as misericórdias

10
VI.VII. As Miseric rdias ó Cabe às Miseric rdias um papel de especial relevo no contexto da assistência aos pobres e aos doentes. Em 1498 D. Leonor, vi va de D. João II, deu origem a este movimento de ineg vel valor social. Nos in cios do s culo XVI d -se a funda ão da Miseric rdia de Pombal, embora o seu compromisso, isto , os seus estatutos, date de 1630 . Amadeu Mora situa a sua cria ão à volta de 1505 e o padre Jos Pinto, nas Inquiri ões Paroquiais de 1721, aponta o ano de 1502. Segundo as Inquiri ões de 1721 ainda não possu a Hospital, « ». Igualmente Br s Raposo da Fonseca em 1721 apenas se refere à Irmandade da Miseric rdia, sem referir Igreja ou Hospital . Porém o padre Carvalho da Costa diz, relativamente aos in cios do século XVIII, que « » , o que poderia antever a existência do Hospital . Pinho Leal, por seu turno, considera que a igreja da Misericórdia (cujas ru nas se conservaram at h pouco tempo) data de 1745 . Julgamos que esta data estar correcta, pois, conforme se refere em 1870, a Miseric rdia de Pombal « ». Na documenta ão consultada, a primeira referência à Igreja da Misericórdia surge no Tombo da Gramela, quando em 1768 se mede o Celeiro - « ó ú á í é á ç ó é ç é ç ç í á ó í í é á á ó ç 1 2 limitando-se a dar agasalho aos pobres passageiros a igreja da Miseric rdia tem bastante renda, porque, como fica na estrada real, são muitos os enfermos e pobres passageiros, especialmente no tempo das Caldas quaze no centro da Villa, na rua da Mizericordia. Ignora-se a epocha da funda ão; porem as armas reaes com a esphera indicam q. foi fundada no tempo d’El-Rei D. Manuel; com tudo a inscrip ão arithmetica que se vê na porta principal da capella de 1745 dahi corta o 3 4 5 6 7 ó é ç ç é á 203 As Misericórdias Grav. 90 - Antiga Misericórdia de Pombal

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Page 1: As misericórdias

Universidade de Coimbra (ano econ mico de 1886/87).

9 – , nº 248, 6º ano, 2 de Maio de 1882

10 – , caixa 50, ma o 29 - Of cio do Administrador do Concelho de

Pombal para o Governador Civil, de 30 deAgosto de 1858

11 – CONCEI ÃO, Maria A. da , LOPES, Henrique, GASPAR, Jos , e CAMPOS, Maria

Fernanda, Pombal - Breve estudo hist rico - 1877/1884, ed. C mara Municipal de Pombal, Pombal,

1993, pg. 24.

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Ç é

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O POMBALENSE .

Arquivo Distrital de Leiria

.

202 O crescimento urbano

VI.VII.As Miseric rdiasó

Cabe às Miseric rdias um papel de especial relevo no contexto

da assistência aos pobres e aos doentes. Em 1498 D. Leonor,

vi va de D. João II, deu origem a este movimento de ineg vel valor

social.

Nos in cios do s culo XVI d -se a funda ão da Miseric rdia de

Pombal, embora o seu compromisso, isto , os seus estatutos,

date de 1630 . Amadeu Mora situa a sua cria ão à volta de 1505 e

o padre Jos Pinto, nas Inquiri ões Paroquiais de 1721, aponta o

ano de 1502.

Segundo as Inquiri ões de 1721 ainda não possu a Hospital,

« ». Igualmente

Br s Raposo da Fonseca em 1721 apenas se refere à Irmandade

da Miseric rdia, sem referir Igreja ou Hospital .

Porém o padre Carvalho da Costa diz, relativamente aos in cios do século

XVIII, que «

» , o que poderia antever a existência do Hospital .

Pinho Leal, por seu turno, considera que a igreja da Misericórdia (cujas ru nas

se conservaram at h pouco tempo) data de 1745 . Julgamos que esta data

estar correcta, pois, conforme se refere em 1870, a Miseric rdia de Pombal «

» .

Na documenta ão consultada, a primeira referência à Igreja da Misericórdia

surge no Tombo da Gramela, quando em 1768 se mede o Celeiro - «

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á

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1 2

limitando-se a dar agasalho aos pobres passageiros

a igreja da Miseric rdia tem bastante renda, porque, como fica na

estrada real, são muitos os enfermos e pobres passageiros, especialmente no

tempo das Caldas

quaze no centro da Villa, na rua da Mizericordia. Ignora-se a epocha da funda ão;

porem as armas reaes com a esphera indicam q. foi fundada no tempo d’El-Rei D.

Manuel; com tudo a inscrip ão arithmetica que se vê na porta principal da capella

de 1745

dahi corta o

3

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ó

é

ç

ç é

á

203As Misericórdias

Grav. 90 - Antiga Misericórdiade Pombal

Page 2: As misericórdias

Norte a entestar na Cap lla da Sancta Mizericordia, e tem treze

varas e meia

por uma e

outra cousa se acharem em estado de grande ruina originado da

Invasão Francesa

(doc. nº 99)

N’outro tempo havia aqui hum

Hospital, cujas despezas se fazião pelos rendim.tos da Mizericordia, q. tem hum

bom fundo, mas como por ora nada h , estão

os pobres privados deste Beneficio, emq.to

não se liquidar alguma couza

sendo a

freguesia de S. Martinho de Pombal das mais

exten as deste Bispado, e de maior nº de

Freguezes, a maior p. destes pobrissimos,

porq. sendo acometida a d. Fregª de huma

espece de epidemia em q. os infermos

perecião, a Santa Casa lhe mandou erigir

, em q. se recolhessem, e curasse, com a

vista de Medico, Sirurgião, botica e Infermeira q. deles cuidasse

forma o de

hum Hospital para os enfermos indegentes

dois quartos terreos

casas

é

á

ç

ç

8

9

10

11

12

13

14

». Esta igreja foi duramente atingida pela 3ª invasão

francesa.

Em 1840 foi deliberado que se constru sse uma grade que

fechasse a capela-mor e se fizesse de novo o altar do Espirito

Santo e se restaurasse o retábulo do mesmo altar, «

» . Em 1911 encontrava-se inteiramente

arruinada. O telhado e o madeiramento foram retirados e vendidos

conjuntamente com a Casa do Despacho por 432$50

.

A Miseric rdia era igualmente proprietária da igreja de Nossa

Senhora do Monte do Carmo (a igreja do Carmo) e da Capela de S. Luzia.

O Hospital já funcionava antes de 1811 - «

» . Deve ser,

pois, dos finais do s c. XVIII. A confirmá-lo

est a afirma ão feita em 1805: «(...)

(...)

» . Os

rendimentos mostraram-se insuficientes e fechou.

Como o Hospital era insuficiente, a Câmara projectou em 1835 a «

» . As obras do Hospital ir o decorrer

entre 1832 e 1837, sendo ampliado entre 1848 e 1850. Duas casas serviam de

hospedaria e de enfermaria com situados junto à Igreja da

Miseric rdia, ao fundo de um p tio. Em 1863 j tem 3 que passam a ter

vidros nas janelas (at a eram frestas). Receberá um primeiro andar nessa altura.

A Mesa adquire então os terrenos entre a esta ão dos caminhos de ferro e a

í

ó

é

á ç

ó á á

é í

ç

te

ta

Huma espece de Ospital ou Albergue

ã

ã

204 As Miseridórdias

Estrada de Coimbra para aí fazer novo edif cio. Não se concretizará o projecto.

Como referimos atrás, só em 1889 surgirá um novo Hospital num edif cio junto à

Ponte Pedrinha (frente aos Correios) doado por D. Em lia Godinho Valdez.

Passará a dispor de uma enfermaria masculina (4 camas) e uma feminina (2

camas), além de um quarto particular. Em 1930 recebe mais um piso.

Os estatutos da Misericórdia de Pombal irão desaparecer na voragem dos

acontecimentos de 1811, razão pela qual segue os da sua congénere de Lisboa,

entretanto mandados vir . Só terá novos estatutos em 1872, aprovados pelo

Conselho do Distrito em 1873. De l respigámos alguns dos seus artigos:

«

(o número de irmãos)

(no funeral)

»

Este Compromisso será abolido em 1913, sendo aprovados novos Estatutos.

As receitas da Miseric rdia de Pombal derivavam dos foros recebidos quer em

dinheiro quer em géneros (em 1872 possu a 90 prazos), quer de capitais a juro.

í

í

í

á

ó

í

15

Capitulo 1º

Art. 1º -A irmandade terá a invocação de Nossa Senhora da Misericordia. O seu

anno economico principia em dois de Julho, dia da Vizitação de Nossa Senhora a

Santa Isabel.

Art. 2º - nunca será inferior a quarenta, e deverão ter as

seguintes qualidades:-

Primeiro - Serem de boa consciencia, de bons costumes religiosos e caritativo,

não podendo admittir-se os que tiverem sido convencidos em juizo, como authores

ou cumplices em algum crime grave.

(...) Capitulo 4º - Da administração da Irmandade

Artigo 1º - A Meza deverá ser composta de um Provedor, um Secretario e um

Mordomo ou Thesoureiro e quatro irmãos.

Artigo 2º -Haverá tambem um Cartorario, um andador, enfermeiro, enfermeira e

todo a mais pessoa perciza

(...) Artigo 55 º - Junto os irmãos na egreja da Misericordia, sahirá a irmandade

incorporada , indo o andador de balandrau com a campainha,

seguindo-se a bandeira da irmandade levada pelo irmão que a Meza precedente

tiver nomeado, acompanhado por dois brandões levados por irmãos da mesma

forma nomeados, seguindo-se depois os irmãos em boa ordem, indo o Mordomo

com vara preta, deregindo a irmandade, no fim o procurador e secretario com mais

varas pretas e de traz d'elles o esquife levado por irmãos; e d'esta maneira irão no

acompanhamento dando o logar costumado aos clerigos e confrarias.

(...) Artigo 58º - A obrigação do enterramento dos mortos comprehende o das

pessoas indigentes que fallecerem no hospital .

205As Misericórdias

Grav. 91 - Antiga igreja daMisericórdia de Pombal

Grav. 92 - Hospital da Misericórdia (Pombal)

Page 3: As misericórdias

Norte a entestar na Cap lla da Sancta Mizericordia, e tem treze

varas e meia

por uma e

outra cousa se acharem em estado de grande ruina originado da

Invasão Francesa

(doc. nº 99)

N’outro tempo havia aqui hum

Hospital, cujas despezas se fazião pelos rendim.tos da Mizericordia, q. tem hum

bom fundo, mas como por ora nada h , estão

os pobres privados deste Beneficio, emq.to

não se liquidar alguma couza

sendo a

freguesia de S. Martinho de Pombal das mais

exten as deste Bispado, e de maior nº de

Freguezes, a maior p. destes pobrissimos,

porq. sendo acometida a d. Fregª de huma

espece de epidemia em q. os infermos

perecião, a Santa Casa lhe mandou erigir

, em q. se recolhessem, e curasse, com a

vista de Medico, Sirurgião, botica e Infermeira q. deles cuidasse

forma o de

hum Hospital para os enfermos indegentes

dois quartos terreos

casas

é

á

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8

9

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11

12

13

14

». Esta igreja foi duramente atingida pela 3ª invasão

francesa.

Em 1840 foi deliberado que se constru sse uma grade que

fechasse a capela-mor e se fizesse de novo o altar do Espirito

Santo e se restaurasse o retábulo do mesmo altar, «

» . Em 1911 encontrava-se inteiramente

arruinada. O telhado e o madeiramento foram retirados e vendidos

conjuntamente com a Casa do Despacho por 432$50

.

A Miseric rdia era igualmente proprietária da igreja de Nossa

Senhora do Monte do Carmo (a igreja do Carmo) e da Capela de S. Luzia.

O Hospital já funcionava antes de 1811 - «

» . Deve ser,

pois, dos finais do s c. XVIII. A confirmá-lo

est a afirma ão feita em 1805: «(...)

(...)

» . Os

rendimentos mostraram-se insuficientes e fechou.

Como o Hospital era insuficiente, a Câmara projectou em 1835 a «

» . As obras do Hospital ir o decorrer

entre 1832 e 1837, sendo ampliado entre 1848 e 1850. Duas casas serviam de

hospedaria e de enfermaria com situados junto à Igreja da

Miseric rdia, ao fundo de um p tio. Em 1863 j tem 3 que passam a ter

vidros nas janelas (at a eram frestas). Receberá um primeiro andar nessa altura.

A Mesa adquire então os terrenos entre a esta ão dos caminhos de ferro e a

í

ó

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Huma espece de Ospital ou Albergue

ã

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204 As Miseridórdias

Estrada de Coimbra para aí fazer novo edif cio. Não se concretizará o projecto.

Como referimos atrás, só em 1889 surgirá um novo Hospital num edif cio junto à

Ponte Pedrinha (frente aos Correios) doado por D. Em lia Godinho Valdez.

Passará a dispor de uma enfermaria masculina (4 camas) e uma feminina (2

camas), além de um quarto particular. Em 1930 recebe mais um piso.

Os estatutos da Misericórdia de Pombal irão desaparecer na voragem dos

acontecimentos de 1811, razão pela qual segue os da sua congénere de Lisboa,

entretanto mandados vir . Só terá novos estatutos em 1872, aprovados pelo

Conselho do Distrito em 1873. De l respigámos alguns dos seus artigos:

«

(o número de irmãos)

(no funeral)

»

Este Compromisso será abolido em 1913, sendo aprovados novos Estatutos.

As receitas da Miseric rdia de Pombal derivavam dos foros recebidos quer em

dinheiro quer em géneros (em 1872 possu a 90 prazos), quer de capitais a juro.

í

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15

Capitulo 1º

Art. 1º -A irmandade terá a invocação de Nossa Senhora da Misericordia. O seu

anno economico principia em dois de Julho, dia da Vizitação de Nossa Senhora a

Santa Isabel.

Art. 2º - nunca será inferior a quarenta, e deverão ter as

seguintes qualidades:-

Primeiro - Serem de boa consciencia, de bons costumes religiosos e caritativo,

não podendo admittir-se os que tiverem sido convencidos em juizo, como authores

ou cumplices em algum crime grave.

(...) Capitulo 4º - Da administração da Irmandade

Artigo 1º - A Meza deverá ser composta de um Provedor, um Secretario e um

Mordomo ou Thesoureiro e quatro irmãos.

Artigo 2º -Haverá tambem um Cartorario, um andador, enfermeiro, enfermeira e

todo a mais pessoa perciza

(...) Artigo 55 º - Junto os irmãos na egreja da Misericordia, sahirá a irmandade

incorporada , indo o andador de balandrau com a campainha,

seguindo-se a bandeira da irmandade levada pelo irmão que a Meza precedente

tiver nomeado, acompanhado por dois brandões levados por irmãos da mesma

forma nomeados, seguindo-se depois os irmãos em boa ordem, indo o Mordomo

com vara preta, deregindo a irmandade, no fim o procurador e secretario com mais

varas pretas e de traz d'elles o esquife levado por irmãos; e d'esta maneira irão no

acompanhamento dando o logar costumado aos clerigos e confrarias.

(...) Artigo 58º - A obrigação do enterramento dos mortos comprehende o das

pessoas indigentes que fallecerem no hospital .

205As Misericórdias

Grav. 91 - Antiga igreja daMisericórdia de Pombal

Grav. 92 - Hospital da Misericórdia (Pombal)

Page 4: As misericórdias

Havia igualmente inúmeras esmolas.

Um dos seus maiores benfeitores foi frei Valentim Alexandre de Carvalho,

religioso do Convento do Cardal, onde foi professor. Por testamento feito em 1764,

deixa à Miseric rdia foros, vinhas, pinhais, olivais, etc. .

O quadro seguinte permite determinar a importância das nossas miseric rdias

entre si e face às suas cong neres do distrito de Leiria :

Os seus fundos resultam fundamentalmente de juros do capital :

As principais despesas eram com o Hospital, embora a organiza ão de festi-

vidades religiosas representasse

tamb m algum encargo - a 2 de

Julho de cada ano realizava a

Festa da Visita ão de Santa Isabel,

bem como as cerimónias da

Semana Santa. Estas últimas

revestiam um grande aparato.

Segundo Amadeu Mora, a Igreja

era vistosamente armada com

panos vindos de Coimbra e o chão

atapetado de rosmaninho e ale-

crim. Junto dos altares ardiam

ó

ó

é

ç

é

ç

16

17

18

206 As Misericórdias

continuamente 32 velas e 4 tochas de quilo e meio de cera. Das 3 procissões,

salienta-se a de 5ª feira à noite, chamada «dos fogareus» ou «dos archotes» e a de

6ª feira ou «do enterro». Era costume figurarem ao vivo S. João Baptista, Maria

Madalena, Ver nica e as 3 Marias .

Vejamos nessa data a estrutura das principais despesas:

A sua actividade social era de grande importância se atentarmos na estat stica

da pobreza apresentada por D. Ant nio da Costa Macedo referente aos meados

do s culo XIX :

Estes pobres são na sua maioria idosos:

Ignora-se também a data de funda ão da Misericórdia do Louri al, embora nas

Informa ões Paroquiais de 1721 se diga que do «

» .

Amadeu Mora por sua vez aponta o ano de 1608 .

Sabemos, porém, que a resolu ão r gia de 24 de Julho de 1734 aprova

superiormente os seus estatutos .

Segundo refere Jos Ruivo, a Igreja da Misericórdia é de 1608 e o seu Hospital

ó

í

ó

é

ç ç

ç

ç é

é

19

20

21

22

23

cart rio dela não consta quem a

fundou, por não haver disso documento e o que s se colhe de alguns livros

antigos ser instituida pelos anos de 1589 pouco mais ou menos e ter sido seu

primeiro provedor D. Fernando de Menezes, ascendente dos condes da

Ericeira

ó

ó

é

207As Misericórdias

Grav. 93 - Misericórdia do Louriçal

QUADRO XXRendimento anual das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIRendimento das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIIDespesas das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIIIA pobreza - 1852

QUADRO XXIVA pobreza (por idade) - 1852

Page 5: As misericórdias

Havia igualmente inúmeras esmolas.

Um dos seus maiores benfeitores foi frei Valentim Alexandre de Carvalho,

religioso do Convento do Cardal, onde foi professor. Por testamento feito em 1764,

deixa à Miseric rdia foros, vinhas, pinhais, olivais, etc. .

O quadro seguinte permite determinar a importância das nossas miseric rdias

entre si e face às suas cong neres do distrito de Leiria :

Os seus fundos resultam fundamentalmente de juros do capital :

As principais despesas eram com o Hospital, embora a organiza ão de festi-

vidades religiosas representasse

tamb m algum encargo - a 2 de

Julho de cada ano realizava a

Festa da Visita ão de Santa Isabel,

bem como as cerimónias da

Semana Santa. Estas últimas

revestiam um grande aparato.

Segundo Amadeu Mora, a Igreja

era vistosamente armada com

panos vindos de Coimbra e o chão

atapetado de rosmaninho e ale-

crim. Junto dos altares ardiam

ó

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16

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206 As Misericórdias

continuamente 32 velas e 4 tochas de quilo e meio de cera. Das 3 procissões,

salienta-se a de 5ª feira à noite, chamada «dos fogareus» ou «dos archotes» e a de

6ª feira ou «do enterro». Era costume figurarem ao vivo S. João Baptista, Maria

Madalena, Ver nica e as 3 Marias .

Vejamos nessa data a estrutura das principais despesas:

A sua actividade social era de grande importância se atentarmos na estat stica

da pobreza apresentada por D. Ant nio da Costa Macedo referente aos meados

do s culo XIX :

Estes pobres são na sua maioria idosos:

Ignora-se também a data de funda ão da Misericórdia do Louri al, embora nas

Informa ões Paroquiais de 1721 se diga que do «

» .

Amadeu Mora por sua vez aponta o ano de 1608 .

Sabemos, porém, que a resolu ão r gia de 24 de Julho de 1734 aprova

superiormente os seus estatutos .

Segundo refere Jos Ruivo, a Igreja da Misericórdia é de 1608 e o seu Hospital

ó

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19

20

21

22

23

cart rio dela não consta quem a

fundou, por não haver disso documento e o que s se colhe de alguns livros

antigos ser instituida pelos anos de 1589 pouco mais ou menos e ter sido seu

primeiro provedor D. Fernando de Menezes, ascendente dos condes da

Ericeira

ó

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é

207As Misericórdias

Grav. 93 - Misericórdia do Louriçal

QUADRO XXRendimento anual das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIRendimento das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIIDespesas das Misericórdias - 1852

QUADRO XXIIIA pobreza - 1852

QUADRO XXIVA pobreza (por idade) - 1852

Page 6: As misericórdias

funcionava pelo menos em 1633 . Desconhecemos

quando deixou de funcionar, pois a ltima referência

que localizámos diz respeito a 1750 e sabemos

que em 1887 não existia.

Das suas despesas nos dá conta o Provedor em

1835 - «

» .

Declara-se em 1870 que «

» .

Quanto à Miseric rdia de Abi l pouco ou nada

sabemos, a não ser que em 1620 já funcionaria, de

acordo com a data inscrita no altar . Nas Inquiri ões

de 1721 diz-se em rela ão aAbi l:- «

» .

No entanto as Memórias Paroquiais de 1758 dão-nos algumas pistas sobre a

sua forma ão no reinado de D. João III - «

(....)»

Sabe-se que esta Misericórdia se regia pelo compromisso da Misericórdia de

Lisboa, a exemplo da de Pombal.

Tamb m no relato de 1721 se afirma que «

24

25

26

27

28

29

ú

ó ú

ç

ç ú

ç

é

he feita com esmolas a pobres, e a

enfermos, que não tem meios para accudir sua

doen a, a passageiros que vem com Guias de

outras Mizericordias, e finalmente em festas da

Igreja, que se costumão fazer annualmente pela

Semana Santa, e em dia de Santa Izabel

são soccorridas

aproximadamente todos os annos cem pessoas

com remedios e esmolas

H hua caza de

Stª Mizª e Caza de hospital suposta que nella se não curem por falta de

rend(i)m(ent)os e do anno em q foi fundada ou por quem nam pude alcansar

not(ici)a

Nesta villa ha huma Igreja, q. no prezente

tempo serve de Caza da Mizericordia. Digo no prezente tempo, porquanto h

tradi ão de (...) de livros antigos, q. se achão no archivo da mª Santa Caza, q. esta

fora antiguamente huma capella dedicada ao Divino Espirito Santo com sua

Irmandade, e como quer q. fossem aumentandose em numero os Irmãos e com as

entradas destes e tãobem com os (...) q. se comprassem alguns bens; com outros

q. os legados pios deyxarão alguns defuntos, forão crescendo os rendimentos de

sorte q. se concordarão a nobreza e povo em fazer supplica a Sua Mag. q. lhe

convertesse em caza de Misericordia a referida Capela, e lhes desse para seu

governo, e estabelicimento hum Estatuto ou Compromisso. Anuio a Mag. do Snr.

Dom João terceyro aos rogos dos sobreditos

h hum pequeno hospital com

á

ç

á

á

ç

á

e

e

30.

208 As Misericórdias

acomoda ão pª quatro camas, q. mais raras vezes

tem ezercido, assim por ser esta terra de sertão de

pouco frequentada passagem de Peregrinos

São socorridas annualmente 150 pessoas, incluindo pobres, que

transitam com penas, e outros, que vão a banhos das Caldas. Despezas

especiais:- S faz a despeza com 2 sermões e procissão de enterro, quando se faz

festividade da semana Sancta. São socorridos com remedios, e esmolas, os

doentes pobres nos seus domicilios. Acompanha

os defuntos, sepultura na tumba, ministrando a

cera precisa. Não ha hospitaes, ou enfermarias,

mas tão somente uma caza destinada para dar

pousada aos pobres, transeuntes

ç

ó

á

» .

A Misericórdia de Abi l é dissolvida pelo

Governo Civil de Leiria por alvar de 28 de Agosto

de 1869, sob a acusa ão de irregularidades

cometidas e os seus bens são incorporados na sua

congénere de Pombal no ano seguinte.

Sobre a Misericórdia da Redinha calcula-se que

j funcionava em 1622, mas em 1839 não possu a

estatutos por terem desaparecido a quando da 3ª

invasão francesa . Sobre a sua actividade diz-se

em 1870: - «

» .

Fa amos também uma breve referência às

confrarias paroquiais. Uma das suas principais

fun ões dizia respeito à manuten ão da igreja e do

culto . Para isso, os confrades cotizavam-se para

pagar as obras e despesas de conserva ão do

edif cio sagrado e dos altares, organizavam

procissões e festas religiosas. Vejamos então o

que se passava em Pombal :

31

32

33

34

35

ú

á

ç

á í

ç

ç ç

ç

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209As Misericórdias

Grav. 94 - Igreja da Misericórdia do Louriçal

Grav. 95 - Misericórdia de Abiúl

Grav. 96 - Igreja da Misericórdia da Redinha

QUADRO XXVConfrarias de Pombal - 1839

Page 7: As misericórdias

funcionava pelo menos em 1633 . Desconhecemos

quando deixou de funcionar, pois a ltima referência

que localizámos diz respeito a 1750 e sabemos

que em 1887 não existia.

Das suas despesas nos dá conta o Provedor em

1835 - «

» .

Declara-se em 1870 que «

» .

Quanto à Miseric rdia de Abi l pouco ou nada

sabemos, a não ser que em 1620 já funcionaria, de

acordo com a data inscrita no altar . Nas Inquiri ões

de 1721 diz-se em rela ão aAbi l:- «

» .

No entanto as Memórias Paroquiais de 1758 dão-nos algumas pistas sobre a

sua forma ão no reinado de D. João III - «

(....)»

Sabe-se que esta Misericórdia se regia pelo compromisso da Misericórdia de

Lisboa, a exemplo da de Pombal.

Tamb m no relato de 1721 se afirma que «

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ó ú

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he feita com esmolas a pobres, e a

enfermos, que não tem meios para accudir sua

doen a, a passageiros que vem com Guias de

outras Mizericordias, e finalmente em festas da

Igreja, que se costumão fazer annualmente pela

Semana Santa, e em dia de Santa Izabel

são soccorridas

aproximadamente todos os annos cem pessoas

com remedios e esmolas

H hua caza de

Stª Mizª e Caza de hospital suposta que nella se não curem por falta de

rend(i)m(ent)os e do anno em q foi fundada ou por quem nam pude alcansar

not(ici)a

Nesta villa ha huma Igreja, q. no prezente

tempo serve de Caza da Mizericordia. Digo no prezente tempo, porquanto h

tradi ão de (...) de livros antigos, q. se achão no archivo da mª Santa Caza, q. esta

fora antiguamente huma capella dedicada ao Divino Espirito Santo com sua

Irmandade, e como quer q. fossem aumentandose em numero os Irmãos e com as

entradas destes e tãobem com os (...) q. se comprassem alguns bens; com outros

q. os legados pios deyxarão alguns defuntos, forão crescendo os rendimentos de

sorte q. se concordarão a nobreza e povo em fazer supplica a Sua Mag. q. lhe

convertesse em caza de Misericordia a referida Capela, e lhes desse para seu

governo, e estabelicimento hum Estatuto ou Compromisso. Anuio a Mag. do Snr.

Dom João terceyro aos rogos dos sobreditos

h hum pequeno hospital com

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30.

208 As Misericórdias

acomoda ão pª quatro camas, q. mais raras vezes

tem ezercido, assim por ser esta terra de sertão de

pouco frequentada passagem de Peregrinos

São socorridas annualmente 150 pessoas, incluindo pobres, que

transitam com penas, e outros, que vão a banhos das Caldas. Despezas

especiais:- S faz a despeza com 2 sermões e procissão de enterro, quando se faz

festividade da semana Sancta. São socorridos com remedios, e esmolas, os

doentes pobres nos seus domicilios. Acompanha

os defuntos, sepultura na tumba, ministrando a

cera precisa. Não ha hospitaes, ou enfermarias,

mas tão somente uma caza destinada para dar

pousada aos pobres, transeuntes

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» .

A Misericórdia de Abi l é dissolvida pelo

Governo Civil de Leiria por alvar de 28 de Agosto

de 1869, sob a acusa ão de irregularidades

cometidas e os seus bens são incorporados na sua

congénere de Pombal no ano seguinte.

Sobre a Misericórdia da Redinha calcula-se que

j funcionava em 1622, mas em 1839 não possu a

estatutos por terem desaparecido a quando da 3ª

invasão francesa . Sobre a sua actividade diz-se

em 1870: - «

» .

Fa amos também uma breve referência às

confrarias paroquiais. Uma das suas principais

fun ões dizia respeito à manuten ão da igreja e do

culto . Para isso, os confrades cotizavam-se para

pagar as obras e despesas de conserva ão do

edif cio sagrado e dos altares, organizavam

procissões e festas religiosas. Vejamos então o

que se passava em Pombal :

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209As Misericórdias

Grav. 94 - Igreja da Misericórdia do Louriçal

Grav. 95 - Misericórdia de Abiúl

Grav. 96 - Igreja da Misericórdia da Redinha

QUADRO XXVConfrarias de Pombal - 1839

Page 8: As misericórdias

Competia tamb m à confraria um conjunto de cuidados perante a morte de um

confrade:- promover os sacramentos ao moribundo, efectuar a traslada ão de

casa para a igreja, bem como acompanhar o velório e o enterro.

As confrarias do Carmo, do Rosário e das Almas são extintas em 1868 pelo

Governo Civil de Leiria e os seus bens incorporados na Misericórdia de Pombal 2

anos depois. A do Sant ssimo terá a mesma sorte em 1871 e os bens entregues à

Junta da Par quia de Pombal. Todas elas possu am avultados bens.

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38

_______________

1 – Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 - Pombal (22 de

Maio) - fls.1 a 3 v. - Padre Jos Pinto, vig rio de Pombal.

2 – MORA,Amadeu C., Esbo o Hist rico da Santa Casa da Miseric rdia de Pombal, ed. Santa

Casa da Miseric rdia de Pombal, 1953, pg. 9.

3 – Manuscritos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, c dice nº 503, fl.118 e

seguintes - (de Hist ria)

», feita em Leiria em 1721 pelo Provedor de Leiria Br s Raposo

da Fonseca

4 – LIMA, Baptista, Terras de Portugal, vol V, Lisboa 1937, art. Pombal e BAPTISTA, João

Maria, Chorographia Moderna de Portugal, vol. IV, Lisboa, 1876, pg. 136.

5 – Muitos dos que se dirigiam às Caldas da Rainha, com frequência traziam uma guia passada

pelas Miseric rdias das suas terras, em que se pedia o aux lio das autoridades do percurso; aqui

recebiam a dormida e a esmola; além disso, a Miseric rdia de Pombal mandava-os conduzir a Leiria ou

aAbi l ou Redinha. MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 25 e 26.

6 – LEAL, Pinho, PortugalAntigo e Moderno, vol. VII, Lisboa, 1876, pg. 132.

7 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de

Pombal para o Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência P blica, de 26

de Dezembro de 1870.

8 – Cerca de 15 metros.

9 –Acta da sessão da Mesa da Santa Casa da Miseric rdia de Pombal de 12 de Mar o de 1840

MORA,Amadeu C., , pg. 16.

10 –ADEFESA, nº 972, 24 de Dezembro de 1911, pg. 2.

11 – Servia para as reuniões mais solenes da Misericórdia (as normais eram na Sala do

Despacho) e nela passou a celebrar-se a missa quando entrou em ru na a Igreja da Miseric rdia.

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Not cias remetidas à Academia Real debaixo da Real Protec ão do mui alto e

muito poderozo Rei N. Snr. D. João o 5º

.

in op. cit.

in op. cit.

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210 As Misericórdias

Sofreu s rios danos terr veis na 3ª invasão.

12 – Arquivo da Universidade de Coimbra - Invasões Francesas - Cat - Cor. B. Pimenta - doc.

175.

13 – Processo de Breve Papal de 1805 citado MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 58 e 59.

14 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 61 - Oficio da Câmara Municipal de Pombal para o Sub

Perfeito da Comarca de Leiria, de 23 de Mar o de 1835.

15 – , caixa 50, ma o 9 - Mappa demonstrativo das Mizericordias, 4 de Setembro de 1839.

16 – MORA,Amadeu C., , 1953, pg. 19.

17 – MACEDO, D.Ant nio da Costa de Sousa, , pg. 235.

18 – , , pg. 362.

19 – MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 44 a 46.

20 – MACEDO, D.Ant nio da Costa de Sousa, , pg. 221.

21 – Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 - Louri al (29 de

Maio, pelo vig rio Jer nimo Ferreira de T vora) - fls. 1 a 3v.

22 – MORA,Amadeu C., , pg. 9.

23 –Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6.

24 – RUIVO, Jos da Silva - A Igreja da Miseric rdia do Louri al, Ed. Santa Casa da

Miseric rdia do Louri al, 1992, pg. 19.

25 – Historia da Funda ão do Real Convento do Louri al ..., pg. 3.

26 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de

Pombal para o Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência Pública, de 26

de Dezembro de 1870.

27 – , caixa 74 - Of cio do Provedor da Misericórdia do Louri al para o Governador Civil de

11 de Setembro de 1835.

28 – , Luiz, Diccionario geografico ou Noticia Historica de todas as cidades, villas,

lugares e aldeas, etc., tomo I, Lisboa, 1747, pgs. 12 e 13. O p lpito seiscentista da igreja da

Miseric rdia, conservado no Museu deAbi l, tem inscrita a data de 1616.

29 –Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 -Abi l (21 de Maio)

30 – Mem rias Paroquiais de 1758, fls. 97 e 98.

31 –Arquivo Distrital de Leiria, Mem rias Paroquiais de 1721,Abi l, fl. 97.

32 – , caixa 50, ma o 9 - Mappa demonstrativo das Mizericordias, 4 de Setembro de 1839.

33 – , caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de Pombal para o

Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência P blica, de 26 de Dezembro

de 1870.

34 – SÁ, Isabel dos Guimarães, art. As confrarias e as miseric rdias Hist ria dos Munic pios

e do poder local, dir. C sar Oliveira, ed. C rculo de Leitores, col. Grandes Temas de Hist ria, Lisboa,

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op. cit.

op. cit.

idem op. cit.

op. cit.

op. cit.

op. cit.

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in

CARDOSO

211As Misericórdias

Page 9: As misericórdias

Competia tamb m à confraria um conjunto de cuidados perante a morte de um

confrade:- promover os sacramentos ao moribundo, efectuar a traslada ão de

casa para a igreja, bem como acompanhar o velório e o enterro.

As confrarias do Carmo, do Rosário e das Almas são extintas em 1868 pelo

Governo Civil de Leiria e os seus bens incorporados na Misericórdia de Pombal 2

anos depois. A do Sant ssimo terá a mesma sorte em 1871 e os bens entregues à

Junta da Par quia de Pombal. Todas elas possu am avultados bens.

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1 – Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 - Pombal (22 de

Maio) - fls.1 a 3 v. - Padre Jos Pinto, vig rio de Pombal.

2 – MORA,Amadeu C., Esbo o Hist rico da Santa Casa da Miseric rdia de Pombal, ed. Santa

Casa da Miseric rdia de Pombal, 1953, pg. 9.

3 – Manuscritos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, c dice nº 503, fl.118 e

seguintes - (de Hist ria)

», feita em Leiria em 1721 pelo Provedor de Leiria Br s Raposo

da Fonseca

4 – LIMA, Baptista, Terras de Portugal, vol V, Lisboa 1937, art. Pombal e BAPTISTA, João

Maria, Chorographia Moderna de Portugal, vol. IV, Lisboa, 1876, pg. 136.

5 – Muitos dos que se dirigiam às Caldas da Rainha, com frequência traziam uma guia passada

pelas Miseric rdias das suas terras, em que se pedia o aux lio das autoridades do percurso; aqui

recebiam a dormida e a esmola; além disso, a Miseric rdia de Pombal mandava-os conduzir a Leiria ou

aAbi l ou Redinha. MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 25 e 26.

6 – LEAL, Pinho, PortugalAntigo e Moderno, vol. VII, Lisboa, 1876, pg. 132.

7 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de

Pombal para o Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência P blica, de 26

de Dezembro de 1870.

8 – Cerca de 15 metros.

9 –Acta da sessão da Mesa da Santa Casa da Miseric rdia de Pombal de 12 de Mar o de 1840

MORA,Amadeu C., , pg. 16.

10 –ADEFESA, nº 972, 24 de Dezembro de 1911, pg. 2.

11 – Servia para as reuniões mais solenes da Misericórdia (as normais eram na Sala do

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in op. cit.

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210 As Misericórdias

Sofreu s rios danos terr veis na 3ª invasão.

12 – Arquivo da Universidade de Coimbra - Invasões Francesas - Cat - Cor. B. Pimenta - doc.

175.

13 – Processo de Breve Papal de 1805 citado MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 58 e 59.

14 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 61 - Oficio da Câmara Municipal de Pombal para o Sub

Perfeito da Comarca de Leiria, de 23 de Mar o de 1835.

15 – , caixa 50, ma o 9 - Mappa demonstrativo das Mizericordias, 4 de Setembro de 1839.

16 – MORA,Amadeu C., , 1953, pg. 19.

17 – MACEDO, D.Ant nio da Costa de Sousa, , pg. 235.

18 – , , pg. 362.

19 – MORA,Amadeu C., , 1953, pgs. 44 a 46.

20 – MACEDO, D.Ant nio da Costa de Sousa, , pg. 221.

21 – Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 - Louri al (29 de

Maio, pelo vig rio Jer nimo Ferreira de T vora) - fls. 1 a 3v.

22 – MORA,Amadeu C., , pg. 9.

23 –Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6.

24 – RUIVO, Jos da Silva - A Igreja da Miseric rdia do Louri al, Ed. Santa Casa da

Miseric rdia do Louri al, 1992, pg. 19.

25 – Historia da Funda ão do Real Convento do Louri al ..., pg. 3.

26 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de

Pombal para o Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência Pública, de 26

de Dezembro de 1870.

27 – , caixa 74 - Of cio do Provedor da Misericórdia do Louri al para o Governador Civil de

11 de Setembro de 1835.

28 – , Luiz, Diccionario geografico ou Noticia Historica de todas as cidades, villas,

lugares e aldeas, etc., tomo I, Lisboa, 1747, pgs. 12 e 13. O p lpito seiscentista da igreja da

Miseric rdia, conservado no Museu deAbi l, tem inscrita a data de 1616.

29 –Arquivo da Universidade de Coimbra, Informa ões Paroquiais de 1721 -Abi l (21 de Maio)

30 – Mem rias Paroquiais de 1758, fls. 97 e 98.

31 –Arquivo Distrital de Leiria, Mem rias Paroquiais de 1721,Abi l, fl. 97.

32 – , caixa 50, ma o 9 - Mappa demonstrativo das Mizericordias, 4 de Setembro de 1839.

33 – , caixa 40, ma o 6 - Of cio do Administrador do Concelho de Pombal para o

Governador Civil - Inqu rito sobre os estabelecimentos de Beneficiência P blica, de 26 de Dezembro

de 1870.

34 – SÁ, Isabel dos Guimarães, art. As confrarias e as miseric rdias Hist ria dos Munic pios

e do poder local, dir. C sar Oliveira, ed. C rculo de Leitores, col. Grandes Temas de Hist ria, Lisboa,

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op. cit.

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idem op. cit.

op. cit.

op. cit.

op. cit.

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CARDOSO

211As Misericórdias

Page 10: As misericórdias

VI.VIII. O Ensino

Nos finais do s culo XIX, o ndice de analfabetismo em Portugal atingia 84,4%

(Censo de 1878) . Pombal não era, por certo, excep ão.

A forma ão recebida era basicamente religiosa. significativa esta passagem

das Inquiri ões Paroquiais de 1721 relativamente à Mata Mourisca:

«

»

A primeira escola de Pombal de que temos not cia funcionava no Convento do

Cardal e a eram ministradas, al m das primeiras letras, aulas de artes e latim.

Nela leccionou desde a funda ão do Convento at 1716 frei ValentimAlexandre de

Carvalho . Segundo Robalo Pombo, ao ser criada, visavam-se igualmente os

estudos preparatórios para a Universidade; o Geral da Ordem não autorizou em

virtude da cerca do Convento ser pequena, mas o chamado Ensino Menor

continuou aí a funcionar, autorizado por circular de 1780.

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Não achei not cia que houvesse varão algum nesta freguesia insigne e

assinalado em virtude nem em letras; mas antes achei muita falta de doutrina

cristã, porque não havia ningu m que soubesse os 14 artyigos da nossa santa F

Cat lica, nem entendê-los distintamente e isso s algum homem que sabia ler.

Tive logo todo o cuidado e desvelo em lhes ensinar a doutrina cristã e lhes fiz

aprender todas as ora ões da cartilha de M. In cio e hoje sabem at as

Benaventuran as

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3

1996, pg. 57.

35 – Arquivo Distrital de Leiria, caixa 45, ma o 33 e caixa 73 - Actas do Conselho do Governo

Civil, de 18 de Fevereiro de 1839.

36 – Missa cantada e sermão.

37 – Missa cantada, sermão e sacramento exposto.

38 – MORA,Amadeu C., , 1953, pg. 48.

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op. cit.

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213O ensino

GRÁFICO XO analfabetismo no concelho de Pombal - 1878 / 1991

As Misericórdias