de 1988, inexistia, no Brasil, teseconcernente à reparação do dano moral. Atrajetória dos danos extrapatrimoniais nodireito brasileiro foi mais tortuosa do quenoutros países. Muito embora tenha pre-valecido a doutrina favorável à satisfaçãodos danos morais, na esfera judicial, a teseera incontestavelmente minoritária.

Nada obstante, a Consolidação dasLeis do Trabalho, desde sua promulgaçãopelo Decreto- Lei n° 5.452, em maio de1943, já contemplava o dano moral e suareparação pelo empregado ou pelo empre-gador, em decorrência da ruptura do con-trato de trabalho pela prática de ato lesivoda honra ou da boa fama, nos artigos 482,“j” e “k”, e 483, “e”. Todavia, o texto sópassou a ter relevância quando da vigên-cia da Constituição Federal de 1988.

O novo texto constitucional foi consi-derado o divisor de águas no tratamentojurisprudencial do dano moral noordenamento jurídico brasileiro, consagran-do de modo definitivo e peremptório o di-

Primeira parte (*)

Bruno Sanchotene PintoGerente Geral da CAIXA em Porto Alegre,no PAB TRT 4ª REGIÃO.

reito à reparação decorrente de atos ilíci-tos que, de forma expressa, resguardou aadmissibilidade da reparação dos danosmorais.

Assim, a reparação do dano moral,como mecanismo de defesa dos direitosda personalidade passou a ter força e as-sento constitucional, com fulcro no artigo5°, incisos, V e X, da Constituição Federal. Esses incisos tutelam os direitos da perso-nalidade do homem, garantindo na hipóte-se de ofensa a esses direitos, a reparaçãopelos danos causados.

Dessa forma, sem embargo as váriasconceituações a respeito do que venha aser dano moral, pode-se dizer que é aque-le que retrata o efeito não material da le-são de direito, que se expressa como má-goa ou dor moral, advindo da afronta aosvalores íntimos de um indivíduo, aspectosmais recônditos da individualidade e per-sonalidade.

César Luís Pacheco Glöckner salientaque o dano moral pode ser conceituado, empoucas palavras, como “aquele que atingeos direitos personalíssimos do indivíduo, istoé, os bens de foro íntimo da pessoa, como ahonra, a intimidade e a imagem”.

Nas palavras de Alexandre AgraBelmonte,

Dano Moral é a lesão causada a di-reito de personalidade, abalando apessoa de forma sentimental em suaconsideração pessoal ou social, porexemplo, o trauma sentimental pelodano causado à integridade física, àhonra, à intimidade, à vida privada,à imagem; enfim, é o dano decorren-te da agressão sentimental ou afetivaa direito da personalidade.

Ainda, esclarece Bittar:Os danos morais são lesões sofridaspelas pessoas físicas ou jurídicas, em

certos aspectos de sua personalida-de atingindo as esferas íntima evalorativa do lesado, enquanto queos materiais constituem reflexos ne-gativos no patrimônio alheio, ambossuscetíveis de gerar reparação.

O insuperável Pontes de Miranda, nes-sa seara, afirma que para restar configura-do o dano “tem-se de considerar opatrimônio do ofendido no momento (emque ocorreu a ofensa) a mais o que seriase o ato (ou fato) não houvesse ocorrido eo que é no momento da indenização. Tal éid quod interest”.

No mesmo sentido é a posição de Joséde Aguiar Dias, para quem:

a ideia do interesse (id quod interest),atende no sistema da indenização, ànoção de patrimônio, como unidadede valor. O dano se estabelece medi-ante o confronto entre o patrimôniorealmente existente após o dano e oque possivelmente existiria, se odano não tivesse sido produzido. Odano é expresso pela diferença ne-gativa encontrada nessa operação.

Contudo, essa é uma antiga tendên-cia já superada, a qual teve como reflexo,durante muito tempo, a tese dairreparabilidade.

Mais abrangentes são, sem dúvida, osensinamentos de Maria Helena Diniz, paraquem o “dano pode ser definido como alesão (diminuição ou destruição) que, de-vido a certo evento, sofre uma pessoa, con-tra sua vontade, em qualquer bem ou inte-resse jurídico patrimonial ou moral”.

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Abril | 2011II

No que se refere ao assédio moral noâmbito trabalhista, pode-se afirmar quese trata de tema novo, apesar do reco-nhecimento de que o problema é tão anti-go como o trabalho.

Considerado espécie do dano moral,vem surgindo timidamente tanto no servi-ço público quanto no serviço privado, massomente no final do século passado, comas expressões por melhores condições detrabalho, é que tem início o debate públi-co sobre o assunto, de modo que surgemas publicações, doutrinas e legislações.

De outro norte, quanto ao surgimentodo assédio moral no ambiente do traba-lho, pondera-se que está intimamente atre-lado a reestruturações que ocorreram aolongo dos anos, a saber, as novas técni-cas de seleção, inserção e avaliação doindivíduo no âmbito do trabalho.

Alice Monteiro de Barros, afirma que“o assédio moral está intimamente liga-do à estrutura emocional-sentimental,conhecida popularmente como caráter·”.

O termo assédio moral foi utilizadopela primeira vez pelos psicólogos, e Ali-ce de Barros assim o transcreve:

Inicialmente, definiam o assédio mo-ral como “a situação em que umapessoa ou um grupo de pessoasexercem uma violência psicológicaextrema, de forma sistemática e fre-quente, em média uma vez por se-mana, e durante um tempo prolon-gado, em torno de seis meses, so-bre outra pessoa, com quem man-tém uma relação assimétrica depoder no local de trabalho, com oobjetivo de destruir as redes de co-municação da vítima, destruir suareputação, perturbar o exercício deseus trabalhos e conseguir, final-mente, que essa pessoa acabe dei-xando o emprego.

A denominação do assédio moralpode variar de acordo com cada país. NaFrança esse fenômeno é conhecido comoharcèlement moral; na Itália, Alemanha epaíses escandinavos usa-se a expressãomobbing para denominar o instituto;bullyng é a expressão utilizada na Ingla-terra e nos Estados Unidos; no Japãocorrespondem ao que nas leis, ou proje-tos de leis brasileiras, denomina-se assé-dio ou coação moral; nos países de línguaespanhola é conhecido como acoso mo-ral ou psicológico.

Nesse ínterim, vale mencionar que otermo mobbing foi utilizado pela primeiravez por Konrad Lorenz, famosoetiologista. Transportado para o mundo dotrabalho, trata-se de um conjunto de atos

provindos do superior ou de colegas quetraduzem uma contínua e ostensiva per-seguição, humilhação, que vem a acarre-tar danos físicos, psíquicos e morais aotrabalhador-vítima.

O fenômeno vinha sendo tratado econfundido com outros problemas domundo do trabalho, como stress ou con-flito natural entre os colegas e agressõespontuais, o que sempre prejudicou a suacaracterização e prevenção, quadro esseque começou a alterar com os avançadosestudos de Heinz Leymann, no início de1984.

Heinz Leymann, psicólogo sueco dotrabalho e especialista no assunto, foi oprecursor dos estudos acerca do assédiomoral e conceitua o assédio moral como:

A deliberada degradação das con-dições de trabalho através do esta-belecimento de comunicações nãoéticas (abusivas) que se caracteri-zam pela repetição por longo tem-po, de um comportamento hostil deum superior ou de um colega contraum indivíduo que apresenta, comoreação de um quadro de miséria fí-sica, psicológica e social duradou-ra.

Para a estudiosa francesa e uma dasmaiores autoridades no assunto,Hirigoyen:

O assédio moral no trabalho é todae qualquer conduta abusiva mani-festando-se, sobretudo, por compor-tamento, palavras, atos, gestos, es-critos que possam trazer dano àpersonalidade, à dignidade ou à in-tegridade física ou psíquica de umapessoa, por em perigo o seu empre-go ou degradar o ambiente de tra-balho.

Citem-se as palavras de José RobertoDias Leite a fim de reforçar a opiniãosupramencionada:

O assédio moral é o resultado daação de uma chefia, que no uso desuas prerrogativas, literalmente, tor-tura o subordinado, seja no campodo trabalho privado ou público.Muitas táticas são utilizadas para oexercício dessa nociva atuação, pre-judicando sistematicamente a atua-ção laboral da vítima. Ignoram-sesuas sugestões ou solicitações, re-duzindo-lhe o poder hierárquico ou,deliberadamente, fazendo-lhe críti-cas negativas, levando-o a humilha-ção constante, expondo a vítima asituações constrangedoras e humi-lhantes, por repetição e prolonga-mento.

Para o Procurador Regional do Traba-lho Maurício Correia de Mello “assédiomoral é um sintoma de problemas estru-

turais, decorrentes da falta de cuidadoscom a gestão de pessoal, e ocorre por açãodeliberada ou omissão”. Ainda, destacaque “o assédio moral não é uma infraçãoque ocorre isoladamente no ambiente detrabalho, via de regra, está num contextomaior de violações aos direitos trabalhis-tas”.

Tendo por base o contexto atual emque se vive – uma sociedade capitalistaglobalizada – pode-se inferir que a buscaexacerbada pelo lucro, a cobrança de re-sultados, a luta pela manutenção do em-prego, sem mencionar no desgaste nor-mal que o próprio exercício laborativo pro-porciona, implicam na elevação das pos-sibilidades de desencadeamento dos ins-titutos do dano moral e do assédio moral.

Nesse sentido, César Luís Pachecoassim esclarece:

Dentro de um contexto histórico, en-tende-se que nas condições de umaeconomia submetida às influênciasde uma gestão administrativa quevisam ao lucro e ao crescimento aqualquer preço, não se pode deixarde notar a precariedade do empre-go, a flexibilização das relações detrabalho, o ritmo impressionante daeconomia, o interesse por reduziros custos de trabalho, a existênciado desemprego, a manifestação daterceirização, o crescimento do se-tor informal, a migração continua-da, a tendência à contratação porcontratos à prazo determinado nacontramão à estabilidade do traba-lho, a desregulação a favor dadesproteção de determinadas cama-das e setores populacionais os quaispoderiam ser mencionados comocausas certas da tendência ao cres-cimento do assédio moral. Nãoobstante, pensamos que, ainda fren-te aos altos índices de pobreza, fal-ta de serviço e recursos básicos, dedesemprego e subemprego que afe-tam a todos os países, e muito maisaqueles que em via de desenvolvi-mento, como o Brasil, e as difíceiscondições de trabalho na indústriae no campo que ainda continuamlatentes, o trabalho deve valorar-seem sua dimensão de auto-realiza-ção e dignidade da pessoa huma-na. Em uma empresa orientada parao mercado, requer-se umacompetitividade empresarial supe-rior para poder sobreviver à pres-são da economia. Por isso, o em-pregador buscará os melhores ta-lentos, assim como o pessoal maisdócil, manejável, capaz de assumirfunções sem protestar, e tratará delibertar-se dos que já não são con-venientes.

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Abril | 2011 III

Para Margarida Barreto:O sentido do trabalho constitui umprocesso resultante de um contextode interação da independência davaloração e da sobrevivência, (...) otrabalho constitui núcleo central navida de homens e mulheres, sendoidentificado simbolicamente peloshomens como dignidade, responsa-bilidade, capacidade,competitividade e força, reafirman-do-se, simultaneamente, sua iden-tidade social e sua existência indi-vidual. (...) O medo de perder o em-prego aumenta a dependência emrelação à empresa: o trabalhadorentrega-se à produção e silencia aprópria dor. Seu medo é manipula-do pelas chefias, visando à produti-vidade.

Segundo a doutrinadora, o individua-lismo e o materialismo do mundo capita-lista contemporâneo contribui sobrema-neira para fenômenos como o dano mo-ral e o assédio moral, significando um re-trocesso implícito aos direitos dos traba-lhadores.

1.2 Legislação e competência

1.2.1 A Emenda Constitucionalnº 45 e a competência daJustiça do Trabalho

Durante muito tempo houve divergên-cias quanto à competência para julgamen-to das questões que envolviam o danopessoal em decorrência da relação deemprego.

A título de ilustração, cumpre salien-tar que o artigo 114 da Constituição Fe-deral de 1988 possuía a seguinte reda-ção antes do advento da emenda consti-tucional em comento:

Art. 114. Compete à Justiça do Tra-balho conciliar e julgar os dissídiosindividuais e coletivos entre traba-lhadores e empregadores, abrangi-dos os entes de direito público ex-terno da administração pública di-reta e indireta dos Municípios, doDistrito Federal, dos Estados e daUnião, e, na forma da lei, outrascontrovérsias decorrentes da rela-ção de trabalho, bem como os litígi-os que tenham origem no cumpri-mento de suas próprias sentenças,inclusive coletivas.§ 1º - Frustrada a negociação coleti-va, as partes poderão eleger árbi-tros.§ 2º - Recusando-se qualquer daspartes à negociação ou à arbitra-gem, é facultado aos respectivos sin-dicatos ajuizar dissídio coletivo, po-dendo a Justiça do Trabalho estabe-lecer normas e condições, respeita-

das as disposições convencionais elegais mínimas de proteção ao tra-balho.

A Emenda Constitucional n° 45/2004, por sua vez, ampliou substancial-mente a competência da Justiça do Traba-lho. Senão vejamos o teor da nova reda-ção conferida ao mencionado artigo 114:

Art. 114. Compete à Justiça do Tra-balho processar e julgar: I – as açõesoriundas da relação de trabalho,abrangidos os entes de direito pú-blico externo e da AdministraçãoPública direta e indireta da União,dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios; II – as ações queenvolvam exercício do direito de gre-ve; III – as ações sobre representa-ção sindical, entre sindicatos, entresindicatos e trabalhadores, e entresindicatos e empregadores; IV – osmandados de segurança, habeascorpus e habeas data, quando o atoquestionado envolver matéria sujei-ta a sua jurisdição; V – os conflitosde competência entre órgãos comjurisdição trabalhista, ressalvado odisposto no artigo 102, I “o”; VI – asações de indenização por dano mo-ral ou patrimonial, decorrentes darelação de trabalho; VII - as açõesrelativas às penalidades administra-tivas impostas aos empregadorespelos órgãos de fiscalização das re-lações de trabalho; VIII – a execu-ção, de oficio, das contribuições so-ciais previstas no art. 195, I, “a”, e II,e seus acréscimos legais, decorren-tes das sentenças que proferir; IX –outras controvérsias decorrentes darelação de trabalho, na forma da lei.§ 1° Frustrada a negociação coleti-va, as partes poderão eleger árbi-tros; § 2° Recusando-se qualquerdas partes à negociação coletiva ouà arbitragem, é facultado às mes-mas, de comum acordo, ajuizardissídio coletivo de natureza econô-mica, podendo a Justiça do Traba-lho decidir o conflito, respeitandoas disposições mínimas legais deproteção ao trabalho, bem como asconvencionadas anteriormente. § 3°Em caso de greve em atividade es-sencial, com possibilidade de lesãodo interesse público, o MinistérioPúblico do Trabalho poderá ajuizardissídio coletivo, competindo à Jus-tiça do Trabalho decidir o conflito.

Da compreensão do dispositivo, veri-fica-se de forma clara que a competênciada Justiça do Trabalho ampliou-se, abar-cando o julgamento e processamento devárias situações.

Quando se refere à relação de traba-lho, reporta-se às relações individuais detrabalho, eis que fundadas em contratos

individuais, os quais se vinculam à rela-ção de emprego.

No presente trabalho, destaca-se oinciso VI da Constituição vigente, o qualatribui competência para julgar e proces-sar as ações de indenização por danomoral, decorrente da relação de trabalho.

De igual forma, dispõe o verbete daSúmula 392 do Tribunal Superior do Tra-balho: “Nos termos do art. 114 da Consti-tuição Federal de 1988, a Justiça do Tra-balho é competente para dirimir contro-vérsias referentes à indenização por danomoral, quando decorrente da relação detrabalho”.

Neste diapasão, segue decisão doTRT 4° Região:

Dano moral. Competência da Justi-ça do Trabalho. Conforme a orienta-ção jurisprudencial nº 327 da SDI-Ido TST, a justiça do trabalho é com-petente para dirimir controvérsiasreferentes à indenização por danomoral, quando decorrente da rela-ção de trabalho.

Exige-se como requisito que a ques-tão decorra da relação de trabalho, queabrange a relação de emprego. Assim, nasquestões envolvendo dano moral e assé-dio moral também serão da competênciada Justiça do Trabalho, pois decorrem darelação de trabalho.

Apesar das divergências que se ins-tauraram na época acerca da competên-cia para dirimir conflitos oriundos de aci-dente de trabalho decorrente do contratode trabalho, instaurou-se conflito de com-petência n. 7.204-1, no qual foi decidido,na data de 29.06.2005, pelo Plenário doSupremo Tribunal Federal, por unanimi-dade, que a competência é da Justiça doTrabalho.

Em síntese, com a nova redação dadapela Emenda Constitucional n.45 de2004, a competência da Justiça do Tra-balho abarca todas as situações que es-tabeleçam nexo de causalidade com opacto laboral, ou seja, com a relação detrabalho.

Por fim, tem-se que, na fase pós-contratual, se o dano ou o assédio moralfor decorrente do contrato de trabalho, acompetência será da Justiça do Trabalho,pois o litígio está previsto constitucional-mente para esta Justiça Especializada pro-cessar e julgar as questões entre traba-lhadores e empregadores, uma vez queas questões daí advindas são originadasno contrato de trabalho entabulado entreas partes. Contudo, se ocorrer após a dis-

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Abril | 2011IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano X | Nº 98 I Abril I 2011

pensa do trabalhador e não for decorrentedo contrato de trabalho, será competentea Justiça Comum.

1.2.2 Legislação Específica sobre oAssédio Moral no Brasil

No Brasil já existem jurisprudências,leis e projetos de leis, bem como leis muni-cipais e estaduais aprovadas em todo opaís. Concordando com César LuisPacheco, faz-se necessária a adoção delei expressa em função da difícil definiçãoque tem o termo, observando-se que anorma a ser elaborada deverá reprimir nãosó o abuso do empregador, mas também oempregado litigante de má-fé, aquele quese diz assediado moralmente.

Vale mencionar que a legislação brasi-leira referente ao assédio permite a reinte-gração no emprego (art.4º, I, da Lei Federalnº 9.029/95), pode dar nascimento à pre-tensão de resolução do contrato de traba-lho do empregado por descumprimento dedeveres legais e contratuais (art.483, d, daCLT), rigor excessivo ou exigência de servi-ços além das forças do trabalhador(art.483, a e b, da CLT). Também autoriza aaplicação de punições disciplinares, inclu-sive a dispensa por justa causa de cole-gas, chefes, gerentes, diretores e demaisresponsáveis pelo agir do ilícito (art.482,b, da CLT).

Ademais, o meio ambiente sadio, in-clusive do trabalho (art.225, da Consti-tuição Federal), é dever constitucional.O empregador tem o dever de tratar oempregado com humildade e respeito, evice-versa. Pode-se dizer que tal condutaconsiste até em princípio do Direito doTrabalho.

Márcia Novaes Guedes oferece uminteressante posicionamento, que mereceser transcrito:

Entendemos que, neste caso, as ga-rantias internacionais e constitucio-nais de proteção e respeito à digni-dade humana, bem como a aplica-ção analógica do art.4º, da Lei nº9.029/95, em nome da equidade,podem ser invocadas para amparara decisão de assegurar a vítima doassédio moral o direito de permane-cer no emprego, recebendo salários,até o trânsito em julgado da decisãode ressarcimento por danos morais.

O primeiro município brasileiro a cons-tatar o mobbing no âmbito municipal foi o

de Iracemópolis, no Estado de São Paulo.Depois, os municípios de Cascavel, noParaná, com a Lei nº 3.243, de 05 de maiode 2001; o município de Sidrolândia, noMato Grosso do Sul, através da Lei nº 1.078/2001; o município de Guarulhos com a Leinº 358/2002; a cidade de São Paulo apro-vou a Lei nº 13.288, de 10 de janeiro de2002, seguidos por outros municípios bra-sileiros com legislação ao tema, cujo pro-jeto de lei municipal mais recente, de 28de outubro de 2010, está em tramitaçãona Câmara Municipal de PresidenteWenceslau, no Estado de São Paulo.

Todas essas leis tratam da aplicaçãode penalidades à prática do assédio mo-ral, na administração pública municipal,direta e indireta, empresas públicas muni-cipais, autarquias e fundações, praticadopor servidores e funcionários públicos. Elastrazem uma definição do que seja assédiomoral e as punições previstas, que variamda advertência escrita à exoneração oudemissão do cargo, mas todas, sem distin-ção, dispõem sobre programa de recupe-ração do perverso através da obrigação departicipação em cursos de comportamen-to profissional.

O Estado do Rio Grande do Sul, por suavez, aprovou a Lei Complementar nº12.561/2006, que dispõe acerca da prá-tica do assédio moral no âmbito da admi-nistração pública estadual. Em seu artigo2º conceituam-se as práticas consideradascomo assédio, e o artigo 3º prevê as puni-ções para tanto.

Observe-se, ademais, que existe pro-jeto de lei em tramitação no CongressoNacional, tendo por escopo regular a ques-tão do assédio moral. Cite-se o Projeto deLei Federal n. 4.742 de 2001, cujo objeti-vo é introduzir o artigo 136-A, no CódigoPenal Brasileiro - Decreto-lei n. 2848 de 7de dezembro de 1940, tipificando o assé-dio moral com a seguinte redação:

“Art.136-A – Depreciar, de qualquerforma e reiteradamente a imagem ouo desempenho de servidor públicoou empregado, em razão de subordi-nação hierárquica funcional oulaboral, sem justa causa, ou tratá-locom rigor excessivo, colocando emrisco ou afetando sua saúde física oupsíquica. Pena de um a dois anos”.

Referido projeto designa incluir comoassédio moral no trabalho a desqualifica-

ção por meio de palavras, gestos ou atitu-des, a auto-estima, a segurança ou a ima-gem do servidor público ou empregado emrazão de vínculo hierárquico funcional oulaboral.

De outro norte, a falta de uma legisla-ção específica para o instituto do assédiomoral não significa, de forma alguma, adesproteção do empregado assediado.Não obstante a pendência de aprovaçãono Congresso Nacional de lei expressa eespecífica regulamentadora por inteirodesta relevante questão social, a legisla-ção vigente no País tem permitido ao Po-der Judiciário a entrega da prestaçãojurisdicional quando provocada, podendoa contento apreciar a matéria, julgando-ae concedendo à vítima lesada a indeniza-ção correspondente aos prejuízos sofridospelo assediado moralmente.

A jurisprudência confirma a prestaçãojurisdicional no direito do trabalho, eis quenão está presa à inexistência de lei fede-ral, cujas decisões têm sido fundamenta-das tanto nos princípios e garantias consti-tucionais (Art. 5°, V e X), bem como nosprincípios norteadores do direito do traba-lho. Ademais, o assédio moral tem sidoenquadrado nos artigos 483 “d”, e 482,“b”, ambos da Consolidação das Leis Tra-balhistas.

Embora as legislações dos países ain-da sejam incipientes no que se relaciona àimposição de leis que punam o assédiomoral, espera-se que os Sindicatos e orga-nismos que atuam em defesa de trabalha-dores iniciem por informar o que é o assé-dio moral, como ele ocorre, as formas decombatê-lo e procurar influir no sentido deque os contratos coletivos contenham clá-usulas compensatórias e que as legisla-ções possam ser adaptadas a essa novarealidade.

Diante disso, conclui-se que apesar dalegislação brasileira ainda não contemplarexplicitamente a questão, os magistradosnão se esquivam da apreciação do pleitoindenizatório concernente ao assédio mo-ral, buscando fundamentos na Constitui-ção Federal e na Consolidação das LeisTrabalhistas.

(*) A segunda parte deste(*) A segunda parte deste(*) A segunda parte deste(*) A segunda parte deste(*) A segunda parte desteartigo será publicada na edição deartigo será publicada na edição deartigo será publicada na edição deartigo será publicada na edição deartigo será publicada na edição de

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