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Asma Rinite montelucaste Margarete Arrais MD, Pneumologista

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Page 1: Asma e Rinite alérgica O papel do Montelucaste · Introdução •A asma apresenta muitas vezes uma estreita relação com a rinite alérgica. •Manifestação diferente de uma

Asma Rinite

montelucaste

Margarete ArraisMD, Pneumologista

Page 2: Asma e Rinite alérgica O papel do Montelucaste · Introdução •A asma apresenta muitas vezes uma estreita relação com a rinite alérgica. •Manifestação diferente de uma

Introdução

• A asma apresenta muitas vezes uma estreita relaçãocom a rinite alérgica.

• Manifestação diferente de uma mesma entidadenosológica.

• Associadas por aspectos epidemiológicos,fisiopatológicos e pela semelhança no tratamento.

“uma única via respiratória, uma única doença”Rizzo J, Rev Bras Alerg Imuno, 2007;30(2):41-6

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Caso clínico

• 28 anos

• Género feminino

• Angolana

• Negra

• Funcionária pública

(trabalho administrativo)

• Tosse seca nocturna

• Aperto torácico

• Congestão nasal

• Espirros

• Prurido nos olhos

• Lacrimejo

• Hiperemia das escleróticas

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Caso clínico

• Piora quando exposta

• Poeira

• Cheiros muito fortes

• Lugares quentes e pouco ventilados

• Familiares com rinite e sinusite

• Não

• Tabagismo

• Asma na família

• Doença pulmonar

• Sim

• Alergia a ASA e AINEs

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Caso clínico

• Exame físico

• Hiperemia das escleróticas

• Linhas de Dennie Morgan

• Palidez da mucosa nasal

• Hipertrofia dos cornetos

• Sem lesões cutâneas

• Sem alterações ao exame dos órgãos e sistemas

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Caso clínico

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Caso clínico

IgE sérico total: 714.0 IU/ml (VN:0.0-14.0)Phadiatop: 43.20 IU/ml (VN: 0.00-0.35)

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……….

• Diagnósticos

• Asma persistente leve

• Rinoconjuntivite alérgica (Rinite + Conjuntivite)

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Caso clínico

• Tratamento inicial

• Desloratadina VO

• Fluticasona spray nasal

• Budesonida inalatório800mcg/dia

• 2 meses depois

• Persistência dos sintomas nasais, alguns episódios de tosse seca nocturna.

• Montelucaste 10mg

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• 8 meses de tratamento

• Sem tosse

• Episódios esporádicos dos sintomas da rinite econjuntivite

• Piora na presença de aeroalergenos

• Melhorou a função pulmonar

• Manter tratamento e seguimento por consulta

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Discussão

• A asma e a rinite alérgica frequentementecoexistem no mesmo individuo.

• A presença de uma é factor de risco significativopara a presença da outra.

• Estudos …

• O tratamento da rinite pode contribuir para ocontrolo da asma.

• O tratamento da rinite pode prevenir o futurosurgimento da asma.

Andrade CR, Prim Care Resp J, 2008;17(4):222-5

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Discussão

• A doente …

• Quadro clínico de rinite alérgica desde a infância,que não foi valorizado.

• Contribuiu para o surgimento da asma na idadeadulta.

• A associação de fármacos quer para o tratamentoda asma, quer para o tratamento da rinite alérgicacontribuem para um melhor controlo destaspatologias.

Rizzo J, Rev Bras Alerg Imuno, 2007;30(2):41-6

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Tratamento

• Os mediadores sensíveis aos corticoesteroides e os leucotrienos cisteínicos desempenham um papel chave na inflamação asmática.

Anti-leucotrieno Corticoesteroide

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β2 agonista de curta acção inalatório

CI baixa dose

ouAntileuc

CI baixa dose +β2 agonista de longa acção ouAntileuc ouCI média dose

CI média dose + β2 agonista de longa acção ouAntileuc ouTeofilina

CI alta dose +β2 agonista de longa acção +Antileuc +Teofilina

CI alta dose +β2 agonista de longa acção +Antileuc +Teofilina +Cort oral ouAnti IgE

Referenciar especialista

β2 agonista de curta acção inalatório sempre que necessário

1

2

3

4

5

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Estudos …

• Avaliar o efeito da associação de montelucaste àdose habitual de budesonida no tratamento deadultos com asma persistente leve a moderada.

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Budesonido 400–1600 µg/dia

+ montelucaste

Budesonido 400–1600 µg/dia

+ placebo

Estudo Casiopea

Período I

Semanas

Período II

Budesonido400–1600 µg/dia

V1–2

V20

V24

V28

V516

(n=326)

(n=313)

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Estudo CasiopeaRedução significativa na percentagem de dias com exacerbações

4.8

3.1

Budesonido + placebo (n=308)

Montelucaste + budesonido (n=317)

% mediana de dias com

exacerbações

5

4

3

2

1

0

35%p=0.03

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Estudo Casiopea

• Montelucaste associado à dose habitual debudesonida do doente, melhora significativamenteo controlo da asma.

• Montelucaste + budesonida é bem tolerado, comum perfil de tolerabilidade semelhante ao debudesonida + placebo.

• Montelucaste é eficaz como terapêutica combinadacom budesonida inalatório.

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Estudo Compact

• Determinar o efeito da associação de montelucastea 800µg de budesonida inalado / dia

vs

• Duplicar a dose de budesonida inalado de 800µg /dia, para 1600µg / dia

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Estudo Compact

• Determinar se o tratamento com montelucaste +budesonida (800µg/dia), comparado combudesonida (1600µg/dia), fornece um benefícioadicional em doentes asmáticos com rinite alérgica.

• Doentes com Asma e Rinite alérgica

• Doentes com Asma sem Rinite alérgica

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Estudo Compact

Montelucaste 10 mg 1x dia+

Budesonide 400 µg 2x dia

Budesonide 800 µg 2x dia

Budesonide 400 µg 2 x dia

Periodo ITratamento (4 sem)

Duplo cego

Periodo IITratamento (12 sem)

Duplo cego

0 4 16

semanas

1

n=448

n=441

8 12

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Estudo CompactVariação do PEF matinal

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Estudo Compact Variação do PEF matinal

Asma e Rinite alérgica

p<0.03

Semanas

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Estudo Compact

• Adicionar montelucaste melhorou significativamente o PEF matinal em doentes asmáticos com rinite alérgica vs a duplicação da dose de budesonida inalado.

• A duplicação da dose de budesonida foi menoseficaz para a asma, que adicionar montelucaste, emdoentes asmáticos com rinite alérgica.

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Estudo MONICA

• 1 681 doentes, ≥ 18 anos

• Asma persistente leve ou moderada, nãocontrolada.

• 12 meses

• Questionário sobre controlo da asma (ACT)

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Estudo MONICA

• CI ou CI + LABA 10mg montelucaste

• Primeira análise:

• 3º, 6º, 9º e 12º mês

• Segunda análise:

• < 30 anos; 30-50 anos; > 50 anos

• Presença ou não de rinite alérgica

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Estudo MONICA

• ACT foi significativamente melhor em todos ossubgrupos

• Depois da associação do montelucaste

• Principalmente nos doentes:

• Com rinite alérgica

• Mais jovens

• Duração mais curta da asma

• Em tratamento com CI

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Conclusão

• Os antagonistas dos receptores dos leucotrienos sãorecomendados como tratamento de primeira linha,alternativo para a ASMA persistente.

• Terapêutica complementar com outros fármacos,sobretudo com CI, uma vez que os seus mecanismosde acção são diferentes e complementares.

• Vários estudos clínicos demonstraram a eficácia dosantileucotrienos (montelucaste) na melhoria docontrolo da asma, tanto em adultos como emcrianças.

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Conclusão

• Uma opção eficaz para doentes incapazes ou que nãoaderem ao corticoesteroide inalatório.

• Eficaz no tratamento de doentes asmáticos com rinitealérgica concomitante.

• São geralmente seguros e bem tolerados (cefaleia edistúrbios gastro-intestinais são os efeitos colateraismais frequentes e eritema cutâneo e sintomas desíndrome gripal, muito menos comuns).