associação dos agentes de segurança do poder ... · tribunal federal. 1. consulta acerca da...

14
SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br. SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected]; Site: www.sindjusdf.org.br À Exma. Senhora Ministra Doutora Rosa Maria Pires Weber Presidente do tribunal Superior Eleitoral Assunto: Atos Administrativos | Organização Político- administrativa/Administração Pública | Criação/Extinção/Reestruturação de Órgãos ou Cargos Públicos (10868) 1 Ementa: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Agente de Segurança do Poder Judiciário Federal. Polícia Institucional. Criação. Necessidade. Precedentes. A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AGENTES DE SEGURANÇA DO PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO AGEPOLJUS, CNPJ nº 05.824.002/0001- 19, com domicílio em Brasília/DF, no SCS, Quadra 01, Bloco L, Ed. Márcia, salas 213/214, CEP 70307-900, por sua Presidência, e o SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO E MPU NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF, com domicílio em Brasília/DF, no SDS, Edifício Venâncio V, Sala 108/114, CEP 70393- 904, por seu Coordenador Geral, com fulcro no artigo 5º, XXI, da Constituição da República, e na Lei 9.784, de 1999, apresentam REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, pelas razões de fato e de direito que passa a expor. 1. INTRODUÇÃO E LEGITIMIDADE Os requerentes congregam Agentes de Segurança do Poder Judiciário Federal e com base nos documentos e fundamentos a seguir explanados, requerem a criação da Polícia Institucional do Tribunal, cujos integrantes deverão ser, exclusivamente, aqueles descritos no §2º do art. 4º da Lei nº 11.416/2006 2 ; consoante já ocorre em vários Tribunais do país, exemplos Tribunal Superior do Trabalho TST (ATO 1/GDGSET.GP em anexo), Supremo Tribunal Federal STF (RESOLUÇÃO Nº 564 em anexo), Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo 1 De acordo com as Tabelas Processuais Unificadas do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/sgt/consulta_publica_assuntos.php> 2 Art. 4 o As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado o seguinte: [...]§ 2 o Aos ocupantes do cargo da Carreira de Analista Judiciário área administrativa e da Carreira de Técnico Judiciário área administrativa cujas atribuições estejam relacionadas às funções de segurança são conferidas as denominações de Inspetor e Agente de Segurança Judiciária, respectivamente, para fins de identificação funcional.

Upload: vuongnhu

Post on 13-Feb-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

À

Exma. Senhora Ministra

Doutora Rosa Maria Pires Weber

Presidente do tribunal Superior Eleitoral

Assunto: Atos Administrativos | Organização Político-

administrativa/Administração Pública | Criação/Extinção/Reestruturação de

Órgãos ou Cargos Públicos (10868)1

Ementa: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Agente de

Segurança do Poder Judiciário Federal. Polícia Institucional. Criação.

Necessidade. Precedentes.

A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AGENTES DE SEGURANÇA

DO PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO – AGEPOLJUS, CNPJ nº 05.824.002/0001-

19, com domicílio em Brasília/DF, no SCS, Quadra 01, Bloco L, Ed. Márcia, salas

213/214, CEP 70307-900, por sua Presidência, e o SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO E MPU NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF, com domicílio em Brasília/DF, no SDS, Edifício Venâncio V, Sala 108/114, CEP 70393-904, por seu Coordenador Geral, com fulcro no artigo 5º, XXI, da Constituição da

República, e na Lei 9.784, de 1999, apresentam REQUERIMENTO

ADMINISTRATIVO, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

1. INTRODUÇÃO E LEGITIMIDADE

Os requerentes congregam Agentes de Segurança do Poder Judiciário

Federal e com base nos documentos e fundamentos a seguir explanados, requerem a

criação da Polícia Institucional do Tribunal, cujos integrantes deverão ser,

exclusivamente, aqueles descritos no §2º do art. 4º da Lei nº 11.416/20062; consoante já

ocorre em vários Tribunais do país, exemplos Tribunal Superior do Trabalho – TST

(ATO Nº 1/GDGSET.GP em anexo), Supremo Tribunal Federal – STF

(RESOLUÇÃO Nº 564 em anexo), Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo –

1 De acordo com as Tabelas Processuais Unificadas do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/sgt/consulta_publica_assuntos.php> 2 Art. 4o As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado o seguinte: [...]§ 2o Aos ocupantes do cargo da Carreira de Analista Judiciário – área administrativa e da Carreira de Técnico Judiciário – área administrativa cujas atribuições estejam relacionadas às funções de segurança são conferidas as denominações de Inspetor e Agente de Segurança Judiciária, respectivamente, para fins de identificação funcional.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

TRT 2 (ATO GP Nº 05/2012 em anexo) e Tribunal Regional do Trabalho do Paraná –

TRT 9 (ATO Nº 208 em anexo), criando-se, ainda, dentre os servidores integrantes da

Polícia Institucional, Grupo Especial para as tarefas mais complexas e específicas, para

atuação imediata em missões de alto risco que necessitem de táticas mais elaboradas,

consoante ocorre no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, cujo ato de

organização encontra-se (em anexo).

A legalidade dos atos que criaram internamente polícia administrativa em alguns Tribunais Federais foi objeto de consulta no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, que reiterou tal possibilidade ao julgar o processo nº 0001370-24.2012.2.00.0000, de relatoria do Conselheiro Dr. FERNANDO MATTOS, cuja ementa seguiu assim vazada, litteris:

CONSULTA. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA NOS TRIBUNAIS. REGULAMENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. REGRAS GERAIS. RESOLUÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. Consulta acerca da possibilidade de os tribunais organizarem sua polícia administrativa interna, com delegação do exercício desta prerrogativa aos agentes de segurança, e de o Conselho Nacional de Justiça disciplinar a matéria. 2. No âmbito do Poder Judiciário o poder de polícia administrativa interna tem o escopo de assegurar a ordem dos trabalhos dos tribunais, bem como proteger a integridade física dos magistrados, servidores, das instalações físicas e de todos aqueles que as frequentam. 3. Os tribunais podem regulamentar o exercício da polícia administrativa interna. Tal possibilidade foi reconhecida no julgamento do Procedimento de Controle Administrativo 0005286-37.2010.2.00.000, onde ficou registrado cumprir ao próprio Poder Judiciário exercer o poder de polícia administrativa dentro de suas instalações. Em qualquer caso, deve ser respeitada a competência da polícia judiciária para apurar crimes e adoção de providências afetas a esta medida. 4. A Resolução 564/2015 do Supremo Tribunal Federal disciplina a organização da polícia administrativa interna no âmbito de suas instalações e, respeitada a autonomia dos Tribunais, constitui as regras gerais acerca da matéria. O artigo 1º, caput, da referida resolução prevê o apoio dos agentes e inspetores de segurança no exercício do poder de polícia administrativa interna. 5. O Conselho Nacional de Justiça tem atribuição constitucional para regulamentar de forma geral o exercício o exercício do poder de polícia administrativa interna dos tribunais, nos termos da fundamentação do voto. 6. Consulta conhecida e respondida.(CNJ - CONS - Consulta - 0001370-24.2012.2.00.0000 - Rel. FERNANDO MATTOS - 48ª Sessão Extraordinária - j. 26/06/2018 ).

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

Trata-se, portanto, da defesa de interesse ou direito coletivo3 da

categoria ou, pelo menos, de interesse ou direito de parte da mesma categoria4; senão,

de direitos individuais homogêneos dos servidores associados, porque “decorrentes de

origem comum”5, o que autoriza a entidade a pleitear em seu nome, conforme autoriza o

artigo 5º, XXI, da Constituição da República6, e a jurisprudência do Superior Tribunal

de Justiça7.

2. FATOS

A necessidade de criação de uma Polícia Institucional mostra-se

urgente, na medida em que atua na defesa dos magistrados, servidores e jurisdicionados,

assim como das instalações do Tribunal, sobremaneira se levada em consideração a

3 Em atenção ao artigo 81, parágrafo único, II, da Lei 8.078, de 1990, está-se diante de um interesse ou direito coletivo quando “todos os co-titulares dos direitos mantêm relações jurídicas ou vínculos jurídicos formais com a parte contrária, ou seja, a parte contra a qual se dirige a pretensão ou o pedido” ou em razão “de uma relação jurídica base que une os sujeitos entre si, de modo a fazer com que eles integrem grupo, classe ou categoria diferenciada de pessoas determinadas ou determináveis com interesses convergentes sobre o mesmo bem indivisível (jurídica ou faticamente), independente de manterem ou não vínculo jurídico com a parte contrária”, conforme leciona Alcides A. Munhoz da Cunha (Evolução das Ações Coletivas no Brasil. Revista de Processo, n. 77, 1995, p. 229). Pedro Lenza (Teoria Geral da Ação Civil Pública. São Paulo, RT, 2003, p. 71), explica sobre a indivisibilidade dos bens sobre os quais convergem os interesses coletivos: “Em relação aos interesses coletivos, a indivisibilidade dos bens é percebida no âmbito interno, dentre os membros do grupo, categoria ou classe de pessoas. Assim, o bem ou interesse coletivo não pode ser partilhado internamente entre as pessoas ligadas por uma relação jurídica-base ou por um vínculo jurídico; todavia externamente, o grupo, categoria ou classe de pessoas, ou seja, o ente coletivo, poderá partir o bem, exteriorizando o interesse da coletividade.” 4 A possibilidade de proteção coletiva dos direitos e interesses de parte da categoria representada pela entidade de classe é afirmada na Súmula 630 do Supremo Tribunal Federal: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”. 5 Em atenção ao artigo 81, parágrafo único, III, da Lei 8.078, de 1990, está-se diante de direitos individuais homogêneos, quando um direito eminentemente individual foi erigido à categoria de interesses metaindividuais meramente para fins de tutela coletiva. A transindividualidade do direito individual homogêneo é legal ou artificial. Pode-se dizer “acidentalmente coletivos” os direitos individuais homogêneos, porquanto os sujeitos são perfeitamente identificados ou identificáveis e a união entre aqueles coletivamente tutelados decorrerá de uma situação fática de origem comum a todos. Pedro Lenza (Teoria Geral da Ação Civil Pública. São Paulo, RT, 2003, p. 71) entende que os interesses individuais homogêneos “caracterizam-se por sua divisibilidade plena, na medida em que, além de serem os sujeitos determinados, não existe, por regra, qualquer vínculo jurídico ou relação jurídica-base ligando-os”; ao passo que Ada Pellegrini Grinover (Código de Defesa do Consumidor comentado, 7. Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1998, p. 813) posiciona-se em sentido contrário: “Isso significa, no campo do direito processual, que, antes das liquidações e execuções individuais (…), o bem jurídico objeto de tutela ainda é tratado de forma indivisível, aplicando-se a toda a coletividade, de maneira uniforme, a sentença de procedência ou improcedência.” 6 Constituição da República: “Art.5º: [...] XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;” 7 Ainda que evidenciado o permissivo legal da atuação de entidade associativa como substituta processual, na defesa de direitos/interesses coletivos ou individuais de seus filiados, o Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou favoravelmente à substituição processual por associações de classe: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ASSOCIAÇÃO DE CLASSE. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ART. 46, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. INAPLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento firmado no sentido de que as entidades de classe, quando postulam direitos individuais de seus associados, atuam na condição de substituto processual. 2. Tratando-se de substituição processual, não se admite a limitação do número de associados, uma vez que a disposição contida no parágrafo único do art. 46 do CPC se aplica tão-somente às hipóteses de litisconsórcio facultativo. 3. Recurso especial conhecido e provido. (STJ, REsp 545.716/DF, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, 5ª Turma, DJ 06.11.2006)

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

crescente onda de violência e, por conseguinte, instabilidade nas repartições públicas,

causadas pela instabilidade político-jurídica que assola o país.

Tenha-se que o Estado é reconhecido como elo fundamental da coesão

da sociedade e que, de maneira geral, objetiva a manutenção da paz social, sendo o

detentor do poder coercitivo delegado pela sociedade para dirimir os conflitos surgidos.

Para que seu poder seja eficazmente exercido, faz-se necessária a presença de

instrumentos que viabilizem as relações entre as partes envolvidas; estes instrumentos

de imposição do poder, representados pela lei, podem variar, de acordo com o grau de

evolução da sociedade, do consentimento voluntário até o emprego da coação física.

Embora o vocábulo poder dê a impressão de que se trata de faculdade

da Administração, na realidade trata-se de poder-dever, reconhecido ao poder público

para que o execute em benefício da coletividade, sendo, portanto, irrenunciável. Ainda

mais, a delegação de tal poder não é absoluta, deve atender determinados requisitos de

competência e legitimidade, devendo ser, obrigatoriamente, observados em consonância

com a legislação.

Dentre os aludidos poderes, pode-se destacar o Poder de Polícia,

desdobrado, segundo a Doutrina, em administrativo e judiciário, sendo o primeiro de

caráter ostensivo preventivo, buscando evitar que o comportamento individual dos

cidadãos cause risco à integridade física e prejuízo a terceiros ou mesmo ao Estado,

podendo ser executado por diversos órgãos da Administração Pública.

Em razão desse Poder há a vigilância sanitária, de posturas urbanas,

aérea, polícias rodoviária, marítima, ambiental, de diversões públicas, de segurança e

etc, cujas atividades (policiais) administrativas atuam no tênue limite existente entre os

direitos e interesses individuais e o interesse público/social.

Tenha-se que, em razão desse poder-dever, a criação da polícia

institucional, já existente em diversos outros órgãos, como será esmiuçado a seguir, é

instrumento de grande valia para a garantia e manutenção da ordem nos Tribunais, o

que favorecerá não apenas os seus membros e servidores, mas a sociedade como um

todo.

3. DIREITO

3.1. A missão Constitucional do Poder Judiciário

Em razão do princípio da independência entre os poderes, o Poder

Judiciário tem autonomia para realizar seu autogoverno. Essa autonomia, prevista na

Constituição Federal (art. 99), tem tripla dimensão: administrativa, financeira e

funcional.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

A autonomia administrativa do Poder Judiciário é conquista

democrática e funciona como garantia do próprio poder, dos seus juízes e, sobretudo,

dos direitos fundamentais das pessoas.

A previsão constitucional dessa autonomia garante ao Poder Judiciário

o direito de praticar os atos necessários à sua própria organização. Independe, para

organizar-se, de qualquer autorização dos demais poderes, encontrando-se materializada

na atribuição de competências privativas aos tribunais, superiores, inferiores, estaduais e

federais.

Como exemplo, pode-se citar, em âmbito trabalhista, a previsão da

Carta Magna que determina que cabe ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho

exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e

patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do

sistema, cujas decisões terão efeito vinculante (redação dada pelo Art 111-A § 2º, inciso

II da CF.

Também pode-se citar o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe

“ exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal

de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes

correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante” (art. 105, parágrafo único, inciso

II da CF/88) e o CNJ, a quem compete “o controle da atuação administrativa e

financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,

cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da

Magistratura” (art. 103-B, §4º da CF/88).

3.2. Precedentes Favoráveis à Criação de uma Polícia Institucional no âmbito dos

Tribunais

Tenha-se que atualmente existem várias Polícias Institucionais

administrativas, devendo-se observar que várias destas atividades não estão

previstas expressamente nos artigos da Constituição Federal, sendo criadas

por Resoluções e Portarias das próprias instituições, a exceção da Polícia do

Senado e Polícia da Câmara dos Deputados, previstas expressamente.

As que não se encontram previstas, mas que foram criadas por atos

infraconstitucionais, são a Polícia Institucional da Assembleia Legislativa do

Acre, Polícia Legislativa da Assembleia Legislativa de Rondônia (Constante

de seu Regimento Interno, citada no Art. 14, Inciso VI), Polícia Privativa da

Assembleia Legislativa de Pernambuco (Art. 14, inciso III, da Constituição

Estadual), Polícia Institucional da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

(Em seu Regimento Interno, Título IV, Capítulo IV – Da Polícia Interna),

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

Polícias Científicas, Polícia do Exército e Polícia da Aeronáutica, com função

precípua de resguardar a própria instituição.

Vale ressaltar que as atribuições de atividade de polícia

conferidas aos órgãos acima são similares às que ora são executadas pelos

Agentes de Segurança Judiciária do Poder Judiciário, conforme pode ser

observado através da leitura das atribuições do cargo de Técnico Judiciário –

Especialidade Segurança, constantes no atual plano de cargos e salários dos

servidores do Poder Judiciário da União.

A fim de corroborar o presente estudo, que visa à criação da

Polícia estritamente institucional no âmbito desse E. Tribunal, faz-se mister

trazer à baila algumas considerações que já foram feitas acerca do tema:

Certos juristas consideram as Polícias Científicas apenas como unidades

administrativas das Secretarias de Segurança Pública a que está subordinada,

não podendo estas serem caracterizadas como instituições policiais

autônomas, em decorrência de não terem sido citadas no art. 144 da

Constituição Federal atualmente vigente. Porém, importantes pareceres

jurídicos elaborados por especialistas como Paulo Brossard, Rogério Lauria

Tucci e René Ariel Dotti, além do parecer da assessoria jurídica do Senado

Federal, consideram o artigo 144 da Constituição Federal como mero preceito

enunciativo (exemplificativo), não taxativo. Logo, o fato de não haver ali

listada a instituição Polícia Científica ou denominação equivalente, não inibe

constitucionalmente a sua estruturação autônoma.

A verdade é que a enumeração do art. 144 não esgota a matéria policial. O

equívoco resulta do fato de as Constituições anteriores a 88 não conterem

artigo que dispusesse a respeito de polícia. Pretender, como a ADIN 2575-8

pretende, que toda a função policial esteja circunscrita ao traçado no art.

144 da Constituição, como se fosse um círculo de ferro, não tem como

sustentar-se à luz da doutrina, da diuturna experiência jurídica e da prática

quotidiana da administração. Com efeito, o fato de a polícia judiciária ser

conferida à polícia civil, não significa que essa atribuição, aliás, tradicional,

esgote as funções policiais. (Paulo Brossard)

Tenha-se que, no âmbito do Poder Judiciário, podem-se citar algumas

legislações esparsas, como Resoluções, Portarias, Atos Normativos e Regimentos

Internos dos diversos Órgãos do Poder Judiciário, que regulamentam a atividade de

Polícia Institucional no âmbito da Justiça Brasileira.

De inicio, podem-se citar as Resoluções nº 104/2010 e 176/2013 do

Conselho Nacional de Justiça, que dispõem sobre medidas administrativas para a

segurança e a criação de Fundo Nacional de Segurança, e Institui o Sistema Nacional de

Segurança do Poder Judiciário e dá outras providências, respectivamente.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

Tais dispositivos legais foram criados ao se perceber que: (i) existia a

necessidade de instituição de política uniforme de segurança institucional, orgânica e da

informação no âmbito do Poder Judiciário; (ii) era necessária a adoção de um programa

em âmbito nacional para segurança de magistrados em situação de risco; (iii) a

Resolução nº 40/32 de 1985 da Assembleia-Geral das Nações Unidas endossou os

Princípios Básicos Relativos à Independência da Magistratura, elaborados pelo 7º

Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos

Delinquentes, proclamando que "os juízes devem decidir todos os casos que lhes sejam

submetidos com imparcialidade, baseando-se nos fatos e em conformidade com a lei,

sem quaisquer restrições e sem quaisquer outras influências, aliciamentos, pressões,

ameaças ou intromissões indevidas, sejam diretas ou indiretas, de qualquer setor ou

por qualquer motivo”; (iv) a criminalidade tratada e que atinge o Judiciário brasileiro

sofreu profunda modificação nos últimos tempos, sendo cada vez mais comuns os

crimes de base organizativa apurados nos diversos tipos de processos, compreendendo

corrupção sistêmica nas esferas municipais, estaduais e federal, tráfico internacional de

drogas, de armas e pessoas, lavagem de dinheiro com ampla ramificação em territórios

estrangeiros, e movimentos paredistas com ânimos acirrados. O fato de ter sido

observado que, faz algum tempo, em razão mesmo dessa mudança de perfil da

criminalidade que é apurada pelo Judiciário, passaram a ser registrados, com frequência

cada vez maior e mais preocupante, os casos de ameaças e atentados a magistrados; sem

prejuízo daqueles contra servidores.

Assim, o CNJ resolveu uniformizar os procedimentos a serem adotados

nas atividades de policiamento interno, tais como alguns que são citados abaixo e

figuram nas resoluções citadas:

Resolução CNJ 104/2010:

Art. 1º. Os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de Justiça, no

âmbito de suas competências, tomarão medidas, no prazo de um ano, para

reforçar a segurança das varas com competência criminal, como:

(...)

VIII - Os servidores ocupantes de cargo com atribuição de exercício da função de

segurança passarão a exercer efetivamente funções relacionadas à segurança

dos magistrados.

IX - O ingresso na carreira judiciária do cargo a que se refere o caput deverá

incluir exigências e provas compatíveis com o exercício de funções de segurança.

X - Deverá ser concedido aos aprovados no concurso para o cargo a que se

refere o caput o treinamento necessário, às custas do Poder Judiciário, para o

exercício de funções de segurança.

XI (...)

§ 2º. Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão adotar as medidas

previstas neste artigo. [grifou-se]

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

Resolução CNJ 176/2013:

(...)

Art. 9º. Art. 9º Recomenda-se que os Tribunais adotem, no âmbito de suas

competências, assim que possível, as seguintes medidas mínimas para a

segurança e magistrados:

I – controle do fluxo de pessoas em suas instalações;

II – obrigatoriedade quanto ao uso de crachás;

III – instalação do sistema de segurança eletrônico, incluindo as áreas

adjacentes;

IV – instalação de aparelho detector de metais, aos quais devem se

submeter todos que acessarem as dependências, exceto os previstos no

inciso III do art. 3º da Lei 12.694/12 e os magistrados e servidores que

tenham lotação ou sede de seus cargos e funções nas dependências do

fórum ou tribunal onde está instalado o detector de metais;

V – policiamento ostensivo com agentes próprios, preferencialmente,

ou terceirizados, inclusive nas salas de audiências, quando necessário;

VI – disponibilizar coletes balísticos aos juízes em situação de risco;

VII – edição de Resolução para restringir o ingresso de pessoas armadas

em seus prédios, observando que policiais militares, civis, ou federais, bem

como integrantes de guarda municipal, não poderão entrar ou permanecer

em sala de audiência, secretaria, gabinete ou qualquer outra repartição

judicial, portando arma de fogo, quando estiverem na condição de parte ou

testemunha, em processo de qualquer natureza;

VIII – as armas de fogo dos policiais acima referidos, enquanto estiverem na

condição de parte ou testemunha durante o ato judicial deverão ficar em

local seguro junto à direção do foro, em cofre ou móvel que propicie a

segurança necessária, com acesso à arma de fogo exclusivo do policial que

permanecerá com a chave de acesso até o momento de retirá-la. Haverá o

registro do acautelamento da arma e da retirada na direção do foro;

IX – viabilizar que os veículos blindados apreendidos sejam

disponibilizados aos magistrados em situação de risco;

X – aquisição de veículos de escolta.

Art. 10. Os Tribunais, em parceria com o Departamento de Polícia Federal,

Polícias Estaduais e outros órgãos afins, de natureza policial ou de

inteligência celebrarão convênio para realização periódica de curso sobre

Segurança Institucional, com ênfase em Inteligência, crime organizado,

grupo de extermínio, estatuto do desarmamento, armamento e tiro, prática

de tiro, direção ofensiva e defensiva e conduta da pessoa protegida. [grifou-

se]

Tenha-se que sobre o inciso V, torna-se oportuna fazer uma crítica à

sua redação, na medida em que a legislação veda o exercício do policiamento

ostensivo em salas de audiência por vigilante contratado, haja vista que a formação

deste tipo de profissional, bem como a normatização de suas atribuições, lhe confere

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

prerrogativas para agir exclusivamente na proteção do patrimônio, e não das pessoas,

sendo que se assim fizer estará descumprindo vedação legal, conforme conteúdo da

Lei 7.102/1983. Ficam ressalvados os profissionais com formação e habilitação

exclusiva em curso de Segurança Pessoal Privada, também fiscalizado pela Polícia

Federal, o que atualmente não é o caso neste Egrégio Tribunal.

Também se pode mencionar o TRT da 2ª Região, que também

normatizou a atividade de policiamento de suas instalações ao dispor:

Art. 8º A polícia do Tribunal é exercida pelo Presidente, contando com os

recursos humanos disponíveis no Tribunal e com a faculdade de requisitar o

concurso de outras autoridades.

§ 1º Ocorrendo infração à lei penal na sede ou nas dependências avançadas

do Tribunal, envolvendo autoridade ou servidor sujeito a sua jurisdição, o

Presidente requisitará a instauração de inquérito.

§ 2º A polícia das sessões e das audiências compete ao seu Presidente.

Pela leitura da aludida norma interna, percebe-se que o poder de

polícia dispensado ao seu Presidente pode ser delegado aos recursos humanos

disponíveis, ou seja, aos Agentes de Segurança Judiciária, haja vista a razão de suas

atribuições. Cabe observar que os Regimentos Internos dos Tribunais são equiparados

às leis elaboradas pelo Poder Legislativo – em que pese a prerrogativa do exercício

do poder de polícia, em verdade, ser inerente a qualquer Desembargador Presidente -

, conforme se deflui do estudo sobre o controle da legalidade e constitucionalidade das

normas dos regimentos internos dos tribunais. Comentados a seguir:

A Resolução Conjunta CNJ/CNMP nº 04/2014 regulamenta, no

âmbito do Poder Judiciário e do Ministério Público, os arts. 6º, inciso XI, e 7°-A,

ambos da Lei n° 10.826 de 22 de dezembro de 2003, com as alterações promovidas

pela Lei n° 12.694, de 24 de julho de 2012, que tratam sobre o porte de arma de fogo

institucional para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que

efetivamente estejam no exercício de funções de segurança.

Frise-se a terceira consideração que antecede os artigos da referida

regulamentação: “a relevância da segurança institucional para garantir o livre e

independente exercício das missões constitucionais do Poder Judiciário”.

A fim de proporcionar maior nível de independência às autoridades

da Justiça, e por entender que a insegurança continuaria a pairar se os órgãos

componentes do Poder Judiciário continuassem a depender exclusivamente de órgãos

executivos ligados à segurança pública, o legislador autorizou o porte de arma de fogo

aos Tribunais, para utilização por servidores específicos.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

Além das normas acima mencionadas, os Presidentes dos tribunais

superiores publicaram a Portaria Conjunta nº 03/2007, que regulamenta alguns

dispositivos da Lei 11.416./2006, prevendo em seu anexo III, artigo 4º, inciso VI, que

a reciclagem anual para Atividade de Segurança – destinada aos servidores ocupantes

dos cargos de Analista Judiciário e Técnico Judiciário – Área Administrativa, cujas

atribuições estejam relacionadas às funções de segurança, deverá contemplar ações de

capacitação em serviços de inteligência, segurança de dignitários, patrimonial, da

informação, de pessoas ou correlatos, direção defensiva, obedecido o mínimo de 30

(trinta) horas de aulas anuais, além de teste de condicionamento físico, facultado a

cada órgão, para fins de execução, firmar convênio ou contrato com academias de

formação, escolas e centros de treinamento, públicos ou privados.

Assim, pode-se notar que as atividades executadas pelos Agentes de

Segurança Judiciária estão coadunadas com as determinações constantes em portarias

de instâncias superiores, bem como as previstas em editais de concursos públicos para

ingresso na carreira.

3.3. Atividade de Polícia Institucional exercida por outros órgãos, que não os do

Poder Judiciário

3.3.1 Polícia do Senado Federal

O Serviço de Segurança, responsável pelo policiamento do edifício do

Senado Federal e proteção de autoridades, servidores e instalações, foi criado

oficialmente pela Resolução nº 01/1950, como órgão da Secretaria do Senado.

Em 2006, após diversas reestruturações, através do Ato da Comissão

Diretora nº 15 foram criadas a Subsecretaria de Polícia Judiciária e a Subsecretaria de

Logística e Controle Operacional. Com isso, a Polícia do Senado Federal dinamizou as

atividades de polícia administrativa e judiciária no âmbito do Legislativo brasileiro.

Há que se alertar para o perfeito funcionamento da aludida Polícia, de

onde destaca-se a Delegacia de Polícia e o uso de viaturas caracterizadas, assim como o

fato de todos os Agentes de Polícia Legislativa utilizarem equipamentos adequados para

a proteção institucional da Casa em que atuam, que consistem em armas não letais,

armas de fogo e outros equipamentos relacionados à atuação de seus servidores.

Oportuno destacar que as atribuições de Polícia Legislativa (Senado

Federal e Câmara dos Deputados), especialmente no tocante ao seu dia a dia, são as que

mais se aproximam da realidade das atribuições dos substituídos, visto que, em síntese,

eles atuam junto aos sistemas de segurança internos e garantem a segurança de suas

autoridades.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

3.3.2 Polícia da Câmara dos Deputados

Assim como o Senado Federal, a Câmara dos Deputados também

instituiu serviço de policiamento institucional, através da Resolução 18/2003

daquele Órgão do Poder Legislativo. A referida resolução trata da

reestruturação das atividades de Polícia Legislativa.

Ao Departamento de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados

[DEPOL] compete exercer as funções de polícia judiciária e apuração de

infrações penais, além das atividades de polícia ostensiva e preservação da

ordem e do patrimônio, nos edifícios da Câmara dos Deputados e em suas

dependências externas; efetuar a segurança do Presidente da Câmara dos

Deputados em qualquer localidade do território nacional e no exterior;

efetuar a segurança dos Deputados Federais, servidores e quaisquer pessoas

que eventualmente estiverem a serviço da Câmara dos Deputados, em

qualquer localidade do território nacional e no exterior, quando assim

determinado pelo Presidente da Câmara dos Deputados; atuar como órgão de

apoio à Corregedoria da Câmara dos Deputados, sempre que solicitado;

planejar, coordenar e executar planos de segurança física dos Deputados

Federais e demais autoridades que estiverem nas dependências da Câmara

dos Deputados.

A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados utiliza viaturas

caracterizadas e seus Agentes também utilizam o mesmo tipo de armamento

dos integrantes da Polícia do Senado Federal: pistolas calibre .40 e armas de

choque Taser, além de outras.

3.3.3 Polícia da Câmara Legislativa do Distrito Federal

A Câmara Legislativa do Distrito Federal possui na sua estrutura

administrativa uma Coordenadoria de Polícia Legislativa, que exerce as

atividades típicas de policiamento.

3.3.4 Polícia do Exército

Ao comentar as atividades de policiamento exercidas pelo Exército

Brasileiro, retiradas do Regulamento interno da referida instituição, convém que seja

analisado o quadro que se segue, cuja finalidade é mostrar que as atribuições

desempenhadas por Agentes de Segurança Judiciária são similares às elencadas no item

56 do Ato N.º 193/2008-CSJT.

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

ATRIBUIÇÕES DO EXÉRCITO

BRASILEIRO

ATRIBUIÇÕES PREVISTAS NO ATO Nº

193/2008-CSJT.GP.SE.ASGP,

Conduzir ações tipo Polícia em proveito da

Força Terrestre, suas autoridades, instalações e

seu patrimônio

Conduzir ações preventivas em proveito da

Segurança dos magistrados, servidores e

instalações do Tribunal.

Efetuar investigações rotineiras no âmbito do

Exército

Realizar investigações preliminares.

Policiamento de trânsito e de pessoal Vistoriar veículos e registrar sua movimentação.

Controle de trânsito nas áreas militares Fiscalizar as atividades de controle de entrada e

saída de materiais, equipamentos e volumes das

dependências do Tribunal.

Segurança de instalações militares e oficiais Atuar na segurança das instalações do Tribunal.

Escolta de altas autoridades e comboios Escolta de magistrados e demais autoridades da

militares Justiça Trabalhista.

Segurança e proteção pessoal de autoridades

civis e militares

Atuar na segurança dos magistrados, das

autoridades e dos servidores.

3.3.5 Polícia Da Aeronáutica

Visando regulamentar a atividade de policiamento em todas as

Unidades Militares da Aeronáutica, o Comandante do Terceiro Comando Aéreo

Regional, no uso de suas atribuições, resolveu aprovar a edição do MCA–125-1

MANUAL DE POLÍCIA DA AERONÁUTICA DO TERCEIRO COMANDO

AÉREO REGIONAL, elaborado pelo Batalhão de Infantaria da Aeronáutica do

Terceiro Comando Aéreo Regional.

A criação deste manual de procedimento objetivou a

padronização dos procedimentos das ações de policiamento nas dependências das

Organizações Militares. A Segurança e Defesa da Instituição, no âmbito do

Comando da Aeronáutica, é atribuição da Infantaria da Aeronáutica,

personificada pela Polícia da Aeronáutica, que tem como atribuição a

consecução de ações defensivas e de proteção, a fim de garantir o grau de

segurança desejado das instalações, dos equipamentos e do pessoal de interesse

do Comando da Aeronáutica.

Percebe-se, assim, que a Polícia da Aeronáutica, bem como a Polícia do

Exército, não estão elencadas no Art .144 da Constituição Federal, que trata sobre a os

órgão de segurança pública. Entretanto, apesar de não terem atribuições previstas em

nossa Carta Magna, são organizadas através de normas internas, que estabelecem

atribuições institucionais específicas e que correspondem, naquilo que for pertinente, às

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

funções desempenhadas pelos Agentes de Segurança Judiciária.

Urge dizer que, salvo melhor juízo, e com base no próprio parecer da

Assessoria Jurídica dos TRTs de São Paulo e Paraná sobre a criação da polícia

institucional daqueles Tribunais, a criação da Polícia Institucional Judicial é

inteiramente viável também nesta casa de Justiça, encontrando previsão legal nas

normas e doutrinas já mencionadas neste estudo. Cabe, ainda, salientar que a

normatização e regulamentação das atribuições da Polícia Institucional do Poder

Judiciário trará inúmeros benefícios para este Tribunal, pois os agentes passarão a

dispor de conhecimento, prerrogativas, capacidade técnica e psicológica específica para

efetuar com presteza o trabalho que já realizam atualmente, porém de forma

improvisada e precária, dando motivo a diversos dissabores já ocorridos no quesito

segurança de autoridades, servidores e instalações.

Cabe apenas anotar que as atividades, bem como a nomenclatura, de

uma polícia judicial institucional do tribunal não deverá ser confundida com a das

polícias judiciárias (Civis e Federal), já que estas últimas são polícias de caráter

repressivo, cuja incumbência é de fornecer ao judiciário provas referentes à autoria e

materialidade de práticas tidas como ilícitas.

Por terem sido bem colocadas, há que se transcrever excertos do

expediente ANX Gabinete Da Vice-Presidência 011/2015 da Assessoria Jurídica do

TRT 2ª Região na avaliação jurídica sobre a criação de uma polícia interna, tendo em

vista a similaridade das situações entre aquele e este Tribunal, que merecem especial

atenção:

(...)A Polícia Federal e suas delegacias especializadas sob as ordens de sua

Superintendência. Ocorre que, em realidade, na prática, e sem propor

qualquer tipo de ofensa à tão nobre unidade pertencente ao Ministério da

Justiça, é que a Polícia Federal não tem a menor condição de atendimento a

qualquer tipo de pedido que possa ser feito por esta Corte Trabalhista.(...)

Esse tipo de ausência estatal, que não posso deixar de entender como havendo

uma certa dose de “omissão não intencionada”, é que faz com que esta Corte

tenha preocupação com seus próprios problemas, e tente resolvê-los,

independentemente de qualquer outra fórmula ortodoxa que seja a nós

apresentada. (...)

Não podemos contar em sua inteireza com o Departamento de Polícia

Federal. Temos obrigação de manter a ordem dentro de nossos próprios.

Temos obrigação de prover segurança eficaz e efetiva, aos bens públicos e

aos senhores magistrados, servidores, advogados e jurisdicionados. E

igualmente não há dúvidas, quanto ao aspecto doutrinário, que o

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal detém

competência funcional administrativa atípica delegada frente aos mais

modernos dispositivos do Direito Administrativos Pátrio, para empreender a

SCS Quadra 01, Bloco L, sala 213/214, Ed. Márcia - Brasília/DF; Cep: 70.307-900; Tel.: (61)3225-7305/ 3224-2624; E-mail: [email protected] ; Site: www.agepoljus.org.br.

SDS Edifício Venâncio V sala 108/114, Brasília/DF; Cep: 70393-904; Tel: (61) 3212-2678; E-mail: [email protected];

Site: www.sindjusdf.org.br

formação e a criação de novel esquadrão. (...)

A criação de uma polícia INTERNA de órgão do Poder Judiciário não

afronta, definitivamente, a Constituição da República.(...)

Concluo declarando ser o parecer positivo, convergente à informação lançada

pela competentíssima SCI, pela total possibilidade, plausibilidade,

atualidade e necessidade da criação do dispositivo novo de segurança do

Tribunal, na forma de um grupo de polícia orgânica institucional próprio do

TRT. (...)

Assim, tem-se como perfeitamente cabível e necessária a instituição de

uma Polícia Institucional no Tribunal.

4. REQUERIMENTO

Ante o exposto, requer-se, com base nos argumentos já trabalhados,

assim como nos documentos anexados, que tratam da estruturação de segurança pessoal,

no âmbito dos TRTs 2º e 9º, assim como STF, a implantação de uma Polícia do Poder

Judiciário nesse Tribunal, além da normatização através de minuta de norma

regulamentadora, bastando-se a existência de efetivo capacitado e com equipamentos

necessários para efetivação de tal prática, postulando-se, ainda, a criação de Grupo

Especial, a exemplo daquele normatizado pelo TRT da 9ª região (GOT – GRUPO DE

OPERAÇÕES TÁTICAS).

Brasília, 28 de Agosto de 2018.

Roniel Andrade José Rodrigues da Costa Neto

Presidente da AGEPOLJUS Coordenador-Geral do SINDJUS/DF