as estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS XIV CONCEIÇÃO DO COITÉ BA LUMA JARLAN FERREIRA LIMA AS ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM UTILIZADAS POR ALUNOS DO SEXTO ANO DE LÍNGUA INGLESA NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA Conceição do Coité 2012

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

CAMPUS XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ – BA

LUMA JARLAN FERREIRA LIMA

AS ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM UTILIZADAS POR ALUNOS DO SEXTO ANO DE LÍNGUA INGLESA NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA

Conceição do Coité 2012

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LUMA JARLAN FERREIRA LIMA

AS ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM UTILIZADAS POR ALUNOS DO SEXTO ANO DE LÍNGUA INGLESA NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com Inglês. Orientadora: Profª Juliana Bastos

Conceição do Coité 2012

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LUMA JARLAN FERREIRA LIMA

AS ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM UTILIZADAS POR ALUNOS DO SEXTO

ANO DE LÍNGUA INGLESA NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com inglês.

Aprovada em: ___/___/___

Banca examinadora

_______________________________ Juliana Bastos – Orientadora Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Mônica Veloso Borges – Profª Convidada Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV

CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012

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Dedico este trabalho a minha família pela força e estímulo,

colaboração e apoio, por compartilhar comigo momentos de

agonia e falta de ânimos, nesta etapa, em que, com a graça de

Deus, está sendo vencida.

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AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem dada a mim para enfrentar todos os obstáculos durante essa caminhada. A minha mãe, a minha irmã, ao meu irmão e a minha tia/madrinha que sempre me deram apoio, tanto psicológico quanto financeiro, contribuindo ativamente para minha formação acadêmica. Aos meus colegas e amigos João Neto e Everton Freitas que me deram apoio e força nos momentos difíceis. A minha amiga Margarany que sempre acreditou em mim e nunca duvidou da minha capacidade. Em especial a professora Maiana Rose que mesmo afastada do campus me deu ânimo e encorajamento no momento que mais precisei, e sempre tirando minhas dúvidas e por ter acreditado na minha capacidade de realizar esse trabalho. A todos os nossos professores, pela dedicação e competência ao longo desse curso, pois esses foram e sempre serão colaboradores essências para a construção do conhecimento. Agradeço ao mundo por mudar as coisas, por nunca fazê-las serem da mesma forma, pois assim não teríamos o que pesquisar, o que descobrir e o que fazer, pois através disto conseguir concluir a minha monografia.

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―Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".

Rubem Alves

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RESUMO

O presente trabalho tem como intenção primeira investigar como as estratégias de aprendizagem podem facilitar o aprendizado de língua inglesa (doravante LI). O objetivo da pesquisa não está apenas em mostrar as estratégias de aprendizagem (doravante EA) utilizadas por alunos do 6º ano, mas em observar também o desempenho desses alunos em sala de aula, ao usar EAs, e identificar quais são as mais eficazes no processo de assimilação da LI. Os registros feitos neste trabalho reúnem informações coletadas através da análise das observações da prática docente e de questionários aplicados com alunos e professores de uma escola pública. Apesar de utilizarem um número razoável de EAs, os alunos nem sempre estão atentos à adequação e à produtividade delas. Nesse sentido, parece interessante que o foco do professor não esteja apenas no conteúdo ensinado, mas também na forma com que os alunos respondem à sua proposta pedagógica e encaram a aprendizagem. Neste sentido, o professor deve ajudar os alunos a desenvolverem sua metaconsciência e a se tornar responsáveis pela sua aprendizagem. Assim, eles poderão desenvolver a habilidade de selecionar, implementar e avaliar as EAs mais apropriadas para suas necessidades. Palavras-Chave: Ensino de língua inglesa. Estratégias de aprendizagem. Autonomia.

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ABSTRACT

The present work has as primary intention to investigate how the learning strategies can facilitate the learning of English language (following LI). The objective of this work is not just in showing the learning strategies (following EA) used by students of the sixth grade, but also in observing the performance of them in the classroom in using EAs and identify which are the most effective EAs in the assimilation process of the LI. The registries made in this work reunite information collected through the analysis of the docent practices‘ observation and the questionnaires applied to learners and teachers of a public school. Though the students use a reasonable number of EAs, not always they are alert to the adequacy and productivity of them. In this sense, it seems interesting that the focus of teacher do not be just on the taught content, but also in the way in which the students answer to his pedagogical approach and face the learning. Thus, the teacher must help the students to develop their meta-consciousness and turn themselves responsible for their learning. In this way, they will be able to develop the ability of selecting, implementing and evaluating the best appropriate EAs to their necessities.

Keywords: English language teaching. Learning Strategy.Autonomy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM USADAS POR ALUNOS DA

ESCOLA PÚBLICA

2.1 O que são estratégias de aprendizagem?

2.1.1 Fatores que influenciam o uso de estratégias de aprendizagem

2.1.2 Os tipos de estratégias que podem ser utilizadas no processo de

aprendizagem de língua inglesa

2.2 O ensino de inglês na rede pública

3 METODOLOGIA

4 ANÁLISE DOS DADOS

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

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22 24 31 32

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1 INTRODUÇÃO

Quando uma criança aprende a língua materna por meio do ambiente em que

está inserida, pelo contado com a família e com outras pessoas, passa a

desenvolver de maneira natural e com sucesso suas habilidades orais. No

aprendizado de uma língua estrangeira (LE) a situação não é tão diferente.

Muito se tem estudado sobre aquisição de línguas e, principalmente, sobre a

capacidade natural que as crianças têm no que diz respeito à aprendizagem de uma

segunda língua; pois uma pessoa adulta, a que já tem um sistema linguístico

formado, terá provavelmente mais dificuldade para aprender uma língua estrangeira,

fora do contexto onde aquela língua é falada, do que uma criança que possui mais

facilidade para aprender mais de uma língua ao mesmo tempo, devido ao instinto

natural de comunicação.

Sabe-se que algumas pessoas usam estratégias naturais no aprendizado de

uma LE, porque possuem características cognitivas que as motivam nesse

processo, e outras pessoas, por já terem passado por grande parte do seu

desenvolvimento cognitivo, criam barreiras que dificultam a aprendizagem. Isso se

dá por conta de vários fatores que influenciam de maneira significativa esse

processo, mas esse quadro pode ser revertido se o aprendiz fizer uso consciente de

algumas estratégias de aprendizagem.

Na escola pública muitas vezes o aluno depara-se com professores que não

são capacitados na área, trazendo consigo uma metodologia não estimulante, com

estratégias de ensino muito distantes das realidades socioculturais dos aprendizes.

Assim, os aprendizes resistem à metodologia do professor que não atende às suas

expectativas e desejos, portanto não se encontram motivados por essas aulas pouco

proveitosas. A falta de estratégias de aprendizagem e motivação leva o aluno a um

sentimento de incapacidade, de não perceber a importância de aprender a LE. O

discente não tem noção para que servirá o estudo de outra língua em sala de aula, e

não é motivado a aprender a língua oferecida.

Além disso, a falta de material didático e equipamentos adequados para a

realização do trabalho do professor é um problema que aflige a concepção dos

estudantes em relação à aprendizagem da LI. Mesmo com a chegada dos livros

didáticos de LI nas escolas públicas, é necessário a familiarização por parte dos

professores para se fazer uso adequado deste material.

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Esta monografia justifica-se pela necessidade de rever as estratégias de

aprendizagem (EAs) em escolas públicas de Ensino Fundamental II, as quais foram

percebidas através de pesquisa de campo no Colégio Polivalente de Conceição do

Coité, com alunos do 6º ano. Nota-se que uma das inquietações apresentadas pelos

alunos nas aulas de língua inglesa refere-se às dificuldades que eles encontram em

entender o que o professor fala. Para esclarecer tais inquietações, torna-se viável

pesquisar mais sobre como esses alunos poderiam facilitar sua aprendizagem, e

mostrar como as EAs podem auxiliar aqueles alunos que se mostravam insatisfeitos

com seu desempenho em tarefas de compreensão de diálogos, por exemplo, e até

mesmo responder aos exercícios propostas pelo professor.

Podemos observar também a maneira como os conteúdos são trabalhados na

sala de aula, pois os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) relatam que:

As línguas Estrangeiras na escola regular passaram a pautar-se, quase sempre, apenas no estudo de formas gramaticais, na memorização de regras e na prioridade da língua escrita e, em geral, tudo isso de forma descontextualizada e desvinculada da realidade. (PCNs, 2000, p.26)

Com isso entende-se que os estudantes de LI têm dificuldades em aprender a

língua, pois, na maioria das vezes, na escola pública os alunos aprendem a língua-

alvo de maneira descontextualizada e desmotivante. O docente não pode esquecer

que o objetivo maior em estudar a língua é poder se comunicar de maneira que

envolva situações cotidianas dos aprendizes na sala de aula.

O entendimento da existência das EAs de língua e das crenças que estão por

traz do seu uso poderia transformar as insatisfações dos alunos e conscientizá-los

de seu papel como coadjuvante no processo de aprender a LI. Porque para haver

aprendizagem é preciso cooperação de ambas as partes, tanto do aluno quanto a do

professor. Portanto é visível a necessidade de investigar a importância do uso das

Estratégias como forma de um melhor caminho para a aprendizagem de uma LE.

A primeira parte do trabalho aborda as EAs usadas por alunos de inglês da

escola pública, descrevendo assim o conceito de EAs de acordo com alguns

teóricos. A proposta é discutir sobre os fatores que influenciam o uso de estratégias

de aprendizagem, já que são vários, como, por exemplo: idade, a motivação, a

ansiedade, estilos de aprendizagem, dentre outros; esse estudo também pretende

investigar os tipos de estratégias que podem ser utilizadas no processo de

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aprendizagem de LI, que, de acordo com Oxford (1990), estão divididas em

estratégias diretas e indiretas.

A segunda parte foca o ensino de inglês na rede pública, o que a cada dia

que passa está perdendo seu espaço na grade curricular, com a redução da carga

horária nas aulas de LI.

Além dos fundamentos teóricos acerca do tema aqui abordado, este estudo

traz ainda a descrição metodológica proposta para a obtenção de dados em uma

escola da rede pública do município de Conceição do Coité. Foram realizadas

observações em sala de aula e aplicado um questionário com alunos e professores

do Ensino Fundamental II da escola citada. Há ainda as considerações tecidas, a

partir dos dados obtidos com os citados sujeitos, a respeito do uso das EAs nas

aulas de inglês. Por meio da análise desses dados foi possível perceber a

importância do uso das EAs na aprendizagem de LI.

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2 ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM USADAS POR ALUNOS DA ESCOLA

PÚBLICA

São muitos os teóricos que se dedicam a pesquisar sobre as estratégias de

aprendizagem com o objetivo de auxiliar os alunos a alcançarem um sucesso maior

na área de línguas estrangeiras. Esses pesquisadores pretendem analisar a

utilização das estratégias de aprendizagem e mostrar sua importância além de

afirmarem que alguns aprendizes as utilizam para obter um melhor desempenho na

aprendizagem e comunicação.

2.1 O que são estratégias de aprendizagem?

A palavra ―estratégia‖ na Língua Portuguesa significa ―arte de aplicar os meios

disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos‖. O termo ―estratégia de

aprendizagem‖ é empregado para denominar técnicas, métodos ou táticas

empregadas por alunos para aprender uma segunda língua (L2), também definido

por Oxford (1990) como ―ações realizadas pelos alunos para ampliar sua própria

aprendizagem‖.

Faz parte do cotidiano de todos os estudantes de uma língua estrangeira

executar estratégias que os façam aprender e depois continuar o processo de

aprendizagem, sendo que sempre novos conhecimentos serão acrescentados ao

domínio da língua-alvo. Alguns estudantes escolhem assistir filmes para tentar

aperfeiçoar sua competência oral ou ouvirem suas músicas preferidas, alguns

formam grupos de conversação, e hoje em dia, com a internet, fazem uso de salas

de bate-papo (programas como MSN, Skype dentre outros), atividades comum

realizadas por aprendizes de uma segunda língua.

Oxford (1990) caracteriza as estratégias de aprendizagem como:

―instrumentos que permitem um melhor autodirecionamento ao aprendente, uma vez

que são geralmente usadas para resolver um problema a ser solucionado‖. As

estratégias podem ser praticadas tanto no cotidiano da sala de aula quanto nos

estudos extraclasse. As estratégias são práticas viáveis para a transformação,

assimilando de forma proveitosa o que é vivenciado fora e dentro da sala de aula.

De acordo com Nunan (1999), os alunos que aprendem usar estratégias para

sua aprendizagem, se tornam altamente motivados. Porém, vale ressaltar que não

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são todos os aprendizes que automaticamente sabem quais estratégias trabalham

ao seu favor, por essa razão, é importante que o professor apresente-lhes novas

estratégias, levando-os a experimentá-las e perceba que diferentes estratégias

podem tornar a aprendizagem mais produtiva.

A aprendizagem de outra língua é um processo delicado e diante dessa

dificuldade a motivação pode ser um fator determinante no sucesso de aprender

uma língua estrangeira. Rubin (1975) diz que um bom aprendiz tem a necessidade

de comunicar-se, é desinibido em relação aos seus erros, foca na estrutura e no

significado, aproveita todas as oportunidades de prática e monitora sua própria fala e

a dos outros. Nos estudos de EA (estratégia de aprendizagem) existe a concepção

do bom e do mau aprendiz, sendo o bom aprendiz aquele sujeito que mostra um

maior envolvimento durante o aprendizado e que aprende através de estratégias.

Segundo Rubin (1975), as características mais comuns do ‗bom aprendiz‘

engloba a capacidade de dedução, a partir das palavras que o professor enuncia e

ele entende, e quando esse entendimento não flui ele deve procurar ativamente por

pistas sobre o significado do que não entendeu, ter coragem de fazer qualquer coisa

para garantir a transmissão da mensagem e evitar se sentir inibido pois os erros

fazem parte da aprendizagem.

Sendo assim, o aprendiz cria oportunidades para praticar o que aprendeu e

para ter contato com a língua estrangeira, mesmo que seja fora do contexto de sala

de aula, aprende com seus próprios erros, fica atento ao significado e ao contexto

daquilo que fala, desenvolve assim os aspectos fonológicos que melhor garantem o

entendimento.

Outro fator relevante está relacionado à forma como o professor deve

preparar os alunos para utilizar estratégias de aprendizagem que os levem a uma

autonomia, ou seja, a aprender a aprender. Não se pode afirmar com segurança, o

que vai acontecer em um processo de aprendizagem, pois os níveis de autonomia

variam e o que funciona para um aprendiz não é produtivo para outro.

A autonomia deve ser entendida de forma relativa, pois é necessário que o

indivíduo se sinta capaz de interagir ao buscar seu conhecimento. Ruth Rocha

(1996) define autonomia como a faculdade de dirigir-se livremente, de acordo com

sua própria vontade e independência de qualquer ordem. O indivíduo autônomo é o

que se rege por leis próprias, independentes, mas para isso ele precisa ter

determinação e prudência sem se sentir oprimido. Oxford (1990) define as EAs

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como: ―ações realizadas pelos alunos para ampliar sua própria aprendizagem‖ e

O‘Malley e Chamot (1990) conceituam estratégias como ―um processo no qual são

conscientemente selecionados pelos aprendizes que podem resultar em ações

realizadas para ampliar o aprendizado ou o uso da segunda ou da língua estrangeira

do aprendiz‖. Esses teóricos concordam entre si pelo fato de que aprendizes

buscam maneiras de aprimorar seu aprendizado em diversas situações. Se o

aprendiz usa estratégias e está consciente dos fatores que afetam a aprendizagem,

ele irá descobrir qual a estratégia é a mais adequada para cada situação, com isso

passará a ser um aprendiz mais eficaz e responsável pela sua própria aprendizagem

e com certeza mais motivado.

Desta forma, as EAs funcionam como ferramentas que ajudam os aprendizes

a alcançarem seus objetivos, visto que, com este apoio, os estudantes têm mais

autonomia para planejar e interagir com os outros, garantindo uma aprendizagem

significativa e satisfatória.

2.1.1Fatores que influenciam o uso de estratégias de aprendizagem

São vários os fatores que podem influenciar no processo de aprendizagem de

uma língua estrangeira e, portanto, toda a proficiência de língua apresentada pelo

aprendiz pode ter sido resultado de uma combinação de vários fatores, uns

diretamente relacionados às características individuais e cognitivas dos alunos, e

outros ligados aos aspectos contextuais da aprendizagem. Existem fatores que

incluem todas as coisas que o aprendiz traz para a tarefa de entender e usar a

língua, outros que surgem do contexto histórico, educacional e sociocultural. Esses

fatores podem estar relacionados à idade, a motivação, a ansiedade, estilos de

aprendizagem, dentre outros. Da mesma forma que estes fatores influenciam a

aprendizagem de línguas podem também influenciar a construção, a escolha e o uso

de estratégias de aprendizagem. A partir da adolescência, o ego passa a ser

defensivo, o aluno fica constrangido ao tentar comunicar-se, sente-se inibido quando

percebe que errou e tem medo de se expor.

Ao comparar as crianças com um adolescente ou um adulto, percebe-se que

elas são menos conscientes das diferenças de formas linguísticas e estão mais

conscientes das diferenças de significação do que de estrutura. Esse fator lhes

permite cometer erros formais de forma descontraída, o que também contribui para a

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maior espontaneidade da sua comunicação. As crianças não se preocupam com os

erros que cometem.

Um aspecto que exemplifica a diferença entre crianças e adultos quanto às

suas habilidades cognitivas, é que o adulto já passou por grande parte de seu

desenvolvimento cognitivo. O adulto tem a capacidade de lidar com conceitos

abstratos, possui muito conhecimento de mundo e hipotéticos, enquanto que a

cognição das crianças, ainda em fase de construção, depende de experiências

concretas. Os adultos compreendem, por exemplo, a estrutura gramatical da língua

estrangeira e conseguem fazer comparações à sua língua materna, muito mais

facilmente do que as crianças. Os professores precisam ponderar que métodos e

técnicas são mais eficazes na obtenção de seus objetivos tendo em vista o variado

conjunto de alunos, principalmente no que se refere à heterogeneidade da idade.

As crianças têm a seu favor as características biológicas da idade, são muito

dinâmicas e possuem maior facilidade para aprender. Todos têm capacidade de

aprendizado, desde que estejam dispostos a aprender e que tenham a motivação

adequada, com conteúdos apropriados. Dessa forma, a melhor idade para a

aprendizagem de uma nova língua é aquela em que se tem motivação, material e

métodos adequados, com situações reais de comunicação onde a aprendizagem se

dê num ambiente de interação.

Segundo Williams e Burden (1997), outro fator de grande influência no

processo de aprendizagem da L2 é a ansiedade. Segundo Brown (2000), três

componentes de ansiedade na aprendizagem de línguas foram identificados por

pesquisadores: a apreensão à comunicação, surgindo da inabilidade do aprendiz

para expressar idéias e pensamentos de forma natural; o medo da avaliação social

negativa, que surge da necessidade que o aprendiz tem de causar uma impressão

social positiva nos outros; e a apreensão com relação às avaliações que pode

acontecer por causa do filtro afetivo. Segundo krashen (1985) o filtro afetivo é um

bloqueio mental que impede os aprendizes de utilizar plenamente o input

compreensível que recebem para a aquisição da língua. Todos os três componentes

estão muito presentes no ambiente de aprendizagem dos alunos de sexto ano.

Graus moderados de ansiedade favorecem a aprendizagem, contudo graus

elevados de ansiedade interferem e dificultam esse processo. ―Para que haja

aprendizagem é preciso que o indivíduo esteja afetivo e emocionalmente envolvido,

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porém não até o extremo para que o compromisso chegue a ser gerador de elevada

ansiedade‖ (FIERRO, 1996, p. 158).

Já a motivação é um fator positivo para a aprendizagem da segunda língua,

mas é difícil estabelecer se a motivação que favorece o aprendizado, ou se o

aprendizado que favorece a motivação ou se há uma ligação entre os dois. A

motivação pode ser tudo aquilo que move uma pessoa ou que põe em ação ou que

faz mudar o curso, podendo ser entendida como um fator psicológico ou como um

processo. A ausência da motivação pode comprometer a qualidade da

aprendizagem.

Deci e Ryan (2000) postulam que um dos fatores predominantes para o

conhecimento sobre a motivação é o seu aspecto intrínseco e extrínseco. A

motivação intrínseca se refere a um comportamento motivado pela atividade em si,

pela satisfação em realizar tal atividade. E a motivação extrínseca se refere a um

comportamento que busca fins instrumentais como alcançar recompensas ou evitar

punições. Os alunos quando motivados de forma intrínseca empenham-se e

esforçam-se gradativamente, mas isto faz com que eles absorvam o conteúdo mais

profundamente. Quando estes mesmos alunos se deparam com uma atividade

complexa e desafiadora, empregam um raciocínio lógico apoiando-se em estratégias

para concluir este desafio, estes apresentam características como alta concentração

de tal modo que perdem a noção do tempo, os seus problemas do cotidiano não

comprometem o seu interesse naquilo que estão desenvolvendo. Os alunos

extrinsecamente motivados tendem a não usar estes mecanismos e empregam um

esforço mínimo para conseguir a premiação, e é definida como motivação para a

obtenção de recompensas materiais, de reconhecimento, objetivando atender aos

comandos ou pressões de outras pessoas.

Nem sempre é válido afirmar que o aluno é desmotivado. O problema pode

está limitado e associado a certas condições da disciplina, ou do professor, ou da

fase evolutiva do aluno.

O professor deve levar em consideração que o aluno pode se comportar de

maneira diferente nas diversas disciplinas estudadas na escola. Quando o aluno faz

a transição para o 6º ano, em que passa a ter um professor para cada disciplina do

currículo, ele pode se encontrar motivado para uma disciplina e não para a outra.

Isso ocorre porque cada disciplina do 6º ano até o ensino médio possui certas

especificidades e particularidades próprias, como por exemplo, o professor, o

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método, nível de estruturação, conteúdos, exigências, finalidades, avaliação e

ligações diferentes com outras aprendizagens atuais ou futuras.

Outro fator diz respeito ao estilo de aprendizagem em que os alunos diferem

quanto às estratégias que usam para aprender e quanto às habilidades usadas no

processo da aprendizagem. Há alunos que são mais ―auditivos‖, entendem e

memorizam melhor tudo o que é apresentado através da fala do professor ou por

meio do áudio, outros são mais ―visuais‖, têm maior aproveitamento através do

quadro-negro, material impresso e do uso de imagens. Há os que aprendem

memorizando e praticando mecanicamente; já outros procuram agrupar os passos

para distinguir, igualar e resolver uma a uma as etapas da questão, usando, de

preferência, estratégias já comprovadas anteriormente em casos semelhantes.

Muitas vezes a forma de ensinar, o material didático das escolas públicas não

leva em consideração a heterogeneidade dos alunos, se existe alunos com

diferentes estilos de aprendizagem na sala de aula é importante que o professor

esteja embasado teoricamente, para adequar a sua forma de ensinar à realidade de

cada aluno, adaptando-o com o objetivo de facilitar ao máximo a aprendizagem.

2.1.2 Os tipos de estratégias que podem ser utilizadas no processo de

aprendizagem de língua inglesa

Oxford (1990), apresenta um sistema de categorização de estratégias de

aprendizagem detalhado e extremamente útil tanto para o professor quanto para o

aluno. De acordo com a autora as estratégias estão divididas em dois grupos:

estratégias diretas, que estão relacionadas ao processo de aprendizagem, ou seja,

como os aprendizes irão lidar diretamente com a língua-alvo; e estratégias indiretas,

que são empregadas para o gerenciamento da aprendizagem e não para as

necessidades e práticas pedagógicas específicas.

As estratégias diretas se dividem em: Estratégias de Memória, Estratégias

Cognitivas e Estratégias de Compensação. As Estratégias de Memória são ações

que se utiliza para armazenar e lembrar de informações novas. Ex: ela estabelece

uma relação entre o que já se sabe e a palavra nova ou também escrever frases

com as palavras para memorizá-las.

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As Estratégias Cognitivas são estratégias mentais que o aluno usa para dar

sentido à aprendizagem. Elas permitem que o aluno possa manipular o material e a

linguagem de maneira direta. Ao manipular estratégias cognitivas, o aprendiz está

envolvido na prática, recebendo e enviando mensagens, utilizando o raciocínio,

fazendo análise de anotações, resumindo, sintetizando, delineando a reorganização

da informação para desenvolver esquemas mais fortes (estruturas de

conhecimento), ex: dizer ou escrever novas palavras em inglês repetidas vezes,

tentar falar com nativos de uma segunda língua, usar palavras na língua-alvo de

diferentes formas e tomar iniciativas de realizar conversas em inglês.

As Estratégias de Compensação, como indica o nome, ajudam o aluno a

compensar a falta de conhecimento. Exemplos de tais estratégias incluem adivinhar

pelo contexto de escuta e de leitura; usar sinônimos e falar em torno da palavra que

falta para ajudar a falar e escrever; usar gestos ou palavras que expressem pausa.

As estratégias indiretas se dividem em: Estratégias Metacognitivas,

Estratégias Afetivas e a Estratégia Social. As Estratégias Metacognitivas são

essenciais para planejar, monitorar e avaliar a aprendizagem. Elas são empregadas

para a gestão do processo de aprendizagem. Os alunos devem organizar, planejar e

avaliar a sua aprendizagem. Ex: Tentar criar o máximo de oportunidades para utilizar

o inglês; observar os erros em inglês e fazer deles para tentar melhorar.

As Estratégias Afetivas ajudam os alunos a gerenciar suas emoções,

motivações e atitudes. Ex: observar se está tenso ou nervoso quando está

estudando inglês; conversar com outras pessoas sobre como se sente quando está

aprendendo a língua estrangeira.

A Estratégia Social ajuda o aluno a cooperar com os outros e a entender a

cultura inserida na LI. Ela possibilita uma maior interação com a língua-alvo através

da relação de empatia com outros, envolvendo perguntas para obter verificação;

pedindo esclarecimentos de um ponto confuso; solicitando ajuda para fazer uma

tarefa de linguagem, falar com um parceiro de conversa nativo da língua inglesa, e

explorar as normas culturais e sociais. Ex: Se não entender algo em inglês, peça

para o falante falar mais devagar ou repetir; aprender sobre a cultura dos falantes da

LI.

O importante não é a quantidade de estratégias utilizadas, mas sim a

qualidade das estratégias selecionadas. Assim, uma parte importante do trabalho

motivacional do professor é a conscientização dos alunos sobre a utilização das

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estratégias relevantes e o constante reforço sobre a utilização contínua dessas

estratégias em sala de aula.

2.2 O ensino de inglês na rede pública

Por mais que as aulas de inglês sejam satisfatórias e que os alunos entendam

as vantagens de conhecer e aprender uma segunda língua a maior preocupação é a

resistência deles em se dedicarem à disciplina de língua inglesa. O problema é que

eles estão sempre questionando o porquê de aprender inglês se não sabem falar o

português corretamente que é a sua língua nativa. Os estudantes acham que é

preciso falar a língua materna corretamente segundo a gramática tradicional para

depois se dedicarem a estudar uma segunda língua.

É importante compreender os objetivos de ensinar inglês em escolas públicas,

onde a língua estrangeira tem um espaço especial em se tratando dos contextos

culturais, políticos e sociais nos tempos atuais. Os professores devem fazer com que

os seus alunos percebam o lugar da língua inglesa no currículo, mostrando de

maneira prática a importância de internalizar conhecimentos de LI. O Inglês ajuda

na aprovação de um vestibular, em uma viagem internacional, é um diferencial nas

entrevistas de emprego, etc., é de grande relevância a prioridade da língua por seu

caráter educativo, através do qual o aluno pode tornar-se consciente das

diversidades do mundo.

A falta de interesse de muitos professores e alunos tornou a Língua Inglesa

nas escolas públicas uma simples disciplina do currículo escolar. Assim, ao invés de

preparar o educando para ler, escrever e falar um novo idioma, as aulas acabaram

por assumir uma aparência monótona e sem nenhuma função, pois as escolas

apenas repassam regras gramaticais sem se preocupar com o contexto e sem a

valorização dos conteúdos necessários à formação do aluno. A aprendizagem na

escola é geralmente voltada para a tradução ou memorização, focando apenas o

desenvolvimento linguístico e dificilmente havendo a preocupação com a

comunicação. Ensinar uma língua não é apenas ensinar gramática ou seu

vocabulário.

Atualmente há vários problemas no ensino de LI, um deles é a pouca carga

horária voltada para a disciplina nas escolas; o fato de a disciplina ter uma carga

horária limitada afeta a aprendizagem do aluno e não permite que o professor faça

Page 21: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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um bom trabalho, um trabalho efetivo. Uma aprendizagem eficiente em língua

estrangeira requer um número menor de alunos em sala e maior quantidade de

aulas semanais. Se a quantidade de alunos for demasiada torna-se difícil conhecê-

los e atendê-los de forma satisfatória.

Outra grande dificuldade enfrentada pelos professores de inglês são turmas

heterogêneas, salas cheias e com níveis de desenvolvimento diferenciados. Isso

atrapalha o trabalho do professor por que ele terá que elaborar atividades com níveis

de proficiência variados. Contudo, o professor de língua inglesa na escola pública

tem uma carga horária tão exaustiva que não lhe sobra muito tempo para planejar

suas aulas e nem mesmo para leituras.

O profissional de LI precisa ter consciência da responsabilidade do seu

trabalho, porém é conflitante continuar tendo que trabalhar em situações precárias: a

falta de estrutura física e de salas de aulas amplas (laboratório, sala de áudio e

vídeos), de material didático adequado (lousa, retroprojetor, TV, livros didáticos,

dicionários, revistas, jornais etc.), recursos tão importantes no aprendizado da

língua, dentre outros empecilhos. O ensino de LI deve ser realizado por um

profissional qualificado e assim ele conseguirá adequar o ensino de inglês à atual

realidade brasileira.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental

(5ª a 8ª séries), ―a aprendizagem de uma língua estrangeira deve garantir ao aluno

seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver outros

no discurso‖ (1998, p.19). Com o aprendizado da língua inglesa, o indivíduo irá

ampliar seu conhecimento da língua materna, através da comparação entre as

línguas em diferentes níveis linguístico e cultural, além da influência que esse idioma

tem exercido na língua portuguesa com os estrangeirismos: outdoor, fast food,

shopping, jeans, entre outros.

Mesmo com todas as dificuldades encontradas, não se pode deixar de aplicar

as quatro habilidades: listening, reading, writing, speaking. É interessante que o

aprendiz possa usar estratégias de aprendizagem diversificadas, que os motive para

as aulas sem cultivar a imagem de que alunos da rede pública não precisam ou não

são capazes de aprender outra língua. Infelizmente, nas escolas públicas as aulas

estão defasadas; o conteúdo programático disciplinar limitou-se a priorizar

basicamente a habilidade de leitura, explorando pontos gramaticais, memorização

de regras e vocabulário de forma descontextualizada. Isto faz com que haja um

Page 22: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

21

distanciamento entre ensino/aprendizagem da língua inglesa. Não podemos mudar o

sistema, mas podemos mudar a nossa realidade, isto é, as nossas aulas, a nossa

sala de aula, com inovações, determinação e persistência.

Page 23: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

22

3 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada numa instituição de ensino público de nível

fundamental e médio, no colégio Polivalente na cidade de Conceição do Coité – Ba.

Por se acreditar que uma investigação feita numa situação mais próxima possível do

contexto real do uso de EAs possa fornecer dados mais precisos, a sala de aula foi

utilizada como universo de análise para esta pesquisa. Serviram de objeto de estudo

desta pesquisa os alunos do 6° ano do Ensino Fundamental e os professores. Na

primeira etapa desse trabalho foi utilizada a pesquisa de campo de base

etinográfica, com uma abordagem qualitativa, que visou coletar os dados

necessários para uma análise detalhada sobre as EAs que os alunos utilizam para

aprender a língua inglesa.

Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada a importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo (GIL, 2007, p.53).

Para coletar os dados foram usados dois procedimentos: a observação e o

questionário. De acordo com Marconi e Lakatos:

A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste somente em ver e ouvir, mas também em examinar os fatos ou fenômenos que se deseja estudar (MARCONI E LAKATOS, 2002, p. 88)

A observação foi feita em duas turmas do 6º ano; as aulas se mostraram

difíceis de serem observadas devido ao posicionamento dos alunos e ao uso quase

que exclusivo da língua materna nas trocas comunicativas. As atividades mais

frequentes na turma eram os alunos interpretarem textos com auxílio de um

dicionário e explicação de conteúdos gramaticais que eles nunca entendiam. A

frequência média, nas aulas observadas, eram de 38 alunos, sendo que eram 45

alunos matriculados.

Page 24: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

23

Outro procedimento realizado foi o questionário, o que é um instrumento

muito usado para levantamento de informações. As perguntas do questionário foram

construídas com o intuito de obter informações suficientes referentes às EAs

utilizadas pelos alunos do 6º com o objetivo de propor EAs que os levem à

autonomia na aprendizagem.

O questionário destinado aos alunos possuía onze questões subjetivas, as

quais investigavam os tipos de EAs que os mesmos utilizavam; e outro questionário,

com cinco perguntas, foi direcionado a três professores, sendo que estes deveriam

informar sua formação profissional e o tempo que atua como professor. As questões

estavam relacionadas às práticas pedagógicas adotadas para a realização das aulas

de LE, por tanto, trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, que se

justifica pela tentativa de obter informações satisfatórias para o bom

desenvolvimento da análise de dados.

Por meio da análise dos dados coletados nos questionários aplicados, foi

possível conseguir respostas significativas e compreender melhor a realidade da

escola pública no município de Conceição do Coité - Ba. Nas respostas dos sujeitos

dessa pesquisa os alunos serão identificados por A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, e os

professores como P1, P2, P3.

Page 25: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Serão apresentadas as informações das pesquisas obtidas por professores e

alunos na escola visitada. Nas observações feitas em sala de aula foi notório que os

alunos envolvidos nessa pesquisa apresentam um repertório bom de EAs, dentre as

consideradas passíveis de observação, poucas foram identificadas.

No entanto, especialmente os alunos que apresentam maiores dificuldades na

aprendizagem de LE, parecem necessitar de um apoio maior em EAs. Essa

orientação, além de possibilitar a ampliação do repertório de EAs, auxiliam tais

alunos a analisarem a adequação e a produtividade daquelas EAs implementadas

por eles.

Foram analisadas as respostas dos questionários aplicados tanto aos alunos

como aos professores e percebe-se que parte dos alunos usam as EAs de forma

inconsciente, levando-se em consideração as respostas da maioria dos alunos

entrevistados. Aos alunos foram feitas as seguintes questões:

1. Você faz anotações do vocabulário novo aprendido para tentar memorizá-lo?

Dos dez alunos que responderam o questionário cinco informaram que sim,

porque dessa forma não esqueceriam o vocabulário.

A contribuição de fazer anotações na aprendizagem dos conteúdos deve ser

observada mais atentamente. Parece interessante que o professor investigue a

sistematização no uso dessa EA, observando se quando os estudantes a utiliza é

com base no contexto da atividade e no seu estilo de aprendizagem ou se a sua

implementação é mecânica e aleatória.

Por ser uma prática associada às abordagens do ensino tradicional, a referida

EA pode estar sendo utilizada mais por condicionamento do que por eficácia. É

importante trazer esse questionamento à tona a fim de poder contribuir para o

desenvolvimento da metaconsciência do aprendiz, assim ele poderá optar por outras

EAs quando estiver adquirindo novos vocabulários, a depender de qual seja mais

eficaz para ele.

Page 26: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

25

2. Você interage com os colegas em relação ao conteúdo ensinado?

Em relação à segunda pergunta a maioria dos alunos responderam que

interagem através de brincadeiras porque melhora o aprendizado e facilita nas

atividades.

Essa EA sinaliza que estes estudantes se sentem seguros ao utilizar a LE e

estão dispostos a colaborar com a discussão proposta em aula. Quanto à EA de

interação, interagir com os colegas parece produtivo todas as vezes em que é

utilizada, pois dá oportunidade aos alunos de participarem da aula por meio da LE e

contribui para que eles tenham ensejo de aprender uns com outros.

Em uma resposta do questionário do aluno C foi explicado que ele sempre

tem boas notas nas avaliações quando interage, as discussões do conteúdo da

disciplina que ele teve com o aluno F, fora da sala de aula, foram as grandes

responsáveis pela suas boas notas nas avaliações. Isso quer dizer que a EA

Interagir com os colegas pode se mostrar de grande ajuda não só nas questões

linguísticas, mas também na compreensão do conteúdo. Esses dois alunos foram

aqueles que obtiveram melhores notas nas avaliações.

3. Você destaca no texto as palavras que não reconhece?

Nesta pergunta oito alunos responderam que sim, e dois informaram que não. Essa EA parece refletir práticas associadas à ―Cultura Tradicional de

Aprender Línguas‖ (Barcelos, 2004). Não que isso seja necessariamente um aspecto

negativo, mas alerta para o fato de que os alunos podem estar utilizando uma EA

mais por condicionamento do que por perceber a sua produtividade ou adequação

ao momento de aprendizagem. Nesse momento, a intervenção do professor pode

auxiliar o aprendiz a ficar atento para o uso da referida EA e desenvolver sua própria

metacognição.

4. Quando esta lendo um texto você verifica o significado das palavras desconhecidas?

Em relação a este questionamento, sete dos alunos responderam que

verificam as palavras desconhecidas e três responderam que não.

Page 27: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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Em se tratando da EA verificar o significado, esta foi mais utilizada para dirimir

questões relativas à LI, especialmente de vocabulário. Nas aulas observadas essa

EA foi usada para ajudar na compreensão do que havia sido dito. Isso pode sinalizar

que, para os alunos, a língua continua sendo a maior dificuldade. Sendo assim, eles

se concentram mais nos detalhes, o que pode atrapalhar a compreensão do todo.

5. Como você se sente quando você erra?

Sete dos alunos responderam que se sentem mal, e três responderam que

não se preocupam com os erros, pois todos erram.

Apesar da estratégia afetiva não ter sido muito utilizada pelos alunos,

os mesmos pareciam estar mais influenciados negativamente pelas suas emoções

nos momentos que usam a LE. Eles utilizam mais as EAs afetivas, como, por

exemplo, ao participarem de uma dinâmica que tiveram que falar na LI, eles

respiraram fundo e riam para aliviar a tensão.

A questão afetiva, com o passar dos anos, tem sido tratada com descaso, ou

desconsiderada pela maioria dos estudiosos no assunto. No aspecto linguístico,

grande parte dos estudiosos tem levado em consideração a gramática da língua e os

métodos de ensino; e poucos têm se preocupado com forma como a língua é

absorvida e quais os aspectos subjetivos que influenciam este processo. Segundo

Brown:

Todos os seres humanos que usam uma segunda língua, também desenvolvem uma nova maneira de pensar e agir – uma segunda identidade, uma nova linguagem do ―ego‖, a qual é internalizada como segunda linguagem, e podem facilmente criar um senso de fragilidade, de defesa e uma atitude constante de crescimento e inibição. (BROWN, 1994, p. 22).

6. Você consegue associar o conteúdo novo com os assuntos estudados anteriormente?

Nesta resposta, nove dos alunos informaram que não. Eles sentem

dificuldade em relacionar os assuntos anteriores com os apresentados pelo

professor, devido à falta de contextualização nas aulas. Na observação feita em sala

percebe-se que existe uma grande dificuldade por parte dos alunos em entender o

conteúdo, visto que o nível dos aprendizes é baixo, portanto, não conseguem fazer

uso da EA efetivamente.

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7. Você já pediu ao seu professor para que ele o corrigisse quando você cometesse um

erro?

Todos os alunos responderam que nunca pediram para serem corrigidos.

Essa EA, pedir para ser corrigido, não é usada pelos alunos, desta forma,

após o aluno produzir a sentença incorreta o professor imediatamente pode

reproduzir a mesma frase já corrigida. O professor pode tanto fornecer a resposta

correta como deixar claro o que o aluno disse está errado, mas isso pode acontecer

imediatamente após a ocorrência do erro.

8. Você consegue usar sinônimos quando esquece ou não sabe uma palavra?

Quatro dos alunos responderam que sim e seis escreveram que não.

Essa EA foi observada apenas uma única vez, talvez pelo fato de ser

bastante específica e exigir uma habilidade maior; caso houvesse dificuldade no uso

de um vocabulário os alunos preferiam usar a EA de pedir ajuda.

9. Ao estudar em casa você usa a repetição para aprender uma nova palavra?

Sete dos alunos informaram que sim e três responderam que não. Repetir só

foi registrada quando os alunos repetiam oralmente a correção da pronúncia deles

feita pelas professoras das turmas. O interessante dessa estratégia é que o aprendiz

escute a pronúncia correta para que assim ele possa repeti-la até ele internalizá-la.

Isso requer autonomia por parte dos alunos, como também um trabalho do professor

para desenvolvê-la.

10. Você pratica inglês com seus colegas?

A maioria dos alunos respondeu que pratica apenas quando a

professora passa alguma atividade com essa finalidade.

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Os alunos do 6ª ano estão entrando em contato com uma LE, e o educador

deve preocupar-se em oferecer um ensino mais rico que consiga atingir o

desenvolvimento de um aprendizado significativo.

O questionamento é saber como essa prática de LE pode atingir os

estudantes em relação à oralidade do idioma ensinado; quais são os métodos para

tornar isso possível, proporcionando uma aprendizagem verdadeira e fazendo com

que o aprendiz consiga desempenhar o uso da LI dentro das limitações do ensino

público; e como o professor pode promover uma interação entre os alunos nas

condições das nossas escolas.

Uma fonte inegável de comunicação da LI pode ser os colegas, pois

certamente aquele aprendiz iniciante, ou mesmo aquele que já se esmera a um bom

tempo aos estudos da LI, pode se sentir tímido e retrair-se ao conversar com

alguém. Portanto, os colegas mais próximos em uma relação comunicativa podem

ter o filtro afetivo decrescido, se sentindo mais seguros para falar e se expressar

sem medo de errar.

11. Você se interessa em saber sobre a cultura dos falantes de inglês?

Todos os alunos responderam que sim.

Os aspectos culturais da língua são vistos como importantes no

ensino/aprendizagem e devem fazer parte do dia-a-dia do trabalho docente. O

reconhecimento da diversidade cultural e o objetivo de motivar os alunos a

conhecerem novas culturas permitem visualizar o outro como diferente, dando

espaço para manifestações de sentimentos, de afetos, de valores; e isso pode trazer

o desafio de se trabalhar com a interculturalidade, como perspectiva para se

construir algo novo e diferente.

[...] precisa atravessar o limite da própria cultura (e aí temos o sentido transcultural) quando a consciência dela o permitir, e instalar-se no intercultural que implica a reciprocidade de viver (mesmo que temporariamente) na esfera do outro e simplesmente ter o outro confortavelmente na nossa esfera de cultura. (ALMEIDA FILHO, 2002, p.210).

Quanto aos professores P1 é formado em Letras com Habilitação em Língua

Inglesa e Literaturas, atuando como professor há 13 anos.

Page 30: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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P2 é formado em Geografia, mas dá aulas de inglês para completar a sua

carga horária.

P3 é formado em Letras com dupla habilitação (inglês/português) com tempo

de serviço de dez anos.

E aos docentes foram feitas as seguintes perguntas:

1. Você conhece as estratégias de aprendizagem?

Os três professores responderam que sim.

É essencial que o professor conheça as EAs e as aplique de forma

contextualizada, pois só saber o que são na teoria não mudará positivamente as

aulas de LI, as EAs tem que ser aplicada, pois só sabe motivar para a aprendizagem

quem conhece como os alunos aprendem. A formação do professor e a sua visão

social são determinantes, aliando as suas atitudes em sala de aula e a organização

do ensino.

Os educandos devem sentir-se estimulados a aplicar seus esquemas

cognitivos e a refletir sobre suas próprias percepções nos processos educacionais,

de modo que avancem em seus conhecimentos e em suas formas de pensar e

perceber a realidade. Devemos ir além do cognitivo, precisamos avaliar a

afetividade, pois à medida que o educando adere às propostas feitas, teremos,

certamente, uma mudança de comportamento, o que pressupõe aprendizagem.

Precisamos exterminar a queixa muito comum entre os professores referentes

ao desinteresse por parte dos alunos em aprender, a ação do professor deve

conseguir dos alunos um comprometimento pessoal com sua própria aprendizagem,

isso depende de vários fatores, como, a organização das atividades, a interação do

professor com seus alunos e a avaliação da aprendizagem são preponderantes.

Esses momentos dependem da iniciativa do professor. Outro aspecto a ser

considerado é de que o professor não gerencia conhecimento, ele repassa

informações, que cada aluno aproveitará segundo sua capacidade de aprender, de

interpretar dados e informações e transformá-los em conhecimentos.

2. Seus alunos usam estratégias de aprendizagem para aprender inglês, mesmo que seja

de forma inconsciente?

Page 31: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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Os professores responderam que sim e que seus alunos não tem noção do

que seja EA.

As EAs devem ser incorporadas à aprendizagem de todos os alunos para a

obtenção de resultados melhores. Da mesma forma, a conscientização da

importância do uso das EA tem um papel central no seu uso e no desenvolvimento

da autonomia pelos alunos. Freitas (1998, p. 70) diz que:

Uma vez consciente da existência dos diversos tipos de estratégias, bem como da importância do uso das mesmas no processo de aprendizagem de uma nova língua, o aluno adquire condições e autonomia para se guiar dentro desse processo, de maneira mais eficiente, escolhendo ele mesmo, quais estratégias melhor se adéquam ao seu estilo de aprendizagem, às diferentes tarefas que irá desenvolver, ao tipo de habilidade que está aprendendo, etc.

3. Quais tipos de estratégias de aprendizagem você percebe que seus alunos utilizam,

tanto de forma consciente quanto inconscientemente?

Fazer anotações de vocabulário novo, interagir com os colegas, pedir ajuda,

tentar não traduzir palavra por palavra em português, tentar adivinhar o significado

das palavras desconhecidas.

Podemos observar que a partir das respostas dos três professores a

estratégia de Compensação que predomina nas suas aulas, como pedir ajuda e

tentar adivinhar o significado das palavras desconhecidas. As EAs de Compensação

têm como objetivo compensar o repertório de gramática e, especialmente, de

vocabulário inadequado. Tal EA, possa contribuir para que os alunos continuem

utilizando a LE apesar de limitações de seus conhecimentos, Mesmo os aprendizes

mais avançados podem usufruir dessas estratégias quando se esquecem de alguma

informação, ou ouvem mal o que lhes foi transmitido.

4. Como educador, em quais tipos de atividades você percebe que os alunos se sentem a

vontade e demonstram autonomia?

Todos professores responderam que percebem a autonomia dos seus alunos

com pesquisa na internet.

Page 32: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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O aluno passa pouco tempo na sala de aula, sendo necessário que ele

aproveite melhor o tempo fora da escola. Com isso, a partir do momento em que o

aluno se torna autônomo, ele é capaz de dar continuidade ao seu estudo de forma

eficiente, fora da sala de aula, sem o constante auxílio do professor. Uma das

formas para incentivar e desenvolver a autonomia dos alunos é o uso da internet.

Em relação ao ensino de línguas, a Internet é um ótimo recurso para se

aprender línguas. Ela fornece ao aluno inúmeras opções, permitindo que ele escolha

o que mais lhe agrada, ou que melhor se encaixa em seu perfil e suas necessidades

e particularidades, além de permitir a sua utilização fora das escolas. Através da

Internet, o aluno pode trocar e-mails e participar de listas de discussões, criando

assim uma nova dinâmica social, baseada em colaboração, onde todos são vistos

como sendo iguais. Ela fornece aos professores a oportunidade, dentre vários

níveis, de escolher uma variedade de materiais que atendem às diversas

necessidades dos alunos.

5. Com qual frequência você percebe seus alunos usando as estratégias de aprendizagem?

Os professores responderam que raramente seus alunos fazer uso das EAs.

Oxford (1990) afirma que as pesquisas sobre EAs tem demonstrado níveis de

consciência do aprendiz nos seus esforços para aprender. Ela enfatiza que através

da prática e do uso, como qualquer outra habilidade e comportamento, as EAs

podem se tornar automáticas. Muitos aprendizes empregam estratégias

instintivamente, apropriadamente ou não, sem pensar ou criticar suas ações para

aprender. Contudo, perder a consciência pela automatização das estratégias

transforma o ato de aprender em apenas um processo e é algo absolutamente

desejável e proveitoso principalmente para o aprendiz de línguas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho de conclusão de curso muitas reflexões

permanecem em aberto, tornando-se assim campo fértil para novas discussões e

propostas. Esse estudo pretendeu, a partir da reflexão sobre o uso das EAs,

investigar como as estratégias de aprendizagem podem facilitar o aprendizado de LI,

observando assim, o desempenho dos alunos em sala de aula ao usar essas

estratégias; e listar as principais utilizadas por estes alunos, mostrando assim quais

são as EAs mais eficazes no processo de assimilação da LI.

Trabalhar com estratégias, e, consequentemente, com autonomia de

aprendizagem não significa apenas uma mudança de metodologia, mas abandonar

determinados modelos e formas de aulas praticadas até então. O professor também

tem seu papel alterado, ele não é mais o único que media o conhecimento, mas é

quem oferece ao aluno a chance de participar ativamente do processo de

aprendizagem, utilizando estratégias, se organizando.

O papel do professor passa a ser mais difícil e complexo, já que ele assume

duas funções: a de mediador do conhecimento e também a de mediador das

EAs,―aprender a aprender‖, e assim deve tornar o processo de aprendizagem

transparente ao aluno. Além disso, o aluno deve querer participar desse processo,

não há aprendizagem sem a sua cooperação.

Essas mudanças podem ser trabalhosas para o professor, mas as

consequências serão gratificantes. Pois alcançado o alvo da conscientização do

aluno e adquirindo sua participação, a aula será outra e o resultado será alunos

motivados e confiantes, que aprendem efetivamente, e independentes, os quais

continuarão aprendendo também fora da sala de aula.

Sendo assim, tanto o professor como o aluno deve conhecer e assumir

seus novos papéis, que foram redefinidos. O professor não está mais sozinho na

condução da aula, e sim com os próprios alunos, estes sendo sujeitos ativos na

dinâmica da sala de aula.

Page 34: As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua inglesa no contexto d

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