as sociedades indígenas da américa antes das invasões europeias: parte textual dos slides

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AS SOCIEDADES INDÍGENAS DA AMÉRICA ANTES DAS INVASÕES EUROPEIAS (PARTE TEXTUAL DOS SLIDES) CONCEITOS IMPORTANTES: Sociedade = conjunto de seres humanos vivendo de forma organizada. Indígenas = termo genérico para designar as sociedades nativas de regiões invadidas por europeus. América = nome dado pelos europeus (após 1492) ao continente localizado no hemisfério ocidental, estendendo-se praticamente do extremo norte ao extremo sul da região entre os oceanos Pacífico (a oeste) e Atlântico (a leste). DIVERSIDADE: Conjunto de características que distinguem os seres humanos nos seus aspectos físicos, nos seus hábitos, costumes, crenças religiosas, visões de mundo, tradições, entre outros atributos culturais, sociais, políticos e econômicos. Trata-se de uma pluralidade resultante do acúmulo de conhecimentos, dos processos de aprendizagem ocorridos ao longo do tempo e da troca de experiências entre os povos. Mas, é comum que muitas pessoas ou grupos sociais vejam o mundo de acordo com sua própria cultura, considerando o seu modo de vida como o mais correto e os costumes diferentes dos seus como absurdos, engraçados, imorais etc. Isso chama- se etnocentrismo. No final do século XV, os europeus deram início à invasão e colonização da América, provocando, entre tantas coisas, um dos maiores genocídios da história. AS CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS: “Civilização” é um termo europeu, de origem alemã, e usado para designar os grupos sociais que romperam a vida em comunidade e adquiriam hábitos “civilizados”, em oposição à vida primitiva, selvagem (em alguns casos). Logo, é um termo eurocêntrico, carregado de preconceitos e etnocentrismo. Com base na ideia acima, alguns estudos históricos destacam três “civilizações americanas pré-colombianas”: os maias, os astecas e os incas, ...mas, que poderíamos chamar também de “sociedades indígenas”. 1. OS MAIAS Onde: no sul do México e em partes da América Central atuais. Quando: surgiu por volta de 1800 a.C. atingindo seu apogeu entre 250 e 900 d.C. Política: o poder era descentralizado e cada centro urbano se constituía em uma cidade-Estado. Economia: praticavam um comércio intenso de obsidiana, jade, peles, baunilha, tecidos, sal etc., utilizando sementes de cacau como moeda. Cultura: desenvolveram estudos astronômicos, elaboraram dois calendários, uma escrita avançada, um complexo sistema numérico, uma arte e arquitetura sofisticadas e uma religião politeísta baseada no sacrifício humano. Sociedade: rigidamente hierarquizada e marcada pela desigualdade social, sendo a maioria da população formada pelos camponeses, trabalhadores urbanos e escravizados.

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Page 1: As sociedades indígenas da América antes das invasões europeias: parte textual dos slides

AS SOCIEDADES INDÍGENAS DA AMÉRICA ANTES DAS INVASÕES EUROPEIAS(PARTE TEXTUAL DOS SLIDES)

CONCEITOS IMPORTANTES:

Sociedade = conjunto de seres humanos vivendo de forma organizada. Indígenas = termo genérico para designar as sociedades nativas de regiões invadidas por europeus. América = nome dado pelos europeus (após 1492) ao continente localizado no hemisfério ocidental, estendendo-se

praticamente do extremo norte ao extremo sul da região entre os oceanos Pacífico (a oeste) e Atlântico (a leste).

DIVERSIDADE:

Conjunto de características que distinguem os seres humanos nos seus aspectos físicos, nos seus hábitos, costumes, crenças religiosas, visões de mundo, tradições, entre outros atributos culturais, sociais, políticos e econômicos.

Trata-se de uma pluralidade resultante do acúmulo de conhecimentos, dos processos de aprendizagem ocorridos ao longo do tempo e da troca de experiências entre os povos.

Mas, é comum que muitas pessoas ou grupos sociais vejam o mundo de acordo com sua própria cultura, considerando o seu modo de vida como o mais correto e os costumes diferentes dos seus como absurdos, engraçados, imorais etc. Isso chama-se etnocentrismo.

No final do século XV, os europeus deram início à invasão e colonização da América, provocando, entre tantas coisas, um dos maiores genocídios da história.

AS CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS:

“Civilização” é um termo europeu, de origem alemã, e usado para designar os grupos sociais que romperam a vida em comunidade e adquiriam hábitos “civilizados”, em oposição à vida primitiva, selvagem (em alguns casos). Logo, é um termo eurocêntrico, carregado de preconceitos e etnocentrismo.

Com base na ideia acima, alguns estudos históricos destacam três “civilizações americanas pré-colombianas”: os maias, os astecas e os incas,

...mas, que poderíamos chamar também de “sociedades indígenas”.

1. OS MAIAS

Onde: no sul do México e em partes da América Central atuais. Quando: surgiu por volta de 1800 a.C. atingindo seu apogeu entre 250 e 900 d.C. Política: o poder era descentralizado e cada centro urbano se constituía em uma cidade-Estado. Economia: praticavam um comércio intenso de obsidiana, jade, peles, baunilha, tecidos, sal etc., utilizando sementes de

cacau como moeda. Cultura: desenvolveram estudos astronômicos, elaboraram dois calendários, uma escrita avançada, um complexo

sistema numérico, uma arte e arquitetura sofisticadas e uma religião politeísta baseada no sacrifício humano. Sociedade: rigidamente hierarquizada e marcada pela desigualdade social, sendo a maioria da população formada pelos

camponeses, trabalhadores urbanos e escravizados.

2. OS ASTECAS

Onde: em praticamente todo território do México atual. Quando: iniciou uma expansão por volta do século XII e alcançaram o apogeu em meados do século XV. Política: o poder era centralizado, sob o controle de uma monarquia hierárquica, e a capital do império foi a cidade de

Tenochtitlán (na atual Cidade do México). Economia: a base era a agricultura, mas, também praticavam o comércio e o artesanato, além, da cobrança de tributos. Cultura: possuíam um sistema educacional muito bem elaborado e abrangente, a escrita era pictográfica e hieroglífica,

desenvolveram um calendário e a religião era politeísta. Sociedade: estratificada, baseada na desigualdade social, com um governo monárquico eleito pela nobreza e uma massa

populacional formada por trabalhadores braçais e escravizados.

3. OS INCAS

Onde: no vale de Cuzco, depressão na cordilheira dos Andes. Quando: começaram a crescer no século XIII e alcançaram seu esplendor no século XVI. Política: poder era centralizado (na cidade de Cuzco), baseado na militarização e na conquista dos povos ao seu redor.

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Economia: a base era a agricultura, mas, também praticavam o comércio, o artesanato e a pecuária voltada para a produção de lã.

Cultura: com uma engenharia muito desenvolvida, criaram um sistema de estradas e de comunicação bastante eficientes, controlavam a produção através dos quipos, manipulavam metais e possuíam uma religião politeísta.

Sociedade: hierarquizada, desigual e com uma elite monárquica sustentada pelo trabalho servil da maioria camponesa.

AS SOCIEDADES DE PINDORAMA (OU O BRASIL ANTES DA INVASÃO PORTUGUESA):

No começo, o mundo era habitado apenas pelos homens-onça. Até que surgiu Arcome, espírito criador dos seres humanos. Os homens-onça perseguiram Arcome que, ao fugir, caiu várias vezes. As quedas foram marcadas por pedras. Nelas, Arcome, transmitiu seus conhecimentos aos indígenas, entre os quais os saberes tradicionais da pesca.

Segundo a mitologia, as pedras que marcaram as quedas de Arcome encontram-se na cachoeira do Iauaretê, no alto do rio Negro, na região hoje conhecida como Amazônica. Elas são consideradas sagradas pelos Tariano e pelos Tukano, povos indígenas que vivem às margens do rio Uaupés, numa região fronteiriça entre o Brasil e a Colômbia.

FONTE: AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. História em Movimento: o mundo moderno e a sociedade contemporânea. Ed. Ática. São Paulo. Vol. 2, 2014. p 19

INTRODUÇÃO:

Em 2007 a cachoeira do Iauaretê foi considerada patrimônio cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e artístico Nacional (Iphan) do Brasil.

Juntamente com os 4 mil Tariano e Tukano que vivem na região do rio Uaupés, o Brasil atualmente possui aproximadamente 817 mil indígenas distribuídos em mais de duzentos povos.

Estima-se que quando os portugueses iniciaram a invasão do Brasil em 1500, havia entre 1 milhão e 8,5 milhões de indígenas no que hoje corresponde ao território brasileiro, distribuídos entre mais de mil povos, com culturas diferentes e cerca de 1300 línguas distintas agrupadas principalmente nos troncos linguísticos tupi e macro-jê.

OS TUPI:

Principais povos: Guarani, Tupinambá, Tabajara, Carijó e Tamoio. Ocupavam praticamente toda costa do Brasil, desde o Ceará até o Rio Grande do Sul atuais. A maioria dos contatos realizados pelo invasor português com as populações indígenas no Brasil a partir de 1500 foi no

litoral e com os Tupi. Os Tupi chamavam a região onde habitavam de Pindorama, “Terra das Palmeiras” em português, e usavam o termo

tapuia para os povos que falavam línguas diferentes das deles (como os Bororo e os Carajá, por exemplo). De forma genérica, vivam em pequenas aldeias, com quatro ou sete malocas distribuídas em um grande círculo, com um

terreiro ao centro chamado ocara.

O pajé era a pessoa mais respeitada e o representante das aldeias era denominado morubixaba. Os tupi eram seminômades, não possuíam propriedade privada, nem viviam sob a divisão de classes, não havendo

desigualdades sociais, mas, ocorria a divisão do trabalho por gênero e por idade entre eles. Os homens eram responsáveis por derrubar árvores, caçar, pescar, preparar a terra para o plantio, construir malocas,

confeccionar armas e canoas etc. e as mulheres cuidavam das crianças, cozinhavam, coletavam frutas, arcavam com o plantação e com a colheita, faziam os utensílios domésticos etc.

Eles utilizavam madeira, pedras, ossos e barro para fazer suas armas e seus objetos cotidianos. Os povos que viviam junto aos rios e ao mar praticavam principalmente a pesca e os da floresta a caça. Alguns povos da planície dedicavam-se à agricultura, plantando milho, mandioca, inhame e batata-doce. As aldeias estabeleciam alianças entre si por casamentos ou acordos informais. Era comum também as guerras entre as aldeias e a captura de inimigos para a realização de rituais antropofágicos. A antropofagia foi uma das justificativas usadas pelo europeu invasor para subjugar os indígenas como bárbaros,

selvagens e incapazes de se autogovernarem. Ao longo da colonização portuguesa no Brasil (entre o começo do século XVI e o começo do século XIX) e nos séculos

seguintes (já com o Brasil independente de Portugal), as populações indígenas brasileiras foram quase exterminadas, muitos deixaram de falar a língua de origem e tiveram sua cultura comprometida pelo contato com outros indígenas ou com os costumes da sociedade branca.