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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
ANDRÉ DE FREITAS FURTADO
ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA
RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014
FORTALEZA
2013
ANDRÉ DE FREITAS FURTADO
ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA
RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014
Monografia submetida à Universidade Federal
do Ceará como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Engenheiro Eletricista.
Orientadora: Profa. Dr
a. Gabriela Helena
Bauab Shiguemoto
FORTALEZA
2013
ANDRÉ DE FREITAS FURTADO
ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA
RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Engenheiro Eletricista e
aprovada em sua forma final pela Coordenação de Graduação em Engenharia Elétrica na
Universidade Federal do Ceará. Área de concentração: Engenharia e Economia.
Aprovada em:___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profa. Gabriela Helena Bauab Shiguemoto, Dr
a. (Orientadora)
_____________________________________________________
Engo. Jorge Alberto Barreto Rebouças
_____________________________________________________
Prof. Tomaz Nunes Cavalcante Neto, MSc.
Fortaleza, Janeiro de 2013.
A Deus,
A minha mãe, Heloina,
Aos meus avós, Terezinha e Pedro,
Aos meus padrinhos, Dina e Sebastião, e toda a família,
A SERT Engenharia e todos os colegas de trabalho,
Aos amigos.
Todo aquele que procura segurança no Deus Altíssimo
e se abriga na sombra protetora do Todo-Poderoso,
pode dizer a Ele:
Ó Senhor Deus, Tu és o meu defensor e o meu protetor.
Tu és o meu Deus; eu confio em Ti.
Salmo 91, 1-2.
Peça a Deus o que você precisa e ELE lhe dará.
Todo aquele que pede recebe.
Aquele que procura encontra.
Bata a porta de Deus e ela se abrirá.
Mateus 7, 7-8.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, fonte da minha inspiração, gestor dos meus pensamentos e principal
responsável pelas minhas conquistas. A Ele toda honra e toda glória. Obrigado Senhor, por
tudo que me proporcionas: fé, saúde, família, sonhos e desafios. Minha missão de vida é
sempre servi-te e honrar-te.
A minha mãe Heloina, melhor amiga e companheira nos momentos alegres e tristes.
Muito obrigado pela dedicação, empenho e, muita vezes, pelo sacrifício para proporcionar-me
uma educação de qualidade, amor, carinho e os preciosos ensinamentos que levarei por toda a
vida. Dedico este trabalho a você.
A minha família, em especial aos meus avós, Pedro e Terezinha, que torcem por mim
e acreditam no meu sucesso. Aos meus padrinhos, Sebastião e Dina, por todo apoio e carinho
desde a infância até hoje. Muito obrigado por serem tão presentes na minha vida. Sei que
posso sempre contar com vocês.
A todos os professores do curso de Engenharia Elétrica da UFC, pelos ensinamentos
preciosos durante esta jornada. Agradeço em especial a Professora Dra. Gabriela Helena
Bauab Shiguemoto, pela atenção, amizade, disponibilidade de tempo e os ensinamentos
valiosos durante todo o período que antecedeu o início deste trabalho até a conclusão do
mesmo.
Aos meus amigos, em especial aos do curso de Engenharia Elétrica da UFC, pelo
apoio, companheirismo e motivação em todos os momentos, pelos vários finais de semana,
feriados e madrugadas investidos para o estudo, sempre com o objetivo de aprender e ajudar.
Vocês conseguem transformar momentos difíceis em alegria e esperança. Sem vocês, a
jornada teria sido bem mais difícil. Agradeço também a Diolinda Prado (in memoriam), pela
força e apoio.
A todos da SERT Engenharia de Instalações, pela minha primeira experiência
profissional em uma empresa que valoriza o ser humano e prioriza a família. Agradeço em
especial a Sra. Fátima Lino, que carinhosamente me recebeu e direcionou, e ao Dr. Jorge
Barreto, engenheiro, mentor, orientador e um exemplo de pessoa e profissional a ser seguido,
que na sua infinita bondade e dedicação, ajudou e colaborou generosamente para que eu
pudesse iniciar minha carreira.
RESUMO
A Copa do Mundo é um dos maiores e mais famosos eventos do mundo. Devido ao grande
apelo midiático, possui a maior audiência dentre todos os eventos esportivos, proporcionando
ao país que vai sediá-la a oportunidade de receber milhões de pessoas e atrair investimentos.
Isto acarreta em um grande crescimento na economia nacional, impactando positivamente em
diversos setores da economia, gerando empregos, oportunidades e acelerando o
desenvolvimento. Porém, é necessário que grandes projetos de Engenharia sejam executados
para garantir o sucesso deste evento. Este trabalho se propõe a analisar os principais aspectos
econômicos e de Engenharia relacionados à Copa do Mundo. Serão analisados os impactos
econômicos que este evento proporciona a economia e as principais obras de infraestrutura em
todo o Brasil, que têm como objetivo proporcionar melhorias em setores que são muito
importantes para garantir o sucesso do evento. Estas melhorias ficarão como legado para o
país, melhorando a qualidade de vida da população.
Palavras-chaves: Copa do Mundo, Obras de Infraestrutura, Engenharia.
ABSTRACT
The World Cup is one of the biggest and famous events of the world. Due to the large media
appeal, it has the largest audience among all sports events, providing the country that will host
it a chance to get millions of people and attract investment. This leads to a large growth in the
national economy, impacting positively on various sectors of the economy, creating jobs,
opportunities and accelerating development. However, it is necessary for large engineering
projects are executed to ensure the success of this event. This work aims to analyze the main
aspects of economic and engineering related to the World Cup. It will analyze the economic
impacts that this event provides the economy and major infrastructure projects throughout
Brazil, which aim to provide improvements in sectors that are very important to ensure the
success of the event. These improvements will be a legacy for the country, improving the
quality of life.
Keywords: World Cup, infrastructure projects, Engineering.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Infraestrutura Atual do Transporte Público Brasileiro............................................. 33
Tabela 2. Ficha técnica de Belo Horizonte.............................................................................. 39
Tabela 3. Ficha técnica de Brasília.......................................................................................... 42
Tabela 4. Ficha Técnica de Cuiabá. ....................................................................................... 43
Tabela 5. Ficha Técnica de Curitiba........................................................................................ 44
Tabela 6. Ficha técnica de Fortaleza........................................................................................ 46
Tabela 7. Ficha técnica de Manaus.......................................................................................... 48
Tabela 8. Ficha técnica de Natal............................................................................................. 49
Tabela 9. Ficha técnica de Porto Alegre................................................................................. 50
Tabela 10. Ficha Técnica de Recife........................................................................................ 51
Tabela 11. Ficha Técnica do Rio de Janeiro........................................................................... 52
Tabela 12. Ficha técnica de Salvador. ................................................................................... 53
Tabela 13. Ficha técnica de São Paulo................................................................................... 54
Tabela 14. Balanço geral dos investimentos em obras de infraestrutura............................... 55
Tabela 15. Comparação entre sistemas de drenagem de águas pluviais................................. 70
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Taça Jules Rimet....................................................................................................... 19
Figura 2. O presidente da FIFA Joseph Blatter, anuncia o Brasil como país anfitrião da Copa
do Mundo FIFA de 2014.......................................................................................................... 23
Figura 3. Emblema oficial e mascote da Copa de 2014........................................................... 25
Figura 4. Requisitos do Sistema LEED-NC v.3. – 2009.......................................................... 60
Figura 5. Diagrama Unifilar Simplificado da Arena Castelão................................................. 75
Figura 6. Alimentação das subestações da COELCE de Paulo Afonso e Tucuruí.................. 76
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AQUA Alta Qualidade Ambiental
BRT Bus Rapid Transit
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento
CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco
COELCE Companhia Energética do Ceará
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CONMEBOL Confederação Sul-americana de Futebol
DAE Departamento de Arquitetura e Engenharia
Eletronorte Centrais Elétricas do Norte do Brasil
FIFA Federação Internacional de Futebol Associado
HQE Haute Qualité Environnementale
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
II Imposto de Importação
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
PIB Produto Interno Bruto
PIS Programa de Integração Social
PPP Parceria Público Privada
PPR Polipropileno Copolímero Random
PVC Cloreto de polivinila
VLT Veículo Leve sobre Trilhos
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................... 16
CAPÍTULO 2 - A COPA DO MUNDO FIFA ...................................................................... 19
2.1 História da Copa do Mundo ......................................................................................................... 19
2.1.1 Competições Internacionais anteriores ............................................................................ 19
2.1.2 A primeira Copa do Mundo Oficial ................................................................................. 20
2.1.3 Curiosidades sobre a Copa do Mundo ............................................................................. 21
2.1.4 Histórico do Brasil nas Copas do Mundo ........................................................................ 22
2.2 A Copa do Mundo de 2014 no Brasil ........................................................................................ 22
2.2.1 Plano Antifraude .............................................................................................................. 24
2.2.2 Incentivos Fiscais ............................................................................................................ 24
2.2.3 Marketing: emblema e mascote oficial da Copa de 2014. ............................................... 24
2.2.4 Tabela dos Jogos .............................................................................................................. 25
2.2.5 Voluntários ...................................................................................................................... 26
2.2.6 Lei Geral da Copa ........................................................................................................... .26
2.3 Conclusão .......................................................................................................................... .27
CAPÍTULO 3 - ASPECTOS ECONÔMICOS RELACIONADOS À COPA DO
MUNDO DE 2014....................................................................................................................29
3.1 Impactos dos grandes eventos esportivos na economia................... ........... ............................29
3.2 Responsabilidades do Brasil para receber a Copa do Mundo ............................................ 31
3.2.1 Impactos econômicos na Construção Civil ..................................................................... 32
3.2.2 Transporte e Mobilidade Urbana ..................................................................................... 32
3.2.2.1 Sistema Bus Rapid Transit (BRT) ................................................................................ 34
3.2.2.2 Veículo Leve sobre Trihos (VLT) ................................................................................ 35
3.2.3 Aeroportos ....................................................................................................................... 35
3.2.4 Turismo ............................................................................................................................ 37
3.2.5 Investimentos em Geração, Transmissão e Distribuição de Energia.............................. 38
3.3 Conclusão........................................................................................................................ ...39
CAPÍTULO 4 - OBRAS NECESSÁRIAS PARA A COPA DE 2014 ................................ 40
4.1 Belo Horizonte (MG) ......................................................................................................... 40
4.1.1 Sobre a cidade de Belo Horizonte ................................................................................... 40
4.1.2 Estádio de Belo Horizonte ............................................................................................... 41
4.1.3 Mobilidade Urbana em Belo Horizonte........................................................................... 42
4.1.4 Aeroporto de Belo Horizonte .......................................................................................... 42
4.2 Brasília (DF) ....................................................................................................................... 42
4.2.1 Sobre a cidade de Brasília ............................................................................................... 42
4.2.2 Estádio de Brasília ........................................................................................................... 43
4.2.3 Mobilidade Urbana em Brasília ....................................................................................... 44
4.2.4 Aeroporto de Brasília....................................................................................................... 44
4.3 Cuiabá (MT) ....................................................................................................................... 44
4.3.1 Sobre a cidade de Cuiabá................................................................................................. 44
4.3.2. Estádio de Cuiabá ........................................................................................................... 44
4.3.3 Mobilidade Urbana de Cuiabá ......................................................................................... 45
4.3.4 Aeroporto de Cuiabá ........................................................................................................ 45
4.4 Curitiba (PR) ...................................................................................................................... 45
4.4.1 Sobre a cidade de Curitiba ............................................................................................... 45
4.4.2 Estádio de Curitiba .......................................................................................................... 45
4.4.3 Mobilidade Urbana de Curitiba ....................................................................................... 46
4.4.4 Aeroporto de Curitiba ...................................................................................................... 46
4.5 Fortaleza (CE)..................................................................................................................... 46
4.5.1 Sobre a cidade de Fortaleza ............................................................................................. 46
4.5.2 Estádio de Fortaleza......................................................................................................... 47
4.5.3 Mobilidade Urbana em Fortaleza .................................................................................... 47
4.5.4 Aeroporto de Fortaleza .................................................................................................... 48
4.5.5 Porto de Fortaleza ............................................................................................................ 48
4.6 Manaus (AM) ..................................................................................................................... 48
4.6.1 Sobre a cidade de Manaus ............................................................................................... 48
4.6.2 Estádio de Manaus ........................................................................................................... 49
4.6.3 Mobilidade Urbana em Manaus ...................................................................................... 49
4.6.4 Aeroporto de Manaus ...................................................................................................... 49
4.7 Natal (RN) .......................................................................................................................... 49
4.7.1 Sobre a cidade de Natal ................................................................................................... 49
4.7.2 Estádio de Natal ............................................................................................................... 50
4.7.3 Aeroporto de Natal .......................................................................................................... 50
4.8 Porto Alegre (RS) ............................................................................................................... 50
4.8.1 Sobre a cidade de Porto Alegre ....................................................................................... 50
4.8.2 Estádio de Porto Alegre ................................................................................................... 51
4.8.3 Mobilidade Urbana em Porto Alegre............................................................................... 51
4.8.4 Aeroporto de Porto Alegre .............................................................................................. 51
4.9 Recife (PE) ......................................................................................................................... 52
4.9.1 Sobre a cidade de Recife ................................................................................................. 52
4.9.2 Estádio de Recife ............................................................................................................. 52
4.9.3 Mobilidade Urbana em Recife ......................................................................................... 52
4.9.4 Aeroporto de Recife......................................................................................................... 53
4.10 Rio de Janeiro (RJ) ........................................................................................................... 53
4.10.1 Sobre a cidade do Rio de Janeiro .................................................................................. 53
4.10.2 Estádio do Rio de Janeiro .............................................................................................. 53
4.10.3 Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro ........................................................................... 53
4.10.4 Aeroporto do Rio de Janeiro .......................................................................................... 54
4.11 Salvador (BA) ................................................................................................................... 54
4.11.1 Estádio de Salvador ....................................................................................................... 54
4.11.2 Aeroporto de Salvador ................................................................................................... 54
4.12 São Paulo (SP) .................................................................................................................. 55
4.12.1 Sobre a cidade de São Paulo .......................................................................................... 55
4.12.2 Estádio de São Paulo ..................................................................................................... 55
4.12.3. Mobilidade Urbana em São Paulo ................................................................................ 56
4.12.4 Aeroporto de São Paulo ................................................................................................. 56
4.13 Conclusão ......................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 5 - AS OBRAS NA ARENA CASTELÃO ...................................................... 58
5.1. Detalhes sobre as obras na Arena Castelão ....................................................................... 58
5.2 Organização da Arena Castelão .......................................................................................... 58
5.3 Operação e inspeção da Arena Castelão ............................................................................. 59
5.4 ISO 9001: Gestão da Qualidade ......................................................................................... 60
5.5 Certificação LEED ............................................................................................................. 61
5.5.1 Leadership in Energy and Enviromental Design (LEED) ............................................... 61
5.5.2 LEED na Arena Castelão ................................................................................................. 63
5.6 Projetos de Engenharia na Arena Castelão ......................................................................... 65
5.6.1 Detecção e Alarme (DET) ............................................................................................... 66
5.6.2 Instalações de Combate ao Incêndio (CBI) ..................................................................... 67
5.6.3 Instalações Hidrossanitárias (HID) .................................................................................. 67
5.6.3.1 Instalações hidráulicas de Áágua fria ........................................................................... 68
5.6.3.2 Sistema de Esgoto à Vácuo .......................................................................................... 69
5.6.4 Drenagem de Águas Pluviais (DRE) ............................................................................... 71
5.6.5 Drenagem Superficial do gramado .................................................................................. 73
5.6.6 Instalações de Media Tensão da Arena Castelão...................................................... .......74
5.7 Conclusão.................................... ................................................................................ .......79
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
16
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
O Brasil será sede de dois dos maiores eventos do mundo: a Copa do Mundo (2014) e
as Olimpíadas (2016) no Rio de Janeiro. Estes contemplamentos ocorreram, principalmente,
devido ao bom momento econômico pelo qual o país está passando (Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).
A Copa do Mundo é um dos eventos mais famosos do mundo e possui o dobro da
audiência dos Jogos Olímpicos. Este trabalho tem como principal objetivo apresentar alguns
dos mais importantes aspectos econômicos relacionados a este grande evento. Também serão
apresentados os aspectos relacionados ao setor de Engenharia, responsável pelas grandes
obras de infraestrutura que serão necessárias para a realização deste grande evento. As obras
incluem: construção e modernização de estádios, ampliação de aeroportos, melhoria nos
serviços de transporte público e mobilidade urbana, dentre outros.
No dia 30 de outubro de 2007, a Federação Internacional de Futebol Associado
(FIFA), confirmou o Brasil como país que sediará os jogos da Copa do Mundo de 2014.1
É a
segunda vez que o Brasil sediará este evento. A primeira ocorreu em 1950 quando a seleção
brasileira foi vice-campeã contra o Uruguai. Além do Brasil, os países da América do Sul que
receberam a Copa do Mundo foram Uruguai (1930), Chile (1962) e Argentina (1978). A
escolha das cidades brasileiras que receberão jogos do evento ocorreu nas Bahamas, em 31 de
maio de 2009.2
Para o apoio da candidatura, uma delegação formada pelo então presidente da
República Luis Inácio Lula da Silva Lula, Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF), Orlando
Silva (ministro do Esporte), Paulo Coelho (escritor), doze governadores estaduais, Marconi
Perillo (senador), Romário e Dunga (ex-jogadores da seleção), compareceu ao evento. Foram
mostrados os projetos relacionados às reformas e construções dos estádios, vídeos, cidades
selecionadas para receber a Copa e pontos turísticos. 3
A Copa do Mundo de 2014 é uma oportunidade única para acelerar o crescimento do
país e dos aspectos relacionados à infraestrutura. A exposição na mídia em um evento
assistido por milhões de pessoas no mundo trará maior visibilidade ao país. Os setores da
________________________
1 Disponível em: <fifa.com> Brazil 2014 host cities confirmed>
2 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>
3 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341044.shtml>
17
economia mais influenciados serão: construção civil, transporte, segurança; serviços de
eletricidade, gás, esgoto e limpeza urbana; alimentos e bebidas; serviços prestados à
empresas; serviços de informação; turismo e hotelaria (Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).
Contudo, a realização da Copa implica em grandes responsabilidades por parte de
vários setores da economia nacional, pois ela significa bem mais do que uma competição
esportiva. Os números falam por si só: despesas bilionárias serão necessárias para garantir o
sucesso da competição que muitos consideram a mais importante da indústria mundial do
entretenimento. Os benefícios econômicos destes eventos justificam o esforço e os
investimentos necessários para sediá-lo.
Em 1950, quando o Brasil recebeu a Copa pela primeira vez, seis cidades participaram
do evento: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BH), Porto Alegre (RS),
Curitiba (PR) e Recife (PE).4 Na Copa de 2014, doze cidades vão receber o mundial. Em
2009, foram escolhidas as cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT),
Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE),
Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP). Participaram também da disputa Rio
Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande
(MS).5
Dentre as 12 cidades escolhidas, seis delas receberão também a Copa das
Confederações de 2013, evento que serve como teste para a Copa: Belo Horizonte, Brasília,
Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.5
Segundo a FIFA, a escolha seguiu critérios técnicos de segurança pública, hotéis,
transporte urbano, aeroportos e opções de lazer. Especialistas realizaram visitas e analisaram
os projetos entregues pelas cidades. 5
A FIFA planejava dez sedes por questão de economia, onde cada uma deveria possuir
seu próprio centro de imprensa, campos de treinamento, hotéis e equipe de voluntários,
recebendo seis jogos em média. Mas como o Brasil tem dimensões continentais, optou-se pela
escolha de um número maior de sedes. Não há nenhum estado ou cidade com duas sedes, pois
________________________
4 http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950.
5http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/cidades-copa-2014/cidades-sede-copa-2014-
estadios-capitais-fifa-cbf-abertura-final.shtml
18
há um bom número de cidades em diferentes estados com condições de receber o evento.
Cidades como Paris (França), Cidade do México (México) e Buenos Aires (Argentina)
receberam duas sedes porque os países não tinham um número suficiente de cidades para
receber a Copa.5
A FIFA exige alguns critérios na escolha dos estádios: precisam ter pelo menos 40.000
lugares; a abertura deverá ocorrer em um estádio de pelo menos 60.000 lugares; a final deverá
ocorrer em um estádio com mais de 80.000 lugares. Recomenda também que todos os
espectadores tenham cadeiras individuais numeradas, banheiros com boas condições de
higiene e em número adequado, largos corredores de entrada e saída, tribunas de imprensa
modernas e bem equipadas, hospitais e estacionamentos nas imediações das arenas.5
Há uma grande vontade por parte das cidades de realizar a abertura do evento. A
cidade responsável por abrigar o primeiro jogo da Copa receberá também o Congresso Anual
da FIFA, uma semana antes do Mundial. Com isso, a cidade terá a visita de mais de 200
dirigentes de todo o mundo, o que deve captar recursos para o município. A cidade também
será palco do principal centro de imprensa internacional.5
As reformas dos estádios particulares são de responsabilidade dos seus donos. Já as
obras dos estádios públicos, como Castelão, Maracanã e Mineirão, serão pagas através de
Parcerias Público-Privadas (PPP).5
Este trabalho está dividido em cinco capítulos. Neste capítulo introdutório, é
apresentada uma visão geral da Copa do Mundo e dos principais aspectos relacionados ao
evento. A história de crescimento e desenvolvimento da Copa de Mundo desde as primeiras
competições até os dias atuais é mostrada no capítulo 2. No Capítulo 3, são apresentados os
principais aspectos econômicos relacionados à Copa do Mundo FIFA. No Capítulo 4, são
apresentadas as principais obras de infraestrutura que serão necessárias para atender à
demanda exigida por um evento deste porte. Para finalizar, no Capítulo 5, são mostrados
aspectos de Engenharia relacionados às obras na Arena Castelão, onde o autor deste trabalho
teve a oportunidade de trabalhar durante 8 meses do período das obras. Na sequência, serão
apresentadas as conclusões e considerações finais.
19
CAPÍTULO 2 - A COPA DO MUNDO FIFA
2.1 História da Copa do Mundo
Em 1928, iniciou-se o processo de realização de uma Copa do Mundo de Futebol. O
francês Jules Rimet, terceiro presidente da FIFA, conseguiu aprovação para criar o evento
durante um congresso da FIFA. Com 13 seleções, a primeira Copa do Mundo ocorreu em
1930, no Uruguai. A seleção anfitriã foi a primeira campeã mundial. A taça da Copa do
Mundo, mostrada na figura 1, recebe o mesmo nome do seu idealizador, em sua homenagem.6
Atualmente, as seleções passam por uma fase classificatória durante um período de 4
anos. Aproximadamente 200 seleções de todos os continentes disputam esta fase
classificatória para estar entre as equipes que vão disputar o mundial.
Figura 1. Taça Jules Rimet.
Fonte: Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/historia-das-copas>
2.1.1 Competições Internacionais anteriores
O futebol nasceu no Reino Unido, em 1863. O jogo entre Inglaterra e Escócia em
1872, marcou a primeira partida internacional de futebol, quando o esporte ainda não era tão
popular, sendo mais praticado no país de origem.7
A expansão do futebol iniciou com a criação da FIFA na cidade de Paris (França), em
21 Maio de 1904. Foi formada por sete países da Europa. A FIFA possui, atualmente, 208
países associados, sendo a instituição internacional que possui a segunda maior quantidade de
associados, mais até do que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Comitê Olímpico
________________________
6 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Copa_do_Mundo_FIFA>
7 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol>
20
Internacional (COI), que possuem, 193 e 205 membros, respectivamente. A Associação com
mais membros é a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), com 212
membros. Esses números demonstram a força política internacional que a FIFA possui.8
O aumento da popularidade do futebol fez com que o esporte participasse dos Jogos
Olímpicos de Verão nas edições de 1900, 1904 e 1906, participando apenas como esporte de
demonstração, sem direito a medalhas, sendo introduzido oficialmente nos jogos de 1908.6
A FIFA tentou organizar um torneio entre seleções fora das olimpíadas em 1906,
na Suíça, porém sem sucesso. O amadorismo começou a se desenvolver e começaram a
surgir os primeiros profissionais no esporte. Em 1908, foi realizado na Itália o Torneo
Internazionale Stampa Sportiva. Em 1909, Thomas Lipton organizou o Troféu Sir Thomas
Lipton. Por não terem sido disputados por seleções, mas por clubes de países diferentes,
ambos os torneios não são considerados antecessores da Copa do Mundo.6
Em 1914, a FIFA reconheceu as competições de futebol dos jogos olímpicos
como campeonatos mundiais de futebol amador, e passou a ficar responsável pela organização
do evento. Isso possibilitou a oficialização do futebol nos Jogos Olímpicos de
1920. O Uruguai foi campeão em 1924 e 1928. A FIFA então decidiu organizar seu próprio
campeonato. O Uruguai foi eleito sede da primeira Copa do Mundo, devido aos títulos de
1924 e 1928, e também devido à comemoração do centenário da independência. 6
2.1.2 A primeira Copa do Mundo Oficial
O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam incluir o
futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados Unidos. Devido a esse
fato, Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928, após ter assumido o comando da
FIFA.2
A competição foi realizada em 1930, no Uruguai, com a ideia de reunir seleções de
futebol do mundo para a disputa do título. A FIFA escolheu treze seleções para participar do
evento: sete da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai),
quatro da Europa (Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte
(Estados Unidos e México). Daí então, as seleções de diversos países do mundo se reúnem de
quatro em quatro anos para disputar o mundial.2
________________________
8 Diponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fifa->
21
2.1.3 Curiosidades sobre a Copa do Mundo
Abaixo são listadas algumas das curiosidades sobre equipes e acontecimentos das
Copas do Mundo realizada pela FIFA.
O recorde de gols numa mesma edição da Copa é do francês Fontaine com 13 gols, na
Copa de 1958, porém o recorde de gols marcados em várias edições é do brasileiro
Ronaldo com 15 gols. Outro recorde é o do goleiro italiano Walter Zenga, que ficou
517 minutos sem levar gol na Copa de 90, marca que ainda não batida até hoje.9
O Brasil é o único país que participou de todas as edições da Copa do Mundo e
também o país com mais títulos (5 títulos), seguido pela Itália (quatro títulos),
Alemanha (três títulos), Argentina e Uruguai (dois títulos), Inglaterra e França (um
título).9
Todas as seleções campeãs mundiais (Brasil, Argentina, Uruguai, Alemanha, Itália e
Inglaterra) estiveram em uma Copa do Mundo juntas pela primeira vez na história na
Copa da Itália, em 1990.
O formato da competição teve variações ao longo dos anos:2
- 1930: Uma fase de grupo, seguida por uma fase de eliminação com 4 equipes. -
1934 a 1938: Eliminação do torneio em um jogo; estes foram os únicos torneios sem
uma fase de grupos.
- 1950: Um grupo-fase de início, seguido por outra fase de grupos com quatro times
(os vencedores de cada fase).
- 1954 a 1970: Uma fase de grupos, seguida de uma fase de eliminação com oito times
(vencedores e vice-colocados de cada chave).
- 1974 a 1978: Uma fase de grupos, seguida por uma segunda fase de grupos com 8
equipes (os vencedores e vice-colocados de cada chave), seguida pela final (os vencedores
disputam a final, os vice-colocados o 3º lugar).
- 1982: Uma fase de grupos inicial, seguida por outra fase de grupos com doze times
(vencedores e segundos colocados de cada chave), seguida por semifinais e final (com
os vencedores da segunda etapa).
- 1986 a 1994: Uma fase de grupos, seguida por uma fase de eliminação com 16
equipes (vencedores, segundo colocados e melhores terceiros colocados das chaves).
________________________
9 Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historiadacopa.htm>
22
- 1998 a atual: Uma fase de grupos, seguida por uma fase direta de eliminação com 16
equipes (os vencedores e segundo-colocados).
Os campeões desde 1930 até 2010 são: Uruguai (1930); Itália (1934); Itália (1938);
Uruguai (1950); Alemanha (1954); Brasil (1958); Brasil (1962); Inglaterra (1966); Brasil
(1970); Alemanha (1974); Argentina (1978); Itália (1982); Argentina (1986); Alemanha
(1990); Brasil (1994); França (1998); Brasil (2002); Itália (2006); Espanha (2010). Nos anos
de 1942 e 1946, a competição foi suspensa devido a Segunda Guerra Mundial.10
2.1.4 Histórico do Brasil nas Copas do Mundo
Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, chegando à fase final
contra o Uruguai. O jogo ocorreu no Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) com um público de
aproximadamente 200 mil pessoas. O empate daria o título ao Brasil mas a seleção uruguaia
venceu por 2 a 1, ficando com o título. 10
Em 1958, na Suécia, o Brasil ganhou o primeiro título. Em 1962, no Chile, o Brasil
conquistou pela segunda vez o título. 10
Em 1970, no México, o Brasil conquistou o terceiro título ao vencer a Itália, ganhando
o direito de ficar com a posse da taça Jules Rimet em definitivo. 10
Depois do tricampeonato, foram 24 anos sem título. Em 1994, nos Estados Unidos, a
seleção brasileira venceu a Itália nos pênaltis. 10
Em 1998, na França, o Brasil chegou a fase final, mas perdeu para os anfitriões.
Em 2002, no Japão e Coréia do Sul, o Brasil foi pentacampeão ao derrotar a seleção da
Alemanha por 2 a 0.
2.2 A Copa do Mundo de 2014 no Brasil
Será a 20ª Edição do evento, que é disputado pela quinta vez na América do Sul. A
competição será disputada entre 12 de junho e 13 de julho.11
Esta foi a última sede de Copa do
Mundo escolhida através da política de rodízio de continentes da FIFA. A ideia desta política
________________________
10 Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historiadacopa.htm>
11 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>
23
é dar a todos os países do mundo a oportunidade de receber o evento. A Colômbia também
estava interessada em receber a Copa, mas não levou o projeto em diante.12
No dia 3 de Junho de 2003, a Confederação Sul-americana de Futebol (CONMEBOL)
anunciou que Argentina, Brasil e Colômbia se candidataram à sede do evento. Em 17 de
março de 2006, votou-se pelo Brasil como sede de forma unânime. 11
No dia 30 de outubro de 2007 a FIFA confirmou o Brasil como o país da Copa de
2014. A escolha das cidades ocorreu no dia 31 de maio de 2009, nas Bahamas. Como país
anfitrião, o Brasil já está classificado para a competição. 13
Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa,
porém Maceió desistiu, restando dezessete cidades, todas capitais de estados. No dia 31 de
maio de 2009 foram anunciadas as sedes oficiais da Copa, eliminando Belém (PA),
Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Rio Branco (AC).11
No dia 28 de Junho de 2012, foi anunciado que a o sorteio dos grupos da Copa do
Mundo será feito no estado da Bahia, na Costa do Sauípe, em Dezembro de 2013.11
Figura 2. O presidente da FIFA Joseph Blatter, anuncia o Brasil como país anfitrião da Copa
do Mundo FIFA de 2014.
Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>
________________________
12 Disponível em:
<http://www.futebolinterior.com.br/news/25516+Rodizio_de_continentes_sera_extinto_pela_Fifa>
13 Disponível em:
<http://web.archive.org/web/20090611152232/http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/bodies/media/newsid=1
064818.html>
24
2.2.1 Plano Antifraude
No dia 11 de junho de 2010, para tentar inibir fraudes e corrupção, o plano “Jogando
Limpo” foi lançado pelo Governo Federal, com objetivo de proteger as propostas para o
trabalho na preparação da Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016.14
Também há um plano de criação de um grupo especial mantendo atenção sobre as
propostas das cidades-sede para protegê-las contra ameaças de fraude e atrasos nas obras. O
plano inclui orientações de conselhos para que as instituições do Governo, autoridades fiscais
e os cidadãos possam identificar e denunciar tentativas de fraudes nas propostas. São
destacadas medidas contra cartéis e acordos possíveis entre empresas concorrentes para fixar
preços acima dos níveis do mercado, na tentativa de aumentar o valor dos contratos com
o Estado para as obras da Copa. 14
2.2.2 Incentivos Fiscais
No dia 17 de maio de 2010, o Governo Federal informou que fará uma concessão de
incentivos fiscais para as obras nos estádios, com a isenção fiscal dos seguintes impostos:
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II), e Contribuições
Sociais (PIS/CONFINS), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O
Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões
para os estádios, sendo possível financiar até R$ 400 milhões.11
2.2.3 Marketing: emblema oficial e mascote da Copa de 2014.
Cada edição da Copa do Mundo da FIFA possui um emblema oficial. A função do
mesmo é mostrar uma imagem marcante da competição. Foram convidadas 25 agências
brasileiras para apresentar projetos para o emblema oficial de 2014. Mais de 125 propostas
foram apresentadas e analisadas. O projeto consiste em uma imagem de três mãos levantando
a taça de campeão do torneio. O logotipo é chamado de "Inspiração" e foi criado pela agência
brasileira “África”. 15
________________________
14 Disponível em:
<http://www.portal2014.org.br/en/news/3784/GOVERNMENT+LAUNCHES+ANTIFRAUD+PLAN+FOR+W
ORLD+CUP+AND+OLYMPIC+GAMES.html>
15 Journey to Brazil 2014 begins. FIFA.com. Disponível em:
<http://pt.fifa.com/worldcup/officialemblem/index.html->
25
Em relação ao mascote, o tatu-bola, espécie nativa do Brasil, foi escolhido como
mascote da Copa no Brasil. O desenho foi criado pela “100% Design”. Utilizar mascotes
como símbolo da preservação ambiental foi um recurso utilizado na Copa do Mundo da
África (2010), onde o mascote foi um leopardo. O mascote é uma das principais imagens do
Mundial, proporcionando aos envolvidos no evento uma maior força na mídia e contato com o
público.16
Figura 3. Emblema oficial e mascote da Copa de 2014.
Fonte: Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/officialemblem/>
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/mascote-da-copa-tatu-bola-podera-ser-extinto-em-50-anos-23122012-
0.shl
2.2.4 Tabela dos Jogos
A abertura da Copa será no dia 12 de junho de 2014 em São Paulo com a seleção
brasileira em campo. O sorteio das equipes nos grupos será no dia 6 de Dezembro de 2012.
Como o Brasil é a sede da competição, estará no Grupo A.17
Os jogos irão ocorrer nos seguintes horários: 13h, 16h, 17h, 18h, 19h e 21h (horário de
Brasília). Os jogos das oitavas e das quartas de final estão previstos para 13h e 17h. As
semifinais serão às 17h. A final será no dia 13 de julho, às 16h, no estádio Maracanã, Rio de
Janeiro.
________________________
16 Disponível em: <
http://pt.fifa.com/worldcup/media/newsid=1701445/index.html>
17 Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/confira-os-horarios-dos-jogos-em-cada-uma-das-
12-cidades-sede>
26
A FIFA levou em consideração para a definição dos horários dos jogos, critérios como
distribuição por igual das seleções, períodos de descanso, temperaturas nas capitais
brasileiras, transmissões de TV e logística de viagem para os torcedores.17
A tabela J1 do Anexo J mostra as datas e locais dos jogos por cidade na fase de grupos
e eliminatórias. A Tabela J2 mostra as datas e os locais dos jogos da fase eliminatória em
sequência.
2.2.5 Voluntários
O número de candidatos ao trabalho voluntário na Copa das Confederações da FIFA
2013 e Copa do Mundo da FIFA 2014 é o maior da história, podendo crescer mais. A
meta era 90 mil inscritos, porém foram aproximadamente 110 mil inscritos em 15 dias. O
estado com o maior número de candidatos é São Paulo (cerca 27 mil candidatos), seguida por
Rio de Janeiro (cerca de 16 mil candidatos), Minas Gerais (cerca de 10 mil), Bahia (cerca de
7mil candidatos) e Rio Grande do Sul (cerca de 6 mil candidatos). Há também inscritos de
130 países, sendo a Colômbia o país com o maior número de inscritos (673 candidatos). 18
2.2.6 Lei Geral da Copa
Dada a magnitude da Copa do Mundo, foi criado um projeto de lei sobre algumas
medidas relativas à Copa das Confederações de 2013 e à Copa do Mundo de 2014. Esta lei
tem como objetivo cumprir as garantias assumidas pelo governo brasileiro com a FIFA (Lei
Geral da Copa, 2012).
A presidente Dilma Rousseff vetou seis partes da lei. Um deles não sofreu alteração: o
artigo sobre a venda de bebidas alcoólicas em estádios durante o Mundial. O artigo não libera
nem impede a comercialização e o consumo nos estádios, mas retira a proibição prevista no
Estatuto do Torcedor, durante o período da Copa.19
Outra questão foi a meia-entrada nos jogos da Copa. A presidente vetou o artigo que
diz que regras estaduais e municipais sobre descontos não se aplicam ao evento. A presidente
________________________
18 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1695828/index.html>
19 Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/06/lei-geral-da-copa-e-publicada-no-diario-
oficial.html>
27
afirmou que a FIFA deve negociar com os governos estaduais e municípios antes de tomar
esta decisão. Outros pontos podem ser listados:20
- Indenização: não foram definidos os motivos e o valor pago à FIFA caso ocorra
algum imprevisto durante a Copa do Mundo.
- Imagens para noticiários: as emissoras que não detiverem direitos de transmissão das
partidas poderão usar até 3% das imagens durante um minuto e meio para a produção de
noticiários.
- Imprensa: a FIFA terá exclusividade para dar e negar credenciais aos jornalistas, para
comercializar as imagens e para distribuí-las. É proibido o uso de flagrantes das imagens para
fins comerciais (marketing surpresa), em que pessoas pagas por empresas se passam por
torcedores para promover marcas e produtos.
- Comércio: FIFA e seus parceiros terão exclusividade no comércio dentro e ao redor
dos estádios, publicidade de produtos e serviços e realização de atividades promocionais.
- Feriados: dias de jogos serão feriado no Brasil.
- Estádios: a União vai colaborar para que as arenas (privadas e estaduais) fiquem
prontas e em condições de uso pela FIFA.
- Juizados especiais: serão instaladas varas dentro dos estádios, fato que já ocorre nos
aeroportos
- Vistos: o governo não terá restrições na concessão de vistos para jornalistas,
funcionários e parceiros da FIFA e torcedores portadores de ingressos. As permissões de
trabalho para a FIFA se estenderão até 31 de dezembro de 2014
- Marcas e patentes: proteção às marcas e patentes da FIFA e de seus parceiros.
Gratuidade e rapidez no registro da propriedade intelectual dos produtos.
- Serviços públicos gratuitos: a União não cobrará da FIFA por serviços públicos
relacionados com segurança, saúde, vigilância sanitária, alfândega e imigração.
2.3 Conclusão
Neste capítulo foi exposto alguns dos principais aspectos relacionados ao evento Copa
do Mundo, de forma que se possa compreender a importância do mesmo. Trata-se, portanto,
de um evento bastante complexo, dada a magnitude do mesmo. Conclui-se que é exigido do
país que irá sediá-lo, um nível de organização estrutural, política, financeiro e tecnológico
bastante elevado, de forma que o mesmo seja bem sucedido.
________________________
20 Disponível em: <http://www.observatoriodorecife.org.br/?p=3916>
28
O próximo capítulo expõe alguns impactos sobre o Brasil como sede da próxima Copa
do Mundo, listando os aspectos econômicos e estruturais que deverão ser inseridos até a Copa
das Confederações em 2013. Também será feita uma análise dos impactos dos grande eventos
esportivos na economia de outros países, os prós e contras de sediá-los, assim como os
cuidados que os países devem tomar na questão do planejamento e organização interna.
29
CAPÍTULO 3 - ASPECTOS ECONÔMICOS RELACIONADOS À COPA DO
MUNDO DE 2014
3.1 Impactos dos grandes eventos esportivos na economia
Segundo Domingues, utilizar de grandes eventos esportivos para obter recursos
financeiros além da atenção de várias partes do mundo tem sido uma boa estratégia por parte
dos países que os recebem. Os volumosos montantes investidos para receber competições
como a Copa do Mundo e as Olimpíadas provam isto.
Além dos investimentos, estes eventos aumentam a visibilidade do país e dos
envolvidos, que são as seleções nacionais, os patrocinadores e a mídia. Um detalhe
interessante está no fato de que de 2010 até 2022, as quatro sedes serão países em
desenvolvimento: África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018) e Catar (2022)
(Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).
Pode-se utilizar como exemplo a Copa da Alemanha em 2006, onde foram ao todo
mais de 3 milhões de espectadores aos estádios, com uma média de mais de 52 mil torcedores
por jogo; 18 milhões de espectadores nas praças das cidades que sediaram os jogos; quase 30
bilhões de telespectadores pela televisão em 240 países; mais de 7 bilhões de euros em
rodovias e mobilidade urbana; 2 bilhões nas obras nos estádios. A FIFA obteve rendimentos
de 8,5 bilhões de euros. Estudos estimam que na Copa de 2014 tenham aproximadamente 30
bilhões de telespectadores (Viol, 2009).
A Copa do Mundo de 1994 (Estados Unidos) gerou lucro de cerca de U$ 60 bilhões,
não havendo necessidade de volumosos investimentos em infraestrutura, já que o país já
possuía uma boa estrutura (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, 2012).
Na Copa de 2010 (África do Sul) os principais legados forma a construção e reforma
dos nove estádios, a construção do Gautrain (linha de trem rápido de luxo que liga o
Aeroporto de Johannesburgo a Pretória) que só teve suas obras concluídas com 11 estações e
80 km de linha após a realização do evento. As linhas de Bus Rapid Transit, os aeroportos e
estradas também se desenvolveram. Os investimentos realizados no país africano foram
aproximadamente de R$ 4 bilhões (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, 2012).
30
Segundo dados da Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República de
2009, em relação às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, os setores econômicos mais
beneficiados serão: construção civil (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), serviços
prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação (5%) e transporte,
armazenagem e correio (4,8%) (Domingues).
Estudos de impacto econômico, que foram requisitados pelo Ministério do Esporte e
realizados pelo Comitê Organizador da candidatura brasileira, afirmam que o impacto
econômico dos Jogos Olímpicos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será de R$ 22
bilhões até 2016, chegando a R$ 27 bilhões no período de 2017 a 2027. Esse estudo indica
que os investimentos representam uma movimentação na economia nacional de
aproximadamente R$ 102,2 bilhões (Domingues).
Como exemplo de experiência anterior, segundo Domingues, o comitê organizador da
olimpíada de Atlanta 1996 (Estados Unidos) estimou um aumento de U$ 5,1 bilhões na
economia e um aumento de 77.000 empregos. O custo da realização dos jogos olímpicos em
Atenas 2004 (Grécia) foi de aproximadamente R$ 24,4 bilhões. Em Londres 2012 (Inglaterra)
o valor de R$ 33,4 bilhões representou somente a parcela de financiamento público (Golden
Goal, 2010).
A Copa de 2014 significa para o Brasil, entre outros aspectos, uma oportunidade para
acelerar o processo de modernização. Sediar um evento deste porte demonstra força
econômica e capacidade organizacional.
Segundo dados do Ministério do Esporte de 2010, os benefícios econômicos diretos da
Copa do Mundo estão concentrados em cinco áreas: infraestrutura (investimentos estimados
em R$ 33 bilhões); turismo (R$ 9,4 bilhões, sendo R$ 3,9 bilhões vindos de turistas
estrangeiros e R$ 5,5 bilhões de turistas nacionais); geração de empregos (710 mil empregos,
onde 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários); aumento do consumo das famílias
(em torno de R$ 5 bilhões); e a arrecadação de tributos (R$ 16,8 bilhões) (Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).
Apesar dos estudos, os impactos econômicos causados por estes eventos são difíceis
de estimar, pois envolvem obras de estádios, infraestrutura, investimentos privados, entre
outros.
31
Há, porém, opiniões que não visualizam uma relação direta entre os investimentos
realizados e impactos positivos para o país em relação a estes eventos, como, por exemplo,
em relação aos empregos adicionais onde muitos deles eram somente temporários. Outro
ponto citado é o cuidado que se deve ter em relação à dívida pública, citando como exemplo a
cidade de Montreal que somente 30 anos após os Jogos Olímpicos na cidade, em 2006, foi
possível finalizar a dívida de quase R$ 2,8 bilhões (Golden Goal, 2010).
Há também o risco de países em desenvolvimento que recebem grandes eventos,
construírem obras que se tornem “elefantes brancos”. Podem-se citar os estádios como
exemplo para explicar esta analogia: em relação ao futebol, países desenvolvidos que tem
elevado padrão de infraestrutura nos seus estádios, irão aproveitar ao máximo a reforma na
sua estrutura de forma eficiente, sem falar que os recursos necessários para a sua reforma não
foram muito altos, dado que o estádio já tinha ótimas condições antes do evento, não sendo
necessárias modificações muito significativas (Barclay, 2009).
Contudo, em um país em desenvolvimento, os estádios sofrerão uma transformação
muito radical para atender aos critérios internacionais necessários para receber o evento e,
quando este acabar, corre-se o risco de que as novas instalações sejam de difícil manutenção,
ou seja, corre-se o risco de ter de criar um enorme e caro “elefante branco”. Para evitá-los, é
necessário um cuidadoso planejamento, analisando a demanda de longo-prazo (Golden Goal,
2010).
Entretanto, analisando os aspectos positivos, não se pode negar que os avanços do
crescimento proporcionado por grandes eventos como a Copa beneficiam a população como
um todo. Como exemplo de casos bem sucedidos, os jogos olímpicos de 1992 em Barcelona
(Espanha) e de 1988 em Seul (Coréia do Sul) usaram os jogos para regenerar inteiramente
suas infraestruturas urbanas (Barclay, 2009).
3.2 Responsabilidades do Brasil para receber a Copa do Mundo
Nos próximos anos haverá um grande fluxo de investimentos em diversos setores da
economia. De maneira geral, os pontos críticos que merecem maior atenção em relação ao
evento são: mobilidade urbana, ampliação e modernização de aeroportos; construção,
modernização e ampliação de estádios. Dessa forma, a construção civil será o setor na
economia brasileira mais impactado com a Copa.
32
Além destes pontos principais, também se pode citar os projetos de segurança,
turismo, telecomunicações e tecnologia da informação, energia, sustentabilidade ambiental,
promoção e comunicação do país (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, 2012).
Neste tópico será apresentada de maneira introdutória alguns conceitos e informações
necessárias para o entendimento destas obras e suas importâncias, de forma que atendam a
demanda exigida pela FIFA.
O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma lista das obras
e seus respectivos valores. São 101 intervenções: 12 estádios, 51 projetos de mobilidade
urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais
de R$ 26 bilhões. 21
3.2.1 Impactos econômicos na Construção Civil
Sem dúvida, a construção civil é o setor da economia que terá maior impacto diante
dos investimentos a serem realizadas no país, devido à Copa do Mundo e às Olimpíadas. O
Brasil tem boas empresas no setor, porém, diante desse cenário, se faz necessário um
constante planejamento de forma que as empresas estejam sempre preparadas e que haja um
melhora constante nos serviços prestados. A construção civil vive momento de alta expansão
puxada principalmente pelo crédito imobiliário, que passou de R$ 2 bilhões em 2003 para R$
70 bilhões em 2010. 22
3.2.2 Transporte e Mobilidade Urbana
Um dos principais desafios até a Copa é a questão dos transportes públicos e
mobilidade urbana nas cidades-sede. O serviço atual de transporte público ofertado é de baixa
qualidade, causando à população estresse, perda de tempo e qualidade de vida,
congestionamentos, acidentes e poluição. A mobilidade não é atendida de forma satisfatória,
________________________
21 Estimativa de custos dos estádios para 2014 aumenta em R$ 1,2 bi. Disponível em: <www.globo.com>
22 Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/construcao-civil-e-o-segmento-com-maiores-
investimentos-para-copa-do-mundo>
33
havendo necessidade de integração dos modais de transporte 23
e o trânsito, de forma a
oferecer mais conforto para os torcedores e turistas (Rezende, 2010).
A forma mais eficiente de integrar o sistema de transporte público e o trânsito, de
forma que ocorra a melhor mobilidade durante a Copa, é priorizar o sistema de transporte
público coletivo integrado, em relação ao transporte individual. O ideal é que as melhoras
neste setor não ocorram somente durante o evento, mas que a Copa sirva de legado para que
as melhoras sejam uma constante e que se estabeleçam de forma permanente. Para isso, se faz
necessário investimento e apoio adequado (Rezende, 2010).
Os sistemas de transporte precisam se integrar entre as cidades-sedes, a fim de que se
possa dinamizar a estrutura existente, para compartilhar e socializar as ações e estudos já
concretizados, e ampliá-los para receber o grande contingente de turistas e deslocamentos
internos ocasionados pela demanda de eventos de grande porte (Rezende, 2010).
Para discutir o problema, foi realizado o Seminário Técnico de Aeroportos e
Transporte. O evento foi promovido pelo Comitê Organizador Local (COL) do dia 18 ao dia
20 de Setembro de 2012, no Rio de Janeiro. Segundo os participantes, deverá haver uma
padronização dos serviços, apesar das diferenças geográficas existente nas cidades, pois
oferecer um bom serviço de transporte é um dos fatores mais importantes para o sucesso do
mundial. Conhecer experiências anteriores bem sucedidas também é importante. 24
Pode-se inovar o sistema de transporte público, organizar e planejar a sua
infraestrutura física, oferecendo maior conforto e eficiência. Para solucionar o problema,
deverá haver um compromisso, tanto do governo como da iniciativa privada. (Rezende,
2010).
Em relação ao transporte público brasileiro nas cidades-sede dos jogos da Copa, tem-
se o seguinte cenário, mostrado na Tabela 1.
________________________
23 Modal de transporte: Existem cinco modais de transporte de carga, cada um com suas características,
vantagens, desvantagens e custos. Os principais modais são: aéreo, ferroviário, rodoviário, marítimo, dutoviário.
Disponível em: <http://clikaki.com.br/modais-de-transportes/>
24 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1705189/index.html>
34
Tabela 1. Infraestrutura Atual do Transporte Público Brasileiro
Cidades-sede da
Copa de 2014
Infraestrutura atual do Transporte Público Brasileiro
Micro-ônibus Ônibus Metrô Trem
Belo Horizonte 4.453 7.769 28,1 km Não
Brasília 4.531 8.498 42,4 km Não
Cuiabá 628 1.602 Não Não
Curitiba 3.424 6.908 Não Não
Fortaleza 2.461 5.364 Não 20,0 km
Manaus 2.166 5.417 Não Não
Natal 1.064 2.066 56,2 km Não
Porto Alegre 2.022 4.161 33,8 km Não
Recife 1.578 3.094 39,5 km 31,5 km
Rio de Janeiro 13.361 15.050 40,0 km 225,0 km
Salvador 3.006 6.752 Não 13,5 km
São Paulo 30.087 39.049 62,3 km 260,8 km
Fonte: ANTP, 2010; DENATRAN, 2010
3.2.2.1 Sistema Bus Rapid Transit (BRT)
Em algumas capitais será implantado o sistema Transporte de Ônibus Rápido (BRT).
Este sistema proporciona aos usuários um serviço rápido, eficiente, confortável e com
qualidade, através da utilização de corredores exclusivos, simulando o desempenho dos
modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos, sendo que mais baratos. 25
Segundo Lerner, dentre as grandes vantagens dos sistemas de Bus Rapid Transit
(BRT), destacam-se seu custo relativamente baixo e a rapidez de implantação, menor
consumo de combustível, menor quantidade de ônibus nas vias, aumento de velocidade e
ganho de tempo.
Devido às vantagens, já é utilizado por diversos países no exterior. Podem-se citar
algumas características do BRT: 25
________________________
25 Disponível em: <http://www.embarqbrasil.org/node/122>
35
Corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo.
Embarques e desembarques rápidos.
Sistema de pré-pagamento de tarifa;
Veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas;
Transferência entre rotas sem incidência de custo;
Integração modal em estações e terminais;
Programação e controle rigorosos da operação;
Sinalização e informação ao usuário.
3.2.2.2 Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)
O VLT ou “Light Rail” (metrô rápido) é um tipo de metrô de superfície, normalmente
elétricos (alimentados por fiação aérea) ou a diesel. As grandes vantagens do VLT é que eles
são mais baratos em relação ao outros tipos de transporte similares, além de possuírem maior
flexibilidade nas curvas mais fechadas, são mais silenciosos e poluem menos. 26
O trem bala ou trem de alta velocidade também é um empreendimento interessante
para melhorar o sistema de transporte urbano. Em setembro de 2008, o Ministro de
Transportes do Brasil anunciou o trem de alta velocidade. Com custo de aproximadamente R$
11 bilhões e utilizando tecnologia importada, o projeto fará a ligação entre as cidades
de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.27
Infelizmente, em 2 de julho de 2010, foi
anunciado que a linha será inaugurada apenas 2016.28
São Paulo sofre com a grande frota de
veículos, sendo este sistema uma excelente oportunidade para melhorar a qualidade do
sistema de transporte da maior capital brasileira.
3.2.3 Aeroportos
A maioria dos aeroportos brasileiros foram construídos antes do fim da Segunda
Guerra Mundial e vários não estão em condições de atender a demanda exigida pela Copa,
sendo necessário uma reestruturação 29
São previstos mais de 500 mil pessoas, cada uma tendo de seis a quatorze voos durante
________________________
26 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos>
27 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u504490.shtml>
28 Disponível em: <http://www.railwaygazette.com/news/single-view/view/rio-sao-paulo-bidding-ready-to-
start.html>
29 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>
36
o evento para chegar aos jogos nas diversas cidades sede.30
Ao todo serão previstas 41 obras
neste setor até 2014.
Deve-se, então, aumentar a capacidade e o conforto para os milhares de turistas
esperados. Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para
permitir maior flexibilidade para a INFRAERO.31
Em agosto de 2009, a agência estadual de gestão de aeroportos da INFRAERO
divulgou um plano de investimentos de R$ 5,3 bilhões. O capital visa a ampliação
dos aeroportos de dez cidades-sede, porém cerca de 55% do dinheiro será gasto nos
aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. 32
O total do investimento em aeroportos para a Copa será de R$ 7,2 bilhões, sendo que
R$ 3,7 bilhões sairão dos cofres da estatal. O maior investimento será na cidade do Rio de
Janeiro, com custo de R$ 813,3 milhões. Em São Paulo do total de R$ 2,04 bilhões, a Infraero
repassará somente R$ 665 milhões. As intervenções no aeroporto serão nos dois terminais de
passageiros e no sistema de pista e pátio. 33
Caso haja atrasos e não seja possível concluir todas as obras previstas em tempo hábil
até 2014, deve-se ter um plano B, para que não haja uma apagão aéreo. As medidas
operacionais incluem alteração de horários de voos que, somadas aos terminais provisórios,
permitem que o tráfego aconteça. No entanto, não se pode deixar que as estruturas construídas
para solucionar o problema temporariamente virem definitivas. 34
________________________
30 Disponível em: <Future airports of Brazil. www.asiaone.com>
31 Disponível em: <Law reduces bureaucracy of airports building. www.v-brazil.com>
32 Disponível em: <Rittner, Daniel. "Infraero vai gastar R$5 bi em reforma de aeroportos", 31 de agosto de 2009,
pp. A4.>
33 Disponível em:
<http://www.portal2014.org.br/noticias/9389/APENAS+UM+TERCO+DOS+AEROPORTOS+DA+COPA+ES
TA+EM+OBRAS.html>
34 MARTINS, Daniela. Brasília 2011. Disponível em:
<http://www.portal2014.org.br/noticias/6800/MAIORIA+DOS+AEROPORTOS+DA+COPA+NAO+ESTARA
+PRONTA+ATE+2014+APONTA+IPEA.html>
37
3.2.4 Turismo
O Brasil é um país muito rico, com uma diversidade cultural muito diversificada.
Possui diversos pontos turísticos conhecidos pela sua beleza e riqueza cultural. A Copa pode
ser uma oportunidade de divulgar e exaltar essas riquezas para o mundo.
Além da construção civil e diversos outros setores da economia nacional, um dos que
também serão mais impactados e beneficiados durante a Copa do Mundo é o turismo. Afinal,
este é o evento esportivo que possui a maior audiência no mundo: 73 mil horas de transmissão
de TV em mais de 200 países, com uma audiência de quase 30 bilhões de expectadores,
considerando os múltiplos acessos (Comitê Organizador Local).
Estima-se que o fluxo turístico internacional para o Brasil cresça aproximadamente
80% com a Copa do Mundo em 2014, representando algo em torno de 3,5 milhões de
visitantes no período de 2010 a 2014.35
Desses 3,5 milhões, aproximadamente 600 mil serão turistas internacionais,
representando um impacto na economia de R$ 3,9 bilhões, e 3,1 milhões de turistas nacionais,
representando um impacto de R$ 5,5 bilhões, totalizando R$ 9,4 bilhões (Ministério do
Esporte, 2010).
Todas as atenções estarão voltadas para o país, sendo esta uma oportunidade ímpar
para o Brasil mostrar seus principais atrativos, de forma que possa atrair milhares de turistas e
investimentos, não só durante o período do evento, como também após o mesmo (Viol, 2009).
Para a Copa serão necessárias várias mudanças para que o Brasil seja um importante
atrativo turístico. Fatores como a recepção e acomodação dos turistas, hotelaria, transporte
(portos, estradas, aeroportos e postos de informação), comunicações, cultura, lazer e comércio
varejista precisam receber especial atenção, pois são bastante estratégicos dentro deste setor.
As melhorias devem ser feitas também na capacitação profissional dos trabalhadores, de
forma que o atendimento seja de alto padrão de qualidade (Santos, 2012).
Para tanto, deve haver um esforço tanto por parte do setor privado quanto do setor
público. Os programas de capacitação incluem: cursos de línguas, hotelaria, guias de turismo.
No entanto é preciso haver um bom planejamento, de forma que o desenvolvimento
econômico seja aliado à sustentabilidade social, cultural e ecológica (Santos, 2012).
________________________
35 (ERNST & YOUNG, 2010) http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/tag/ernst-young/.
38
Ainda de acordo com Santos, a estratégia proposta para garantir o sucesso neste setor
conta com os seguintes pontos: serviços e equipamentos turísticos (hospedagem, alimentação,
atrativos turísticos, centro de atendimento ao turista, sinalização turística), qualificação
(formação de recursos humanos para a área de turismo, segurança, taxis, entre outros),
marketing, gestão pública (foco no planejamento do legado após o evento), sustentabilidade,
acesso (qualidade, rapidez, conforto e eficiência nos meios de transporte) e infraestrutura.
Portanto, conclui-se que é importante que o setor público planeje cuidadosamente as
obras de infraestrutura, as ações promocionais e as iniciativas relacionadas ao turismo, de
forma que seja assegurado o impacto previsto. Também deve haver incentivo do aumento da
permanência dos turistas internacionais e o aumento do número de turistas que participarão do
evento, de forma a aumentar o impacto do evento no setor (Ministério do Esporte, 2010).
3.2.5 Investimentos em Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
Com tantos investimentos em diversos setores da economia brasileira, se faz
necessário reforçar e melhorar o sistema elétrico nacional, afinal o crescimento econômico de
um país deve ser proporcional aos investimentos no setor elétrico. É impossível um país se
desenvolver sem antes realizar investimentos no seu sistema elétrico.
De acordo com Klagsbrunn et al (2011),
Há uma forte e direta correlação entre a atividade econômica e o setor elétrico. Esta
interrelação se dá, no longo prazo, pela necessidade do setor elétrico ampliar a
capacidade produtiva para manter o equilítrio dinâmico entre oferta e demanda de
energia elétrica. E, no curto prazo, a correlação é bem mais nítida, na medida em que
as variações no ritmo da produção econômica afetam diretamente o consumo de
energia elétrica, mas com elasticidades não constantes.36
Seguindo este raciocínio, por decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), foi
concedida uma ampliação do limite para operações de crédito de R$ 350 milhões para R$ 850
milhões, às empresas estaduais de energia elétrica que estão localizadas nos estados que
receberão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Os recursos, oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), tem como objetivo realizar obras em geração, transmissão e distribuição de
energia, a fim de que haja uma melhora na qualidade do sistema.37
________________________
36 Disponível em: < http://www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/tdse/TDSE41.pdf>
37 Disponível em: <http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/acoes-e-programas/comunicacao-publica/em-
questao/edicoes-anteriores/outubro-2012/boletim-1646-29.10/empresas-terao-r-850-mi-para-reforcar-geracao-e-
distribuicao-de-energia-em-estados-sede-da-copa/>
39
3.3 Conclusão
Neste capítulo foi exposto alguns impactos sobre o Brasil e outros países com relação
aos aspectos econômicos e estruturais que devem ser inseridos para a realização da Copa do
Mundo, assim como seus benefícios e devidos cuidados no planejamento interno. Estes
aspectos geram diversos empregos e aquecem a economia de diversos setores. Foi também
apresentada de maneira introdutória alguns conceitos e informações necessárias para o
entendimento das obras necessárias e suas importâncias, de forma que atendam a demanda
exigida pela FIFA.
No próximo capítulo, serão detalhadas algumas obras de infraestrutura nas cidades
sede da Copa do Mundo: mobilidade urbana, ampliação e modernização de aeroportos e
construção, modernização e ampliação de estádios. Estes são os três pontos críticos que
devem ser reestruturados para que seja proporcionado mais conforto e segurança durante o
evento. Ressalta-se a importância da melhoria destes três pontos não só durante o evento, mas
também após o mesmo, afinal, as melhorias ficarão como legado após o final da Copa,
beneficiando a vida da população.
40
CAPÍTULO 4 - OBRAS NECESSÁRIAS PARA A COPA DE 2014
Neste capítulo serão apresentadas as obras de infraestrutura que deverão ocorrer em
todas as cidades que irão sediar jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014. Estas obras têm por
objetivo atender aos critérios da FIFA em relação, principalmente, a estádios, aeroportos e
mobilidade urbana. Muitas das informações relacionadas às cidades e suas respectivas obras
podem ser obtidas no site Portal 2014.38
As obras foram acompanhadas recebendo uma sinalização, dependendo do andamento:
verde (cumprindo o prazo), amarelo (estado de atenção) ou vermelho (muito atrasadas).
Todas as arenas doze arenas foram construídas com o objetivo de obter a certificação
internacional de sustentabilidade Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).
Esta decisão foi tomada voluntariamente, porém, nas Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no
Catar, a FIFA irá adotar o critério de sustentabilidade para a construção dos estádios.39
4.1 Belo Horizonte (MG)
4.1.1 Sobre a cidade de Belo Horizonte
Capital do estado de Minas Gerais, foi projetada no final do século 19, é o terceiro
maior centro industrial do país, com um forte turismo e grande potencial econômico. 38
Tabela 2. Ficha técnica de Belo Horizonte.
Área 330,954 km²
Densidade 7.251,5 hab/km²
PIB R$ 42,15 bilhões
População 2.375.444 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
Segundo dados do Ministério do Esporte, a capital mineira terá investimentos
previstos nas obras de infraestrutura urbana e no Estádio do Mineirão, cujo valor é
aproximadamente R$ 1,4 bilhão. A maior parte dos investimentos em Belo Horizonte será nas
avenidas Antonio Carlos e Pedro I (26,7%). A maior parte dos investimentos será financiada
________________________
38 Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>
39 Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/09/26/estadio-nacional-de-brasilia-podera-
ser-exemplo-de-arena-multiuso>
41
pela Caixa e o Banco Nacional de Desenvolvimento (Domingues). Outras informações,
figuras e fotos relacionados às obras em Belo Horizonte encontram-se no anexo A1.
4.1.2 Estádio de Belo Horizonte
O Estádio Mineirão pertence ao governo do estado. Segundo Portal 2014, um fato
interessante neste estádio é a cobertura que permitirá a captação de energia solar. Este projeto
visa obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para
empreendimentos sustentáveis.
A usina fotovoltaica do Mineirão terá 1,42 MWp40
de capacidade instalada e serão
executadas pela empresa Martifer Solar, que também será responsável pela elaboração dos
projetos executivos estrutural e elétrico, impermeabilização da cobertura de concreto,
aquisição dos componentes necessários à montagem da usina (módulos fotovoltaicos,
inversores, transformadores, cabos, sistema de supervisão e controle, sistema de proteção),
montagens mecânicas e elétricas, conexão à rede, comissionamento, operação e manutenção
por 24 meses.41
A usina será composta de módulos fotovoltaicos montados sobre a cobertura de
concreto do Mineirão. A iniciativa faz parte do programa Minas Solar 2014, da Cemig.
Depois do Mineirão, a Cemig fará licitação para a usina fotovoltaica de 1,1 MWp no
Mineirinho. 41
O projeto de modernização do estádio também inclui o rebaixamento do campo,
recuperação estrutural, instalação de telões e construção de novos acessos à arena, vestiários,
68 banheiros e 28 lanchonetes e arquibancada VIP com mais de 6 mil assentos, 90 camarotes
privativos, restaurante panorâmico, estacionamento com 2 mil vagas cobertas e 600
descobertas. A capacidade máxima de pessoas que era 76 mil, será de 64 mil, com o setor de
imprensa com capacidade para 3 mil jornalistas.38
________________________
40 Watt-pico (Wp): é uma medida de potência energética, normalmente associada com células fotovoltaicas.
Dado que as condições de produção de energia elétrica dependem bastante de fatores externos à célula, o valor
da potência dado em Wp é um valor obtido em condições ideais específicas. Assim, o valor de Wp de um
determinado sistema fotovoltaico que funcione em corrente contínua é a potência medida, quando este sistema é
irradiado por uma luz que simula a luz solar com a potência de 1000 W, à temperatura de 25 °C. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Watt-pico>
41 Disponível em: <http://www.blue-sol.com/energia-solar/obras-para-implantacao-da-usina-solar-do-mineirao-
ja-iniciaram-em-mg/>
42
O projeto básico é da empresa Gustavo Penna Arquiteto & Associados, com a empresa
alemã GMP. O projeto executivo é da BCMF Arquitetos. O custo das obras é de R$ 695
milhões com a esplanada, com contrato do tipo Parceria Público-Privada (PPP) em uma
concessão por 27 anos. As construtoras são a Construcap, Egesa e Hap.38
4.1.3 Mobilidade Urbana em Belo Horizonte
As obras do BRT Carlos/Pedro I de Belo Horizonte começaram em março de 2011. O
corredor terá 16 km e 25 estações que ligarão o aeroporto de Confins ao Mineirão, à região
hoteleira e ao centro de Belo Horizonte.38
O custo das obras de Mobilidade Urbana em Belo Horizonte é de R$ 633,9 milhões,
contrato público (prefeitura de Belo Horizonte), realizado pelo consórcio Andrade Gutierrez e
Barbosa Mello.38
4.1.4 Aeroporto de Belo Horizonte
As obras no Aeroporto Internacional Tancredo Neves – Confins, incluem reforma e
ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios, implantação do terminal 3, reforma e
modernização do terminal de passageiros, estacionamento de veículos e adequação do sistema
viário. O custo das obras será de R$ 508,65 milhões, com previsão para conclusão em
novembro de 2013. O contrato é público (Infraero42
). 38
4.2 Brasília (DF)
4.2.1 Sobre a cidade de Brasília
Brasília é a terceira cidade mais desenvolvida do Brasil. Tombada como Patrimônio
Cultural da Humanidade pela Unesco, foi inaugurada em 1960, tendo suas edificações
desenhadas por Oscar Niemeyer com projetos do arquiteto Lúcio Costa. A cidade possui uma
rica diversidade cultural, já que existem pessoas vindas de todas as partes do país. 38
Outras
informações, figuras e fotos relacionados às obras em Brasília encontram-se no anexo A2.
________________________
42 Infraero – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária.
43
Tabela 3. Ficha técnica de Brasília.
Área 5.802 km²
Densidade 407,3 hab/km²
PIB R$ 117,6 bilhões
População 2.562.963 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.2.2 Estádio de Brasília
A Arena Nacional Mané Garrincha receberá a abertura da Copa das Confederações no
dia 15 de junho de 2013. O escritório Castro Mello Arquitetos assinou o projeto de reforma,
que possui 71 mil lugares. O projeto inclui estacionamentos, lojas e ampliação de
arquibancadas. O custo das obras é de R$ 812,2 milhões e um contrato público. A construtora
é o Consórcio Brasília 2014 (Via Engenharia e Andrade Gutierrez). 38
A arena de Brasília se destaca pelas medidas sustentáveis como aproveitamento da
água, reciclagem de materiais, com o objetivo de obter o selo Platinum, certificação máxima
em sustentabilidade, nunca concedida a um estádio de futebol. A construção usa materiais
recicláveis e reciclados, e o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria obra ou
distribuído para cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. Haverá captação e
armazenamento da água da chuva.43
Além disso, o revestimento da cobertura será construído com membrana de tecido
revestido de politetrafluoretileno com dióxido de titânio, que é uma combinação de fibra de
vidro revestido de politetrafluoretileno com tratamento fotocatalítico sobre a superfície. Este
material proporciona a passagem de iluminação natural e maior reflexão dos raios solares,
reduzindo o calor interno e a necessidade de ar condicionado. 43
Em relação ao projeto de energia fotovoltaica, o estádio de Brasília terá 9600 painéis,
tornando-se a maior estrutura de captação de energia fotovoltaica no país, com capacidade
instalada de gerar 2,5 MWp.44
________________________
43 Disponível em:
<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/arquitetos-apresentam-na-rio20-caracteristicas-sustentaveis-do-
estadio-nacional. Fonte: Governo do Distrito Federal.
44 Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/acoes-sustentaveis-nas-arenas-da-copa-do-mundo-
sao-apresentadas-durante-rio20. Fonte: GBC Brasil.
44
4.2.3 Mobilidade Urbana em Brasília
O VLT de Brasília (VLT linha 1 - trecho 1 - Aeroporto / Terminal Asa Sul) terá 6,5
km, ligando o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek à Asa Sul da capital federal. As
obras começaram em 2009, mas foram suspensas em abril de 2011 pela Justiça do Distrito
Federal. Junto com este projeto está a Ampliação da DF-047, porém sem prazo para licitação,
pois a obra depende do VLT. O custo das obras é de R$ 276,9 milhões, em um
contrato público (governo do Distrito Federal). 38
4.2.4 Aeroporto de Brasília
As obras no Aeroporto Juscelino Kubitschek consistem na reforma e ampliação do
Terminal de Passageiros (Fase 1), pátio de aeronaves, sistema viário e edificações
complementares (Concessionária), sistema de pista de pouso e decolagem (Concessionária) e
o Módulo Operacional Provisório (Infraero). A previsão de conclusão é dezembro de 2013,
com custo estimado de R$ 643,5 milhões (Infraero: R$ 16,96 milhões; Concessionária: R$
626,53milhões). O contrato é do tipo público-privado. 38
4.3 Cuiabá (MT)
4.3.1 Sobre a cidade de Cuiabá
Cuiabá é o principal centro econômico do estado de Mato Grosso, sendo muito
conhecida pelo grande polo agropecuário do Brasil, e ainda como “cidade verde” devido à alta
densidade de arborização e o Pantanal.38
Outras informações, figuras e fotos relacionados às
obras em Cuiabá encontram-se no anexo A3.
Tabela 4. Ficha Técnica de Cuiabá.
Área 3.538,167 km²
Densidade 153,4 hab/km²
PIB R$ 9,01 bilhões
População 551.350 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.3.2. Estádio de Cuiabá
A Arena Pantanal terá capacidade para 43.600 espectadores, com arquibancadas e
cobertura desmontáveis, podendo reduzir até 30% da capacidade após a Copa. Há recursos
45
para atender a certificação LEED. O custo das obras é de R$ 518,9 milhões, em um contrato
público. As construtoras são as empresas Santa Bárbara e Mendes Júnior. 38
4.3.3 Mobilidade Urbana de Cuiabá
O VLT de Cuiabá (VLT Cuiabá/Várzea Grande) terá 22,2 km de extensão e dois
ramais, um ligando o Centro Político Administrativo ao aeroporto, e o outro conecta o bairro
Coxipó ao centro. A previsão de conclusão é somente em setembro de 2014, com custo de R$
1,4 bilhões. O contrato é público (estado do Mato Grosso) e as empresas construtoras são o
consórcio formado por CR Almeida, Santa Bárbara, CAF, Magna e Astep. 38
4.3.4 Aeroporto de Cuiabá
As obras no Aeroporto Marechal Rondon incluem a reforma e modernização do
terminal de passageiros, adequação do sistema viário e estacionamento. A previsão de
conclusão é em julho de 2013, com custo de R$ 91,3 milhões em um contrato público
(Infraero). 38
4.4 Curitiba (PR)
4.4.1 Sobre a cidade de Curitiba
A cidade de Curitiba é conhecida principalmente pelo eficiente sistema de transporte
coletivo e planejamento urbano. 38
Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras
em Curitiba encontram-se no anexo A4.
Tabela 5. Ficha Técnica de Curitiba.
Área 434.967 km²
Densidade 4.111 hab/km²
PIB R$ 43,3 bilhões
População 1.746.896 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.4.2 Estádio de Curitiba
Para as obras de construção do quarto lance de arquibancadas e da cobertura da Arena
da Baixada, o município liberou R$ 90 milhões para o clube Atlético Paranaense. A
modernização do estádio de Curitiba tem a empresa Carlos Arcos Arquitetura como
responsável. O custo das obras é de R$ 183 milhões, em um contrato privado. 38
46
4.4.3 Mobilidade Urbana de Curitiba
As obras de mobilidade urbana em Curitiba consistem na ampliação do terminal
Terminal Santa Cândida com implantação de uma plataforma para o BRT de Curitiba. Este
terminal receberá novo piso de concreto, substituindo os atuais paralelepípedos, e a galeria do
terminal será adaptada com elevadores de acessibilidade. As calçadas serão reconstruídas e a
iluminação será renovada. O custo das obras é de R$ 12,1 milhões, em um contrato público
(prefeitura de Curitiba). 38
4.4.4 Aeroporto de Curitiba
As obras no Aeroporto Afonso Pena consistem na ampliação do terminal de
passageiros e do sistema viário, restauração da pista de pouso e decolagem e ampliação do
sistema de pátio e pista de táxi, com previsão para conclusão em dezembro de 2013. O custo
das obras é de R$ 84,49 milhões, em um contrato público (Infraero). 38
4.5 Fortaleza (CE)
4.5.1 Sobre a cidade de Fortaleza
Além dos jogos da Copa das Confederações, em 2013, a cidade receberá seis jogos na
Copa de 2014. A seleção brasileira jogará pela primeira vez na capital cearense no dia 17 de
junho de 2014. O fato da seleção anfitriã jogar em uma cidade-sede atrai muitos olhares,
podendo expor as fragilidades da cidade, devendo a cidade tomar todo o cuidado e estar
preparada para este fato.
A cidade como um todo tem tudo para se beneficiar com o evento. O Castelão será o
quarto maior estádio do Brasil e teve sempre as obras mais adiantadas durante o período das
obras em todo o Brasil. A Copa do Mundo em Fortaleza tem tudo para ser bem sucedida,
devido à sua grande vocação para o turismo, já que é destino turístico bastante procurado,
devido principalmente às praias. O novo Centro de Eventos do Ceará com capacidade para
receber 30 mil pessoas, também irá contribuir para Fortaleza crescer como referencial
turístico, de entretenimento e de negócios. Outra grande obra é a reforma o porto. Esta tem
como objetivo entrar na rota dos cruzeiros do Caribe do hemisfério norte.45
Além do Estádio Castelão e do porto, outra grande obra que a Copa vai deixar como
legado é o novo terminal de passageiros do porto de Mucuripe, que terá um cais de 350m e
47
corredores para a circulação de passageiros, lojas e restaurantes. Há também a pretensão de
revitalizar o Passaré, bairro próximo ao estádio. Um dos grandes desafios, não só em
Fortaleza, mas como em todas as capitais que receberão jogos da Copa, é a questão da
mobilidade urbana. 45
Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Fortaleza
encontram-se no anexo A5.
Tabela 6. Ficha técnica de Fortaleza.
Área 313,140 km²
Densidade 7.748 hab/km²
PIB R$ 28,3 bilhões
População 2.447.409 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.5.2 Estádio de Fortaleza
A reforma da Arena Castelão foi projetada pelo escritório Vigliecca & Associados. O
estádio terá 67 mil lugares, estacionamento, centro olímpico, piscina e ginásio multiuso,
pretendendo receber uma das semifinais da Copa. O custo das obras é de R$ 518,6 milhões,
em um contrato do tipo PPP concedido por oito anos. 38
4.5.3 Mobilidade Urbana em Fortaleza
As obras de mobilidade urbana em Fortaleza consistem no Metrô de Fortaleza (VLT
Parangaba / Mucuripe) e o Eixo Via Expressa / Raul Barbosa. O VLT terá 13 km de extensão
e 10 estações, além de seis obras: quatro passagens subterrâneas rodoviárias, um elevado
ferroviário e um viaduto rodoviário. As obras tem como objetivo melhorar o acesso do
aeroporto ao centro da cidade, onde se concentram os principais hotéis da cidade. O custo das
obras é de R$ 330,7 milhões, em um contrato público (Governo do Ceará). 38
O projeto do Eixo Via Expressa / Raul Barbosa consiste na construção de túneis nos
cruzamentos da Via Expressa com as avenidas Santos Dumont, Padre Antônio Tomaz e
Alberto Sá, de um viaduto no cruzamento da Raul Barbosa com a Rua Murilo Borges.
Também estão incluídas melhorias na drenagem, na malha viária e na iluminação pública nas
duas avenidas. O custo das obras é de R$ 151,6 milhões, em um contrato público (prefeitura
de Fortaleza). 38
________________________
45 RABELO, Aldo. A Copa em Fortaleza. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/artigo-
copa-em-fortaleza-por-aldo-rebelo>.
48
4.5.4 Aeroporto de Fortaleza
A obras no Aeroporto Pinto Martins consistem na reforma e ampliação do Terminal de
Passageiros (Fase 1) e adequação do sistema viário com previsão de conclusão em dezembro
de 2013. O custo é de R$ 349,80 milhões com contrato público (Infraero). 38
A Infraero detalhou o projeto de ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins,
que será em torno de R$ 397 milhões. As obras constam a construção de seis novas pontes de
embarque E área total de 133 mil metros quadrados de infraestrutura (quase 100 mil metros
quadrados a mais que o perímetro atual). 38
Com as obras, o aeroporto terá capacidade para receber até nove milhões de
passageiros por ano, 4 milhões a mais que o número de passageiros em 2010. Além disso,
será ampliado o espaço de área comercial, com mais lojas no saguão e nas salas de embarque
e desembarque e previsão da construção de um edifício-garagem com capacidade para
aproximadamente cinco mil carros. O estudo e o Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA) está pré-aprovado, já que a construção do aeroporto de Fortaleza em 1995,
previa a expansão.38
4.5.5 Porto de Fortaleza
As obras no porto de Fortaleza consistem na implantação de terminal marítimo de
passageiros; construção de cais para um berço para múltiplo uso; pavimentação e urbanização
de via interna de acesso, estacionamento e pátio. O investimento é público (Governo Federal),
com um custo de R$ 149,0 milhões (Ministério do Esporte, Balanço 2012 - Copa do Mundo -
Cidade-sede Fortaleza. 2012)
4.6 Manaus (AM)
4.6.1 Sobre a cidade de Manaus
A Capital do estado de Amazonas possui parques ecológicos, passeio de barco no
encontro dos rios Negro e Solimões, prédios históricos e visita a museus. 38
Outras
informações, figuras e fotos relacionados às obras em Manaus encontram-se no anexo A6.
49
Tabela 7. Ficha técnica de Manaus.
Área 11.400 km²
Densidade 150,2 hab/km²
PIB R$ 38,1 bilhões
População 1.802.525 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.6.2 Estádio de Manaus
O projeto da Arena Amazônia foi realizado pelo escritório alemão GMP. A nova arena
substituirá o estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), no centro de Manaus. O projeto inspira-se em
elementos da cultura, fauna e flora amazonenses. A capacidade é de cerca de 44 mil pessoas.
O custo das obras é de R$ 532,2 milhões, com contrato público. A empresa construtora é a
Andrade Gutierrez. 38
4.6.3 Mobilidade Urbana em Manaus
O Monotrilho de Manaus terá duas linhas: Norte-Centro e Leste-Centro. O primeiro
terá sete estações, incluindo uma em frente à Arena Amazônia, e sairá do bairro Cidade Nova,
o mais populoso de Manaus. A segunda linha terá 12 estações. O custo das obras é de R$
1,554 bilhão, em um contrato público (estado do Amazonas). As empresas construtoras são o
consórcio Monotrilho Manaus (CR Almeida, Mendes Júnior e Scomi). 38
4.6.4 Aeroporto de Manaus
As obras no Aeroporto Brigadeiro Eduardo Gomes consistem na reforma e ampliação
do terminal de passageiros (Fase 1), com previsão de conclusão em dezembro de 2013. O
custo das obras é de R$ 394,12 milhões com contrato público (Infraero). 38
4.7 Natal (RN)
4.7.1 Sobre a cidade de Natal
As principais atrações turísticas são as praias e dunas que atraem mais de dois milhões
de turistas brasileiros e estrangeiros à capital do Rio Grande do norte. Com mais de 800 mil
habitantes, a cidade passa atualmente por um crescimento demográfico e imobiliário que
fortalecem a economia local. 38
Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em
Natal encontram-se no anexo A7.
50
Tabela 8. Ficha técnica de Natal.
Área 170,298 km²
Densidade 4638 hab/km²
PIB R$ 8,7 bilhões
População 803.811 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.7.2 Estádio de Natal
A realização das obras e gerenciamento da Arena Dunas será responsabilidade da
construtora OAS, com o apoio da Amsterdam Arenas. O projeto básico foi realizado pela
empresa internacional Populous Architects. O projeto possui arquibancadas flexíveis que
permitirão remover parte dos 45 mil assentos do estádio. O custo das obras é de R$ 417
milhões, em um contrato PPP concedido por 20 anos. 38
4.7.3 Aeroporto de Natal
As obras no Aeroporto São Gonçalo do Amarante consistem no desmatamento,
terraplanagem, pavimentação, drenagem, proteção vegetal, sinalização horizontal e
infraestrutura dos sistemas de auxílio e proteção ao voo, de responsabilidade da Infraero
(previsão de conclusão da Fase 2 em novembro de 2013); construção do terminal de
passageiros, sistema viário de acesso e obras complementares, de responsabilidade da
concessionária (previsão de conclusão em março de 2014). O custo das obras é de R$ 792,55
milhões (Infraero: R$ 174,44; Concessionária: R$ 618,11 milhões), em um contrato público-
privado. 38
4.8 Porto Alegre (RS)
4.8.1 Sobre a cidade de Porto Alegre
As principais atrações turísticas da capital gaúcha são os parques, churrascarias e
restaurantes tradicionais italianos e alemães. A cultura é outro ponto forte da cidade, que
possui diversos centros culturais e livrarias. Outras informações, figuras e fotos relacionados
às obras em Porto Alegre encontram-se no anexo A8. 38
51
Tabela 9. Ficha técnica de Porto Alegre.
Área 496.827 km²
Densidade 2.878,7 hab./km²
PIB R$ 36,8 bilhões
População 1.409.939 (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
Através do programa Pró-Energia da Companhia Estadual de Energia Elétrica
(CEEE), o governo do Rio Grande do Sul vai investir um valor de R$ 235 milhões em
melhorias na infraestrutura energética e em cinco novas subestações na região metropolitana
de Porto Alegre. De acordo com o governo local, a melhoria na infraestrutura energética é
essencial para a Copa do Mundo na cidade de Porto Alegre, além de beneficiar mais de 1
milhão e 500 mil pessoas, sendo 640 mil na capital gaúcha. Estão previstas também a
construção de 19 linhas de transmissão, 14 novas subestações de energia (com a ampliação e
adequações em outras dez), substituição de 438 equipamentos e sistema de telecomando e
supervisão em 20 subestações.38
4.8.2 Estádio de Porto Alegre
O projeto do estádio Beira-Rio foi realizado pelo escritório Hype Studio, que integra
um projeto de renovação urbana em toda a região ribeirinha. As obras consistem na cobertura
metálica (suportada por 65 módulos de 23m em forma de asa) e ampliação da capacidade que
passará de 56 mil para 60 mil lugares. O custo das obras é de R$ 330 milhões, em um contrato
privado. A construtora é a empresa Andrade Gutierrez. 38
4.8.3 Mobilidade Urbana em Porto Alegre
As obras de mobilidade urbana em Porto Alegre consistem na duplicação da Avenida
Moab Caldas (Tronco) em 5,3 km de extensão, com ciclovia, corredor de ônibus, tratamento
paisagístico e reassentamento de 1,4 mil famílias. A via é importante por ligar avenidas da
orla do rio Guaíba com a Terceira Perimetral. O custo das obras é de R$ 138,9 milhões, em
um contrato público (prefeitura de Porto Alegre). 38
4.8.4 Aeroporto de Porto Alegre
As obras no Aeroporo Salgado Filho consistem na ampliação do Terminal de
Passageiros e Pátio (Fase 1) e ampliação da pista de pouso e decolagem. A previsão de
52
conclusão é em janeiro de 2014. O custo das obras é R$ 579,21 milhões, em um contrato
público (Infraero). 38
4.9 Recife (PE)
4.9.1 Sobre a cidade de Recife
Recife apresenta diversos atrativos turísticos como as praias e sua rica história. Olinda,
município vizinho, possui um grande patrimônio histórico, com igrejas, museus e feiras de
artesanato. 38
Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Recife encontram-
se no anexo A9.
Tabela 10. Ficha Técnica de Recife.
Área 218 km²
Densidade 6.422 hab/km²
PIB R$ 22,5 bilhões
População 1.536.934 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.9.2 Estádio de Recife
A Arena Pernambuco foi projetada pelo escritório Fernandes Arquitetos Associados e
está localizada em São Lourenço da Mata, a 19 km do Recife. A arena terá 46 mil lugares e
estacionamento para seis mil carros. O custo das obras é R$ 500,2 milhões, em um contrato
do tipo PPP (governo de Pernambuco). A empresa construtora é a Odebrecht. 38
4.9.3 Mobilidade Urbana em Recife
O projeto de mobilidade urbana em Recife, o Corredor Caxangá – Leste / Oeste, inclui
a construção de três elevados, um túnel e um viaduto, além do BRT com 12 km de extensão
que ligará as zonas leste e oeste do Recife, com capacidade para transportar 126 mil
passageiros por dia. A via fará o transporte de passageiros do bairro Derby, próximo ao centro
da cidade, até o Terminal Integrado de Camaragibe, totalizando 12,5 km de extensão e 22
estações. O custo das obras é de R$ 133,6 milhões, em um contrato público (governo de
Pernambuco). O consórcio responsável pelas obras é Mendes Júnior-Servix. 38
53
4.9.4 Aeroporto de Recife
As obras no Aeroporto Gilberto Freyre consistem na construção de uma nova torre de
controle. A previsão de conclusão é em dezembro de 2013, com custo de R$ 18,47 milhões,
em um contrato público (Infraero). 38
4.10 Rio de Janeiro (RJ)
4.10.1 Sobre a cidade do Rio de Janeiro
Além da Copa do Mundo de 2014, a cidade se prepara para os Jogos Olímpicos de
2016. A cidade é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo
internacionalmente conhecida pelo Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e as praias de
Copacabana e Ipanema.38
Receberá a final da Copa do Mundo de 2014. Outras informações,
figuras e fotos relacionados às obras no Rio de Janeiro encontram-se no anexo A10.
Tabela 11. Ficha Técnica do Rio de Janeiro.
Área 1.264,296 km²
Densidade 5.190,5 hab/km²
PIB R$ 154,8 bilhões
População 6.323.037 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.10.2 Estádio do Rio de Janeiro
As obras no Estádio Maracanã consistem na redução da capacidade para 76 mil
lugares, reconstrução da arquibancada inferior, geometria oval (para melhorar curva de
visibilidade), 108 camarotes e acesso por rampa monumental. O projeto do estádio do Rio de
Janeiro foi realizado pela empresa pública EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do
Rio de Janeiro). O custo das obras é de R$ 859,9 milhões, em um contrato público. 38
4.10.3 Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro
As obras de mobilidade urbana no Rio de Janeiro consistem no BRT Transcarioca –
Aeroporto / Penha / Barra, que terá 39 km de extensão e fará a ligação da Barra da Tijuca ao
Aeroporto Internacional do Galeão, passando pelo setor hoteleiro e por áreas nobres da
capital. O trecho passará por Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho,
Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha e Penha. O custo das obras é de R$
54
1,883 bilhão, em um contrato público (governo estadual do Rio de Janeiro). A construtora é
Andrade Gutierrez. 38
4.10.4 Aeroporto do Rio de Janeiro
As obras no Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão) consistem na reforma dos
terminais 1 e 2, e revitalização do sistema de pista e pátio, com previsão de conclusão
em dezembro de 2013. O custo das obras é de R$ 813,27 milhões, em um contrato público
(Infraero). 38
4.11 Salvador (BA)
Salvador é umas das principais cidades turísticas do Brasil. É conhecida por sua beleza
natural e pelo carnaval. Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Salvador
encontram-se no anexo A11. 38
Tabela 12. Ficha técnica de Salvador.
Área 706,799 km²
Densidade 3.840 hab/km²
PIB R$ 29,7 bilhões
População 2.676.606 hab (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.11.1 Estádio de Salvador
As obras na Arena Fonte Nova consistem na demolição do estádio Fonte Nova. Será
mantida a geometria oval e a abertura para o Dique de Tororó. A arena terá capacidade
para 50 mil pessoas e três anéis de arquibancada. O projeto é do escritório Setepla Tecnometal
e Schulitz+Partner. O custo das obras é de R$ 591,7 milhões, em um contrato PPP concedido
por 35 anos. As empresas construtoras são Odebrecht e OAS. 38
4.11.2 Aeroporto de Salvador
As obras no Aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães consistem na reforma e
adequação do terminal de passageiros e ampliação do pátio de aeronaves, ampliação do pátio
de aeronaves e construção de nova torre de controle. A previsão de conclusão é em dezembro
de 2013. O custo das obras é de R$ 47,61 milhões, com um contrato público (Infraero). 38
55
4.12 São Paulo (SP)
4.12.1 Sobre a cidade de São Paulo
São Paulo é a maior cidade do país, maior centro financeiro e comercial, e está entre as
mais populosas do mundo. A economia da cidade corresponde a mais de 12% do PIB
nacional. A cidade atraiu um grande número de imigrantes no século XIX, tornando a cidade
com maior diversidade étnica do Brasil. Além dos atrativos econômicos, São Paulo também
oferece um rico turismo. A região metropolitana possui os dois aeroportos mais
movimentados da América do Sul: Congonhas e Guarulhos, sendo o primeiro usado
principalmente para voos nacionais, e o segundo que oferece voos para 28 países diferentes.47
Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Salvador encontram-se no anexo
A11.
Tabela 13. Ficha técnica de São Paulo.
Área 1.522,986 km²
Densidade 7.216,3 hab./km²
PIB R$ 357,1 bilhões
População 11.244.369 (IBGE 2010)
Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.
4.12.2 Estádio de São Paulo
O clube Corinthians era o único que não possuía estádio próprio dentre os três maiores
clubes de São Paulo. Com a Copa, o projeto foi possível de ser realizado, após o veto da FIFA
ao estádio do Morumbi. A Arena Corinthians está localizada no bairro de Itaquera, na Zona
Leste de São Paulo. No projeto do escritório carioca CDCA, são previstos 65 mil lugares em
área de 200 mil m², com 3500 vagas no estacionamento. 38
O término das obras está previsto para o início de 2014. Cerca de seis mil pessoas
devem ser empregadas direta e indiretamente ao longo do período de construção. A Arena de
São Paulo foi escolhida para receber a partida de abertura da Copa e receberá outros cinco
jogos e uma das semifinais. O custo das obras é de R$ 820 milhões, em um contrato privado.
A empresa construtora é a Odebrecht. 38
________________________
47 FIFA.com. Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/destination/cities>.
56
4.12.3. Mobilidade Urbana em São Paulo
As obras de mobilidade urbana em São Paulo, o Monotrilho Linha 17 - Ouro do Metrô
tem como objetivo melhorar um dos trânsitos mais problemáticos do mundo. Elas vão ligar o
Aeroporto Internacional de Congonhas ao bairro Morumbi, na zona sul, conectando à área
hoteleira, integrando as linhas 1, 4 e 5 do metrô, e também linha 9 de trens da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos, com mais de 17km de extensão. Apenas o trecho de 7,7 km
será inaugurado até 2014, sendo o restante finalizado em 2016. O custo das obras é
de R$ 3,108 bilhões em um contrato público (estado de São Paulo). As empresas Scomi,
Andrade Gutierrez, CR Almeida e Montagens e Projetos Especiais formam o consórcio
Monotrilho Integração, responsável pelas obras. 38
4.12.4 Aeroporto de São Paulo
As obras no Aeroporto André Franco Montoro (Cumbica) / Guarulhos consistem na
ampliação e revitalização do sistema de pista e pátio, construção da pista de táxi e de saída
rápida, construção do 3° terminal de passageiros e do terminal 4. A conclusão está prevista
para dezembro de 2013, com custo de R$ 2,04 bilhões, em contrato PPP (Infraero: 665,51
milhões; concessionária: R$ 1,38 bilhão). 38
4.13 Conclusão
Tabela 14. Balanço geral dos investimentos em obras de infraestrutura
Cidades-sede da
Copa de 2014
Investimentos em obras para a Copa de 2014 (em milhões R$)
Estádio Mobilidade
Urbana Aeroporto Outros Total
Belo Horizonte 695,00 633,00 508,65 - 1.836,65
Brasília 812,20 276,90 643,50 - 1.732,60
Cuiabá 518,90 1.400,00 91,30 - 2.010,20
Curitiba 183,00 12,10 84,49 - 279,59
Fortaleza 518,60 481,60 349,80 149,00 1.499,00
Manaus 532,20 1.554,00 139,12 - 2.225,32
Natal 417,00 - 792,55 1.209,55
Porto Alegre 330,00 138,90 579,21 235,00 1.283,11
Recife 500,20 133,60 18,47 - 652,27
Rio de Janeiro 859,90 1.883,00 813,27 - 3.556,17
Salvador 591,70 - 47,61 - 639,31
São Paulo 820,00 3.108,00 1.380,00 - 5.308,00
TOTAL 6.778,70 9.621,10 5.447,97 384,00 22.231,77
57
Analisando as obras de infraestrutura a serem realizadas, tem-se um balanço geral
aproximado dos investimentos a serem realizados até a Copa do Mundo de 2014, conforme a
Tabela 14.
Observa-se que o montante de quase R$23 bilhões é bastante expressivo, mostrando a
força do impacto que um evento deste porte traz para uma nação. Isto justifica o fato da Copa
ser um grande “sonho de consumo” de vários países. Ela traz consigo a possibilidade de atrair
diversos investimentos em vários setores da economia, gerando empregos e oportunidades
para a população.
O Setor de Engenharia sem dúvida é o mais impactado, portanto é uma oportunidade
única para os Engenheiros mostrarem seus conhecimentos e habilidades na elaboração e
execução de projetos tão críticos, importantes e de caráter internacional como estes
relacionados à Copa do Mundo de 2014. Além disso, universitários que estão entrando no
mercado de trabalho, tem também uma grande oportunidade de crescer profissionalmente
através da vivência diária na execução destes grandes projetos de infraestrutura.
Conclui-se, portanto, que a Copa do Mundo tem bastante potencial para trazer diversos
benefícios, porém enfatiza-se sempre a importância do planejamento e gestão cuidadosa por
parte dos órgãos, empresas e pessoas que estão ligadas diretamente ao evento, para que este
realmente seja bem sucedido.
No próximo capítulo, serão mostrados alguns aspectos de Engenharia relacionados às
obras na Arena Castelão, onde o autor deste trabalho teve a oportunidade de trabalhar durante
8 meses do período das obras. Serão apresentados as características gerais do empreendiento
Arena Castelão, a certificação LEED, os projetos de Engenharia, o funcionamento dos
mesmos, suas principais características, assim como experiências vivenciadas durante as
obras.
58
CAPÍTULO 5 – AS OBRAS NA ARENA CASTELÃO
5.1. Detalhes sobre as obras na Arena Castelão
As obras de modernização e ampliação da Arena Castelão iniciaram no dia 13 de
dezembro de 2010. Neste dia, o Governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, assinou a ordem
de serviço e o contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.48
As obras entraram para a história como a primeira Parceria Público Privada (PPP) no
Estado do Ceará. Foram investidos R$ 518,6 milhões (R$ 351,5 milhões vindos de
empréstimos do BNDES e R$ 167 milhões do Estado). A capacidade será de 67 mil lugares.49
O valor inclui as obras do estádio e do Edifício Fares Cândido Lopes (sede da
Secretaria do Esporte do Estado) e do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE).
Também estão inclusos o auditório com 160 lugares, estacionamento coberto para 2000
vagas, praça de 55.000m2, área de hospitalidade, modificações internas para atender aos
critérios da FIFA e operação e manutenção do estádio durante oito anos. A empresa Arena
Castelão Operadora de Estádio será responsável por cobrir todas as despesas relativas à arena
como água, esgoto, telefonia e pessoal de manutenção durante este período. 49
A operadora de telefonia Oi será a responsável pela tecnologia de informação e
telecomunicação da Arena Castelão. Serão instalados 350 telefones, 240 câmeras de
segurança, 144 catracas, 161 leitoras de cartão e 560 alto-falantes. 50
5.2 Organização da Arena Castelão
Pelo fato de possuir uma área de grande extensão, as obras na Arena Castelão foram
divididas em Etapas, com o objetivo de melhorar o planejamento e facilitar a localização na
mesma. Estas etapas foram chamadas de 1, 2, 3 e 4, conforme a Figura B1 do Anexo B.
Nas Figuras B2, B3, B4 e B5 do mesmo anexo, tem-se a localização das etapas.
A Etapa 1 corresponde ao edifício que é a sede da Secretaria do Esporte do Estado e
primeira etapa do estacionamento coberto. A Etapa 2 corresponde à segunda etapa do
________________________
48 Disponível em http://www.jangadeiroonline.com.br/esportes/copa-2014/cid-gomes-assina-ordem-de-servico-
para-obras-do-castelao-na-segunda-feira/.
49 Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/arena/investimentos>.
50 Disponível em: http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/ Publicado em 23/11/2012 às
5:02 por Egídio Serpa
59
estacionamento coberto. A Etapa 3 é o edifício central (Prédio FIFA), que possui seis andares.
Este prédio é o centro de comando do estádio, onde serão instalados 52 camarotes, áreas
VIPs, área de imprensa e o estúdio de transmissão televisiva dos jogos. Também foram
realizadas mudanças nas cabines de imprensa, camarotes, vestiários, túneis de acesso ao
campo, e nas cadeiras da arena. A Etapa 4 corresponde ao restante da arena, sendo a maior
dentre as 4 etapas. 51
5.3 Operação e inspeção da Arena Castelão
Há uma grande preocupação na operação e manutenção das grandes arenas construídas
para receber a Copa do Mundo, de forma que todos os usuários (torcedores, imprensa,
seleções, entre outros) sintam-se bem nas novas instalações.
Em julho de 2012, ocorreu o Seminário de Operações de Estádios no Centro de
Convenções, em Fortaleza. Compareceram ao evento representantes de todas as doze cidades
sedes. O objetivo do evento é analisar e discutir alguns aspectos relevantes para a gestão e
operação destes grandes empreendimentos que são as novas arenas que ficarão como legado
após a Copa. Também foi analisado como as sedes da Copa das Confederações estão se
preparando. 52
Há também há necessidade da implementação do conceito de Arena de Futebol, que se
caracterizam por promover cultura, turismo, esporte e lazer, além do futebol. Este conceito é
extremamente necessário, pois estes outros setores terão como objetivo sustentar o fluxo de
visitantes na arena durante os jogos de futebol, e também quando os mesmos não estiverem
ocorrendo. Logo, o futebol não será a única fonte de renda das novas arenas.53
O legado a ser
deixado após a Copa foi enfatizado, visto que há exemplos de sucesso em várias partes do
mundo, devendo o mesmo ocorrer em Fortaleza. 54
Em relação às inspeções, as mesmas ocorreram de seis em seis meses, com a
participação dos representantes da FIFA e do Comitê Organizador Local (COL). No início as
inspeções foram realizadas através de reuniões virtuais (projetos analisados por vídeos, fotos e
________________________
51 Disponível em: < http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
52 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1663531/index.html>
53 Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100209-4.html>
54 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1662399/index.html>
60
plantas). Nas inspeções seguintes, o objetivo era analisar a operação dos estádios, não o
andamento das obras. 55
Os assuntos mais abordados foram: tecnologia, tráfego, segurança, credenciamento,
ingressos, imprensa, estrutura para a transmissão de TV e hospitalidade. Em seguida a
comitiva realizou inspeções dentro das obras nas cidades de São Paulo (sede do primeiro jogo
da Copa de 2014 e também sede do sorteio da Copa das Confederações), e pelas cidades que
vão receber a Copa das Confederações (Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de
Janeiro e Salvador).55
5.4 ISO 9001: Gestão da Qualidade
ISO é a sigla de International Organization for Standardization (Organização
Internacional para Padronização). É uma entidade de padronização e normatização criada em
Genebra, na Suiça, em 1947. No Brasil, é representada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). A ISO tem como objetivo principal aprovar normas internacionais em
todas as áreas técnicas: normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e
processos. 56
Nas obras da Arena Castelão foram seguidos diversos critérios de Gestão de Qualidade
com o objetivo de obter esta certificação através de auditorias nas empresas, que analisam se
os processos exigidos estão sendo realizados de forma satisfatória.
A ISO 9001 é uma dentre as normas da série de sistemas de gestão da qualidade, que
visa alavancar o melhor de uma organização ao permitir entender seus processos de entrega
de seus produtos e serviços a seus clientes, através de uma melhora na satisfação dos clientes,
da motivação dos colaboradores e da melhoria contínua. Ela define os critérios que a empresa
deve cumprir, caso deseje operar de acordo com a norma e obter a certificação. 57
As principais vantagens da ISO 9001 são: melhorar do desempenho da empresa, atrair
investimentos aumentando a reputação das marcas e remover barreiras comerciais,
________________________
55 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1694656/index.html>
56 Disponível em: <http://www.significados.com.br/iso/>
57 Disponível em: http://www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/iso9001/
61
economia de dinheiro, otimização das operações e redução do desperdício, incentivo a
comunicação interna e aumento da satisfação dos clientes. 57
5.5 Certificação LEED
Existem no mundo diversas instituições que certificam construções sustentáveis. A
certificação americana é a Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). No
Brasil há a certificação Alta Qualidade Ambiental (AQUA), que se baseia na certificação
Haute Qualité Environnementale (HQE) da França.
A Arena Castelão foi construída visando obter a certificação LEED, sistema usado
para certificar e/ou ratificar a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental das
construções que adotam práticas que levam o meio ambiente em consideração. A certificação
é obtida através de visita a arena após a conclusão da obra, da comissão que concede o
certificado, onde a mesma avalia as medidas adotadas. 58
Neste tópico, será feita uma explicação acerca dos aspectos mais importantes
relacionados ao LEED e, em seguida, serão apresentadas as diversas medidas sustentáveis que
foram realizadas com o objetivo de obter esta certificação.
5.5.1 Leadership in Energy and Environmental Design (LEED)
O sistema foi criado pelo United States Green Building Council (USGBC) para definir
padrões de sustentabilidade em construções e planejamento. O USBGC é uma organização
não governamental criada em 1993 e reconhecida internacionalmente, com foco em
sustentabilidade de edificações e empreendimentos imobiliários. Hoje está presente em 129
países. (Casado).
O GBC Brasil é o representante oficial do LEED. O Brasil está em sexto lugar dentre
os países com mais processos em certificação LEED, atrás dos Estados Unidos, Canadá,
Índia, Emirados Árabes e China. A primeira versão é de janeiro de 1999. Atualmente o LEED
está na terceira versão (Casado).
A certificação visa à implementação de projetos de edifícios que diminuem a poluição,
economizam energia, racionalizam o uso da água e utilizam materiais reciclados e não
agressivos, desenvolvimento de edifícios de alta performance e sustentáveis. O projeto deve
________________________
58 Disponível em: <http://www.rheoset.com.br/CASTELAO-adota-medidas-de-SUSTENTABILIDADE-para-
obter-certificacao-LEED.--131-ver.html>
62
atender a requisitos mínimos para obter direito a acumulação de pontos para certificação. Os
pontos variam de acordo com a categoria a ser atendida, e somente a partir de um número
mínimo de pontos a construção poderá ser certificada, podendo a certificação ser Prata, Ouro
ou Platina. Os critérios são: sustentabilidade do espaço, uso racional da água, eficiência
energética, qualidade ambiental interna, materiais e recursos, inovação e processo, créditos
regionais (Casado).
A Figura 4 mostra o sistema LEED-NC v.3. – 2009, com os requisitos, suas
respectivas pontuações e os níveis de certificado O custo da certificação é aproximadamente
0,01% da obra. (Casado).
Figura 4. Requisitos do Sistema LEED-NC v.3. – 2009.
Fonte: Casado (USGBC).
Segundo Casado, existem diversas categorias de LEED:
LEED NC: novas construções e grandes projetos de renovação.
LEED CS: projetos da envoltória e parte central do edifício.
LEED CI: Projetos de interiores e edifícios comerciais.
LEED EB OM: Operação e Manutenção de edifícios existentes.
LEED Schools: Escolas.
LEED ND: Desenvolvimento de Bairro (localidades).
63
LEED Healthcare: Para unidades de saúde.
LEED Retail NC e CI: Para lojas de varejo.
LEED for Home: Para residências.
5.5.2 LEED na Arena Castelão
Neste tópico serão explicadas as medidas de sustentabilidade adotadas com o objetivo
de obter a certificação LEED na Arena Castelão. Estas medidas ocorrem desde o canteiro de
obras até a escolha dos equipamentos que estão sendo instalados na estrutura do estádio. De
acordo com o site da Arena Castelão, os projetos de sustentabilidade da Arena Castelão
podem ser divididos em cinco tópicos: sítios sustentáveis, consumo eficiente de água, energia
e atmosfera, materiais e recursos, qualidade do ar interno. 59
Sítios Sustentáveis
Pode ser dividido em três medidas: 59
1ª Medida: Ações de prevenção da poluição causada pela obra
Proteção das bocas de lobo para reter os detritos e não obstruir a tubulação da rede
pluvial municipal.
Utilização de bacias de decantação (caixa de coleta) para retenção dos efluentes da
água da chuva por um maior período de tempo, permitindo a homogeneização da
fase líquida e a remoção de alguns compostos por decantação.
Uso de lava-rodas localizado na saída da obra, evitando que os sedimentos presos
nas rodas dos caminhões sujem as vias públicas.
Boa fixação no solo dos tapumes, contribuindo para manter os sedimentos dentro do
perímetro da obra.
Aspersão de água com carros pipa, diminuindo a poeira em suspensão na obra,
melhorando a qualidade do ar.
Local de lava-bicas para os caminhões betoneiras a fim de evitar contaminação do
solo pela água resultante da lavagem desses veículos.
2ª Medida: Estímulo ao transporte mais sustentável 59
5% das vagas serão demarcadas como vagas preferenciais para prática da carona
solidária, diminuindo a emissão de poluentes, estimulando pessoas que fariam o
mesmo trajeto separadamente a usar um único veículo.
5% das vagas demarcadas como vagas preferenciais para veículos de baixa emissão
de poluentes, como o Gás Natural Veicular (GNV), etanol e elétrico.
Instalação de local para guardar bicicletas para os funcionários do Estádio e da
Secretaria de Esportes, estimulando o uso deste transporte.
3ª Medida: Diminuição do efeito ilha de calor 59
Uso de coberturas e pisos claros, evitando ilhas de calor, melhorando o conforto
térmico no local.
___________________________
59 Disponível em: http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/sustentabilidade#leed02
64
Consumo eficiente de água
Medida: Preservação dos mananciais de água potável 59
Na Secretaria de Esporte foram instaladas descargas de duplo acionamento (com a
opção de descarga de 3 e 6l no mesmo componente), reduzindo o consumo de água.
Uso de torneiras de fechamento automático, diminuindo a possibilidade de
vazamentos e contribuindo para o uso racional da água potável no estádio.
Instalação do sistema de esgoto a vácuo na arena, com o objetivo de diminuir o
consumo de água, preservar dos mananciais e reduzir o volume de esgoto gerado. 60
Este sistema será explicado detalhadamente em um tópico a seguir.
Energia e Atmosfera
Medida: Melhor desempenho energético 59
Os sistemas de ar-condicionado (água gelada, splits eficientes e fluxo de refrigerante
variável - VRF) são de alta eficiência
A iluminação é feita com lâmpadas eficientes onde, além de menor consumo
energético, possuem maior vida útil, diminuindo a necessidade de produtos de
reposição ou de manutenção e quantidade de resíduos.
Automação para desligamento programado de ar-condicionado e iluminação de
algumas áreas.
Todos os sistemas de instalações serão comissionados com o objetivo de determinar
os padrões eficientes e garantir sua correta montagem e uso.
A estrutura possui revestimento termoacústico translúcido, proporcionando aos
torcedores uma sensação térmica mais agradável, pois não absorve calor, além de
permitir a circulação de ar dentro do estádio. O isolamento acústico melhora a
qualidade acústica da arena, permitindo melhor acompanhamento dos jogos pela
torcida e a transmissão dos jogos. 60
Materiais e Recursos
Medida: Preocupação com o ciclo de vida dos materiais usados59
Todos os materiais permanentes em madeira do projeto possuem o selo 100% FSC,
selo internacional e aprovado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal que
garante a origem de florestas de manejo.
Os resíduos são separados desde a sua geração em contêineres de coleta seletiva.
Tudo que pode ser reutilizado ou reciclado ajuda a garantir a meta de não enviar
para aterros sanitários ou industriais 75% dos resíduos gerados pela obra.
Reciclagem do material da demolição de parte do estádio foi feito dentro da própria
obra com uma recicladora de concreto. O material foi usado como sub-base do
estacionamento.
O aço encontrado no entulho das demolições é reciclado em siderúrgica.
Tratamento da água proveniente da lavagem dos pincéis para diminuição da
quantidade de resíduo perigoso.
Qualidade do Ar Interno
Medida: Gerenciamento do ar interno durante a construção 59
Proteção dos dutos durante a construção da obra para evitar o acúmulo de poeira que
seria jogado no ambiente após seu acionamento.
Uso de lixadeiras com aspirador para diminuir a quantidade de partículas suspensas
na construção.
Renovação do ar dos ambientes ocupados
Renovação de ar do ambiente é maximizada. Todos os projetos atendem às taxas de
vazão de ar externo seguindo a norma americana ASHRAE 62.1 e da brasileira
ANVISA.
Uso de materiais de baixa emissão.
_________________________________________________________________________________
60 Disponível em: <http://www.rheoset.com.br/CASTELAO-adota-medidas-de-SUSTENTABILIDADE-para-
obter-certificacao-LEED.--131-ver.html. Fonte Portal da Copa>
65
Uso de tintas, colas, selantes e pisos com baixos COVs (compostos orgânicos
voláteis), garantindo a qualidade do ar nos ambientes tanto durante sua aplicação
quanto ocupação.
Controle dos sistemas por parte dos usuários.
Em escritórios como a Secretaria de Esportes, a produtividade dos ocupantes é
melhorada quando o projeto provê controles de iluminação para pelo menos 90%
dos ocupantes ou em cada ambiente multiusuário. Além disso, pelo projeto, 50% dos
ocupantes têm controle individual sobre o conforto térmico de seus espaços,
podendo ajustar temperatura, velocidade do ar ou umidade.
Outro ponto interessante em relação à certificação LEED foi na instalação elétrica, em
relação ao dimensionamento dos condutores devido ao critério de queda de tensão. Segundo a
NBR 14039/2005 item 6.2.7, “a queda de tensão entre a origem de uma instalação e qualquer
ponto de utilização deve ser menor ou igual a 5%”. No entanto, a queda de tensão tolerável
pelos critérios da certificação LEED é de no máximo 2% do QGBT à carga objetivando dessa
forma a diminuição das perdas de energia no condutor (Pontes, 2013).
Ainda segundo Pontes (2013), como desvantagem desse critério, tem-se a dificuldade
de conectar o condutor ao disjuntor geral dos quadros e barramentos, pois os disjuntores tem
sua estrutura física projetada para receber um condutor com uma seção menor do que a
estabelecida seguindo o critério da certificação LEED. Portanto, faz-se necessária a adaptação
nos conectores, dificultando o trabalho do profissional que está executando o serviço.
Dada a grande tendência de a certificação LEED ser uma realidade nos próximos anos
em relação às novas construções e reformas, os fabricantes de condutores e disjuntores devem
se adaptar a esta nova realidade, dando opções aos consumidores destes produtos a
possibilidade de obter soluções adequadas a estes tipos de empreendimento.
5.6 Projetos de Engenharia na Arena Castelão
São vários os projetos relacionados às obras na Arena Castelão. O Consórcio SERT
Engenharia e Normatel Engenharia foi o responsável pela execução de cinco projetos:
Detecção e Alarme (DET), Instalações de Combate ao Incêndio (CBI), Instalações
Hidrossanitárias (HID), Instalações de Drenagem (DRE), e Instalações de Gás (ISG).
Neste tópico, será feita uma análise dos projetos Detecção e Alarme (DET),
Instalações de Combate ao Incêndio (CBI), Instalações Hidrossanitárias (HID) e Instalações
de Drenagem (DRE). Também será feita uma análise do projeto de Drenagem do campo e do
Sistema de Fornecimento de Energia Elétrica da Arena Castelão e suas instalações de Média
Tensão, que apresentam diversas características interessantes e peculiares, devido ao fato da
Arena Castelão ser considerada uma carga critica.
66
5.6.1 Detecção e Alarme (DET)
O projeto de Detecção e Alarme tem como objetivo proteger as pessoas e a
propriedade de possíveis focos de incêndio através da detecção de fumaça ou elevação de
temperatura. Os circuitos têm como periféricos os detectores, que podem ser observados nas
figuras C1 e C2 do anexo C. Estes detectores são classificados em dois tipos: os vermelhos
são detectores de fumaça e os amarelos são detectores de temperatura ou térmicos.
Existem dois tipos de detectores de fumaça: o detector fotoelétrico e o iônico. O
detector fotoelétrico mede variações em um feixe de luz devido à fumaça. Já o iônico é mais
comum em casas e edifícios, devido ao menor custo e maior sensibilidade à fumaça. Ele usa
um material radioativo, o Amerício-241, que emite partículas alfa que ionizam os átomos do
ar. Ao entrar no aparelho, a fumaça atrapalha a ionização e o circuito eletrônico detecta esta
queda na corrente e aciona o alarme. 61
Os detectores térmicos são classificados em dois tipos: os termovelocimétricos e os de
temperatura fixa. Os detectores termovelocimétricos detectam a velocidade em que a
temperatura aumenta, através do elemento pneumático que reage diante de uma mudança
rápida na temperatura.
Quando isto ocorre, o ar contido no diafragma se expande rapidamente dentro da
câmara selada e escapa através de uma abertura calibrada e os contatos elétricos se tocam
fechando circuito. Já os de temperatura fixa reagem ao calor de ajuste de uma determinada
temperatura. O elemento é construído com uma liga de fusão que se funde quando se atinge
uma determinada temperatura.62
O projeto também conta com os acionadores manuais, que devem estar situados:
Em todas as rotas de escape e em todas as saídas da edificação, em locais claros,
evidentes e de fácil visualização.
Na saída dos pisos para as escadarias (2Y Sistema de Segurança. Sistemas de
Detecção de Alarme e Incêndio).
O acionador manual, localizado próximo as escadas do Setor 4 Nível 3, que fornece
acesso às arquibancadas, e de uma caixa de incêndio, pode ser visualizado na Figura C3 do
________________________
61 http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funcionam-os-detectores-de-fumaca
62 Disponível em: <http://www.consultoriaeanalise.com/2009/06/detetores-termovelocimetricos.html>
67
Anexo C.
Após a instalação dos cabos, detectores, acionadores e da central geral que vai
gerenciar o sistema de detecção, deve-se proceder com um mapeamento de todos os
detectores, de forma que a central de comando, ao detectar algum foco de fumaça ou elevação
de temperatura, ative o sistema de alarme e informe ao operador qual a dependência do
estádio ocorreu o evento, proporcionando tempo suficiente para a mitigação do problema.
Esta funcionalidade é extremamente importante, dada a grande extensão do empreendimento
Arena Castelão.
5.6.2 Instalações de Combate ao Incêndio (CBI)
O sistema de combate ao incêndio, responsável por bombear a água destinada a
mitigar possíveis incêndios dentro do estádio, está localizado no Setor 4 Nível 1 Pilar 1200.
Neste mesmo local estão localizados os reservatórios e o sistema de bombeamento da água
fria, que serão explicados num tópico a seguir. Cada reservatório possui um volume de
350m3. As figuras D1 e D2 do Anexo D mostram o sistema de Combate ao Incêndio.
O sistema possui alta confiabilidade, pois é composto por três conjuntos motor-bomba,
responsáveis por bombear a água: um elétrica (Jockey) de 2cv, um elétrico de 30cv e um a
diesel de 45cv. Em caso de necessidade da utilização do sistema, o motor elétrico de 2cv é
responsável por bombear a água quando a pressão nas tubulações estão na faixa entre 5,5 e
6,0 bar. Abaixo de 5,5 bar, entra o segundo motor elétrico de 30cv que irá atuar numa faixa de
pressão de 4,0 a 5,5 bar. Em caso de grande contigência, em que a pressão esteja abaixo de
4,0 bar, entra o motor a diesel. A detecção dos valores de pressão é realizadas através de
pressostatos.
Todo projeto de Combate de Incêndio deve ser analisado pelo Corpo de Bombeiros de
forma que atenda a todos os requisitos exigidos por norma, a fim garantir a segurança das
pessoas e do empreendimento em caso de incêndio.
5.6.3 Instalações Hidrossanitárias (HID)
As instalações hidrossanitárias podem ser divididas em três grupos: hidráulica (água
quente e água fria), esgoto comum e esgoto à vácuo. Neste tópico serão feitas algumas
considerações a respeito das instalações de água fria, e do sistema de esgoto a vácuo da Arena
Castelão. As figuras relativas ao sistema de fornecimento de água fria se encontram no Anexo
E. Já as figuras relativas ao funcionamento da central de esgoto à vácuo estão no Anexo F.
68
5.6.3.1 Instalações hidráulicas de água fria
As instalações hidráulicas de água fria e água quente da Arena Castelão utilizam
tubulações em Polipropileno Copolímero Random (PPR)63
. O PPR é uma resina de última
geração, resistente a temperaturas elevadas, é atóxica, proporciona menor perda de carga,
possui baixa condutividade térmica conservando a temperatura da água transportada por mais
tempo, e possui uma vida útil de mais de 50 anos sem apresentar qualquer tipo de corrosão ou
perfuração das tubulações.64
A união entre as conexões é realizada através de um processo chamado termofusão.
Neste processo, tubos e conexões se fundem molecularmente a 260°C, formando uma
tubulação contínua, dispensando o uso de solda, colas e roscas, além de diminui o tempo de
execução do projeto e tornar o sistema seguro.64
A arena é alimentada através de bombas localizadas na casa de máquinas (Setor 4,
Nível 1 P. 1200). Após a instalação dos mesmos, foi necessária a realização de testes
hidrostáticos em todas as tubulações do Castelão. O teste consiste em injetar água na rede
com uma pequena bomba manual, à uma pressão de 1,5 vezes a pressão de trabalho da
instalação, conforme a Figura E1 do Anexo E. Na arena, a pressão de trabalho é de 4 kgf/cm2,
então injetou-se na rede uma pressão de 6kgf/cm2.
Verifica-se, através de um manômetro, após 24 horas, se a pressão manteve-se
constante. Se a pressão não baixar, a instalação da tubulação está aprovada e apta para a
utilização. Caso a pressão baixe, deve-se investigar quais as possíveis causas. Estes testes tem
por finalidade detectar possíveis falhas e vazamentos nas instalação, antes que ela seja
pressurizada pelas bombas da casa de máquinas.
Assim como no sistema de combate ao incêndio, o sistema de recalque e controle de
água fria também está localizado no Setor 4 Nível 1 Pilar 1200. Na figura E2 do Anexo E,
tem-se uma visualização geral do sistema.
Na figura E3 do Anexo E, tem-se o sistema de controle da água fria. É utilizado um
sistema inteligente, que gerencia a pressão de água injetada nas tubulações, acionando as
bombas à medida que aumenta o consumo de água na arena. Por exemplo: num determinado
________________________
63 Disponível em: <http://www.amanco.com.br/Default.aspx/tp_ppr>
64 Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=27&Cod=91>
69
momento em que o consumo está baixo, o sistema aciona somente uma bomba. Caso haja
aumento do consumo de água, o sistema detecta este aumento através da diminuição da
pressão e aciona outra bomba. Caso haja um alto consumo de água, o sistema aciona a terceira
bomba.
A relação Potência Atual / Potência Nominal, dada em porcentagem pode ser
visualizada através da Interface Homem-Máquina (IHM), mostrada na Figura E4 do Anexo E.
No instante, o sistema estava sendo testado, e o Set Point (SP) foi ajustado para 2.0 bar (1.0
bar corresponde a 1,0197 kgf/cm²). A pressão de trabalho da arena em funcionamento é de
4.0kgf/cm².
O Present Value (PV) estava em 2.1 bar, mostrando que o sistema fornece uma boa
margem de confiabilidade ao usuário. Como ainda estava no período de obras, não havia um
alto consumo de água nas dependências da arena, logo a relação Potência Atual / Potência
Nominal (%) era de 0%, ou seja, as bombas estavam paradas, pois a pressão estava
praticamente constante.
A Figura E4 mostra também que a Bomba 3 não estava em funcionamento, pois estava
passando por reparos na válvula de retenção, mostrada na Figura E5 do Anexo F. A válvula é
um dispositivo simples que, através de um mola, permite que a água tenha seu fluxo apenas
num único sentido (funcionamento análogo ao diodo elétrico).
Na Figura E4 do Anexo E, tem-se a montante do sistema de bombas uma pressão de
0,4 bar. Esta pressão depende da quantidade de água no reservatório. A jusante do sistema de
bombas tem-se a pressão de Set Point de 2.0 bar, que foi ajustada pelo operador.
Além dos ajustes de parâmetros de pressão, a Interface Homem Máquina também
oferece ao operador uma opção do menu chamada Alarme, que possui um histórico com o
registro das operações realizadas no sistema e outros eventos, fornecendo data e hora do
evento ocorrido e da resolução do mesmo, conforme pode ser observado na Figura E6 do
Anexo E.
5.6.3.2 Sistema de Esgoto à Vácuo
Uma alternativa bastante vantajosa, principalmente quando aplicada a edificações que
possuem elevada concentração de pessoas, é utilizar bacias sanitárias a vácuo. Os sanitários a
vácuo são utilizados principalmente em aviões onde o custo da água transportada é
70
particularmente elevado e também em instalações experimentais para o uso eficiente da água.
São também utilizados em trens e navios (Oliveira, 2004).
O funcionamento das bacias sanitárias é bastante simples: a bacia sanitária mantém
uma quantidade de água e, logo atrás, o cano do vaso sanitário que leva os dejetos faz uma
curva para cima e outra para baixo (sifão) e em seguida vai para o esgoto. Nessa curva uma
quantidade de água fica acumulada. Quando a descarga é acionada, a água é liberada. Nos
modelos mais comuns, a quantidade de água varia entre 6 e 8 litros por descarga. Com a força
desta, a água depositada e seus dejetos são levados pelo cano, até a água ficar novamente
estancada. 65
Um sistema de descarga tradicional atual consome bastante água por descarga,
representando uma grande parcela do consumo de água usada residencial e comercialmente.
Os modelos mais antigos consomem em média de 12 a 15 litros de água por descarga. 65
Em 2003 um acordo entre os fabricantes de vasos sanitários brasileiros permitiu que
um novo modelo com caixa acoplada fosse adotado. Este modelo possui consome cerca de 6l
por descarga, normatizado pela NBR 15.097/04, permitindo uma melhor economia de água. 65
Existem ainda os modelos de bacias sanitários ainda mais econômicos em relação ao
consumo de água, como os vasos sanitários de descarga dupla (3l para líquidos e 6l para
sólidos). 65
O sistema de esgoto a vácuo consome um volume reduzido de água (cerca de 1,2l por
descarga). Sendo a água um recurso natural que está se tornando um bem cada vez mais
escasso, o sistema vem sendo utilizado em vários locais, mostrando-se eficiente na
diminuição do consumo de água. Na obra da Arena Castelão, foi utilizado o sistema de esgoto
à vácuo, também como um dos requisitos de sustentabilidade.
A central de esgoto a vácuo é responsável por injetar uma pressão negativa na
tubulação de forma a realizar uma sucção dos resíduos sólidos vindos de uma bacia sanitária
especial, que conta com um sistema pneumático mostrado na Figura F1 do Anexo F.
O sistema da bacia sanitária proporciona uma pressão na água de 200 a 700kPA, um
tempo de descarga de dois segundos e um consumo de água de cerca de um litro.66
________________________
65 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaso_sanit%C3%A1rio
66 http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx
71
Os resíduos vão até a central através de uma tubulação de cloreto de polivinila
soldável (PVC soldável) e chegam ao barrilete, passando por um triturador para em seguida ir
para a rede de esgoto. A central a vácuo, bem como o sentido do fluxo dos resíduos, estão
mostrados nas Figuras F2 e F3 do Anexo F. A potência de cada motor da central é de 5,5kW
(7,5cv). O sistema conta com um cabine de controle que possui um sensor para alarme caso a
pressão de vácuo esteja abaixo dos limites estabelecidos, conforme pode-se observar na
Figura F2 e F7 do Anexo F.
O projeto do local de instalação da unidade da central à vácuo proporciona espaço
suficiente para inspeção e manutenção. Cada bomba possui amortecedores de vibração
(Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System).
A bomba está localizada na saída da tubulação para evitar perdas. A altura da
tubulação de saída deve ser mantida a menos de 2 metros de altura, porque um aumento da
altura da tubulação de saída implica na redução da capacidade da bomba gerar o vácuo
(Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System).
Bombas hidráulicas devem passar pelo processo de escorvamento. Este processo
consiste em eliminar o ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção
preenchendo todo o interior da bomba e da tubulação de sucção com o fluído a ser bombeado,
antes do acionamento. As bombas de líquidos e de misturas de líquidos e sólidos podem
perder escorva, devido à entrada de ar no interior da bomba ou da tubulação de sucção, sendo
necessário realizar o processo novamente. 67
5.6.4 Drenagem de Águas Pluviais (DRE)
O objetivo das instalações de drenagem na Arena Castelão é captar a água da chuva e
conduzi-la a um reservatório, para posterior utilização na irrigação do campo. A água é
captada na cobertura através de captadores especiais, e conduzida até o nível 1 da arena
através da tubulação de ferro fundido e armazenada em grandes reservatórios. Esse projeto faz
parte do conceito de sustentabilidade, visando atender as regras para a obtenção da
certificação LEED.
________________________
67 http://pt.scribd.com/doc/19196611/Escorva-de-Bomba-Hidraulica
68 Disponível em:
<http://www.portal2014.org.br/noticias/10650/INICIADA+A+CONSTRUCAO+DE+RESERVATORIOS+DE+
AGUA+DO+ESTADIO+DE+BRASILIA.html>
72
Os sistemas tradicionais de drenagem de águas pluviais necessitam de várias colunas e
declividade, causando dificuldades arquitetônicas, e utilizam tubos de diâmetro elevado. A
drenagem de água destes sistemas é mais lenta e, em situações de chuvas fortes, podem causar
transbordamento e colapso nas tubulações, conforme pode ser visto na Figura G1 do Anexo G
(EPAMS - Guia Técnico).
Outra característica dos sistemas tradicionais é a presença de ar nas tubulações (cerca
de 35 litros de ar para cada litro de água escoada em uma tubulação de 100mm de diâmetro),
causando o efeito vórtice, como pode-se observar na Figura G2 do Anexo G. Este efeito é
caracterizado pela formação de uma rodamoinho, segundo o Princípio de Coriolis (EPAMS -
Guia Técnico). Segundo Nadais, este princípio diz que: “um corpo em movimento dentro de
um sistema em rotação sofre um desvio lateral causado pelo movimento rotacional. A essa
força deu-se o nome de Força Coriolis”.
O sistema de drenagem de águas pluviais utilizado na Arena Castelão utiliza pressão
negativa, impedindo que o ar entre na tubulação, devido a um sistema especial de captadores
anti-vórtice, mostrado na Figura G3 do Anexo G. O sistema anti-vórtice proporciona o
enchimento total dos tubos, gerando uma pressão negativa e consequentemente um efeito de
sucção, fazendo com que a tubulação funcione a seção plena. O funcionamento segue o
Teorema de Bernoulli, que considera as variações de pressão da água durante o escoamento
entre dois pontos. (EPAMS - Guia Técnico).
Na tabela 15, tem-se a comparação entre o sistema convencional e o sistema utilizado
na Arena castelão. Para um mesmo índice pluviométrico e superfície de telhado, reduz-se
sensivelmente os diâmetros, colunas e trechos de tubulação. As principais vantagens deste
sistema são:
Diâmetro reduzido dos tubos, proporcionando liberdade arquitetônica.
Instalação fácil e rápida.
Redução em até 80% do número de colunas.
Instalação totalmente sem declividade.
Drenagem rápida e eficiente.
73
Tabela 15. Comparação entre sistemas de drenagem de águas pluviais.
DN (Coluna)
Convencional EPAMS
Índice
Pluviométrico
(mm/h)
Área
Drenada
(m²)
Vazão
(l/s)
Área
Drenada
(m²)
Vazão
(l/s)
100 180 80 4 1000 50
125 180 170 8,5 1500 75
150 180 230 11,5 2000 100
Fonte: EPAMS (Guia Técnico)
Antes de chegar ao reservatório, a água passa por um filtro, conforme o esquema
mostrado na Figura G5 e G6 do Anexo H. Este equipamento realiza uma filtragem simples da
água da chuva, e atende as exigências da norma NBR 15527 (Água de chuva -
Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis). A Figura G7 do
Anexo H mostra os filtros, juntamente com o reservatório e sistema que fará o recalque da
água até o campo.
5.6.5 Drenagem Superficial do gramado
A água utilizada para irrigação do gramado vem do sistema de drenagem das águas
pluviais. O projeto, que foi implementado para atender alguns dos requisitos da certificação
LEED, tem como objetivo a economia de água.
O funcionamento simplificado do sistema ocorre da seguinte forma: o escoamento da
água através de tubos com furos evita que o solo fique encharcado, melhorando as condições
de jogo e a conservação do gramado. Os campos profissionais de futebol de boa qualidade,
como é o caso, por exemplo, dos gramados de alguns clubes europeus, possuem sistemas de
drenagem como mostrado na Figura H1 do Anexo H. Existem diversas topologias e sistemas
de drenagem de gramados. A maioria dos estádios utiliza as tubulações em formato de
espinha de peixe. 69
O formato utilizado na Arena Castelão pode ser visto na Figura H2 do Anexo H. A
grama está sobre uma camada de aproximadamente 60 cm de terra com alto teor de areia ou
uma mistura de areia e matéria orgânica. Essa camada permite o desenvolvimento da grama e
o bom escoamento da água.
________________________
69 http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp
74
Abaixo dela, há uma camada de areia grossa com cerca de 30 cm e uma camada de
brita com mais de 50 cm, onde são abertas valas e são enterrados os tubos. A drenagem é feita
superficialmente devido ao nivelamento do campo, onde se recomenda um pequeno declive
de aproximadamente 1% no gramado, cujo ponto mais alto é o centro do campo.69
Um projeto de drenagem bem dimensionado tem um compromisso entre garantir um
bom número de vezes em que o campo vai ser utilizado com boas condições, e os custos
envolvidos no projeto. O dimensionamento do sistema de drenagem tem como variáveis
algumas características: permeabilidade e condutividade de água do solo base; a forma de
plantio da grama e os índices pluviométricos da região (intensidade, duração e assiduidade); a
forma de uso do gramado (jogos ou treinos) e a frequência. 69
O bom desempenho da drenagem depende, entre outros fatores, da aeração. Este
processo é uma prática de manutenção que beneficia o gramado. A aeração é feita com
máquinas ou ferramentas que perfuram o solo e o mantém descompactado, permitindo a boa
condutividade de água da camada inferior à grama. 69
5.6.6 Instalações de Média Tensão da Arena Castelão
Os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo não podem ser
interrompidos, em hipótese alguma, devido a interrupções no fornecimento de energia
elétrica. A FIFA estabelece multas pesadas em relação a este tipo de falta, sendo necessária a
utilização de um sistema de fornecimento de energia elétrica extremamente confiável.
A Arena Castelão é, portanto, considerada uma carga crítica, e conta com um esquema
de fornecimento de energia elétrica de alta confiabilidade, que tem como objetivo atender as
exigências da FIFA. Dentre as doze arenas que irão receber os jogos da Copa das
Confederações e da Copa do Mundo, a arena de Fortaleza é a única que utiliza a topologia,
mostrada na Figura 5.
Neste tópico, serão apresentados os aspectos principais do funcionamento do sistema
de fornecimento de energia elétrica da Arena Castelão. O objetivo do projeto é distribuir as
subestações pela grande área do empreendimento, localizando-as o mais próximo possível dos
grupos de cargas, através de uma rede de distribuição em média tensão (13,8kV). Através
deste procedimento é possível obter seções de condutores mais baixas e também menores
quedas de tensão (Pontes, 2013).
75
Figura 5. Diagrama Unifilar Simplificado da Arena Castelão.
Fonte: Pontes, 2013.
A arena é atendida por duas subestações da Coelce: Mondubim e Dias Macedo, que
são atendidas pelas hidroelétricas de Paulo Afonso (Companhia Hidroelétrica do São
Francisco - CHESF) e Tucuruí (Centrais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte). Na Figura
6, pode-se visualizar as linhas provenientes destas duas usinas.
Os dois alimentadores se encontram no ponto de ligação da Coelce, onde uma chave
de transferência automática é utilizada para selecionar uma das duas linhas. Essas linhas são
exclusivas para a Arena Castelão, não havendo derivações durante o percurso. O
fornecimento de energia poderia vir de qualquer fonte de geração (poderia ser uma
hidroelétrica e outra termoelétrica, por exemplo), mas, por questões de viabilidade técnica,
foram escolhidas estas duas fontes.
A potência instalada na arena é de 9,0MVA. As cargas são classificadas em três tipos:
Normal (N), Normal/Emergência (NE) e Essenciais (E). Esta cargas são distribuídas pela
arena através de três painéis de Média Tensão (13,8kV) para cada categoria de carga. Cada
76
painel possui seus relés e disjuntores de média tensão. O painel da Subestação 1 é mostrado
na Figura I1 do Anexo I.
Figura 6. Alimentação das subestações da COELCE de Paulo Afonso e Tucuruí.
Fonte: Operador Nacional do Sistema – ONS.
Disponível em: < http://www.ons.org.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx>
As cargas classificadas como “Normal” são atendidas somente pela COELCE. As
cargas classificadas como “Normal / Emergência” tem a Coelce como atendimento prioritário
e os gerador de stand-by. As cargas classificadas como “Essenciais” tem os geradores como
prioritários e a Coelce como stand-by.
Todos os transformadores são a seco e estão abrigados, e as subestações atendem à
todos os critérios exigidos por norma como placas de advertência, iluminação de emergência
(blocos autônomos com autonomia de 2h), extintores de incêndio, ventilação natural e tela
metálica para proteção contra agentes externos. A subestação 1 é composta de três ambientes:
transformadores elevadores, geradores e painéis de média tensão (Pontes, 2013).
A geração é em 220/380V, utilizando como fonte de geração o gás natural, sendo
necessária uma subestação elevadora de 220/380V para 13,8kV. Existem ainda quatro
subestações abaixadoras.
As subestações terão as seguintes características (Pontes, 2013):
77
- Subestação 1 - SE-01 - Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação principal, de
entrada e distribuição em 13,8 kV para as demais subestações, onde estão instalados os grupos
geradores, os painéis de média tensão (PMT 1,PMT 2, PMT3), de onde sairão os
alimentadores das outras subestações. A SE-01 não alimenta diretamente nenhuma carga em
baixa tensão.
- Subestação 2 - SE-02 2500 kVA – Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação
abaixadora 13.800-380/220 V, próxima à Central de água gelada, atenderá às cargas desta
central, reservatórios e bombas hidráulicas, bombas de combate a incêndio, elevadores do
estacionamento, dentre outras, além de atender às cargas de iluminação e força do
estacionamento e praça, no lado oeste do Estádio, nos níveis N1 e N2. Possui com três
transformadores, dois 1000 kVA e um de 500kVA.
- Subestação 3 - SE-03 1050 kVA – Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação
abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no lado leste do Estádio, e que atende às seguintes
cargas: iluminação e força do estacionamento e praça, no lado leste do Estádio, nos níveis N1
e N2, centrais de esgoto a vácuo, elevadores do estacionamento, etc. Possui dois
transformadores de 750 kVA e 300 kVA.
- Subestação 4 - SE-04 2250 kVA – Localização: Nível 3 do Setor 4. Subestação
abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no nível N3, na parte norte do Estádio, e que
atenderá às seguintes cargas da parte norte do Estádio: iluminação de fachada, iluminação do
campo, restaurante, quiosques, salas técnicas, demais cargas de iluminação e força. Possui três
transformadores elevadores de 1000 kVA, 750 kVA e 500 kVA.
- Subestação 5 - SE-05 3250 kVA – Localização: Nível 3 do Setor 4. Subestação
abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no nível N3, na parte sul do Estádio, e que atenderá
às seguintes cargas da parte sul do Estádio: iluminação de fachada (previsão), iluminação do
campo, prédio FIFA (Setor 3), quiosques, salas técnicas, demais cargas de iluminação e força.
Possui três transformadores de 1500kVA, 1000 kVA e 750 kVA.
As cargas essenciais são os refletores para iluminação do campo (332 refletores de
2kW cada) e o placar. No total, são cinco geradores a gás de 330 KW. Na Figura I2 do Anexo
I, são mostrados alguns dos geradores. Estes podem ser utilizados não só em situações de falta
como também durante o horário de ponta, já que o preço do gás é inferior ao da tarifa paga em
neste horário.
78
O gás será fornecido pela Companhia de Gás do Ceará (Cegás), através de uma central
que fica externa ao estádio na Rua do Contorno, onde o gás chega através de uma tubulação
de cobre a um registro geral que alimenta as válvulas de controle de cada gerador. O uso do
gás é mais interessante pois evita o armazenamento de óleo diesel dentro da arena, o que pode
ser perigioso (Pontes, 2013).
Diferente dos projetos de geradores convencionais que permitem o paralelismo por um
período limitado, o projeto da Arena Castelão foi implementado de forma que é permitido
paralelismo entre COELCE e geradores por um longo período de tempo (paralelismo
estendido). A arena poderá ainda utilizar um gerador de 450 KW a diesel, caso julgue
necessário.70
O controle e comando de operação dos grupos geradores são feitos pelo Quadro de
Transferência Automática que está interligado aos painéis de média tensão e atuará inserindo
e retirando os geradores na rede interna (Pontes, 2013).
Segundo Pontes (2013), o sincronismo entre geração e a concessionária é realizado
através de um controlador microprocessado (Deep Sea 8610) que é instalado junto ao painel
de força do grupo gerador. Além disso, ele supervisiona, protege os grupos geradores e todo o
sistema de geração, e realiza uma transferência de carga rápida.
Ainda segundo Pontes (2013), o paralelismo estendido funciona da seguinte forma: os
três grupos geradores (dois a gás e um a diesel) com uma potencia total de 1030 kVA
assumirão 90% da carga essencial. Os outros 10% serão supridos pela concessionária e assim
as duas fontes operarão em paralelismo durante o período de duração do jogo. A supervisão
desse funcionamento será feito pelo Quadro de Transferência Automática e os controladores
Deep Sea vão manter o sincronismo durante todo o tempo de paralelismo.
Esta característica de projeto é bastante peculiar, já que por norma o tempo de
paralelismo é bastante reduzido devido ao níveis de curto circuito aumentarem bastante com
mais de uma fonte de geração, tornando-se perigoso tanto para a instalação do cliente como
para a concessionária. Projeto semelhante foi realizado nas obras do Porto do Pecém
(Pontes,2013).
_________________________
70 Disponível em: http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/
79
Segundo Pontes (2013), no trecho entre o secundário do transformador até os quadros
gerais de distribuição (dez quadros ao todo), foram utilizados barramentos blindados de
alumínio (busway), devido aos elevados valores de corrente nestes trechos. Caso não fossem
utilizados, seriam necessários condutores de seção bastante elevada, além da utilização de
mais de um condutor por fase.
O sistema de proteção é formado por disjuntores de média tensão à vácuo, além dos
outros componentes como elos fusíveis, chaves seccionadoras, para-raios, todos instalados de
forma a cumprir as exigências das normas vigentes. Os relés de proteção, REF 610 da ABB,
contam com as funções 50/51 fase e neutro exigidos por norma, além das funções 46
(sequência negativa),47 (sequência de fase de tensão), 27 (subtensão), 67 (direcional de
corrente de fase), 67N, 32 (direcional de potência), 27(subtensão), 59 (sobretensão), 59N
(sobretensão de sequencia zero), 81L (subfrequência), 82H (sobrefrequência) (Pontes,2013).
5.7 Conclusão
As obras na Arena Castelão sem dúvida entraram para a história do estado do Ceará,
não só pelo momento pelo qual o país e a cidade de Fortaleza estão passando, devido ao fato
de sediar o maior evento esportivo mundial, como também pelo fato de ter sido considerada
um empreendimento bem sucedido.
Além de ter sido o primeiro estádio no Brasil a ser inaugurado, a Arena Castelão
também se orgulha de estar dente os estádios mais modernos do Brasil e do Mundo, com um
volume de capital necessário para realizar este feito relativamente baixo em relação a outros
empreendimentos.
Trata-se de uma obra especial, que contou com o empenho, dedicação, e trabalho
árduo de milhares de pessoas. Diversas empresas, regionais, nacionais e internacionais, se
envolveram de forma que o empreendimento pudesse ser concluído no prazo estipulado.
A obra contou com diversos aspectos interessantes. Devido ao fato de ser bastante
atípica, e também da necessidade de atender a padrões internacionais de qualidade, a
quantidade de recursos tecnológicos foi bastante intensa.
No próximo capítulo serão feitas as conclusões e considerações finais a respeito de
todo este texto, explanando de forma resumida os principais aspectos abordados, assim como
a opinião pessoal do autor em relação aos aspectos Econômicos e de Engenharia, e as
80
experiências e dificuldades como membro integrante da equipe responsável pela realização
deste grande empreendimento.
81
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Copa do Mundo, do ponto de vista econômico, captará muitos recursos para as
cidades, implicando em grandes obras de infraestrutura. Estas obras tem potencial não só para
garantir o sucesso do evento, como também para proporcionar aos cidadãos que irão usufruí-
las, um maior bem-estar, segurança e qualidade de vida, durante e após o mundial.
Este legado a ser deixado é de fundamental importância, com certeza até mais
importante do que o próprio sucesso do evento, afinal, deve-se pensar, antes de tudo no bem-
estar da população e na possibilidade de realização dos projetos que antes não tinham
possibilidade de serem executados devido a fatores diversos.
No entanto, a Copa e suas consequências na economia não devem ser vistas como a
solução total dos problemas urbanos. O sucesso ou fracasso no mês vigente do mundial e após
a Copa depende da forma de gestão, operação e manutenção do legado deixado pelo evento.
Daí o cuidado e a responsabilidade por parte dos diversos órgãos, agentes e gestores que estão
direta e indiretamente envolvidos com o evento, em manter os benefícios durante várias
gerações futuras.
Todo cuidado deve-se ter também com os chamados “elefantes brancos”, termo dado
às grandes obras que tem sua estrutura aproveitada apenas durante o período do evento. Deve-
se haver um planejamento cuidadoso a fim de que todos os recursos investidos para o mundial
sejam aproveitados ao máximo nos anos posteriores. A Copa dura somente um mês, mas os
seus benefícios devem durar a vida inteira. O esforço investido neste período que antecede o
evento deve dar retorno não só aos envolvidos com o evento, mas também a toda a população
que participou direta ou indiretamente do processo.
Não há dúvidas de que realização da Copa do Mundo no Brasil é uma grande
oportunidade acelerar o crescimento. A exposição do país durante o mês do evento será muito
intensa, então deve-se aproveitar a oportunidade para mostrar ao mundo o potencial
econômico brasileiro.
Em relação aos aspectos de Engenharia utilizados nas obras de ampliação e
modernização da Arena Castelão, não há dúvidas de que foram utilizadas as melhores e mais
modernas soluções que há no mercado. A escolha destas soluções deve-se não só pelo fato da
82
necessidade de atender aos critérios da FIFA, como também para proporcionar conforto,
segurança e bem-estar a todos que irão utilizar as instalações disponíveis no estádio.
As obras na Arena Castelão entraram para a história do estado do Ceará. O momento
pelo qual o país e a cidade de Fortaleza estão passando, devido ao fato de sediar o maior
evento esportivo mundial, é bastante atrativo.
A obra foi considerada um empreendimento bem sucedido pelo fato de ter sido o
primeiro estádio no Brasil a ser inaugurado, e também passa a estar entre os estádios mais
modernos do Brasil e do Mundo, com um volume de capital necessário para realizar este feito
relativamente baixo em relação a outros empreendimentos.
Trata-se de uma obra especial, que contou com o empenho, dedicação, e trabalho
árduo de milhares de pessoas. Diversas empresas, regionais, nacionais e internacionais, se
envolveram de forma que o empreendimento pudesse ser concluído.
A mudança na Arena foi radical, proporcionando conforto, segurança e bem estar aos
espectadores que terão a oportunidade de visitá-la. Aspectos que antes não eram
contemplados serão agora proporcionados aos visitantes, como diversas opções de lazer,
banheiros limpos e modernos, cadeiras confortáveis, dentre outros recursos.
As obras contaram com diversos aspectos interessantes. Devido ao fato de ser uma
obra bastante atípica, e também da necessidade de atender a padrões internacionais de
qualidade, a quantidade de recursos tecnológicos foi bastante intensa.
Os padrões de qualidade exigidos pela ISO 9001 tornavam os serviços bastante rígidos
e de alta qualidade, impondo organização e sistematizando o processo. Isto foi extremamente
necessário, pois, dada a grande magnitude da obra e o número elevado de empresas e pessoas
envolvidas na execução dos diversos projetos, além da necessidade da realização de serviços
com qualidade e rapidez, justificaram o rigor da norma. Com certeza, ela foi necessária,
dando mais organização e tornando os procedimentos mais metódicos.
Também enfatiza-se a Certificação LEED, que tem potencial para ser uma certificação
utilizada mundialmente, dada a tendência natural dos projetos de Engenharia estarem aliados
ao conceito de sustentabilidade, tão difundido nos últimos anos. A necessidade pela
diminuição dos impactos ambientais provocados pela construção e reformas de
empreendimentos será uma constante nos próximos anos.
83
Em relação aos projetos executados pelo Consórcio SERT Engenharia e Normatel
Engenharia, pode-se dizer que foram implementados com bastante esforço e empenho por
parte de ambas as empresas. Não foram medidos esforços para obter as melhores soluções, de
forma a realizar os serviços com qualidade, eficiência e rapidez, apesar dos diversos
empecilhos, curto prazo para encontrar as soluções mais adequadas e dificuldades diversas,
que não normais dada a magnitude da obra.
Os pontos críticos e dificuldades para executar os projetos podem ser divididas em
dois aspectos: dificuldades técnicas e de gestão. A primeira se deve ao fato da Arena Castelão
ser uma obra atípica, onde mesmo profissionais com vários anos de experiência se deparam
com desafios nunca antes encontrados. Alguns dizem que as obras na Arena “são várias obras
dentro de uma obra”, se comparadas às obras tradicionais, onde segue-se um padrão e as
dificuldades são relativamente menores.
Outro ponto relacionado às dificuldades técnicas é questão dos materiais, alguns deles
bastante específicos e de alta qualidade, difíceis de serem encontrados no mercado e a um
preço acessível. Isto tornava muitas vezes a execução dos serviços mais lenta do que o
esperado, quebrando o planejamento feito anteriormente. Alguns dos serviços, depois de
executados, também precisavam ser muitas vezes refeitos e reavaliados, devido à instalação
executada de maneira ineficiente, ou pelo fato de terceiros terem danificado o equipamento,
dada o grande volume de pessoas que circulavam pela Arena.
Além disso, por ser uma obra bastante dinâmica, os projetos eram constantemente
revisados, alguns deles até mesmo depois de terem sido executados, havendo a necessidade de
inúmeros serviços serem executados duas ou mais vezes.
Outra questão é a dificuldade na compatibilização com outros projetos e comunicação
com as várias empresas. Em obras tradicionais, o que normalmente acontece é haver somente
algumas empresas envolvidas na obra e cada uma fica responsável por uma quantidade de
projetos mais elevada.
Como a Arena precisava ser reformada em um curto espaço de tempo e a quantidade
de serviços era bastante volumosa, optou-se por uma divisão específica dos projetos (uma
empresa é responsável pelos projetos hidráulicos, outra pela parte de alta tensão, outra pela
parte de baixa tensão, etc). Isto muitas vezes gerava divergências e dificuldades de
compatibilização, que muitas vezes deveriam ser resolvidas da melhor maneira e em tempo
84
hábil, desafiando constantemente a capacidade de interdisciplinaridade dos Engenheiros. Isto
mostra que o mercado exige cada vez mais profissionais que possuam conhecimentos não só
da área a qual ele obteve formação, mas também de diversas outra áreas, além da capacidade
de gestão e administração de recursos, capital e de pessoas.
Em relação às dificuldades de gestão, podem-se citar a dificuldade em gestão de
pessoas. Como exemplo ilustrativo, pode-se citar o Consórcio SERT Engenharia e Normatel,
que durante as obras teve em torno de 100 funcionários em campo e dois Engenheiros. Este é
um número incomum, dado que em obras tradicionais este número é normalmente de cinco a
dez vezes menor e somente um Engenheiro é responsável pela execução dos serviços.
Então, isto exigia dos Engenheiros, Encarregados, Técnicos e Estagiários, uma
capacidade maior de motivar os trabalhadores na execução rápida e eficiente dos serviços, já
que a comunicação torna-se mais difícil com um número mais elevado de profissionais
envolvidos. Faziam-se necessárias constantes reuniões, necessidade de remanejamento de
equipe e novos planejamentos, a fim de se buscar constantemente um ponto ótimo para
aumento da eficácia das equipes. Sem dúvida, a parte de gestão foi mais complexa do que a
área técnica.
Além disso, surgiam situações diversas como problemas de saúde, devido a natureza,
algumas vezes, insalubre a qual todos na obra estavam expostos em algumas situações,
mesmo com todo o cuidado e a incessante conscientização por parte do profissionais de
Segurança do Trabalho para mitigar os acidentes de trabalho que por ventura poderiam
ocorrer a qualquer momento durante a obra.
De maneira geral, pode-se dizer que o empreendimento Arena Castelão foi um marco
na história do estado do Ceará e na vida de diversos profissionais envolvidos na sua
construção, sendo uma experiência única que com certeza será lembrada por vários anos na
vida de milhares de pessoas, assim como o evento Copa do Mundo.
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<http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp>
<http://www.almeidaland.com.br/>
<http://www.miapro.com.br/preparacao-ar/centro-p.html>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaso_sanit%C3%A1rio>
<http://pt.scribd.com/doc/19196611/Escorva-de-Bomba-Hidraulica>
<http://www.portal2014.org.br/noticias/10650/INICIADA+A+CONSTRUCAO+DE+RESER
VATORIOS+DE+AGUA+DO+ESTADIO+DE+BRASILIA.html>
<http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx>
<http://www.amanco.com.br/Default.aspx/tp_ppr>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol>
<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/infraero-mostra-avancos-nas-obras-do-aeroporto-
de-fortaleza>
<http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/08/infraero-retoma-obras-na-pista-do-aeroporto-de-
fortaleza-na-segunda.html>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950.>
<http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1163158>
<http://www.seinf.fortaleza.ce.gov.br/internet/index.asp>
ANEXO A – DADOS E FOTOS RELACIONADOS ÀS PRINCIPAIS OBRAS DE
INFRAESTRUTURA NAS CIDADES-SEDE DA COPA DO MUNDO DE 2014.
ANEXO A1 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Belo Horizonte (MG).
Tabela A1. Ficha Técnica do Estádio de Belo Horizonte - Estádio Mineirão.
Nome oficial: Estádio Governador Magalhães Pinto
Construção Consórcio Minas Arena S.A. (Construcap, Egesa e Hap)
Início do projeto básico: 2008
Início do projeto executivo: 2010
Início das obras: 2010
Conclusão das obras: 2012
Área construída: 209.000 m² - 125.000 m² (esplanada); 42.500 m²
(estádio)
Custo do projeto básico R$ 17,8 milhões
Arquitetuta (Projeto Básico) Von Gerkan, Marg und Partners - GMP (Alemanha).
Gustavo Penna Arquiteto & Associados
Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo
Arquitetura (projeto executivo): BCMF Arquitetos
Ar Condicionado: Conset Engenharia de Projetos
Comunicação Visual: Hardy Design
Certificação LEED: CTE
Esquadrias: BM Consultoria
Estrutura de Concreto e
Metálica: Engserj
Estrutura de Concreto Pré
Moldado: Precon / Premo
Instalações Hidráulicas,
Prevenção e Combate a Incêndio STE Engenharia
Instalações Elétricas, Acústica e
Alarme MHA
Detecção de Incêndio,
Automação e Sonorização: MHA
Luminotécnica: Arquitetura e Luz
Paisagismo e Supressão Vegetal: HS Jardinagem / BCMF ARQUITETOS
Recuperação Estrutural: Recuperação
Sistema Viário: Tectran / Modelle
Terraplenagem: Tempro
Topografia: Gerais Topografia
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A1. Projeto do estádio de Belo Horizonte (Estádio Mineirão).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: BCMF Arquitetos.
Figura A2. Projeto do BRT de Minas Gerais Carlos/Pedro I.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
ANEXO A2 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Brasília (DF)
Tabela A2. Ficha Técnica do Estádio de Brasília – Estádio Mané Garrincha.
Nome oficial: Estádio Nacional Mané Garrincha
Construção e operação: Consórcio Andrade Gutierrez e Via Engenharia
Área do terreno: 120.000 m²
Área construída: 214.000 m²
Arquitetura: Castro Mello Arquitetos - Eduardo de Castro Mello e
Vicente de Castro Mello (autores)
Inicio do projeto: 2007
Projeto estrutural Etalp - Eng. Arthur Luiz Pitta Jr.
Projeto da cobertura: Schlaich, Bergermann & Partner - Knut Göppert e Knut
Stockhusen
Custo do projeto básico R$ 5,3 milhões
Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo do Distrito Federal
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A3. Projeto do Estádio de Brasília (Estádio Mané Garrincha).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Castro Mello Arq. Esportiva.
Figura A4. Projeto do VLT de Brasília.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
ANEXO A3 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Cuiabá (MT)
Tabela A3. Ficha Técnica do Estádio de Cuiabá (Arena Pantanal).
Custo do estádio R$ 355 milhões
Obras ao redor do estádio R$ 140 milhões
Custo do projeto básico R$ 14,2 milhões
Placar, TI e arquibancadas
removíveis R$ 85 milhões
Nome oficial: Arena Pantanal / Estádio José Fragelli
Construção: Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior
Área do terreno: 307.000 m² (incluindo construções existentes)
Área a ser construída: 101.400 m² (marquise/restaurante/choperias)
Área a ser demolida: 58.500 m²
Início do projeto: 2009
Início das obras: 2010
Arquitetura: GCP Arquitetos
Especificações técnicas: Tecspex
Engenharia de instalações: MHA
Estrutura metálica e estruturas
desmontáveis: Sinclair Knight Merz (Inglaterra)
Estrutura metálica: Ponto de Apoio
Fluxos de espectadores: Steer Davies Gleave (Inglaterra)
Estrutura de concreto e fundações: EGT
Certificação Leed: CTE
Paisagismo: KMKaiser
Renderização 3D: Neorama
Comunicação visual: OTM
Luminotécnica: Acenda
Infraestrutura: Interact
Custo do projeto executivo R$ 12,2 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A5. Projeto do Estádio de Cuiabá (Arena Pantanal).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br> Créditos: CGP Arquitetos.
ANEXO A4 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Curitiba (PR)
Tabela A4. Ficha Técnica do Estádio de Curitiba (Arena da Baixada).
Nome oficial: Estádio Joaquim Américo Guimarães
Área do terreno: 58.993 m²
Área construída: 124.000 m²
Início do projeto: 2008
Coordenação das obras: Flávio Vaz
Arquitetura: Carlos Arcos Arquitetura
Interiores: Carlos Arcos Arquitetura
Estrutura de concreto: CYD Ingenieros
Estrutura de Aço: Schlaich Bergermann und Partner
Fundações: Viktor Baras
Instalações Togo Saito (elétrica); Barsch (hidráulica); Michelena (ar-
condicionado); Agistec (dados)
Paisagismo: Susana Facio
Estacionamento: 1.500 vagas
Capacidade Total: 42.000 cadeiras
Projeto básico, executivo e
complementares R$ 12,5 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A6. Projeto do estádio de Curitiba (Arena da Baixada).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Carlos Arcos Arquitetura.
ANEXO A5 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Fortaleza (CE)
Tabela A5. Ficha Técnica do Estádio de Fortaleza - Arena Castelão.
Nome oficial: Estádio Governador Plácido Castelo
Capacidade 67.037 lugares
Área de intervenção: 230.000 m²
Área construída: 355.000 m² - 155.000 m² (estádio); 200.000 m² (centro olímpico)
Início do projeto: 2008
Arquitetura: Vigliecca & Associados
Consultoria de estádios: EVMI
Estrutura: MD
Estrutura da cobertura: Projeto Alpha
Estacionamento: 1.750 vagas
Projeto básico R$ 5,8 milhões
Projeto executivo R$ 12,05 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A7. Projeto da Arena Castelão.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Vigliecca & Associados.
Figura A8. VLT de Fortaleza.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A9. Projetos de Mobilidade urbana na cidade de Fortaleza.
Fonte: MINISTÉRIO DO ESPORTE. Balanço 2012 - Copa do Mundo - Cidade-sede Fortaleza. Brasília, 2012.
ANEXO A6 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Manaus (AM)
Tabela A6. Ficha Técnica do Estádio de Manaus (Arena Amazônia).
Nome oficial: Arena Amazônia / Estádio Vivaldo Lima
Construção: Andrade Gutierrez
Área do terreno: 84.000 m²
Área construída: 170.000 m²
Área do estacionamento: 154.000 m²
Início do projeto 2008
Início das obras: 2010
Conclusão das obras: 2013
Arquitetura Von Gerkan, Marg und Partners (GMP)
Arquitetura - Projetos Complementares Grupo Stadia
Estrutura e cobertura: Schlaich Bergermann und Partners
Instalações: Bechthold
Lighting design: Conceptlicht Angerer, Taunreut.
Projeto básico R$ 14,95 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A10. Projeto do estádio de Manaus (Arena Amazônia).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: GMP.
Figura A11. Projeto do Monotrilho de Manaus.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br> Créditos: Secretaria de Planejamento – AM.
ANEXO A7 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Natal (RN)
Tabela A7. Ficha técnica do Estádio de Natal – Arena Dunas.
Área do terreno: 450.000 m²
Área construída: 412.000 m² - 122.000 m² (arena); 290.000 m² (centros
administrativos)
Início do projeto: 2008
Arquitetura: Populous Architects
Início das obras: junho de 2011
Conclusão das obras: 2013
Construção: OAS
Projeto básico R$ 13 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A12. Projeto do estádio de Natal (Arena das Dunas).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Antonio Marcos da Silva.
Figura A13. Projeto do Aeroporo de Natal.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
ANEXO A8 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Porto Alegre (RS)
Tabela A8. Ficha Técnica do Estádio de Porto Alegre (Estádio Beira Rio).
Nome oficial: Estádio José Pinheiro Borda
Área do terreno: 305.470 m²
Área construída: 171.082 m²
Início do projeto: 2006
Início das obras: Julho de 2010
Arquitetura:
Hype Studio; Santini e Rocha Arquitetos (gerenciamento
técnico e detalhamento); Simom Engenharia (cálculo
estrutural de fundações e estruturas)
Gerenciamento de
projetos: Hélio Gregory Giaretta Jr.
Consultorias: Daniel Filippon (elétrica e hidráulica); Maristela Kuhn
(gramado)
Projeto básico R$ 590 mi
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A14. Projeto do estádio de Porto Algre (Estádio Beira-Rio).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Hype Arquitetos.
ANEXO A9 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Recife (PE)
Tabela A9. Ficha Técnica do Estádio de Recife - Arena Pernambuco.
Parceria ISG (International Stadia Group) e AEG Facilities
Ano do projeto 2009
Arquitetura Fernandes Arquitetos Associados - arquitetos Daniel Hopf
Fernandes, Luis Henrique de Lima, e Paulo Eduardo Jr.
Projetos Complementares Enerconsult SA
Projeto básico R$ 9,35 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A15. Projeto do estádio de Recife (Arena Pernambuco).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Fernandes Arquitetos.
Figura A16. Projeto de mobilidade urbana em Recife - Corredor Caxangá (Leste-Oeste).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
ANEXO A10 – Dados e fotos sobre as obras na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
Tabela A10. Ficha Técnica sobre o Estádio do Rio de Janeiro - Estádio Maracanã.
Nome oficial: Estádio Jornalista Mário Filho
Construção: Consórcio Maracanã Rio 2014
Capacidade: 76.000 lugares
Arquitetura: Emop - Arq. Catia Cristina de Oliveira Castro (autoria),
Eng. José Carlos Pinto dos Santos (coordenação)
Projeto Executivo de
Arquitetura:
Fernandes Arquitetos Associados - arquitetos Daniel Hopf
Fernandes e Luis Henrique de Lima
Projeto Executivo da
Cobertura:
Schlaich Bergermann und Partner - engenheiros Knut
Göppert e Knut Stockhusen
Seguradora Chartis
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A17. Projeto do estádio do Rio de Janeiro (Estádio do Maracanã).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Emop.
ANEXO A11 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Salvador (BA)
Tabela A11. Ficha técnica do Estádio de Salvador (Arena Fonte Nova).
Nome oficial: Estádio Octávio Mangabeira
Construção e operação: SPE Fonte Nova Negócios e Participações (consórcio
OAS/Odebrecht)
Área construída: 126.500 m²
Área do terreno: 121.189 m²
Início do projeto: 2008
Arquitetura: Setepla Tecnometal Engenharia); Schulitz Architek +
Technologie
Projetos complementares: Setepla
Capacidade: 50.223 lugares
Estacionamento: 842 vagas
Projeto básico R$ 2,2 milhões
Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo da Bahia
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A18. Projeto do estádio de Salvador (Arena Fonte Nova).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Setepla/Schulitz+Partner .
ANEXO A12 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de São Paulo (SP)
Tabela A12. Ficha técnica do Estádio de São Paulo (Arena Corinthians).
Construção e operação: Odebrecht
Financiamento
Constutora poderá captar até R$ 420 mi em
Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento
(CIDs) da prefeitura para isenções fiscais
Arquitetura: CDCA Arquitetos - Anibal Coutinho
Projeto de cobertura e fachada Werner Sobek
Capacidade 48 mil assentos fixos e 17 mil provisórios
Camarotes: 225
Estacionamento 3,5 mil vagas
Arquibancadas removíveis Entre R$ 50 e R$ 70 mi (a ser licitado)
Remoção dos dutos da Transpetro R$ 10 milhões
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
Figura A19. Projeto do estádio de São Paulo (Arena Corinthians).
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: CDC Arquitetos.
Figura A20. Projeto de mobilidade urbana em São Paulo – Monotrilho Linha 17 – Ouro do
Metrô.
Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.
ANEXO B – INFORMAÇÕES SOBRE A ARENA CASTELÃO
Figura B1. Etapas da Obra da Arena Castelão
Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
Figura B2. Etapa 1 da Obra da Arena Castelão
Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
Figura B3. Etapa 2 da Obra da Arena Castelão
Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
Figura B4. Etapa 3 da Obra da Arena Castelão
Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
Figura B5. Etapa 4 da Obra da Arena Castelão
Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>
ANEXO C – DETECÇÃO E ALARME
Figura C1. Detector de temperatura.
Figura C2. Detector de fumaça.
Figura C3. Acionador Manual.
ANEXO D – COMBATE AO INCÊNDIO
Figura D1. Reservatórios de acumulação da água fria e água para combate ao incêndio.
Figura D2. Sistema responsável pela atuação e regulação da água para combate ao incêndio.
ANEXO E – INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS DE ÁGUA FRIA.
Figura E1. Bomba manual para testes hidrostáticos e manômetro em processo de teste.
Fonte: Disponível em: <http://www.almeidaland.com.br/>
<http://www.miapro.com.br/preparacao-ar/centro-p.html>
Figura E2. Reservatório e sistema de controle de água fria.
Figura E3. Sistema de controle da água fria.
Figura E4. Menu de ajuste de pressão do sistema de água fria.
Figura E5. Válvula de Retenção
ANEXO F – SISTEMA DE ESGOTO À VÁCUO.
Figura F1. Bacia sanitária utilizada no sistema de esgoto a vácuo.
Fonte: Disponível em: <http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx>
Figura F2. Central de esgoto a vácuo da Arena Castelão.
Fonte: Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System.
Figura F3. Sentido do fluxo de resíduos na bomba da central a vácuo.
Fonte: Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System.
Tabela F1. Legenda dos equipamentos utilizados na central à vácuo.
Número Item Quantidade
1 Gerador de Vácuo 2
2 Motor Elétrico 2
3 Compensador 2
4 Compensador 2
5 Válvula de Esfera 2
6 Válvula de Esfera 6
7 Tanque de líquido de selagem 2
8 Tanque 1
9 Vacuômetro 1
10 Pressostato 3
11 Válvula de Esfera 1
12 Cabine de Controle 1
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
Figura F5. Esquema simplificado do sistema de esgoto á vácuo
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
Figura F6. Detalhes do conjunto motor bomba e dimensões.
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
Tabela F2. Legenda da Unidade pré-montada.
Número Item Quantidade
1 Fundação 1
2 Jets 65MBA 2
3 Amortecedor 8
4 Compensador DN65 2
5 Tubulação com cotovelo e flange DN65 2
6 Tanque de 20l gerador de vácuo 2
7 Compensador DN50 2
8 Válvula de Esfera 2
9 Pressostato 3
10 Vacuômetro 1
11 Válvula de Esfera de 1/2'' 1
12 Válvula de Esfera DN65 2
13 Tanque 1
14 Coletor 1
15 Suporte para cabines de controle 1
16 Cabine de Controle 400x400x200 1
17 Distribuidor 1
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
Figura F6. Detalhes da unidade pré montada e dimensões.
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
Figura F7. Detalhe da Cabine de Controle.
Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.
ANEXO G – DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
Figura G1. Sistema convencional de drenagem de águas pluviais.
Fonte: EPAMS - Guia Técnico.
Figura G2. Efeito Vórtice
Fonte: EPAMS (Guia Técnico).
Figura G3. Captor de águas pluviais localizado na cobertura do estádio.
Fonte: EPAMS (Guia Técnico).
Figura G4. Captador de águas pluviais sem o efeito vórtice.
Fonte: EPAMS (Guia Técnico).
Figura G5. Esquema do processo de captação das águas pluviais.
Fonte: Moraes.
Figura G6. Equipamentos para filtragem simples das águas pluviais.
Fonte: Disponível em: <http://www.ecoracional.com.br/>
Figura G7. Filtros do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais no Setor 4 Nível 1, com o
reservatório à esquerda.
ANEXO H – DRENAGEM SUPERFICIAL DO GRAMADO
Figura H1. Drenagem do gramado em formato de espinha de peixe.
Fonte: Disponível em: <http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp>
Figura H2. Drenagem do gramado da Arena Castelão em formato de espinha de peixe.
ANEXO I – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA DA ARENA CASTELÃO
Figura I1. Painel de Média Tensão.
Figura I2. Geradores a Gás.
ANEXO J – TABELA DOS JOGOS DA COPA DE 2014
Tabela J1. Jogos na fase de grupos e eliminatórias por cidade.
Belo Horizonte Brasília Cuiabá Curitiba Fortaleza Manaus
Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase
14/6 - 13h 15/6 - 13h 13/6 - 18h 16/6 - 16h 14/6 - 16h 14/6 - 21h
17/6 - 13h 19/6 - 13h 17/6 - 18h 20/6 - 19h 17/6 - 16h
(Jogo do
Brasil)
18/6 - 15h
21/6 - 13h 23/6 (Jogo do
Brasil) - 17h 21/6 - 18h 23/6 - 13h 21/6 - 16h 22/6 - 15h
24/6 - 13h 26/6 - 13h 24/6 - 16h 26/6 - 17h 24/6 - 17h 25/6 - 16h
Oitavas de
final
Oitavas de
final
Oitavas de
final
28/6 - 13h 30/6 - 13h 29/6 - 13h
Semifinal Quartas de
final
Quartas de
final
8/7 - 17h 5/7 - 13h 4/7 - 17h
Disputa de
terceiro e
quarto
12/7 - 17h
Natal Porto Alegre Recife Rio de
Janeiro Salvador São Paulo
Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase
13/6 - 13h 15/6 - 16h 14/6 - 19h 15/6 - 19h 13/6 - 16h 12/6 (Jogo do
Brasil) - 17h
16/6 - 19h 18/6 - 13h 20/6 - 13h 18/6 - 19h 16/6 - 13h 19/6 - 16h
19/6 - 19h 22/6 - 13h 23/6 - 17h 22/6 - 19h 20/6 - 16h 23/6 - 13h
24/6 - 13h 25/6 - 13h 26/6 - 13h 25/6 - 17h 25/6 - 13h 26/6 - 17h
Oitavas de
final
Oitavas de
final
Oitavas de
final
Oitavas de
final
Oitavas de
final
30/6 - 17h 29/6 - 17h 28/6 - 17h 1/7 - 17h 1/7 - 13h
Quartas de
final
Quartas de
final Semifinal
4/7 - 13h 5/7 - 17h 9/7 - 17h
Final
13/7 - 16h
Fonte: 37
Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/confira-os-horarios-dos-jogos-em-
cada-uma-das-12-cidades-sede>
Tabela J2. Jogos na fase de eliminatórias
Oitavas-de-final
28 de junho
1º colocado
do Grupo A
x 2º colocado
do Grupo B
Estádio Mineirão, Belo Horizonte
28 de junho
1º colocado
do Grupo C
x 2º colocado
do Grupo D
Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
29 de junho
1º colocado
do Grupo B
x 2º colocado
do Grupo A
Estádio Castelão, Fortaleza
29 de junho
1º colocado
do Grupo D
x 2º colocado
do Grupo C
Arena Pernambuco, Recife
30 de junho
1º colocado
do Grupo E
x 2º colocado
do Grupo F
Estádio Mané Garrincha, Brasília
30 de junho
1º colocado
do Grupo G
x 2º colocado
do Grupo H
Estádio Beira-Rio, Porto Alegre
1 de julho
1º colocado
do Grupo F
x 2º colocado
do Grupo E
Arena de São Paulo, São Paulo
1 de julho
1º colocado
do Grupo H
x 2º colocado
do Grupo G
Arena Fonte Nova, Salvador
Quartas-de-Final
4 de julho
Vencedor do
jogo 49
x Vencedor
do jogo 50
Estádio Castelão, Fortaleza
4 de julho
Vencedor do
jogo 53
x Vencedor
do jogo 54
Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
5 de julho
Vencedor do
jogo 51
x Vencedor
do jogo 52
Arena Fonte Nova, Salvador
5 de julho
Vencedor do
jogo 55
x Vencedor
do jogo 56
Estádio Mané Garrincha, Brasília
Semifinais
8 de julho
Vencedor do
jogo 57
x Vencedor
do jogo 58
Estádio Mineirão, Belo Horizonte
9 de julho
Vencedor do
jogo 59
x Vencedor
do jogo 60
Arena de São Paulo, São Paulo
Terceiro lugar
12 de julho
Perdedor do
jogo 61
x Perdedor do
jogo 62
Estádio Mané Garrincha, Brasília
Final
13 de julho Vencedor do
jogo 61
x Vencedor
do jogo 62
Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>