aspectos econÔmicos e de engenharia relacionados À copa do mundo de …‰ de freitas... ·...

126
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ANDRÉ DE FREITAS FURTADO ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014 FORTALEZA 2013

Upload: hoangtuong

Post on 22-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

ANDRÉ DE FREITAS FURTADO

ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA

RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014

FORTALEZA

2013

ANDRÉ DE FREITAS FURTADO

ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA

RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014

Monografia submetida à Universidade Federal

do Ceará como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Engenheiro Eletricista.

Orientadora: Profa. Dr

a. Gabriela Helena

Bauab Shiguemoto

FORTALEZA

2013

ANDRÉ DE FREITAS FURTADO

ASPECTOS ECONÔMICOS E DE ENGENHARIA

RELACIONADOS À COPA DO MUNDO DE 2014

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Engenheiro Eletricista e

aprovada em sua forma final pela Coordenação de Graduação em Engenharia Elétrica na

Universidade Federal do Ceará. Área de concentração: Engenharia e Economia.

Aprovada em:___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________

Profa. Gabriela Helena Bauab Shiguemoto, Dr

a. (Orientadora)

_____________________________________________________

Engo. Jorge Alberto Barreto Rebouças

_____________________________________________________

Prof. Tomaz Nunes Cavalcante Neto, MSc.

Fortaleza, Janeiro de 2013.

A Deus,

A minha mãe, Heloina,

Aos meus avós, Terezinha e Pedro,

Aos meus padrinhos, Dina e Sebastião, e toda a família,

A SERT Engenharia e todos os colegas de trabalho,

Aos amigos.

Todo aquele que procura segurança no Deus Altíssimo

e se abriga na sombra protetora do Todo-Poderoso,

pode dizer a Ele:

Ó Senhor Deus, Tu és o meu defensor e o meu protetor.

Tu és o meu Deus; eu confio em Ti.

Salmo 91, 1-2.

Peça a Deus o que você precisa e ELE lhe dará.

Todo aquele que pede recebe.

Aquele que procura encontra.

Bata a porta de Deus e ela se abrirá.

Mateus 7, 7-8.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, fonte da minha inspiração, gestor dos meus pensamentos e principal

responsável pelas minhas conquistas. A Ele toda honra e toda glória. Obrigado Senhor, por

tudo que me proporcionas: fé, saúde, família, sonhos e desafios. Minha missão de vida é

sempre servi-te e honrar-te.

A minha mãe Heloina, melhor amiga e companheira nos momentos alegres e tristes.

Muito obrigado pela dedicação, empenho e, muita vezes, pelo sacrifício para proporcionar-me

uma educação de qualidade, amor, carinho e os preciosos ensinamentos que levarei por toda a

vida. Dedico este trabalho a você.

A minha família, em especial aos meus avós, Pedro e Terezinha, que torcem por mim

e acreditam no meu sucesso. Aos meus padrinhos, Sebastião e Dina, por todo apoio e carinho

desde a infância até hoje. Muito obrigado por serem tão presentes na minha vida. Sei que

posso sempre contar com vocês.

A todos os professores do curso de Engenharia Elétrica da UFC, pelos ensinamentos

preciosos durante esta jornada. Agradeço em especial a Professora Dra. Gabriela Helena

Bauab Shiguemoto, pela atenção, amizade, disponibilidade de tempo e os ensinamentos

valiosos durante todo o período que antecedeu o início deste trabalho até a conclusão do

mesmo.

Aos meus amigos, em especial aos do curso de Engenharia Elétrica da UFC, pelo

apoio, companheirismo e motivação em todos os momentos, pelos vários finais de semana,

feriados e madrugadas investidos para o estudo, sempre com o objetivo de aprender e ajudar.

Vocês conseguem transformar momentos difíceis em alegria e esperança. Sem vocês, a

jornada teria sido bem mais difícil. Agradeço também a Diolinda Prado (in memoriam), pela

força e apoio.

A todos da SERT Engenharia de Instalações, pela minha primeira experiência

profissional em uma empresa que valoriza o ser humano e prioriza a família. Agradeço em

especial a Sra. Fátima Lino, que carinhosamente me recebeu e direcionou, e ao Dr. Jorge

Barreto, engenheiro, mentor, orientador e um exemplo de pessoa e profissional a ser seguido,

que na sua infinita bondade e dedicação, ajudou e colaborou generosamente para que eu

pudesse iniciar minha carreira.

RESUMO

A Copa do Mundo é um dos maiores e mais famosos eventos do mundo. Devido ao grande

apelo midiático, possui a maior audiência dentre todos os eventos esportivos, proporcionando

ao país que vai sediá-la a oportunidade de receber milhões de pessoas e atrair investimentos.

Isto acarreta em um grande crescimento na economia nacional, impactando positivamente em

diversos setores da economia, gerando empregos, oportunidades e acelerando o

desenvolvimento. Porém, é necessário que grandes projetos de Engenharia sejam executados

para garantir o sucesso deste evento. Este trabalho se propõe a analisar os principais aspectos

econômicos e de Engenharia relacionados à Copa do Mundo. Serão analisados os impactos

econômicos que este evento proporciona a economia e as principais obras de infraestrutura em

todo o Brasil, que têm como objetivo proporcionar melhorias em setores que são muito

importantes para garantir o sucesso do evento. Estas melhorias ficarão como legado para o

país, melhorando a qualidade de vida da população.

Palavras-chaves: Copa do Mundo, Obras de Infraestrutura, Engenharia.

ABSTRACT

The World Cup is one of the biggest and famous events of the world. Due to the large media

appeal, it has the largest audience among all sports events, providing the country that will host

it a chance to get millions of people and attract investment. This leads to a large growth in the

national economy, impacting positively on various sectors of the economy, creating jobs,

opportunities and accelerating development. However, it is necessary for large engineering

projects are executed to ensure the success of this event. This work aims to analyze the main

aspects of economic and engineering related to the World Cup. It will analyze the economic

impacts that this event provides the economy and major infrastructure projects throughout

Brazil, which aim to provide improvements in sectors that are very important to ensure the

success of the event. These improvements will be a legacy for the country, improving the

quality of life.

Keywords: World Cup, infrastructure projects, Engineering.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Infraestrutura Atual do Transporte Público Brasileiro............................................. 33

Tabela 2. Ficha técnica de Belo Horizonte.............................................................................. 39

Tabela 3. Ficha técnica de Brasília.......................................................................................... 42

Tabela 4. Ficha Técnica de Cuiabá. ....................................................................................... 43

Tabela 5. Ficha Técnica de Curitiba........................................................................................ 44

Tabela 6. Ficha técnica de Fortaleza........................................................................................ 46

Tabela 7. Ficha técnica de Manaus.......................................................................................... 48

Tabela 8. Ficha técnica de Natal............................................................................................. 49

Tabela 9. Ficha técnica de Porto Alegre................................................................................. 50

Tabela 10. Ficha Técnica de Recife........................................................................................ 51

Tabela 11. Ficha Técnica do Rio de Janeiro........................................................................... 52

Tabela 12. Ficha técnica de Salvador. ................................................................................... 53

Tabela 13. Ficha técnica de São Paulo................................................................................... 54

Tabela 14. Balanço geral dos investimentos em obras de infraestrutura............................... 55

Tabela 15. Comparação entre sistemas de drenagem de águas pluviais................................. 70

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Taça Jules Rimet....................................................................................................... 19

Figura 2. O presidente da FIFA Joseph Blatter, anuncia o Brasil como país anfitrião da Copa

do Mundo FIFA de 2014.......................................................................................................... 23

Figura 3. Emblema oficial e mascote da Copa de 2014........................................................... 25

Figura 4. Requisitos do Sistema LEED-NC v.3. – 2009.......................................................... 60

Figura 5. Diagrama Unifilar Simplificado da Arena Castelão................................................. 75

Figura 6. Alimentação das subestações da COELCE de Paulo Afonso e Tucuruí.................. 76

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AQUA Alta Qualidade Ambiental

BRT Bus Rapid Transit

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento

CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco

COELCE Companhia Energética do Ceará

COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CONMEBOL Confederação Sul-americana de Futebol

DAE Departamento de Arquitetura e Engenharia

Eletronorte Centrais Elétricas do Norte do Brasil

FIFA Federação Internacional de Futebol Associado

HQE Haute Qualité Environnementale

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

II Imposto de Importação

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

LEED Leadership in Energy and Environmental Design

PIB Produto Interno Bruto

PIS Programa de Integração Social

PPP Parceria Público Privada

PPR Polipropileno Copolímero Random

PVC Cloreto de polivinila

VLT Veículo Leve sobre Trilhos

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................... 16

CAPÍTULO 2 - A COPA DO MUNDO FIFA ...................................................................... 19

2.1 História da Copa do Mundo ......................................................................................................... 19

2.1.1 Competições Internacionais anteriores ............................................................................ 19

2.1.2 A primeira Copa do Mundo Oficial ................................................................................. 20

2.1.3 Curiosidades sobre a Copa do Mundo ............................................................................. 21

2.1.4 Histórico do Brasil nas Copas do Mundo ........................................................................ 22

2.2 A Copa do Mundo de 2014 no Brasil ........................................................................................ 22

2.2.1 Plano Antifraude .............................................................................................................. 24

2.2.2 Incentivos Fiscais ............................................................................................................ 24

2.2.3 Marketing: emblema e mascote oficial da Copa de 2014. ............................................... 24

2.2.4 Tabela dos Jogos .............................................................................................................. 25

2.2.5 Voluntários ...................................................................................................................... 26

2.2.6 Lei Geral da Copa ........................................................................................................... .26

2.3 Conclusão .......................................................................................................................... .27

CAPÍTULO 3 - ASPECTOS ECONÔMICOS RELACIONADOS À COPA DO

MUNDO DE 2014....................................................................................................................29

3.1 Impactos dos grandes eventos esportivos na economia................... ........... ............................29

3.2 Responsabilidades do Brasil para receber a Copa do Mundo ............................................ 31

3.2.1 Impactos econômicos na Construção Civil ..................................................................... 32

3.2.2 Transporte e Mobilidade Urbana ..................................................................................... 32

3.2.2.1 Sistema Bus Rapid Transit (BRT) ................................................................................ 34

3.2.2.2 Veículo Leve sobre Trihos (VLT) ................................................................................ 35

3.2.3 Aeroportos ....................................................................................................................... 35

3.2.4 Turismo ............................................................................................................................ 37

3.2.5 Investimentos em Geração, Transmissão e Distribuição de Energia.............................. 38

3.3 Conclusão........................................................................................................................ ...39

CAPÍTULO 4 - OBRAS NECESSÁRIAS PARA A COPA DE 2014 ................................ 40

4.1 Belo Horizonte (MG) ......................................................................................................... 40

4.1.1 Sobre a cidade de Belo Horizonte ................................................................................... 40

4.1.2 Estádio de Belo Horizonte ............................................................................................... 41

4.1.3 Mobilidade Urbana em Belo Horizonte........................................................................... 42

4.1.4 Aeroporto de Belo Horizonte .......................................................................................... 42

4.2 Brasília (DF) ....................................................................................................................... 42

4.2.1 Sobre a cidade de Brasília ............................................................................................... 42

4.2.2 Estádio de Brasília ........................................................................................................... 43

4.2.3 Mobilidade Urbana em Brasília ....................................................................................... 44

4.2.4 Aeroporto de Brasília....................................................................................................... 44

4.3 Cuiabá (MT) ....................................................................................................................... 44

4.3.1 Sobre a cidade de Cuiabá................................................................................................. 44

4.3.2. Estádio de Cuiabá ........................................................................................................... 44

4.3.3 Mobilidade Urbana de Cuiabá ......................................................................................... 45

4.3.4 Aeroporto de Cuiabá ........................................................................................................ 45

4.4 Curitiba (PR) ...................................................................................................................... 45

4.4.1 Sobre a cidade de Curitiba ............................................................................................... 45

4.4.2 Estádio de Curitiba .......................................................................................................... 45

4.4.3 Mobilidade Urbana de Curitiba ....................................................................................... 46

4.4.4 Aeroporto de Curitiba ...................................................................................................... 46

4.5 Fortaleza (CE)..................................................................................................................... 46

4.5.1 Sobre a cidade de Fortaleza ............................................................................................. 46

4.5.2 Estádio de Fortaleza......................................................................................................... 47

4.5.3 Mobilidade Urbana em Fortaleza .................................................................................... 47

4.5.4 Aeroporto de Fortaleza .................................................................................................... 48

4.5.5 Porto de Fortaleza ............................................................................................................ 48

4.6 Manaus (AM) ..................................................................................................................... 48

4.6.1 Sobre a cidade de Manaus ............................................................................................... 48

4.6.2 Estádio de Manaus ........................................................................................................... 49

4.6.3 Mobilidade Urbana em Manaus ...................................................................................... 49

4.6.4 Aeroporto de Manaus ...................................................................................................... 49

4.7 Natal (RN) .......................................................................................................................... 49

4.7.1 Sobre a cidade de Natal ................................................................................................... 49

4.7.2 Estádio de Natal ............................................................................................................... 50

4.7.3 Aeroporto de Natal .......................................................................................................... 50

4.8 Porto Alegre (RS) ............................................................................................................... 50

4.8.1 Sobre a cidade de Porto Alegre ....................................................................................... 50

4.8.2 Estádio de Porto Alegre ................................................................................................... 51

4.8.3 Mobilidade Urbana em Porto Alegre............................................................................... 51

4.8.4 Aeroporto de Porto Alegre .............................................................................................. 51

4.9 Recife (PE) ......................................................................................................................... 52

4.9.1 Sobre a cidade de Recife ................................................................................................. 52

4.9.2 Estádio de Recife ............................................................................................................. 52

4.9.3 Mobilidade Urbana em Recife ......................................................................................... 52

4.9.4 Aeroporto de Recife......................................................................................................... 53

4.10 Rio de Janeiro (RJ) ........................................................................................................... 53

4.10.1 Sobre a cidade do Rio de Janeiro .................................................................................. 53

4.10.2 Estádio do Rio de Janeiro .............................................................................................. 53

4.10.3 Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro ........................................................................... 53

4.10.4 Aeroporto do Rio de Janeiro .......................................................................................... 54

4.11 Salvador (BA) ................................................................................................................... 54

4.11.1 Estádio de Salvador ....................................................................................................... 54

4.11.2 Aeroporto de Salvador ................................................................................................... 54

4.12 São Paulo (SP) .................................................................................................................. 55

4.12.1 Sobre a cidade de São Paulo .......................................................................................... 55

4.12.2 Estádio de São Paulo ..................................................................................................... 55

4.12.3. Mobilidade Urbana em São Paulo ................................................................................ 56

4.12.4 Aeroporto de São Paulo ................................................................................................. 56

4.13 Conclusão ......................................................................................................................... 56

CAPÍTULO 5 - AS OBRAS NA ARENA CASTELÃO ...................................................... 58

5.1. Detalhes sobre as obras na Arena Castelão ....................................................................... 58

5.2 Organização da Arena Castelão .......................................................................................... 58

5.3 Operação e inspeção da Arena Castelão ............................................................................. 59

5.4 ISO 9001: Gestão da Qualidade ......................................................................................... 60

5.5 Certificação LEED ............................................................................................................. 61

5.5.1 Leadership in Energy and Enviromental Design (LEED) ............................................... 61

5.5.2 LEED na Arena Castelão ................................................................................................. 63

5.6 Projetos de Engenharia na Arena Castelão ......................................................................... 65

5.6.1 Detecção e Alarme (DET) ............................................................................................... 66

5.6.2 Instalações de Combate ao Incêndio (CBI) ..................................................................... 67

5.6.3 Instalações Hidrossanitárias (HID) .................................................................................. 67

5.6.3.1 Instalações hidráulicas de Áágua fria ........................................................................... 68

5.6.3.2 Sistema de Esgoto à Vácuo .......................................................................................... 69

5.6.4 Drenagem de Águas Pluviais (DRE) ............................................................................... 71

5.6.5 Drenagem Superficial do gramado .................................................................................. 73

5.6.6 Instalações de Media Tensão da Arena Castelão...................................................... .......74

5.7 Conclusão.................................... ................................................................................ .......79

6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

16

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O Brasil será sede de dois dos maiores eventos do mundo: a Copa do Mundo (2014) e

as Olimpíadas (2016) no Rio de Janeiro. Estes contemplamentos ocorreram, principalmente,

devido ao bom momento econômico pelo qual o país está passando (Departamento

Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).

A Copa do Mundo é um dos eventos mais famosos do mundo e possui o dobro da

audiência dos Jogos Olímpicos. Este trabalho tem como principal objetivo apresentar alguns

dos mais importantes aspectos econômicos relacionados a este grande evento. Também serão

apresentados os aspectos relacionados ao setor de Engenharia, responsável pelas grandes

obras de infraestrutura que serão necessárias para a realização deste grande evento. As obras

incluem: construção e modernização de estádios, ampliação de aeroportos, melhoria nos

serviços de transporte público e mobilidade urbana, dentre outros.

No dia 30 de outubro de 2007, a Federação Internacional de Futebol Associado

(FIFA), confirmou o Brasil como país que sediará os jogos da Copa do Mundo de 2014.1

É a

segunda vez que o Brasil sediará este evento. A primeira ocorreu em 1950 quando a seleção

brasileira foi vice-campeã contra o Uruguai. Além do Brasil, os países da América do Sul que

receberam a Copa do Mundo foram Uruguai (1930), Chile (1962) e Argentina (1978). A

escolha das cidades brasileiras que receberão jogos do evento ocorreu nas Bahamas, em 31 de

maio de 2009.2

Para o apoio da candidatura, uma delegação formada pelo então presidente da

República Luis Inácio Lula da Silva Lula, Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF), Orlando

Silva (ministro do Esporte), Paulo Coelho (escritor), doze governadores estaduais, Marconi

Perillo (senador), Romário e Dunga (ex-jogadores da seleção), compareceu ao evento. Foram

mostrados os projetos relacionados às reformas e construções dos estádios, vídeos, cidades

selecionadas para receber a Copa e pontos turísticos. 3

A Copa do Mundo de 2014 é uma oportunidade única para acelerar o crescimento do

país e dos aspectos relacionados à infraestrutura. A exposição na mídia em um evento

assistido por milhões de pessoas no mundo trará maior visibilidade ao país. Os setores da

________________________

1 Disponível em: <fifa.com> Brazil 2014 host cities confirmed>

2 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>

3 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341044.shtml>

17

economia mais influenciados serão: construção civil, transporte, segurança; serviços de

eletricidade, gás, esgoto e limpeza urbana; alimentos e bebidas; serviços prestados à

empresas; serviços de informação; turismo e hotelaria (Departamento Intersindical de

Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).

Contudo, a realização da Copa implica em grandes responsabilidades por parte de

vários setores da economia nacional, pois ela significa bem mais do que uma competição

esportiva. Os números falam por si só: despesas bilionárias serão necessárias para garantir o

sucesso da competição que muitos consideram a mais importante da indústria mundial do

entretenimento. Os benefícios econômicos destes eventos justificam o esforço e os

investimentos necessários para sediá-lo.

Em 1950, quando o Brasil recebeu a Copa pela primeira vez, seis cidades participaram

do evento: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BH), Porto Alegre (RS),

Curitiba (PR) e Recife (PE).4 Na Copa de 2014, doze cidades vão receber o mundial. Em

2009, foram escolhidas as cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT),

Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE),

Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP). Participaram também da disputa Rio

Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande

(MS).5

Dentre as 12 cidades escolhidas, seis delas receberão também a Copa das

Confederações de 2013, evento que serve como teste para a Copa: Belo Horizonte, Brasília,

Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.5

Segundo a FIFA, a escolha seguiu critérios técnicos de segurança pública, hotéis,

transporte urbano, aeroportos e opções de lazer. Especialistas realizaram visitas e analisaram

os projetos entregues pelas cidades. 5

A FIFA planejava dez sedes por questão de economia, onde cada uma deveria possuir

seu próprio centro de imprensa, campos de treinamento, hotéis e equipe de voluntários,

recebendo seis jogos em média. Mas como o Brasil tem dimensões continentais, optou-se pela

escolha de um número maior de sedes. Não há nenhum estado ou cidade com duas sedes, pois

________________________

4 http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950.

5http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/cidades-copa-2014/cidades-sede-copa-2014-

estadios-capitais-fifa-cbf-abertura-final.shtml

18

há um bom número de cidades em diferentes estados com condições de receber o evento.

Cidades como Paris (França), Cidade do México (México) e Buenos Aires (Argentina)

receberam duas sedes porque os países não tinham um número suficiente de cidades para

receber a Copa.5

A FIFA exige alguns critérios na escolha dos estádios: precisam ter pelo menos 40.000

lugares; a abertura deverá ocorrer em um estádio de pelo menos 60.000 lugares; a final deverá

ocorrer em um estádio com mais de 80.000 lugares. Recomenda também que todos os

espectadores tenham cadeiras individuais numeradas, banheiros com boas condições de

higiene e em número adequado, largos corredores de entrada e saída, tribunas de imprensa

modernas e bem equipadas, hospitais e estacionamentos nas imediações das arenas.5

Há uma grande vontade por parte das cidades de realizar a abertura do evento. A

cidade responsável por abrigar o primeiro jogo da Copa receberá também o Congresso Anual

da FIFA, uma semana antes do Mundial. Com isso, a cidade terá a visita de mais de 200

dirigentes de todo o mundo, o que deve captar recursos para o município. A cidade também

será palco do principal centro de imprensa internacional.5

As reformas dos estádios particulares são de responsabilidade dos seus donos. Já as

obras dos estádios públicos, como Castelão, Maracanã e Mineirão, serão pagas através de

Parcerias Público-Privadas (PPP).5

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. Neste capítulo introdutório, é

apresentada uma visão geral da Copa do Mundo e dos principais aspectos relacionados ao

evento. A história de crescimento e desenvolvimento da Copa de Mundo desde as primeiras

competições até os dias atuais é mostrada no capítulo 2. No Capítulo 3, são apresentados os

principais aspectos econômicos relacionados à Copa do Mundo FIFA. No Capítulo 4, são

apresentadas as principais obras de infraestrutura que serão necessárias para atender à

demanda exigida por um evento deste porte. Para finalizar, no Capítulo 5, são mostrados

aspectos de Engenharia relacionados às obras na Arena Castelão, onde o autor deste trabalho

teve a oportunidade de trabalhar durante 8 meses do período das obras. Na sequência, serão

apresentadas as conclusões e considerações finais.

19

CAPÍTULO 2 - A COPA DO MUNDO FIFA

2.1 História da Copa do Mundo

Em 1928, iniciou-se o processo de realização de uma Copa do Mundo de Futebol. O

francês Jules Rimet, terceiro presidente da FIFA, conseguiu aprovação para criar o evento

durante um congresso da FIFA. Com 13 seleções, a primeira Copa do Mundo ocorreu em

1930, no Uruguai. A seleção anfitriã foi a primeira campeã mundial. A taça da Copa do

Mundo, mostrada na figura 1, recebe o mesmo nome do seu idealizador, em sua homenagem.6

Atualmente, as seleções passam por uma fase classificatória durante um período de 4

anos. Aproximadamente 200 seleções de todos os continentes disputam esta fase

classificatória para estar entre as equipes que vão disputar o mundial.

Figura 1. Taça Jules Rimet.

Fonte: Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/historia-das-copas>

2.1.1 Competições Internacionais anteriores

O futebol nasceu no Reino Unido, em 1863. O jogo entre Inglaterra e Escócia em

1872, marcou a primeira partida internacional de futebol, quando o esporte ainda não era tão

popular, sendo mais praticado no país de origem.7

A expansão do futebol iniciou com a criação da FIFA na cidade de Paris (França), em

21 Maio de 1904. Foi formada por sete países da Europa. A FIFA possui, atualmente, 208

países associados, sendo a instituição internacional que possui a segunda maior quantidade de

associados, mais até do que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Comitê Olímpico

________________________

6 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Copa_do_Mundo_FIFA>

7 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol>

20

Internacional (COI), que possuem, 193 e 205 membros, respectivamente. A Associação com

mais membros é a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), com 212

membros. Esses números demonstram a força política internacional que a FIFA possui.8

O aumento da popularidade do futebol fez com que o esporte participasse dos Jogos

Olímpicos de Verão nas edições de 1900, 1904 e 1906, participando apenas como esporte de

demonstração, sem direito a medalhas, sendo introduzido oficialmente nos jogos de 1908.6

A FIFA tentou organizar um torneio entre seleções fora das olimpíadas em 1906,

na Suíça, porém sem sucesso. O amadorismo começou a se desenvolver e começaram a

surgir os primeiros profissionais no esporte. Em 1908, foi realizado na Itália o Torneo

Internazionale Stampa Sportiva. Em 1909, Thomas Lipton organizou o Troféu Sir Thomas

Lipton. Por não terem sido disputados por seleções, mas por clubes de países diferentes,

ambos os torneios não são considerados antecessores da Copa do Mundo.6

Em 1914, a FIFA reconheceu as competições de futebol dos jogos olímpicos

como campeonatos mundiais de futebol amador, e passou a ficar responsável pela organização

do evento. Isso possibilitou a oficialização do futebol nos Jogos Olímpicos de

1920. O Uruguai foi campeão em 1924 e 1928. A FIFA então decidiu organizar seu próprio

campeonato. O Uruguai foi eleito sede da primeira Copa do Mundo, devido aos títulos de

1924 e 1928, e também devido à comemoração do centenário da independência. 6

2.1.2 A primeira Copa do Mundo Oficial

O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam incluir o

futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados Unidos. Devido a esse

fato, Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928, após ter assumido o comando da

FIFA.2

A competição foi realizada em 1930, no Uruguai, com a ideia de reunir seleções de

futebol do mundo para a disputa do título. A FIFA escolheu treze seleções para participar do

evento: sete da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai),

quatro da Europa (Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte

(Estados Unidos e México). Daí então, as seleções de diversos países do mundo se reúnem de

quatro em quatro anos para disputar o mundial.2

________________________

8 Diponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fifa->

21

2.1.3 Curiosidades sobre a Copa do Mundo

Abaixo são listadas algumas das curiosidades sobre equipes e acontecimentos das

Copas do Mundo realizada pela FIFA.

O recorde de gols numa mesma edição da Copa é do francês Fontaine com 13 gols, na

Copa de 1958, porém o recorde de gols marcados em várias edições é do brasileiro

Ronaldo com 15 gols. Outro recorde é o do goleiro italiano Walter Zenga, que ficou

517 minutos sem levar gol na Copa de 90, marca que ainda não batida até hoje.9

O Brasil é o único país que participou de todas as edições da Copa do Mundo e

também o país com mais títulos (5 títulos), seguido pela Itália (quatro títulos),

Alemanha (três títulos), Argentina e Uruguai (dois títulos), Inglaterra e França (um

título).9

Todas as seleções campeãs mundiais (Brasil, Argentina, Uruguai, Alemanha, Itália e

Inglaterra) estiveram em uma Copa do Mundo juntas pela primeira vez na história na

Copa da Itália, em 1990.

O formato da competição teve variações ao longo dos anos:2

- 1930: Uma fase de grupo, seguida por uma fase de eliminação com 4 equipes. -

1934 a 1938: Eliminação do torneio em um jogo; estes foram os únicos torneios sem

uma fase de grupos.

- 1950: Um grupo-fase de início, seguido por outra fase de grupos com quatro times

(os vencedores de cada fase).

- 1954 a 1970: Uma fase de grupos, seguida de uma fase de eliminação com oito times

(vencedores e vice-colocados de cada chave).

- 1974 a 1978: Uma fase de grupos, seguida por uma segunda fase de grupos com 8

equipes (os vencedores e vice-colocados de cada chave), seguida pela final (os vencedores

disputam a final, os vice-colocados o 3º lugar).

- 1982: Uma fase de grupos inicial, seguida por outra fase de grupos com doze times

(vencedores e segundos colocados de cada chave), seguida por semifinais e final (com

os vencedores da segunda etapa).

- 1986 a 1994: Uma fase de grupos, seguida por uma fase de eliminação com 16

equipes (vencedores, segundo colocados e melhores terceiros colocados das chaves).

________________________

9 Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historiadacopa.htm>

22

- 1998 a atual: Uma fase de grupos, seguida por uma fase direta de eliminação com 16

equipes (os vencedores e segundo-colocados).

Os campeões desde 1930 até 2010 são: Uruguai (1930); Itália (1934); Itália (1938);

Uruguai (1950); Alemanha (1954); Brasil (1958); Brasil (1962); Inglaterra (1966); Brasil

(1970); Alemanha (1974); Argentina (1978); Itália (1982); Argentina (1986); Alemanha

(1990); Brasil (1994); França (1998); Brasil (2002); Itália (2006); Espanha (2010). Nos anos

de 1942 e 1946, a competição foi suspensa devido a Segunda Guerra Mundial.10

2.1.4 Histórico do Brasil nas Copas do Mundo

Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, chegando à fase final

contra o Uruguai. O jogo ocorreu no Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) com um público de

aproximadamente 200 mil pessoas. O empate daria o título ao Brasil mas a seleção uruguaia

venceu por 2 a 1, ficando com o título. 10

Em 1958, na Suécia, o Brasil ganhou o primeiro título. Em 1962, no Chile, o Brasil

conquistou pela segunda vez o título. 10

Em 1970, no México, o Brasil conquistou o terceiro título ao vencer a Itália, ganhando

o direito de ficar com a posse da taça Jules Rimet em definitivo. 10

Depois do tricampeonato, foram 24 anos sem título. Em 1994, nos Estados Unidos, a

seleção brasileira venceu a Itália nos pênaltis. 10

Em 1998, na França, o Brasil chegou a fase final, mas perdeu para os anfitriões.

Em 2002, no Japão e Coréia do Sul, o Brasil foi pentacampeão ao derrotar a seleção da

Alemanha por 2 a 0.

2.2 A Copa do Mundo de 2014 no Brasil

Será a 20ª Edição do evento, que é disputado pela quinta vez na América do Sul. A

competição será disputada entre 12 de junho e 13 de julho.11

Esta foi a última sede de Copa do

Mundo escolhida através da política de rodízio de continentes da FIFA. A ideia desta política

________________________

10 Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historiadacopa.htm>

11 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>

23

é dar a todos os países do mundo a oportunidade de receber o evento. A Colômbia também

estava interessada em receber a Copa, mas não levou o projeto em diante.12

No dia 3 de Junho de 2003, a Confederação Sul-americana de Futebol (CONMEBOL)

anunciou que Argentina, Brasil e Colômbia se candidataram à sede do evento. Em 17 de

março de 2006, votou-se pelo Brasil como sede de forma unânime. 11

No dia 30 de outubro de 2007 a FIFA confirmou o Brasil como o país da Copa de

2014. A escolha das cidades ocorreu no dia 31 de maio de 2009, nas Bahamas. Como país

anfitrião, o Brasil já está classificado para a competição. 13

Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa,

porém Maceió desistiu, restando dezessete cidades, todas capitais de estados. No dia 31 de

maio de 2009 foram anunciadas as sedes oficiais da Copa, eliminando Belém (PA),

Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Rio Branco (AC).11

No dia 28 de Junho de 2012, foi anunciado que a o sorteio dos grupos da Copa do

Mundo será feito no estado da Bahia, na Costa do Sauípe, em Dezembro de 2013.11

Figura 2. O presidente da FIFA Joseph Blatter, anuncia o Brasil como país anfitrião da Copa

do Mundo FIFA de 2014.

Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>

________________________

12 Disponível em:

<http://www.futebolinterior.com.br/news/25516+Rodizio_de_continentes_sera_extinto_pela_Fifa>

13 Disponível em:

<http://web.archive.org/web/20090611152232/http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/bodies/media/newsid=1

064818.html>

24

2.2.1 Plano Antifraude

No dia 11 de junho de 2010, para tentar inibir fraudes e corrupção, o plano “Jogando

Limpo” foi lançado pelo Governo Federal, com objetivo de proteger as propostas para o

trabalho na preparação da Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016.14

Também há um plano de criação de um grupo especial mantendo atenção sobre as

propostas das cidades-sede para protegê-las contra ameaças de fraude e atrasos nas obras. O

plano inclui orientações de conselhos para que as instituições do Governo, autoridades fiscais

e os cidadãos possam identificar e denunciar tentativas de fraudes nas propostas. São

destacadas medidas contra cartéis e acordos possíveis entre empresas concorrentes para fixar

preços acima dos níveis do mercado, na tentativa de aumentar o valor dos contratos com

o Estado para as obras da Copa. 14

2.2.2 Incentivos Fiscais

No dia 17 de maio de 2010, o Governo Federal informou que fará uma concessão de

incentivos fiscais para as obras nos estádios, com a isenção fiscal dos seguintes impostos:

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II), e Contribuições

Sociais (PIS/CONFINS), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O

Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões

para os estádios, sendo possível financiar até R$ 400 milhões.11

2.2.3 Marketing: emblema oficial e mascote da Copa de 2014.

Cada edição da Copa do Mundo da FIFA possui um emblema oficial. A função do

mesmo é mostrar uma imagem marcante da competição. Foram convidadas 25 agências

brasileiras para apresentar projetos para o emblema oficial de 2014. Mais de 125 propostas

foram apresentadas e analisadas. O projeto consiste em uma imagem de três mãos levantando

a taça de campeão do torneio. O logotipo é chamado de "Inspiração" e foi criado pela agência

brasileira “África”. 15

________________________

14 Disponível em:

<http://www.portal2014.org.br/en/news/3784/GOVERNMENT+LAUNCHES+ANTIFRAUD+PLAN+FOR+W

ORLD+CUP+AND+OLYMPIC+GAMES.html>

15 Journey to Brazil 2014 begins. FIFA.com. Disponível em:

<http://pt.fifa.com/worldcup/officialemblem/index.html->

25

Em relação ao mascote, o tatu-bola, espécie nativa do Brasil, foi escolhido como

mascote da Copa no Brasil. O desenho foi criado pela “100% Design”. Utilizar mascotes

como símbolo da preservação ambiental foi um recurso utilizado na Copa do Mundo da

África (2010), onde o mascote foi um leopardo. O mascote é uma das principais imagens do

Mundial, proporcionando aos envolvidos no evento uma maior força na mídia e contato com o

público.16

Figura 3. Emblema oficial e mascote da Copa de 2014.

Fonte: Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/officialemblem/>

http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/mascote-da-copa-tatu-bola-podera-ser-extinto-em-50-anos-23122012-

0.shl

2.2.4 Tabela dos Jogos

A abertura da Copa será no dia 12 de junho de 2014 em São Paulo com a seleção

brasileira em campo. O sorteio das equipes nos grupos será no dia 6 de Dezembro de 2012.

Como o Brasil é a sede da competição, estará no Grupo A.17

Os jogos irão ocorrer nos seguintes horários: 13h, 16h, 17h, 18h, 19h e 21h (horário de

Brasília). Os jogos das oitavas e das quartas de final estão previstos para 13h e 17h. As

semifinais serão às 17h. A final será no dia 13 de julho, às 16h, no estádio Maracanã, Rio de

Janeiro.

________________________

16 Disponível em: <

http://pt.fifa.com/worldcup/media/newsid=1701445/index.html>

17 Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/confira-os-horarios-dos-jogos-em-cada-uma-das-

12-cidades-sede>

26

A FIFA levou em consideração para a definição dos horários dos jogos, critérios como

distribuição por igual das seleções, períodos de descanso, temperaturas nas capitais

brasileiras, transmissões de TV e logística de viagem para os torcedores.17

A tabela J1 do Anexo J mostra as datas e locais dos jogos por cidade na fase de grupos

e eliminatórias. A Tabela J2 mostra as datas e os locais dos jogos da fase eliminatória em

sequência.

2.2.5 Voluntários

O número de candidatos ao trabalho voluntário na Copa das Confederações da FIFA

2013 e Copa do Mundo da FIFA 2014 é o maior da história, podendo crescer mais. A

meta era 90 mil inscritos, porém foram aproximadamente 110 mil inscritos em 15 dias. O

estado com o maior número de candidatos é São Paulo (cerca 27 mil candidatos), seguida por

Rio de Janeiro (cerca de 16 mil candidatos), Minas Gerais (cerca de 10 mil), Bahia (cerca de

7mil candidatos) e Rio Grande do Sul (cerca de 6 mil candidatos). Há também inscritos de

130 países, sendo a Colômbia o país com o maior número de inscritos (673 candidatos). 18

2.2.6 Lei Geral da Copa

Dada a magnitude da Copa do Mundo, foi criado um projeto de lei sobre algumas

medidas relativas à Copa das Confederações de 2013 e à Copa do Mundo de 2014. Esta lei

tem como objetivo cumprir as garantias assumidas pelo governo brasileiro com a FIFA (Lei

Geral da Copa, 2012).

A presidente Dilma Rousseff vetou seis partes da lei. Um deles não sofreu alteração: o

artigo sobre a venda de bebidas alcoólicas em estádios durante o Mundial. O artigo não libera

nem impede a comercialização e o consumo nos estádios, mas retira a proibição prevista no

Estatuto do Torcedor, durante o período da Copa.19

Outra questão foi a meia-entrada nos jogos da Copa. A presidente vetou o artigo que

diz que regras estaduais e municipais sobre descontos não se aplicam ao evento. A presidente

________________________

18 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1695828/index.html>

19 Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/06/lei-geral-da-copa-e-publicada-no-diario-

oficial.html>

27

afirmou que a FIFA deve negociar com os governos estaduais e municípios antes de tomar

esta decisão. Outros pontos podem ser listados:20

- Indenização: não foram definidos os motivos e o valor pago à FIFA caso ocorra

algum imprevisto durante a Copa do Mundo.

- Imagens para noticiários: as emissoras que não detiverem direitos de transmissão das

partidas poderão usar até 3% das imagens durante um minuto e meio para a produção de

noticiários.

- Imprensa: a FIFA terá exclusividade para dar e negar credenciais aos jornalistas, para

comercializar as imagens e para distribuí-las. É proibido o uso de flagrantes das imagens para

fins comerciais (marketing surpresa), em que pessoas pagas por empresas se passam por

torcedores para promover marcas e produtos.

- Comércio: FIFA e seus parceiros terão exclusividade no comércio dentro e ao redor

dos estádios, publicidade de produtos e serviços e realização de atividades promocionais.

- Feriados: dias de jogos serão feriado no Brasil.

- Estádios: a União vai colaborar para que as arenas (privadas e estaduais) fiquem

prontas e em condições de uso pela FIFA.

- Juizados especiais: serão instaladas varas dentro dos estádios, fato que já ocorre nos

aeroportos

- Vistos: o governo não terá restrições na concessão de vistos para jornalistas,

funcionários e parceiros da FIFA e torcedores portadores de ingressos. As permissões de

trabalho para a FIFA se estenderão até 31 de dezembro de 2014

- Marcas e patentes: proteção às marcas e patentes da FIFA e de seus parceiros.

Gratuidade e rapidez no registro da propriedade intelectual dos produtos.

- Serviços públicos gratuitos: a União não cobrará da FIFA por serviços públicos

relacionados com segurança, saúde, vigilância sanitária, alfândega e imigração.

2.3 Conclusão

Neste capítulo foi exposto alguns dos principais aspectos relacionados ao evento Copa

do Mundo, de forma que se possa compreender a importância do mesmo. Trata-se, portanto,

de um evento bastante complexo, dada a magnitude do mesmo. Conclui-se que é exigido do

país que irá sediá-lo, um nível de organização estrutural, política, financeiro e tecnológico

bastante elevado, de forma que o mesmo seja bem sucedido.

________________________

20 Disponível em: <http://www.observatoriodorecife.org.br/?p=3916>

28

O próximo capítulo expõe alguns impactos sobre o Brasil como sede da próxima Copa

do Mundo, listando os aspectos econômicos e estruturais que deverão ser inseridos até a Copa

das Confederações em 2013. Também será feita uma análise dos impactos dos grande eventos

esportivos na economia de outros países, os prós e contras de sediá-los, assim como os

cuidados que os países devem tomar na questão do planejamento e organização interna.

29

CAPÍTULO 3 - ASPECTOS ECONÔMICOS RELACIONADOS À COPA DO

MUNDO DE 2014

3.1 Impactos dos grandes eventos esportivos na economia

Segundo Domingues, utilizar de grandes eventos esportivos para obter recursos

financeiros além da atenção de várias partes do mundo tem sido uma boa estratégia por parte

dos países que os recebem. Os volumosos montantes investidos para receber competições

como a Copa do Mundo e as Olimpíadas provam isto.

Além dos investimentos, estes eventos aumentam a visibilidade do país e dos

envolvidos, que são as seleções nacionais, os patrocinadores e a mídia. Um detalhe

interessante está no fato de que de 2010 até 2022, as quatro sedes serão países em

desenvolvimento: África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018) e Catar (2022)

(Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).

Pode-se utilizar como exemplo a Copa da Alemanha em 2006, onde foram ao todo

mais de 3 milhões de espectadores aos estádios, com uma média de mais de 52 mil torcedores

por jogo; 18 milhões de espectadores nas praças das cidades que sediaram os jogos; quase 30

bilhões de telespectadores pela televisão em 240 países; mais de 7 bilhões de euros em

rodovias e mobilidade urbana; 2 bilhões nas obras nos estádios. A FIFA obteve rendimentos

de 8,5 bilhões de euros. Estudos estimam que na Copa de 2014 tenham aproximadamente 30

bilhões de telespectadores (Viol, 2009).

A Copa do Mundo de 1994 (Estados Unidos) gerou lucro de cerca de U$ 60 bilhões,

não havendo necessidade de volumosos investimentos em infraestrutura, já que o país já

possuía uma boa estrutura (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos, 2012).

Na Copa de 2010 (África do Sul) os principais legados forma a construção e reforma

dos nove estádios, a construção do Gautrain (linha de trem rápido de luxo que liga o

Aeroporto de Johannesburgo a Pretória) que só teve suas obras concluídas com 11 estações e

80 km de linha após a realização do evento. As linhas de Bus Rapid Transit, os aeroportos e

estradas também se desenvolveram. Os investimentos realizados no país africano foram

aproximadamente de R$ 4 bilhões (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos, 2012).

30

Segundo dados da Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República de

2009, em relação às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, os setores econômicos mais

beneficiados serão: construção civil (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), serviços

prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação (5%) e transporte,

armazenagem e correio (4,8%) (Domingues).

Estudos de impacto econômico, que foram requisitados pelo Ministério do Esporte e

realizados pelo Comitê Organizador da candidatura brasileira, afirmam que o impacto

econômico dos Jogos Olímpicos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será de R$ 22

bilhões até 2016, chegando a R$ 27 bilhões no período de 2017 a 2027. Esse estudo indica

que os investimentos representam uma movimentação na economia nacional de

aproximadamente R$ 102,2 bilhões (Domingues).

Como exemplo de experiência anterior, segundo Domingues, o comitê organizador da

olimpíada de Atlanta 1996 (Estados Unidos) estimou um aumento de U$ 5,1 bilhões na

economia e um aumento de 77.000 empregos. O custo da realização dos jogos olímpicos em

Atenas 2004 (Grécia) foi de aproximadamente R$ 24,4 bilhões. Em Londres 2012 (Inglaterra)

o valor de R$ 33,4 bilhões representou somente a parcela de financiamento público (Golden

Goal, 2010).

A Copa de 2014 significa para o Brasil, entre outros aspectos, uma oportunidade para

acelerar o processo de modernização. Sediar um evento deste porte demonstra força

econômica e capacidade organizacional.

Segundo dados do Ministério do Esporte de 2010, os benefícios econômicos diretos da

Copa do Mundo estão concentrados em cinco áreas: infraestrutura (investimentos estimados

em R$ 33 bilhões); turismo (R$ 9,4 bilhões, sendo R$ 3,9 bilhões vindos de turistas

estrangeiros e R$ 5,5 bilhões de turistas nacionais); geração de empregos (710 mil empregos,

onde 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários); aumento do consumo das famílias

(em torno de R$ 5 bilhões); e a arrecadação de tributos (R$ 16,8 bilhões) (Departamento

Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, 2012).

Apesar dos estudos, os impactos econômicos causados por estes eventos são difíceis

de estimar, pois envolvem obras de estádios, infraestrutura, investimentos privados, entre

outros.

31

Há, porém, opiniões que não visualizam uma relação direta entre os investimentos

realizados e impactos positivos para o país em relação a estes eventos, como, por exemplo,

em relação aos empregos adicionais onde muitos deles eram somente temporários. Outro

ponto citado é o cuidado que se deve ter em relação à dívida pública, citando como exemplo a

cidade de Montreal que somente 30 anos após os Jogos Olímpicos na cidade, em 2006, foi

possível finalizar a dívida de quase R$ 2,8 bilhões (Golden Goal, 2010).

Há também o risco de países em desenvolvimento que recebem grandes eventos,

construírem obras que se tornem “elefantes brancos”. Podem-se citar os estádios como

exemplo para explicar esta analogia: em relação ao futebol, países desenvolvidos que tem

elevado padrão de infraestrutura nos seus estádios, irão aproveitar ao máximo a reforma na

sua estrutura de forma eficiente, sem falar que os recursos necessários para a sua reforma não

foram muito altos, dado que o estádio já tinha ótimas condições antes do evento, não sendo

necessárias modificações muito significativas (Barclay, 2009).

Contudo, em um país em desenvolvimento, os estádios sofrerão uma transformação

muito radical para atender aos critérios internacionais necessários para receber o evento e,

quando este acabar, corre-se o risco de que as novas instalações sejam de difícil manutenção,

ou seja, corre-se o risco de ter de criar um enorme e caro “elefante branco”. Para evitá-los, é

necessário um cuidadoso planejamento, analisando a demanda de longo-prazo (Golden Goal,

2010).

Entretanto, analisando os aspectos positivos, não se pode negar que os avanços do

crescimento proporcionado por grandes eventos como a Copa beneficiam a população como

um todo. Como exemplo de casos bem sucedidos, os jogos olímpicos de 1992 em Barcelona

(Espanha) e de 1988 em Seul (Coréia do Sul) usaram os jogos para regenerar inteiramente

suas infraestruturas urbanas (Barclay, 2009).

3.2 Responsabilidades do Brasil para receber a Copa do Mundo

Nos próximos anos haverá um grande fluxo de investimentos em diversos setores da

economia. De maneira geral, os pontos críticos que merecem maior atenção em relação ao

evento são: mobilidade urbana, ampliação e modernização de aeroportos; construção,

modernização e ampliação de estádios. Dessa forma, a construção civil será o setor na

economia brasileira mais impactado com a Copa.

32

Além destes pontos principais, também se pode citar os projetos de segurança,

turismo, telecomunicações e tecnologia da informação, energia, sustentabilidade ambiental,

promoção e comunicação do país (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos, 2012).

Neste tópico será apresentada de maneira introdutória alguns conceitos e informações

necessárias para o entendimento destas obras e suas importâncias, de forma que atendam a

demanda exigida pela FIFA.

O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma lista das obras

e seus respectivos valores. São 101 intervenções: 12 estádios, 51 projetos de mobilidade

urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais

de R$ 26 bilhões. 21

3.2.1 Impactos econômicos na Construção Civil

Sem dúvida, a construção civil é o setor da economia que terá maior impacto diante

dos investimentos a serem realizadas no país, devido à Copa do Mundo e às Olimpíadas. O

Brasil tem boas empresas no setor, porém, diante desse cenário, se faz necessário um

constante planejamento de forma que as empresas estejam sempre preparadas e que haja um

melhora constante nos serviços prestados. A construção civil vive momento de alta expansão

puxada principalmente pelo crédito imobiliário, que passou de R$ 2 bilhões em 2003 para R$

70 bilhões em 2010. 22

3.2.2 Transporte e Mobilidade Urbana

Um dos principais desafios até a Copa é a questão dos transportes públicos e

mobilidade urbana nas cidades-sede. O serviço atual de transporte público ofertado é de baixa

qualidade, causando à população estresse, perda de tempo e qualidade de vida,

congestionamentos, acidentes e poluição. A mobilidade não é atendida de forma satisfatória,

________________________

21 Estimativa de custos dos estádios para 2014 aumenta em R$ 1,2 bi. Disponível em: <www.globo.com>

22 Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/construcao-civil-e-o-segmento-com-maiores-

investimentos-para-copa-do-mundo>

33

havendo necessidade de integração dos modais de transporte 23

e o trânsito, de forma a

oferecer mais conforto para os torcedores e turistas (Rezende, 2010).

A forma mais eficiente de integrar o sistema de transporte público e o trânsito, de

forma que ocorra a melhor mobilidade durante a Copa, é priorizar o sistema de transporte

público coletivo integrado, em relação ao transporte individual. O ideal é que as melhoras

neste setor não ocorram somente durante o evento, mas que a Copa sirva de legado para que

as melhoras sejam uma constante e que se estabeleçam de forma permanente. Para isso, se faz

necessário investimento e apoio adequado (Rezende, 2010).

Os sistemas de transporte precisam se integrar entre as cidades-sedes, a fim de que se

possa dinamizar a estrutura existente, para compartilhar e socializar as ações e estudos já

concretizados, e ampliá-los para receber o grande contingente de turistas e deslocamentos

internos ocasionados pela demanda de eventos de grande porte (Rezende, 2010).

Para discutir o problema, foi realizado o Seminário Técnico de Aeroportos e

Transporte. O evento foi promovido pelo Comitê Organizador Local (COL) do dia 18 ao dia

20 de Setembro de 2012, no Rio de Janeiro. Segundo os participantes, deverá haver uma

padronização dos serviços, apesar das diferenças geográficas existente nas cidades, pois

oferecer um bom serviço de transporte é um dos fatores mais importantes para o sucesso do

mundial. Conhecer experiências anteriores bem sucedidas também é importante. 24

Pode-se inovar o sistema de transporte público, organizar e planejar a sua

infraestrutura física, oferecendo maior conforto e eficiência. Para solucionar o problema,

deverá haver um compromisso, tanto do governo como da iniciativa privada. (Rezende,

2010).

Em relação ao transporte público brasileiro nas cidades-sede dos jogos da Copa, tem-

se o seguinte cenário, mostrado na Tabela 1.

________________________

23 Modal de transporte: Existem cinco modais de transporte de carga, cada um com suas características,

vantagens, desvantagens e custos. Os principais modais são: aéreo, ferroviário, rodoviário, marítimo, dutoviário.

Disponível em: <http://clikaki.com.br/modais-de-transportes/>

24 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1705189/index.html>

34

Tabela 1. Infraestrutura Atual do Transporte Público Brasileiro

Cidades-sede da

Copa de 2014

Infraestrutura atual do Transporte Público Brasileiro

Micro-ônibus Ônibus Metrô Trem

Belo Horizonte 4.453 7.769 28,1 km Não

Brasília 4.531 8.498 42,4 km Não

Cuiabá 628 1.602 Não Não

Curitiba 3.424 6.908 Não Não

Fortaleza 2.461 5.364 Não 20,0 km

Manaus 2.166 5.417 Não Não

Natal 1.064 2.066 56,2 km Não

Porto Alegre 2.022 4.161 33,8 km Não

Recife 1.578 3.094 39,5 km 31,5 km

Rio de Janeiro 13.361 15.050 40,0 km 225,0 km

Salvador 3.006 6.752 Não 13,5 km

São Paulo 30.087 39.049 62,3 km 260,8 km

Fonte: ANTP, 2010; DENATRAN, 2010

3.2.2.1 Sistema Bus Rapid Transit (BRT)

Em algumas capitais será implantado o sistema Transporte de Ônibus Rápido (BRT).

Este sistema proporciona aos usuários um serviço rápido, eficiente, confortável e com

qualidade, através da utilização de corredores exclusivos, simulando o desempenho dos

modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos, sendo que mais baratos. 25

Segundo Lerner, dentre as grandes vantagens dos sistemas de Bus Rapid Transit

(BRT), destacam-se seu custo relativamente baixo e a rapidez de implantação, menor

consumo de combustível, menor quantidade de ônibus nas vias, aumento de velocidade e

ganho de tempo.

Devido às vantagens, já é utilizado por diversos países no exterior. Podem-se citar

algumas características do BRT: 25

________________________

25 Disponível em: <http://www.embarqbrasil.org/node/122>

35

Corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo.

Embarques e desembarques rápidos.

Sistema de pré-pagamento de tarifa;

Veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas;

Transferência entre rotas sem incidência de custo;

Integração modal em estações e terminais;

Programação e controle rigorosos da operação;

Sinalização e informação ao usuário.

3.2.2.2 Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

O VLT ou “Light Rail” (metrô rápido) é um tipo de metrô de superfície, normalmente

elétricos (alimentados por fiação aérea) ou a diesel. As grandes vantagens do VLT é que eles

são mais baratos em relação ao outros tipos de transporte similares, além de possuírem maior

flexibilidade nas curvas mais fechadas, são mais silenciosos e poluem menos. 26

O trem bala ou trem de alta velocidade também é um empreendimento interessante

para melhorar o sistema de transporte urbano. Em setembro de 2008, o Ministro de

Transportes do Brasil anunciou o trem de alta velocidade. Com custo de aproximadamente R$

11 bilhões e utilizando tecnologia importada, o projeto fará a ligação entre as cidades

de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.27

Infelizmente, em 2 de julho de 2010, foi

anunciado que a linha será inaugurada apenas 2016.28

São Paulo sofre com a grande frota de

veículos, sendo este sistema uma excelente oportunidade para melhorar a qualidade do

sistema de transporte da maior capital brasileira.

3.2.3 Aeroportos

A maioria dos aeroportos brasileiros foram construídos antes do fim da Segunda

Guerra Mundial e vários não estão em condições de atender a demanda exigida pela Copa,

sendo necessário uma reestruturação 29

São previstos mais de 500 mil pessoas, cada uma tendo de seis a quatorze voos durante

________________________

26 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos>

27 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u504490.shtml>

28 Disponível em: <http://www.railwaygazette.com/news/single-view/view/rio-sao-paulo-bidding-ready-to-

start.html>

29 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>

36

o evento para chegar aos jogos nas diversas cidades sede.30

Ao todo serão previstas 41 obras

neste setor até 2014.

Deve-se, então, aumentar a capacidade e o conforto para os milhares de turistas

esperados. Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para

permitir maior flexibilidade para a INFRAERO.31

Em agosto de 2009, a agência estadual de gestão de aeroportos da INFRAERO

divulgou um plano de investimentos de R$ 5,3 bilhões. O capital visa a ampliação

dos aeroportos de dez cidades-sede, porém cerca de 55% do dinheiro será gasto nos

aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. 32

O total do investimento em aeroportos para a Copa será de R$ 7,2 bilhões, sendo que

R$ 3,7 bilhões sairão dos cofres da estatal. O maior investimento será na cidade do Rio de

Janeiro, com custo de R$ 813,3 milhões. Em São Paulo do total de R$ 2,04 bilhões, a Infraero

repassará somente R$ 665 milhões. As intervenções no aeroporto serão nos dois terminais de

passageiros e no sistema de pista e pátio. 33

Caso haja atrasos e não seja possível concluir todas as obras previstas em tempo hábil

até 2014, deve-se ter um plano B, para que não haja uma apagão aéreo. As medidas

operacionais incluem alteração de horários de voos que, somadas aos terminais provisórios,

permitem que o tráfego aconteça. No entanto, não se pode deixar que as estruturas construídas

para solucionar o problema temporariamente virem definitivas. 34

________________________

30 Disponível em: <Future airports of Brazil. www.asiaone.com>

31 Disponível em: <Law reduces bureaucracy of airports building. www.v-brazil.com>

32 Disponível em: <Rittner, Daniel. "Infraero vai gastar R$5 bi em reforma de aeroportos", 31 de agosto de 2009,

pp. A4.>

33 Disponível em:

<http://www.portal2014.org.br/noticias/9389/APENAS+UM+TERCO+DOS+AEROPORTOS+DA+COPA+ES

TA+EM+OBRAS.html>

34 MARTINS, Daniela. Brasília 2011. Disponível em:

<http://www.portal2014.org.br/noticias/6800/MAIORIA+DOS+AEROPORTOS+DA+COPA+NAO+ESTARA

+PRONTA+ATE+2014+APONTA+IPEA.html>

37

3.2.4 Turismo

O Brasil é um país muito rico, com uma diversidade cultural muito diversificada.

Possui diversos pontos turísticos conhecidos pela sua beleza e riqueza cultural. A Copa pode

ser uma oportunidade de divulgar e exaltar essas riquezas para o mundo.

Além da construção civil e diversos outros setores da economia nacional, um dos que

também serão mais impactados e beneficiados durante a Copa do Mundo é o turismo. Afinal,

este é o evento esportivo que possui a maior audiência no mundo: 73 mil horas de transmissão

de TV em mais de 200 países, com uma audiência de quase 30 bilhões de expectadores,

considerando os múltiplos acessos (Comitê Organizador Local).

Estima-se que o fluxo turístico internacional para o Brasil cresça aproximadamente

80% com a Copa do Mundo em 2014, representando algo em torno de 3,5 milhões de

visitantes no período de 2010 a 2014.35

Desses 3,5 milhões, aproximadamente 600 mil serão turistas internacionais,

representando um impacto na economia de R$ 3,9 bilhões, e 3,1 milhões de turistas nacionais,

representando um impacto de R$ 5,5 bilhões, totalizando R$ 9,4 bilhões (Ministério do

Esporte, 2010).

Todas as atenções estarão voltadas para o país, sendo esta uma oportunidade ímpar

para o Brasil mostrar seus principais atrativos, de forma que possa atrair milhares de turistas e

investimentos, não só durante o período do evento, como também após o mesmo (Viol, 2009).

Para a Copa serão necessárias várias mudanças para que o Brasil seja um importante

atrativo turístico. Fatores como a recepção e acomodação dos turistas, hotelaria, transporte

(portos, estradas, aeroportos e postos de informação), comunicações, cultura, lazer e comércio

varejista precisam receber especial atenção, pois são bastante estratégicos dentro deste setor.

As melhorias devem ser feitas também na capacitação profissional dos trabalhadores, de

forma que o atendimento seja de alto padrão de qualidade (Santos, 2012).

Para tanto, deve haver um esforço tanto por parte do setor privado quanto do setor

público. Os programas de capacitação incluem: cursos de línguas, hotelaria, guias de turismo.

No entanto é preciso haver um bom planejamento, de forma que o desenvolvimento

econômico seja aliado à sustentabilidade social, cultural e ecológica (Santos, 2012).

________________________

35 (ERNST & YOUNG, 2010) http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/tag/ernst-young/.

38

Ainda de acordo com Santos, a estratégia proposta para garantir o sucesso neste setor

conta com os seguintes pontos: serviços e equipamentos turísticos (hospedagem, alimentação,

atrativos turísticos, centro de atendimento ao turista, sinalização turística), qualificação

(formação de recursos humanos para a área de turismo, segurança, taxis, entre outros),

marketing, gestão pública (foco no planejamento do legado após o evento), sustentabilidade,

acesso (qualidade, rapidez, conforto e eficiência nos meios de transporte) e infraestrutura.

Portanto, conclui-se que é importante que o setor público planeje cuidadosamente as

obras de infraestrutura, as ações promocionais e as iniciativas relacionadas ao turismo, de

forma que seja assegurado o impacto previsto. Também deve haver incentivo do aumento da

permanência dos turistas internacionais e o aumento do número de turistas que participarão do

evento, de forma a aumentar o impacto do evento no setor (Ministério do Esporte, 2010).

3.2.5 Investimentos em Geração, Transmissão e Distribuição de Energia

Com tantos investimentos em diversos setores da economia brasileira, se faz

necessário reforçar e melhorar o sistema elétrico nacional, afinal o crescimento econômico de

um país deve ser proporcional aos investimentos no setor elétrico. É impossível um país se

desenvolver sem antes realizar investimentos no seu sistema elétrico.

De acordo com Klagsbrunn et al (2011),

Há uma forte e direta correlação entre a atividade econômica e o setor elétrico. Esta

interrelação se dá, no longo prazo, pela necessidade do setor elétrico ampliar a

capacidade produtiva para manter o equilítrio dinâmico entre oferta e demanda de

energia elétrica. E, no curto prazo, a correlação é bem mais nítida, na medida em que

as variações no ritmo da produção econômica afetam diretamente o consumo de

energia elétrica, mas com elasticidades não constantes.36

Seguindo este raciocínio, por decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), foi

concedida uma ampliação do limite para operações de crédito de R$ 350 milhões para R$ 850

milhões, às empresas estaduais de energia elétrica que estão localizadas nos estados que

receberão jogos da Copa do Mundo de 2014.

Os recursos, oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES), tem como objetivo realizar obras em geração, transmissão e distribuição de

energia, a fim de que haja uma melhora na qualidade do sistema.37

________________________

36 Disponível em: < http://www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/tdse/TDSE41.pdf>

37 Disponível em: <http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/acoes-e-programas/comunicacao-publica/em-

questao/edicoes-anteriores/outubro-2012/boletim-1646-29.10/empresas-terao-r-850-mi-para-reforcar-geracao-e-

distribuicao-de-energia-em-estados-sede-da-copa/>

39

3.3 Conclusão

Neste capítulo foi exposto alguns impactos sobre o Brasil e outros países com relação

aos aspectos econômicos e estruturais que devem ser inseridos para a realização da Copa do

Mundo, assim como seus benefícios e devidos cuidados no planejamento interno. Estes

aspectos geram diversos empregos e aquecem a economia de diversos setores. Foi também

apresentada de maneira introdutória alguns conceitos e informações necessárias para o

entendimento das obras necessárias e suas importâncias, de forma que atendam a demanda

exigida pela FIFA.

No próximo capítulo, serão detalhadas algumas obras de infraestrutura nas cidades

sede da Copa do Mundo: mobilidade urbana, ampliação e modernização de aeroportos e

construção, modernização e ampliação de estádios. Estes são os três pontos críticos que

devem ser reestruturados para que seja proporcionado mais conforto e segurança durante o

evento. Ressalta-se a importância da melhoria destes três pontos não só durante o evento, mas

também após o mesmo, afinal, as melhorias ficarão como legado após o final da Copa,

beneficiando a vida da população.

40

CAPÍTULO 4 - OBRAS NECESSÁRIAS PARA A COPA DE 2014

Neste capítulo serão apresentadas as obras de infraestrutura que deverão ocorrer em

todas as cidades que irão sediar jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014. Estas obras têm por

objetivo atender aos critérios da FIFA em relação, principalmente, a estádios, aeroportos e

mobilidade urbana. Muitas das informações relacionadas às cidades e suas respectivas obras

podem ser obtidas no site Portal 2014.38

As obras foram acompanhadas recebendo uma sinalização, dependendo do andamento:

verde (cumprindo o prazo), amarelo (estado de atenção) ou vermelho (muito atrasadas).

Todas as arenas doze arenas foram construídas com o objetivo de obter a certificação

internacional de sustentabilidade Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).

Esta decisão foi tomada voluntariamente, porém, nas Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no

Catar, a FIFA irá adotar o critério de sustentabilidade para a construção dos estádios.39

4.1 Belo Horizonte (MG)

4.1.1 Sobre a cidade de Belo Horizonte

Capital do estado de Minas Gerais, foi projetada no final do século 19, é o terceiro

maior centro industrial do país, com um forte turismo e grande potencial econômico. 38

Tabela 2. Ficha técnica de Belo Horizonte.

Área 330,954 km²

Densidade 7.251,5 hab/km²

PIB R$ 42,15 bilhões

População 2.375.444 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

Segundo dados do Ministério do Esporte, a capital mineira terá investimentos

previstos nas obras de infraestrutura urbana e no Estádio do Mineirão, cujo valor é

aproximadamente R$ 1,4 bilhão. A maior parte dos investimentos em Belo Horizonte será nas

avenidas Antonio Carlos e Pedro I (26,7%). A maior parte dos investimentos será financiada

________________________

38 Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>

39 Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/09/26/estadio-nacional-de-brasilia-podera-

ser-exemplo-de-arena-multiuso>

41

pela Caixa e o Banco Nacional de Desenvolvimento (Domingues). Outras informações,

figuras e fotos relacionados às obras em Belo Horizonte encontram-se no anexo A1.

4.1.2 Estádio de Belo Horizonte

O Estádio Mineirão pertence ao governo do estado. Segundo Portal 2014, um fato

interessante neste estádio é a cobertura que permitirá a captação de energia solar. Este projeto

visa obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para

empreendimentos sustentáveis.

A usina fotovoltaica do Mineirão terá 1,42 MWp40

de capacidade instalada e serão

executadas pela empresa Martifer Solar, que também será responsável pela elaboração dos

projetos executivos estrutural e elétrico, impermeabilização da cobertura de concreto,

aquisição dos componentes necessários à montagem da usina (módulos fotovoltaicos,

inversores, transformadores, cabos, sistema de supervisão e controle, sistema de proteção),

montagens mecânicas e elétricas, conexão à rede, comissionamento, operação e manutenção

por 24 meses.41

A usina será composta de módulos fotovoltaicos montados sobre a cobertura de

concreto do Mineirão. A iniciativa faz parte do programa Minas Solar 2014, da Cemig.

Depois do Mineirão, a Cemig fará licitação para a usina fotovoltaica de 1,1 MWp no

Mineirinho. 41

O projeto de modernização do estádio também inclui o rebaixamento do campo,

recuperação estrutural, instalação de telões e construção de novos acessos à arena, vestiários,

68 banheiros e 28 lanchonetes e arquibancada VIP com mais de 6 mil assentos, 90 camarotes

privativos, restaurante panorâmico, estacionamento com 2 mil vagas cobertas e 600

descobertas. A capacidade máxima de pessoas que era 76 mil, será de 64 mil, com o setor de

imprensa com capacidade para 3 mil jornalistas.38

________________________

40 Watt-pico (Wp): é uma medida de potência energética, normalmente associada com células fotovoltaicas.

Dado que as condições de produção de energia elétrica dependem bastante de fatores externos à célula, o valor

da potência dado em Wp é um valor obtido em condições ideais específicas. Assim, o valor de Wp de um

determinado sistema fotovoltaico que funcione em corrente contínua é a potência medida, quando este sistema é

irradiado por uma luz que simula a luz solar com a potência de 1000 W, à temperatura de 25 °C. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Watt-pico>

41 Disponível em: <http://www.blue-sol.com/energia-solar/obras-para-implantacao-da-usina-solar-do-mineirao-

ja-iniciaram-em-mg/>

42

O projeto básico é da empresa Gustavo Penna Arquiteto & Associados, com a empresa

alemã GMP. O projeto executivo é da BCMF Arquitetos. O custo das obras é de R$ 695

milhões com a esplanada, com contrato do tipo Parceria Público-Privada (PPP) em uma

concessão por 27 anos. As construtoras são a Construcap, Egesa e Hap.38

4.1.3 Mobilidade Urbana em Belo Horizonte

As obras do BRT Carlos/Pedro I de Belo Horizonte começaram em março de 2011. O

corredor terá 16 km e 25 estações que ligarão o aeroporto de Confins ao Mineirão, à região

hoteleira e ao centro de Belo Horizonte.38

O custo das obras de Mobilidade Urbana em Belo Horizonte é de R$ 633,9 milhões,

contrato público (prefeitura de Belo Horizonte), realizado pelo consórcio Andrade Gutierrez e

Barbosa Mello.38

4.1.4 Aeroporto de Belo Horizonte

As obras no Aeroporto Internacional Tancredo Neves – Confins, incluem reforma e

ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios, implantação do terminal 3, reforma e

modernização do terminal de passageiros, estacionamento de veículos e adequação do sistema

viário. O custo das obras será de R$ 508,65 milhões, com previsão para conclusão em

novembro de 2013. O contrato é público (Infraero42

). 38

4.2 Brasília (DF)

4.2.1 Sobre a cidade de Brasília

Brasília é a terceira cidade mais desenvolvida do Brasil. Tombada como Patrimônio

Cultural da Humanidade pela Unesco, foi inaugurada em 1960, tendo suas edificações

desenhadas por Oscar Niemeyer com projetos do arquiteto Lúcio Costa. A cidade possui uma

rica diversidade cultural, já que existem pessoas vindas de todas as partes do país. 38

Outras

informações, figuras e fotos relacionados às obras em Brasília encontram-se no anexo A2.

________________________

42 Infraero – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária.

43

Tabela 3. Ficha técnica de Brasília.

Área 5.802 km²

Densidade 407,3 hab/km²

PIB R$ 117,6 bilhões

População 2.562.963 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.2.2 Estádio de Brasília

A Arena Nacional Mané Garrincha receberá a abertura da Copa das Confederações no

dia 15 de junho de 2013. O escritório Castro Mello Arquitetos assinou o projeto de reforma,

que possui 71 mil lugares. O projeto inclui estacionamentos, lojas e ampliação de

arquibancadas. O custo das obras é de R$ 812,2 milhões e um contrato público. A construtora

é o Consórcio Brasília 2014 (Via Engenharia e Andrade Gutierrez). 38

A arena de Brasília se destaca pelas medidas sustentáveis como aproveitamento da

água, reciclagem de materiais, com o objetivo de obter o selo Platinum, certificação máxima

em sustentabilidade, nunca concedida a um estádio de futebol. A construção usa materiais

recicláveis e reciclados, e o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria obra ou

distribuído para cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. Haverá captação e

armazenamento da água da chuva.43

Além disso, o revestimento da cobertura será construído com membrana de tecido

revestido de politetrafluoretileno com dióxido de titânio, que é uma combinação de fibra de

vidro revestido de politetrafluoretileno com tratamento fotocatalítico sobre a superfície. Este

material proporciona a passagem de iluminação natural e maior reflexão dos raios solares,

reduzindo o calor interno e a necessidade de ar condicionado. 43

Em relação ao projeto de energia fotovoltaica, o estádio de Brasília terá 9600 painéis,

tornando-se a maior estrutura de captação de energia fotovoltaica no país, com capacidade

instalada de gerar 2,5 MWp.44

________________________

43 Disponível em:

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/arquitetos-apresentam-na-rio20-caracteristicas-sustentaveis-do-

estadio-nacional. Fonte: Governo do Distrito Federal.

44 Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/acoes-sustentaveis-nas-arenas-da-copa-do-mundo-

sao-apresentadas-durante-rio20. Fonte: GBC Brasil.

44

4.2.3 Mobilidade Urbana em Brasília

O VLT de Brasília (VLT linha 1 - trecho 1 - Aeroporto / Terminal Asa Sul) terá 6,5

km, ligando o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek à Asa Sul da capital federal. As

obras começaram em 2009, mas foram suspensas em abril de 2011 pela Justiça do Distrito

Federal. Junto com este projeto está a Ampliação da DF-047, porém sem prazo para licitação,

pois a obra depende do VLT. O custo das obras é de R$ 276,9 milhões, em um

contrato público (governo do Distrito Federal). 38

4.2.4 Aeroporto de Brasília

As obras no Aeroporto Juscelino Kubitschek consistem na reforma e ampliação do

Terminal de Passageiros (Fase 1), pátio de aeronaves, sistema viário e edificações

complementares (Concessionária), sistema de pista de pouso e decolagem (Concessionária) e

o Módulo Operacional Provisório (Infraero). A previsão de conclusão é dezembro de 2013,

com custo estimado de R$ 643,5 milhões (Infraero: R$ 16,96 milhões; Concessionária: R$

626,53milhões). O contrato é do tipo público-privado. 38

4.3 Cuiabá (MT)

4.3.1 Sobre a cidade de Cuiabá

Cuiabá é o principal centro econômico do estado de Mato Grosso, sendo muito

conhecida pelo grande polo agropecuário do Brasil, e ainda como “cidade verde” devido à alta

densidade de arborização e o Pantanal.38

Outras informações, figuras e fotos relacionados às

obras em Cuiabá encontram-se no anexo A3.

Tabela 4. Ficha Técnica de Cuiabá.

Área 3.538,167 km²

Densidade 153,4 hab/km²

PIB R$ 9,01 bilhões

População 551.350 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.3.2. Estádio de Cuiabá

A Arena Pantanal terá capacidade para 43.600 espectadores, com arquibancadas e

cobertura desmontáveis, podendo reduzir até 30% da capacidade após a Copa. Há recursos

45

para atender a certificação LEED. O custo das obras é de R$ 518,9 milhões, em um contrato

público. As construtoras são as empresas Santa Bárbara e Mendes Júnior. 38

4.3.3 Mobilidade Urbana de Cuiabá

O VLT de Cuiabá (VLT Cuiabá/Várzea Grande) terá 22,2 km de extensão e dois

ramais, um ligando o Centro Político Administrativo ao aeroporto, e o outro conecta o bairro

Coxipó ao centro. A previsão de conclusão é somente em setembro de 2014, com custo de R$

1,4 bilhões. O contrato é público (estado do Mato Grosso) e as empresas construtoras são o

consórcio formado por CR Almeida, Santa Bárbara, CAF, Magna e Astep. 38

4.3.4 Aeroporto de Cuiabá

As obras no Aeroporto Marechal Rondon incluem a reforma e modernização do

terminal de passageiros, adequação do sistema viário e estacionamento. A previsão de

conclusão é em julho de 2013, com custo de R$ 91,3 milhões em um contrato público

(Infraero). 38

4.4 Curitiba (PR)

4.4.1 Sobre a cidade de Curitiba

A cidade de Curitiba é conhecida principalmente pelo eficiente sistema de transporte

coletivo e planejamento urbano. 38

Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras

em Curitiba encontram-se no anexo A4.

Tabela 5. Ficha Técnica de Curitiba.

Área 434.967 km²

Densidade 4.111 hab/km²

PIB R$ 43,3 bilhões

População 1.746.896 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.4.2 Estádio de Curitiba

Para as obras de construção do quarto lance de arquibancadas e da cobertura da Arena

da Baixada, o município liberou R$ 90 milhões para o clube Atlético Paranaense. A

modernização do estádio de Curitiba tem a empresa Carlos Arcos Arquitetura como

responsável. O custo das obras é de R$ 183 milhões, em um contrato privado. 38

46

4.4.3 Mobilidade Urbana de Curitiba

As obras de mobilidade urbana em Curitiba consistem na ampliação do terminal

Terminal Santa Cândida com implantação de uma plataforma para o BRT de Curitiba. Este

terminal receberá novo piso de concreto, substituindo os atuais paralelepípedos, e a galeria do

terminal será adaptada com elevadores de acessibilidade. As calçadas serão reconstruídas e a

iluminação será renovada. O custo das obras é de R$ 12,1 milhões, em um contrato público

(prefeitura de Curitiba). 38

4.4.4 Aeroporto de Curitiba

As obras no Aeroporto Afonso Pena consistem na ampliação do terminal de

passageiros e do sistema viário, restauração da pista de pouso e decolagem e ampliação do

sistema de pátio e pista de táxi, com previsão para conclusão em dezembro de 2013. O custo

das obras é de R$ 84,49 milhões, em um contrato público (Infraero). 38

4.5 Fortaleza (CE)

4.5.1 Sobre a cidade de Fortaleza

Além dos jogos da Copa das Confederações, em 2013, a cidade receberá seis jogos na

Copa de 2014. A seleção brasileira jogará pela primeira vez na capital cearense no dia 17 de

junho de 2014. O fato da seleção anfitriã jogar em uma cidade-sede atrai muitos olhares,

podendo expor as fragilidades da cidade, devendo a cidade tomar todo o cuidado e estar

preparada para este fato.

A cidade como um todo tem tudo para se beneficiar com o evento. O Castelão será o

quarto maior estádio do Brasil e teve sempre as obras mais adiantadas durante o período das

obras em todo o Brasil. A Copa do Mundo em Fortaleza tem tudo para ser bem sucedida,

devido à sua grande vocação para o turismo, já que é destino turístico bastante procurado,

devido principalmente às praias. O novo Centro de Eventos do Ceará com capacidade para

receber 30 mil pessoas, também irá contribuir para Fortaleza crescer como referencial

turístico, de entretenimento e de negócios. Outra grande obra é a reforma o porto. Esta tem

como objetivo entrar na rota dos cruzeiros do Caribe do hemisfério norte.45

Além do Estádio Castelão e do porto, outra grande obra que a Copa vai deixar como

legado é o novo terminal de passageiros do porto de Mucuripe, que terá um cais de 350m e

47

corredores para a circulação de passageiros, lojas e restaurantes. Há também a pretensão de

revitalizar o Passaré, bairro próximo ao estádio. Um dos grandes desafios, não só em

Fortaleza, mas como em todas as capitais que receberão jogos da Copa, é a questão da

mobilidade urbana. 45

Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Fortaleza

encontram-se no anexo A5.

Tabela 6. Ficha técnica de Fortaleza.

Área 313,140 km²

Densidade 7.748 hab/km²

PIB R$ 28,3 bilhões

População 2.447.409 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.5.2 Estádio de Fortaleza

A reforma da Arena Castelão foi projetada pelo escritório Vigliecca & Associados. O

estádio terá 67 mil lugares, estacionamento, centro olímpico, piscina e ginásio multiuso,

pretendendo receber uma das semifinais da Copa. O custo das obras é de R$ 518,6 milhões,

em um contrato do tipo PPP concedido por oito anos. 38

4.5.3 Mobilidade Urbana em Fortaleza

As obras de mobilidade urbana em Fortaleza consistem no Metrô de Fortaleza (VLT

Parangaba / Mucuripe) e o Eixo Via Expressa / Raul Barbosa. O VLT terá 13 km de extensão

e 10 estações, além de seis obras: quatro passagens subterrâneas rodoviárias, um elevado

ferroviário e um viaduto rodoviário. As obras tem como objetivo melhorar o acesso do

aeroporto ao centro da cidade, onde se concentram os principais hotéis da cidade. O custo das

obras é de R$ 330,7 milhões, em um contrato público (Governo do Ceará). 38

O projeto do Eixo Via Expressa / Raul Barbosa consiste na construção de túneis nos

cruzamentos da Via Expressa com as avenidas Santos Dumont, Padre Antônio Tomaz e

Alberto Sá, de um viaduto no cruzamento da Raul Barbosa com a Rua Murilo Borges.

Também estão incluídas melhorias na drenagem, na malha viária e na iluminação pública nas

duas avenidas. O custo das obras é de R$ 151,6 milhões, em um contrato público (prefeitura

de Fortaleza). 38

________________________

45 RABELO, Aldo. A Copa em Fortaleza. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/artigo-

copa-em-fortaleza-por-aldo-rebelo>.

48

4.5.4 Aeroporto de Fortaleza

A obras no Aeroporto Pinto Martins consistem na reforma e ampliação do Terminal de

Passageiros (Fase 1) e adequação do sistema viário com previsão de conclusão em dezembro

de 2013. O custo é de R$ 349,80 milhões com contrato público (Infraero). 38

A Infraero detalhou o projeto de ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins,

que será em torno de R$ 397 milhões. As obras constam a construção de seis novas pontes de

embarque E área total de 133 mil metros quadrados de infraestrutura (quase 100 mil metros

quadrados a mais que o perímetro atual). 38

Com as obras, o aeroporto terá capacidade para receber até nove milhões de

passageiros por ano, 4 milhões a mais que o número de passageiros em 2010. Além disso,

será ampliado o espaço de área comercial, com mais lojas no saguão e nas salas de embarque

e desembarque e previsão da construção de um edifício-garagem com capacidade para

aproximadamente cinco mil carros. O estudo e o Relatório de Impacto Ambiental

(EIA/RIMA) está pré-aprovado, já que a construção do aeroporto de Fortaleza em 1995,

previa a expansão.38

4.5.5 Porto de Fortaleza

As obras no porto de Fortaleza consistem na implantação de terminal marítimo de

passageiros; construção de cais para um berço para múltiplo uso; pavimentação e urbanização

de via interna de acesso, estacionamento e pátio. O investimento é público (Governo Federal),

com um custo de R$ 149,0 milhões (Ministério do Esporte, Balanço 2012 - Copa do Mundo -

Cidade-sede Fortaleza. 2012)

4.6 Manaus (AM)

4.6.1 Sobre a cidade de Manaus

A Capital do estado de Amazonas possui parques ecológicos, passeio de barco no

encontro dos rios Negro e Solimões, prédios históricos e visita a museus. 38

Outras

informações, figuras e fotos relacionados às obras em Manaus encontram-se no anexo A6.

49

Tabela 7. Ficha técnica de Manaus.

Área 11.400 km²

Densidade 150,2 hab/km²

PIB R$ 38,1 bilhões

População 1.802.525 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.6.2 Estádio de Manaus

O projeto da Arena Amazônia foi realizado pelo escritório alemão GMP. A nova arena

substituirá o estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), no centro de Manaus. O projeto inspira-se em

elementos da cultura, fauna e flora amazonenses. A capacidade é de cerca de 44 mil pessoas.

O custo das obras é de R$ 532,2 milhões, com contrato público. A empresa construtora é a

Andrade Gutierrez. 38

4.6.3 Mobilidade Urbana em Manaus

O Monotrilho de Manaus terá duas linhas: Norte-Centro e Leste-Centro. O primeiro

terá sete estações, incluindo uma em frente à Arena Amazônia, e sairá do bairro Cidade Nova,

o mais populoso de Manaus. A segunda linha terá 12 estações. O custo das obras é de R$

1,554 bilhão, em um contrato público (estado do Amazonas). As empresas construtoras são o

consórcio Monotrilho Manaus (CR Almeida, Mendes Júnior e Scomi). 38

4.6.4 Aeroporto de Manaus

As obras no Aeroporto Brigadeiro Eduardo Gomes consistem na reforma e ampliação

do terminal de passageiros (Fase 1), com previsão de conclusão em dezembro de 2013. O

custo das obras é de R$ 394,12 milhões com contrato público (Infraero). 38

4.7 Natal (RN)

4.7.1 Sobre a cidade de Natal

As principais atrações turísticas são as praias e dunas que atraem mais de dois milhões

de turistas brasileiros e estrangeiros à capital do Rio Grande do norte. Com mais de 800 mil

habitantes, a cidade passa atualmente por um crescimento demográfico e imobiliário que

fortalecem a economia local. 38

Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em

Natal encontram-se no anexo A7.

50

Tabela 8. Ficha técnica de Natal.

Área 170,298 km²

Densidade 4638 hab/km²

PIB R$ 8,7 bilhões

População 803.811 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.7.2 Estádio de Natal

A realização das obras e gerenciamento da Arena Dunas será responsabilidade da

construtora OAS, com o apoio da Amsterdam Arenas. O projeto básico foi realizado pela

empresa internacional Populous Architects. O projeto possui arquibancadas flexíveis que

permitirão remover parte dos 45 mil assentos do estádio. O custo das obras é de R$ 417

milhões, em um contrato PPP concedido por 20 anos. 38

4.7.3 Aeroporto de Natal

As obras no Aeroporto São Gonçalo do Amarante consistem no desmatamento,

terraplanagem, pavimentação, drenagem, proteção vegetal, sinalização horizontal e

infraestrutura dos sistemas de auxílio e proteção ao voo, de responsabilidade da Infraero

(previsão de conclusão da Fase 2 em novembro de 2013); construção do terminal de

passageiros, sistema viário de acesso e obras complementares, de responsabilidade da

concessionária (previsão de conclusão em março de 2014). O custo das obras é de R$ 792,55

milhões (Infraero: R$ 174,44; Concessionária: R$ 618,11 milhões), em um contrato público-

privado. 38

4.8 Porto Alegre (RS)

4.8.1 Sobre a cidade de Porto Alegre

As principais atrações turísticas da capital gaúcha são os parques, churrascarias e

restaurantes tradicionais italianos e alemães. A cultura é outro ponto forte da cidade, que

possui diversos centros culturais e livrarias. Outras informações, figuras e fotos relacionados

às obras em Porto Alegre encontram-se no anexo A8. 38

51

Tabela 9. Ficha técnica de Porto Alegre.

Área 496.827 km²

Densidade 2.878,7 hab./km²

PIB R$ 36,8 bilhões

População 1.409.939 (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

Através do programa Pró-Energia da Companhia Estadual de Energia Elétrica

(CEEE), o governo do Rio Grande do Sul vai investir um valor de R$ 235 milhões em

melhorias na infraestrutura energética e em cinco novas subestações na região metropolitana

de Porto Alegre. De acordo com o governo local, a melhoria na infraestrutura energética é

essencial para a Copa do Mundo na cidade de Porto Alegre, além de beneficiar mais de 1

milhão e 500 mil pessoas, sendo 640 mil na capital gaúcha. Estão previstas também a

construção de 19 linhas de transmissão, 14 novas subestações de energia (com a ampliação e

adequações em outras dez), substituição de 438 equipamentos e sistema de telecomando e

supervisão em 20 subestações.38

4.8.2 Estádio de Porto Alegre

O projeto do estádio Beira-Rio foi realizado pelo escritório Hype Studio, que integra

um projeto de renovação urbana em toda a região ribeirinha. As obras consistem na cobertura

metálica (suportada por 65 módulos de 23m em forma de asa) e ampliação da capacidade que

passará de 56 mil para 60 mil lugares. O custo das obras é de R$ 330 milhões, em um contrato

privado. A construtora é a empresa Andrade Gutierrez. 38

4.8.3 Mobilidade Urbana em Porto Alegre

As obras de mobilidade urbana em Porto Alegre consistem na duplicação da Avenida

Moab Caldas (Tronco) em 5,3 km de extensão, com ciclovia, corredor de ônibus, tratamento

paisagístico e reassentamento de 1,4 mil famílias. A via é importante por ligar avenidas da

orla do rio Guaíba com a Terceira Perimetral. O custo das obras é de R$ 138,9 milhões, em

um contrato público (prefeitura de Porto Alegre). 38

4.8.4 Aeroporto de Porto Alegre

As obras no Aeroporo Salgado Filho consistem na ampliação do Terminal de

Passageiros e Pátio (Fase 1) e ampliação da pista de pouso e decolagem. A previsão de

52

conclusão é em janeiro de 2014. O custo das obras é R$ 579,21 milhões, em um contrato

público (Infraero). 38

4.9 Recife (PE)

4.9.1 Sobre a cidade de Recife

Recife apresenta diversos atrativos turísticos como as praias e sua rica história. Olinda,

município vizinho, possui um grande patrimônio histórico, com igrejas, museus e feiras de

artesanato. 38

Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Recife encontram-

se no anexo A9.

Tabela 10. Ficha Técnica de Recife.

Área 218 km²

Densidade 6.422 hab/km²

PIB R$ 22,5 bilhões

População 1.536.934 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.9.2 Estádio de Recife

A Arena Pernambuco foi projetada pelo escritório Fernandes Arquitetos Associados e

está localizada em São Lourenço da Mata, a 19 km do Recife. A arena terá 46 mil lugares e

estacionamento para seis mil carros. O custo das obras é R$ 500,2 milhões, em um contrato

do tipo PPP (governo de Pernambuco). A empresa construtora é a Odebrecht. 38

4.9.3 Mobilidade Urbana em Recife

O projeto de mobilidade urbana em Recife, o Corredor Caxangá – Leste / Oeste, inclui

a construção de três elevados, um túnel e um viaduto, além do BRT com 12 km de extensão

que ligará as zonas leste e oeste do Recife, com capacidade para transportar 126 mil

passageiros por dia. A via fará o transporte de passageiros do bairro Derby, próximo ao centro

da cidade, até o Terminal Integrado de Camaragibe, totalizando 12,5 km de extensão e 22

estações. O custo das obras é de R$ 133,6 milhões, em um contrato público (governo de

Pernambuco). O consórcio responsável pelas obras é Mendes Júnior-Servix. 38

53

4.9.4 Aeroporto de Recife

As obras no Aeroporto Gilberto Freyre consistem na construção de uma nova torre de

controle. A previsão de conclusão é em dezembro de 2013, com custo de R$ 18,47 milhões,

em um contrato público (Infraero). 38

4.10 Rio de Janeiro (RJ)

4.10.1 Sobre a cidade do Rio de Janeiro

Além da Copa do Mundo de 2014, a cidade se prepara para os Jogos Olímpicos de

2016. A cidade é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo

internacionalmente conhecida pelo Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e as praias de

Copacabana e Ipanema.38

Receberá a final da Copa do Mundo de 2014. Outras informações,

figuras e fotos relacionados às obras no Rio de Janeiro encontram-se no anexo A10.

Tabela 11. Ficha Técnica do Rio de Janeiro.

Área 1.264,296 km²

Densidade 5.190,5 hab/km²

PIB R$ 154,8 bilhões

População 6.323.037 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.10.2 Estádio do Rio de Janeiro

As obras no Estádio Maracanã consistem na redução da capacidade para 76 mil

lugares, reconstrução da arquibancada inferior, geometria oval (para melhorar curva de

visibilidade), 108 camarotes e acesso por rampa monumental. O projeto do estádio do Rio de

Janeiro foi realizado pela empresa pública EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do

Rio de Janeiro). O custo das obras é de R$ 859,9 milhões, em um contrato público. 38

4.10.3 Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro

As obras de mobilidade urbana no Rio de Janeiro consistem no BRT Transcarioca –

Aeroporto / Penha / Barra, que terá 39 km de extensão e fará a ligação da Barra da Tijuca ao

Aeroporto Internacional do Galeão, passando pelo setor hoteleiro e por áreas nobres da

capital. O trecho passará por Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho,

Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha e Penha. O custo das obras é de R$

54

1,883 bilhão, em um contrato público (governo estadual do Rio de Janeiro). A construtora é

Andrade Gutierrez. 38

4.10.4 Aeroporto do Rio de Janeiro

As obras no Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão) consistem na reforma dos

terminais 1 e 2, e revitalização do sistema de pista e pátio, com previsão de conclusão

em dezembro de 2013. O custo das obras é de R$ 813,27 milhões, em um contrato público

(Infraero). 38

4.11 Salvador (BA)

Salvador é umas das principais cidades turísticas do Brasil. É conhecida por sua beleza

natural e pelo carnaval. Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Salvador

encontram-se no anexo A11. 38

Tabela 12. Ficha técnica de Salvador.

Área 706,799 km²

Densidade 3.840 hab/km²

PIB R$ 29,7 bilhões

População 2.676.606 hab (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.11.1 Estádio de Salvador

As obras na Arena Fonte Nova consistem na demolição do estádio Fonte Nova. Será

mantida a geometria oval e a abertura para o Dique de Tororó. A arena terá capacidade

para 50 mil pessoas e três anéis de arquibancada. O projeto é do escritório Setepla Tecnometal

e Schulitz+Partner. O custo das obras é de R$ 591,7 milhões, em um contrato PPP concedido

por 35 anos. As empresas construtoras são Odebrecht e OAS. 38

4.11.2 Aeroporto de Salvador

As obras no Aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães consistem na reforma e

adequação do terminal de passageiros e ampliação do pátio de aeronaves, ampliação do pátio

de aeronaves e construção de nova torre de controle. A previsão de conclusão é em dezembro

de 2013. O custo das obras é de R$ 47,61 milhões, com um contrato público (Infraero). 38

55

4.12 São Paulo (SP)

4.12.1 Sobre a cidade de São Paulo

São Paulo é a maior cidade do país, maior centro financeiro e comercial, e está entre as

mais populosas do mundo. A economia da cidade corresponde a mais de 12% do PIB

nacional. A cidade atraiu um grande número de imigrantes no século XIX, tornando a cidade

com maior diversidade étnica do Brasil. Além dos atrativos econômicos, São Paulo também

oferece um rico turismo. A região metropolitana possui os dois aeroportos mais

movimentados da América do Sul: Congonhas e Guarulhos, sendo o primeiro usado

principalmente para voos nacionais, e o segundo que oferece voos para 28 países diferentes.47

Outras informações, figuras e fotos relacionados às obras em Salvador encontram-se no anexo

A11.

Tabela 13. Ficha técnica de São Paulo.

Área 1.522,986 km²

Densidade 7.216,3 hab./km²

PIB R$ 357,1 bilhões

População 11.244.369 (IBGE 2010)

Fonte: Portal 2014. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br>.

4.12.2 Estádio de São Paulo

O clube Corinthians era o único que não possuía estádio próprio dentre os três maiores

clubes de São Paulo. Com a Copa, o projeto foi possível de ser realizado, após o veto da FIFA

ao estádio do Morumbi. A Arena Corinthians está localizada no bairro de Itaquera, na Zona

Leste de São Paulo. No projeto do escritório carioca CDCA, são previstos 65 mil lugares em

área de 200 mil m², com 3500 vagas no estacionamento. 38

O término das obras está previsto para o início de 2014. Cerca de seis mil pessoas

devem ser empregadas direta e indiretamente ao longo do período de construção. A Arena de

São Paulo foi escolhida para receber a partida de abertura da Copa e receberá outros cinco

jogos e uma das semifinais. O custo das obras é de R$ 820 milhões, em um contrato privado.

A empresa construtora é a Odebrecht. 38

________________________

47 FIFA.com. Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/destination/cities>.

56

4.12.3. Mobilidade Urbana em São Paulo

As obras de mobilidade urbana em São Paulo, o Monotrilho Linha 17 - Ouro do Metrô

tem como objetivo melhorar um dos trânsitos mais problemáticos do mundo. Elas vão ligar o

Aeroporto Internacional de Congonhas ao bairro Morumbi, na zona sul, conectando à área

hoteleira, integrando as linhas 1, 4 e 5 do metrô, e também linha 9 de trens da Companhia

Paulista de Trens Metropolitanos, com mais de 17km de extensão. Apenas o trecho de 7,7 km

será inaugurado até 2014, sendo o restante finalizado em 2016. O custo das obras é

de R$ 3,108 bilhões em um contrato público (estado de São Paulo). As empresas Scomi,

Andrade Gutierrez, CR Almeida e Montagens e Projetos Especiais formam o consórcio

Monotrilho Integração, responsável pelas obras. 38

4.12.4 Aeroporto de São Paulo

As obras no Aeroporto André Franco Montoro (Cumbica) / Guarulhos consistem na

ampliação e revitalização do sistema de pista e pátio, construção da pista de táxi e de saída

rápida, construção do 3° terminal de passageiros e do terminal 4. A conclusão está prevista

para dezembro de 2013, com custo de R$ 2,04 bilhões, em contrato PPP (Infraero: 665,51

milhões; concessionária: R$ 1,38 bilhão). 38

4.13 Conclusão

Tabela 14. Balanço geral dos investimentos em obras de infraestrutura

Cidades-sede da

Copa de 2014

Investimentos em obras para a Copa de 2014 (em milhões R$)

Estádio Mobilidade

Urbana Aeroporto Outros Total

Belo Horizonte 695,00 633,00 508,65 - 1.836,65

Brasília 812,20 276,90 643,50 - 1.732,60

Cuiabá 518,90 1.400,00 91,30 - 2.010,20

Curitiba 183,00 12,10 84,49 - 279,59

Fortaleza 518,60 481,60 349,80 149,00 1.499,00

Manaus 532,20 1.554,00 139,12 - 2.225,32

Natal 417,00 - 792,55 1.209,55

Porto Alegre 330,00 138,90 579,21 235,00 1.283,11

Recife 500,20 133,60 18,47 - 652,27

Rio de Janeiro 859,90 1.883,00 813,27 - 3.556,17

Salvador 591,70 - 47,61 - 639,31

São Paulo 820,00 3.108,00 1.380,00 - 5.308,00

TOTAL 6.778,70 9.621,10 5.447,97 384,00 22.231,77

57

Analisando as obras de infraestrutura a serem realizadas, tem-se um balanço geral

aproximado dos investimentos a serem realizados até a Copa do Mundo de 2014, conforme a

Tabela 14.

Observa-se que o montante de quase R$23 bilhões é bastante expressivo, mostrando a

força do impacto que um evento deste porte traz para uma nação. Isto justifica o fato da Copa

ser um grande “sonho de consumo” de vários países. Ela traz consigo a possibilidade de atrair

diversos investimentos em vários setores da economia, gerando empregos e oportunidades

para a população.

O Setor de Engenharia sem dúvida é o mais impactado, portanto é uma oportunidade

única para os Engenheiros mostrarem seus conhecimentos e habilidades na elaboração e

execução de projetos tão críticos, importantes e de caráter internacional como estes

relacionados à Copa do Mundo de 2014. Além disso, universitários que estão entrando no

mercado de trabalho, tem também uma grande oportunidade de crescer profissionalmente

através da vivência diária na execução destes grandes projetos de infraestrutura.

Conclui-se, portanto, que a Copa do Mundo tem bastante potencial para trazer diversos

benefícios, porém enfatiza-se sempre a importância do planejamento e gestão cuidadosa por

parte dos órgãos, empresas e pessoas que estão ligadas diretamente ao evento, para que este

realmente seja bem sucedido.

No próximo capítulo, serão mostrados alguns aspectos de Engenharia relacionados às

obras na Arena Castelão, onde o autor deste trabalho teve a oportunidade de trabalhar durante

8 meses do período das obras. Serão apresentados as características gerais do empreendiento

Arena Castelão, a certificação LEED, os projetos de Engenharia, o funcionamento dos

mesmos, suas principais características, assim como experiências vivenciadas durante as

obras.

58

CAPÍTULO 5 – AS OBRAS NA ARENA CASTELÃO

5.1. Detalhes sobre as obras na Arena Castelão

As obras de modernização e ampliação da Arena Castelão iniciaram no dia 13 de

dezembro de 2010. Neste dia, o Governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, assinou a ordem

de serviço e o contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.48

As obras entraram para a história como a primeira Parceria Público Privada (PPP) no

Estado do Ceará. Foram investidos R$ 518,6 milhões (R$ 351,5 milhões vindos de

empréstimos do BNDES e R$ 167 milhões do Estado). A capacidade será de 67 mil lugares.49

O valor inclui as obras do estádio e do Edifício Fares Cândido Lopes (sede da

Secretaria do Esporte do Estado) e do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE).

Também estão inclusos o auditório com 160 lugares, estacionamento coberto para 2000

vagas, praça de 55.000m2, área de hospitalidade, modificações internas para atender aos

critérios da FIFA e operação e manutenção do estádio durante oito anos. A empresa Arena

Castelão Operadora de Estádio será responsável por cobrir todas as despesas relativas à arena

como água, esgoto, telefonia e pessoal de manutenção durante este período. 49

A operadora de telefonia Oi será a responsável pela tecnologia de informação e

telecomunicação da Arena Castelão. Serão instalados 350 telefones, 240 câmeras de

segurança, 144 catracas, 161 leitoras de cartão e 560 alto-falantes. 50

5.2 Organização da Arena Castelão

Pelo fato de possuir uma área de grande extensão, as obras na Arena Castelão foram

divididas em Etapas, com o objetivo de melhorar o planejamento e facilitar a localização na

mesma. Estas etapas foram chamadas de 1, 2, 3 e 4, conforme a Figura B1 do Anexo B.

Nas Figuras B2, B3, B4 e B5 do mesmo anexo, tem-se a localização das etapas.

A Etapa 1 corresponde ao edifício que é a sede da Secretaria do Esporte do Estado e

primeira etapa do estacionamento coberto. A Etapa 2 corresponde à segunda etapa do

________________________

48 Disponível em http://www.jangadeiroonline.com.br/esportes/copa-2014/cid-gomes-assina-ordem-de-servico-

para-obras-do-castelao-na-segunda-feira/.

49 Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/arena/investimentos>.

50 Disponível em: http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/ Publicado em 23/11/2012 às

5:02 por Egídio Serpa

59

estacionamento coberto. A Etapa 3 é o edifício central (Prédio FIFA), que possui seis andares.

Este prédio é o centro de comando do estádio, onde serão instalados 52 camarotes, áreas

VIPs, área de imprensa e o estúdio de transmissão televisiva dos jogos. Também foram

realizadas mudanças nas cabines de imprensa, camarotes, vestiários, túneis de acesso ao

campo, e nas cadeiras da arena. A Etapa 4 corresponde ao restante da arena, sendo a maior

dentre as 4 etapas. 51

5.3 Operação e inspeção da Arena Castelão

Há uma grande preocupação na operação e manutenção das grandes arenas construídas

para receber a Copa do Mundo, de forma que todos os usuários (torcedores, imprensa,

seleções, entre outros) sintam-se bem nas novas instalações.

Em julho de 2012, ocorreu o Seminário de Operações de Estádios no Centro de

Convenções, em Fortaleza. Compareceram ao evento representantes de todas as doze cidades

sedes. O objetivo do evento é analisar e discutir alguns aspectos relevantes para a gestão e

operação destes grandes empreendimentos que são as novas arenas que ficarão como legado

após a Copa. Também foi analisado como as sedes da Copa das Confederações estão se

preparando. 52

Há também há necessidade da implementação do conceito de Arena de Futebol, que se

caracterizam por promover cultura, turismo, esporte e lazer, além do futebol. Este conceito é

extremamente necessário, pois estes outros setores terão como objetivo sustentar o fluxo de

visitantes na arena durante os jogos de futebol, e também quando os mesmos não estiverem

ocorrendo. Logo, o futebol não será a única fonte de renda das novas arenas.53

O legado a ser

deixado após a Copa foi enfatizado, visto que há exemplos de sucesso em várias partes do

mundo, devendo o mesmo ocorrer em Fortaleza. 54

Em relação às inspeções, as mesmas ocorreram de seis em seis meses, com a

participação dos representantes da FIFA e do Comitê Organizador Local (COL). No início as

inspeções foram realizadas através de reuniões virtuais (projetos analisados por vídeos, fotos e

________________________

51 Disponível em: < http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

52 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1663531/index.html>

53 Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100209-4.html>

54 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1662399/index.html>

60

plantas). Nas inspeções seguintes, o objetivo era analisar a operação dos estádios, não o

andamento das obras. 55

Os assuntos mais abordados foram: tecnologia, tráfego, segurança, credenciamento,

ingressos, imprensa, estrutura para a transmissão de TV e hospitalidade. Em seguida a

comitiva realizou inspeções dentro das obras nas cidades de São Paulo (sede do primeiro jogo

da Copa de 2014 e também sede do sorteio da Copa das Confederações), e pelas cidades que

vão receber a Copa das Confederações (Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de

Janeiro e Salvador).55

5.4 ISO 9001: Gestão da Qualidade

ISO é a sigla de International Organization for Standardization (Organização

Internacional para Padronização). É uma entidade de padronização e normatização criada em

Genebra, na Suiça, em 1947. No Brasil, é representada pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT). A ISO tem como objetivo principal aprovar normas internacionais em

todas as áreas técnicas: normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e

processos. 56

Nas obras da Arena Castelão foram seguidos diversos critérios de Gestão de Qualidade

com o objetivo de obter esta certificação através de auditorias nas empresas, que analisam se

os processos exigidos estão sendo realizados de forma satisfatória.

A ISO 9001 é uma dentre as normas da série de sistemas de gestão da qualidade, que

visa alavancar o melhor de uma organização ao permitir entender seus processos de entrega

de seus produtos e serviços a seus clientes, através de uma melhora na satisfação dos clientes,

da motivação dos colaboradores e da melhoria contínua. Ela define os critérios que a empresa

deve cumprir, caso deseje operar de acordo com a norma e obter a certificação. 57

As principais vantagens da ISO 9001 são: melhorar do desempenho da empresa, atrair

investimentos aumentando a reputação das marcas e remover barreiras comerciais,

________________________

55 Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1694656/index.html>

56 Disponível em: <http://www.significados.com.br/iso/>

57 Disponível em: http://www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/iso9001/

61

economia de dinheiro, otimização das operações e redução do desperdício, incentivo a

comunicação interna e aumento da satisfação dos clientes. 57

5.5 Certificação LEED

Existem no mundo diversas instituições que certificam construções sustentáveis. A

certificação americana é a Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). No

Brasil há a certificação Alta Qualidade Ambiental (AQUA), que se baseia na certificação

Haute Qualité Environnementale (HQE) da França.

A Arena Castelão foi construída visando obter a certificação LEED, sistema usado

para certificar e/ou ratificar a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental das

construções que adotam práticas que levam o meio ambiente em consideração. A certificação

é obtida através de visita a arena após a conclusão da obra, da comissão que concede o

certificado, onde a mesma avalia as medidas adotadas. 58

Neste tópico, será feita uma explicação acerca dos aspectos mais importantes

relacionados ao LEED e, em seguida, serão apresentadas as diversas medidas sustentáveis que

foram realizadas com o objetivo de obter esta certificação.

5.5.1 Leadership in Energy and Environmental Design (LEED)

O sistema foi criado pelo United States Green Building Council (USGBC) para definir

padrões de sustentabilidade em construções e planejamento. O USBGC é uma organização

não governamental criada em 1993 e reconhecida internacionalmente, com foco em

sustentabilidade de edificações e empreendimentos imobiliários. Hoje está presente em 129

países. (Casado).

O GBC Brasil é o representante oficial do LEED. O Brasil está em sexto lugar dentre

os países com mais processos em certificação LEED, atrás dos Estados Unidos, Canadá,

Índia, Emirados Árabes e China. A primeira versão é de janeiro de 1999. Atualmente o LEED

está na terceira versão (Casado).

A certificação visa à implementação de projetos de edifícios que diminuem a poluição,

economizam energia, racionalizam o uso da água e utilizam materiais reciclados e não

agressivos, desenvolvimento de edifícios de alta performance e sustentáveis. O projeto deve

________________________

58 Disponível em: <http://www.rheoset.com.br/CASTELAO-adota-medidas-de-SUSTENTABILIDADE-para-

obter-certificacao-LEED.--131-ver.html>

62

atender a requisitos mínimos para obter direito a acumulação de pontos para certificação. Os

pontos variam de acordo com a categoria a ser atendida, e somente a partir de um número

mínimo de pontos a construção poderá ser certificada, podendo a certificação ser Prata, Ouro

ou Platina. Os critérios são: sustentabilidade do espaço, uso racional da água, eficiência

energética, qualidade ambiental interna, materiais e recursos, inovação e processo, créditos

regionais (Casado).

A Figura 4 mostra o sistema LEED-NC v.3. – 2009, com os requisitos, suas

respectivas pontuações e os níveis de certificado O custo da certificação é aproximadamente

0,01% da obra. (Casado).

Figura 4. Requisitos do Sistema LEED-NC v.3. – 2009.

Fonte: Casado (USGBC).

Segundo Casado, existem diversas categorias de LEED:

LEED NC: novas construções e grandes projetos de renovação.

LEED CS: projetos da envoltória e parte central do edifício.

LEED CI: Projetos de interiores e edifícios comerciais.

LEED EB OM: Operação e Manutenção de edifícios existentes.

LEED Schools: Escolas.

LEED ND: Desenvolvimento de Bairro (localidades).

63

LEED Healthcare: Para unidades de saúde.

LEED Retail NC e CI: Para lojas de varejo.

LEED for Home: Para residências.

5.5.2 LEED na Arena Castelão

Neste tópico serão explicadas as medidas de sustentabilidade adotadas com o objetivo

de obter a certificação LEED na Arena Castelão. Estas medidas ocorrem desde o canteiro de

obras até a escolha dos equipamentos que estão sendo instalados na estrutura do estádio. De

acordo com o site da Arena Castelão, os projetos de sustentabilidade da Arena Castelão

podem ser divididos em cinco tópicos: sítios sustentáveis, consumo eficiente de água, energia

e atmosfera, materiais e recursos, qualidade do ar interno. 59

Sítios Sustentáveis

Pode ser dividido em três medidas: 59

1ª Medida: Ações de prevenção da poluição causada pela obra

Proteção das bocas de lobo para reter os detritos e não obstruir a tubulação da rede

pluvial municipal.

Utilização de bacias de decantação (caixa de coleta) para retenção dos efluentes da

água da chuva por um maior período de tempo, permitindo a homogeneização da

fase líquida e a remoção de alguns compostos por decantação.

Uso de lava-rodas localizado na saída da obra, evitando que os sedimentos presos

nas rodas dos caminhões sujem as vias públicas.

Boa fixação no solo dos tapumes, contribuindo para manter os sedimentos dentro do

perímetro da obra.

Aspersão de água com carros pipa, diminuindo a poeira em suspensão na obra,

melhorando a qualidade do ar.

Local de lava-bicas para os caminhões betoneiras a fim de evitar contaminação do

solo pela água resultante da lavagem desses veículos.

2ª Medida: Estímulo ao transporte mais sustentável 59

5% das vagas serão demarcadas como vagas preferenciais para prática da carona

solidária, diminuindo a emissão de poluentes, estimulando pessoas que fariam o

mesmo trajeto separadamente a usar um único veículo.

5% das vagas demarcadas como vagas preferenciais para veículos de baixa emissão

de poluentes, como o Gás Natural Veicular (GNV), etanol e elétrico.

Instalação de local para guardar bicicletas para os funcionários do Estádio e da

Secretaria de Esportes, estimulando o uso deste transporte.

3ª Medida: Diminuição do efeito ilha de calor 59

Uso de coberturas e pisos claros, evitando ilhas de calor, melhorando o conforto

térmico no local.

___________________________

59 Disponível em: http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/sustentabilidade#leed02

64

Consumo eficiente de água

Medida: Preservação dos mananciais de água potável 59

Na Secretaria de Esporte foram instaladas descargas de duplo acionamento (com a

opção de descarga de 3 e 6l no mesmo componente), reduzindo o consumo de água.

Uso de torneiras de fechamento automático, diminuindo a possibilidade de

vazamentos e contribuindo para o uso racional da água potável no estádio.

Instalação do sistema de esgoto a vácuo na arena, com o objetivo de diminuir o

consumo de água, preservar dos mananciais e reduzir o volume de esgoto gerado. 60

Este sistema será explicado detalhadamente em um tópico a seguir.

Energia e Atmosfera

Medida: Melhor desempenho energético 59

Os sistemas de ar-condicionado (água gelada, splits eficientes e fluxo de refrigerante

variável - VRF) são de alta eficiência

A iluminação é feita com lâmpadas eficientes onde, além de menor consumo

energético, possuem maior vida útil, diminuindo a necessidade de produtos de

reposição ou de manutenção e quantidade de resíduos.

Automação para desligamento programado de ar-condicionado e iluminação de

algumas áreas.

Todos os sistemas de instalações serão comissionados com o objetivo de determinar

os padrões eficientes e garantir sua correta montagem e uso.

A estrutura possui revestimento termoacústico translúcido, proporcionando aos

torcedores uma sensação térmica mais agradável, pois não absorve calor, além de

permitir a circulação de ar dentro do estádio. O isolamento acústico melhora a

qualidade acústica da arena, permitindo melhor acompanhamento dos jogos pela

torcida e a transmissão dos jogos. 60

Materiais e Recursos

Medida: Preocupação com o ciclo de vida dos materiais usados59

Todos os materiais permanentes em madeira do projeto possuem o selo 100% FSC,

selo internacional e aprovado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal que

garante a origem de florestas de manejo.

Os resíduos são separados desde a sua geração em contêineres de coleta seletiva.

Tudo que pode ser reutilizado ou reciclado ajuda a garantir a meta de não enviar

para aterros sanitários ou industriais 75% dos resíduos gerados pela obra.

Reciclagem do material da demolição de parte do estádio foi feito dentro da própria

obra com uma recicladora de concreto. O material foi usado como sub-base do

estacionamento.

O aço encontrado no entulho das demolições é reciclado em siderúrgica.

Tratamento da água proveniente da lavagem dos pincéis para diminuição da

quantidade de resíduo perigoso.

Qualidade do Ar Interno

Medida: Gerenciamento do ar interno durante a construção 59

Proteção dos dutos durante a construção da obra para evitar o acúmulo de poeira que

seria jogado no ambiente após seu acionamento.

Uso de lixadeiras com aspirador para diminuir a quantidade de partículas suspensas

na construção.

Renovação do ar dos ambientes ocupados

Renovação de ar do ambiente é maximizada. Todos os projetos atendem às taxas de

vazão de ar externo seguindo a norma americana ASHRAE 62.1 e da brasileira

ANVISA.

Uso de materiais de baixa emissão.

_________________________________________________________________________________

60 Disponível em: <http://www.rheoset.com.br/CASTELAO-adota-medidas-de-SUSTENTABILIDADE-para-

obter-certificacao-LEED.--131-ver.html. Fonte Portal da Copa>

65

Uso de tintas, colas, selantes e pisos com baixos COVs (compostos orgânicos

voláteis), garantindo a qualidade do ar nos ambientes tanto durante sua aplicação

quanto ocupação.

Controle dos sistemas por parte dos usuários.

Em escritórios como a Secretaria de Esportes, a produtividade dos ocupantes é

melhorada quando o projeto provê controles de iluminação para pelo menos 90%

dos ocupantes ou em cada ambiente multiusuário. Além disso, pelo projeto, 50% dos

ocupantes têm controle individual sobre o conforto térmico de seus espaços,

podendo ajustar temperatura, velocidade do ar ou umidade.

Outro ponto interessante em relação à certificação LEED foi na instalação elétrica, em

relação ao dimensionamento dos condutores devido ao critério de queda de tensão. Segundo a

NBR 14039/2005 item 6.2.7, “a queda de tensão entre a origem de uma instalação e qualquer

ponto de utilização deve ser menor ou igual a 5%”. No entanto, a queda de tensão tolerável

pelos critérios da certificação LEED é de no máximo 2% do QGBT à carga objetivando dessa

forma a diminuição das perdas de energia no condutor (Pontes, 2013).

Ainda segundo Pontes (2013), como desvantagem desse critério, tem-se a dificuldade

de conectar o condutor ao disjuntor geral dos quadros e barramentos, pois os disjuntores tem

sua estrutura física projetada para receber um condutor com uma seção menor do que a

estabelecida seguindo o critério da certificação LEED. Portanto, faz-se necessária a adaptação

nos conectores, dificultando o trabalho do profissional que está executando o serviço.

Dada a grande tendência de a certificação LEED ser uma realidade nos próximos anos

em relação às novas construções e reformas, os fabricantes de condutores e disjuntores devem

se adaptar a esta nova realidade, dando opções aos consumidores destes produtos a

possibilidade de obter soluções adequadas a estes tipos de empreendimento.

5.6 Projetos de Engenharia na Arena Castelão

São vários os projetos relacionados às obras na Arena Castelão. O Consórcio SERT

Engenharia e Normatel Engenharia foi o responsável pela execução de cinco projetos:

Detecção e Alarme (DET), Instalações de Combate ao Incêndio (CBI), Instalações

Hidrossanitárias (HID), Instalações de Drenagem (DRE), e Instalações de Gás (ISG).

Neste tópico, será feita uma análise dos projetos Detecção e Alarme (DET),

Instalações de Combate ao Incêndio (CBI), Instalações Hidrossanitárias (HID) e Instalações

de Drenagem (DRE). Também será feita uma análise do projeto de Drenagem do campo e do

Sistema de Fornecimento de Energia Elétrica da Arena Castelão e suas instalações de Média

Tensão, que apresentam diversas características interessantes e peculiares, devido ao fato da

Arena Castelão ser considerada uma carga critica.

66

5.6.1 Detecção e Alarme (DET)

O projeto de Detecção e Alarme tem como objetivo proteger as pessoas e a

propriedade de possíveis focos de incêndio através da detecção de fumaça ou elevação de

temperatura. Os circuitos têm como periféricos os detectores, que podem ser observados nas

figuras C1 e C2 do anexo C. Estes detectores são classificados em dois tipos: os vermelhos

são detectores de fumaça e os amarelos são detectores de temperatura ou térmicos.

Existem dois tipos de detectores de fumaça: o detector fotoelétrico e o iônico. O

detector fotoelétrico mede variações em um feixe de luz devido à fumaça. Já o iônico é mais

comum em casas e edifícios, devido ao menor custo e maior sensibilidade à fumaça. Ele usa

um material radioativo, o Amerício-241, que emite partículas alfa que ionizam os átomos do

ar. Ao entrar no aparelho, a fumaça atrapalha a ionização e o circuito eletrônico detecta esta

queda na corrente e aciona o alarme. 61

Os detectores térmicos são classificados em dois tipos: os termovelocimétricos e os de

temperatura fixa. Os detectores termovelocimétricos detectam a velocidade em que a

temperatura aumenta, através do elemento pneumático que reage diante de uma mudança

rápida na temperatura.

Quando isto ocorre, o ar contido no diafragma se expande rapidamente dentro da

câmara selada e escapa através de uma abertura calibrada e os contatos elétricos se tocam

fechando circuito. Já os de temperatura fixa reagem ao calor de ajuste de uma determinada

temperatura. O elemento é construído com uma liga de fusão que se funde quando se atinge

uma determinada temperatura.62

O projeto também conta com os acionadores manuais, que devem estar situados:

Em todas as rotas de escape e em todas as saídas da edificação, em locais claros,

evidentes e de fácil visualização.

Na saída dos pisos para as escadarias (2Y Sistema de Segurança. Sistemas de

Detecção de Alarme e Incêndio).

O acionador manual, localizado próximo as escadas do Setor 4 Nível 3, que fornece

acesso às arquibancadas, e de uma caixa de incêndio, pode ser visualizado na Figura C3 do

________________________

61 http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funcionam-os-detectores-de-fumaca

62 Disponível em: <http://www.consultoriaeanalise.com/2009/06/detetores-termovelocimetricos.html>

67

Anexo C.

Após a instalação dos cabos, detectores, acionadores e da central geral que vai

gerenciar o sistema de detecção, deve-se proceder com um mapeamento de todos os

detectores, de forma que a central de comando, ao detectar algum foco de fumaça ou elevação

de temperatura, ative o sistema de alarme e informe ao operador qual a dependência do

estádio ocorreu o evento, proporcionando tempo suficiente para a mitigação do problema.

Esta funcionalidade é extremamente importante, dada a grande extensão do empreendimento

Arena Castelão.

5.6.2 Instalações de Combate ao Incêndio (CBI)

O sistema de combate ao incêndio, responsável por bombear a água destinada a

mitigar possíveis incêndios dentro do estádio, está localizado no Setor 4 Nível 1 Pilar 1200.

Neste mesmo local estão localizados os reservatórios e o sistema de bombeamento da água

fria, que serão explicados num tópico a seguir. Cada reservatório possui um volume de

350m3. As figuras D1 e D2 do Anexo D mostram o sistema de Combate ao Incêndio.

O sistema possui alta confiabilidade, pois é composto por três conjuntos motor-bomba,

responsáveis por bombear a água: um elétrica (Jockey) de 2cv, um elétrico de 30cv e um a

diesel de 45cv. Em caso de necessidade da utilização do sistema, o motor elétrico de 2cv é

responsável por bombear a água quando a pressão nas tubulações estão na faixa entre 5,5 e

6,0 bar. Abaixo de 5,5 bar, entra o segundo motor elétrico de 30cv que irá atuar numa faixa de

pressão de 4,0 a 5,5 bar. Em caso de grande contigência, em que a pressão esteja abaixo de

4,0 bar, entra o motor a diesel. A detecção dos valores de pressão é realizadas através de

pressostatos.

Todo projeto de Combate de Incêndio deve ser analisado pelo Corpo de Bombeiros de

forma que atenda a todos os requisitos exigidos por norma, a fim garantir a segurança das

pessoas e do empreendimento em caso de incêndio.

5.6.3 Instalações Hidrossanitárias (HID)

As instalações hidrossanitárias podem ser divididas em três grupos: hidráulica (água

quente e água fria), esgoto comum e esgoto à vácuo. Neste tópico serão feitas algumas

considerações a respeito das instalações de água fria, e do sistema de esgoto a vácuo da Arena

Castelão. As figuras relativas ao sistema de fornecimento de água fria se encontram no Anexo

E. Já as figuras relativas ao funcionamento da central de esgoto à vácuo estão no Anexo F.

68

5.6.3.1 Instalações hidráulicas de água fria

As instalações hidráulicas de água fria e água quente da Arena Castelão utilizam

tubulações em Polipropileno Copolímero Random (PPR)63

. O PPR é uma resina de última

geração, resistente a temperaturas elevadas, é atóxica, proporciona menor perda de carga,

possui baixa condutividade térmica conservando a temperatura da água transportada por mais

tempo, e possui uma vida útil de mais de 50 anos sem apresentar qualquer tipo de corrosão ou

perfuração das tubulações.64

A união entre as conexões é realizada através de um processo chamado termofusão.

Neste processo, tubos e conexões se fundem molecularmente a 260°C, formando uma

tubulação contínua, dispensando o uso de solda, colas e roscas, além de diminui o tempo de

execução do projeto e tornar o sistema seguro.64

A arena é alimentada através de bombas localizadas na casa de máquinas (Setor 4,

Nível 1 P. 1200). Após a instalação dos mesmos, foi necessária a realização de testes

hidrostáticos em todas as tubulações do Castelão. O teste consiste em injetar água na rede

com uma pequena bomba manual, à uma pressão de 1,5 vezes a pressão de trabalho da

instalação, conforme a Figura E1 do Anexo E. Na arena, a pressão de trabalho é de 4 kgf/cm2,

então injetou-se na rede uma pressão de 6kgf/cm2.

Verifica-se, através de um manômetro, após 24 horas, se a pressão manteve-se

constante. Se a pressão não baixar, a instalação da tubulação está aprovada e apta para a

utilização. Caso a pressão baixe, deve-se investigar quais as possíveis causas. Estes testes tem

por finalidade detectar possíveis falhas e vazamentos nas instalação, antes que ela seja

pressurizada pelas bombas da casa de máquinas.

Assim como no sistema de combate ao incêndio, o sistema de recalque e controle de

água fria também está localizado no Setor 4 Nível 1 Pilar 1200. Na figura E2 do Anexo E,

tem-se uma visualização geral do sistema.

Na figura E3 do Anexo E, tem-se o sistema de controle da água fria. É utilizado um

sistema inteligente, que gerencia a pressão de água injetada nas tubulações, acionando as

bombas à medida que aumenta o consumo de água na arena. Por exemplo: num determinado

________________________

63 Disponível em: <http://www.amanco.com.br/Default.aspx/tp_ppr>

64 Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=27&Cod=91>

69

momento em que o consumo está baixo, o sistema aciona somente uma bomba. Caso haja

aumento do consumo de água, o sistema detecta este aumento através da diminuição da

pressão e aciona outra bomba. Caso haja um alto consumo de água, o sistema aciona a terceira

bomba.

A relação Potência Atual / Potência Nominal, dada em porcentagem pode ser

visualizada através da Interface Homem-Máquina (IHM), mostrada na Figura E4 do Anexo E.

No instante, o sistema estava sendo testado, e o Set Point (SP) foi ajustado para 2.0 bar (1.0

bar corresponde a 1,0197 kgf/cm²). A pressão de trabalho da arena em funcionamento é de

4.0kgf/cm².

O Present Value (PV) estava em 2.1 bar, mostrando que o sistema fornece uma boa

margem de confiabilidade ao usuário. Como ainda estava no período de obras, não havia um

alto consumo de água nas dependências da arena, logo a relação Potência Atual / Potência

Nominal (%) era de 0%, ou seja, as bombas estavam paradas, pois a pressão estava

praticamente constante.

A Figura E4 mostra também que a Bomba 3 não estava em funcionamento, pois estava

passando por reparos na válvula de retenção, mostrada na Figura E5 do Anexo F. A válvula é

um dispositivo simples que, através de um mola, permite que a água tenha seu fluxo apenas

num único sentido (funcionamento análogo ao diodo elétrico).

Na Figura E4 do Anexo E, tem-se a montante do sistema de bombas uma pressão de

0,4 bar. Esta pressão depende da quantidade de água no reservatório. A jusante do sistema de

bombas tem-se a pressão de Set Point de 2.0 bar, que foi ajustada pelo operador.

Além dos ajustes de parâmetros de pressão, a Interface Homem Máquina também

oferece ao operador uma opção do menu chamada Alarme, que possui um histórico com o

registro das operações realizadas no sistema e outros eventos, fornecendo data e hora do

evento ocorrido e da resolução do mesmo, conforme pode ser observado na Figura E6 do

Anexo E.

5.6.3.2 Sistema de Esgoto à Vácuo

Uma alternativa bastante vantajosa, principalmente quando aplicada a edificações que

possuem elevada concentração de pessoas, é utilizar bacias sanitárias a vácuo. Os sanitários a

vácuo são utilizados principalmente em aviões onde o custo da água transportada é

70

particularmente elevado e também em instalações experimentais para o uso eficiente da água.

São também utilizados em trens e navios (Oliveira, 2004).

O funcionamento das bacias sanitárias é bastante simples: a bacia sanitária mantém

uma quantidade de água e, logo atrás, o cano do vaso sanitário que leva os dejetos faz uma

curva para cima e outra para baixo (sifão) e em seguida vai para o esgoto. Nessa curva uma

quantidade de água fica acumulada. Quando a descarga é acionada, a água é liberada. Nos

modelos mais comuns, a quantidade de água varia entre 6 e 8 litros por descarga. Com a força

desta, a água depositada e seus dejetos são levados pelo cano, até a água ficar novamente

estancada. 65

Um sistema de descarga tradicional atual consome bastante água por descarga,

representando uma grande parcela do consumo de água usada residencial e comercialmente.

Os modelos mais antigos consomem em média de 12 a 15 litros de água por descarga. 65

Em 2003 um acordo entre os fabricantes de vasos sanitários brasileiros permitiu que

um novo modelo com caixa acoplada fosse adotado. Este modelo possui consome cerca de 6l

por descarga, normatizado pela NBR 15.097/04, permitindo uma melhor economia de água. 65

Existem ainda os modelos de bacias sanitários ainda mais econômicos em relação ao

consumo de água, como os vasos sanitários de descarga dupla (3l para líquidos e 6l para

sólidos). 65

O sistema de esgoto a vácuo consome um volume reduzido de água (cerca de 1,2l por

descarga). Sendo a água um recurso natural que está se tornando um bem cada vez mais

escasso, o sistema vem sendo utilizado em vários locais, mostrando-se eficiente na

diminuição do consumo de água. Na obra da Arena Castelão, foi utilizado o sistema de esgoto

à vácuo, também como um dos requisitos de sustentabilidade.

A central de esgoto a vácuo é responsável por injetar uma pressão negativa na

tubulação de forma a realizar uma sucção dos resíduos sólidos vindos de uma bacia sanitária

especial, que conta com um sistema pneumático mostrado na Figura F1 do Anexo F.

O sistema da bacia sanitária proporciona uma pressão na água de 200 a 700kPA, um

tempo de descarga de dois segundos e um consumo de água de cerca de um litro.66

________________________

65 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaso_sanit%C3%A1rio

66 http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx

71

Os resíduos vão até a central através de uma tubulação de cloreto de polivinila

soldável (PVC soldável) e chegam ao barrilete, passando por um triturador para em seguida ir

para a rede de esgoto. A central a vácuo, bem como o sentido do fluxo dos resíduos, estão

mostrados nas Figuras F2 e F3 do Anexo F. A potência de cada motor da central é de 5,5kW

(7,5cv). O sistema conta com um cabine de controle que possui um sensor para alarme caso a

pressão de vácuo esteja abaixo dos limites estabelecidos, conforme pode-se observar na

Figura F2 e F7 do Anexo F.

O projeto do local de instalação da unidade da central à vácuo proporciona espaço

suficiente para inspeção e manutenção. Cada bomba possui amortecedores de vibração

(Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System).

A bomba está localizada na saída da tubulação para evitar perdas. A altura da

tubulação de saída deve ser mantida a menos de 2 metros de altura, porque um aumento da

altura da tubulação de saída implica na redução da capacidade da bomba gerar o vácuo

(Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System).

Bombas hidráulicas devem passar pelo processo de escorvamento. Este processo

consiste em eliminar o ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção

preenchendo todo o interior da bomba e da tubulação de sucção com o fluído a ser bombeado,

antes do acionamento. As bombas de líquidos e de misturas de líquidos e sólidos podem

perder escorva, devido à entrada de ar no interior da bomba ou da tubulação de sucção, sendo

necessário realizar o processo novamente. 67

5.6.4 Drenagem de Águas Pluviais (DRE)

O objetivo das instalações de drenagem na Arena Castelão é captar a água da chuva e

conduzi-la a um reservatório, para posterior utilização na irrigação do campo. A água é

captada na cobertura através de captadores especiais, e conduzida até o nível 1 da arena

através da tubulação de ferro fundido e armazenada em grandes reservatórios. Esse projeto faz

parte do conceito de sustentabilidade, visando atender as regras para a obtenção da

certificação LEED.

________________________

67 http://pt.scribd.com/doc/19196611/Escorva-de-Bomba-Hidraulica

68 Disponível em:

<http://www.portal2014.org.br/noticias/10650/INICIADA+A+CONSTRUCAO+DE+RESERVATORIOS+DE+

AGUA+DO+ESTADIO+DE+BRASILIA.html>

72

Os sistemas tradicionais de drenagem de águas pluviais necessitam de várias colunas e

declividade, causando dificuldades arquitetônicas, e utilizam tubos de diâmetro elevado. A

drenagem de água destes sistemas é mais lenta e, em situações de chuvas fortes, podem causar

transbordamento e colapso nas tubulações, conforme pode ser visto na Figura G1 do Anexo G

(EPAMS - Guia Técnico).

Outra característica dos sistemas tradicionais é a presença de ar nas tubulações (cerca

de 35 litros de ar para cada litro de água escoada em uma tubulação de 100mm de diâmetro),

causando o efeito vórtice, como pode-se observar na Figura G2 do Anexo G. Este efeito é

caracterizado pela formação de uma rodamoinho, segundo o Princípio de Coriolis (EPAMS -

Guia Técnico). Segundo Nadais, este princípio diz que: “um corpo em movimento dentro de

um sistema em rotação sofre um desvio lateral causado pelo movimento rotacional. A essa

força deu-se o nome de Força Coriolis”.

O sistema de drenagem de águas pluviais utilizado na Arena Castelão utiliza pressão

negativa, impedindo que o ar entre na tubulação, devido a um sistema especial de captadores

anti-vórtice, mostrado na Figura G3 do Anexo G. O sistema anti-vórtice proporciona o

enchimento total dos tubos, gerando uma pressão negativa e consequentemente um efeito de

sucção, fazendo com que a tubulação funcione a seção plena. O funcionamento segue o

Teorema de Bernoulli, que considera as variações de pressão da água durante o escoamento

entre dois pontos. (EPAMS - Guia Técnico).

Na tabela 15, tem-se a comparação entre o sistema convencional e o sistema utilizado

na Arena castelão. Para um mesmo índice pluviométrico e superfície de telhado, reduz-se

sensivelmente os diâmetros, colunas e trechos de tubulação. As principais vantagens deste

sistema são:

Diâmetro reduzido dos tubos, proporcionando liberdade arquitetônica.

Instalação fácil e rápida.

Redução em até 80% do número de colunas.

Instalação totalmente sem declividade.

Drenagem rápida e eficiente.

73

Tabela 15. Comparação entre sistemas de drenagem de águas pluviais.

DN (Coluna)

Convencional EPAMS

Índice

Pluviométrico

(mm/h)

Área

Drenada

(m²)

Vazão

(l/s)

Área

Drenada

(m²)

Vazão

(l/s)

100 180 80 4 1000 50

125 180 170 8,5 1500 75

150 180 230 11,5 2000 100

Fonte: EPAMS (Guia Técnico)

Antes de chegar ao reservatório, a água passa por um filtro, conforme o esquema

mostrado na Figura G5 e G6 do Anexo H. Este equipamento realiza uma filtragem simples da

água da chuva, e atende as exigências da norma NBR 15527 (Água de chuva -

Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis). A Figura G7 do

Anexo H mostra os filtros, juntamente com o reservatório e sistema que fará o recalque da

água até o campo.

5.6.5 Drenagem Superficial do gramado

A água utilizada para irrigação do gramado vem do sistema de drenagem das águas

pluviais. O projeto, que foi implementado para atender alguns dos requisitos da certificação

LEED, tem como objetivo a economia de água.

O funcionamento simplificado do sistema ocorre da seguinte forma: o escoamento da

água através de tubos com furos evita que o solo fique encharcado, melhorando as condições

de jogo e a conservação do gramado. Os campos profissionais de futebol de boa qualidade,

como é o caso, por exemplo, dos gramados de alguns clubes europeus, possuem sistemas de

drenagem como mostrado na Figura H1 do Anexo H. Existem diversas topologias e sistemas

de drenagem de gramados. A maioria dos estádios utiliza as tubulações em formato de

espinha de peixe. 69

O formato utilizado na Arena Castelão pode ser visto na Figura H2 do Anexo H. A

grama está sobre uma camada de aproximadamente 60 cm de terra com alto teor de areia ou

uma mistura de areia e matéria orgânica. Essa camada permite o desenvolvimento da grama e

o bom escoamento da água.

________________________

69 http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp

74

Abaixo dela, há uma camada de areia grossa com cerca de 30 cm e uma camada de

brita com mais de 50 cm, onde são abertas valas e são enterrados os tubos. A drenagem é feita

superficialmente devido ao nivelamento do campo, onde se recomenda um pequeno declive

de aproximadamente 1% no gramado, cujo ponto mais alto é o centro do campo.69

Um projeto de drenagem bem dimensionado tem um compromisso entre garantir um

bom número de vezes em que o campo vai ser utilizado com boas condições, e os custos

envolvidos no projeto. O dimensionamento do sistema de drenagem tem como variáveis

algumas características: permeabilidade e condutividade de água do solo base; a forma de

plantio da grama e os índices pluviométricos da região (intensidade, duração e assiduidade); a

forma de uso do gramado (jogos ou treinos) e a frequência. 69

O bom desempenho da drenagem depende, entre outros fatores, da aeração. Este

processo é uma prática de manutenção que beneficia o gramado. A aeração é feita com

máquinas ou ferramentas que perfuram o solo e o mantém descompactado, permitindo a boa

condutividade de água da camada inferior à grama. 69

5.6.6 Instalações de Média Tensão da Arena Castelão

Os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo não podem ser

interrompidos, em hipótese alguma, devido a interrupções no fornecimento de energia

elétrica. A FIFA estabelece multas pesadas em relação a este tipo de falta, sendo necessária a

utilização de um sistema de fornecimento de energia elétrica extremamente confiável.

A Arena Castelão é, portanto, considerada uma carga crítica, e conta com um esquema

de fornecimento de energia elétrica de alta confiabilidade, que tem como objetivo atender as

exigências da FIFA. Dentre as doze arenas que irão receber os jogos da Copa das

Confederações e da Copa do Mundo, a arena de Fortaleza é a única que utiliza a topologia,

mostrada na Figura 5.

Neste tópico, serão apresentados os aspectos principais do funcionamento do sistema

de fornecimento de energia elétrica da Arena Castelão. O objetivo do projeto é distribuir as

subestações pela grande área do empreendimento, localizando-as o mais próximo possível dos

grupos de cargas, através de uma rede de distribuição em média tensão (13,8kV). Através

deste procedimento é possível obter seções de condutores mais baixas e também menores

quedas de tensão (Pontes, 2013).

75

Figura 5. Diagrama Unifilar Simplificado da Arena Castelão.

Fonte: Pontes, 2013.

A arena é atendida por duas subestações da Coelce: Mondubim e Dias Macedo, que

são atendidas pelas hidroelétricas de Paulo Afonso (Companhia Hidroelétrica do São

Francisco - CHESF) e Tucuruí (Centrais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte). Na Figura

6, pode-se visualizar as linhas provenientes destas duas usinas.

Os dois alimentadores se encontram no ponto de ligação da Coelce, onde uma chave

de transferência automática é utilizada para selecionar uma das duas linhas. Essas linhas são

exclusivas para a Arena Castelão, não havendo derivações durante o percurso. O

fornecimento de energia poderia vir de qualquer fonte de geração (poderia ser uma

hidroelétrica e outra termoelétrica, por exemplo), mas, por questões de viabilidade técnica,

foram escolhidas estas duas fontes.

A potência instalada na arena é de 9,0MVA. As cargas são classificadas em três tipos:

Normal (N), Normal/Emergência (NE) e Essenciais (E). Esta cargas são distribuídas pela

arena através de três painéis de Média Tensão (13,8kV) para cada categoria de carga. Cada

76

painel possui seus relés e disjuntores de média tensão. O painel da Subestação 1 é mostrado

na Figura I1 do Anexo I.

Figura 6. Alimentação das subestações da COELCE de Paulo Afonso e Tucuruí.

Fonte: Operador Nacional do Sistema – ONS.

Disponível em: < http://www.ons.org.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx>

As cargas classificadas como “Normal” são atendidas somente pela COELCE. As

cargas classificadas como “Normal / Emergência” tem a Coelce como atendimento prioritário

e os gerador de stand-by. As cargas classificadas como “Essenciais” tem os geradores como

prioritários e a Coelce como stand-by.

Todos os transformadores são a seco e estão abrigados, e as subestações atendem à

todos os critérios exigidos por norma como placas de advertência, iluminação de emergência

(blocos autônomos com autonomia de 2h), extintores de incêndio, ventilação natural e tela

metálica para proteção contra agentes externos. A subestação 1 é composta de três ambientes:

transformadores elevadores, geradores e painéis de média tensão (Pontes, 2013).

A geração é em 220/380V, utilizando como fonte de geração o gás natural, sendo

necessária uma subestação elevadora de 220/380V para 13,8kV. Existem ainda quatro

subestações abaixadoras.

As subestações terão as seguintes características (Pontes, 2013):

77

- Subestação 1 - SE-01 - Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação principal, de

entrada e distribuição em 13,8 kV para as demais subestações, onde estão instalados os grupos

geradores, os painéis de média tensão (PMT 1,PMT 2, PMT3), de onde sairão os

alimentadores das outras subestações. A SE-01 não alimenta diretamente nenhuma carga em

baixa tensão.

- Subestação 2 - SE-02 2500 kVA – Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação

abaixadora 13.800-380/220 V, próxima à Central de água gelada, atenderá às cargas desta

central, reservatórios e bombas hidráulicas, bombas de combate a incêndio, elevadores do

estacionamento, dentre outras, além de atender às cargas de iluminação e força do

estacionamento e praça, no lado oeste do Estádio, nos níveis N1 e N2. Possui com três

transformadores, dois 1000 kVA e um de 500kVA.

- Subestação 3 - SE-03 1050 kVA – Localização: Nível 1 do Setor 4. Subestação

abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no lado leste do Estádio, e que atende às seguintes

cargas: iluminação e força do estacionamento e praça, no lado leste do Estádio, nos níveis N1

e N2, centrais de esgoto a vácuo, elevadores do estacionamento, etc. Possui dois

transformadores de 750 kVA e 300 kVA.

- Subestação 4 - SE-04 2250 kVA – Localização: Nível 3 do Setor 4. Subestação

abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no nível N3, na parte norte do Estádio, e que

atenderá às seguintes cargas da parte norte do Estádio: iluminação de fachada, iluminação do

campo, restaurante, quiosques, salas técnicas, demais cargas de iluminação e força. Possui três

transformadores elevadores de 1000 kVA, 750 kVA e 500 kVA.

- Subestação 5 - SE-05 3250 kVA – Localização: Nível 3 do Setor 4. Subestação

abaixadora 13.800-380/220 V, localizada no nível N3, na parte sul do Estádio, e que atenderá

às seguintes cargas da parte sul do Estádio: iluminação de fachada (previsão), iluminação do

campo, prédio FIFA (Setor 3), quiosques, salas técnicas, demais cargas de iluminação e força.

Possui três transformadores de 1500kVA, 1000 kVA e 750 kVA.

As cargas essenciais são os refletores para iluminação do campo (332 refletores de

2kW cada) e o placar. No total, são cinco geradores a gás de 330 KW. Na Figura I2 do Anexo

I, são mostrados alguns dos geradores. Estes podem ser utilizados não só em situações de falta

como também durante o horário de ponta, já que o preço do gás é inferior ao da tarifa paga em

neste horário.

78

O gás será fornecido pela Companhia de Gás do Ceará (Cegás), através de uma central

que fica externa ao estádio na Rua do Contorno, onde o gás chega através de uma tubulação

de cobre a um registro geral que alimenta as válvulas de controle de cada gerador. O uso do

gás é mais interessante pois evita o armazenamento de óleo diesel dentro da arena, o que pode

ser perigioso (Pontes, 2013).

Diferente dos projetos de geradores convencionais que permitem o paralelismo por um

período limitado, o projeto da Arena Castelão foi implementado de forma que é permitido

paralelismo entre COELCE e geradores por um longo período de tempo (paralelismo

estendido). A arena poderá ainda utilizar um gerador de 450 KW a diesel, caso julgue

necessário.70

O controle e comando de operação dos grupos geradores são feitos pelo Quadro de

Transferência Automática que está interligado aos painéis de média tensão e atuará inserindo

e retirando os geradores na rede interna (Pontes, 2013).

Segundo Pontes (2013), o sincronismo entre geração e a concessionária é realizado

através de um controlador microprocessado (Deep Sea 8610) que é instalado junto ao painel

de força do grupo gerador. Além disso, ele supervisiona, protege os grupos geradores e todo o

sistema de geração, e realiza uma transferência de carga rápida.

Ainda segundo Pontes (2013), o paralelismo estendido funciona da seguinte forma: os

três grupos geradores (dois a gás e um a diesel) com uma potencia total de 1030 kVA

assumirão 90% da carga essencial. Os outros 10% serão supridos pela concessionária e assim

as duas fontes operarão em paralelismo durante o período de duração do jogo. A supervisão

desse funcionamento será feito pelo Quadro de Transferência Automática e os controladores

Deep Sea vão manter o sincronismo durante todo o tempo de paralelismo.

Esta característica de projeto é bastante peculiar, já que por norma o tempo de

paralelismo é bastante reduzido devido ao níveis de curto circuito aumentarem bastante com

mais de uma fonte de geração, tornando-se perigoso tanto para a instalação do cliente como

para a concessionária. Projeto semelhante foi realizado nas obras do Porto do Pecém

(Pontes,2013).

_________________________

70 Disponível em: http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/

79

Segundo Pontes (2013), no trecho entre o secundário do transformador até os quadros

gerais de distribuição (dez quadros ao todo), foram utilizados barramentos blindados de

alumínio (busway), devido aos elevados valores de corrente nestes trechos. Caso não fossem

utilizados, seriam necessários condutores de seção bastante elevada, além da utilização de

mais de um condutor por fase.

O sistema de proteção é formado por disjuntores de média tensão à vácuo, além dos

outros componentes como elos fusíveis, chaves seccionadoras, para-raios, todos instalados de

forma a cumprir as exigências das normas vigentes. Os relés de proteção, REF 610 da ABB,

contam com as funções 50/51 fase e neutro exigidos por norma, além das funções 46

(sequência negativa),47 (sequência de fase de tensão), 27 (subtensão), 67 (direcional de

corrente de fase), 67N, 32 (direcional de potência), 27(subtensão), 59 (sobretensão), 59N

(sobretensão de sequencia zero), 81L (subfrequência), 82H (sobrefrequência) (Pontes,2013).

5.7 Conclusão

As obras na Arena Castelão sem dúvida entraram para a história do estado do Ceará,

não só pelo momento pelo qual o país e a cidade de Fortaleza estão passando, devido ao fato

de sediar o maior evento esportivo mundial, como também pelo fato de ter sido considerada

um empreendimento bem sucedido.

Além de ter sido o primeiro estádio no Brasil a ser inaugurado, a Arena Castelão

também se orgulha de estar dente os estádios mais modernos do Brasil e do Mundo, com um

volume de capital necessário para realizar este feito relativamente baixo em relação a outros

empreendimentos.

Trata-se de uma obra especial, que contou com o empenho, dedicação, e trabalho

árduo de milhares de pessoas. Diversas empresas, regionais, nacionais e internacionais, se

envolveram de forma que o empreendimento pudesse ser concluído no prazo estipulado.

A obra contou com diversos aspectos interessantes. Devido ao fato de ser bastante

atípica, e também da necessidade de atender a padrões internacionais de qualidade, a

quantidade de recursos tecnológicos foi bastante intensa.

No próximo capítulo serão feitas as conclusões e considerações finais a respeito de

todo este texto, explanando de forma resumida os principais aspectos abordados, assim como

a opinião pessoal do autor em relação aos aspectos Econômicos e de Engenharia, e as

80

experiências e dificuldades como membro integrante da equipe responsável pela realização

deste grande empreendimento.

81

6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Copa do Mundo, do ponto de vista econômico, captará muitos recursos para as

cidades, implicando em grandes obras de infraestrutura. Estas obras tem potencial não só para

garantir o sucesso do evento, como também para proporcionar aos cidadãos que irão usufruí-

las, um maior bem-estar, segurança e qualidade de vida, durante e após o mundial.

Este legado a ser deixado é de fundamental importância, com certeza até mais

importante do que o próprio sucesso do evento, afinal, deve-se pensar, antes de tudo no bem-

estar da população e na possibilidade de realização dos projetos que antes não tinham

possibilidade de serem executados devido a fatores diversos.

No entanto, a Copa e suas consequências na economia não devem ser vistas como a

solução total dos problemas urbanos. O sucesso ou fracasso no mês vigente do mundial e após

a Copa depende da forma de gestão, operação e manutenção do legado deixado pelo evento.

Daí o cuidado e a responsabilidade por parte dos diversos órgãos, agentes e gestores que estão

direta e indiretamente envolvidos com o evento, em manter os benefícios durante várias

gerações futuras.

Todo cuidado deve-se ter também com os chamados “elefantes brancos”, termo dado

às grandes obras que tem sua estrutura aproveitada apenas durante o período do evento. Deve-

se haver um planejamento cuidadoso a fim de que todos os recursos investidos para o mundial

sejam aproveitados ao máximo nos anos posteriores. A Copa dura somente um mês, mas os

seus benefícios devem durar a vida inteira. O esforço investido neste período que antecede o

evento deve dar retorno não só aos envolvidos com o evento, mas também a toda a população

que participou direta ou indiretamente do processo.

Não há dúvidas de que realização da Copa do Mundo no Brasil é uma grande

oportunidade acelerar o crescimento. A exposição do país durante o mês do evento será muito

intensa, então deve-se aproveitar a oportunidade para mostrar ao mundo o potencial

econômico brasileiro.

Em relação aos aspectos de Engenharia utilizados nas obras de ampliação e

modernização da Arena Castelão, não há dúvidas de que foram utilizadas as melhores e mais

modernas soluções que há no mercado. A escolha destas soluções deve-se não só pelo fato da

82

necessidade de atender aos critérios da FIFA, como também para proporcionar conforto,

segurança e bem-estar a todos que irão utilizar as instalações disponíveis no estádio.

As obras na Arena Castelão entraram para a história do estado do Ceará. O momento

pelo qual o país e a cidade de Fortaleza estão passando, devido ao fato de sediar o maior

evento esportivo mundial, é bastante atrativo.

A obra foi considerada um empreendimento bem sucedido pelo fato de ter sido o

primeiro estádio no Brasil a ser inaugurado, e também passa a estar entre os estádios mais

modernos do Brasil e do Mundo, com um volume de capital necessário para realizar este feito

relativamente baixo em relação a outros empreendimentos.

Trata-se de uma obra especial, que contou com o empenho, dedicação, e trabalho

árduo de milhares de pessoas. Diversas empresas, regionais, nacionais e internacionais, se

envolveram de forma que o empreendimento pudesse ser concluído.

A mudança na Arena foi radical, proporcionando conforto, segurança e bem estar aos

espectadores que terão a oportunidade de visitá-la. Aspectos que antes não eram

contemplados serão agora proporcionados aos visitantes, como diversas opções de lazer,

banheiros limpos e modernos, cadeiras confortáveis, dentre outros recursos.

As obras contaram com diversos aspectos interessantes. Devido ao fato de ser uma

obra bastante atípica, e também da necessidade de atender a padrões internacionais de

qualidade, a quantidade de recursos tecnológicos foi bastante intensa.

Os padrões de qualidade exigidos pela ISO 9001 tornavam os serviços bastante rígidos

e de alta qualidade, impondo organização e sistematizando o processo. Isto foi extremamente

necessário, pois, dada a grande magnitude da obra e o número elevado de empresas e pessoas

envolvidas na execução dos diversos projetos, além da necessidade da realização de serviços

com qualidade e rapidez, justificaram o rigor da norma. Com certeza, ela foi necessária,

dando mais organização e tornando os procedimentos mais metódicos.

Também enfatiza-se a Certificação LEED, que tem potencial para ser uma certificação

utilizada mundialmente, dada a tendência natural dos projetos de Engenharia estarem aliados

ao conceito de sustentabilidade, tão difundido nos últimos anos. A necessidade pela

diminuição dos impactos ambientais provocados pela construção e reformas de

empreendimentos será uma constante nos próximos anos.

83

Em relação aos projetos executados pelo Consórcio SERT Engenharia e Normatel

Engenharia, pode-se dizer que foram implementados com bastante esforço e empenho por

parte de ambas as empresas. Não foram medidos esforços para obter as melhores soluções, de

forma a realizar os serviços com qualidade, eficiência e rapidez, apesar dos diversos

empecilhos, curto prazo para encontrar as soluções mais adequadas e dificuldades diversas,

que não normais dada a magnitude da obra.

Os pontos críticos e dificuldades para executar os projetos podem ser divididas em

dois aspectos: dificuldades técnicas e de gestão. A primeira se deve ao fato da Arena Castelão

ser uma obra atípica, onde mesmo profissionais com vários anos de experiência se deparam

com desafios nunca antes encontrados. Alguns dizem que as obras na Arena “são várias obras

dentro de uma obra”, se comparadas às obras tradicionais, onde segue-se um padrão e as

dificuldades são relativamente menores.

Outro ponto relacionado às dificuldades técnicas é questão dos materiais, alguns deles

bastante específicos e de alta qualidade, difíceis de serem encontrados no mercado e a um

preço acessível. Isto tornava muitas vezes a execução dos serviços mais lenta do que o

esperado, quebrando o planejamento feito anteriormente. Alguns dos serviços, depois de

executados, também precisavam ser muitas vezes refeitos e reavaliados, devido à instalação

executada de maneira ineficiente, ou pelo fato de terceiros terem danificado o equipamento,

dada o grande volume de pessoas que circulavam pela Arena.

Além disso, por ser uma obra bastante dinâmica, os projetos eram constantemente

revisados, alguns deles até mesmo depois de terem sido executados, havendo a necessidade de

inúmeros serviços serem executados duas ou mais vezes.

Outra questão é a dificuldade na compatibilização com outros projetos e comunicação

com as várias empresas. Em obras tradicionais, o que normalmente acontece é haver somente

algumas empresas envolvidas na obra e cada uma fica responsável por uma quantidade de

projetos mais elevada.

Como a Arena precisava ser reformada em um curto espaço de tempo e a quantidade

de serviços era bastante volumosa, optou-se por uma divisão específica dos projetos (uma

empresa é responsável pelos projetos hidráulicos, outra pela parte de alta tensão, outra pela

parte de baixa tensão, etc). Isto muitas vezes gerava divergências e dificuldades de

compatibilização, que muitas vezes deveriam ser resolvidas da melhor maneira e em tempo

84

hábil, desafiando constantemente a capacidade de interdisciplinaridade dos Engenheiros. Isto

mostra que o mercado exige cada vez mais profissionais que possuam conhecimentos não só

da área a qual ele obteve formação, mas também de diversas outra áreas, além da capacidade

de gestão e administração de recursos, capital e de pessoas.

Em relação às dificuldades de gestão, podem-se citar a dificuldade em gestão de

pessoas. Como exemplo ilustrativo, pode-se citar o Consórcio SERT Engenharia e Normatel,

que durante as obras teve em torno de 100 funcionários em campo e dois Engenheiros. Este é

um número incomum, dado que em obras tradicionais este número é normalmente de cinco a

dez vezes menor e somente um Engenheiro é responsável pela execução dos serviços.

Então, isto exigia dos Engenheiros, Encarregados, Técnicos e Estagiários, uma

capacidade maior de motivar os trabalhadores na execução rápida e eficiente dos serviços, já

que a comunicação torna-se mais difícil com um número mais elevado de profissionais

envolvidos. Faziam-se necessárias constantes reuniões, necessidade de remanejamento de

equipe e novos planejamentos, a fim de se buscar constantemente um ponto ótimo para

aumento da eficácia das equipes. Sem dúvida, a parte de gestão foi mais complexa do que a

área técnica.

Além disso, surgiam situações diversas como problemas de saúde, devido a natureza,

algumas vezes, insalubre a qual todos na obra estavam expostos em algumas situações,

mesmo com todo o cuidado e a incessante conscientização por parte do profissionais de

Segurança do Trabalho para mitigar os acidentes de trabalho que por ventura poderiam

ocorrer a qualquer momento durante a obra.

De maneira geral, pode-se dizer que o empreendimento Arena Castelão foi um marco

na história do estado do Ceará e na vida de diversos profissionais envolvidos na sua

construção, sendo uma experiência única que com certeza será lembrada por vários anos na

vida de milhares de pessoas, assim como o evento Copa do Mundo.

REFERÊNCIAS

BARCLAY, J. Predicting the costs and benefits of mega-sporting events: misjudgement

of olympic proportions? Economic Affairs, v. 29, n. 2, p. 62-66, jun. 2009.

CASADO, Marcos. Introdução à Sistemas de Certificação Ambiental – LEED, Processo

AQUA, Selo Azul, Procel Edifica. Universidade Cidade de São Paulo – UNICID.

COMITÊ ORGANIZADOR LOCAL (COL). Promovendo legado por meio da entrega da

Copa do Mundo FIFA. 2012.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSITCAS E ESTUDOS

SOCIOECONÔMICOS – DIEESE. Copa do Mundo 2014: Algumas considerações sobre a

realização do evento no Brasil. Nota Técnica Número 110. Maio de 2012.

DOMINGUES, Edson Paulo; BETERELLI JUNIOR, Admir Antonio; MAGALHÃES, Aline

Souza. Copa do Mundo 2014: Impactos Econômicos no Brasil, em Minas Gerais e Belo

Horizonte.

EPAMS. Drenagem de Águas Pluviais em Grandes Vazões. Guia Técnico. PAM – SAINT

GOBAIN.

GOLDEN GOAL SPORTS VENTURES LTDA (GOLDEN GOAL). Calculando o impacto

econômico de mega-eventos esportivos. 2010. Disponível em:

http://www.goldengoal.com.br.

GOMES, Isabela Motta. Manual sobre como elaborar um plano de marketing. Belo

Horizonte: SEBRAE/MG, 2005.

JETS VACUUM SANITARY SYSTEM. Instruction Manual – Project Fortaleza Castelão

Stadium.

KLAGSBRUNN, Victor Hugo. et al. Análise Conjuntural da Economia Brasileira:

Dinâmica Macroeconômica e o Setor de Energia Elétrica. Setembro de 2011. Disponível

em: < http://www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/tdse/TDSE41.pdf>

MINISTÉRIO DO ESPORTE. Impactos Econômicos da Realização da Copa 2014 no

Brasil. Brasília. 31 de Março de 2010.

______. Balanço 2012 - Copa do Mundo - Cidade-sede Fortaleza. Brasília. Abril de 2012.

MORAES, Márcio. Passo-a-passo da captação de água da chuva.

NADAIS, André. Evolução da medição de vazão por Coriolis. Endresser+Hausser.

OLIVEIRA, Edson Garcia de. Esgoto a Vácuo. Tese de Mestrado. Universidade Anhembi

Morumbi. 2004.

REZENDE, Marcos Antonio; FRASSON, Antonio Carlos; PILATTI, Luiz Alberto Pilatti; DE

MACEDO; Dayana Carla. Transporte Público para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil:

Perspectivas, tendências e o caso de Curitiba. XXX Encontro Nacional de Engenharia de

Produção. São Carlos – SP. Outubro de 2010.

PONTES, David Freitas. Análise das Instalações de Média Tensão de uma Carga Crítica

– Estudo de Caso: Arena Castelão. Monografia de Graduação. Universidade Federal do

Ceará. Departamento de Engenharia Elétrica. 2013.

SANTOS, Rodrigo Amado dos. SOUZA, Norma de Sitta. Copa do Mundo e Olimpíadas no

Brasil: Perspectivas de crescimento e desenvolvimento do turismo brasileiro. 2012.

VIOL, João Alberto. Copa de 2014, Desafios e Oportunidades. Vice-Presidente Nacional

SINAENCO – Sindicato da Arquitetura e Engenharia). 2009.

2Y SISTEMAS DE SEGURANÇA. Sistemas de Detecção de Alarme e Incêndio.

Links Úteis

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341044.shtml>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Copa_do_Mundo_FIFA>

<http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/historia-das-copas>

<http://www.arenacastelao.com/site/arena/investimentos>

<http://www.lincard.com.br/copa/curiosidades.html>

<http://www.fattostampa.com.br/boasnoticias/fattoole/copa/curiosi.htm

http://www.portal2014.org.br/noticias/10658/INFRAERO+ABRE+LICITACAO+PARA+ET

APA+DAS+OBRAS+DO+AEROPORTO+DE+FORTALEZA.html>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Fifa->

<http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historiadacopa.htm

http://www.portal2014.org.br/en/news/3784/GOVERNMENT+LAUNCHES+ANTIFRAUD+

PLAN+FOR+WORLD+CUP+AND+OLYMPIC+GAMES.html>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>

<http://www.futebolinterior.com.br/news/25516+Rodizio_de_continentes_sera_extinto_pela_

Fifa>

<http://web.archive.org/web/20090611152232/http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/bodie

s/media/newsid=1064818.html>

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341099.shtml>

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341044.shtml>

<http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2012/06/sorteio-final-da-

copa-do-mundo-sera-na-bahia-anuncia-valcke.html>

<http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1695828/index.html>

<http://www.portal2014.org.br/porque-o-brasil/>

<http://brazil.homesgofast.com/news/brazil-named-as-world-cup-2014-host-I544/>

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u504490.shtml>

<http://www.railwaygazette.com/news/single-view/view/rio-sao-paulo-bidding-ready-to-

start.html<

<http://www.portal2014.org.br>

<http://www.copa2014.gov.br>

RABELO, Aldo. A Copa em Fortaleza. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-

br/noticia/artigo-copa-em-fortaleza-por-aldo-rebelo> Artigo publicado no Diário do Nordeste

em: 6 Maio de 2012.

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/arena/fortaleza>

<http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1694656/index.html>

<Journey to Brazil 2014 begins. FIFA.com.>

<http://pt.fifa.com/worldcup/officialemblem/index.html->

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/confira-os-horarios-dos-jogos-em-cada-uma-das-

12-cidades-sede>

<http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/06/lei-geral-da-copa-e-publicada-no-diario-

oficial.html>

<http://www.observatoriodorecife.org.br/?p=3916>

<http://pt.fifa.com/worldcup/media/newsid=1701445/index.html>

<http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/exclusivo-tudo-o-que-se-discute-na-lei-da-

copa/>

<http://clikaki.com.br/modais-de-transportes/>

<Future airports of Brazil. www.asiaone.com>

<Estimativa de custos dos estádios para 2014 aumenta em R$ 1,2 bi. www.globo.com>

<http://www.portal2014.org.br/noticias/7115/INFRAERO+DETALHA+PROJETO+DE+AM

PLIACAO+DO+AEROPORTO+DE+FORTALEZA.html>

<http://www.portal2014.org.br/noticias/9389/APENAS+UM+TERCO+DOS+AEROPORTO

S+DA+COPA+ESTA+EM+OBRAS.html>

<http://www.portal2014.org.br/noticias/6800/MAIORIA+DOS+AEROPORTOS+DA+COPA

+NAO+ESTARA+PRONTA+ATE+2014+APONTA+IPEA.html>

<http://clikaki.com.br/modais-de-transportes/>

<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/cidades-copa-2014/cidades-

sede-copa-2014-estadios-capitais-fifa-cbf-abertura-final.shtml>

<http://www.portal2014.org.br/noticias/10748/RIO+GRANDE+DO+SUL+INVESTE+R+235

+MILHOES+EM+ENERGIA+PARA+A+COPA.html>

LERNER, J. Avaliação comparativa das modalidades de transporte público urbano. 2009.

<http://www.ntu.org.br/novosite/arquivos/AvaliacaoComparativa_web_semcapa.pdf>.

ERNST & YOUNG, 2010 <http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/tag/ernst-young/>

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/construcao-civil-e-o-segmento-com-maiores-

investimentos-para-copa-do-mundo>

<http://www.significados.com.br/iso/>

http://www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/iso9001/>

<http://www.jangadeiroonline.com.br/esportes/copa-2014/cid-gomes-assina-ordem-de-

servico-para-obras-do-castelao-na-segunda-feira/>

<http://www.andrademendonca.com/noticias/12/copa-de-2014>

<http://www.rheoset.com.br/CASTELAO-adota-medidas-de-SUSTENTABILIDADE-para-

obter-certificacao-LEED.--131-ver.html> Fonte Portal da Copa

<http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/sustentabilidade>

<http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100209-4.html>

<http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1663531/index.html>

<http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1662399/index.html>

<http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

<http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/>

<http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/tag/estadio-castelao/>

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/arquitetos-apresentam-na-rio20-caracteristicas-

sustentaveis-do-estadio-nacional>

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/acoes-sustentaveis-nas-arenas-da-copa-do-

mundo-sao-apresentadas-durante-rio20>

<http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/09/26/estadio-nacional-de-brasilia-podera-

ser-exemplo-de-arena-multiuso>

<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=27&Cod=91>

<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funcionam-os-detectores-de-fumaca>

<http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp>

<http://www.almeidaland.com.br/>

<http://www.miapro.com.br/preparacao-ar/centro-p.html>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaso_sanit%C3%A1rio>

<http://pt.scribd.com/doc/19196611/Escorva-de-Bomba-Hidraulica>

<http://www.portal2014.org.br/noticias/10650/INICIADA+A+CONSTRUCAO+DE+RESER

VATORIOS+DE+AGUA+DO+ESTADIO+DE+BRASILIA.html>

<http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx>

<http://www.amanco.com.br/Default.aspx/tp_ppr>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol>

<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/infraero-mostra-avancos-nas-obras-do-aeroporto-

de-fortaleza>

<http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/08/infraero-retoma-obras-na-pista-do-aeroporto-de-

fortaleza-na-segunda.html>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950.>

<http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1163158>

<http://www.seinf.fortaleza.ce.gov.br/internet/index.asp>

ANEXOS

ANEXO A – DADOS E FOTOS RELACIONADOS ÀS PRINCIPAIS OBRAS DE

INFRAESTRUTURA NAS CIDADES-SEDE DA COPA DO MUNDO DE 2014.

ANEXO A1 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Belo Horizonte (MG).

Tabela A1. Ficha Técnica do Estádio de Belo Horizonte - Estádio Mineirão.

Nome oficial: Estádio Governador Magalhães Pinto

Construção Consórcio Minas Arena S.A. (Construcap, Egesa e Hap)

Início do projeto básico: 2008

Início do projeto executivo: 2010

Início das obras: 2010

Conclusão das obras: 2012

Área construída: 209.000 m² - 125.000 m² (esplanada); 42.500 m²

(estádio)

Custo do projeto básico R$ 17,8 milhões

Arquitetuta (Projeto Básico) Von Gerkan, Marg und Partners - GMP (Alemanha).

Gustavo Penna Arquiteto & Associados

Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo

Arquitetura (projeto executivo): BCMF Arquitetos

Ar Condicionado: Conset Engenharia de Projetos

Comunicação Visual: Hardy Design

Certificação LEED: CTE

Esquadrias: BM Consultoria

Estrutura de Concreto e

Metálica: Engserj

Estrutura de Concreto Pré

Moldado: Precon / Premo

Instalações Hidráulicas,

Prevenção e Combate a Incêndio STE Engenharia

Instalações Elétricas, Acústica e

Alarme MHA

Detecção de Incêndio,

Automação e Sonorização: MHA

Luminotécnica: Arquitetura e Luz

Paisagismo e Supressão Vegetal: HS Jardinagem / BCMF ARQUITETOS

Recuperação Estrutural: Recuperação

Sistema Viário: Tectran / Modelle

Terraplenagem: Tempro

Topografia: Gerais Topografia

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A1. Projeto do estádio de Belo Horizonte (Estádio Mineirão).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: BCMF Arquitetos.

Figura A2. Projeto do BRT de Minas Gerais Carlos/Pedro I.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

ANEXO A2 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Brasília (DF)

Tabela A2. Ficha Técnica do Estádio de Brasília – Estádio Mané Garrincha.

Nome oficial: Estádio Nacional Mané Garrincha

Construção e operação: Consórcio Andrade Gutierrez e Via Engenharia

Área do terreno: 120.000 m²

Área construída: 214.000 m²

Arquitetura: Castro Mello Arquitetos - Eduardo de Castro Mello e

Vicente de Castro Mello (autores)

Inicio do projeto: 2007

Projeto estrutural Etalp - Eng. Arthur Luiz Pitta Jr.

Projeto da cobertura: Schlaich, Bergermann & Partner - Knut Göppert e Knut

Stockhusen

Custo do projeto básico R$ 5,3 milhões

Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo do Distrito Federal

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A3. Projeto do Estádio de Brasília (Estádio Mané Garrincha).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Castro Mello Arq. Esportiva.

Figura A4. Projeto do VLT de Brasília.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

ANEXO A3 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Cuiabá (MT)

Tabela A3. Ficha Técnica do Estádio de Cuiabá (Arena Pantanal).

Custo do estádio R$ 355 milhões

Obras ao redor do estádio R$ 140 milhões

Custo do projeto básico R$ 14,2 milhões

Placar, TI e arquibancadas

removíveis R$ 85 milhões

Nome oficial: Arena Pantanal / Estádio José Fragelli

Construção: Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior

Área do terreno: 307.000 m² (incluindo construções existentes)

Área a ser construída: 101.400 m² (marquise/restaurante/choperias)

Área a ser demolida: 58.500 m²

Início do projeto: 2009

Início das obras: 2010

Arquitetura: GCP Arquitetos

Especificações técnicas: Tecspex

Engenharia de instalações: MHA

Estrutura metálica e estruturas

desmontáveis: Sinclair Knight Merz (Inglaterra)

Estrutura metálica: Ponto de Apoio

Fluxos de espectadores: Steer Davies Gleave (Inglaterra)

Estrutura de concreto e fundações: EGT

Certificação Leed: CTE

Paisagismo: KMKaiser

Renderização 3D: Neorama

Comunicação visual: OTM

Luminotécnica: Acenda

Infraestrutura: Interact

Custo do projeto executivo R$ 12,2 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A5. Projeto do Estádio de Cuiabá (Arena Pantanal).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br> Créditos: CGP Arquitetos.

ANEXO A4 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Curitiba (PR)

Tabela A4. Ficha Técnica do Estádio de Curitiba (Arena da Baixada).

Nome oficial: Estádio Joaquim Américo Guimarães

Área do terreno: 58.993 m²

Área construída: 124.000 m²

Início do projeto: 2008

Coordenação das obras: Flávio Vaz

Arquitetura: Carlos Arcos Arquitetura

Interiores: Carlos Arcos Arquitetura

Estrutura de concreto: CYD Ingenieros

Estrutura de Aço: Schlaich Bergermann und Partner

Fundações: Viktor Baras

Instalações Togo Saito (elétrica); Barsch (hidráulica); Michelena (ar-

condicionado); Agistec (dados)

Paisagismo: Susana Facio

Estacionamento: 1.500 vagas

Capacidade Total: 42.000 cadeiras

Projeto básico, executivo e

complementares R$ 12,5 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A6. Projeto do estádio de Curitiba (Arena da Baixada).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Carlos Arcos Arquitetura.

ANEXO A5 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Fortaleza (CE)

Tabela A5. Ficha Técnica do Estádio de Fortaleza - Arena Castelão.

Nome oficial: Estádio Governador Plácido Castelo

Capacidade 67.037 lugares

Área de intervenção: 230.000 m²

Área construída: 355.000 m² - 155.000 m² (estádio); 200.000 m² (centro olímpico)

Início do projeto: 2008

Arquitetura: Vigliecca & Associados

Consultoria de estádios: EVMI

Estrutura: MD

Estrutura da cobertura: Projeto Alpha

Estacionamento: 1.750 vagas

Projeto básico R$ 5,8 milhões

Projeto executivo R$ 12,05 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A7. Projeto da Arena Castelão.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Vigliecca & Associados.

Figura A8. VLT de Fortaleza.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A9. Projetos de Mobilidade urbana na cidade de Fortaleza.

Fonte: MINISTÉRIO DO ESPORTE. Balanço 2012 - Copa do Mundo - Cidade-sede Fortaleza. Brasília, 2012.

ANEXO A6 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Manaus (AM)

Tabela A6. Ficha Técnica do Estádio de Manaus (Arena Amazônia).

Nome oficial: Arena Amazônia / Estádio Vivaldo Lima

Construção: Andrade Gutierrez

Área do terreno: 84.000 m²

Área construída: 170.000 m²

Área do estacionamento: 154.000 m²

Início do projeto 2008

Início das obras: 2010

Conclusão das obras: 2013

Arquitetura Von Gerkan, Marg und Partners (GMP)

Arquitetura - Projetos Complementares Grupo Stadia

Estrutura e cobertura: Schlaich Bergermann und Partners

Instalações: Bechthold

Lighting design: Conceptlicht Angerer, Taunreut.

Projeto básico R$ 14,95 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A10. Projeto do estádio de Manaus (Arena Amazônia).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: GMP.

Figura A11. Projeto do Monotrilho de Manaus.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br> Créditos: Secretaria de Planejamento – AM.

ANEXO A7 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Natal (RN)

Tabela A7. Ficha técnica do Estádio de Natal – Arena Dunas.

Área do terreno: 450.000 m²

Área construída: 412.000 m² - 122.000 m² (arena); 290.000 m² (centros

administrativos)

Início do projeto: 2008

Arquitetura: Populous Architects

Início das obras: junho de 2011

Conclusão das obras: 2013

Construção: OAS

Projeto básico R$ 13 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A12. Projeto do estádio de Natal (Arena das Dunas).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Antonio Marcos da Silva.

Figura A13. Projeto do Aeroporo de Natal.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

ANEXO A8 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Porto Alegre (RS)

Tabela A8. Ficha Técnica do Estádio de Porto Alegre (Estádio Beira Rio).

Nome oficial: Estádio José Pinheiro Borda

Área do terreno: 305.470 m²

Área construída: 171.082 m²

Início do projeto: 2006

Início das obras: Julho de 2010

Arquitetura:

Hype Studio; Santini e Rocha Arquitetos (gerenciamento

técnico e detalhamento); Simom Engenharia (cálculo

estrutural de fundações e estruturas)

Gerenciamento de

projetos: Hélio Gregory Giaretta Jr.

Consultorias: Daniel Filippon (elétrica e hidráulica); Maristela Kuhn

(gramado)

Projeto básico R$ 590 mi

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A14. Projeto do estádio de Porto Algre (Estádio Beira-Rio).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Hype Arquitetos.

ANEXO A9 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Recife (PE)

Tabela A9. Ficha Técnica do Estádio de Recife - Arena Pernambuco.

Parceria ISG (International Stadia Group) e AEG Facilities

Ano do projeto 2009

Arquitetura Fernandes Arquitetos Associados - arquitetos Daniel Hopf

Fernandes, Luis Henrique de Lima, e Paulo Eduardo Jr.

Projetos Complementares Enerconsult SA

Projeto básico R$ 9,35 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A15. Projeto do estádio de Recife (Arena Pernambuco).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Fernandes Arquitetos.

Figura A16. Projeto de mobilidade urbana em Recife - Corredor Caxangá (Leste-Oeste).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

ANEXO A10 – Dados e fotos sobre as obras na cidade do Rio de Janeiro (RJ)

Tabela A10. Ficha Técnica sobre o Estádio do Rio de Janeiro - Estádio Maracanã.

Nome oficial: Estádio Jornalista Mário Filho

Construção: Consórcio Maracanã Rio 2014

Capacidade: 76.000 lugares

Arquitetura: Emop - Arq. Catia Cristina de Oliveira Castro (autoria),

Eng. José Carlos Pinto dos Santos (coordenação)

Projeto Executivo de

Arquitetura:

Fernandes Arquitetos Associados - arquitetos Daniel Hopf

Fernandes e Luis Henrique de Lima

Projeto Executivo da

Cobertura:

Schlaich Bergermann und Partner - engenheiros Knut

Göppert e Knut Stockhusen

Seguradora Chartis

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A17. Projeto do estádio do Rio de Janeiro (Estádio do Maracanã).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Emop.

ANEXO A11 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de Salvador (BA)

Tabela A11. Ficha técnica do Estádio de Salvador (Arena Fonte Nova).

Nome oficial: Estádio Octávio Mangabeira

Construção e operação: SPE Fonte Nova Negócios e Participações (consórcio

OAS/Odebrecht)

Área construída: 126.500 m²

Área do terreno: 121.189 m²

Início do projeto: 2008

Arquitetura: Setepla Tecnometal Engenharia); Schulitz Architek +

Technologie

Projetos complementares: Setepla

Capacidade: 50.223 lugares

Estacionamento: 842 vagas

Projeto básico R$ 2,2 milhões

Custo do projeto executivo Não divulgado pelo governo da Bahia

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A18. Projeto do estádio de Salvador (Arena Fonte Nova).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: Setepla/Schulitz+Partner .

ANEXO A12 – Dados e fotos sobre as obras na cidade de São Paulo (SP)

Tabela A12. Ficha técnica do Estádio de São Paulo (Arena Corinthians).

Construção e operação: Odebrecht

Financiamento

Constutora poderá captar até R$ 420 mi em

Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento

(CIDs) da prefeitura para isenções fiscais

Arquitetura: CDCA Arquitetos - Anibal Coutinho

Projeto de cobertura e fachada Werner Sobek

Capacidade 48 mil assentos fixos e 17 mil provisórios

Camarotes: 225

Estacionamento 3,5 mil vagas

Arquibancadas removíveis Entre R$ 50 e R$ 70 mi (a ser licitado)

Remoção dos dutos da Transpetro R$ 10 milhões

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

Figura A19. Projeto do estádio de São Paulo (Arena Corinthians).

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>. Créditos: CDC Arquitetos.

Figura A20. Projeto de mobilidade urbana em São Paulo – Monotrilho Linha 17 – Ouro do

Metrô.

Fonte: Portal 2014. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br>.

ANEXO B – INFORMAÇÕES SOBRE A ARENA CASTELÃO

Figura B1. Etapas da Obra da Arena Castelão

Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

Figura B2. Etapa 1 da Obra da Arena Castelão

Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

Figura B3. Etapa 2 da Obra da Arena Castelão

Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

Figura B4. Etapa 3 da Obra da Arena Castelão

Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

Figura B5. Etapa 4 da Obra da Arena Castelão

Fonte: Site da Arena. Disponível em: <http://www.arenacastelao.com/site/o-castelao/arena-castelao/a-arena>

ANEXO C – DETECÇÃO E ALARME

Figura C1. Detector de temperatura.

Figura C2. Detector de fumaça.

Figura C3. Acionador Manual.

ANEXO D – COMBATE AO INCÊNDIO

Figura D1. Reservatórios de acumulação da água fria e água para combate ao incêndio.

Figura D2. Sistema responsável pela atuação e regulação da água para combate ao incêndio.

ANEXO E – INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS DE ÁGUA FRIA.

Figura E1. Bomba manual para testes hidrostáticos e manômetro em processo de teste.

Fonte: Disponível em: <http://www.almeidaland.com.br/>

<http://www.miapro.com.br/preparacao-ar/centro-p.html>

Figura E2. Reservatório e sistema de controle de água fria.

Figura E3. Sistema de controle da água fria.

Figura E4. Menu de ajuste de pressão do sistema de água fria.

Figura E5. Válvula de Retenção

Figura E6. Menu com registro de ocorrências

ANEXO F – SISTEMA DE ESGOTO À VÁCUO.

Figura F1. Bacia sanitária utilizada no sistema de esgoto a vácuo.

Fonte: Disponível em: <http://vacuum.jetsgroup.com/en/Products/toilets-and-urinals.aspx>

Figura F2. Central de esgoto a vácuo da Arena Castelão.

Fonte: Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System.

Figura F3. Sentido do fluxo de resíduos na bomba da central a vácuo.

Fonte: Instructions Manual Jets Vacuum Sanitary System.

Tabela F1. Legenda dos equipamentos utilizados na central à vácuo.

Número Item Quantidade

1 Gerador de Vácuo 2

2 Motor Elétrico 2

3 Compensador 2

4 Compensador 2

5 Válvula de Esfera 2

6 Válvula de Esfera 6

7 Tanque de líquido de selagem 2

8 Tanque 1

9 Vacuômetro 1

10 Pressostato 3

11 Válvula de Esfera 1

12 Cabine de Controle 1

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

Figura F5. Esquema simplificado do sistema de esgoto á vácuo

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

Figura F6. Detalhes do conjunto motor bomba e dimensões.

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

Tabela F2. Legenda da Unidade pré-montada.

Número Item Quantidade

1 Fundação 1

2 Jets 65MBA 2

3 Amortecedor 8

4 Compensador DN65 2

5 Tubulação com cotovelo e flange DN65 2

6 Tanque de 20l gerador de vácuo 2

7 Compensador DN50 2

8 Válvula de Esfera 2

9 Pressostato 3

10 Vacuômetro 1

11 Válvula de Esfera de 1/2'' 1

12 Válvula de Esfera DN65 2

13 Tanque 1

14 Coletor 1

15 Suporte para cabines de controle 1

16 Cabine de Controle 400x400x200 1

17 Distribuidor 1

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

Figura F6. Detalhes da unidade pré montada e dimensões.

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

Figura F7. Detalhe da Cabine de Controle.

Fonte: Manual de Instruções do Sistema de Esgoto a Vácuo da Jets.

ANEXO G – DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Figura G1. Sistema convencional de drenagem de águas pluviais.

Fonte: EPAMS - Guia Técnico.

Figura G2. Efeito Vórtice

Fonte: EPAMS (Guia Técnico).

Figura G3. Captor de águas pluviais localizado na cobertura do estádio.

Fonte: EPAMS (Guia Técnico).

Figura G4. Captador de águas pluviais sem o efeito vórtice.

Fonte: EPAMS (Guia Técnico).

Figura G5. Esquema do processo de captação das águas pluviais.

Fonte: Moraes.

Figura G6. Equipamentos para filtragem simples das águas pluviais.

Fonte: Disponível em: <http://www.ecoracional.com.br/>

Figura G7. Filtros do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais no Setor 4 Nível 1, com o

reservatório à esquerda.

ANEXO H – DRENAGEM SUPERFICIAL DO GRAMADO

Figura H1. Drenagem do gramado em formato de espinha de peixe.

Fonte: Disponível em: <http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/11/artigo245179-1.asp>

Figura H2. Drenagem do gramado da Arena Castelão em formato de espinha de peixe.

ANEXO I – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA DA ARENA CASTELÃO

Figura I1. Painel de Média Tensão.

Figura I2. Geradores a Gás.

Figura I3. Uma das subestações da Arena Castelão.

ANEXO J – TABELA DOS JOGOS DA COPA DE 2014

Tabela J1. Jogos na fase de grupos e eliminatórias por cidade.

Belo Horizonte Brasília Cuiabá Curitiba Fortaleza Manaus

Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase

14/6 - 13h 15/6 - 13h 13/6 - 18h 16/6 - 16h 14/6 - 16h 14/6 - 21h

17/6 - 13h 19/6 - 13h 17/6 - 18h 20/6 - 19h 17/6 - 16h

(Jogo do

Brasil)

18/6 - 15h

21/6 - 13h 23/6 (Jogo do

Brasil) - 17h 21/6 - 18h 23/6 - 13h 21/6 - 16h 22/6 - 15h

24/6 - 13h 26/6 - 13h 24/6 - 16h 26/6 - 17h 24/6 - 17h 25/6 - 16h

Oitavas de

final

Oitavas de

final

Oitavas de

final

28/6 - 13h 30/6 - 13h 29/6 - 13h

Semifinal Quartas de

final

Quartas de

final

8/7 - 17h 5/7 - 13h 4/7 - 17h

Disputa de

terceiro e

quarto

12/7 - 17h

Natal Porto Alegre Recife Rio de

Janeiro Salvador São Paulo

Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase Primeira fase

13/6 - 13h 15/6 - 16h 14/6 - 19h 15/6 - 19h 13/6 - 16h 12/6 (Jogo do

Brasil) - 17h

16/6 - 19h 18/6 - 13h 20/6 - 13h 18/6 - 19h 16/6 - 13h 19/6 - 16h

19/6 - 19h 22/6 - 13h 23/6 - 17h 22/6 - 19h 20/6 - 16h 23/6 - 13h

24/6 - 13h 25/6 - 13h 26/6 - 13h 25/6 - 17h 25/6 - 13h 26/6 - 17h

Oitavas de

final

Oitavas de

final

Oitavas de

final

Oitavas de

final

Oitavas de

final

30/6 - 17h 29/6 - 17h 28/6 - 17h 1/7 - 17h 1/7 - 13h

Quartas de

final

Quartas de

final Semifinal

4/7 - 13h 5/7 - 17h 9/7 - 17h

Final

13/7 - 16h

Fonte: 37

Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/confira-os-horarios-dos-jogos-em-

cada-uma-das-12-cidades-sede>

Tabela J2. Jogos na fase de eliminatórias

Oitavas-de-final

28 de junho

1º colocado

do Grupo A

x 2º colocado

do Grupo B

Estádio Mineirão, Belo Horizonte

28 de junho

1º colocado

do Grupo C

x 2º colocado

do Grupo D

Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro

29 de junho

1º colocado

do Grupo B

x 2º colocado

do Grupo A

Estádio Castelão, Fortaleza

29 de junho

1º colocado

do Grupo D

x 2º colocado

do Grupo C

Arena Pernambuco, Recife

30 de junho

1º colocado

do Grupo E

x 2º colocado

do Grupo F

Estádio Mané Garrincha, Brasília

30 de junho

1º colocado

do Grupo G

x 2º colocado

do Grupo H

Estádio Beira-Rio, Porto Alegre

1 de julho

1º colocado

do Grupo F

x 2º colocado

do Grupo E

Arena de São Paulo, São Paulo

1 de julho

1º colocado

do Grupo H

x 2º colocado

do Grupo G

Arena Fonte Nova, Salvador

Quartas-de-Final

4 de julho

Vencedor do

jogo 49

x Vencedor

do jogo 50

Estádio Castelão, Fortaleza

4 de julho

Vencedor do

jogo 53

x Vencedor

do jogo 54

Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro

5 de julho

Vencedor do

jogo 51

x Vencedor

do jogo 52

Arena Fonte Nova, Salvador

5 de julho

Vencedor do

jogo 55

x Vencedor

do jogo 56

Estádio Mané Garrincha, Brasília

Semifinais

8 de julho

Vencedor do

jogo 57

x Vencedor

do jogo 58

Estádio Mineirão, Belo Horizonte

9 de julho

Vencedor do

jogo 59

x Vencedor

do jogo 60

Arena de São Paulo, São Paulo

Terceiro lugar

12 de julho

Perdedor do

jogo 61

x Perdedor do

jogo 62

Estádio Mané Garrincha, Brasília

Final

13 de julho Vencedor do

jogo 61

x Vencedor

do jogo 62

Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro

Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2014>