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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 22 DE FEVEREIRO E CONTINUADA NOS DIAS 1 E 29 DE MARÇO DE 2011 -------------------------------------------------------------------------- -------------------------- ACTA NÚMERO QUARENTA E DOIS ----------------------- ----- No dia 29 de Março de 2011, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Ana Páscoa, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------------------------------------------------- ----- Alberto Francisco Bento, Aline Gallasch Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Nuno de Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Rosa do Egipto, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria

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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 22 DE FEVEREIRO E CONTINUADA NOS DIAS 1 E 29 DE MARÇO DE 2011-------------------------------------------------------------------------- -------------------------- ACTA NÚMERO QUARENTA E DOIS ----------------------- ----- No dia 29 de Março de 2011, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Ana Páscoa, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------------------------------------------------- ----- Alberto Francisco Bento, Aline Gallasch Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Nuno de Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Rosa do Egipto, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria

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Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria do Céu Guerra Oliveira e Silva, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Isabel Homem Leal de Faria, Maria João Bernardino Correia, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues das Neves Vicente Mendes, Maria Margarida Matos Mota, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Nuno Roque, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues do Vale César, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rita da Conceição Carraça Magrinho, Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rogério da Silva e Sousa, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Jorge Gama Cordeiro, Rui Manuel Pessanha da Silva, Salvador Posser de Andrade, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado, Vítor Manuel Alves Agostinho, Sara Luísa Sousa Santos, Nuno Vasco Cruz de Almeida Franco, João Capelo, António José Gouveia Duarte, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Ricardo Amaral Robles, António Manuel dos Prazeres Costa e Joel Fábio da Silva Galvão. ------------------------------------------------------------------ ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais: --------- ----- Manuel Falcão (PPD/PSD), por um (1) dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Rosa Maria Carvalho da Silva.----------------------------------------------------- ----- António Pinheiro Torres (PPD/PSD), por um (1) dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Sara Luísa Sousa Santos. ----------------------------------------------- ----- Pedro Manuel Tenreiro Biscaia (PS), por um (1) dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Joel Fábio da Silva Galvão. -------------------------------------------- ----- António Paulo Duarte de Almeida (PS), por um (1) dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Nuno Franco.------------------------------------------------------- ----- Duarte d’Araújo Jorge Cardoso da Mata (PS), por noventa (90) dias, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Hugo Alberto Cordeiro Lobo. ---------------------- ----- Rui Paulo Figueiredo, Renata Andreia Lajas, Paula Santos, António Maria Henrique, Maria Helena Sobral Sousa Ribeiro, Nuno Vasco Cruz de almeida Franco, Carla Sofia Lopes de Almeida, Maria da Glória Borges Teixeira e José Manuel Dias Ferreira, Pedro Paulo Machado Alves Mendes e Patrícia Ferreira Caldeira Mourão, Deputados Municipais suplentes do PS, pediram a suspensão do mandato por um (1) dia, fazendo-se substituir de acordo com o disposto no art.º 10º do Regimento da AML. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Deolinda Carvalho Machado (PCP), por um (1) dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista.----------------------- ----- Carlos Carvalho (PCP), por um (1) dia.--------------------------------------------------

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----- Rita Silva (BE), Joana Mortágua (BE) e Mónica Frechaut (BE), por um (1) dia, tendo sido substituídas pelos Deputados Municipais João Bau, José Casimiro e Ricardo Amaral Robles. ------------------------------------------------------------------------- ----- Maria Clara Ferreira da Silva (CDS-PP), por um (1) dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Maria Luísa de Aguiar Aldim. ----------------------------------- ----- João Oliveira Martins (CDS-PP), por um (1) dia. -------------------------------------- ----- Foi justificada a falta e admitida a substituição dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ---------------------------------------------- ----- João Augusto Martins Taveira (PPD/PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São Jorge de Arroios, por António Manuel dos Prazeres Costa.---------------------------- ----- Maria Idalina Flora (PPD/PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, por Guilherme Diaz Bérrio.---------------------------------------------- ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por João Capelo. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Jorge Ferreira (PCP), Presidente da Junta de Freguesia da Madalena, por António José Gouveia Duarte. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara esteve representada pelo Sr. Presidente, pelo Sr. Vice-Presidente, e pelos Srs. Vereadores: Manuel Salgado, Maria João Mendes, Manuel Brito, Graça Fonseca, Nunes Silva e Catarina Vaz Pinto. -------------------------------------------------- ----- Estiveram ainda presentes os Srs. Vereadores da oposição: António Monteiro, Victor Gonçalves, Lívia Tirone, António Eloy e Carlos Moura. --------------------------- ----- Às 15 horas e 25 minutos, constatada a existência de quorum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião, terceira da Sessão Ordinária iniciada no dia 22 de Fevereiro de 2011, e antes de dar continuação à Ordem do Dia informou que o Deputado Municipal Duarte Mata se encontrava suspenso.--------------------------------- ----- Seguidamente, informou que se iria passar à leitura dos dois Votos de Pesar que a seguir se transcrevem, sendo o primeiro subscrito pelo Grupo Municipal do PSD, e o segundo subscrito pelo Deputado Municipal Modesto Navarro, do Grupo Municipal do PCP.-------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------- VOTO DE PESAR --------------------------------------- ----- “Artur Fernandes Agostinho nasceu a 25 de Dezembro de 1920, em Lisboa. Iniciou carreira em 1938 na Rádio Luso, tendo integrado os quadros da Voz de Lisboa, Clube Radiofónico de Portugal, Rádio Peninsular, Rádio Clube Português, Rádio Renascença e da Emissora Nacional, onde se fixou na área desportiva. ----------- ----- Como jornalista, colaborou nos jornais A Bola, O País, Tribuna, Norte Desportivo, Mundo Português e Record, de que foi director entre 1963 e 1974, ano em que partiu para o Brasil onde permaneceu durante seis anos. ------------------------------- ----- Como actor, no cinema, Artur Agostinho participou em filmes como Capas Negras (1947), O Leão da Estrela (1947), Cantiga da Rua (1949), Sonhar É Fácil (1951), Dois Dias no Paraíso (1957), O Tarzan do 5.º Esquerdo (1958) e Encontro com a Vida (1960). Mais recentemente, na televisão, vinha participando em telenovelas portuguesas de grande audiência. Ainda na televisão apresentou o primeiro concurso da televisão portuguesa, o "Quem Sabe, Sabe", e participou em

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programas como "O Senhor que se Segue", "No Tempo Em Que Você Nasceu, entre outros. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Como escritor deixa a sua marca nas suas obras: «Português sem Portugal» (1977), em 2009 o livro «Bela, riquíssima e além disso viúva» e mais recentemente, em Fevereiro último o livro “Flashback – Uma história da vida real”. -------------------- ----- Em Dezembro passado, Artur Agostinho havia sido condecorado pelo Presidente da República com a Comenda da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, num dia que classificou como “um dos mais felizes” da sua vida. ---------------------------------------- ----- Portugal e Lisboa perdem uma personalidade impar da cultura portuguesa que marcou muitas gerações, um homem com um «carácter impoluto» e «excepcionais qualidades humanas e cívicas», como escreve o Professor Marcelo Rebelo de Sousa no «Prefácio» da última obra de Artur Agostinho. ------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do PSD, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 29 de Março de 2011, delibere: ----------------------------------------------- ----- 1 -Prestar sentida homenagem a Artur Agostinho, endereçando à sua família o voto de pesar pela perda sofrida. --------------------------------------------------------------- ----- 2 – Guardar um minuto de silêncio em sua memória. ---------------------------------- ----- 3 -Recomendar, igualmente, à Câmara Municipal de Lisboa que atribua o seu nome a uma artéria de Lisboa e o devido descerrar duma placa no prédio onde viveu nos últimos anos, ou em alternativa na morada do seu nascimento.” ---------------------- ----- Finda a leitura, submeteu à votação o Voto de Pesar relativo a Artur Fernandes Agostinho, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade. ------------------- ----------------------------------- VOTO DE PESAR ----------------------------------------- ----- “Faleceu, no passado dia 17 de Março, Eduardo Carreiro Domingues Chitas. ------ ----- Nascido em 1937, frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1957-61), sendo forçado a exilar-se por recusa de participação na guerra colonial.----- ----- É em Genebra que completa a licenciatura em Letras (filosofia), iniciando também nessa cidade suíça a sua actividade docente. Em 1989 defende em Lisboa a dissertação de doutoramento intitulada «Hegel e o pensamento das Luzes: para o estudo da formação da consciência moderna». ----------------------------------------------- ----- Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde participou na criação da cátedra A Razão, publicou vários trabalhos de filosofia e de história das ideias, designadamente no boletim Razão Activa, da Fundação Internacional Racionalista, de que era colaborador regular. ------------------------------------------------- ----- Integrou o grupo de tradução e direcção editorial das Obras Escolhidas de Marx e Engels, em três volumes, publicadas entre 1982 e 1985 pelas Edições Avante!, e foi fundador de várias associações filosóficas, designadamente da Sociedade Portuguesa de Filosofia (1977), da Societas Hegeliana (1979) e da Convenção para a Filosofia e a História das Ideias na Europa (1993).---------------------------------------------------------- ----- Filósofo marxista e militante comunista, Eduardo Chitas era membro do Sector Intelectual de Lisboa do PCP. ------------------------------------------------------------------

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----- O Grupo Municipal do PCP propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 29 de Março de 2011, continuação da Sessão Ordinária de 22 de Fevereiro de 2011, delibere: -------------------------------------------------------------------- ----- 1. Manifestar o seu profundo pesar pelo falecimento de Eduardo Chitas, destacado militante comunista, resistente anti-fascista e lutador permanente pela democracia e por melhores condições de vida para o povo português; -------------------- ----- Remeter o presente voto de pesar à família de Eduardo Chitas.” --------------------- ----- Finda a leitura, submeteu à votação o Voto de Pesar relativo a Eduardo Carreiro Domingues Chitas, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade.---------- ----- Depois, a Assembleia, de pé, guardou um minuto de silêncio em memória das duas referidas personalidades. ------------------------------------------------------------------------- ------------------------- CONTINUAÇÃO DA ORDEM DO DIA-------------------------- ----- Ponto 3 – Proposta 609/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 5 – Proposta 717/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 6 – Proposta 726/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 7 – Proposta 1/2011 --------------------------------------------------------------- ----- Ponto 8 – Proposta 740/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 9 – Proposta 6/2011 --------------------------------------------------------------- ----- Ponto 12 – Proposta 762/2010 ----------------------------------------------------------- ----- Ponto 14 – Proposta 36/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Foi distribuído um aditamento com os seguintes pontos: ------------------------------ ----- Ponto 16 – Proposta 67/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 17 – Proposta 68/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Foi distribuído um segundo aditamento com os seguintes pontos: ------------------- ----- Ponto 18 – Proposta 67/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 19 – Proposta 68/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 20 – Proposta 111/2011 ---------------------------------------------------------- ----- Foi distribuído um terceiro aditamento com os seguintes pontos: -------------------- ----- Ponto 21 – Proposta 80/2011 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 22 – Proposta 130/2011 ---------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente informou que iam iniciar os trabalhos com a apreciação e votação da Proposta N.º 609/2010.------------------------------------------------------------- ----- PONTO 3 - PROPOSTA N.º 609/2010 - APROVAR A PROPOSTA DO PLANO DE PORMENOR DAS AMOREIRAS, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO Nº 3 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------ ------------------------------------ PROPOSTA N.º 609/2010 --------------------------------- ----- Pelouro do Urbanismo e Planeamento Estratégico: Vereador Manuel Salgado ----- ----- Serviço: DMPU/DPU ---------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- - Foi deliberado em reunião de Câmara de 30 de Julho de 2008, sob a Proposta n.º648/2008, publicada em Diário da República n.º160, 2ª série, de 20 de Agosto,

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proceder à elaboração do Plano de Pormenor das Amoreiras e aprovar os respectivos termos de referência;----------------------------------------------------------------------------- ----- - Decorreu o período de participação pública para a formulação de sugestões e para a apresentação de informações, de acordo com o estipulado no artigo 77º n.º2 do Decreto-Lei n.º380/99, de 22/9, alterado pelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19/9, republicado pelo Decreto-Lei n.º46/2009, de 20/2 (RJIGT- Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial); ----------------------------------------------------------- ----- - A proposta do Plano, em cumprimento do estipulado no n.º3 do artigo 75º-C do RJIGT, foi enviada à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional territorialmente competente para proceder à realização de uma conferência de serviços com todas as entidades representativas dos interesses a ponderar; ------------------------- ----- - Foi deliberado em reunião de câmara de 28 de Abril de 2010, sob a Proposta n.º169/2010, submeter a discussão pública a proposta do Plano de Pormenor das Amoreiras, tendo a deliberação sido publicada no Diário da República, II série, n º106, de 1 de Junho de 2010, através do Aviso n.º 10923/2010; --------------------------- ----- - Foi concluído o período de discussão pública e a versão final da proposta do plano está instruída com os elementos legais necessários, de acordo com o teor da informação técnica n.º 540/DMPU/DPU/10, da qual se anexa fotocópia e fica a fazer parte integrante da presente proposta.---------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo do disposto na alínea d) do n.º7 do artigo 64º da Lei n.º169/99 de 18/09:----------------- ----- Determinar submeter a aprovação da Assembleia Municipal a proposta da versão final do Plano de Pormenor das Amoreiras, ao abrigo do disposto no n.º1 do artigo 79º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro na redacção em vigor.” ------------------- ----- A Senhora Presidente referiu que a Proposta n.º 609/2011 fora distribuída para Parecer à Comissão do Urbanismo e à Comissão do PDM.--------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Serra, na qualidade de Presidente da Comissão Permanente para o Planeamento Estratégico e Acompanhamento do PDM, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. --------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão para o Planeamento estratégico e Acompanhamento do Plano Director Municipal reuniu no dia 24 de Março de 2010 para analisar e debater a Proposta n.º 609/2010, relativa a Plano de Pormenor das Amoreiras. Esta reunião foi precedida de duas outras, realizadas conjuntamente com a Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão e Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa. Uma primeira realizada no dia 29 de Novembro de 2010, em que houve ocasião de ouvir o Sr. Vereador Manuel Salgado, acompanhado por vários técnicos municipais, e uma outra, que teve lugar no dia 3 de Março de 2011, na qual a Comissão teve ocasião de recolher do Sr. Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa e de dois dos seus vogais um conjunto de informações entendidas como relevantes para a análise da Proposta. A apreciação da Proposta contida neste Parecer é plural, porquanto reflecte a diversidade da própria Comissão e

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pretende ser um contributo para o debate que o Plenário da Assembleia Municipal de Lisboa terá sobre esta matéria.------------------------------------------------------------------ ----- A Comissão registou desde logo como positivo o facto de o Plano ter sido elaborado pelos serviços municipais, assim se dando utilização aos recursos humanos da Câmara Municipal em matéria urbanística. A Comissão registou igualmente a necessidade da existência de um plano ordenador e regulador, cuja ausência tem sido responsável pela consequente degradação urbanística da zona que hoje está a ter. ------ ----- O Plano propõe soluções para a cerzidura do tecido urbano, apresenta soluções para o fecho de um conjunto de vazios inestéticos e incoerentes existentes no local e dá respostas, nomeadamente à questão do quartel dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique, aspectos que foram igualmente objecto de uma apreciação positiva pela Comissão. ------------------------------------------------------------------------- ----- Tendo ficado clara a impossibilidade, nos tempos mais próximos, de a zona vir a ser servida pelo Metropolitano e a insuficiente capitação do estacionamento previsto face ao disposto no regulamento do Plano Director Municipal, a Comissão registou com preocupação a previsível deterioração das condições de estacionamento, já de si muito deficientes, com a consequente degradação da mobilidade e da qualidade do espaço urbano. No entanto, a Comissão admitiu que estas deficiências podiam vir a ser atenuadas com o reforço de outro tipo de transporte colectivo ligeiro e com o ordenamento do estacionamento público existente. Foi também observado que este fenómeno poderá resultar agravado pelo expectável aumento do número de automóveis, numa zona que se caracteriza como de acesso à Cidade e de triagem dos fluxos de trânsito, conjugado com determinadas soluções preconizadas para a sua circulação.----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por último, foi constatado que o Plano não dá solução à área ocupada pelo reservatório da EPAL, incluindo o edifício situado na Rua Carlos Alberto da Mota Pinto, que se encontra significativamente degradado. A Comissão sugere que as reflexões evidenciadas neste Parecer, digam elas respeito aos méritos da Proposta ou aos aspectos em que a mesma é susceptível de crítica ou de aperfeiçoamento, sejam objecto de amplo debate pelo Plenário da Assembleia Municipal. ------------------------- ----- Na sequência e sem prejuízo do acima exposto, é parecer da Comissão Permanente para o Planeamento Estratégico e Acompanhamento do Plano Director Municipal que a Proposta n.º 609/2010, relativa a Plano de Pormenor das Amoreiras se encontre em condições de ser apreciada no Plenário da Assembleia Municipal de Lisboa. Os Grupos Municipais reservaram para esse debate a definição do seu sentido de voto.”------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira, na qualidade de Secretário da Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão na Intervenção da Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa, e em substituição do presidente da mesma, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve.------------------------------------ ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa reuniu em 28 de Dezembro de

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2010 e 7 de Janeiro de 2011 para apreciar a Proposta nº 609/2010, apresentada pela Câmara Municipal, relativa ao Plano de Pormenor das Amoreiras. ------------------------ ----- Previamente, em reunião conjunta com a Comissão Permanente para o Planeamento Estratégico e Acompanhamento do Plano Director Municipal, as opções subjacentes ao projecto de Plano de Pormenor das Amoreiras foram apresentadas pelo Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal e técnicos municipais.--------------------- ----- O conteúdo da proposta de plano de pormenor, subdividido em três unidades de execução, foi amplamente debatido pela comissão, tendo sido evidenciados os aspectos considerados positivos e aspectos considerados negativos ou insuficientes. --- ----- Entre as diversas questões objecto de debate, quer numa perspectiva crítica quer numa perspectiva favorável, salientam-se: --------------------------------------------------- ----- - o excesso da altura admitida para os prédios a implantar na Unidade de Execução 2; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- - o provável agravamento da mobilidade e do estacionamento em toda a zona de Campo de Ourique, dada a improbabilidade da extensão a curto prazo da linha de metro à zona das Amoreiras, aconselhando uma posição activa da Câmara Municipal na articulação com o Metro -------------------------------------------------------------------- ----- - o desrespeito pela capitação de estacionamento prevista no regulamento do Plano Director Municipal; ---------------------------------------------------------------------- ----- - a incompreensão da prevista redução da Av. D. João V para duas faixas de rodagem; ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- - o desrespeito pelos níveis de ruído admissíveis tal como previstos no Regulamento Geral do Ruído; ----------------------------------------------------------------- ----- - a omissão de previsão de habitação a custos acessíveis, inexplicável face a disponibilidade, no âmbito do plano, de bens municipais; ---------------------------------- ----- - o apagamento da memória colectiva com a previsão da demolição das casas mais antigas (pátios e vilas), nomeadamente, na Unidade de Execução 2; --------------- ----- - a consequente promoção, apenas e tão só, dos escalões habitacionais mais elevados; ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- - a insuficiência dos equipamentos públicos previstos e a indefinição da sua localização; --------------------------------------------------------------------------------------- ----- - o desaproveitamento do espaço onde se encontra o reservatório da EPAL, urgindo encontrar uma solução que permita a sua fruição pública e facilite o acesso pedonal de Campo de Ourique às Amoreiras; ------------------------------------------------ ----- - a metodologia adequada a que obedeceu a elaboração do plano, visando cerzir vazios urbanos; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- - o tratamento da Unidade de Execução 3, fechando toda a frente urbana fronteira ao Centro Comercial das Amoreiras; ---------------------------------------------------------- ----- - a mais valia da definição da localização do quartel de bombeiros de Campo de Ourique. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Quer as questões que decorrem do reconhecimento do mérito do conteúdo da proposta de plano quer as observações críticas enunciadas, devem, no entender da 4ª

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Comissão, ser tomadas em conta e amplamente debatidas pela Assembleia Municipal durante a apreciação da Proposta nº 609/2010.” --------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado, no uso da palavra para apresentação do documento, e como nota introdutória à Proposta de Plano de Pormenor, começou por referir que se tratava de um pequeno plano de pormenor, uma vez que a área total de construção ou de acréscimo da área total de construção prevista para aquele plano era de quarenta e quatro mil metros quadrados de construção, dos quais seis mil para comércio, dezanove mil para serviços e doze mil para habitação. Para se ter uma noção da dimensão daquele Plano, doze mil metros quadrados para habitação correspondia a cento e quatro fogos, uma operação mais pequena do que aquela que a CML estava a promover no Martim Moniz. Era preciso ter a noção da dimensão do problema para o abordar. ----------------------------------------------------------------------- ----- Aquele Plano fora feito nos Serviços, conforme havia sido notado num dos Pareceres das Comissões, e fora submetido a reunião de Câmara por duas vezes; em 28/04/2010, onde haviam sido tecidas várias críticas, nomeadamente, quanto ao número de pisos dos edifícios com frente para a Av. José Gomes Ferreira, e outras questões que haviam obrigado a rever o Plano. A versão final fora aprovada na reunião de Câmara de dia 1 de Junho de 2010, e era essa proposta que tivera parecer favorável da CCDR e de todas as entidades da Comissão de Acompanhamento, e que ali estava nesse dia, submetida à apreciação da Assembleia. Das reuniões que tivera com as Comissões e dos pareceres das Comissões haviam sido levantadas uma série de questões que gostava de referir. A primeira, era a questão do Metro e do estacionamento, e ligada com essa, estava a questão do ruído e do número de veículos que circulavam naquela zona da cidade. ------------------------------------------------------ ----- O grande problema de Lisboa, do ponto de vista do ruído e da qualidade do ar, era o número de veículos em circulação. Aliás, havia três grandes fontes de ruído em Lisboa; O Aeroporto e os aviões que aterravam na Portela e os carros que circulavam na Cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era preciso ter presente que por cada três carros a circular na Cidade, dois vinham de fora, ou seja, dois não eram de residentes. Lisboa tinha um parque automóvel na Cidade de cento e sessenta e duas mil viaturas, e um parque automóvel que diariamente entrava na Cidade de quatrocentas mil viaturas, e se se pretendesse reduzir o ruído e melhorar a qualidade do ar, havia que se proceder à redução do número de veículos que entravam na Cidade. Não tinham alternativa. Podia haver várias medidas, e havia quem defendesse portagens (não era o seu caso), também havia quem defendesse o controlo do estacionamento (era o seu caso), mas havia que, corajosamente, encarar aquela questão; Tinham que reduzir o número de veículos que entravam na Cidade e favorecer a utilização do transporte público. ----------------------- ----- Fora por isso que no mandato anterior se chegara a acordo com o Metropolitano de Lisboa, acordo esse que se mantinha nesse momento, para que a expansão da rede de Metro de Lisboa fosse feita, essencialmente, no “miolo” da Cidade e não para fora do concelho de Lisboa, e nessa reformulação da rede de Metro, a primeira fase que estava prevista consistia na ligação da linha verde à linha amarela, ligando o Cais do

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Sodré a Santos, ao Rato, e a extensão do Metro até às Amoreiras. Era evidente que ninguém podia afirmar naquele momento quando é que aquela obra se faria. Por razões evidentes, nem valia a pena discorrer sobre isso, ninguém o podia afirmar. Contudo, podiam ter presente que aquela zona tinha que ser bem servida pelos transportes públicos, e tinha que se reduzir o número de veículos que entravam na Cidade, e que para isso tinham que controlar o estacionamento. --------------------------- ----- Sobre o estacionamento, gostava de explicar qual era a situação. De acordo com o Plano Director actual, de acordo com a revisão do Plano Director Municipal que estava naquele momento em consulta pública e, portanto, fora aprovado em Câmara já por duas vezes, o número total de lugares de estacionamento que deviam ser previstos naquele Plano seriam num mínimo de duzentos e um lugares e num máximo de duzentos e noventa e quatro. -------------------------------------------------------------------- ----- A Proposta do Plano de Pormenor das Amoreiras era de trezentos e vinte lugares. Este era o acréscimo de lugares de estacionamento que estavam previstos naquele plano. Mas julgava que valia a pena ter presente que, naquele momento, o complexo das Amoreiras tinha uma capacidade de novecentos lugares, os quais estavam muito frequentemente vazios ou com uma grande parte dos lugares por ocupar. Tanto era assim, que ao Sábado e Domingo, entre as quinze e as dezassete horas, o estacionamento era grátis nas Amoreiras, o que mostrava que o número de veículos a entrar na Cidade estava a diminuir, e era normal que com as dificuldades crescentes e a falta de recursos das pessoas, esse número tendesse a diminuir. Portanto, projectar uma cidade para prever acréscimos de estacionamento exponenciais, era fazer afluir mais carros à Cidade e isso era efectivamente aquilo que não propunham. --------------- ----- A segunda questão que fora levantada, era a questão da altura dos edifícios do lado da Av. José Gomes Ferreira. Inicialmente estavam previstos edifícios de oito pisos, e não se tratava de uma questão de especulação, pois os terrenos eram municipais, e depois do debate que houvera na Câmara, havia-se baixado para seis pisos. O receio que alguns tinham que aquilo vinha assombrar Campo de Ourique não fazia qualquer sentido. Bastava ver os cortes que constavam do plano. Bastava ver os 3D que constavam do Plano. Havia edifícios em Campo de Ourique com quatro e cinco pisos, e não era mais um piso, há distância que aqueles se encontravam, que iria ter influência em relação a Campo de Ourique. ---------------------------------------------- ----- A segunda questão que lhes fora posta, era a questão da Rua de Campo de Ourique, propriamente dita, e o que aí estava previsto era a reabilitação dos edifícios que ainda eram susceptíveis de reabilitação, e relativamente àqueles que não podiam ser reabilitados, construir edifícios de três pisos com um recuado. ------------------------ ----- Levantavam também uma crítica em relação aos equipamentos. O Plano previa um conjunto de equipamentos, nomeadamente, para os bombeiros voluntários e uma área para equipamentos, indiscriminada, em que estava previsto um Centro de Saúde, um Centro de Cuidados Continuados, uma Creche e ainda um Centro Cívico. Não estavam pré-determinados os equipamentos porque os planos de pormenor, de acordo com a legislação portuguesa não tinham prazo de execução, e seria um erro determinar que um determinado espaço era destinado a um determinado equipamento,

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calculando as necessidades actuais, de 2011, quando provavelmente quando viesse a ser feito, em 2020, já não faria falta aquele equipamento, mas sim outro. O que era preciso era que existissem áreas para equipamento e essas estavam previstas no Plano. ------------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Por fim, era levantada uma questão que tinha a ver com o reservatório da EPAL. Como já tinha explicado na Comissão do Urbanismo e na Comissão do PDM, a proposta inicial da Câmara era que o reservatório da EPAL fosse transformado num espaço verde público, ou num espaço verde de usufruto público, só que o reservatório da EPAL continuava em exercício de funções, como reserva de água e uma reserva estratégica de água da Cidade de Lisboa, e por razões de segurança, para evitar qualquer risco de inquinação dessas águas, uma vez que o reservatório tinha respiradores, era absolutamente interdito o acesso de qualquer pessoa que não fosse funcionário da EPUL e controlado pela EPUL, àquele espaço. Por isso o objectivo inicial, que era transformar o reservatório num espaço verde de usufruto público, não se podia fazer, apenas podendo ser um espaço de usufruto visual. Eram aquelas as notas que queria transmitir, esclarecendo um pouco algumas das questões que haviam sido levantadas pelas Comissões, e estava ao dispor, no final, para esclarecer qualquer outra dúvida que fosse suscitada.--------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Serra (PSD), no uso da palavra, disse que estava nesse dia presente naquela Assembleia Municipal, para discussão e votação, o Plano de Pormenor das Amoreiras. ------------------------------------------------------------ ----- Tinham tido ocasião de ouvir o Sr. Vereador Manuel Salgado prestar um conjunto de esclarecimentos relativamente a dúvidas que, ao longo daquele processo e desde que aquela Proposta chegara àquela Assembleia Municipal haviam sido suscitadas, e boa parte delas, confessava-o ao Sr. Vereador, continuava a tê-las naquele momento.-------------------------------------------------------------------------------- ----- Aquele era um Plano elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa, pelos seus técnicos e serviços, e ainda bem que assim era, pois num tempo difícil como o que se atravessava, que não estava para fantasias nem para despesismos, onde se exigia aos entes públicos a maior contenção e a maior racionalidade na despesa, era aprazível registar aquele facto. Assim soubessem a Câmara, o Presidente e os Srs. Vereadores fazer multiplicar esse exemplo, para mais, quando os serviços trabalhavam bem e o que produziam tinha qualidade técnica. ------------------------------------------------------- ----- Mas a qualidade técnica do documento que ali tinham em mãos para apreciação, não implicava necessariamente a qualidade das opções que lhe estavam subjacentes. O facto do Plano ser tecnicamente bom, não significava que fosse um bom Plano. Conhecia bem aquela zona, na qual residia à perto de 20 anos e ficara a conhecê-la muito melhor, como era natural, desde que assumira funções como Presidente da Junta de Freguesia de Santa Isabel em 2009. ------------------------------------------------- ----- Era, sem dúvida, positivo o fecho que aquele Plano preconizava da verdadeira chaga aberta que representava o terreno baldio existente entre a Rua Carlos Alberto da Mota Pinto e a Rua Silva Carvalho. -----------------------------------------------------------

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----- Também era positivo que se pusesse termo, definitivamente, à verdadeira vergonha que constituía o edificado degradadíssimo e em semi-ruína, de propriedade da Câmara, que ocupava na actualidade o troço da Rua de Campo de Ourique, situado entre a Rua Silva Carvalho e a Rua Ferreira Borges. Tratava-se, aliás, de um bom exemplo de como a Câmara conseguia não estimar, nem valorizar o que era seu e, consequentemente, o que era de todos, e adoptasse enquanto senhoria comportamentos, por omissão, que jamais toleraria de um ente privado. Era positivo também que se apontassem caminhos para uma solução condigna e definitiva para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique, que bem o mereciam, em alternativa àquele triste cartão de visita com que se deparava, quando se chegava à capital através da A5. --------------------------------------------------------------------------- ----- Continuou, referindo que apesar disso, não podia deixar de partilhar com todos os presentes os receios que tinha pelas consequências que aquele Plano pudesse trazer ao Bairro de Campo de Ourique. Campo de Ourique era, em Lisboa, uma das zonas mais fustigadas pelo estacionamento selvagem e sem critério. Quem conhecia a zona da Rua Silva Carvalho e das ruas adjacentes sabia bem do que estava a falar. Era um verdadeiro inferno para quem ali vivia e para quem visitava aquela zona. Era uma situação verdadeiramente insuportável. Para além dos índices de monitorização dos residentes, que haviam crescido, e muito, nos últimos anos, conjugados com uma malha urbana que era de si mesma estreita e muito difícil, havia um factor que contribuía decisivamente para aquele estado de coisas; a proximidade com o núcleo terciário das Amoreiras. Havia mais de 15 anos atrás, aquela Assembleia Municipal “chumbara” um projecto de plano de pormenor para aquela mesma zona, fundamentalmente por entender que não era aconselhável mais construção e mais terciário na zona, sem que ela fosse servida pelo Metropolitano. -------------------------- ----- Tinham passado mais de 15 anos e ficara agora claro, pelas informações prestadas pelo próprio Metropolitano, que a extensão da linha vermelha não ocorreria nos tempos mais próximos. Este facto, conjugado com a política assumidamente restritiva da Câmara Municipal, em matéria de oferta de estacionamento público, não podia deixar de lhes causar a mais viva preocupação relativamente à sobrecarga que a execução daquele Plano iria trazer a um bairro, já de si, tão sacrificado naquela matéria. Mais edificação, mais terciário, mais automóveis, pior estacionamento, pior qualidade urbana. Veriam, aliás, se as soluções de circulação automóveis que eram preconizadas no Plano, nomeadamente na Rua Ferreira Borges, não iriam também elas contribuir para um agravamento da situação. ------------------------------------------- ------ Era fundamental que, com Plano ou sem Plano, a Câmara pusesse o maior empenho na procura de soluções para ordenar e melhorar a oferta de estacionamento na zona, para debelar a gravíssima situação do estacionamento no Bairro. Campo de Ourique reclamava-o e merecia-o. ------------------------------------------------------------- ----- Registava-se também, com desagrado, a inexistência de uma solução à vista para o Reservatório da EPAL. Conheciam-se as dificuldades existentes relacionadas com a necessidade de assegurar a segurança do Reservatório e com a situação jurídica decorrente do malogrado projecto do Campo de Golfe. Mas não podiam deixar de

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entender, que com a elaboração daquele Plano, se perdera uma oportunidade porventura histórica de dar uma solução ao problema. Para mais, quando o contexto de negociação em curso com a EPAL potenciava uma solução consensual que devolvesse aquele território aos cidadãos, e que pusesse fim à verdadeira barreira arquitectónica que ele representava entre o Bairro de Campo de Ourique e as Amoreiras ou pelo menos, se assim não fosse, que se garantisse dar destino ao que restava das torres de suporte das redes, que se resolvesse o problema do edifício, que ia apodrecendo de dia para dia na Rua Carlos Alberto da Mota Pinto ou que, pelo menos, se embelezasse e se valorizasse aquele espaço. Esperava-se e continuava a esperar-se muito mais da Câmara Municipal naquela matéria. ----------------------------- ----- Lamentava-se e entristecia-os também a pouca importância dada à preservação da memória histórica da Cidade e do Bairro, que aquele plano, infelizmente, evidenciava. Lamentava-se que nada restasse, que nenhuma memória ficasse, que nem sequer um vestígio ficasse, por exemplo, da Vila Operária situada no Beco do Casal, ou do edificado existente no troço da Rua de Campo de Ourique, a que havia pouco se referia. Alguma coisa podia e devia ficar para memória futura e para que não se perdesse a história da Cidade. Ali, naquele local, nasceriam soluções de imitação de gama alta, não para quem queria, mas para quem podia, e com isso, quer quisessem quer não, apagava-se mais um pouco do ecletismo que constituía uma das marcas mais características da Cidade e também do Bairro de Campo de Ourique. -------------- ----- Aquele era um Plano bem urdido de um ponto de vista técnico, mas nem por isso era na sua integralidade um bom Plano. Tinha alguns méritos, era certo, mas também tinha deméritos, e bem graves. Se fosse do PSD a responsabilidade de definir as suas directrizes políticas, não seria certamente aquele o seu conteúdo. ------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Roque Alexandre (PS), no uso da palavra, disse que o PS registava com agrado o facto do Plano ter sido elaborado pelos serviços municipais, rentabilizando e mobilizando os recursos humanos da Câmara Municipal em matéria urbanística, situação que todos os Deputados Municipais havia muito achavam que devia acontecer. Não tinham dúvidas nenhumas da necessidade da existência daquele Plano de Pormenor, que ia ordenar e regular uma área que tinha sido alvo de uma degradação urbanística constante, e a aprovação daquele Plano iria permitir que se começassem a resolver os problemas existentes a nível urbanístico. ---- ----- O Plano de Pormenor das Amoreiras propunha, ainda, cerzir o tecido urbano existente, eliminando as falhas estéticas no campo urbanístico, uma situação que vários arquitectos haviam conseguido constatar que existia naquela zona e que era da maior urgência tentar resolver, dando-lhe um aspecto mais equilibrado e estético. O Plano iria ainda resolver uma situação que havia muito tempo era desejada pela população e também pelos Bombeiros, que era a construção do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique. Estavam crentes que a aprovação daquele Plano poderia contribuir para estabelecer um acordo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a EPAL, de modo a rentabilizar o espaço ocupado pelo reservatório de água, de modo a colocar aquele espaço ou parte dele ao serviço da população. ----------------------------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Francisco Silva Dias (PCP), no uso da palavra, começou por dizer que, para aqueles que estavam naquela Assembleia desde há 15 anos (ainda via ali alguns) a aceitação daquela proposta tinha aspectos dramáticos, no sentido literal do termo. Que fazer em situações em que todas as alternativas eram adversas, e tal como há 10 anos com uma proposta semelhante, na qual se referia na respectiva Memória Descritiva que o Plano só poderia ser implementado perante a garantia de uma linha de Metro que servisse a zona em tempo oportuno, coisa que até à actualidade não sucedera, muito embora se tratasse de uma intervenção de carácter local. Fora então chamada, e voltava agora a chamar-se de novo a atenção para o impacto que sob o ponto de vista do trânsito, da circulação, o Plano poderia acarretar para o conjunto da Cidade. ---------------------------------------------------------------------- ----- Estavam perante o aumento significativo de fluxos de origem e destino, e de estacionamento junto a uma das mais concorridas entradas na Cidade, e onde se operava a primeira triagem do trânsito motorizado de superfície. Para Sul, para a zona das colinas e zona histórica, através das Amoreiras, do Rato e do eixo da Escola Politécnica. Para o planalto, as avenidas novas, Alvalade, através do Túnel do Marquês e Fontes Pereira de Melo, e finalmente, para Norte, utilizando a Artilharia 1 e a Marquês de Fronteira. A construção prevista na proposta poderia contribuir para a esclerose do sistema.----------------------------------------------------------------------------- ----- Fora acertada a decisão da Comissão de Acompanhamento do PDM, em consultar sobre a matéria a Administração do Metro, mas fora desanimadora a resposta. Embora previsto o prolongamento da linha até às Amoreiras, não haveria Metro antes de 2014, e na melhor das hipóteses, talvez lá para o ano de 2020. Por isso, poderiam dizer que se estava na mesma situação que levara a Assembleia, havia quinze anos, à não-aceitação da proposta. Contudo, tratava-se de ordenar um vazio urbano numa franja da Cidade que havia muito reclamava a atenção de todos. ---------- ----- A metodologia de abordagem seguida pelos serviços municipais, a quem cabia a autoria do Plano, facto que ali se louvava, inseria-se no que se podia classificar de um cerzido urbano, ou seja, uma intervenção num território limitado e caracterizado por abranger edifícios e conjuntos de edifícios, tendo em conta as pré-existências significativas, fossem formais ou de vivência, fosse através do equilíbrio e desenvolvimento do equipamento, fosse através da recuperação do edificado ou da construção integrada de obra nova. Anotava-se ali, como positiva, a posição assumida em relação a uma instituição tão caracterizante do local, como “Os Alunos de Apolo”. ----- Estavam, pois, na situação ingrata de escolher entre a continuação do marasmo e inexorável decadência ou a imprudência de uma decisão que se adivinhava perigosa, situação dramática, como já fora dito. Por isso, o PCP ousava sugerir à Câmara, afastada a hipótese da rejeição, que fosse estudado um calendário de actuação com a definição clara de prioridades, prudência na tomada das decisões que se mostrassem pesadas ou irreversíveis, monitorização atenta, e toda a pressão que fosse possível sobre a Administração do Metro e a sua programação. E que fossem dadas contas de tudo isso à Assembleia e às Comissões. Que aquele Plano fosse o princípio e não o fim, o urbanismo de intervenção, o urbanismo dinâmico que a Cidade necessitava.-----

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----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP), no uso da palavra, referiu que discutiam ali o Plano de Pormenor das Amoreiras. Discutia-se aquele Plano novamente, decorridos dez anos sobre a apresentação da última Proposta para aquela zona da Cidade, que tanto carecia de ordenamento e de interligação da zona das Amoreiras com o Bairro de Campo de Ourique. ---------------------------------------- ----- Era necessário criar um espaço público fluido, que permitisse uma boa circulação e uma vivência clara no espaço urbano criado. No Plano ali apresentado deparavam, logo à partida, com a requalificação com o edificado degradado junto à Rua de Campo de Ourique, bem como a resolução do espaço actualmente ocupado pelo quartel dos bombeiros voluntários de Campo de Ourique. ----------------------------------------------- ----- No entanto, havia caminhos que o CDS não podia deixar de criticar, nomeadamente, nas escolhas respeitantes à mobilidade. Pretendia-se reduzir as entradas em Lisboa, permitindo a viragem à esquerda na Rua José Gomes Ferreira para a Rua Ferreira Borges, o que acabaria por sobrecarregá-la de tráfego sem assegurar alternativas. Consequentemente, era inaceitável a redução da largura da faixa de rodagem na Rua D. João V, e a eliminação das segundas vias, ascendente e descendente previstas, já que tal rua era uma via essencial de ligação do Largo do Rato à Av. Duarte Pacheco, quer na entrada, quer na saída para a A5, sendo que o Plano não se encontrava sustentado pelos estudos de tráfego que o aconselhassem. Então, no que é que o executivo camarário se baseava para extinguir duas faixas de rodagem? Tinham a certeza que sem alternativas, nomeadamente ao nível dos transportes públicos, aquela alteração na fluidez do tráfego seria catastrófica para aquela zona, obrigando muitos condutores a optarem por um trilho alternativo, em ziguezague, invadindo a zona de Santa Isabel e o Bairro de Campo de Ourique, de forma a poderem chegar à zona do Rato. ----------------------------------------------------- ----- Por outro lado, tinham as maiores reservas no que respeitava à bondade dos ratios de terminação da capacitação do estacionamento público serem calculados segundo a revisão do PDM, em função do nível de acessibilidade em transportes públicos, considerando aquela zona central e bem servida de transportes públicos, por estar previsto a médio prazo ser servida pela linha vermelha do metropolitano. Mas a médio prazo, como seria possível, se a própria administração do Metropolitano de Lisboa afirmava que nos próximos anos não haveria expansão daquela linha, e muito menos datas previstas para o início das obras? Aliás, quando essa linha estava ainda em estudo pelo Metropolitano de Lisboa, sem que houvesse qualquer data prevista para o começo da sua construção. Esse argumento era por isso uma completa falácia, e não podia servir como fio condutor para as alterações de tráfego que se pretendiam para aquela zona. Fazê-lo, sem a dotar de mais transportes públicos só a tornaria mais caótica. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Face ao ratio, a construção de um silo com duzentos e quarenta e sete lugares e setenta e três lugares na via pública, para dois mil e setecentos metros quadrados de construção e uma área de intervenção de treze hectares, era manifestamente pouco, e o que o CDS gostaria de ver era a forma como o Plano poderia responder realmente aos desafios de mobilidade que os automobilistas, e em particular, os moradores daquela

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zona enfrentavam, nomeadamente com a invasão de viaturas na Freguesia de Santa Isabel, em que o estacionamento ainda não era fiscalizado pela EMEL, e que tanto tinha perturbado o funcionamento do Bairro e a vida dos seus moradores. --------------- ----- Por fim, o Plano era completamente omisso no que respeitava ao novo edifício da EPAL existente à entrada do Reservatório, assim como às estruturas de suporte das redes que haviam servido a pretensão da existência de uma escola de golfe na área desse reservatório. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Sobre o Reservatório da EPAL, o Plano nada referia, podendo ser aquela a oportunidade para a Câmara Municipal decidir com a EPAL aquela questão, contribuindo desse modo para uma melhoria urbanística daquela zona da Cidade, embora compreendessem as restrições de segurança existentes. --------------------------- ----- Em suma, o CDS entendia que no que concernia à mobilidade, basear-se o Plano na expansão da linha do Metro e em mais transportes colectivos, quando eram essas empresas de transportes que afirmavam não terem nos seus planos próximos aquelas intervenções, parecia ao CDS que chegavam ao impasse, exactamente igual, ao ocorrido com a proposta do Plano apresentado havia 10 anos, ou seja, não havia Metro, não havia Plano, e por isso tinham as maiores reservas sobre as opções de mobilidade apresentadas por aquele executivo camarário. --------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Robles (BE), no uso da palavra, disse que se discutia nesse dia na Assembleia mais um Plano de Pormenor para a cidade de Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Eram chamados a pronunciar-se sobre o Plano de Pormenor das Amoreiras. Novamente, a lógica dos instrumentos de gestão territorial era deturpada e invertida, pois avaliavam e decidiam sobre o Plano de Pormenor sem disporem do novo Plano Director Municipal, como ferramenta fundamental da matriz de planeamento da Cidade. Começavam pelo detalhe que condicionava, sem antes disporem das linhas gerais que orientavam. Esta forma de planear a Cidade era errada e potenciava a manta de retalhos urbana ao sabor dos interesses especulativos. -------------------------- ----- De novo, o BE reiterava a sua oposição à ditadura dos Planos de Pormenor que se sobrepunham a um PDM, que só agora entrava em discussão pública, mas ainda assim, aquele Plano de Pormenor havia sido submetido à sua avaliação e teria assim a respectiva crítica. A área da Cidade em questão era marcada por três zonas distintas que se destacavam claramente; a zona comercial e de serviços, constituída pelas torres das Amoreiras e pelo complexo de edifícios entre a Rua Silva Carvalho e a Rua Carlos Alberto da Mota Pinto, o reservatório da EPAL, e por último, a zona de habitação junto à Rua de Campo de Ourique que incluía as instalações dos bombeiros voluntários. Tinham portanto uma zona de habitação muito degradada e uma outra zona com fortíssima presença de comércio e de serviços. ---------------------------------- ----- Registavam também a incapacidade daquele plano para resolver os problemas de mobilidade e de estacionamento naquela zona em particular, que funcionava diariamente como uma das principais portas de entrada na Cidade. O desrespeito pela capitação do estacionamento, prevista no PDM, iria contribuir para uma clara degradação da circulação em toda a zona. Acrescia, agravando o problema, a

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interrogação que envolvia o prolongamento da linha do Metro para aquela zona, questão sobre a qual a Câmara Municipal de Lisboa se deveria envolver activamente. - ----- Concordavam com a necessidade de recuperar o edificado que se prolongava para Norte do Bairro de Campo de Ourique como, aliás, defendiam para outras zonas da cidade de Lisboa. No entanto, aquele Plano era caracterizado por um elevado empolamento de usos destinados a comércio, turismo e serviços, que juntos totalizavam 72% da área. As contas eram claras, e o uso destinado exclusivamente à habitação resumia-se a 28% do total, o que era manifestamente muito pouco, se o objectivo fosse transformar a cidade num espaço de vida e trazer as dezenas de milhar de lisboetas, que haviam sido expulsos do centro nos últimos anos, de volta para a Cidade. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sabiam que o actual e desactualizado PDM impunha uma percentagem mínima de uso destinada a habitação entre 40 a 60% da atribuição de edificabilidade. Então perguntava-se como é que aquele Plano respeitava o PDM. Simplesmente porque a área destinada a turismo, 18%, destinava-se a um hotel com pelo menos quatro estrelas e era contabilizado daquela forma, manhosa, como habitação. ------------------- -----As freguesias abrangidas por aquela intervenção, Santa Isabel e Santo Condestável, eram habitadas maioritariamente por uma população envelhecida, conforme era caracterizado no estudo sociológico que apoiava aquele Plano. Se assim era, a política que apostava em mais serviços e mais comércio, numa zona bem servida pelo comércio local do bairro e pelo Centro Comercial das Amoreiras era uma política errada e que conduzia novamente à exclusão de quem queria viver naquela zona da Cidade. Concordavam na aposta de equipamentos que era feita naquela zona da Cidade, mas não podiam concordar com uma opção de atribuição de usos que contrariava claramente o repovoamento da Cidade. Aliás, sobre equipamentos, referia o Centro Social de Campo de Ourique, localizado na Rua Ferreira Borges, destinado a creche, centro de dia para idosos e apoio domiciliário, que estava abandonado havia quatro anos. Pelos vistos, a Câmara dizia que a responsabilidade era da Santa Casa da Misericórdia e esta devolvia a acusação. Era um pingue-pongue e não satisfazia as necessidades da população daquele bairro. O reforço de equipamentos previsto naquele Plano de Pormenor devia significar um efectivo compromisso e não apenas um preenchimento de cotas. -------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, sublinhava que aquele Plano de Pormenor, com uma baixíssima atribuição de uso habitacional, não contemplava uma medida de elementar justiça social na política de planeamento urbano; consagrar uma percentagem de construção, a custos controlados, que permitisse que as zonas mais caras da Cidade não se tornassem guetos para ricos. Aquela zona de Campo de Ourique, em particular, fora historicamente ocupada por trabalhadores. A memória histórica persistia ainda em algumas das vilas operárias e pátios, junto à Rua de Campo de Ourique. Ao longo dos anos, essas vilas haviam-se degradado e os seus ocupantes tinham sido empurrados para a periferia. Aquela tendência das últimas décadas tinha de ser invertida. Não podiam existir zonas da Cidade para ricos e zonas de Cidade para os outros. Competia ao município planear uma Cidade que fosse inclusiva e não excluísse ninguém. --------

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----- O Sr. Vereador, na apresentação daquela Proposta, havia-a referido como um pequeno Plano de Pormenor. Era de facto um pequeno Plano de Pormenor, mas com muitas deficiências que poderiam criar grandes problemas e, sobretudo, não apresentava soluções para os problemas de habitação no centro da Cidade. ------------- ----- Aquele Plano de Pormenor teria de prever uma maior percentagem destinada a habitação, e parte dela, a custos controlados, e o que fazia na realidade era alimentar a exclusão. Devia prever uma componente de reabilitação de alguns dos edifícios, e pelo contrário, apostava na demolição geral. Sobretudo, deveria transformar a zona das Amoreiras num espaço de cidade regenerada e vivida pelos Lisboetas. Não o fazia, e por isso não contava com o apoio do BE. ------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Aline Hall (PPM), no uso da palavra, disse que já tinham visto aquele executivo dividir a Cidade em vinte e quatro despensas, transformando o povo de Lisboa em enlatados. ---------------------------------------------- ----- Continuou, inquirindo “E o povo, pá?” -------------------------------------------------- ----- Pensavam nos munícipes que diziam “Esta Lisboa que eu amo” e afinal dessa Lisboa pouco restava. Viam aquele executivo destruir impiedosamente a Lisboa dos Bairros, a Lisboa da Cultura Popular, com a qual não só a população se identificava, como também era assim vendida ao turismo, que quando cá chegava não a reconhecia, e perguntavam, “e o povo, pá?” ---------------------------------------------------------------- ----- Perguntava porque não colocar espaços verdes, melhorando a qualidade de vida e dando as boas vindas a quem entrava na Cidade. A entrada nobre da Cidade não podia ter uma barreira de betão. Tinha que ser uma entrada digna, ainda para mais com uma rua, cujo nome, era do rei magnânimo. Prestigiar a Cidade, com certeza, mas não tapá-la. Se não conhecessem aquele executivo, diriam até que os interesses imobiliários pareciam acima dos interesses dos cidadãos. Ouvira dizer que melhor que um mau Plano ou um Plano feito à pressa, por menor que fosse, era preferível Plano algum. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Já tinham ouvido o “requiem” à tradição do municipalismo e do poder popular, agora com grande pesar, sob os seus olhos, viam matar a Lisboa tradicional. Reabilitar, sim, era o dever de todos. Boas condições de vida ligadas à ecologia, ao ambiente e à mobilidade, aplaudiam. Estacionamento regrado, com toda a certeza. Descaracterizar a Cidade é que diziam não.--------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Arruda (MPT), no uso da palavra, referiu que relativamente ao Plano de Pormenor das Amoreiras que o executivo camarário nesse dia submetia àquela Casa, gostaria de informar que o MPT, após ter efectuado análise à Proposta n.º 609/2011, detectara algumas situações que entendia não acautelarem devidamente o interesse do Município. ----------------------------------- ----- Assim, começaria por indicar que o Plano de Pormenor das Amoreiras não valorizava devidamente a área de implantação e era omisso noutras questões que entendiam prioritárias. Em primeiro lugar, e contrariamente ao proposto no Plano de Pormenor, que referia que a manutenção daquela área afecta ao Reservatório da EPAL, devesse ser considerado como um espaço privado, sem possibilidade de fruição pública, concordavam com o entendimento da Comissão de Coordenação e

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Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que considerava que o espaço em causa deveria ser de fruição pública, por forma a valorizar aquele espaço, que constituía uma barreira urbana entre os diversos aglomerados existentes. ---------------- ----- Em seguida, verificavam que o Plano de Pormenor das Amoreiras não indicava qual era a cércea máxima admitida para aquela zona. De facto, não se indicava qual seria a cércea dos edifícios a construir, apenas se referia o número de pisos, não sendo assim possível verificar se existia conformidade ou não com os máximos estabelecidos no Plano Director Municipal. -------------------------------------------------- ----- Acrescia que aquele Plano de Pormenor, que também não fazia qualquer referência aos índices de impermeabilização deveria, no que respeitava aos recursos hídricos, enquadrar orientações em mecanismos com vista à garantia das melhores soluções para a retenção e aproveitamento de águas pluviais para usos não potáveis, e a promoção de infiltração de águas no solo. Julgavam que dessa forma se permitiria o cumprimento do estabelecido no RMUEL. Relativamente à gestão sustentável de recursos hídricos, ou seja a manutenção da capacidade de infiltração e retenção dos solos, conforme referia o art. 20º, a gestação da água, de acordo com o art.º 21º e a eficiência de reutilização e reciclagem de águas, ao abrigo do disposto no art.º 28º. ---- ----- A nível ambiental cumpria referir, no respeitante ao ruído, verificar-se que fora efectuada uma muito breve caracterização acústica da situação actual, e a avaliação da conformidade elementar do ambiente sonoro, da área de intervenção do Plano. Acontecia que da análise efectuada à situação actual, e conforme se referia no relatório do Plano, os níveis sonoros de ruído ambiente encontrados para a área do Plano estavam, em parte, em desconformidade com o disposto no regulamento geral do ruído, o Decreto-Lei n.º 9 de 2007, de 17 de Janeiro. ----------------------------------- ----- De facto verificara-se que existiam níveis sonoros de ruído ambiente superiores aos valores limite legalmente impostos em mais de 10 decibéis, principalmente junto aos principais eixos viários, isto é, na Rua José Gomes Ferreira, na Av. Eng. Duarte Pacheco e na Rua Carlos Alberto da Mota Pinto. -------------------------------------------- ----- Face às razões expostas, o Grupo Municipal do Partido da Terra decidira votar contra a presente Proposta, por entender que a mesma não acautelava devidamente os interesses do Município. ------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira (PSD), no uso da palavra, disse que tinha sempre nas suas intervenções o nome do Senhor Presidente da Câmara entre parênteses, porque não queria cometer a indelicadeza de saudar uma cadeira vazia, e nessa altura já podia, ao ler, retirar a menção. -------------------------------------- ----- A metodologia que aparentemente a Câmara Municipal de Lisboa estava a adoptar na multiplicação de planos localizados e avulsos, em termos de plano de pormenor ou de urbanização, descaracterizava a cidade de Lisboa e desobedecia sistematicamente ao regulamento do Plano Director Municipal em vigor. Estava a falar do que estava em vigor e não do que estava em discussão. Eram, evidentemente, o pior sistema de planificar a cidade e fazer futuro. De novo naquela Proposta N.º 609/2010, relativamente ao Plano de Pormenor das Amoreiras, era utilizada a mesma perspectiva, com a agravante que vinha já sendo sistemática, de promover grande

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volume de construção numa zona consolidada da Cidade, sem providenciar estacionamentos públicos suficientes, nem sequer obedecendo à capitação imposta no PDM em vigor. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Era um mau Plano. Já se tornava costume, e era de novo um mau Plano. Era a política de betão no seu estado mais puro. Aliás, bastava atender aos pareceres da Comissão de Urbanismo e Zona Ribeirinha e da Comissão de Planeamento Estratégico e Acompanhamento do PDM para constatar que era um mau Plano. Não obedecia ao Plano Director Municipal - as cérceas eram superiores ao admitido. A mobilidade seria agravada. O estacionamento público, caótico. A unidade morfológica do Bairro de Campo de Ourique, destruída. -------------------------------------------------- ----- Não era possível continuar a fazer a Lisboa de amanhã à custa da cidade que era actualmente. As cidades sustentáveis tinham que respeitar o que eram e não era apagando a cidade que se fazia cidade. Já ali fora dito nesse mesmo dia que se encontravam vantagens no fecho da frente urbana fronteira às Amoreiras, e na resolução nos problemas de instalação da muito venerável instituição dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique. Restava saber se haveriam verbas disponíveis para a construção do novo quartel. Havia vantagem até na resolução do contencioso com a EPAL, mas era de facto uma má forma de a resolver. Pelo menos, resolvia-se. --------- ----- A inexistência de novas alternativas de estacionamento em Campo de Ourique, como era a necessária linha e estação de metropolitano e novos silos ou parques, como ali já tinha sido abundantemente chamado a atenção, para além da manifesta falta de equipamentos públicos faziam aquele Plano e aquela Proposta extremamente desfavoráveis à cidade de Lisboa. Nem sequer tinham a redenção de prever habitação a preços limitados ou acessíveis, pelo que o projecto representa na realidade uma barreira física e social a Campo de Ourique e a Lisboa. Não se preocupava sequer com a imprescindível retribuição aos moradores, melhoramentos na sua área de habitação, que de alguma forma compensassem os sacrifícios na vivência habitual, que um projecto construtivo tão brutal sempre implicava. Era de facto um mau Plano. Não mereceria a aprovação do PSD.----------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Teixeira (PS), no uso da palavra, começou por dizer que em primeiro lugar as suas palavras iam no sentido de saudar o espírito reformista da Câmara Municipal de Lisboa. -------------------------------------------------- ----- Haviam encontrado soluções para os espaços de Lisboa. Encontra-se Lisboa adiada nas respostas que eram necessárias para a cidade e para os seus residentes, é que não podia continuar. Aquele Plano das Amoreiras, tal como o Plano da Matinha e da Baixa Pombalina eram bem a demonstração do espírito reformista que a Câmara Municipal de Lisboa tinha concretizado ao longo dos últimos 3 anos. -------------------- ----- Tinha também presente que ficar parado não era de todo o caminho. Não era esse caminho que Lisboa precisava. Lisboa não podia continuar adiada nas respostas e na qualidade de vida que devia ser acrescentada. Uma palavra também para os técnicos municipais, ali saudados já por vários representantes das diferentes bancadas dos grupos políticos ali presentes, e saudá-los também pela responsabilidade da realização

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da Proposta. Em boa hora a Câmara Municipal de Lisboa voltara a dar uso aos recursos humanos da autarquia, e bem. ------------------------------------------------------- ----- Sobre o Plano, todas as entidades haviam dado um parecer favorável, pelo que considerava expectável, o grupo político do PS só podia considerar expectável, que o mesmo desfecho acontecesse naquela reunião da Assembleia. Relativamente a alguma polémica que ali fora trazida sobre o estacionamento, bastava olhar para a cidade de Lisboa e também para outras cidades do país e também do continente europeu. O estacionamento era um problema que não era único nem exclusivo da cidade de Lisboa, e a resposta a este problema só poderia ser encontrada com novas formas de mobilidade. O paradigma da mobilidade do utilizador, do residente em Lisboa e daquele que usufruía da Cidade tinha que ser encontrado e esse problema não se resolvia com a criação de mais estacionamentos, mas terminava como começara, saudando o Plano e a sua realização. Parada, como estava Lisboa, é que não se podia continuar. O Plano resolvia vários problemas ao nível de um conjunto de vazios, propondo-se tratar uma zona que tinha estado esquecida. Há quantos anos se passava pela zona das amoreiras e se apontava ali um conjunto de problemas que neste espaço existiam, tal como noutras zonas da Cidade. Em boa hora a Câmara Municipal de Lisboa e os seus técnicos tinham avançado com um Plano que merecera o parecer favorável de todas as entidades. --------------------------------------------------------------- ----- Por fim, devia dizer também algo que lhe parecia fundamental relativamente ao problema da mobilidade. Infelizmente o país actualmente não encontrava as melhores soluções financeiras para dar continuidade a uma linha de metro. Enquanto lisboeta, até gostaria que o Metro fosse de Lisboa ao Porto. Era uma questão de comodidade, mas outras formas e outros meios de transporte colectivos da Cidade de Lisboa podiam reunir também uma resposta favorável e positiva àquela zona das Amoreiras. - ----- O Senhor Deputado Municipal Graça Gonçalves (PSD), no uso da palavra, disse que ia ali falar sobre o Plano de pormenor das Amoreiras, principalmente na sua qualidade de 63 anos de vivência em campo de Ourique e na qualidade de ex-presidente da Junta de Freguesia o Santo Condestável. Era evidente que aquele plano de Pormenor em relação ao Santo Condestável, era a zona onde mais iria ser construída. O resto era uma zona consolidada em que pouca construção poderia haver e para si e provavelmente para todos os residentes de Campo de Ourique, aquele Plano de Pormenor de Santo Condestável era uma desilusão total. Era um mau Plano para Campo de Ourique, era um mau Plano para a zona residencial da freguesia do Santo Condestável. Aquilo que acabara de dizer já tivera a oportunidade de dizer aos senhores vereadores que tinham estado presentes na Comissão sobre dois ou três aspectos que devia referir ali. ------------------------------------------------------------------ ----- Sobre o estacionamento, não acreditava naquilo que dissera o Sr. Vereador Manuel Salgado, que todo o espaço público para parqueamento na rua e o silo que ia ser perspectivado não ia chegar com certeza para a pressão de carros que ia existir naquela zona e por conseguinte, Campo de Ourique, Santo Condestável, que tinham graves problemas de estacionamento iam ainda ser mais prejudicados pela quantidade de prédios que iam ser ali construídos e que criavam grande pressão naquela matéria.

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Porque não acreditava que iria ser construído um silo, como não acreditava que iria ser construído um silo na Rua Afonso do Paço porque se os projectos de financiamento fossem os mesmos de há 15 anos eles não seriam igualmente construídos. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sobre o problema da Rua Ferreira Borges, que estava sobrecarregada de circulação, com a concentração de viaturas à saída dessa rua originada por aquele empreendimento da EPAL, iria concerteza afunilar toda aquela zona e iria piorar e não melhorar. E aquela divagação, que estava no projecto, que era fazer uma saída da Rua Tomás da Anunciação para a Rua Gomes Ferreira, era um artifício que não ira melhorar a circulação porque iam ter as duas à mesma rua, o que provavelmente originaria grandes problemas de circulação automóvel na zona. Também nesse aspecto não acreditava naquilo que o Sr. Vereador Manuel Salgado ali dissera e dissera também nas Comissões. ---------------------------------------------------------------- ----- Sobre a altura dos prédios no espaço do actual quartel dos bombeiros, o Sr. Vereador, e disse-o muito bem, referiu que inicialmente no projecto do ano passado, tinha oito pisos e agora iria ter seis. Não iria ter seis. Aquele seis representava para Campo de Ourique, sete ou oito, porque era uma construção na zona mais alta de Campo de Ourique. Era uma zona da Rua de Campo de Ourique que iria ficar abafada com os tais prédios que o Sr. Vice-Presidente disse que podiam ser construídos no âmbito dos três ou quatro pisos, ia ficar abafada pelo conjunto de prédios que iam ser construídos, com seis, que na realidade são sete ou oitllllll andares que iam emergir e descaracterizar o Bairro de Campo de Ourique que tinha uma média de 4 pisos e 5 pisos nos cruzamentos. -------------------------------------------------------------------------- ----- Havia realmente um lado positivo que era o quartel dos bombeiros de Campo de Ourique, que pelo menos iria ficar no papel que ia ser construído e que era a única coisa positiva que via no Plano de Pormenor, na área circunscrita da sua intervenção. Chamava a atenção para a acessibilidade ao quartel que como estava inicialmente não era boa, pois tinha ligações à Rua Maria Pia, a qual possuía grande volume de tráfego, o que criaria graves problemas de acessibilidade ao quartel. ------------------------------- ----- Pelo ponto de vista dos fregueses e habitantes de Campo de Ourique aquele era um mau projecto, era um mau Plano de Pormenor e por conseguinte, e conforme já dissera o Sr. Deputado Magalhães Pereira, o sentido de voto do Grupo Parlamentar do PSD iria ser de não favorável. ------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Pedro Cegonho (PS), no uso da palavra, disse que gostava de salientar em primeiro lugar que a função de planeamento, nomeadamente, planeamento estratégico, por parte das autarquias locais, era das funções mais nobres que estavam cometidas legalmente às autarquias locais, às câmaras municipais, às assembleias municipais e às juntas de freguesia através do acompanhamento que deviam fazer daqueles instrumentos de planeamento. ------------ ----- Ouvira durante as diversas intervenções desse dia, salientar que o último plano que fora apreciado naquela câmara relativamente ao Plano de pormenor das Amoreiras teria sido havia 10 anos. Gostava, enquanto presidente da junta de Freguesia do Santo condestável, de lembrar que a primeira versão de um Plano de

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pormenor para aquela zona, fora aprovado em reunião de Câmara em 1991, portanto, havia 20 anos. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Campo de Ourique, santo condestável, não podia esperar mais 20 anos para ter um planeamento estratégico para aquela área. O Plano que estava em apreciação, elaborado e bem, pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa, e congratulava-se por esse facto, previa equipamentos públicos de especial importância para o Bairro de Campo de Ourique, e para as zonas de Santo Condestável e Santa Isabel. Previa ainda a implantação do quartel dos bombeiros voluntários de Campo de Ourique no novo edifício, incluindo valências que actualmente não tinha, nomeadamente, nas áreas desportivas, e relembrando a importância estratégica também para a protecção civil da cidade de Lisboa, do quartel dos bombeiros voluntários de Campo de Ourique. --------- ----- Relativamente ao estacionamento e à mobilidade, se por um lado não podiam deixar de olhar para um Plano de Pormenor como uma regra especial, geral, que era o plano Director Municipal, encaixando-se e articulando-se por isso, juridicamente na perfeição, por outro lado não podiam deixar de pensar que cada Plano de Pormenor teria o seu plano de execução e seria obviamente no seu plano de execução que seria validada a elasticidade das propostas criadas pelo Plano de Pormenor e das vantagens e desvantagens das diversas recomendações, em termos de mobilidade, que o Plano trazia à colação. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Por último, gostava de referir que das avaliações efectuadas, tinham constatado que havia um enfoque relativamente à questão do estacionamento, mas como presidente de junta não podia deixar de chamar a atenção para os Srs. Deputados de que o sistema de mobilidade não se restringia ao uso do automóvel. Devia ser olhado de forma integrada e colocando o peão no centro dessa avaliação. ------------------------ ----- Aquele Plano procurava potenciar as ligações entre Campolide, as Amoreiras e Campo de Ourique, e por isso, projectava-se qualificar os percursos pedonais, tornando-os mais cómodos, seguros e atractivos. Mais largos, naturalmente, com sombra dos alinhamentos arbóreos e das galerias, com pontos de interesse, fossem comércio ou equipamentos, em suma, com condições para todo o tipo de mobilidade e com razões para ser percorrido. ---------------------------------------------------------------- ----- Campo de Ourique não podia esperar mais vinte anos por aquele planeamento estratégico. Era importante que a malha ortogonal do Bairro de campo de Ourique fosse fechada a Norte através daquele instrumento, e por isso apelava à sua aprovação. ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado, no uso da palavra para esclarecimento, começou por referir que valia a pena aproveitar aqueles momentos para aprofundar um pouco algumas questões que tinham a ver com o Planeamento da Cidade. ----------- ----- A primeira questão que queria abordar tinha sido suscitada, pelo menos, por dois dos Srs. Deputados, nomeadamente, pelo Sr. Deputado Silva Dias e resumia-se numa pergunta, ”Porquê aprovar planos de pormenor antes de ter o novo Plano Director aprovado?”. Sentia-se particularmente à vontade para abordar aquele tema, porque para além da sua função enquanto político e responsável pela área do Urbanismo, era especialista naquela matéria, e havia muitos anos que andava naquela actividade. Havia mais de quarenta anos que trabalhava na área do Planeamento. --------------------

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----- A metodologia correcta para se fazer um Plano Director Municipal era funcionar simultaneamente de baixo para cima e de cima para baixo. O que queria dizer com isso, é que era necessário conhecer a realidade, identificar os problemas e encontrar as soluções, e era necessário simultaneamente ter uma visão de conjunto e construir um modelo de conjunto para a Cidade toda, e uma coisa não se devia fazer sem a outra. Por isso, em Janeiro de 2008, haviam iniciado a fundo os trabalhos da revisão do Plano Director, aproveitando tudo o que já estava feito, fazendo uma reflexão e uma avaliação de tudo isso, e actualmente estavam na situação particularmente satisfatória de terem uma Proposta de Projecto de Plano que já por duas vezes tinha ido à Câmara, por duas vezes tivera aprovação da Câmara, e tivera o parecer favorável da Comissão de Acompanhamento e das várias entidades que a constituíam. ---------------------------- ----- Hoje tinham várias áreas estratégicas da Cidade que actualmente já contavam com os Planos de Pormenor aprovados, como era o caso da Baixa Pombalina, da Av. da Liberdade, da Matinha e do Centro de Congressos da Junqueira, que já tinha os seus planos feitos, e tinham simultaneamente um Plano Director que os enquadrava e os integrava e que dava resposta efectivamente a uma ideia geral para a cidade de Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Plano das Amoreiras, como começara por dizer, era um pequeno Plano numa área grande. Ainda bem que o Sr. Deputado do CDS-PP o referira, porque isso ajudava-o a fazer as contas. Eram treze hectares e quarenta e quatro mil metros quadrados de construção, o que significava um índice de construção de 0,38, o que era uma coisa completamente ridícula, residual. O Plano das Amoreiras era um plano de remate de malhas. Era um plano para fechar e preencher alguns vazios e completar o que existia. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- O segundo tema que gostava de referir era a questão dos limites à elaboração de um Plano de Pormenor. A legislação urbanística portuguesa previa que a execução dos Planos pudesse ser feita essencialmente por três tipos de figuras; pelos IGTs, Instrumentos de Gestão Territorial, Planos de Urbanização e Planos de Pormenor e pelas chamadas Unidades de Execução. Estas só podiam executar o Plano nos estritos termos em que o Plano estava definido. Nunca haviam feito nenhuma Unidade de Execução em Lisboa, mas tinham algumas preparadas para em breve as submeter à Câmara. E depois tinham os Planos de Pormenor, e a legislação dizia expressamente, e sabia que isso chocava alguns dos presentes, nomeadamente, o Sr. Deputado Silva Dias - que achava que era uma perversão da figura do planeamento - mas uma das formas de alterar o Plano Director Municipal era exactamente através dos Planos de Pormenor. Isso fazia todo o sentido, porque o plano de pormenor definia uma regra geral para todo o território do município e, a dada altura, podia chegar à conclusão que numa determinada área fazia sentido, ou alterar as percentagens de usos ou aumentar ou reduzir o número de pisos, e a partir do plano poderia surgir a possibilidade de, aperfeiçoando o PDM, introduzir correcções. --------------------------- ----- Aquele era de facto o quadro, e por isso o Plano de Pormenor tinha que ser proposto pela Câmara à Assembleia Municipal, depois de ter pareceres de todas as entidades. Portanto, quando o criticavam porque os planos de pormenor tinham

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índices de estacionamento diferentes daqueles que estavam no PDM em vigor, respondia, pois tinham, e por isso era um Plano de Pormenor, e por isso a Câmara, e principalmente a Assembleia, se tinha que pronunciar sobre se concordava ou não com isso. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A terceira questão que ia abordar e que tinha a ver com a intervenção do Sr. Deputado João Serra, era que o Plano tinha opções erradas. Achava que essa era uma boa maneira de se discutir um plano, porque efectivamente não se tratava de discutir os aspectos técnicos, mas sim as opções do mesmo plano. Podia transmitir quais haviam sido as opções que o executivo plasmara naquele plano, que os técnicos haviam executado, que levara à Câmara, que fora aprovado pela Câmara, que tivera parecer favorável e que estava submetido à apreciação da Assembleia. ------------------ ----- A primeira grande opção era, em relação ao estacionamento, conter a oferta. A ideia era conter a oferta de estacionamento público e não o estacionamento gerado pela habitação. Não era o estacionamento exclusivo para cada uma das funções, mas a oferta de estacionamento público, porque esse era o instrumento que o município de Lisboa na sua opinião, tinha de controlar o afluxo de veículos à Cidade. Por uma razão de sustentabilidade ambiental da Cidade de Lisboa, era preciso haver menos carros a circular ou então definitivamente punha-se de parte a exigência de cumprir a normativa tanto no que dizia respeito a ruído, como no que dizia respeito a qualidade do ar. A opção fora conter a circulação de automóveis em Lisboa, conter a oferta de estacionamento público. Mas admitindo que se ia aumentar a oferta de estacionamento público, então haveria duas alternativas; ou se colocava o estacionamento na via pública e alargavam-se as áreas de estacionamento e, inclusivamente, chegava-se ao topo Norte de Campo de Ourique, fazia-se o grande terrapleno e era um grande parque de estacionamento dissuasor, e onde era terreno municipal só havia estacionamento de automóveis (era uma opção possível), ou então construíam ali e metiam o estacionamento em silos. ---------------------------------------- ----- O silo custava dinheiro, ainda há pouco havia sido referido, pelo Sr. Deputado, que o modelo de financiamento dos silos automóveis previstos para Campo de Ourique levavam a que os estacionamentos não fossem susceptíveis de serem executados. Era uma opção a tomar. Não construir nem mais um metro quadrado em Campo de Ourique, transformar os terrenos municipais num grande parque de estacionamento público, funcionando como o estacionamento à superfície e podia-se cobrar esse estacionamento. Porque se fossem pôr os carros debaixo de chão, também dizia que não era preciso fazer muito mais oferta, porque ele existe nas amoreiras e as pessoas não punham lá o carro porque não tinham dinheiro para pagar. Então, talvez fosse preferível como, aliás, fora sugerido no relatório de uma das comissões, melhorar o acesso por transporte público. Enquanto não havia metro, pôr um transporte mais constante e com maior capacidade a servir aquela área. ----------------- ----- Em relação ao terceiro tema - a conservação do património edificado, achava que se lessem de uma forma desapaixonada aquilo que estava na proposta do Plano, viam que era isso que lá estava. Onde é que existia património edificado na área de intervenção daquele Plano? Era na Rua de Campo de Ourique, onde havia quatro

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edifícios de dois pisos que estavam em muito mau estado, que estavam em ruína e que não tinham valor patrimonial e que se propunha demolir. No resto de edifícios, aquele que tinha maior qualidade e que estava para norte da Rua Ferreira Borges, era transformado em Centro Cívico. Todos os que estavam para baixo em direcção à Rua Maria Pia, eram mantidos e conservado. Eram edifícios para reabilitar. ------------------ ----- Havia depois uma pequena vila operária, a Vila Sérgio, que estava localizada junto ao edifício onde havia anos estivera a Biblos e perguntava se era de manter aquele conjunto que não tinha de facto valor arquitectónico, só tinha valor de memória, e deixar aquele espaço, aquele buraco que existia entre dois edifícios altos ao longo da Av. Mota Pinto. A opinião do executivo fora que não se justificava. Devia ser feito um registo, conservada a memória daquele elemento, mas não mantê-lo. A opção do Plano era construir nesse espaço. --------------------------------------------------- ----- A quarta questão a referir era sobre a solução urbanística que se utilizara. Para utilizar uma expressão da gíria urbanística, o que se fizera fora cerzir as malhas daquele tecido. Tinham sido pequenas intervenções de remate para preencher os vazios, para completar aquilo que lá estava construído. As áreas para equipamentos estavam previstas e estavam lá. Mistura de funções, concerteza. Não fazia sentido que tudo fosse comércio, nem que tudo fosse serviços, nem que tudo fosse habitação. ------ ----- Deixara para o fim a questão do número de pisos, porque achava que também era preciso desmistificar aquela situação. Através das novas tecnologias como o GOOGLE, havia felizmente a possibilidade de qualquer pessoa poder ver, imediatamente, a altura dos edifícios. Enquanto os Srs. Deputados tinham estado a falar e a criticar a altura dos edifícios e o facto de haver edifícios de seis pisos na Rua Mota Pinto, dera-se ao trabalho de consultar o Google e de ver a altura dos edifícios, e ficara surpreendido. Os edifícios que estavam em frente à Igreja, eram edifícios com seis pisos, mas de grande altura, e com frente para a Igreja, e os edifícios que estavam a fazer, de seis pisos, tinham frente para o Reservatório da EPAL. ----------------------- ----- No Largo do Jardim da Parada os edifícios tinham sete pisos. Acabara de ver isso no momento e estava à vontade para poder falar. Eram sete pisos em vários edifícios construídos ao longo do Jardim da Parada. Quanto ao edifício da ex-Biblos, nem referia o número de pisos, porque isso já era uma loucura, mas o edifício que fazia a esquina da D. João V para a José Gomes Ferreira, tinha sete pisos, mais um recuado, e depois tinha uma torre no topo que tinha dez pisos. Ora, era na continuidade daquele edifício que iam construir ou propunham que iam construir, em terreno municipal, edifícios de seis pisos, e quando o Sr. Deputado Graça Gonçalves dizia que seis pisos correspondiam a oito, não era assim, porque a diferença de cota que estava a referir correspondia a três metros. Que visse as cotas altimétricas que estavam nas cartas da Cidade, entre o ponto onde estavam implantados aqueles edifícios e o centro de Campo de Ourique, junto à Igreja. Eram três metros de diferença! Era absolutamente imperceptível, e quando se dizia que seis pisos era um exagero, isso era uma opinião, porque aquilo não era uma questão técnica, nem podia ser dito que estavam ali a querer dar dinheiro a ganhar a alguém, porque esse alguém era a Câmara Municipal. Portanto, a questão era optar, num terreno da Câmara, sobre qual era a melhor

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solução, se era a dos seis pisos, uma vez que, depois de avaliação, tinham optado, não por oito, nem por quatro, mas pelos seis pisos. ----------------------------------------------- ----- Numa última nota, gostaria de dizer porque é que propunham que se pudesse virar directamente à esquerda, na José Gomes Ferreira, para o centro de Campo de Ourique. É que actualmente quem queria ir para Campo de Ourique, utilizava a Rua de Campo de Ourique e passava ali a Rua Silva Carvalho e a Rua de Campo de Ourique. Efectivamente, era isso que se pretendia evitar. A Rua de Campo de Ourique era protegida. Podiam dizer que se estava a transferir as dificuldades para outro ponto, mas era um ponto com mais capacidade e com menos impacto negativo do que a continuação da circulação de todos os carros pela Rua de Campo de Ourique. ---------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 15/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PEV, PCP e 2 IND, votos contra do BE, PPM, MPT e CDS-PP, e a abstenção do PSD e 4 IND. ------------------------------------- ----- Seguidamente, A Senhora Presidente informou que se iria reservar a discussão da Proposta n.º 717/2010 para o regresso do Sr. Presidente, o qual tivera um impedimento que o levara a sair, e que O Sr. Vereador tinha pedido que as Propostas n.º 726/2010 e n.º 1/2011 fossem discutidas conjuntamente, mas uma vez que faltavam, à primeira, os Pareceres do PDM, do Urbanismo e do Ambiente, elas não poderiam ser discutidas nesse dia. ------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Nunes da Silva, no uso da palavra, solicitou que o seu pedido anterior fosse anulado, pois era preferível que fosse discutida a Proposta n.º 1/2011 separadamente, uma vez que já contava com os devidos Pareceres. -------------- ----- Seguidamente, a Senhora Presidente pôs à discussão a Proposta n.º 1/2011.------ ----- PONTO 7 – PROPOSTA N.º 1/2011 - APROVAR A ALTERAÇÃO DOS ARTIGOS 1º, 3º, 4º E 5º DOS ESTATUTOS DA EMEL, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA L) DO Nº 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------ ----------------------------------- PROPOSTA N.º 1/2011 ------------------------------------- ----- Pelouro: Mobilidade ----------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- A alteração dos Estatutos da EMEL alicerça-se na necessidade de se proceder à adaptação do quadro geral delimitador da actividade da empresa ao momento actual, às novas exigências colocadas pela evolução da cidade em matéria de mobilidade e estacionamento e às solicitações de variada natureza efectuadas pela Câmara Municipal de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Esta nova realidade confronta-se com um texto estatutário que é profundamente limitador da actividade da EMEL, quer em termos funcionais, restringindo a sua acção ao domínio do estacionamento, quer em termos territoriais, com focalização exclusiva na cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------- ----- Impõe-se, assim, proceder à actualização dos Estatutos da EMEL por forma a que a empresa consiga corresponder às novas solicitações e exigências que lhe são

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colocadas no momento actual e tenha possibilidades de potenciar a experiência e as capacidades que adquiriu ao longo dos últimos quinze anos, em benefício da cidade e do seu sistema de mobilidade. ------------------------------------------------------------------ ----- A EMEL vem observando nos dois últimos anos uma evolução muito significativa e favorável, sob vários ângulos de observação.-------------------------------- ----- Em primeiro lugar, consolida-se a tendência iniciada em 2009 de assinalável melhoria da sua eficiência global. Em termos operacionais, os habituais indicadores de actividade e de produtividade individual vêm revelando um crescimento consistente em relação aos indicadores do primeiro semestre de 2009.-------------------- ----- Em segundo lugar, a performance obtida permitiu uma redução do passivo bancário de perto de oito milhões de euros em dois anos e posiciona muito favoravelmente a empresa para um período muito exigente de investimento, com os objectivos de: ------------------------------------------------------------------------------------- ----- - Prosseguir o esforço de modernização tecnológica da empresa e de forte aposta na melhoria da qualidade de serviço; ---------------------------------------------------------- ----- - Substituir o universo de parquímetros por equipamentos mais seguros, modernos e adequados aos sistemas de gestão mais evoluídos em implementação na empresa; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- - Dotar a cidade de Lisboa de novos parques de estacionamento, sobretudo nas áreas mais residenciais e carentes, de acordo com o plano e os objectivos enunciados pela Câmara Municipal; ------------------------------------------------------------------------- ----- Responder positivamente às solicitações e aos desafios da Câmara Municipal em matéria de mobilidade, implementando novos produtos e participando em projectos dirigidos à melhoria das condições gerais de mobilidade, circulação e estacionamento na cidade.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Em terceiro lugar, a empresa dispõe hoje de larga experiência e capacidade de gestão em matéria de estacionamento e desenvolveu um sistema de informação e um modelo inovador de gestão em tempo real, que interessam a outros operadores e que algumas cidades pretendem implantar, em parceria com a EMEL. ------------------------ ----- Esta evolução da EMEL no sentido da especialização como operador, da sustentabilidade económica e financeira e da construção de uma imagem de qualidade de serviço e de eficiente capacidade operativa ao serviço das políticas municipais de mobilidade, vem contribuindo para que a empresa seja cada vez mais mobilizada para a implementação ou a participação no lançamento de novos produtos de mobilidade, que extravasam o âmbito estreito do seu objecto estatutário. ------------------------------- ----- É o caso do programa de instalação de pontos de abastecimento dos carros eléctricos na cidade de Lisboa, do projecto de car-sharing, das iniciativas dirigidas a reduzir os fluxos de deslocações dentro da cidade (projectos Busina e de “park and bike”), todas elas iniciativas que facilmente se associam à EMEL, enquanto instrumento empresarial por excelência da Câmara Municipal de Lisboa para actuar na área da mobilidade e do estacionamento, mas que, numa visão mais restrita, não cabem no objecto estatutário da empresa. -----------------------------------------------------

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----- De facto, esta evolução natural da actividade da empresa, resultante afinal da óbvia potenciação da sua experiência e das suas capacidades, enfrenta, como se referiu, o efeito limitador e restritivo dos seus Estatutos, os quais fixam o seu objecto de acção ao domínio exclusivo do estacionamento.------------------------------------------ ----- Em benefício da cidade e da empresa, justifica-se plenamente a revisão dos Estatutos da EMEL, que nos aspectos ora em causa se mantêm inalterados há quinze anos, por forma a que esta possa tomar iniciativas, responder às solicitações da própria Câmara e promover produtos que contribuam para a melhoria do sistema de mobilidade da cidade.---------------------------------------------------------------------------- ----- Desta forma, propõe-se que no âmbito do Objecto Social se estenda a competência da EMEL às actividades que hoje enformam as distintas valências existentes no sistema de mobilidade da cidade de Lisboa. ---------------------------------- ----- Também e por outro lado, a EMEL tem vindo a ser solicitada por outros operadores e por Câmaras de cidades portuguesas ou dentro do espaço lusófono, por vezes dispondo de “Acordos de Geminação” com Lisboa, para a realização de parcerias de distinta natureza. A EMEL é assim confrontada com a solicitação de disponibilizar a sua experiência e competências nas áreas da gestão e controlo dos sistemas de mobilidade e estacionamento de outras cidades, a que não pode corresponder positivamente no contexto do actual quadro estatutário. -------------------- ----- Nestes termos, também por esta razão se justifica consagrar nos Estatutos a capacidade da empresa poder prestar serviços ou realizar parcerias no âmbito de actividades idênticas à prosseguida pela EMEL, que possam também significar o aumento dos recursos captados ou o incremento da capacidade técnica e operacional instalada. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A presente proposta de alteração dos Estatutos da EMEL foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa em reunião de 28 de Julho de 2010, tendo sido submetida subsequentemente à aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa a 23 de Novembro de 2010; ------------------------------------------------------------------------------ ----- Tendo em vista melhorar alguns aspectos do texto final, esta proposta foi retirada e revista em alguns aspectos; ------------------------------------------------------------------- ----- As alterações introduzidas visam essencialmente assegurar que se mantêm sob reserva de competência da Assembleia Municipal de Lisboa, a aprovação e decisão final de um conjunto de matérias fulcrais, claramente enunciadas no novo texto, bem como garantir um maior cruzamento e respaldo institucional na tomada de decisão, para assegurar que os eventuais novos negócios que venham a caber na actividade da EMEL tenham viabilidade e sentido empresariais.------------------------------------------- ----- Atentos os fundamentos expostos, tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere: ------------------------------------------------------------------ ----- Aprovar e submeter à aprovação pela Assembleia Municipal, nos termos das disposições conjugadas da alínea l) do nº 2 do artigo 53º e das alíneas a) do nº 6 e d) do nº 7 do artigo 64º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, da alínea b) do nº 1 do artigo 19º dos Estatutos da EMEL e do artigo 39º nº 2 alínea c) e da Lei nº 53-F/2006, de 29 de

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Dezembro, a alteração dos artigos 1º, 3º, 4º e 5º dos Estatutos da EMEL, de acordo com o documento anexo, que faz parte integrante da presente proposta.” ---------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 17 de Março de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 1/2011: --------------------------------- ----- - Em 28 de Fevereiro de 2011, a Comissão reuniu a fim de proceder à audição do Senhor Vereador Fernando Nunes da Silva, sobre a referida proposta, em conjunto com as Comissões Permanentes de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e na Baixa de Lisboa e para o Planeamento Estratégico e Acompanhamento do Plano Director Municipal;----------------------------- ----- - Anteriormente a alteração dos Estatutos da EMEL já tinha sido submetida à Assembleia Municipal de Lisboa, no entanto, tendo em vista melhorar alguns aspectos do texto final, a proposta foi retirada e revista, aspecto este referido pelo Senhor Vereador na audição anterior;------------------------------------------------------------------- ----- - Neste contexto, a Comissão, depois de analisar a Proposta Nº. 1/2011, bem como a exposição e os esclarecimentos prestados pelo Senhor Vereador na audição, entende que a mesma está em condições de ser discutida e votada, reservando para o Plenário o sentido de voto das forças políticas representadas na Comissão. -------------- ----- - O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o B.E.” ------ ----- O Senhor Deputado Municipal José Maximiano Leitão, na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Ambiente, Mobilidade e Qualidade de Vida, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. --------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Senhora Presidente da Assembleia Municipal enviou para apreciação desta Comissão a Proposta n.º 1/2011 relativa à alteração dos Estatutos da EMEL.------------ ----- Esta Comissão já apreciara anteriormente a Proposta n.º 454/2010 com o mesmo objecto tendo sobre ela emitido o respectivo parecer. --------------------------------------- ----- Na sessão da Assembleia Municipal realizada no passado dia 23 de Novembro de 2010, a referida proposta foi submetida à aprovação, tendo sido solicitadas algumas clarificações sobre o seu sentido e alcance por parte de Deputados Municipais. --------- ----- Com o objectivo de clarificar o sentido das alterações propostas, a Câmara Municipal retirou a referida proposta e deu uma nova redacção a alguns dos seus artigos e apresentou agora a Proposta n.º 1/2011 para substituir a anterior Proposta n.º 454/2010.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Na reunião da Comissão realizada no passado dia 3 de Fevereiro de 2001, o Senhor Vereador, Professor Nunes da Silva, explicou que as alterações introduzidas visaram reafirmar, de forma mais clara, que se mantém sobre a reserva e competência da Assembleia Municipal a aprovação e decisão final de um conjunto de matérias

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fulcrais enunciadas no novo texto, dando uma redacção mais precisa às actividades que se incluem no objecto da EMEL.---------------------------------------------------------- ----- A proposta agora apresentada prossegue os mesmos objectivos da anterior Proposta n.º 454/2010, pretendendo proceder à transformação da EMEL de uma empresa que tinha o seu core business no estacionamento numa empresa que ligue de forma mais dinâmica estacionamento e mobilidade, como a Comissão sublinhou no seu anterior parecer.------------------------------------------------------------------------------ ----- Entre as modificações introduzidas na nova proposta refira-se no que se refere ao seu objecto social a preocupação em delimitar de forma mais precisa as áreas em que a EMEL se propõe intervir. Na redacção anterior estabelecia-se que: --------------------- ----- “1- A EMEL é uma empresa encarregada da gestão de serviços de interesse geral e tem por objecto intervir na gestão e operação do sistema de apoio à mobilidade urbana, estacionamento e serviços associados”. --------------------------------------------- ----- Na actual redacção acrescentou-se: “ nomeadamente na construção e operação de infra-estruturas de apoio à mobilidade pedonal, sistemas de mobilidade eléctrica e produtos partilhados de mobilidade”. --------------------------------------------------------- ----- Verificou-se também a preocupação de referir expressamente a intervenção da Assembleia Municipal no que se refere ao exercício de algumas das actividades que se incluem no seu objecto social. ----------------------------------------------------------------- ----- Assim a EMEL só poderá desenvolver e explorar soluções e modalidades de transportes específicos, nomeadamente no âmbito dos veículos eléctricos, de serviços de transporte para pessoas com mobilidade reduzida ou em áreas não cobertas pela rede de transportes colectivos da cidade bem com os que se referem a serviços de transporte complementar ao transporte individual, mediante autorização prévia da Assembleia Municipal (art.3.º, n.º2, alínea l)). ----------------------------------------------- ----- Prevê-se igualmente que a EMEL só poderá construir, explorar e desenvolver infra-estruturas e serviços associados a meios de transporte utilizadores de energias alternativas, mediante autorização prévia da Assembleia Municipal. (art.3.º, n.º2, alínea n)). ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Refira-se que como já constava da proposta anterior de alteração dos Estatutos da EMEL, no art.4.º (Regime de actividade): ---------------------------------------------------- ----- “1. A EMEL exerce a sua actividade em regime de exploração do serviço público. 2.Para prossecução do seu objecto, conforme definido nos números anteriores, a EMEL poderá celebrar acordos de colaboração e contratos, nomeadamente de prestação de serviços, com entidades de natureza pública e privada e, mediante autorização da Assembleia Municipal, por proposta da Câmara Municipal de Lisboa, criar ou participar em sociedades já existentes, ou a constituir, ou em agrupamentos de empresas que prossigam actividades que se enquadrem no mesmo objecto social, tendo especialmente por objectivo a obtenção de recursos que permitam optimizar a sua prestação de serviço público”. -------------------------------------------------------------

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----- No art.5.º aperfeiçoou-se a redacção, substituindo a fórmula vaga “Nos termos e para os efeitos do previsto na legislação aplicável, pode ser delegado na EMEL” por “A Câmara municipal poderá delegar na EMEL”. ------------------------------------------- ----- A Proposta n.º 1/2011 respeita as disposições legais e regulamentares aplicáveis, estando em condições de ser discutida pelo Plenário. --------------------------------------- ----- Os diferentes Grupos Parlamentares reservam para o debate no Plenário a definição do seu sentido de voto.--------------------------------------------------------------- ----- (Este parecer foi aprovado por unanimidade pelo PSD, PS, PCP, CDS e MPT, estando ausentes o BE, o Partido Ecologista Os Verdes e o Senhor Deputado Independente, tendo a Senhora Deputada Deolinda Machado apresentado, em nome do PCP, a Declaração de voto em anexo).----------------------------------------------------- ----- O Sr. Vereador Nunes da Silva, no uso da palavra, para apresentação da proposta disse que mais do que apresentar a proposta que já tinha sido anteriormente discutida e apresentada, queria pedir desculpas pela sua inabilidade relativamente à forma procedimental, porque tinham na altura pedido, dado que as propostas estavam muito próximas, que fossem discutidas em conjunto, mas como tinham tido percursos diferentes no interior dos órgãos municipais, acabara por passar muito tempo e não queriam atrasar mais a aprovação dos estatutos, julgara que isso seria transmitido de outra forma. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, os seus agradecimentos, em primeiro lugar, a todos os grupos de Deputados Municipais e, em particular, aos grupos do PSD e do CDS-PP, que haviam tido a amabilidade de trabalhar com o seu, bem como ao grupo do PCP, que manifestara claramente de uma forma bastante correcta as suas divergências em relação à questão de fundo. --------------------------------------------------------------------- ----- Pensava que aquela Proposta melhorara substancialmente em relação à Proposta anterior sobre a mesma matéria. Tinha havido uma capacidade de todos os grupos de Deputados Municipais nas reuniões de Comissão, de colocarem todas as questões que haviam entendido, por bem, ver esclarecidas. Fora possível estabelecer um duelo bastante frutuoso e conseguira-se transformar os Estatutos de uma empresa municipal, dando-lhe uma redacção perfeitamente objectiva em relação àquilo que se pretendia, assumindo obviamente as diferenças que normalmente as teriam de caracterizar, quanto ao âmbito e aos objectivos fundamentais que estavam presentes naquela nova Proposta. Portanto, não queria deixar de, publicamente, expressar o seu agradecimento pela forma como aquele processo decorrera e sobretudo pelo modo como ela podia ser enriquecida e clarificada. ------------------------------------------------- ----- Por outro lado, queria também frisar que actualmente todos percebiam que o estacionamento era apenas um dos instrumentos, mas não apenas o único instrumento para se poder actuar na mobilidade da Cidade. Isso não queria dizer que a Câmara se demitisse da definição da política de mobilidade. Isso não estava em causa e ficara bastante claro, nomeadamente, na discussão da Proposta dos Regulamentos, como se articulava a política de estacionamento com a estratégia para a mobilidade na cidade de Lisboa, mas era óbvio, que o decorrer do tempo viesse mostrar que era possível e desejável que a EMEL pudesse, a partir do problema do estacionamento, alargar a sua

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actividade a outro tipo de situações, que contribuíam para tornar mais operacional e célere a intervenção da Câmara Municipal de Lisboa na mobilidade dos seus cidadãos e daqueles que ai trabalhavam. Era isso que se procurava. ---------------------------------- ----- Não estavam a substituir politicamente as decisões. Elas continuavam em sede de Câmara e em sede de Assembleia Municipal, com a redacção reforçada inclusivamente em relação aos anteriores estatutos, mas o que estavam a mudar era que uma empresa municipal não ficasse cerceada de poder trabalhar em áreas que eram absolutamente complementares ou afins daquilo que era o seu objecto principal, e que actualmente eram absolutamente decisivas para poderem ter uma mobilidade mais amiga do ambiente. ------------------------------------------------------------------------ ----- O entendimento que todos tinham era que isso era possível, embora não fosse esse o entendimento do Tribunal de Contas, como ficara expresso ainda recentemente, portanto, não havia nada como clarificar as coisas acerca disso. --------------------------- ----- Por outro lado, isso também permitia que em torno da mesma empresa municipal se pudesse começar a agregar algumas iniciativas que haviam nascido por necessidade de dar resposta por parte da Câmara Municipal a problemas de mobilidade da cidade de Lisboa, e que acabavam por já começar a ter um peso relativamente importante, e por isso valia a pena começar a ter uma gestão mais coerente e, sobretudo, mais eficiente dessas mesmas intervenções.--------------------------------------------------------- ----- O problema das viaturas partilhadas, o problema das infra-estruturas de apoio à mobilidade pedonal, o problema do transporte de pessoas com dificuldades de deslocação, ou mesmo futuramente, da ligação entre estacionamento e transporte escolar, como todos sabiam e conheciam, o motivo de muitas pessoas utilizarem o carro em Lisboa, tinha a ver com a distribuição das crianças pelas escolas, como muitas vezes acontecia. Havia ali campos a explorar que deviam ser acautelados e era isso que aquela Proposta pretendia fazer.------------------------------------------------------ ----- A nova redacção dos estatutos dissipara todas as dúvidas e todas as angústias ou algumas paradoxidades que poderiam ter existido na redacção anterior. Consideravam que de facto, desse ponto de vista, fora um passo importante e um ganho, e esperavam sinceramente que, na sequência daquele trabalho, fosse possível obter uma base de apoio àqueles novos estatutos que lhe permitissem ter uma longevidade tão grande como aqueles que haviam criado a EMEL no seu início.------------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Bastos (PSD), no uso da palavra, começou por dizer que aquela era a segunda vez que a Proposta de alteração de estatutos da EMEL vinha àquele Plenário, tendo como pedra de toque, basicamente, o alargamento da actividade da EMEL à área da mobilidade, deixando de estar restrita à área do estacionamento apenas. Estavam perante uns estatutos que, na sua essência, não eram alterados há cerca de 15 anos, como também vinha expresso na Proposta.---- ----- O PSD sempre tinha sido sensível e receptivo aos novos desafios decorrentes das constantes evoluções da Cidade e da necessidade da EMEL de acompanhar essas mesmas evoluções. Contudo, o PSD deixara claro, da primeira vez que aquela proposta viera a Plenário que, no que respeitava à nova vertente da mobilidade, não iria prescindir do crivo da fiscalização daquela Assembleia Municipal. Haviam-no

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dito naquele Plenário, haviam-no dito depois em reunião com o Sr. Vereador Nunes da Silva, e fora com agrado que havia verificado que a nova Proposta, de facto, condicionava as novas atribuições na área da mobilidade à prévia autorização da Assembleia Municipal, nomeadamente, o desenvolvimento e exploração de soluções e modalidades de transportes específicos, nomeadamente, no âmbito dos veículos eléctricos, que ficava condicionada à prévia autorização da Assembleia Municipal, e tinham ali uma nova atribuição de importância relevante, a construção, exploração e desenvolvimento de infra-estruturas e serviços, associados a meios de transporte utilizadores de energias alternativas, que ficava também dependente da prévia autorização da Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------- ----- Outro ponto, que também tinha sido clarificado, fora precisamente a redacção sobre o objecto social, uma das outras preocupações que o PSD tinha e que o vereador acolhera de bom grado, especificando, de forma mais pormenorizada, os itens sobre os quais poderia incidir o objecto social da EMEL. ----------------------------------------- ----- Perante esse quadro, e respeitado o papel daquela Assembleia Municipal, como o PSD sempre defendera, o PSD daria o seu voto favorável àquela Proposta, desejando que a EMEL, com aquele novo enquadramento, pudesse responder às novas exigências da Cidade. Criam que a EMEL tinha um papel importante, quer na área do estacionamento, quer na área da mobilidade e esperavam que com o novo enquadramento, a EMEL pudesse dar resposta aos novos desafios que se avizinhavam, e que não tivesse desculpas para não actuar em todos os campos. -------- ----- O Senhor Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, referiu que quando da discussão da Proposta anterior (Proposta n.º 454/2010) haviam dito que, e citou, “… o PCP salienta que a EMEL foi criada para gerir o estacionamento da Cidade; que as questões da mobilidade são da competência do município; que o objecto social da empresa municipal deve continuar a espelhar o motivo para o qual foi criada e não ser alargado à área da mobilidade”. Fim de citação. Haviam dito isso também numa declaração de voto na Câmara Municipal. ---- ----- A postura do PCP em relação ao sector empresarial era que ele se mantivesse numa linha de direcção política exercida pela Câmara Municipal, com o acompanhamento responsável e legal daquela Assembleia Municipal. Devia ser mantida a tutela municipal da empresa em todas as suas incidências e áreas de acção no regime jurídico do sector empresarial local. ----------------------------------------------- ----- A Câmara devia exercer em relação à EMEL, todos os poderes de tutela e superintendência. Os Estatutos em vigor já haviam sido alterados pela Deliberação 1337/CML/2008, com os votos contra do PCP, a qual abrira precedentes negativos que actualmente se enfrentava nos seus resultados e ambições desmedidas para uma empresa municipal que não era, nem podia ser de negócios e aventuras. ----------------- ----- A Câmara Municipal retirara a Proposta n.º 454/2010 e vinha agora substituí-la pela Proposta n.º1/2011. No que respeitava à Proposta n.º 454/2010, a Comissão Permanente de Finanças daquela Assembleia, alertava para o facto, e citou; “de poder vir a existir uma eventual perda de poder de fiscalização da Assembleia Municipal,

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dado que a presente Proposta prevê a transferência de competências da Câmara Municipal para a EMEL. Alínea b) ”. Fim de citação.--------------------------------------- ----- Retirada aquela Proposta n.º 454/2010, tinham actualmente uma versão que não contemplara qualquer das propostas de alteração do PCP, que haviam sido enviadas ao Sr. Vereador Nunes da Silva, face à abertura manifestada pela Câmara para que tal acontecesse. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- E continuou, dizendo que passava a ler as propostas que o PCP tinha enviado ao Sr. Vereador. “Que fosse retirada a referência à mobilidade no art. 1º, Denominação, Natureza e Regime, por entendermos que a EMEL foi criada para gerir o estacionamento da Cidade e assim deve continuar. Que o ponto 1, do art. 3º, mantenha a redacção original, bem como todo o artigo colado do artigo inicial, pelas razões de excesso no sentido da intervenção em áreas que devem continuar a fazer parte das responsabilidades da Câmara Municipal, com acompanhamento e exercício de poder de fiscalização, cometidos ao órgão, Assembleia Municipal. Que o art. 4º não integre o n.º 2 que é proposto, bem como propomos que o art. 5º se mantenha dentro dos limites definidos para a EMEL, quando da sua criação e aprovação pelos órgãos municipais”. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dessas propostas, nenhuma tinha sido considerada. Afinal de contas, a que se resumia aquela Proposta n.º1/2011, que teria obtido os contributos do PSD? Lia, antes de ir aos factos, dois parágrafos de uma posição pública tomada pelo PSD, em 19 de Outubro de 2010, quanto à então proposta de alteração de estatutos da EMEL. A fonte era o jornal “O Público”. O título era “PSD quer controlo da EMEL na Assembleia Municipal”. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- E prosseguiu, lendo, “O grupo de deputados do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa sustenta que a proposta do PS para entregar a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa, EMEL, tudo o que diga respeito à mobilidade na capital, configura um subterfúgio para evitar o escrutínio da actividade camarária por parte da Assembleia, que reúne hoje à tarde e, incluída na ordem de trabalhos, está a proposta de alteração dos artigos 1º, 3º, 4º e 5º dos Estatutos da EMEL, já aprovados no executivo de maioria socialista, com a abstenção de toda a oposição, PSD, CDS e PCP. Apesar de em sessão social-democrata não ter votado contra, o líder de deputados municipais laranja, o maior da oposição na Assembleia, disse à LUSA que o documento que está actualmente em discussão não terá o seu apoio. No centro das preocupações do PSD está a possibilidade do vereador com o pelouro da mobilidade Fernando Nunes da Silva, eleito como independente pelo Movimento de Cidadãos por Lisboa, ficar esvaziado de competências na concepção e execução de projectos e de as intervenções deixarem de ser discutidas pelos deputados municipais, por também deixarem de ser competência directa da vereação camarária.” Aquilo tinha sido dito ao jornal “O Público”. -------------------------------------------------------------------------- ----- Quais haviam sido, então, os resultados dessa negociação entre o PSD e a Câmara Municipal? Na página final dos Considerandos da Proposta n.º 1/2011, a que estavam nesse dia a apresentar, havia uma chamada actualização da Proposta n.º 454/2010 e passou a citar; “Tendo em vista melhorar alguns aspectos do texto final” ,

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diz o seguinte; “As alterações introduzidas na última página dos considerandos visam essencialmente assegurar que se mantém sob reserva de competência da Assembleia Municipal a aprovação e decisão final de um conjunto de matérias fulcrais, claramente enunciadas no novo texto, bem como garantir um maior cruzamento e respaldo institucional na tomada de decisão, para assegurar que os eventuais novos negócios que venham a caber na actividade da EMEL, tenham viabilidade e sentido empresariais.” ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Acabando de citar, continuou, dizendo que fossem então aos negócios empresariais e às matérias concretas. O art. 1º, ponto 1, mantinha-se tal como estava, incluindo a palavra mobilidade na designação futura da empresa, ou seja, o PSD dava cobertura àquela nova ambição da EMEL. --------------------------------------------------- ----- No artigo 3º, n.º 1, onde já estava na Proposta n.º 454/2010, “A EMEL é uma empresa encarregada de gestão de serviços de interesse geral e tem por objecto intervir na gestão e operação do sistema de apoio à mobilidade urbana, estacionamento e serviços associados”, acrescentava-se o seguinte, “…nomeadamente, a construção e operação de infra-estruturas de apoio à mobilidade pedonal, sistemas de mobilidade eléctrica e produtos partilhados de mobilidade”. Aí estava o contributo, no sentido de acrescentar novas competências e intervenções da empresa municipal. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Como se via, a ajuda do PSD fora preciosa para abrir novos mundos ao mundo das partilhas da EMEL e dos futuros negócios da empresa municipal, a caminhar para fora do Serviço Público que lhe competia. ---------------------------------------------------- ----- Tratassem então da blindagem anunciada pelo PSD, que se expressava afinal apenas em duas simples alíneas daquele artigo 3º. Na alínea m) havia o texto que já figurava e era o seguinte, “Desenvolver e explorar modalidades de transportes específicos, nomeadamente, no âmbito de veículos eléctricos, serviço de transporte para pessoas com mobilidade reduzida, ou em áreas não cobertas pela rede de transportes colectivos da Cidade, bem como os que se referem a serviço de transporte complementar ao transporte individual”, matéria de novas atribuições a que o PSD dava cobertura acrescentara-se, “…mediante autorização prévia da Assembleia Municipal.”. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Coisa pouca, repetida apenas na alínea n), logo a seguir, que já dizia “construir, explorar e desenvolver infra-estruturas e serviços associados a meios de transporte utilizadores de energias alternativas” lá vinha a seguir o acordo e o carimbo do PSD, acrescentando a frase da alínea anterior, “…mediante autorização prévia da Assembleia Municipal.”. ----------------------------------------------------------------------- ----- No artigo 4.º, Regime de Actividade, o ponto n.º 2 mantinha-se intacto, apenas com a introdução de uma frase inócua, que era “…conforme definido nos números anteriores”. Lido o ponto na totalidade que o PSD deixara passar naquela revisão, sem resultados que se vissem, a não ser para as excessivas ambições da administração da EMEL. Para a persecução do seu objecto, conforme definido nos números anteriores, a EMEL poderia celebrar acordos de colaboração e contratos, nomeadamente, prestação de serviços, com entidades de natureza pública ou privada e mediante a

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autorização da Assembleia Municipal, por proposta da Câmara Municipal, criar ou participar em sociedades já existentes, ou a constituir, ou em agrupamentos de empresas que prosseguissem actividades que se enquadrassem no mesmo objecto social, tendo especialmente por objecto a obtenção de recursos que permitissem optimizar a sua prestação de serviço público. ------------------------------------------------ ----- Era o que se chamava blindar o serviço privado e o negócio com a menção curiosa de serviço público que abria portas à intervenção da EMEL, por omissão, em qualquer lado do país e do estrangeiro, descurando o que a ela verdadeiramente cumpria, ou seja, velar pela questão da regulação do estacionamento e de um serviço público eficaz e prioritário em Lisboa. -------------------------------------------------------- ----- No artigo 5.º, a fechar aquelas coisas de blindagem, espremidas e com pouco resultado que se visse, no ponto 1 havia apenas uma mera frase, meramente formal, dizendo que “… a Câmara Municipal pode delegar na EMEL”, onde, na versão anterior da proposta 454/2010 se dizia “… nos termos e para os efeitos do previsto na legislação aplicável pode ser delegado à EMEL”. Esta era a alteração meramente formal, e nada mais. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Na Declaração de Voto do PCP na Câmara Municipal, aquando da discussão e votação da proposta 454/2010, que se mantinha no essencial e era acrescentada e mais perigosa na versão revista e aumentada com o apoio do PSD, nessa declaração de voto haviam dito ainda o seguinte; “…as alterações propostas permitiam o alargamento do objecto da empresa demasiado vago, podendo originar um desvio do enfoque da empresa na sua função original, podendo no limite originar desvios de orientação funcional para puramente comercial”. --------------------------------------------------------- ----- Na Declaração de Voto do PCP, na Comissão Permanente do Ambiente de Mobilidade e Qualidade de Vida, no Parecer sobre a Proposta n.º1/2011, assinada pela Deputada Municipal Deolinda Machado, eleita no Grupo Municipal do PCP, dizia-se o seguinte; “Declara-se a discordância com a não consagração no texto final da proposta de alteração dos estatutos da EMEL, da classificação dos fundamentos que estiveram na origem e razão de ser de constituição da EMEL, Empresa Pública de estacionamento de Lisboa, tendo como seu objecto da gestão do estacionamento da cidade de Lisboa, manter as questões da mobilidade na esfera das competências do Município e a não inclusão no objecto social da EMEL de construção e operação de infra-estruturas relacionadas com a mobilidade”. Haviam sido coerentes na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e na Comissão Permanente. Com o PCP, a administração da EMEL não teria cobertura para a realização de amplos negócios que estavam nos seus objectivos. Com o PCP, a EMEL devia prestar serviço púbico a Lisboa e nada mais. Outros, evidentemente, atacavam as empresas municipais lá de vez em quando, mas no concreto, à EMEL, davam-lhe cobertura para outros voos e negócios – depois que se queixassem. --------------------------------------------------------- ----- Entretanto, a administração da EMEL mostrava as garras tão negociais, despedindo, por delito de opinião, um delegado sindical, num atentado à liberdade sindical e à liberdade de expressão, consagrada na Constituição da República Portuguesa. Felizmente, fora obrigada a recuar, por uma providência cautelar

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apresentada pelo sindicato, e a readmitir esse trabalhador e delegado sindical que defendia os trabalhadores e a legalidade democrática.--------------------------------------- ----- Essas cedências do PSD, presentemente expressas com dois remendos, chamada de matérias já excessivas em si, à Assembleia Municipal, com a ampliação de actividades a que se opunham e continuariam a opor, não configuravam situações positivas para a Cidade. ------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto à maioria da Câmara Municipal, já o PCP sabia o que defendiam, daí aqueles resultados e propostas. Lá estariam para votarem contra o que era proposto e para ajudarem a manter a administração da EMEL no respeito pelas suas funções essenciais, em benefício prioritário da população da Cidade, e não dos negócios já praticados e em perspectiva. Essa não era nem devia ser a natureza legal, nem o exercício de uma empresa municipal que se prezasse e que devia honrar o poder local e a Cidade e não o contrário.-------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Bau (BE), no uso da palavra, disse que tinham nesse dia em análise uma proposta de alteração dos estatutos da EMEL. -------- ----- Eram conhecidas de todos as objecções que se haviam levantado à existência de algumas das empresas municipais em Lisboa – elas constavam do programa do BE – e diria, em abstracto, que era preciso em cada caso concreto averiguar se a forma, empresa municipal, era a forma mais adequada para prestação dos serviços aos cidadãos, e saber em cada caso concreto, se não se estava perante uma solução, a adopção de uma empresa municipal para prestação de serviços que poderia perfeitamente ser feita por serviços municipais. Se assim fosse, estar-se-ia a duplicar estruturas, estar-se-ia a criar uma administração paralela e a duplicar custos, evitando ainda a fuga a controle do Tribunal de Contas, a fuga ao visto prévio, e a fuga ao controlo democrático e político da Assembleia Municipal, e permitindo, em certos casos, a satisfação de clientelas partidárias. --------------------------------------------------- ----- Deixando o abstracto e passando ao concreto, ao caso da EMEL que ali os trazia, a posição do BE em relação àquela empresa municipal era a mesma desde a sua fundação. Questionavam a razão da sua existência. Não viam justificação para que os serviços que prestava não fossem prestados por serviços do município, até porque parte dos serviços que lhe competia prestar, no domínio do estacionamento, estavam concessionados a uma empresa privada.------------------------------------------------------- ----- A posição do BE, queriam deixar isso claro, não pretendia pôr em causa, nem a competência profissional do actual Conselho de Administração da EMEL, nem a actividade e os direitos dos trabalhadores da empresa. Essa posição explicitava uma questão de orientação política que sempre claramente haviam assumido. Esta orientação política, tinha uma importância acrescida, na presente conjuntura de dificuldades financeiras que o país atravessava. ---------------------------------------------- ----- Havia quem questionasse a empresa pública, quem questionasse a existência de serviços públicos, nomeadamente dos rentáveis que podiam ser prestados por entidades privadas, e era curioso que, por exemplo, o PSD, que nessa matéria tinha uma posição muito clara, viesse naquele dia apoiar a manutenção da EMEL. Por um lado, fazia grande alarido contra a existência dos serviços públicos e contra a despesa

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pública, mas num caso concreto como aquele, era a favor da manutenção duma administração paralela, com a correspondente duplicação de custos. ---------------------- ----- Pois o BE entendia que havia boa despesa pública e má despesa pública, e a boa despesa pública era imperioso que se mantivesse para satisfação das necessidades dos cidadãos, para a prestação dos serviços públicos que era indispensável defender, para permitir o necessário e indispensável - naquela conjuntura - investimento público. ----- ----- Mas havia também a má despesa pública. Aquela que satisfazia, não o interesse público, mas interesses particulares, aquela que satisfazia apetites privados, aquela que satisfazia clientelas partidárias, e por isso, o que o BE entendia, era que no que tocava ao Parque Empresarial Municipal, estava na altura de o olharem e de o reverem, de verem quais as empresas que eram necessárias e que era imperioso que fossem mantidas, e quais eram aquelas que podiam perfeitamente ser extintas, com salvaguarda dos direitos dos seus trabalhadores, por forma a que os serviços que prestavam, fossem prestados, porventura, até com mais eficácia pelos serviços do próprio município. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O BE entendia que era preciso separar o trigo do joio, e o BE entendia que as despesas com a EMEL faziam parte do joio.-------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira (PPM), no uso da palavra, disse que tendo o acordo do PEC1, PEC2 e PEC3 consignado acabar com despesas públicas inúteis e despesistas, não percebia como é que vinha, naquele momento, a alteração dos Estatutos daquela empresa pública a aprovar àquela Assembleia. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Continuou, inquirindo se não seria melhor esperar por novo governo que desse directrizes, ou se ficavam à espera de um novo puxão de orelhas da Chanceler Merckel. E mais poderes, fora do âmbito para que fora criada, não percebiam. Não entendia. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Continuavam a dizer que o espaço público de estacionamento devia ser entregue às Juntas de Freguesia que aí teriam uma fonte de rendimento, além de tirar o ódio e o ónus político de cima da Câmara Municipal, e onde o cidadão pagaria de bom grado, pois saberiam que era para os melhoramentos da zona onde estacionavam. A Res Pública àquele a que tinha direito. ------------------------------------------------------------- ----- Terminou inquirindo “E o povo pá?”.---------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal John Rosas (MPT), no uso da palavra, começou por dizer que a Proposta de alteração dos estatutos da EMEL que o executivo camarário submetia nesse dia à aprovação daquela Casa, traduzia-se no entender do MPT, numa pura perda de tempo e dos recursos camarários, que só espelhava, de maneira bastante clara, a forma atabalhoada e trapalhona com que aquele executivo tratava os assuntos da maior importância para a cidade de Lisboa e seus habitantes. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Prosseguiu, referindo que a presente proposta que o executivo submetia nesse dia à apreciação daquela Casa e que se reportava à alteração dos artigos 1º, 3º, 4º, e 5º dos estatutos da EMEL, tivera um percurso assaz curioso e muito longo. De facto, aquela proposta incluía-se num percurso bastante tortuoso que vira a sua primeira tentativa

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de aprovação frustrada, através da Proposta n.º 257/2010, agendada que fora para a reunião camarária do dia 7 de Junho de 2010 e, na mesma sessão, retirada. -------------- ----- Seguidamente, e apenas volvido um mês, sucedera-se-lhe a Proposta n.º 454/2010, que fora aprovada na reunião de Câmara de 28 de Julho mas que, aquando da sua submissão à apreciação daquela Casa, em 21 de Novembro, fora retirada a pedido do próprio executivo camarário para, segundo as palavras do Sr. Presidente, serem revistos alguns aspectos.----------------------------------------------------------------- ----- Volvido quase um ano desde que surgira a primeira versão da proposta de alteração dos estatutos da EMEL, e cerca de cinco meses desde que a última versão fora submetida àquela Casa, eis que o executivo camarário os brindava com nova versão reformatada, mas que no essencial, não deixava de ser a mesma proposta apresentada na Reunião de Câmara a 7 de Junho, apenas com ligeiras diferenças.------- ----- De facto, entre as Propostas nºs 247 e 454 de 2010 e a n.º 1 de 2011, poucas ou nenhumas diferenças existiam, pelo menos no que respeitava à sua própria substância. Poderia, aliás, dizer que a Proposta n.º 454/2010 se consubstanciara numa versão bastante soft da anteriormente chumbada na própria Câmara, e que a terceira versão, ou seja, a Proposta n.º1/2011, que nesse dia se debatia naquela Casa, para além de apenas retirar a referência absurda, da EMEL poder actuar no estrangeiro, procedera unicamente à salvaguarda da reserva da competência da Assembleia Municipal de Lisboa para qualquer tomada de decisão num conjunto de matérias estruturais sobre compromissos futuros envolvendo aquela empresa municipal. ----------------------------- ----- De facto, comparando os textos das três propostas, poderiam afirmar com toda a convicção que apenas se reescrevera a fundamentação e que os artigos haviam sido ligeiramente modificados. Todavia, a questão principal mantinha-se; se passaria ou não a Mobilidade a ser monopólio da EMEL. Da análise que o MPT tinha efectuado à Proposta n.º1/2011 tinham detectado algumas situações duvidosas que gostariam de partilhar. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, e no que respeitava ao objecto social, proposto no art. 3º, julgavam que o mesmo era demasiadamente extenso e que levantava muitas dúvidas. Verificava-se que no essencial parecia tratar-se de duplicação de competências face a outros serviços camarários já existentes. Nesse aspecto, ia passar a expor o que dispunha a alínea d) ou a alínea p) do n.º 2, daquele mesmo art. 3º. A alínea d) referia que se incluía no objecto da EMEL e citava “o desenvolvimento de experiências piloto na aplicação de novas tecnologias, no contexto das suas actividades”, e logo de seguida na alínea p) “exercer todas as actividades complementares e subsidiárias relacionadas com as anteriores”. Isso era com os profissionais na área do estacionamento, mobilidade e gestão de sistemas de apoio à mobilidade urbana ou outras que viessem a ser cometidas pela Câmara Municipal de Lisboa, dentro do objecto da empresa. ------ ----- Continuou, perguntando para que serviria, afinal, o Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego da Câmara, e prosseguiu referindo que outra dúvida que aquele artigo levantava era precisamente sobre a relação que passaria a existir com outros órgãos municipais. Devia ver-se a esse respeito a alínea j), sobre a fiscalização das disposições do Código da Estrada e dos regulamentos e posturas municipais relativos

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ao estacionamento público e serviços de apoio à mobilidade urbana. Afinal qual seria o papel reservado à Polícia Municipal? Em suma, ao MPT parecia que estar-se-ia em presença de uma alteração estatutária que visava, essencialmente, mudar radicalmente a natureza da empresa pública, duplicando serviços já existentes e duplicando custos no momento em que tal não se afigurava como recomendável, antes pelo contrário.---- ----- Julgava o MPT, que sob a capa da referida alteração estatutária, aquilo que a presente Proposta pretendia sobre o eufemismo de mobilidade, era na realidade, transferir para essa nova empresa municipal todas as competências nesse âmbito, esvaziando dessa forma, e totalmente, as competências da Câmara na matéria. Na realidade, de uma empresa municipal que geria o estacionamento passar-se-ia a ter uma empresa municipal que era monopolista da Mobilidade e de permeio passaria a CML a perder todas as suas competências naquela matéria. ------------------------------- ----- Continuou, dirigindo-se ao Sr. Vereador, dizendo que o que o MPT lhe exigia era que não lhes fosse pedir que aprovasse as suas operações de cosmética, quando no fundo, o que estava verdadeiramente em causa, com a aprovação daquela Proposta, era o esvaziamento das atribuições e competências da Câmara. --------------------------- ----- Por último, gostaria de alertar para o facto das alterações propostas por aquele executivo aos Estatutos da EMEL poderem estar a fomentar a transformação da EMEL numa entidade que assumiria sem qualquer dúvida um posicionamento monopolista na cidade de Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- Dirigindo-se à Sr.ª Presidente, referiu que gostaria de terminar dizendo que a própria Mobilidade oferecia uma série de oportunidades para o mercado que deviam ser salvaguardadas e que, por isso mesmo, a abordagem da maneira como a EMEL assumia o seu papel, via novas redes de comunicação, a nova forma de gestão e de monitorização de tudo o que era mobilidade em Lisboa, deveria ter sido devidamente analisada e ponderada antes de se ter, sequer, concebido qualquer alteração aos Estatutos, nos termos em que a Proposta era hoje apresentada naquela Assembleia. ---- ----- A Senhora Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que a Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), fora constituída através da Deliberação n.º 73/AM/94 da Assembleia Municipal. O seu objectivo principal incidia sobre a gestão do estacionamento público, integrado no sistema global de mobilidade e acessibilidades urbanas definidos pela Câmara Municipal de Lisboa, incluindo a construção, instalação e gestão do estacionamento público urbano, pago à superfície, a promoção, construção, exploração e alienação do estacionamento e estrutura em zonas de reconhecido interesse e necessidade pública, bem como a elaboração e promoção de estudos e projectos de estacionamento, mobilidade e acessibilidade urbana. ----------------------------------------------------------- ----- Periodicamente, a CML havia-se lembrado de propor sucessivas alterações das competências da empresa. Em 2004, houvera uma tentativa de alienação de parte do capital social. Em Janeiro de 2009, a CML aprovara nova alteração aos Estatutos, confirmando-lhe um cariz de pessoa colectiva de direito público com natureza empresarial, sem que a Proposta nº 1337/2008 tivesse sido submetida a debate naquela Assembleia Municipal. No ano transacto, a CML endereçara à Assembleia a

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Proposta nº 454/2010, que, depois de devolvida à CML, regressava agora renumerada como Proposta nº 1/2011. ----------------------------------------------------------------------- ----- Presentemente, os motivos para esta nova Proposta de alteração aos Estatutos da EMEL apontavam para - e citava - a “necessidade de se proceder à adaptação do quadro geral delimitador da actividade da empresa”, com o argumento de o seu “texto estatutário” ser “limitador da actividade da EMEL, quer em termos funcionais, restringindo a sua acção, quer em termos territoriais”. -------------------------------------- ----- Por outras palavras, procurava-se que, de futuro, a empresa pudesse lançar novos produtos de mobilidade, que extravasariam o âmbito estreito do seu objecto estatutário, tais como a “instalação de pontos de abastecimento dos carros eléctricos”, o Car-Sharing, iniciativas dirigidas a reduzir os fluxos de deslocações dentro da cidade, que, numa visão mais restrita, não caberiam no objecto estatutário da empresa. ----- Ora, acontece que a EMEL fora criada para gerir o estacionamento da cidade de Lisboa, sendo as questões da mobilidade da competência do município, pelo que, para Os Verdes, o objecto social da EMEL não devia incluir a construção e operação de infra-estruturas diversas do seu objecto social. ----------------------------------------------- ----- Argumentava ainda o executivo, que a EMEL teria sido confrontada com a solicitação de disponibilizar a sua experiência e competências, nas áreas da gestão e controlo dos sistemas de mobilidade e estacionamento em “outras cidades”. Donde, perante estes novos desafios empresariais, a EMEL também não as poderia executar no contexto do seu actual quadro estatutário, como seria o caso de uma intervenção - voltava a citar - com “outros operadores e Câmaras de outras cidades portuguesas ou do espaço lusófono, por vezes dispondo de ‘Acordos de Geminação’ com Lisboa, para a realização dessas parcerias”. ------------------------------------------------------------------ ----- Mais concretamente, e como vinha expresso nos considerandos da Proposta, o que se ambicionava era afinal uma tentativa para assegurar que os eventuais “novos negócios”, que viessem a caber na actividade da EMEL, tivessem “viabilidade e sentido empresariais”. --------------------------------------------------------------------------- ----- Em suma, a presente Proposta resumia-se a eufemismos para “quiçá” cedo ou tarde a Câmara Municipal de Lisboa alienar a própria empresa para fora da esfera pública. Actualmente, já a EMEL concessionava a gestão do espaço público a empresas privadas. E depois, perguntava, que mais seria apetecível para ainda se entregar aos privados naquela área de estacionamento e mobilidade? É que com a imaginação daquele executivo camarário já tudo ameaçava ser perigosamente expectável. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Nunes da Silva, no uso da palavra para esclarecimento, disse que agradecia pelos comentários dos Srs. Deputados e que, no entanto, não queria deixar de clarificar algumas coisas. ---------------------------------------------------- ----- Havia ali uma divergência de fundo relativamente a três agrupamentos políticos, o PCP, o PEV e o BE, e essa divergência era salutar e normal em democracia. Consideravam dois daqueles grupos de Deputados que a EMEL só devia tratar do estacionamento tal como tinha sido o seu objecto, e considerava o BE que esse tipo de empresas municipais não devia existir. Cada um tinha a sua opinião, que ele mesmo

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respeitava e que, relativamente às quais, poderiam discutir desvantagens e inconvenientes, mas não era o momento.------------------------------------------------------ ----- Não valia a pena trazer à coação, por não corresponder minimamente à verdade, que se dissesse que com aqueles estatutos se esvaziava a capacidade política da Câmara intervir na área da mobilidade, ou como também referira o Sr. Deputado John Rosas do MPT, que estava a haver uma transferência de competências da Câmara para a EMEL, no âmbito da mobilidade. Isso não correspondia minimamente à verdade, nem às intenções, nem ao que estava escrito naqueles estatutos, e queria recordar a todos que a democracia funcionava também a partir de formalismos, e que os formalismos não eram indiferentes quando se estava a tratar daqueles assuntos. -------- ----- Estava-se a fazer uma confusão, que na sua opinião era absolutamente negativa, em relação àquilo que eram actualmente as necessidades da população da cidade de Lisboa e de uma gestão moderna e eficiente no sentido de bem gerir os dinheiros públicos. Estava-se a fazer a confusão entre aquilo que era a definição de uma estratégia de políticas, de programas de acção, daquilo que era a sua concretização no terreno, e ali, não tinha qualquer dúvida em afirmar e em garantir que, com aquele executivo, essa estratégia política e programas eram definidos pela Câmara e sancionados e aprovados pela Assembleia Municipal e que a EMEL era um instrumento da sua execução mais célere, mais profissional, mais eficiente, porque conseguia recuperar melhor os investimentos que estava a fazer. Que o primeiro ponto ficasse claro acerca disso. ----------------------------------------------------------------------- ----- Teriam as suas divergências, havia quem considerasse que tudo devia ser feito através do interior da Câmara, havia quem considerasse que ela não deveria ir além daquele estatuto operacional no estacionamento, mas que não se confundisse as questões, o que ali estava era uma intervenção operacional. Daí que estranhasse as observações que o Sr. Deputado Modesto Navarro fizera ao dizer que “apenas fizeram aqui alterações de cosmética”. ------------------------------------------------------------------ ----- Não era alteração de cosmética nenhuma, porque quando se especificava num objecto de intervenção e se davam exemplos concretos, precisos e absolutamente claros do que se pretendia, quando se falava de alargamento do espaço de intervenção, e se dizia que eram sistemas de apoio à mobilidade pedonal, de que haviam falado ali, de elevadores, de escadas rolantes públicas, etc., quando se estava a dizer que era de sistemas de mobilidade eléctrica partilhada, isso queria dizer que aquele âmbito que poderia parecer uma coisa demasiadamente vaga, passava a estar circunscrito aos exemplos que ali estavam. ---------------------------------------------------------------------- ----- Era evidente que não era possível dizer tudo o que ia acontecer dali a cinco, dez, ou quinze anos, tal como era no tempo que já tinham aqueles estatutos. Portanto, aquilo que se fazia normalmente em termos jurídicos era definir o âmbito relativamente abrangente, mas logo a seguir precisar, com aquilo que actualmente se conhecia e se pretendia fazer, para que no futuro, essa similitude de situações pudesse ser comparada, e avaliado se estava ou não a transcender. ---------------------------------- ----- Não tivera qualquer problema, nem o executivo tivera qualquer problema em retirar a Proposta e melhorar a sua redacção, porque nunca tinham tido outra intenção

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que não fosse a que estava ali expressa, por isso, retirara-se para que não houvesse nenhuma dúvida quanto ao que estava ali. Portanto, não tinha qualquer problema, e não se sentia, envergonhado, diminuído, nem vilipendiado, quando aquilo que se tratava era tornar mais claro e mais transparente aquilo que eram as intenções iniciais com que aquela proposta fora apresentada. Quem quisera colaborar e participar nisso fora bem-vindo e fora possível trabalhar. Quem preferira manifestar o seu desacordo de princípio das suas opções políticas, bem-vindo também o fora. Porque a democracia era opções e escolhas, e era bom que elas se fizessem de uma forma clara. Não tinha qualquer problema nisso e achava que era a grande vantagem de se viver num sistema democrático.----------------------------------------------------------------------- ----- O segundo aspecto, a questão da autorização prévia ficar absolutamente clara e explícita, devia-lhes dizer que mais claro e explícito do que nos estatutos anteriores era extremamente importante porque, como actualmente se verificava, a maioria que existia na Câmara não era a mesma que existia na Assembleia Municipal e, portanto, havia um duplo controlo político, para que quando as coisas fossem para além daquilo que era o âmbito e o objecto da actual EMEL, isso fosse uma clara opção política dos representantes do povo da cidade de Lisboa, quer no executivo, quer na Assembleia Municipal.----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se por hipótese, no futuro, houvesse uma maioria que transformasse aquilo numa área de negócio, se fosse essa a vontade do povo, paciência. Lutaria com todas as suas forças para que isso não acontecesse, e esperava que os colegas o fizessem, mas se por qualquer motivo isso acontecesse, quem seria ele para dizer que não era esse o caminho que a população escolhera e que ia ser escolhido? Era duro e aborrecido, dava muitas dores de estômago e muitas indisposições, mas eram os riscos de se viver em democracia e achava que valia a pena correr esses riscos. ------------------------------ ----- A questão que estava ali em causa não era transferir para a EMEL ou delegar na EMEL a definição de qualquer política, era apenas tornar claro, transparente e eficiente aquilo em que actualmente, por vezes se estava a tropeçar, a nível de coisas que eram perfeitamente evidentes. E dava como exemplo três casos, que nesse dia estavam em cima da Mesa, e que esclareciam aquilo de que a Sra. Deputada d”Os Verdes” ou o Sr. Deputado Rosas falavam quando se discutia sobre experiências piloto. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Primeiro ponto, passar a poder pagar o estacionamento dentro de parques ou na via pública através do cartão “Lisboa Viva”, que servia para utilizar o transporte colectivo. Questionava se isso era ou não era um passo em frente significativo, para facilitar a utilização do transporte colectivo e a complementaridade entre o transporte individual e o transporte colectivo, e se era ou não era uma política que o PEV deveria apoiar. Porque era assim que se iria trazer mais gente para a utilização do transporte colectivo. Não era dizer que aqueles que já lá estavam deviam lá ficar. Era ir buscar aqueles que actualmente utilizavam o automóvel e que não podiam, por vários motivos, passar directamente e só para o transporte colectivo, mas podiam utilizar em complementaridade, transporte individual e transporte colectivo.--------------------------

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----- Ora bem, se fossem tomar à letra aquilo que estava actualmente nos estatutos da EMEL, isso não era possível fazer, a não ser que não houvesse um sistema integrado onde o estacionamento fosse completamente solto do pagamento de transporte colectivo. Ora, era exactamente isso que não se pretendia, porque era isso que dificultava a passagem de um lado para o outro. Não era possível fazer porque ao utilizar o cartão “Lisboa Viva” estava-se a participar na distribuição de receitas que não tinham a ver com o objecto da EMEL, não tinham a ver com o objecto do estacionamento, tinham a ver com o objecto do transporte colectivo. Estava impedido de o fazer. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Passou ao segundo ponto, relativo ao sistema personalizado de controlo de acesso aos bairros históricos. Todas as Juntas de Freguesia que tinham bairros históricos, onde existia um controlo de acesso, sabiam os inúmeros problemas que existiam para se poder aceder. Os novos regulamentos iam dar um passo significativo nisso, ao tipificar um conjunto de situações que a experiência vinha mostrar serem absolutamente evidentes e que totalizavam uma percentagem elevadíssima das aberturas eventuais desses controlos de acesso. ---------------------------------------------- ----- Ora, nesse momento estava em curso, no Castelo, uma experiência piloto com famílias que se haviam prontificado a fazê-lo, de testar três tecnologias diferentes, que permitiam que fosse o próprio residente ou comerciante do Castelo a accionar a abertura do pilarete. Esse tipo de sistema só fora possível porque houvera uma associação entre a EMEL e empresas que trabalhavam na área das telecomunicações para desenvolver software e aplicações de hardware que tornassem isso possível. Evidentemente só se poderia manter, se os resultados da experiência fossem positivas, e isso só poderia avançar a um custo aceitável, ou extremamente reduzido, tipo assinatura de um sistema de comunicações, se a EMEL pudesse participar nesse novo produto. Estava-lhe impedido pelos actuais estatutos. --------------------------------------- ----- O terceiro ponto, relativo à gestão centralizada de cargas e descargas e de controlo de permanência no sistema de cargas e descargas, só era possível através de, mais uma vez, um conjunto de parcerias de empresas de telecomunicações para resolver o problema. Aquilo que fora tentado inúmeras vezes por vários executivos que se haviam empenhado em resolver esse problema, não fora possível, porque falhara sempre ou em aspectos tecnológicos ou em aspectos de custos dessa mesma tecnologia.----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Estava-se a lançar nesse momento uma experiência piloto com duas tecnologias contrastadas, para a partir daí se elaborar um concurso para aquele problema. Mais uma vez, isso ia exigir que a EMEL ultrapassasse para implementar questões que tinham a ver com o estacionamento, nesse caso, de veículos comerciais, ia necessitar muito provavelmente, de poder fazer parcerias com outras empresas que actuavam na área das comunicações. Era disso que se estava a falar, e por isso é que lhe parecera muito importante os esclarecimentos e os acrescentos que haviam sido colocados, porque permitira desvanecer as dúvidas. ------------------------------------------------------ ----- Quanto à questão das parcerias com outras coisas, estivera há pouco numa conferência dos municípios das regiões ultra periféricas da Europa e Cabo Verde.

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Uma confederação extremamente interessante que envolvia a Madeira, os Açores, as Canárias, os territórios ultramarinos da França, e por votação de todos, também Cabo Verde, arquipélago que estava no meio do Atlântico. A primeira pergunta que o Sr. Presidente da Praia fizera, fora se os estatutos da EMEL já tinham sido aprovados para poderem começar a trabalhar com a EMEL em Cabo Verde. Era isso que estava ali em cima da mesa. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Os novos estatutos iam permitir fazer afectação de receitas e financiamento cruzado para se pagar coisas que os privados não pagavam, para pagar serviços públicos que de outra maneira não estavam a ser garantidos, como o estacionamento para residentes, e os transportes colectivos especiais para certo tipo de pessoas, em que ninguém pegava e que, nesse momento, o Estado falido também não conseguia assegurar. O que aquela nova EMEL ia poder fazer era transferir o dinheiro das receitas de zonas de estacionamento, que eram rentáveis, para poder financiar aqueles serviços à população de Lisboa. ---------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Modesto Navarro (PCP), de novo no uso da palavra, dirigiu-se ao Sr. Vereador, dizendo-lhe que este estava tão interessado em tomar notas, quando ele mesmo fizera a sua intervenção, que acabara por anotar uma palavra que ele não pronunciara. Podia-se oferecer a sua intervenção que fora bastante longa, confessava, mas onde nunca falara de cosmética, pelo contrário. Falara de blindagem, e essa fora também a palavra utilizada pelo Sr. Deputado Diogo Bastos quando a Câmara retirara a Proposta anterior e dissera, “vamos blindar aquilo”. Perguntava se blindar era aumentar ainda em profundidade a descentralização de matérias que eram da Câmara Municipal para a responsabilidade de uma empresa municipal. Fora disso que falara, e era isso que o PCP combatia e contestava - acrescentar àquilo que já tinham, ainda mais matérias por onde pudessem dispersar aquilo que devia ser efectivamente do Serviço Público. ------------------------------------------------------------- ----- Porque o que havia necessidade com a EMEL, era geri-la bem, no sentido de não dar prejuízo, mas sim no sentido de servir a população da cidade de Lisboa, com as competências que lhe haviam sido entregues, e não ampliar, obviamente, numa perspectiva que era muito clara, tal como já fazia com estacionamentos, e vir a entregar outras áreas, naturalmente a empresas, etc., etc., etc.------------------------------ ----- Fora disso que haviam falado, e se realmente entendia a vida democrática, era bom que se entendesse que quando se intervém não devia ser para alterar o sentido das palavras. Não tinham falado de cosmética, mas exactamente do contrário, haviam falado dos avanços que aquela matéria tivera com o contributo, aparentemente de blindagem, do PSD. Fora disso que tinham falado e mais nada. Tinham alertado para a realidade concreta e veriam como é que na realidade concreta as coisas iriam acontecer.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida iniciou o processo de votação da Proposta n.º1/2011, tendo a Assembleia deliberado:-------------------------------------------------------------------------- ----- Proposta N.º 1/2011 – aprovada, por maioria, com votos favoráveis do PS, PSD e 5 IND, votos contra do BE, PEV, PCP e PPM e a abstenção do MPT e CDS-PP. ----

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----- Seguidamente, a Senhora Presidente informou que iam passar à apreciação e discussão da Proposta 717/2010. --------------------------------------------------------------- ----- PONTO 5 - PROPOSTA N.º 717/2010 - APROVAR E AUTORIZAR O MUNICÍPIO DE LISBOA A ASSOCIAR-SE COM O IAPMEI E O MONTEPIO GERAL, NA CONSTITUIÇÃO DE UMA INCUBADORA DE EMPRESAS PREVISTAS NO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DE 2010, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA M) DO Nº 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO;------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 717/2010 --------------------------------- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------------ ----- A Carta Estratégica de Lisboa 2010/24 define, como uma das direcções em que há que concentrar esforços para a promoção da competitividade, inovação e criatividade de Lisboa o reforço da atractividade da cidade para localizar empresas e actividades criativas, polarizadas pelo conhecimento e pela cultura; -------------------- ----- A previsão, no âmbito da reestruturação dos serviços do Município de Lisboa, de uma direcção municipal com competências na área da economia e inovação e a implementação do projecto Invest Lisboa, em colaboração com a Associação Comercial de Lisboa e o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, são componentes da realização, em curso, da estratégia definida na Carta Estratégica;---------------------------------------------------------------------------------------- ----- A criação de incubadoras de empresas tem-se revelado, no país e no estrangeiro, como uma das formas mais eficazes de atracção de micro, pequenas e médias empresas e de assegurar a sua sobrevivência nos primeiros tempos de actividade, factor com especial acuidade numa época de crise económica;----------------------------- ----- Esse foi, também, o entendimento dos cidadãos que, no âmbito do orçamento participativo da Câmara Municipal de Lisboa, votaram maioritariamente o projecto de “Criação de uma Nova Incubadora de Empresas em Lisboa”;------------------------------ ----- A associação do Município de Lisboa com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) permite uma mais valia significativa para o projecto, ao conjugar o conhecimento e experiência do Município na gestão dos diversos domínios e dimensões da vida colectiva da cidade de Lisboa, com os de uma entidade, especificamente, criada para o apoio às pequenas e médias empresas - para cujo fomento a Incubadora de Empresas se encontra, especialmente, vocacionada ; ---- ----- A necessidade de associar ao projecto uma instituição financeira e a intenção do Município de Lisboa de que a instalação da incubadora de empresas constitua, também, um elemento de valorização da própria Baixa de Lisboa, motivou a consulta aos principais bancos que estivessem disponíveis para se associarem ao projecto e com instalações na Baixa que pudessem ser cedidas à Associação, em regime de comodato, pelo período mínimo de dez anos; ------------------------------------------------ ----- Apenas o Montepio Geral - Associação Mutualista, disponibilizou instalações adequadas, na Baixa, susceptíveis de serem cedidas nas condições referidas; ------------

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----- Para além dos associados, pretende-se que a associação venha a estabelecer parcerias com entidades não associadas, nomeadamente, Universidades e Centros de investigação, associações de business angels e outras incubadoras, no sentido de atrair projectos inovadores dentro dos sectores estratégicos para um desenvolvimento sustentável da cidade, nomeadamente, nos domínios das novas tecnologias, ambiente, turismo, indústrias criativas, reabilitação urbana e economia do mar; --------------------- ----- Estão, assim, reunidas as condições para a criação de uma entidade, sob forma de associação, sem fins lucrativos, vocacionada para promoção, incentivo e desenvolvimento do empreendorismo, promovendo Lisboa como local para a instalação de empresas e a criação de empregos;--------------------------------------------- ----- Pelas razões expostas e considerando, também, que o projecto de criação da Incubadora de Empresas está previsto, com a verba de €450.000, no projecto de Orçamento e de Grandes Opções do Plano para 2011-2014, com o código do Plano Plurianual de Investimentos F4.01.P003.01 e com a classificação orgânica e económica 02.01 07.01.15.01, instrumentos aprovados em reunião da Câmara Municipal de Lisboa, de 3 de Dezembro de 2010, e em apreciação na Assembleia Municipal de Lisboa; ---------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa aprove e delibere apresentar à Assembleia Municipal, proposta para que este órgão autorize, nos termos da alínea m) do n.º 2 do artigo 53.º da lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, ---------------------------------------- ----- O Município de Lisboa a associar-se com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e com o Montepio Geral – Associação Mutualista, através da constituição de uma associação sem fins lucrativos (com a denominação ABC Lisboa – Atlantic Business Center ou com a que for admitida pelo Registo Nacional de Pessoas Colectivas), com os as cláusulas estatutárias, que constam em Anexo I, e com o Plano de Implementação, que consta em Anexo II, da presente proposta.”------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 17 de Março de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 717/2010: ------------------------------ ----- - Em 23 de Fevereiro de 2011, a Comissão reuniu a fim de proceder a uma primeira análise da presente proposta; --------------------------------------------------------- ----- - Após a referida análise, entendeu a Comissão solicitar à CML vários esclarecimentos e informações;----------------------------------------------------------------- ----- - Entretanto, a Comissão recebeu a informação solicitada à CML, cuja documentação foi objecto de nova análise, e que é parte integrante do presente Parecer; --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- - Neste contexto, a Comissão, depois de analisar a Proposta Nº. 717/2010, bem como a documentação anexa, entende que a mesma está em condições de ser discutida e votada, reservando para o Plenário o sentido de voto das forças políticas representadas na Comissão. --------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o B.E.” -------- ----- O Senhor Presidente da Câmara, no uso da palavra para apresentação do documento, começou por dizer que no Orçamento Participativo do ano transacto, a Proposta vencedora propunha a constituição de uma incubadora de empresas, a instalar na Baixa. O Município não dispunha de instalações na Baixa, por isso tinha-se começado a procurar um conjunto de parceiros, junto da Banca, que tivessem imóveis devolutos e interesse em reabilitá-los e reocupá-los. ---------------------------------------- ----- Dos diferentes Bancos consultados - todos aqueles que tinham instalações na Baixa - respondera positivamente o Montepio Geral, o qual se disponibilizara a ceder um edifício na Rua da Prata e a custear a sua reparação, associando-se com o Município para constituir a Incubadora. Essa participação do Montepio era particularmente importante, não só pela disponibilização das instalações e financiamento das obras, mas pelo facto de se dispor de uma entidade parceira, que pudesse apoiar na selecção dos investimentos e no desenvolvimento da própria actividade da Incubadora, sendo esse o principal motivo dessa escolha. ------------------ ----- Precisavam de um outro parceiro, que tivesse como função apoiar o desenvolvimento de empresas, e haviam-no encontrado no IAPMEI, que se disponibilizara também a ser parceiro na constituição da Incubadora.--------------------- ----- Finalmente, tinham uma parceria já constituída com a Associação Comercial de Lisboa, a Agência INVEST-Lisboa, que vinha desenvolvendo a sua actividade na atracção e apoio aos investidores que se queriam instalar na cidade de Lisboa. Ninguém melhor que a INVEST-Lisboa, para se associar à Incubadora, conjuntamente com a Câmara, com o IAPMEI e com o Montepio Geral, de forma a apoiar o desenvolvimento de empresas na zona da Baixa. Era esse o motivo da presença da INVEST-Lisboa. ------------------------------------------------------------------- ----- A constituição da Incubadora tinha uma segunda dimensão, já aprovada em reunião de Câmara e que se encontrava em trânsito para a Assembleia Municipal, que consistia na constituição do Fundo Municipal FINICIA, Fundo esse que o IAPMEI vinha constituindo com diferentes municípios e entidades bancárias, tendo em vista criar um pequeno instrumento de capital de risco para o desenvolvimento das iniciativas empresariais. ------------------------------------------------------------------------- ----- Havia diferentes tipos de Fundos e naquele, em concreto, o Fundo de Projectos de Interesse Local, o município entraria com cem mil euros (100.000€), o Montepio Geral entraria com quatrocentos mil euros (400.000€), garantidos pelo IAPMEI, e que financiariam projectos empresariais até um máximo de quarenta e cinco mil euros (45.000€). A componente de financiamento pelo município, obviamente que era um financiamento não prestamista - não fazia parte da actividade camarária ser remunerada pela prestação de dinheiro - e assim, era um apoio integralmente

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reembolsável, mas sem qualquer tipo de remuneração, portanto, com taxas de juros zero.------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A componente financiada pelo Montepio Geral, seria também reembolsável, mas remunerado com uma taxa de juro igual à EURIBOR, o que significava criar ali um instrumento financeiro com condições absolutamente excepcionais de financiamento, porque na prática significava que cerca de 20% (a parte municipal), teria uma taxa zero e o restante, 80%, teria uma taxa igual a EURIBOR (0.0), portanto, sem qualquer tipo de SPREAD, e beneficiando do apoio das instalações, dos equipamentos e dos serviços prestados pela Incubadora, os quais seriam desenvolvidos pela INVEST-Lisboa.--------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em síntese, era aquela a forma que procuravam utilizar para concretizar o projecto vencedor no Orçamento Participativo, e de forma a que a verba alocada no Orçamento Participativo pudesse ainda vir a apoiar outro tipo de iniciativas visto que, felizmente, não fora preciso gastar dinheiro nas instalações nem nas obras, até ao momento. Era necessário fazer algum investimento na instalação da Incubadora, mais cem mil euros (100.000€), para a constituição do Fundo FINICIA, e ainda sobrariam verbas para se poder apoiar outro tipo de iniciativas, uma das quais brevemente seria levada a reunião de Câmara, sob a forma de proposta de constituição de uma incubadora social, que funcionaria numas instalações que o município possuía na Rua da Graça, e que poderiam ser mobilizadas para esse projecto de empreendorismo social. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Teresa Almeida (PS), no uso da palavra, disse que depois da apresentação tão clara e transparente daquela Proposta, apenas faria umas breves notas. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Com aquela Proposta - a criação de uma incubadora de empresas - pretendia a CML reforçar a atractividade da Cidade, localizando ali empresas e actividades criativas. Fora esse também o entendimento dos cidadãos que, no âmbito do Orçamento Participativo, votara maioritariamente o projecto de formação de uma nova incubadora de empresas em Lisboa. ----------------------------------------------------- ----- A Câmara Municipal, conjuntamente com o IAPMEI, a Associação Comercial de Lisboa e a INVEST de Lisboa, dariam uma mais-valia ao projecto, juntando a experiência do Município com a de entidades sobejamente vocacionadas para o apoio a pequenas e médias empresas. Também se associara ao Projecto uma instituição financeira - o Montepio Geral.------------------------------------------------------------------ ----- A criação de uma incubadora de empresas teria uma especial relevância na época de crise económica que se atravessava. Estavam assim reunidas as condições para a criação de uma entidade, uma associação sem fins lucrativos, que promovesse, incentivasse e desenvolvesse o empreendorismo na cidade de Lisboa, com a consequente criação de empregos. ------------------------------------------------------------- ----- Por todas essas razões a Bancada do PS concordava com aquela proposta e consequentemente votaria a favor. ------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira (PPM), no uso da palavra, disse que pela primeira vez tinha o prazer de dar ao Sr. Presidente da

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Câmara os seus parabéns por aquela iniciativa. Era uma iniciativa de louvar, e achava que o grande papel das Câmaras Municipais era serem o motor da economia local. A criação de emprego e a ajuda tão necessária, de acordo com o Montepio e o IAPMEI, era realmente de louvar, e esperava que desse resultados. O PPM iria votar a favor e louvar aquela iniciativa. ------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal John Rosas (MPT), no uso da palavra, começou por dizer que o Grupo Municipal do MPT analisara a Proposta n.º 717/2010, através da qual o executivo remetia àquela Casa a autorização para que o Município se associasse com o IAPMEI e o Montepio Geral na constituição de uma incubadora de empresas, tal como estava previsto no Orçamento Participativo de 2010. ------------- ----- Continuou, dirigindo-se à Sr.ª Presidente, e disse que nos considerandos da proposta em causa se referia que, e passava a citar, “A Carta Estratégica de Lisboa de 2010/2024 define como uma das direcções em que há que concertar esforços para a promoção de competitividade, inovação e criatividade de Lisboa, o reforço da atractividade da Cidade para localizar empresas e actividades criativas polarizadas pelo conhecimento e pela cultura.” Mais adiante, era referido ainda pelo principal promotor daquela iniciativa, que era Sua Ex.ª o Sr. Presidente, que ”… esta Proposta tem como fundamento o facto de a criação de incubadoras de empresas se ter vindo a revelar, no país e no estrangeiro, como uma das formas mais eficazes de atracção de micro, pequenas e médias empresas e de assegurar a sua sobrevivência nos primeiros tempos de actividade”. Ora, era ali, precisamente, que residia o busílis da questão. ----- ----- Sabendo que o Sr. Presidente era pessoa atenta ao que se passava em Lisboa e arredores, presumia-se que soubesse a realidade dos factos. O facto, era que desde o mês de Dezembro do ano passado, que em Portugal, todos os dias, havia cerca de 50 PMEs que encerravam as suas portas com carácter definitivo. Isso era dizer que, pura e simplesmente, abriam falência, grande parte delas, na cidade de Lisboa. Para além da situação de constrangimento económico e financeiro com que as várias PMEs se tinham vindo a deparar nos últimos anos, mercê da falta de liquidez das famílias portuguesas, também elas constantemente acossadas com aumentos de contribuições e impostos, fosse por via da Administração Central, Serviços da Fazenda Pública, fosse por via da Administração Local, ou seja, as elevadíssimas taxas e derramas camarárias com que quotidianamente elas eram fustigadas. E nesse ponto, o Sr. Presidente tinha muito que dizer. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Não fosse o facto dos escandalosos aumentos das taxas municipais e das derramas municipais que o Sr. Presidente, naquela mesma Casa, ousara propor e conseguira fazer aprovar, contra a indiferença de alguns dos colegas, e até lhe teria caído bem ir ali propor aquele novo Projecto, para no dizer dos Considerandos à Proposta, assegurar a sobrevivência nos primeiros tempos de actividade das pequenas e médias empresas.------------------------------------------------------------------------------- ----- Se bem se recordava, o MPT, que na altura tinha votado contra a alteração do Regulamento Geral de Taxas, entendera que as alterações que o executivo então propunha eram fortemente lesivas para os munícipes e para as pequenas e médias empresas de Lisboa. A esse propósito, recordava-se que haviam chegado a referir que,

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e passava a citar, “entendíamos que se tratava de um dos mais violentos ataques feitos desde o 25 de Abril ao bolso dos cidadãos de Lisboa, numa altura, precisamente, de grave crise económica, numa época fortemente prejudicial à cidade de Lisboa, em que fecham diariamente pequenas e médias empresas, num momento em que o poder de compra dos lisboetas regista um dos níveis mais baixos das últimas décadas.”.---------- ----- Pelos vistos, o MPT tivera razão, e se pela realidade dos factos se comprovara que tinham razão, também o Sr. Presidente lhes dava ali razão, ao pretender com aquela proposta emendar a mão. De facto e, se não como consequência directa para o encerramento diário de pequenas e médias empresas sediadas em Lisboa, a verdade é que os aumentos absurdos de taxas e derramas camarárias teriam também, inevitavelmente, contribuído para aquele funesto desfecho com que se deparava um pouco por toda a Cidade, e que se traduzia visivelmente na colocação de tapumes nas lojas com cartazes que referiam o encerramento para balanço ou o encerramento por falência. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em boa verdade, a Câmara, a pretexto de uma pretensa redução, com o novo Regulamento, de duas mil e tal taxas para duzentas taxas, supostamente em nome da simplificação e da transparência, o que lograra fazer fora proceder à fusão de taxas com o aumento substancial dos valores com que conseguira, em apenas poucos meses, esmagar muitas PMEs em Lisboa. E tanto assim era que, por parte de associações como a CIP, a União de Associações Empresariais do Comércio e Serviço, a ARRESP e a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, todas elas ligadas através dos seus associados àquele que era o sustentáculo comercial da Cidade, haviam chegado a emitir pareceres na fase de discussão pública de alteração do Regimento de Taxas, em que referiam discordar do estabelecimento de quaisquer novas taxas, opunham-se ao agravamento das mesmas e contestavam a alteração da fórmula de cálculo das taxas a cobrar, da qual resultaria, inevitavelmente, o agravamento do valor a pagar.------------- ----- Agradava ao MPT constatar que, aquele mesmo executivo que havia cerca de um ano tinha proposto, em reunião de Câmara, a alteração do regulamento que tinha vindo sobrecarregar excessivamente os munícipes e as pequenas e médias empresas, fosse o mesmo que, naquele momento, emendava a mão e propunha projecto para assegurar a sobrevivência das PMEs a constituir. Independentemente de se ter tentado dizer que “Mais vale tarde que nunca”, pena era que o Sr. Presidente não tivesse pensado em apresentar um projecto mais abrangente, de forma a apoiar, também, as empresas já existentes e que actualmente se encontravam em vias de falência. ---------- ----- Voltando à discussão sobre a associação do Município com o IAPMEI e o Montepio para a criação da Incubadora, cujo projecto se encontrava previsto no Orçamento e no Plano de Actividades para 2011, com dotação definitiva de quatrocentos e cinquenta mil euros (450.000€), cumpria em abono daquela ideia, referir que aquele projecto fora votado maioritariamente pelos cidadãos, que se haviam pronunciado em sede de discussão do Orçamento Participativo. No entanto, se a ideia era boa, já no que tocava à sua implementação cumpria tecer algumas criticas, que entendiam ser bastante pertinentes no estado actual de crise económica e de contenção de despesas a que se encontrava sujeito o Município. O comentário

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principal que se lhe impunha fazer, desde logo, àquela Proposta, é que ela aumentaria a pressão financeira sobre o Município, numa época que deveria ser desejavelmente de grande contenção orçamental, como já referira atrás. ------------------------------------ ----- Assim, e em primeiro lugar, cumpria referir que a criação e efectiva instalação dessa associação implicaria custos avantajados para a Câmara, nomeadamente, com a participação de cem mil euros (100.000€), do montante orçamentado, a entrada inicial do Fundo Municipal FINICIA, bem como em sede de pagamento das quotas que viessem a ser fixadas, o que naquele momento ainda não era conhecido. Acrescia a tudo isso que o Fundo FINICIA poderia ser aumentado até dois milhões de euros (2.000.000€) e que, nessa eventualidade, teria sempre uma participação da Câmara na ordem dos 20%. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, e apesar de se prever no n.º 4, do art. 8º, dos Estatutos da ABC Lisboa, que o mandato dos membros dos diversos órgãos sociais não era remunerado, estipulava-se ali que a Assembleia Geral podia, em caso excepcional e devidamente justificado, deliberar em sentido contrário. Ora, isso nada mais era do que abrir caminho a que a excepção se pudesse transformar em regra e, como todos bem sabiam, era um pouco mais do mesmo a que já estavam todos habituados em Portugal e em Lisboa, ou seja, a criação de mais uns quantos Jobs for the boys. ------------------- ----- Para além disso, admitia-se explicitamente que apenas após os primeiros três anos da operação, incluindo uma margem de seis meses face ao Project Finance, a Administração pudesse vir a sustentar-se sem necessidade de financiamento municipal, isso porque durante esses três primeiros anos iniciais estavam previstos resultados de gestão negativos, ou seja, com prejuízo, e repetia, com prejuízo. ---------- ----- Por outro lado, verificava-se ao nível dos custos operacionais, que a rubrica de pessoal apresentava uma taxa de crescimento de 97,67%, de 2011 para 2012, sem qualquer discriminação dos vencimentos mensais, por categoria funcional, bem como um crescimento exponencial ao nível dos fornecimentos de serviços, pelo que se questionava a eficiência económica da associação em causa, face a um ciclo económico desfavorável. ------------------------------------------------------------------------ ----- Por último, e não era que fosse contra anglicismos, até por motivos óbvios, mas não conseguia entender porque motivo os promotores daquela proposta não tinham querido dar-lhe uma denominação na Língua de Camões, e ao contrário, tinham optado por uma designação na Llíngua de Shakespeare, a qual obviamente não dominavam. É que, centro, em inglês escrevia-se centre, e não como aparecia na proposta de estatutos, center. Diria o Sr. Presidente que, felizmente, ainda havia alguém que reparava naquelas gralhas, e ele próprio responderia que ainda bem que assim era.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Gostaria de terminar referindo que, não obstante ser possível reconhecer algum interesse ao projecto, o MPT entendia que, do ponto de vista económico, ele iria contribuir para o agravamento da situação financeira do Município de Lisboa, razões pelas quais o MPT se abstinha na votação da criação daquela associação.---------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 717/2010 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-

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la, por maioria, com votos favoráveis do PS, BE, PSD, PPM, CD-PP e 6 IND, votos contra do PEV e PCP, e a abstenção do MPT.------------------------------------------------ ----- PONTO 8 - PROPOSTA N.º 740/2010 - APROVAR A AQUISIÇÃO DO PRÉDIO SITO NA CALÇADA DE SETE MOINHOS, NºS 55 E 57 A JORGE DIAS CARLOS E GRACINDA MARIA GASPAR ANTÃO CARLOS, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA I) DO Nº 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; --------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 740/2010 --------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes ------------------------------------- ----- Serviços: DPI ------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- No âmbito das Operações SAAL – Serviço Ambulatório de Apoio Local, criado durante um curto período após o 25 de Abril de 74, entre Agosto de 1974 e 27 de Outubro de 1976, foram cedidos terrenos a Cooperativas para a construção de edifícios de habitação económica;-------------------------------------------------------------- ----- Inserida no processo SAAL foi fundada em 1976 a Cooperativa “Bela Flor - Cooperativa de Habitação e Construção, C.R.L.”, na freguesia de Campolide, para proporcionar habitação digna à população daquela zona da Cidade de estratos sociais mais carenciados;--------------------------------------------------------------------------------- ----- À semelhança do que sucedeu em cooperativas congéneres uma vez aprovados os projectos de Obra a Cooperativa Bela Flor construiu os fogos de habitação social, sem que, no entanto, houvesse a formalização prévia da cedência dos terrenos;--------------- ----- Por essa razão, em 1994, foi ratificada a constituição a favor da Cooperativa Bela Flor do direito de superfície sobre (9) lotes de terreno sitos à Quinta da Bela Flor/Calçada dos Sete Moinhos, designados pelas letras A a D, G e I a M, com a área global de 3.431m2, a coberto da Proposta n.º 94/94; ----------------------------------------- ----- Através da mesma proposta foi deliberado constituir o direito de superfície a favor da mesma Cooperativa, logo que a Câmara adquirisse a propriedade integral do terreno onde se encontram implantados os lotes designados pelas letras E, F e H, sitos na referida Quinta da Bela Flor/Calçada dos Sete Moinhos, que à data era particular; -- ----- No ano de 1997 foi outorgada a escritura parcelar dos (9) lotes que já integravam terreno municipal, deixando para momento posterior a escritura complementar dos 3 lotes em falta; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- A resolução deste assunto se tem arrastado desde o tempo da formação da Cooperativa, por falta de acordo com o proprietário particular; ---------------------------- ----- Apesar da parcela de terreno particular referida, com a área registada de 876,8m2, ter sido objecto de Declaração de Utilidade Pública de expropriação (parcial – 670m2) em 1975, por Despacho proferido a 26 de Maio pelo Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, por necessária à execução do Plano de Construção Social e Urbanização aprovado para a zona da Calçada do Baltazar – Quinta da Bela Flor – Bairro da Cascalheira, tendo a posse administrativa ocorrido em 10.11.1977, não foi possível acordar um valor indemnizatório;----------------------------------------------------

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O processo de expropriação não seguiu a via litigiosa tendo a D.U.P. caducado; -------- ----- Não obstante as negociações terem sido retomadas com os actuais proprietários, a partir do ano de 2002, os valores apresentados por estes, para a alienação da totalidade do terreno, perfaziam montantes muitos elevados pois incluíam uma indemnização pela ocupação de parte do seu terreno com os três Blocos habitacionais da Cooperativa, há vários anos (25 anos), com a consequente perda de rendimento;-------- ----- Foi possível, recentemente, acordar com os proprietários um valor de aquisição que reflecte apenas a valorização actual do terreno; ----------------------------------------- ----- O acordo de valorização é mais favorável ao Município pois evita o recurso à via judicial; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Através desta aquisição é possível outorgar a escritura de cedência em direito de superfície a favor da Cooperativa Bela Flor dos 3 lotes em falta, permitindo regularizar a situação dos imóveis, e consequentemente, findar os problemas inerentes à falta de legalização dos mesmos:------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos 64º, n.º 6, alínea a) e 53º, n.º 2, alínea i), da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, submeter à Assembleia Municipal para que este Órgão delibere: -------------------------- ----- - Aprovar a aquisição do prédio sito na Calçada de Sete Moinhos, nºs 55 e 57, a Jorge Dias Carlos e Gracinda Maria Gaspar Antão Carlos, ou a quem provar pertencer-lhe, com a área de 876,8m2, delimitado a cor amarela na cópia da Planta n.º 10/053/02 do Departamento do Património Imobiliário, pelo valor de € 512.033,50 (quinhentos e doze mil trinta e três euros e cinquenta cêntimos). -------------------------- ----- Confrontações: ------------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – C.M.L. e Calçada dos Sete Moinhos, nºs 59 a 63 ----------------------------- ----- Sul – C.M.L. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Nascente – Calçada dos Sete Moinhos -------------------------------------------------- ----- Poente – C.M.L. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Condição de acordo ------------------------------------------------------------------------ ----- O prédio é transmitido à Câmara livre de quaisquer ónus ou encargos e completamente desocupado. ------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 29991/CML/10) ------------------------------------------------------------ ----- A proposta da operação da aquisição tem cabimento na rubrica 01.04/07.01.01.01 do Orçamento em vigor, no âmbito da Acção 02/03/A101/99 do Plano de Actividades.” ------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 23 de Fevereiro de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 740/2010:-------------------

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----- Face ao teor da Proposta, a Comissão entende não haver necessidade em se pronunciar sobre a mesma, podendo, desde já, ser discutida e votada em plenário.------ O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausentes o BE e o Deputado Independente José Franco.”--------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira, na qualidade de Secretário da Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão na Intervenção da Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa, e em substituição do Presidente desta Comissão, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa reuniu em 7 de Fevereiro de 2011 para apreciação da Proposta nº. 740/2010 - aquisição do Prédio sito na Calçada de Sete Moinhos, nºs 55 e 57 a Jorge Dias Carlos e Gracinda Maria Gaspar Antão Carlos. ----- Tendo em conta o teor da proposta, a comissão entendeu não se justificar uma pronúncia específica sobre o seu conteúdo cujo mérito é susceptível de ser desde já avaliado pela Assembleia Municipal.”--------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente informou que a Proposta N.º 740/2010 também tinha ido à Comissão de Habitação, que decidira não se pronunciar sobre a mesma. ----------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 740/2010 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, BE, PSD, PCP, CDS-PP, MPT, PEV e 5 IND, e com a abstenção do PPM. -------------------------------------------------------------- ----- PONTO 9 - PROPOSTA N.º 6/2011 - APROVAR A DESAFECTAÇÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO PARA O DOMÍNIO PRIVADO MUNICIPAL DO ANTIGO LEITO DA VIA PÚBLICA, DESIGNADO POR AZINHAGA DOS SETE CÉUS, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO Nº 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; --------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 6/2011 ------------------------------------ ----- Pelouro: Vereadora Maria João Mendes e Vereador Manuel Salgado --------------- ----- Serviço: DPI/ Divisão de Estudos e Valorização do Património Imobiliário – DEVPI -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- 1 - As opções urbanísticas assumidas pela UPAL na sequência do Estudo de Requalificação da Malha 23.2 e áreas envolventes, e que o Bairro dos Sete Céus constitui uma situação de pré-existência que a CML pretende consolidar / manter; ----- ----- 2 - Através da Proposta n.º 565/2009 foi aprovada, por unanimidade, na Reunião de Câmara de 01.07.2009, a elaboração do Plano de Pormenor do Bairro dos Sete Céus (Processo de reconversão através de Plano de Pormenor com apoio da administração conjunta); ------------------------------------------------------------------------

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----- 3 - Através do PP se pretende dar cumprimento às expectativas efectuadas com a Deliberação de Câmara de 1980 (Proposta n.º 182/80 de Out. de 1980 – Regulamentação jurídico/administrativa dos 59 Lotes);------------------------------------- ----- 4 - Este Plano de Pormenor dará um contributo para o desenvolvimento de traçados rodoviários previstos no PUAL, para a disciplina a estabelecer quanto aos arruamentos existentes no Bairro e compatibilização de ligações / cotas altimétricas dos mesmos em relação ao sistema viário envolvente; -------------------------------------- ----- 5 - Como condição para a sua Aprovação, torna-se necessária a desafectação de um antigo leito de via pública, designado por Azinhaga dos Sete Céus, conforme planta nº 10/025/02 do DPI (anexa à proposta); --------------------------------------------- ----- 6 - Que a desafectação do domínio público para o domínio privado da Câmara, da parcela de terreno relativa ao antigo leito de via pública – Azinhaga dos Sete Céus - resulta da Planta de Proveniências da DIC – Desenho nº 88/DIC/11.05 B - a fls. 690 do Procº 185/OTR//UPAL/2006; 1883/CML/09 - que se anexa à presente proposta, fazendo dela parte integrante;------------------------------------------------------------------- ----- 7 - Que se torna necessário desafectar aquela Azinhaga do domínio público para integração no domínio privado municipal, não resultando do facto qualquer prejuízo para a circulação local, encontrando-se a situação notoriamente desenquadrada da realidade existente;------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições dos artigos nºs 64.º, nº 6, alínea a) e do artigo 53.º, nº 4, alínea b), ambos da Lei nº 169/99 de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei nº 5- A/2002 de 11 de Janeiro, submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------------- ----- 1 - A desafectação do domínio público para o domínio privado municipal da parcela de terreno com a área de 288,30m2, designada por Azinhaga dos Sete Céus, representada à cor “rosa velho” na cópia da planta n.º 10/025/02 do Departamento de Património Imobiliário (DPI), à qual se atribui, apenas para efeitos de registo, o valor de 1441,5 € (mil quatrocentos e quarenta e um euros e cinquenta cêntimos), resultante de um valor simbólico de 5,00 €/m2 de terreno; --------------------------------------------- ----- Confrontações da parcela a desafectar – Azinhaga dos Sete Céus ------------------- ----- Norte – C.M.L.; Sul – C.M.L.; Nascente – C.M.L.; Poente – C.M.L. --------------- ----- Anexos: ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Cópia da Proposta 565/2009 aprovada na Reunião de Câmara de 01/07/2009; ----- ----- Desenho do DPI. nº 10/025/02 ----------------------------------------------------------- ----- Planta de Proveniências da DIC – Des. nº 88/DIC/11.05 B – a fls. 690 do Proc.º 185/OTR//UPAL/2006; 1883/CML/09.” ------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 6/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, BE, PSD, PCP, MPT, PEV e 5 IND, e com a abstenção do CDS-PP, PPM. ----------------------------------------------------------------- ----- PONTO 9 - PROPOSTA N.º 9/2011 - APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS REFERENTE AO CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL, PARA AQUISIÇÃO DO SERVIÇO MÓVEL TERRESTRE PARA O

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MUNICÍPIO DE LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO Nº 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ---------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 9/2011 ------------------------------------ ----- “Considerando: ----------------------------------------------------------------------------- ----- Que em Agosto de 2011 termina a contratualização à Vodafone – Comunicações Pessoais, S.A. do “Serviço Móvel Terrestre para o Município de Lisboa”; --------------- ----- A necessidade de assegurar a continuidade da utilização de serviços de comunicações móveis terrestres, como meio instrumental destinado a se obter uma maior operacionalização do funcionamento dos Serviços; ---------------------------------- ----- Nessa conformidade, foi elaborada a documentação tendente ao lançamento de um procedimento concursal, com vista à “Aquisição do Serviço Móvel Terrestre para o Município de Lisboa”, por um período de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da assinatura do contrato, automaticamente renovável por mais 12 (doze) meses. ------- ----- A referida prestação de serviços, cujo início se prevê para Agosto de 2011, envolve, para o quadriénio 2011, 2012, 2013 e 2014, um encargo estimado por cada Lote que a seguir se indica: --------------------------------------------------------------------- ----- Lote 1 - € 1 314 000,00 (um milhão trezentos e catorze mil euros), ao qual acrescerá o valor do IVA à taxa legal em vigor, perfazendo um total de € 1 616 220,00 (um milhão seiscentos e dezasseis mil duzentos e vinte euros) e que se reflectirá nos Orçamentos daqueles anos financeiros;-------------------------------------------------------- ----- Lote 2 - € 25 400,00 (vinte e cinco mil e quatrocentos euros), ao qual acrescerá o valor do IVA à taxa legal em vigor, perfazendo um total de € 31 242,00 (trinta e um mil duzentos e quarenta e dois euros) e que se reflectirá nos Orçamentos daqueles anos financeiros;---------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que, ao abrigo das alíneas d) e q) do nº 1 do artigo 64º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, alterada e republicada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e atento o disposto no artigo 13º, número 4, ponto 4.2. do Regulamento do Orçamento, a Câmara delibere: ------------------------------------------------------------- ----- 1 - Autorizar a escolha do procedimento de Concurso Público com publicação no JOUE (Internacional), conforme o disposto nos artigos 16º - nº 1 - alínea b), 20º - nº 1 – alínea b), 21º - nº 1 – alínea b) e 131º e seguintes do Código dos Contratos Públicos, doravante designado por CCP, para Aquisição do Serviço Móvel Terrestre para o Município de Lisboa, por um período de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da assinatura do contrato, automaticamente renovável por mais 12 (doze) meses; ---------- ----- 2 - Aprovar as peças do procedimento, Programa de Concurso, Caderno de Encargos e respectivos Anexos, que se juntam à presente proposta e que dela fazem parte integrante ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 3 - Designar o júri do procedimento a quem competirá a condução de todas as operações do procedimento nos termos do artigo 67º e seguintes do CCP, bem como a delegação no Júri da competência para a correcção de erros e omissões, eventuais prorrogações de prazos e outros esclarecimentos ao Caderno de Encargos, nos termos

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do disposto no artigo 61º, assim como a realização da audiência prévia de acordo com o nº 1 do artigo 147º conjugado com o nº 1 do artigo 123º, todos do CCP., com a seguinte constituição: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Membros efectivos: ------------------------------------------------------------------------ ----- Presidente – Maria Teresa Duarte -------------------------------------------------------- ----- 1º Vogal – Rosa Fonseca ------------------------------------------------------------------ ----- 2º Vogal – Paulo Marques ----------------------------------------------------------------- ----- Membros suplentes: ------------------------------------------------------------------------ ----- 1º Vogal – Ana Pereira--------------------------------------------------------------------- ----- 2º Vogal – Pedro Henrique ---------------------------------------------------------------- ----- O 1º Vogal efectivo substituirá o Presidente nas suas faltas e impedimentos ------- ----- 4 – Autorizar a decisão de contratar da seguinte despesa: ----------------------------- ----- Lote 1 - € 1 314 000,00 (um milhão trezentos e catorze mil euros), ao qual acrescerá o valor do IVA à taxa legal em vigor, perfazendo um total de € 1 616 220,00 (um milhão seiscentos e dezasseis mil duzentos e vinte euros) e que se reflectirá nos Orçamentos daqueles anos financeiros;-------------------------------------------------------- ----- Lote 2 - € 25 400,00 (vinte e cinco mil e quatrocentos euros), ao qual acrescerá o valor do IVA à taxa legal em vigor, perfazendo um total de € 31 242,00 (trinta e um mil duzentos e quarenta e dois euros) e que se reflectirá nos Orçamentos daqueles anos financeiros;---------------------------------------------------------------------------------- ----- 5- Submeter à Assembleia Municipal a repartição de encargos do valor estimado da despesa, nos seguintes termos: -------------------------------------------------------------- ----- Lote 1 ----------------------------------------------------------------------------------------

----- Lote 2 ---------------------------------------------------------------------------------------- Despesa estimada s/ IVA Despesa estimada c/ IVA (23%)

2011 € 2 469,48 € 3 037,46 2012 € 8 466,66 € 10 413,99 2013 € 8 466,66 € 10 413,99 2014 € 5 997,20 € 7 376,56

Nota: O valor do ano de 2011 corresponde a 3,5 meses e o valor do ano de 2014 a 8,5 meses

----- O referido encargo enquadra-se na classificação orçamental 02.00/02.02.09.” ----- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património,

Despesa estimada s/ IVA Despesa estimada c/ IVA (23%) 2011 € 127 750,00 € 157 132,50 2012 € 438 000,00 € 538 740,00 2013 € 438 000,00 € 538 740,00 2014 € 310 250,00 € 381 607,50

Nota: O valor do ano de 2011 corresponde a 3,5 meses e o valor do ano de 2014 a 8,5 meses

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Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 23 de Fevereiro de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 9/2011:---------------------- ----- - A Comissão entende que a presente Proposta se encontra em condições de ser discutida e votada em plenário, dado que a mesma formula a abertura de Concurso Público Internacional, bem como a repartição de encargos relativo à despesa para o efeito, nos termos legais em vigor;------------------------------------------------------------- ----- - Igualmente a Comissão releva o facto da Câmara Municipal de Lisboa propôr a aquisição do serviço móvel terrestre para assegurar a sua continuidade, destinado a uma maior operacionalização do funcionamento do mesmo. ------------------------------ ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausentes o BE e o Deputado Independente José Franco.”--------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 9/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, BE, PCP, MPT, PEV e 5 IND, e com a abstenção do PSD, MPT, CDS-PP e PPM.---------------------------------------------------- ----- PONTO 14 - PROPOSTA N.º 36/2011 - APROVAR A ACEITAÇÃO DA CEDÊNCIA E AFECTAÇÃO DE PARCELA DE TERRENO PARTICULAR AO DOMÍNIO MUNICIPAL, PARA CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO 2167/EDI/06, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO Nº 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; --------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 36/2011 ----------------------------------- ----- Pelouro: Património Vereadora Maria João Mendes e Vice - Presidente Manuel Salgado ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Serviço: DPI/ Divisão de Estudos e Valorização do Património Imobiliário – DEVPI -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- 1 - O prédio urbano sito na Freguesia do Lumiar – Quinta do Cerrado às Areias, descrito na 7ª Conservatória do Registo Predial na ficha 2380/Lumiar, tem a área total de 9.010m2,e que a CML através do Processo 2167/EDI/06 aprovou em 7 de Julho de 2009 para este prédio um projecto de edificação; -------------------------------------------- ----- 2 - Este projecto contempla a construção num lote de terreno com a área de implantação de 5.180m2, de 3 edifícios destinados a habitação que se dispõem em torno de um núcleo central identificado por logradouro, bem como uma área sobrante de 3.830m2 destinada a zona verde, percurso pedonal e ao alargamento da Azinhaga do Poço de Baixo; -------------------------------------------------------------------------------- ----- 3 - Para concretização deste projecto torna-se necessário afectar ao domínio público municipal a mencionada área de 3.830m2 (a destacar do prédio supracitado);--

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----- 4 - A parcela a receber pelo Município é destinada a integrar o domínio público municipal, terá de estar livre de construções e devidamente infraestruturada P. 2167/EDI/2006; (P.E. 3/DPI/2010); sendo da exclusiva responsabilidade da EPUL a demolição prévia das construções existentes na referida parcela. -------------------------- ----- 5 - A referida cedência e afectação carece de deliberação da Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, ao abrigo do disposto no artigo 53.º, n.º 4, alínea b), da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro: --------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas do artigo 64º, n.º 6, alínea a), e do artigo 53º, n.º 4, alínea b), todos da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro:----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Submeter à Assembleia Municipal a aceitação da cedência da parcela de terreno e afectação da mesma ao domínio público, com a área de 3.830m2, freguesia do Lumiar, representada a cor cinzenta na cópia da planta n.º 10/040/04 do Departamento de Património Imobiliário (DPI), verificando-se o atrás considerado no ponto 4, à qual se atribui, apenas para efeitos de registo (5€/m2), o valor de 19.150 € (dezanove mil cento e cinquenta euros). ------------------------------------------------------------------------ ----- Confrontações da parcela a afectar: ------------------------------------------------------ ----- Norte – Azinhaga do Poço de Baixo ----------------------------------------------------- ----- Sul – Rua Professor Manuel Viegas Guerreiro------------------------------------------ ----- Nascente – CML / Azinhaga do Loureiro------------------------------------------------ ----- Poente – Rua Alfredo de Sousa ----------------------------------------------------------- ----- Anexos: -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Planta nº 10/040/04------------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 29860 /CML/2010) --------------------------------------------------------- ----- (P.E. nº 3 /DPI/2010)” -------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve.----------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 23 de Fevereiro de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 36/2011: -------------------- ----- Através da referida proposta, pretende a Câmara Municipal submeter a aprovação da Assembleia Municipal a aceitação da cedência de parcela de terreno e afectação da mesma ao domínio público, na Freguesia do Lumiar, em conformidade com a documentação anexa à proposta e nos termos dos considerandos. ------------------------- ----- De referir que a presente proposta surge no seguimento dum projecto de edificação já aprovado. Para concretização desse projecto, torna-se necessário afectar ao domínio público municipal a área de 3 830 m2 (a destacar do prédio mencionado).--

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----- Neste contexto, a Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo analisou a referida proposta, concluindo que a mesma se encontra em condições de ser discutida e votada em plenário. --------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausentes o BE e o Deputado Independente José Franco.”--------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 36/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, MPT e 5 IND, e com a abstenção do BE, PEV, PCP, PSD, CDS-PP e PPM.-------------------------------------------------------------- ----- PONTO 16 - PROPOSTA N.º 67/2011 - APROVAR A REVERSÃO PARCIAL E AMPLIAÇÃO DO DIREITO DE SUPERFÍCIE CONSTITUÍDO A FAVOR DO COMITÉ OLÍMPICO PORTUGUÊS PARA VIABILIZAR A CONSTRUÇÃO DO MUSEU OLÍMPICO, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA I) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 67/2011 ----------------------------------- ----- Pelouro: Vereador Manuel Salgado e Vereadora Maria João Azevedo Mendes ---- ----- Serviço: Departamento de Património Imobiliário / Divisão de Aquisição e Alienação ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- Em 11.01.2005, a Assembleia Municipal aprovou, através da Deliberação nº 9/AM/2005 (deliberação nº 936/CM/2004), a constituição de um Direito de Superfície, por 70 anos, a favor do Comité Olímpico Português (COP), para a instalação da sua sede, sobre o prédio municipal “Salão de Portugal”, sito na Travessa da Memória, 34-36, e sua envolvente (Boletim Municipal nº 570, de 20.01.2005, folhas 172-41 e 172-53); ------------------------------------------------------------------------ ----- Em 21.12.2005, foi celebrada a escritura pública de constituição deste direito de superfície, em Anexo I, que faz parte integrante da presente proposta;-------------------- ----- Esta área está integrada na Unidade de Intervenção 3 – Memória, para a qual a Lisboa Ocidental elaborou o Projecto Base de Documento Estratégico (PBDE), que inclui o “Estudo de Reorganização Urbanística para a Área Envolvente à Igreja da Memória”, da autoria do Arquitecto Gonçalo Byrne (planta síntese em Anexo II);------ ----- O COP pretende construir um Museu Olímpico junto à sua sede; -------------------- ----- O PBDE propõe que o referido Museu Olímpico se localize no edifício representado na planta em Anexo III, que faz parte integrante da presente proposta, cuja área de implantação não coincide, parcialmente, com a área objecto do Direito de Superfície já constituído a favor do COP;----------------------------------------------------- ----- O Município de Lisboa pretende apoiar a construção do Museu Olímpico, equipamento que, integrando-se na área monumental e turística da Ajuda-Belém, contribuirá para promover e valorizar a Freguesia da Ajuda e a Cidade;------------------ ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas do artigo 64º, n.º 6, alínea a) e do artigo 53º, n.º 2, alínea i), ambos da Lei

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n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei nº 5-A/2002 de 11 de Janeiro, aprovar e submeter à Assembleia Municipal: --------------------------------------- ----- 1 - Autorização para ampliação do direito de superfície constituído a favor do Comité Olímpico Português por escritura celebrada em 21.12.2005, sob um prédio urbano sito na Travessa da Memória/Rua da Paz, nº 36, em Lisboa, com a área de 1.494, 09 m², com 3 parcelas, designadas pelos números 1, 2 e 3, num total de 99,94 m², identificadas a cor azul, na cópia da Planta nº 10/043A/02 do Departamento do Património Imobiliário, com a finalidade de viabilizar a construção do Museu Olímpico, atribuindo-se às parcelas, apenas para efeitos notariais, o valor de 108.261,81 € (cento e oito mil duzentos e sessenta e um euros e oitenta e um cêntimos). ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Parcela 1: ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Área: 8,40 m²-------------------------------------------------------------------------------- ----- Confrontações: ------------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – CML-------------------------------------------------------------------------------- ----- Sul – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005----------------- ----- Nascente – CML; Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005-- ----- Poente – CML------------------------------------------------------------------------------- ----- Parcela 2: ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Área: 18,65 m² ------------------------------------------------------------------------------ ----- Confrontações: ------------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005-------------- ----- Sul – CML----------------------------------------------------------------------------------- ----- Nascente – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005---------- ----- Poente – CML------------------------------------------------------------------------------- ----- Parcela 3: ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Área: 72,89 m² ------------------------------------------------------------------------------ ----- Confrontações: ----------------------------------------------------------------------------- ----- Norte – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005-------------- ----- Sul – Amália Madueño Dias; Travessa da Memória ----------------------------------- ----- Nascente – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005; Travessa da Memória ---------------------------------------------------------------------------- ----- Poente – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005; CML----- ----- 2 - Reversão do direito de superfície, constituído a favor do Comité Olímpico Português por escritura celebrada em 21.12.2005, sob a parcela de terreno designada pelo número 4, com a área de 35,85 m², identificada a cor amarela, na cópia da Planta nº 10/043A/02 do Departamento do Património Imobiliário, atribuindo-se à parcela, apenas para efeitos notariais, o valor de 38.835,16 € (trinta e oito mil oitocentos e trinta e cinco euros e dezasseis cêntimos). ---------------------------------------------------- ----- Parcela 4: ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Confrontações: ------------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005-------------- ----- Sul – CML-----------------------------------------------------------------------------------

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----- Nascente – Direito de superfície a favor do COP, escritura de 21.12.2005; CML-- ----- Poente – CML------------------------------------------------------------------------------- ----- Condições de acordo ----------------------------------------------------------------------- ----- 3 - O Comité Olímpico Português deverá construir o Museu Olímpico no local identificado na planta em Anexo III, no prazo de 36 meses, a contar da data de assinatura da Escritura Pública a que se refere a presente proposta. ----------------------- ---- 4 - Em tudo o mais, mantêm-se as deliberações tomadas e condições estabelecidas sobre este assunto, objecto da escritura de 21.12.2005.-------------------------------------- ----- (Processo Privativo nº 205/DPI/04 – 2 volumes)” -------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 17 de Março de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 67/2011: -------------------------------- ---- - Em 2004 e 2005 a Câmara e a Assembleia Municipal de Lisboa, respectivamente, deliberaram a constituição de um direito de superfície, por 70 anos, a favor do Comité Olímpico Português, sobre o prédio municipal “Salão de Portugal”, na Travessa da Memória, numa cedência a título gratuito;---------------------------------- ----- - No seguimento das deliberações referidas, celebrou-se a escritura pública de constituição deste direito de superfície; ------------------------------------------------------- ----- - Na área onde se situa o prédio e sua envolvente pretende o Comité Olímpico Português construir um Museu Olímpico, num edifício cuja área de implantação não coincide parcialmente com a actual área do direito de superfície;-------------------------- ----- - No âmbito do acordo inserido na proposta, o Museu Olímpico será construído no prazo de 36 meses, após a assinatura da escritura pública, recomendando esta Comissão que no referido Museu Olímpico sejam contemplados dois espaços para o Desporto Olímpico e o Desporto Parolímpico. ----------------------------------------------- ----- - Neste contexto, a Comissão, depois de analisar a Proposta Nº. 67/2011, bem como a documentação anexa, entende que a mesma está em condições de ser discutida e votada em Plenário; ---------------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o B.E.” -------- ----- A Senhora Deputada Municipal Maria Luísa Vicente Mendes (PS), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve. --------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, reunida em 14 de Março para análise da Proposta nº. 67/2011, congratulou-se com a construção de um Museu Olímpico, reclamando no entanto que, tendo em conta a disponibilização de recursos por parte da Câmara Municipal de Lisboa, deverá ser

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salvaguardado um espaço em que a memória da participação portuguesa nos Jogos Parolímpicos também esteja assegurada. ------------------------------------------------------ ----- - Este relatório foi aprovado por unanimidade (PS, PSD, PCP, BE e CDS) estando ausente a Deputada Independente Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva.” -- ----- O Senhor Deputado Municipal José António Videira (PS), no uso da palavra, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, disse que queria manifestar o seu maior agrado por estar sediado na Ajuda o Comité Olímpico de Portugal. Era com muita honra que a Ajuda iria acolher, na Travessa da Memória, um Museu que honrava a memória das mulheres e homens que honravam o Olimpismo, através de um futuro equipamento, um museu olímpico. Acreditava que o museu olímpico seria um veículo de aprendizagem e conhecimento do movimento olímpico, dos seus valores e da sua história, assim como um estímulo para a prática desportiva dos seus futuros visitantes. Tinha também a certeza que aquele equipamento se tornaria uma referência cultural turística e desportiva da cidade de Lisboa, e que não seria olvidado o Movimento Parolímpico, por parte do Comité Olímpico de Portugal. Queria acabar a sua intervenção por felicitar a Câmara Municipal de Lisboa e o Comité Olímpico de Portugal por aquele frutuoso entendimento.-------------------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 67/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 17 - PROPOSTA N.º 68/2011 - APROVAR A DESAFECTAÇÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DO ANTIGO LEITO DE VIA PÚBLICA DESIGNADO POR AZINHAGA DA MUSGUEIRA, PARA CONCRETIZAÇÃO DA OPERAÇÃO DE LOTEAMENTO DAS MALHAS 9 E 10 DO PUAL, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO N.º 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; --------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 68/2011 ----------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Mendes e Vereador Manuel Salgado --------------- ----- Serviço: DPI/ Divisão de Estudos e Valorização do Património Imobiliário – DEVPI--------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- 1 - As opções urbanísticas assumidas pela UPAL, prevêem ao abrigo do PUAL, duas áreas edificáveis, adiante designadas por Malhas 9 e 10, localizadas junto da 1ª rotunda interior e lanço intermédio do futuro Eixo Central – principal Avenida do plano, que promove o prolongamento do eixo histórico de Lisboa e principal foco de actividade comercial/ serviços da urbanização. ---------------------------------------------- ----- 2 - As Malhas 9 e 10 são classificadas como “Malha Regular de Quarteirões” (HMR) e integram a Unidade de Planeamento e Gestão - UPG. 1 - “Malha Regular Sul Oeste” do PUAL. Apresentam ainda como confrontações, a Quinta da Musgueira, outros arruamentos e o 1º tramo do eixo pedonal, preconizados no PUAL, que são ainda terrenos municipais.-----------------------------------------------------------------------

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----- 3 - A execução das Malhas 9 e 10 encontra-se abrangida ao abrigo do Contrato Inominado celebrado a 7 de Dezembro de 1984, com alterações de 31 de Dezembro de 1996 entre o Município de Lisboa e a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa – SGAL. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 4 - A edificabilidade máxima prevista para o conjunto das duas Malhas é de 35.697m2 de área de construção (superfície de pavimento), sendo 30.293m2 para habitação e 5.404m2 para comércio/ serviços, não estando previstos equipamentos; ----- 5 - Para que seja possível levar a cabo a operação urbanística de loteamento destas Malhas que intersectam a antiga Azinhaga da Musgueira, é necessário proceder à desafectação dos troços de arruamento/ leito de via pública, de forma a integrarem o domínio privado municipal, não resultando deste facto qualquer prejuízo para a circulação local; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- 6 - A desafectação do domínio público para o domínio privado da Câmara, da parcela de terreno relativa ao antigo leito de via pública – Azinhaga da Musgueira - resulta da Planta de Proveniências da DIC – Desenho nº 268/AG/DIC/03.09 A – INF/393/DPI/DIC/10 - P. 29769/CML/10 - que se anexa à presente proposta, fazendo dela parte integrante;----------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições dos artigos nºs 64.º, nº 6, alínea a) e do artigo 53.º, nº 4, alínea b), ambos da Lei nº 169/99 de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei nº 5- A/2002 de 11 de Janeiro, submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------------- ----- A desafectação do domínio público para o domínio privado municipal das parcelas de terreno 1 e 2 respectivamente com a área de 604 m2 e 146 m2, designadas por Azinhaga da Musgueira, representada à cor “rosa velho” na cópia da planta n.º 10/028/04 do Departamento de Património Imobiliário (DPI), à qual se atribui, apenas para efeitos de registo resultante de um valor simbólico de 5,00 €/m2 de terreno, o valor de 3020 € (três mil e vinte euros) e 730 € (setecentos e cinquenta euros), que perfaz um total de 3750€ (parcela 1 + parcela 2). -------------------------------------------- ----- Confrontações da parcela a desafectar – Azinhaga dos Sete Céus-------------------- ----- Norte – C.M.L.; Sul – C.M.L.; Nascente – C.M.L.; Poente – C.M.L.---------------- ----- Anexos: -------------------------------------------------------------------------------------- ----- - Desenho do DPI. nº 10/028/04 ---------------------------------------------------------- ----- - Planta de Proveniências da DIC – Des. nº 268/AG/DIC/03.10 A”------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, apresentou o Parecer que a seguir se transcreve.----------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 17 de Março de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 68/2011: -------------------------------- ----- A Unidade de Projecto do Alto do Lumiar (UPAL), no âmbito do Projecto de Urbanização da Alta de Lisboa (PUAL) prevê duas áreas edificáveis – Malhas 9 e 10,

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localizadas junto da primeira rotunda interior e lanço intermédio do futuro Eixo Central – que visam o prolongamento do eixo histórico de Lisboa e principal foco de actividade comercial / serviços da urbanização; ---------------------------------------------- ----- A execução das Malhas 9 e 10 encontra-se abrangida pelo Contrato Inominado entre o Município de Lisboa e a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL);--------- ----- Para que seja possível a operação urbanística de loteamento destas Malhas, é necessária a desafectação do domínio público para o domínio privado da Câmara das parcelas de terreno identificadas na proposta, bem como na documentação anexa à mesma; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, a Comissão, depois de analisar a Proposta Nº. 68/2011, bem como a documentação anexa, entende que a mesma está em condições de ser discutida e votada em Plenário; ---------------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade estando ausente o B.E.”--------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 68/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV e 5 IND, e com a abstenção do PPM e. MPT -------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Luís Graça Gonçalves (PSD), no uso da palavra, disse que em virtude das Propostas n.º 90/2011 e n.º 92/2011 ainda não terem sido apreciadas em Conferência de Líderes, pediam que a primeira baixasse à Comissão de Urbanismo e a segunda à Comissão de Habitação. --------------------------- ----- A Senhora Presidente esclareceu que na última reunião de Líderes havia distribuído aquelas propostas, tendo solicitado a sua leitura para posterior informação de quais as Comissões a que deveriam baixar. O PCP tinha pedido nesse mesmo dia que a Proposta n.º 90/2011 baixasse à Comissão de Urbanismo e do PDM, e o Sr. Deputado estava ali a pedir que também a Proposta n.º 92/2011 baixasse à Comissão de Habitação. Era pena que se tivesse perdido quinze dias. --------------------------------- ----- PONTO 20 - PROPOSTA N.º 111/2011 - APROVAR A DESAFECTAÇÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO PARA O DOMÍNIO PRIVADO DA PARCELA 1 E 2, PROVENIENTE DE UM ANTIGO LEITO DE VIA PÚBLICA, DESIGNADO POR AZINHAGA DAS CORTES, BEM COMO PARCELA, PROVENIENTE DE UM ANTIGO LEITO DE VIA PÚBLICA, DESIGNADO POR AZINHAGA DA TORRE E BARROCA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO N.º 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------------------------- ------------------------------------ PROPOSTA N.º 111/2011 --------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes-------------------------------------- ----- Serviços: DPI ------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------ ----- Por escritura pública de promessa de compra e venda datada de 12 de Outubro de 1960, foi prometido vender a favor do Instituto de Acção Social Forças Armadas, os

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lotes de terreno situados em Chelas, freguesia dos Olivais, com os números 63, 64 e 104; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Para se proceder à escritura definitiva dos referidos lotes, torna-se necessário proceder à desafectação de 3 parcelas do domínio público para domínio privado;------- ----- Se torna necessária, para a realização da escritura definitiva, desafectar essas citadas parcelas de terreno, do domínio público para o domínio privado do Município; Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas do artigo 64º, n.º 6, alínea a), e do artigo 53º, n.º 4, alínea b), todos da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, submeter à Assembleia Municipal:------------------------------------------------------------- ----- 1. A desafectação do domínio público para o domínio privado da parcela 1 e 2, com as áreas de 29,10 m2 e 49,40 m2, respectivamente, proveniente de um antigo leito de via pública, designado por Azinhaga das Cortes representada à cor rosa na planta n.º 11/005/02 do Departamento de Património Imobiliário.--------------------------------- ----- 2. A desafectação do domínio público para o domínio privado de uma parcela, com a área de 14,65 m2, proveniente de um antigo leito de via pública, designado por Azinhaga da Torre e Barroca, representada à cor rosa na planta n.º 11/006/02 do Departamento de Património Imobiliário. ----------------------------------------------------- ----- Confrontações da parcela a desafectar do lote 63 -------------------------------------- ----- Norte – Lote 63; Sul – Lote 63; Nascente –C.M.L; Poente – C.M.L. ---------------- ----- Confrontações da parcela a desafectar do lote 64 -------------------------------------- ----- Norte – Lote 64; Sul – Lote 64; Nascente –C.M.L; Poente – C.M.L. ---------------- ----- Confrontações da parcela a desafectar do lote 104 ------------------------------------- ----- Norte – C.M.L.; Sul – C.M.L.; Nascente –Lote 104; Poente – Lote 104------------- ----- (Processo n.º 2741/CML/11)”------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, informou que a Proposta n.º 111/2011 não baixara a nenhuma Comissão e, uma vez que ninguém mais desejara intervir, submeteu em seguida a Proposta n.º 111/2011 à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV e 5 IND, e com a abstenção do PPM e MPT. -------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Luís Graça Gonçalves (PSD), de novo no uso da palavra, disse que em virtude da Proposta n.º 80/2011 não ter chegado a todos os Senhores Deputados em tempo oportuno, estes não se encontravam em condições de a apreciarem naquela Sessão. --------------------------------------------------------------------- ----- Prosseguindo, a Senhora Presidente esclareceu que tinha enviado a Proposta n.º 80/2011 imediatamente após a sua recepção. ------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrada a Reunião, informando que a próxima Sessão teria lugar no próximo dia 12 de Abril de 2011, pelas 14 horas. - ----- Eram horas e minutos. -------------------------------------------------------------- ----- E eu, , Primeiro Secretário, fiz lavrar a presente acta que subscrevo juntamente com a Segunda Secretária, . ----------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------- A PRESIDENTE-----------------------------------------