as mães de todos nós

45
AS MÃES DE TODOS NÓS Rosalina Alves da Silva Malzone Associação Espírita Allan Kardec Reunião Pública do dia 13/05/2012

Upload: associacao-espirita-allan-kardec

Post on 19-Dec-2014

1.548 views

Category:

Spiritual


4 download

DESCRIPTION

Material da Reunião Pública do dia 13/05/2012 na Associação Espírita Allan Kardec. Palestrante: Rosalina Alves da Silva Malzone.

TRANSCRIPT

Page 1: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Rosalina Alves da Silva Malzone

Associação Espírita Allan KardecReunião Pública do dia 13/05/2012

Page 2: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

• Sabes os mandamentos: Não cometas adultério; Não mates; Não furtes; Não digas falso testemunho; Não cometas fraudes; Honra a teu pai e tua mãe. (Marcos, X:19; Lucas XVIII:20; Mateus, XIX:19).

• Honrarás teu pai e tua mãe, para teres uma vida dilatada sobre a Terra que Senhor teu Deus te há de dar. (Decálogo, Êxodo, XX:12).

Page 3: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSPiedade Filial

• Mandamento: “Honra teu pai e a tua mãe, conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais.

• Honra, um dever a mais para com eles: o da piedade filial = juntar ao amor: respeito, estima,obediência e, condescendência...àquelas pessoas que se encontram no lugar dos pais.

Page 4: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS• Deus pune de maneira rigorosa a violação

desse mandamento...respeitá-los, assisti-los nas suas necessidades...repouso na velhice...solicitude...necessário e o supérfluo, amabilidades = juros do que receberam, pagamento de uma dívida sagrada.

• ... infeliz do que age ao contrário;...pais descuidados→ é a Deus que compete puni-los; é da caridade pagar o mal com o bem, perdoar as ofensas, amar até mesmo os inimigos... Quem dirá em relação aos pais!

Page 5: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Confissão Materna (Luz no Lar – p. 154)

Page 6: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSAmigos espirituais dizem que devo falar às mães, e obedeço...Providência divina honrou-me com lar na terra mas, dentro dele era eu a irritação em movimento. Era cega de espírito, egoísta e maledicente, reclamava até do próprio tempo e de Deus...Ele não me atende!...Não oro mais...Porque não morri, na hora do nascimento?De todas as mulheres, sou a mais infeliz. Era uma fera humana.

Page 7: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSEsposo leal e amigo era espezinhado por mim.No dia terrível da provação, às 7h., acordei meu filho para as lides da escola e ele choramingou:- Estou doente, mãezinha, hoje quero ficar com a senhora, não posso sair, tenho dor de cabeça...-Bradei: Preguiçoso! Trate de levantar-se! Doente com essa cara! Era só o que faltava...Chega o que sofro!...- Mãezinha, deixe que eu fique! Hoje só...

Page 8: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS- Levante-se, menino. Sentei-o à força e ordenei-lhe que calçasse o sapato e, ele pediu suplicante:- Mamãe, não me deixe ir!... Hoje só...- Encolerizada calcei-o com violência e ouvi-o clamar em altos gemidos:- Ai! Ai, mãezinha!...um espinho, um espinho!... Aleguei arbitrária: - Malandro, não me venha com mentiras! Escola ou surra. Ele empalideceu e desmaiou... Retirei o sapato e vi que um escorpião lhe descarregara todo o veneno.

Page 9: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSÓ Deus de infinita bondade, tu que foste

imensamente piedoso para confiar um anjo a uma leoa, porque não eliminaste a leoa para que o anjo conseguisse viver?!...Meu filho morreu, não mais me reconheci “Ai, ai mãezinha...” perdi o equilíbrio, minha cabeça encaneceu, meu pensamento destrambelhou; acusei-me até que o manicômio me asilasse, me escondesse, piedoso, o agoniado transe da morte.

Page 10: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSDesencarnada, dementada, atormentada, arrependida, padecente... amparada por benditos mensageiros tenho recebido consolo de vários círculos consagrados à prece. Hoje graças ao trabalho reeducativo que me espera, pedem para eu repetir às irmãs, a quem Deus confiou as alegrias do lar-Mães que pisais no mundo, compadecei-vos de vossos filhos!...Corrigi, amando! Ensinai, servindo! À frente de qualquer dificuldade, conservai a paciência e cultivai a oração!...Dulce

Page 11: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Amor e vida (Alma e Vida – Maria Dolores – p. 107)

Page 12: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Na sala extensa da delegacia,Estavam de plantãoO chefe e um escrivãoAgindo atentamente.

Page 13: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Diante deles se reconheciaUm nobre advogado em companhiaDe um filho adolescente

Page 14: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Algo distantes, lado a lado,Erguia-se um soldado, Guardando a prisioneira, uma doente,Triste e pobre mulher, maltratada e abatidaQue, conquanto sentada, Parecia a visão da dor, ansiosa conformada,Entre a ronda da morte e presença da vida.

Page 15: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

- Doutor, - falou o chefe vigilante,Dirigindo a palavra ao visitante,- Embora o furto confessado, Não sei o que fazer da velha, aqui detida, Todo o processo crime está formado,Mas a infeliz não tem qualquer defesa...Já nomeei um bacharel amigoQue lhe proteja a causa

Page 16: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSDe mulher sofredora, em extrema pobreza,Mas a doença dela é de febre sem pausa,Segundo o nosso médico em serviço,É um caso grave de pneumonia...Que fazer? Conservá-la na prisão?Aguardar do juiz alguma decisão?Recolhê-la em asilo hospitalar?Ou guardá-la em custódia no seu lar?

Page 17: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

O causídico explode em tom severo-Absolutamente, não a quero;Trata-se aqui de ladra astuta e estranhaQue desde a meninice me acompanha...Lavadeira na casa de meus pais,Confesso que em meus tempos de meninoEla foi ama generosa e boa,

Page 18: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Ajudou-me e serviu-me em pequenino,Algum tempo de amparo, cousa à-toa...Mas foi sempre um trambolho em meu

caminho.Desorientada e analfabeta,Sempre me pareceu a burrice completa...

Page 19: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Minha mãe, há dez anos falecida,Pediu-me, antes da morte, agasalhar-lhe a

vida.Tornei-a lavadeira em minha residência...Infelizmente agora,Furtou minha senhoraEm jóias no valor de alguns milhões!...

Page 20: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Fale, pois, Excelência.Como ampará-la com paciência,Se esta velha se fez agora simples ladra?Resguardá-la em meu lar? Isso não quadra.

Page 21: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Ouvindo a acusação, a pobre estarrecida, Caiu desfalecida...

Page 22: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSEnternecido o próprio delegado Fitou o advogado,Como a lhe perguntar de que modo agiria;Ele apenas, porém, respondeu friamente:- Que se lhe dê qualquer enfermaria...Desmaio de gatuno é antigo expediente...Depois, erguendo mais a voz:- Pode espantar aos, tolos não a nós...

Page 23: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Nada posso fazer, Devo esperar meu pai que volta ainda hojeDe uma visita a Portugal.Coloquem esta ladra no hospital,A Polícia dispõe de ação segura e pronta, A despesa será por minha conta.

Page 24: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Pai e filho, no carro, a deslizar lá fora, Eis que o rapaz revela, enquanto chora:- Papai, ao ver a Tia Lina desmaiada,(Lina era o nome da acusada),Já não devo ocultar o erro que fiz,

Page 25: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Num momento infeliz,Roubei todas as jóias da Mãezinha,Tenho-as todas em minha escrivaninha;E Tia Lina me viu quando as furtei,Sabe o erro que eu fizE porque se calou, realmente não sei...

Page 26: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Pálido, o genitor espantado e abatido,Colhe das mãos do filho o tesouro escondido...Quer gritar, acusar, mas a hora é de ação;O pai está à porta,Regressando feliz da ditosa excursão.

Page 27: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Depois das manifestações de amor de alegria, Ambos se trancam numa sala;O velho escuta a história e, ao registrá-la,Tanto mais chora, quanto mais a ouvia...

Page 28: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Em silenciando o filho, o distinto senhor, Em poder disfarçar a profunda emoção,Falou-lhe, coração a coração:- Filho, de qualquer modo, és sempre, o nosso

amor,Eis chegado, no entanto, o instante justo,Em que devo contar-te, mesmo a custo,

Page 29: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Algo que foi passado...Minha esposa depois de nosso enlace, Precisava de alguém que lhe compartilhasseOs cuidados do lar, a limpeza, o serviço...Nossa querida LinaSurgiu-nos certo dia...Era quase uma menina,

Page 30: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

No entanto, estava grávida e solteira.Nela encontramos nobre companheira,Dela nascente em nosso próprio lar,Minha mulher beijou-te e a cantar...Desde então, tua mãe – tua mãe verdadeira,

Page 31: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Deu-se de todo, a nós, de espírito cativo, Esqueceu-se por nós, nunca pode estudar,Ela era o serviço, o apoio em nosso lar...Nada nos reclamou, nem mesmo uma só

vez,Declarava-te o filho de nós três,Nunca foste adotivo...

Page 32: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Criança recém-nata, eras fraco e doente,Lina te resguardou, constantemente.Mãe, servidora, irmã e escrava pelo afetoAgora, certamente,Aceitou a prisão para salvar o neto...

Page 33: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Sufocado o pranto, acompanhando o pai...O advogado na delegacia Apagou toda a queixaQue já não mais vigoraria...Perguntou por notícias da acusada,Soube que Lina fora transportadaPara uma enfermaria de indigentes.

Page 34: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Correm os dois, ansiosos e impacientes,Querem Lina de volta, por sinal;Mas sobre o leito humilde do hospital,Acham-na muda e inerte...Esclarece a

enfermeiraQue a doente chagara à hora derradeira...

Page 35: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Põem-se os visitantes a chorar,Mas Lina lhes dirige um último olhar...E nesse último olhar que envolve os trêsA verdade se fez...

Page 36: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Descem-lhe grossas lágrimas na faceQual se a pobre ao vertê-las,Por elas encontrasseUm caminho de luz para a luz das estrelas...

Page 37: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

O filho a soluçar, sem conforto e sem voz,Reconheceu, por fim, de alma abatida,Que a mais simples mulher, em renúncia na

vida,Pode ser nossa mãe, junto de nós...

Page 38: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

Carta a Minha Mãe ( H. Campos – Crônicas de Além Túmulo – p. 203)

Page 39: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

• H. de Campos – pobre, enfermo, desencarna e escreve à sua mãe.

• Lembra a viuvez dolorosa de sua mãe junto da máquina de costura e do seu “terço” de orações, sacrificando a mocidade e a saúde pelos filhos.

Page 40: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

• H. de Campos ajoelhou-se aos pés da mãe e repetiu a oração:

-“Meu senhor Jesus Cristo, se eu não tiver de ter uma boa sorte, levai-me deste mundo, dando-me uma boa morte.”

• Ele e sua irmã Midoca partiram e ela ficou no culto dos filhos para consolar o coração.

Page 41: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS• Coelho Neto dizia que as religiões são como

as linguagens. Cada doutrina envia Deus, a seu modo, o voto de súplica ou adoração... Chega, porém, um dia, em que o homem acha melhor repousar na fé a que se habituou, nas suas meditações e nas suas lutas. Assim mamãe, a cruz se te afigura mais leve e caminhas. Esperar e sofrer têm sido os dois grandes motivos dos teus quase 75 anos de provações, de viuvez e de orfandade.

Page 42: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

• E eu, minha mãe, não estou mais aí para afagar-te as mãos trêmulas e os cabelos brancos que as dores santificaram. Não posso prover-te de pão e nem guardar-te da fúria da tempestade, mas, abraçando teu espírito, sou a força que adquires na oração, como se absorvesses um vinho misterioso e divino.

Page 43: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS

• Se eu tivesse emancipação espiritual, teria preferido ficar, não obstante a minha cegueira...

Page 44: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓS• Mas um dia, eu e Midoca seremos

agasalhados nos teus braços cariciosos, como dois passarinhos ansiosos pela suavidade das suas asas maternas, e guardaremos as nossas lágrimas nos cofres de Deus, onde elas se cristalizam como as moedas fulgurantes e eternas do erário de todos os infelizes e desafortunados do mundo.

Page 45: As mães de todos nós

AS MÃES DE TODOS NÓSE, fazendo nossas as palavras de Lya Luft,

dizemos que a ‘mãe da gente” é o mais inevitável, inefugível, imprescindível, amável, às vezes exasperante e carente Ser, que seja qual for a nossa idade, país, etnia, classe social ou cultura, nos fará a mais dramática e pungente falta quando um dia nos dermos conta de que já não temos ninguém a quem chamar de “Mãe”.