as metas do desenvolvimento sustentável são

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As metas do desenvolvimento sustentável são: A satisfação das necessidades básicas da população (educaçã alimentação, saúde, lazer, etc.). A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o a modo ue elas ten!am c!ance de viver). A participação da população envolvida (todos devem se consc necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte cabe para tal). A preservação dos recursos naturais (água, o"ig#nio, etc). A elaboração de um sistema social, garantindo emprego, segu e respeito a outras culturas (erradicação da mis$ria, do pr massacre de populações oprimidas, como, por e"emplo, os %nd A efetivação dos programas educativos. &ntrodução ' presente trabal!o corresponde avaliação nal como reui aprovação no curso de *erviço *ocial realizado na +niversid -io de aneiro (+ - ) e visa contribuir para a análise do pelos Assistentes *ociais s uestões relacionadas ao meio como resultado de sua atuação prática interventiva ou em su te/rica e acad#mica. 0esse modo este trabal!o procura focal abordagens sobre meio ambiente e preservação ambiental dese por Assistentes *ociais no 1rasil. 2osso interesse em estudar o tratamento dado pela categoria ambientais parte do entendimento de ue, no atual sistema d organização social, a e"ploração do trabal!o !umano e"ercid dominante tamb$m $ constatada em outras formas de e"ploraçã inclusive com a destruição do meio ambiente. 2este sentido produção submete os interesses ecol/gicos aos interesses da lucro e de mais valia. 3uando a ordem capitalista identi ca o meio ambiente como fonte de lucro e e"ploração ou o transforma em novas formas acumulação, a ameaça de destruição se concretiza, se materi 's problemas ambientais atingem de forma desigual os difere da sociedade, sendo sentidos com mais intensidade pelos seg pobres e ue, por isso, se tornam mais vulneráveis s espec realizadas pelo capital, como tamb$m s conse4#ncias da de ambiental, ue muitas vezes ocasiona a perda de meios pelos realizam seu trabal!o. +m e"emplo $ o caso dos pescadores impedidos diante da poluição de rios e dos mares ue ocasio pei"es, impedindo assim as atividades pelas uais garantem o seu sustento e o de suas fam%lias. *ão pre ainda, segundo e"emplo dado por Altvater (6778), por fazere e"cessivo de uma peuena parte de terra porue os grandes l se utilizam da terra como um ob5eto de especulação.

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O presente trabalho corresponde à avaliação final como requisito de aprovação no curso de Serviço Social realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e visa contribuir para a análise do tratamento dado pelos Assistentes Sociais às questões relacionadas ao meio ambiente, como resultado de sua atuação prática interventiva ou em sua produção teórica e acadêmica. Desse modo este trabalho procura focalizar as abordagens sobre meio ambiente e preservação ambiental desenvolvidas por Assistentes Sociais no Brasil.

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As metas do desenvolvimento sustentvel so: A satisfao das necessidades bsicas da populao (educao, alimentao, sade, lazer, etc.). A solidariedade para com as geraes futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver). A participao da populao envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal). A preservao dos recursos naturais (gua, oxignio, etc). A elaborao de um sistema social, garantindo emprego, segurana social e respeito a outras culturas (erradicao da misria, do preconceito e do massacre de populaes oprimidas, como, por exemplo, os ndios). A efetivao dos programas educativos.Introduo

O presente trabalho corresponde avaliao final como requisito de aprovao no curso de Servio Social realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e visa contribuir para a anlise do tratamento dado pelos Assistentes Sociais s questes relacionadas ao meio ambiente, como resultado de sua atuao prtica interventiva ou em sua produo terica e acadmica. Desse modo este trabalho procura focalizar as abordagens sobre meio ambiente e preservao ambiental desenvolvidas por Assistentes Sociais no Brasil.

Nosso interesse em estudar o tratamento dado pela categoria s questes ambientais parte do entendimento de que, no atual sistema de organizao social, a explorao do trabalho humano exercida pela classe dominante tambm constatada em outras formas de explorao, inclusive com a destruio do meio ambiente. Neste sentido o modo de produo submete os interesses ecolgicos aos interesses da extrao de lucro e de mais valia.

Quando a ordem capitalista identifica o meio ambiente como mais uma fonte de lucro e explorao ou o transforma em novas formas de acumulao, a ameaa de destruio se concretiza, se materializa.

Os problemas ambientais atingem de forma desigual os diferentes setores da sociedade, sendo sentidos com mais intensidade pelos segmentos mais pobres e que, por isso, se tornam mais vulnerveis s especulaes realizadas pelo capital, como tambm s conseqncias da degradao ambiental, que muitas vezes ocasiona a perda de meios pelos quais realizam seu trabalho. Um exemplo o caso dos pescadores que se vem impedidos diante da poluio de rios e dos mares que ocasiona a morte de peixes, impedindo assim as atividades pelas

quais garantem o seu sustento e o de suas famlias. So prejudicados ainda, segundo exemplo dado por Altvater (2006), por fazerem uso excessivo de uma pequena parte de terra porque os grandes latifundirios se utilizam da terra como um objeto de especulao.

No plano poltico:

O capital plenamente capaz de transferir o peso das degradaes para pases e para classes mais fracas. Em caso de necessidade, ele pode em ltimo recurso dirigir toda a potncia militar dos imperialismos dominantes para tarefas de manuteno da ordem em todas as partes do mundo em que as degradaes das condies de existncia dos povos, sob efeito das destruies ambientais, possam provocar levantamentos (Chesnais & Serfati, pg. 05) 1.

As conseqncias da ao do capital sobre o meio ambiente atingem diretamente as classes trabalhadoras no que se refere aos seus direitos em decorrncia da concentrao de renda, propriedade e poder dando origem a novas formas de expresso da questo social correspondentes aos aspectos sociais, polticos e econmicos vivenciados pela sociedade atualmente.

A insero dos Assistentes Sociais nesta questo se d por ser a questo social o fundamento de sua formao e prtica enquanto trabalhadores especializados, tendo atravs da realizao de sua prtica profissional contato direto com as suas mais variadas formas de expresso, associadas s maneiras como os usurios as vivenciam em seus trabalhos, famlia, comunidade, na luta pela moradia, pela terra, na sade, na assistncia social pblica (Iamamoto, 2005:12) e, ns acrescentamos, que tambm se expressam no meio ambiente.

Atualmente a questo social est diretamente ligada luta aberta e surda pela cidadania, no embate pelo respeito aos direitos civis, sociais e polticos e aos direitos humanos (Iamamoto, 2005:12). Estes direitos fazem parte tambm dos objetivos que o Cdigo de tica Profissional dos Assistentes Sociais de 1993 1 Disponvel em: http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/16chesnais.pdf. Acesso em 04/04/2007 busca alcanar atravs do envolvimento desta categoria na luta por uma nova ordem societria, embasada por princpios que norteiam o exerccio profissional.

Por isso, acreditamos ser importante identificar como a categoria tem percebido as relaes que esto se desenvolvendo atualmente entre a sociedade e o meio ambiente e qual o tratamento dado por parte destes profissionais, seja em sua produo intelectual ou atravs de relatos de sua prtica cotidiana no que diz respeito temtica do meio ambiente.

No primeiro captulo procuramos realizar um breve resgate do surgimento do

Servio Social no Brasil e a sua trajetria at os dias de hoje. Nosso objetivo no o de nos aprofundarmos nesta temtica, mas apenas o de, atravs de um breve histrico sobre a origem da profisso, permitir que se compreenda a importncia desta profisso junto s questes referentes ao meio ambiente, como uma forma de enfrentamento das desigualdades e explorao a que vem sendo submetida classe trabalhadora por parte das classes dominantes.

No segundo captulo, procuramos apresentar os problemas ambientais que vm sendo causados desde a Revoluo Industrial e os impactos que esses problemas tm tido sobre a vida dos trabalhadores. No entanto, esses impactos tambm tm atingido as classes sociais que se encontram diretamente ligadas ao capital, fazendo com que grandes potncias sejam obrigadas a reconhecer a necessidade da implementao de medidas capazes de frear e/ou diminuir a degradao que vem sendo causada ao meio ambiente.

Por fim, apresentamos o resultado da pesquisa realizada por mim, enquanto bolsista de iniciao cientfica da pesquisa Servio Social e Meio Ambiente, vinculada ao projeto Polticas Pblica, Meio Ambiente e Movimentos Sociais 2 e

2 Icasuriaga, 2005. Projeto cadastrado no SIGMA e na FAPERJ que busca, atravs da anlise da produo bibliogrfica e documental da categoria, identificar qual o envolvimento desta categoria com a questo do meio ambiente. Para isso realizamos visitas ao Centro de Documentao da ESSUFRJ, Biblioteca de Peridicos existente no Campus da Praia Vermelha UFRJ, biblioteca do Centro de Filosofias e Cincias Humanas (CFCH) UFRJ, biblioteca do Conselho Regional de Servio Social da 7 Regio RJ (CRESS 7 Regio - RJ), biblioteca da Faculdade de Servio Social da UERJ, biblioteca da Universidade Castelo Branco Campus Realengo. Realizamos tambm consultas on line nos sites das seguintes universidades: Pontfice Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade Federal Fluminense, UNIB e na Universidade Estadual de Londrina. Alm das consultas a sites destinados aos Assistentes Sociais. Os artigos foram selecionados a partir dos ttulos e dos ndices das publicaes.

1.1 PAUPERISMO E QUESTO SOCIAL NAS ORIGENS DA CONSTITUIO DO SERVIO SOCIAL NO BRASIL

A formao do Servio Social no Brasil se d no decorrer de um processo histrico marcado pela passagem de uma sociedade agrcola-comercial (sob controle oligrquico), com o trabalho essencialmente realizado por escravos, para agrcola-industrial com a utilizao do trabalhador livre dentro de um modo de produo em que fica evidente a separao entre os homens e os meios de produo, associado constituio de mercados voltados para os principais centros urbanos.

A classe trabalhadora tem a partir deste momento sua vida norteada pelas leis de mercado submetidas ao modo de produo capitalista. Passa ento a vender sua fora de trabalho, a fim de garantir sua manuteno e reproduo atravs do salrio que recebe, sendo ao mesmo tempo submetida explorao de sua fora de trabalho de forma cada vez mais intensa pela classe burguesa.

Em meio a essa explorao, o trabalhador passa a perceber que a pobreza em que se encontra no est vinculada quantidade de bens produzidos, mas forma desigual da sua apropriao, uma vez que a pobreza crescia na razo direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas (Netto, 2001: 153), ou seja, quanto mais riqueza se produzia, menos os trabalhadores conseguiam usufruir o que era produzido. O aumento da produo, ao invs de trazer melhorias nas condies de vida da classe trabalhadora, se tornou um dos mecanismos responsveis pelo crescimento de sua explorao, dando origem a um fenmeno denominado pauperismo. Segundo Netto (2001:154), esse fenmeno caracterizado como pauperismo passou a ser nomeado como questo social e possui relao direta com os seus desdobramentos scio-polticos, uma vez que os pauperizados no se conformando com a situao em que se encontravam, passaram a se organizar e a realizar movimentos que ameaavam a ordem social existente at o momento.

Esses movimentos se constituram em instrumento de transformaes junto sociedade industrial brasileira ao apresentarem um conjunto de problemas que exigiam profundas modificaes na organizao das foras dentro do Estado e na relao que este estabelecia com as classes sociais.

A nova qualidade que assume a questo social nos grandes centros urbano-industriais deriva, assim, do crescimento numrico do proletariado, da solidificao dos laos de solidariedade poltica e ideolgica que perpassam seu conjunto, base para a construo e para a possibilidade objetiva de um projeto alternativo a dominao burguesa (Iamamoto; Carvalho, 2004:127).

neste contexto histrico que se d a implantao do Servio Social como profisso, em nossa sociedade, no perodo dos monoplios, firmado em uma prtica profissional, em que sua atuao revela-se congruente com as exigncias econmico-sociais da ordem monoplica; sua interveno desenha um aporte ao desempenho do Estado burgus e do comando do capital monopolista para a reproduo das condies mais compatveis com a lgica da valorizao que se pe neste marco (Netto, 2001:78). Cabe tambm mencionar que o Servio Social, ao longo de sua trajetria, esteve sob a influncia de correntes de pensamento e instituies presentes em nossa sociedade.

No Brasil, a questo social nas dcadas de 1920 a 1930 a questo da formao da classe operria e de sua entrada no cenrio poltico, a partir de seu reconhecimento como classe pelo Estado e com isso a implementao de polticas que levem em considerao seus interesses.

O surgimento do Servio Social se d como o resultado de um processo scio-histrico, condensado nas lutas que travam as classes fundamentais, vinculado fase monopolista do capitalismo (Mantao, 1996:104). Sua origem se justifica pela necessidade de respostas s novas necessidades sociais, que se do a partir do momento em que ocorre o desenvolvimento do capitalismo industrial e a expanso urbana, associados constituio e expanso do proletariado e da burguesia industrial (Iamamoto e Carvalho, 2004:7)..3. MUDANAS CONTEMPORNEAS E SEUS IMPACTOS NA ATUAO DO SERVIO SOCIAL

Segundo Netto (1996), desde a dcada de 1970 h uma seqncia de mudanas que adquirem maior expresso na dcada de 1990. Essas mudanas so representadas pela globalizao e regionalizao dos mercados, que se do atravs da flexibilizao econmica. Esse novo quadro demanda a reestruturao das funes do Estado e sua relao com a sociedade, impondo novas exigncias para o Servio Social, exigindo respostas e caracterizando novos desafios e perspectivas para a profisso.

O surgimento dessas demandas implica a necessidade da categoria de entender as relaes que se instituem na sociedade capitalista atualmente, frutos das mudanas que se estabeleceram e resultaram em novas formas de expresses da questo social e conseqentemente, em suas novas formas de enfrentamento por parte dos Assistentes Sociais.

A questo social na atualidade est associada s formas como se manifestam as desigualdades no seio da sociedade, sendo impensveis sem a mediao do Estado.

A questo social expressa desigualdades econmicas, polticas e culturais das classes sociais, mediadas por disparidades nas relaes de gnero, caractersticas tnico raciais e formaes regionais. Colocam em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilizao (Iamamoto, 2005:13).

A introduo do projeto neoliberal no Brasil, primeiramente no governo Collor (1989) e de forma mais intensa nos dois governos do presidente Fernando Henrique Cardoso, acarreta mudanas em muitas formas de organizao da sociedade (como a retomada da filantropia e o estmulo ao voluntariado por parte da sociedade civil), assim como perdas em relao a direitos alcanados com a Constituio de 1988 (a

Constituio Cidad). Um exemplo a perda de direitos trabalhistas alcanados por meio de lutas histricas travadas pela classe trabalhadora, em funo de acordos/contratos entre empregadores e empregados. Essas mudanas ocorridas no mercado de trabalho se estendem aos Assistentes Sociais e podem ser percebidas nas reas de trabalho em que a categoria vem sendo inserida.

Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Servio Social

(CFESS) em 2005, se mantm a atuao profissional vinculada a instituies de natureza pblica, estando em segundo lugar os que se encontram empregados em instituies privadas e por fim se encontra o grupo de profissionais inseridos no Terceiro Setor. Esta pesquisa tambm apresentou um dado que indica que nem todos os profissionais que atuam na esfera pblica mantm vnculos efetivos / estatutrios (CFESS, 2005:51).

Ainda de acordo com o trabalho realizado, h o desenvolvimento de uma outra vertente de atuao do mercado profissional que se estabelece junto s organizaes no-governamentais - ONGs -, constituindo um amplo e diversificado campo que necessita ser melhor qualificado. Temos ainda a atuao profissional junto s empresas onde o Servio Social chamado a atuar na rea de recursos humanos, na esfera de assessoria gerencial e na criao dos comportamentos produtivos favorveis para a fora de trabalho.

Preliminarmente importante explicitar os pressupostos para a anlise da profisso hoje. Para que isso acontea, necessrio que os Assistentes Sociais saiam de uma viso endgena da profisso, ou seja, que saiam de uma viso de dentro e para dentro do Servio Social, como precondio para que se possa captar as novas mediaes e requalificar o fazer profissional, identificando suas particularidades e descobrindo alternativas de ao (Iamamoto, 2001:20).Assistente Social hoje desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e no s executivo (Iamamoto, 2001:20).

O rompimento com a viso endgena, permite aos Assistentes Sociais que conseguem desenvolver sua prtica profissional alm dessa viso, a possibilidade de ultrapassar uma viso rotineira, reiterativa e burocrtica do Servio Social (Iamamoto, 2001: 2), desenvolvendo novas possibilidades de atuao que possam realmente contribuir para atuao junto sociedade, resultando em mudanas concretas e no apenas paliativas.

Para Carvalho (1994), a vida cotidiana questo fundamental para a prxis realizada pelos Assistentes Sociais, j que sobre ela que se realiza a prtica e h transformaes e perpetuao das condies de vida mais amplas. O cotidiano o palco onde relaes sociais de reproduo e dominao se concretizam e se afirmam; assim, necessrio refletir e compreender a totalidade da vida cotidiana.

Em meio s relaes cotidianas, o Assistente Social encontra seu espao como um dos mediadores na relao entre o particular e o global, entre o singular e o coletivo (Carvalho e Netto, 1994:51). Sua especificidade est no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas em geral e, particularmente, junto populao pauperizada, subalternizada, excluda da riqueza socialmente produzida e privadamente apropriada, alm de fazer a mediao dos interesses desta classe junto ao Estado.

Segundo Iamamoto (2005:7), as reflexes sobre o Servio Social na contemporaneidade, em meio s relaes sociais capitalistas, devem servir para que se superem os influxos liberais que se alastram progressivamente sobre as anlises a respeito da prtica profissional, entendida como uma prtica do indivduo isolado, desvinculada da trama social que cria sua necessidade e condiciona seus efeitos na sociedade. A tendncia atual que se transformem as relaes entre o Assistente Social e os usurios em relaes singulares, desvinculadas da questo Social e das polticas pblicas. Nesta perspectiva a formao profissional deve estar voltada para a construo de estratgias, tcnicas e formao de habilidades centrando-se no como fazer com a justificativa de que esta uma profisso voltada para a interveno junto s classes sociais. Essa viso busca criar um profissional que aparenta saber fazer, mas que no consegue explicar as razes, o contedo, a direo social e os efeitos que sua prtica profissional ir produzir junto sociedade. Ao desenvolver sua prtica desta forma h o perigo de que a profisso seja reduzida funo tcnica, em que caber a outros profissionais a funo de pensar a sociedade.

necessrio que este profissional seja capaz de desempenhar suas funes de forma que, ao realizar uma atividade tcnica, esta tenha base nos conhecimentos tericos que nortearam a sua formao. Com isso, sua atividade no ser feita por fazer, apenas para o atendimento que uma demanda apresenta e que precisa de respostas muitas vezes imediatas. Ao ter sua ao orientada por uma racionalidade sociopoltica (Netto, 1996:115), o profissional saber explicar o porqu de sua ao e quais as possveis implicaes que esta poder vir ocasionar na vida deste usurio, atravs de sua compreenso terico - critica, identificando a significao, os limites e as alternativas da ao focalizada (Netto, 1996:126). Desta

forma, fazendo e sabendo o porqu de estar fazendo, esta profissional estar contribuindo para que a identidade profissional da categoria seja preservada.

O exerccio da profisso exige, portanto, um sujeito profissional que tem competncia para propor, para negociar com a instituio os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificaes e atribuies profissionais. Requer ir alm das rotinas institucionais e buscar apreender no movimento da realidade as tendncias e possibilidades nela presentes passiveis de serem apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (Iamamoto, 2005:9).

Um outro aspecto importante para o desempenho da prtica profissional dos

Assistentes Sociais a sua articulao ao projeto tico-poltico da profisso com a luta mais ampla dos trabalhadores pela democratizao econmica social (Guerra, 2005:27) como um caminho para a criao de estratgias e alternativas de atuao cotidiana profissional, na defesa da democracia, ampliao da cidadania e distribuio igualitria das riquezas socialmente produzidas.

2.1 BREVE HISTRICO DA QUESTO AMBIENTAL

As discusses a respeito do meio ambiente surgem no mbito acadmico no incio de 1970, mas a partir de 1990 que comeam a ganhar maior expresso, passando a assumir um carter universal. Essa universalidade se d atravs da impossibilidade que o momento apresenta de negar que as aes do homem sobre a natureza, estabelecidas por meio de uma relao contraditria onde o desenvolvimento ilimitado se utiliza de forma desordenada de recursos naturais (finitos) provocando sua extino e/ou deteriorao, estejam trazendo conseqncias ambientais desastrosas em todas as partes do globo. Segundo evidncias cientficas a humanidade responsvel pelas mudanas climticas globais desde a Revoluo Industrial 3.

Vivemos em um mundo que, embora seja ecologicamente interligado, apresenta, em sua organizao social, a diviso entre classes inerente ao modo de produo capitalista. Essa diviso no determina apenas o segmento que ir se apropriar da riqueza socialmente produzida, mas estabelece tambm a classe que mais atingida pelos impactos da degradao ambiental.

So os pobres que, alm de sofrerem com a desigualdade na distribuio da riqueza socialmente produzida, tm seu acesso apropriao dos recursos naturais restringidos e acabam sentindo com maior intensidade as conseqncias da degradao ambiental.

3 Carvo: O combustvel de ontem. Coordenadora geral: Ktia Vasconcelos Moreiro. Porto Alegre:

Ncleo Amigos da Terra no Brasil, 2004. Disponvel em < http: // w.greenpeace.org.br>. Acesso em 08/06/2007.

A preocupao com o meio ambiente se d pela necessidade que temos de avaliar a relao que vem se desenvolvendo entre a sociedade e a natureza, expandindo a questo ambiental para alm da idia de preservao de reas naturais. Sendo essa expanso resultado de uma anlise das desigualdades sociais existentes, associadas aos confrontos entre os projetos sociais expressos em lutas sociais contra modalidades de apropriao e uso privados dos recursos territoriais e pela defesa do meio ambiente (Rauta, 2004:8).

A Revoluo Industrial teve incio no sculo XVIII na Inglaterra por ser pas possuidor de grandes reservas de carvo mineral, principal fonte energia para movimentar mquinas e locomotivas vapor e se caracterizou pela passagem da manufatura para a mecanizao dos sistemas de produo e de transporte de mercadorias. So caractersticas da sociedade industrial: aumento da produo, organizao das diversas atividades urbanas pelo capital, a indstria como principal atividade econmica e o crescimento da populao urbana. Alm do carvo, os ingleses possuam grandes reserva de minrio de ferro, principal matria prima utilizada na poca. Alm desses fatores, temos como pontos para o desenvolvimento da Revoluo na Inglaterra a grande quantidade de trabalhadores procurando emprego, o mercado consumidor e o capital disponvel pela burguesia para financiar as fbricas, comprar matria prima, mquinas e contratar empregados. O desenvolvimento da Revoluo neste pas tambm se deu devido a sua localizao geogrfica, na parte ocidental da Europa, que facilitou o acesso s mais importante rotas de comrcio internacional e permitiu conquistar mercados ultramarinos4.

4 Revoluo Industrial. Disponvel em: . Acesso em 08/06/2007.

A primeira fase da Revoluo Industrial teve sua gnese com a Revoluo

Comercial, realizada entre os sculos XV e XVIII em pases da Europa em que a expanso do comrcio internacional trouxe aumento de riquezas, permitindo a acumulao de capitais capazes de financiar o progresso tcnico e alto custo da instalao de indstrias. A burguesia europia teve o crescimento de seus negcios e por isso passou a investir no aperfeioamento das tcnicas de produo, apoiando o trabalho de inventores na criao de mquinas e experincias industriais. Houve com a Revoluo Comercial um crescimento de mercados e do lugar geogrfico das trocas. A ampliao das trocas, que a partir do sculo XVI os europeus passaram a realizar em escala planetria, levou a radical alterao nas formas de produzir de alguns pases da Europa ocidental 5.

Com a expanso do comrcio, houve a necessidade cada vez maior da utilizao de mquinas como um meio para alcanar maior produtividade e, conseqentemente, maiores lucros aos empresrios. Essas mquinas realizavam seu trabalho utilizando basicamente as foras da natureza como o vento, a gua, o fogo, o vapor. Com isso, o homem conseguiu alcanar o progresso ao fazer com que a natureza trabalhasse atravs das mquinas.

A Segunda fase da Revoluo Industrial se caracterizou pela propagao dos princpios da industrializao na Frana, Alemanha, Itlia, Blgica, Holanda, Estados Unidos e Japo. Houve um crescimento da concorrncia e da indstria de bens de produo. Neste perodo as principais mudanas no processo produtivo foram as novas formas de energia (eltrica e a partir de derivados do petrleo), assim como o aparecimento de novos produtos qumicos e a substituio do ferro pelo ao.

5 Revoluo Industrial. Disponvel em: . Acesso em 08/06/2007.

A Revoluo Industrial tornou as formas de produo mais eficientes, com a produo mais rpida de produtos a preos mais baixos permitindo, assim, um crescimento no consumo, ocasionando transformaes econmicas e sociais. Por outro lado, aumentou o nmero de desempregados, uma vez que as mquinas foram substituindo aos poucos a mo de obra humana. Houve conseqncias negativas como o xodo rural, o crescimento desordenado das cidades e a poluio ambiental. Estes efeitos podem ser sentidos at os dias de hoje.

Com a Revoluo Industrial, o homem passou a utilizar intensivamente o carbono estocado durante milhes de anos em forma de carvo mineral, petrleo e gs natural para a gerao de energia e no uso em indstrias e veculos. Como forma de obter esse carbono, houve a destruio e a queimada de florestas (grandes depsitos de carbono) de forma cada vez mais intensa. O resultado desta ao a emisso e acumulao de grandes quantidades de dixido de carbono, metano e outros gases para na camada atmosfrica (que formada naturalmente por dixido de carbono, metano e vapor d'gua). Essa camada que envolve a Terra tem a funo de reter parte do calor do sol permitindo, desta forma, o desenvolvimento da grande diversidade de seres vivos existentes.

Com a emisso de gases poluentes, a camada atmosfrica se torna mais espessa e a sua capacidade de reter calor potencializada, ocasionando o aumento da temperatura no planeta. Esse aumento de temperatura, tambm conhecido como efeito estufa, tem como resultado o aquecimento global que gera mudanas ambientais. Essas mudanas sentidas pela natureza trazem consequncias desastrosas para o homem, uma vez que, alm dos prejuzos materiais e econmicos como, por exemplo, a perda de grandes safras em decorrncia das secas ocasionadas pelas escassez de chuva, tambm existem as perdas humanas em desastres ecolgicos em funo das mudanas climticas.

queima do carvo, sendo estes valores praticamente incalculveisA utilizao do carvo no traz prejuzos somente para a atmosfera. A sua minerao e queima na indstria carbonfera alteraram significativamente a paisagem e o ecossistema. Sua extrao torna o solo cido, alm de promover sua eroso inibindo, desta forma, o crescimento de vegetais e tornando-o imprprio para a agricultura. Como resultado, temos o assoreamento das drenagens e a contaminao das guas. Alm destes aspectos, devem ser levados em conta os gastos com sade pblica para tratar de problemas decorrentes da minerao e

No caso do petrleo, alm da emisso de gases, os danos atingem em maior parte aos oceanos, provocando prejuzos vida marinha, pesca e ao turismo. A poluio acarreta para o ambiente marinho:

A morte instantnea do plncton, ou ainda pela bioacumulao, que o fenmeno atravs do qual os organismos vivos acabam retendo dentro de si algumas substancias txicas que vo se acumulando tambm nos demais seres da cadeia alimentar at chegar ao homem, sendo um processo lento de intoxicao e muitas vezes letal (Cardoso, 2007:15).

O crescimento desordenado das cidades tambm se tornou um dos fatores que contribuem para o aquecimento global. A falta de estrutura e planejamento para receber a populao rural que se estabelece nos centros urbanos, atrados pela promessa de uma vida melhor, acaba fazendo com que estas pessoas ocupem reas que deveriam ser destinas preservao ambiental.

Associado a este fator, tambm est questo do lixo produzido e despejado em locais imprprios para essa atividade.

O lixo orgnico leva aproximadamente 20 anos em sua decomposio e, neste processo, produz o metano, que um gs extremamente inflamvel e explosivo. Quando o lixo despejado fora de aterros sanitrios controlados e que tem um monitoramento dos locais de acmulo de metano, h um grande risco para a populao que mora em reas prximas a esses lixes ou at mesmo sobre exlixes, no mencionando os danos para o meio ambiente.

No caso destes lixes, o lixo apenas aterrado. Ao realizar este procedimento, o metano fica preso e migra para poros e bolses vazios no subsolo onde se acumula. Quando esse lixo aterrado, no recebe umidade nem ventilao, o que causa uma interrupo na degradao destes resduos, sem, contudo, cessar a produo deste gs. Sendo assim, qualquer atividade realizada no solo pode reiniciar o processo de degradao e produo de metano.

A realizao desta decomposio e conseqente produo de metano implicam em outro problema para as reas situadas acima dos ex-lixes, pois essas reas tm o solo instvel, constituindo uma ameaa s construes que venham a ser realizadas neste local. Essa instabilidade resultado da reduo do volume de resduos e da expanso ou migrao de metano, formando buracos no subsolo que aos poucos vo sendo preenchidos atravs da uma nova acomodao destes resduos, causando movimentaes na superfcie. (Mariana Viveiros, Folha de So

Paulo 09/12/2001). 6 Na mesma matria se adverte para os riscos de viver acima do lixo, sendo estes: 1. gs: - Um dos principais gases produzidos na decomposio do lixo domstico o metano (CH4), altamente inflamvel - Quando o lixo aterrado e no h mecanismos de retirada desse gs, ele migra e se acumula nos poros (buracos) do subsolo ou em instalaes subterrneas confinadas como tubulaes de gua e esgoto e poos de gua. Nesses locais h risco de exploso - Alm do metano, o lixo decomposto tambm produz gases base de enxofre e nitrognio que tm mau cheiro. 2. Instabilidade: - Na medida em que se decompe, o lixo orgnico diminui de volume e o solo acima dele vai se "ajustando", ou seja, cedendo. Embora nem sempre seja perceptvel, essa "rearrumao" do solo pode alterar estruturas e provocar rachaduras nos pisos de construes. 3. Materiais perigosos: - No caso dos lixes, em que no houve controle oficial do tipo de material l descartado, h o risco de haver resduos industriais e perigosos sade e ao ambiente.

Alm dos danos citados anteriormente, importante ressaltar que o metano o segundo principal gs responsvel pelo efeito estufa e pelo aquecimento global (o primeiro o gs carbnico). Podemos ento perceber que o crescimento desordenado das cidades e os lixes que surgem deste crescimento trazem questes que vo alm dos limites desta cidade, uma vez que os efeitos do aquecimento global atingem a todos em todas as partes do planeta.3.1 ELEMENTOS PARA PROBLEMATIZAR A INCORPORAO DAS QUESTES AMBIENTAIS AO SERVIO SOCIAL

Neste captulo buscaremos apresentar os resultados obtidos enquanto bolsista de Iniciao Cientfica no projeto Meio Ambiente e Servio Social no mbito do Ncleo de Pesquisa e Extenso LOCUSS/UFRJ/ESS. Salientamos que a mesma nos aproximou a uma compreenso da temtica que assume um diferenciado aspecto conceitual:

Pensamos a preservao do meio ambiente, mais como uma questo poltica e no mera introduo de mecanismos para o controle de variveis scio culturais e econmicas, porque sua implementao se inscreve na trama de projetos societais em confronto, expressos em lutas sociais contra modalidades de apropriao e uso privado dos recursos territoriais e pela defesa do meio ambiente. Assim sendo, a construo de polticas para a preservao ambiental e do desenvolvimento ecologicamente sustentvel passa, necessariamente, pelo enfrentamento da desigualdade social na reorganizao da ocupao do espao, mediante o desencadeamento de um longo processo de transformao social, com repercusso em toda estrutura social no meio rural e entre as pequenas, mdias e grandes cidades (Rauta Ramos, 2005) 1.

nosso interesse identificar o envolvimento dos Assistentes Sociais com as questes voltadas para o meio ambiente, uma vez que, nas relaes entre o homem e o meio ambiente, tambm esto presentes as contradies sociais inerentes ao modo de produo capitalista.

A percepo dos problemas ambientais pela tica da acumulao do capital, no desequilbrio ambiental, torna possvel identificar formas de manifestao da desigualdade social, uma vez que a conseqncia desse desequilbrio no se manifesta de forma homognea entre todos os segmentos da sociedade.

Os segmentos sociais mais vulnerveis so excludos do usufruto dos bens socialmente produzidos. No obstante, so responsabilizados pelo descuido ou uso inadequado do meio-ambiente, induzindo a idia de que a soluo reside apenas no campo cultural. As teses de preservacionistas conservadoras ignoram as contradies econmicas, sociais e ideolgicas que a esto implicadas. A configurao dos conflitos scio ambientais em torno do acesso e formas de uso dos bens ambientais lana a questo para a esfera da poltica pblica, legitimando-se como luta de cidadania (Bressan, 2001:322).

As desigualdades existentes em meio aos impactos do desequilbrio ambiental constituem uma forma de expresso das desigualdades desta sociedade fragmentada, onde temos um mundo ecologicamente interligado, mas com o entendimento de que os pobres so os que mais sofrem com a degradao do meio ambiente.

As destruies ambientais e ecolgicas cada vez mais irreversveis esto acompanhadas de agresses constantes desferidas contra as condies de

1 Atividade de pesquisa: Poltica Pblica, Meio Ambiente e Movimentos Sociais, vinculada ao projeto: Revoluo informacional, mutaes urbanas e movimentos sociais.

vida dos produtores e de suas famlias, de forma que impossvel dissociar a questo social da questo ecolgica (Chesnais e Serfati, pg. 15) 12.

O envolvimento dos Assistentes Sociais nas questes ambientais est relacionado ao seu comprometimento com os princpios colocados pelo Cdigo de tica Profissional de 1993 e que se vincula a um projeto societrio que prope: A construo de uma nova ordem social, sem dominao e/ou explorao de classe, etnia e gnero. A partir destas escolhas que o fundam, tal projeto afirma a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbtrio e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo tanto na sociedade como no exerccio profissional (Netto,

dia a dia do trabalho cotidiano (Iamamoto, 2005:16)Segundo Iamamoto (2005), a efetivao destes princpios remete o profissional luta, no campo democrtico-popular, pela construo de uma nova ordem societria. E os princpios ticos, ao impregnarem o exerccio profissional cotidiano, indicam um novo modo de operar o exerccio profissional. Um novo modo de operar seria a extenso do atendimento para alm da demanda apresentada, abrangendo as formas de organizao social para defesa e proteo do meio ambiente como uma forma de apreender um novo campo de trabalho na busca por colocar em prtica o princpio tico - polticos que norteiam a profisso, propondo tambm novas formas de anlise diante das provocaes e desafios enfrentados no3.2 UM RDUO CAMINHO PARA UM TMIDO RESULTADO: A PRODUO TERICA DO SERVIO SOCIAL SOBRE MEIO AMBIENTE

Nesta pesquisa buscamos identificar, na produo bibliogrfica e documental da categoria, quais foram as produes que se relacionam com a temtica abordada, ou seja, o meio ambiente. Para isso, foram analisadas as principais publicaes da categoria: livros, revistas, dissertaes, teses, anais de congressos e cadernos de Jornadas de Iniciao Cientfica.Dentre o material analisado, encontramos artigos que datam de 1961 ao ano de 2006, sendo que os artigos que trazem questes sobre o meio ambiente s passaram a ser publicados a partir de 1990. No total foram analisados aproximadamente 3787 artigos nas diferentes publicaes da categoria, mas, entre eles, encontramos somente 40 relacionados temtica do meio ambiente, o que corresponde a aproximadamente 1,05 % dos artigos produzidos.

Em relao aos artigos que tratam da temtica abordada, constatamos que a maior parte foi publicada em anais de congressos (58.7%), seguido das publicaes encontradas on line (15.2%), dos artigos encontrados nos Cadernos das Jornadas de Iniciao Cientfica (10.9%) e dos artigos encontrados em peridicos (8.7%). Por fim temos aqueles que foram encontrados em teses e dissertaes (6.5%).

Sobre os anos em que encontramos a maior parte dos artigos, nos surpreendeu a escassez de textos publicados, pois acreditvamos que, em virtude da realizao na cidade do Rio de Janeiro da Conferncia das Naes unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO 92) em 1992, encontraramos nos anos seguintes ao evento uma srie de artigos tratando a respeito desta temtica. No entanto, este no foi o resultado que encontramos. Dentre o material analisado temos 01 artigo publicado em 1992 no perodo que antecede a realizao da Eco - 92; 01 artigo publicado em 1993; 01 em 1995; 02 em 1997; 02 em 1998 e 01 em 1999. A partir de 2000 comearam a haver mais publicaes relacionadas temtica obedecendo a seguinte ordem: 03 artigos em 2000; 1 em 2001; 02 em 2002; 01 em 2003; 03 em 2005 e 12 em 2006.resultados de pesquisa realizadas a respeito desta temticaDentre o material publicado, separamos os artigos que relatavam algum tipo de experincia profissional por parte dos Assistentes Sociais, daqueles que expressavam resultados de pesquisa por parte da categoria em relao temtica abordada. Encontramos 02 artigos que no faziam parte de nenhum desses grupos: segundo seus autores, manifestavam apenas breves reflexes com o intuito de apresentar suas preocupaes em relao ao meio ambiente. Encontramos um outro artigo, resultado de reflexes aps a realizao da ECO -92, que inclui o meio ambiente a partir do paradigma ecolgico - scio - csmico que defende a concepo de justia social entendida alm das lutas pela libertao dos pobres, passando a abraar tambm a justia ecolgica, as lutas pela libertao da natureza, uma vez que, os problemas ambientais so inseparveis dos sociais (Gouva,2000:71). Logo depois esto os artigos que relatam experincias profissionais dos Assistentes Sociais em aes relacionadas ao meio ambiente. Por ltimo esto os trabalhos que representam a maioria dos artigos e que so 49

Artigos que relatam experincias profissionais, resultados de pesquisas e reflexes.

trabalhos que so resultados de interveno profissional, relatam experincias profissionais que, de alguma forma, acabam se relacionando ao meio ambiente. No total, representam 7 artigos. Dentre esses trabalhos, temos dois relatos de atividades exercidas por Assistentes Sociais em empresas (uma Mineradora e uma empresa de saneamento em Mato Grosso do Sul) e voltadas para aes relacionadas preservao ambiental; o outro trabalho relato de um Curso de Extenso voltado para cortadores de cana, ministrado por Assistentes Sociais com o objetivo desenvolver a conscincia destes trabalhadores em relao preservao ambiental; por fim, temos quatro artigos que relatam experincias profissionais junto a moradores de baixa renda que vivem em comunidades pobres, em que a atuao dos Assistentes Sociais aconteceu atravs de sua insero, em programas cujos objetivos eram de realizar, junto a essas pessoas, atividades voltadas para educao sanitria, educao ambiental e pre