as dinâmicas de deposição e construção no sítio pré-histórico de horta de jacinto (beringel,...

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585 Lídia Baptista Sérgio Gomes Cláudia Costa - CEAUCP–CAM, Aluna de Doutoramento da FLUP, Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia ([email protected]) - CEAUCP–CAM, Aluno de Doutoramento da FLUP, Arqueologia & Património Lda. (sergiogomes@arqueologiaepatrimonio.pt) - UNIARQ-Universidade do Algarve, Aluna de Doutoramento da FCHS-UAlg, Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia ([email protected]) As dinâmicas de deposição e construção no sítio pré-histórico de Horta de Jacinto (Beringel, Beja) Lídia Baptista Sérgio Gomes Cláudia Costa RESUMO: Horta do Jacinto foi identificado aquando dos trabalhos de acompanhamento arqueológico levados a cabo no âmbito da execução do Bloco de Rega do Pisão, em Beringel (Beja). A equipa de acompanhamento identificou duas estruturas em negativo no corte da vala de implantação da conduta. Uma dessas estruturas, Estrutura N.º , apresenta grande complexidade. Com efeito, na base da estrutura, delimitado por um anel pétreo encontrava-se o esqueleto inteiro de um suíno. Sobrejacente a este contexto, foi identificado um esqueleto humano, de um indivíduo juvenil (idade à morte entre os 9 e os anos) que, de acordo com o relatório de antropologia, não apresenta sinais de manipulação nem remeximentos após inumação, tratando- se de uma inumação em posição sentada sobre os pés. A ocorrência destes “dois corpos” permite-nos pensar a sistematização do enchimento da estrutura considerando múltiplas variáveis. ABSTRACT: In the poster about Horta do Jacinto we discuss how different bodies and artefacts entailed different space organizations. By considering the relationships between, what is put inside the pit and its internal configuration, it seems that, once we look at the feature as architecture, then the shape of the pit is, as important as what is inside of it, and not just as a way to think about functionality, but to understand it as an architectural device. Structure is constituted from actions that bring together soil, sculpted shape and bodies. Furthermore, the distribution of fragments of objects keeps memory at work in these spaces: they create a material tension between how things were and how things are now. Architecture here, is not just a building activity, it constructs other possibilities for, how humans, animals and artefacts relate to each other in the world.

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Horta do Jacinto foi identificado aquando dos trabalhos de acompanhamento arqueológico levados a cabo no âmbito da execução do Bloco de Rega do Pisão, em Beringel (Beja). A equipa de acompanhamento identificou duas estruturas em negativo no corte da vala de implantação da conduta. Uma dessas estruturas, Estrutura N.º 1, apresenta grande complexidade. Com efeito, na base da estrutura, delimitado por um anel pétreo encontrava-se o esqueleto inteiro de um suíno. Sobrejacente a este contexto, foi identificado um esqueleto humano, de um indivíduo juvenil (idade à morte entre os 9 e os 12 anos) que, de acordo com o relatório de antropologia, não apresenta sinais de manipulação nem remeximentos após inumação, tratando-se de uma inumação em posição sentada sobre os pés. A ocorrência destes “dois corpos” permite-nos pensar a sistematização do enchimento da estrutura considerando múltiplas variáveis.

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    Ldia Baptista

    Srgio Gomes

    Cludia Costa

    - CEAUCPCAM, Aluna de Doutoramento da FLUP, Bolseira da Fundao para a Cincia e a Tecnologia ([email protected]) - CEAUCPCAM, Aluno de Doutoramento da FLUP, Arqueologia & Patrimnio Lda. ([email protected]) - UNIARQ-Universidade do Algarve, Aluna de Doutoramento da FCHS-UAlg, Bolseira da Fundao para a Cincia e a Tecnologia ([email protected])

    As dinmicas de deposio e construo no stio pr-histrico de Horta de Jacinto (Beringel, Beja)

    Ldia Baptista

    Srgio Gomes

    Cludia Costa

    Resumo:

    Horta do Jacinto foi identificado aquando dos trabalhos de acompanhamento arqueolgico levados a cabo no mbito da execuo do Bloco de Rega do Piso, em Beringel (Beja). A equipa de acompanhamento identificou duas estruturas em negativo no corte da vala de implantao da conduta. Uma dessas estruturas, Estrutura N. , apresenta grande complexidade. Com efeito, na base da estrutura, delimitado por um anel ptreo encontrava-se o esqueleto inteiro de um suno. Sobrejacente a este contexto, foi

    identificado um esqueleto humano, de um indivduo juvenil (idade morte entre os 9 e os anos) que, de acordo com o relatrio de antropologia, no apresenta sinais de manipulao nem remeximentos aps inumao, tratando-se de uma inumao em posio sentada sobre os ps. A ocorrncia destes dois corpos permite-nos pensar a sistematizao do enchimento da estrutura considerando mltiplas variveis.

    ABstRAct:

    In the poster about Horta do Jacinto we discuss how different bodies and artefacts entailed different space organizations. By considering the relationships between, what is put inside the pit and its internal configuration, it seems that, once we look at the feature as architecture, then the shape of the pit is, as important as what is inside of it, and not just as a way to think about functionality, but to understand it as an architectural device. Structure is

    constituted from actions that bring together soil, sculpted shape and bodies. Furthermore, the distribution of fragments of objects keeps memory at work in these spaces: they create a material tension between how things were and how things are now. Architecture here, is not just a building activity, it constructs other possibilities for, how humans, animals and artefacts relate to each other in the world.

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    V Encontro dE ArquEologiA do SudoEStE PEninSulAr

    A estao de Horta do Jacinto (Beringel, Beja) foi identificada aquando dos trabalhos arqueolgicos da execuo do Bloco de Rega do Piso promovidos pela EDIA SA. Nestes trabalhos foram identificadas duas estruturas em negativo de cronologia pr-histrica (Idade do Bronze). A rea de implantao do stio trata-se duma extensa plancie onde correm alguns dos afluentes da Ribeira do lamo, uma linha de gua subsidiria do Rio Sado (Figura ). O substrato geolgico corresponde a formaes do mio-pliocnico marinho inseridas no Complexo de Odivelas - Gabros de Beja.

    A Estrutura N. apresenta uma forma fechada com um contorno ao nvel do topo de planta subcircular e ao nvel da base circular, com 90cm e 50cm de dimetro, respectivamente (Figura ). O seu fundo apresentava uma superfcie regular e plana desenvolvendo uma altura mxima de cerca de 80cm. No seu enchimento destaca-se a identificao de duas deposies (Figura ): na base da estrutura, delimitado por um anel ptreo,

    encontrava-se o esqueleto quase completo de um suno (Figura 4; Anexo ); nos nveis superiores, foi identificada a inumao de um indivduo humano juvenil (idade morte entre os 9 e os anos) em posio sentada sobre os ps (Figura 5) (Ferreira, 008); o enchimento encontrava-se colmatado por um nvel ptreo (Figura 6).

    A Estrutura N. , localizada a cerca de 9,5 m para Sudeste da Estrutura N. , apresenta uma forma fechada com um contorno ao nvel do topo e da base de tendncia circular, com 70cm e 0cm de dimetro, respectivamente, e uma altura de 0cm. A superfcie das paredes apresenta-se irregular e o fundo tendencialmente plano (Figura ). No seu enchimento foram identificados fragmentos de recipientes cermicos e fragmentos de elementos lticos. As caractersticas deste conjunto artefactual remetem para o II. Milnio A.C.

    1. IntRoduo

    Na estao de Horta do Jacinto foram identificadas duas estruturas em negativo correlacionveis com a Idade do Bronze Regional. Numa dessas estruturas a Estrutura N. foi identificada uma sequncia de enchimento onde se encontram em associao o esqueleto de um animal e outro de um humano. Neste

    texto centraremos a nossa ateno neste ltimo contexto, no sentido de contribuir para a discusso acerca do modo como as prticas arquitectnicas se entrelaam com a construo da animalidade e da humanidade durante o perodo em questo.

    2. HoRtA de JAcInto: ApResentAo sumRIA dos ResultAdos dos tRABAlHos ARqueolgIcos

    3. estRutuRA n. 1: ApontAmentos soBRe As RelAes entRe A ARquItectuRA e A constRuo dA AnImAlIdAde e dA HumAnIdAde

    Dada a complexidade do enchimento da Estrutura N. , e a multiplicidade de relaes que podemos estabelecer entre os vrios contextos identificados, optamos por ensaiar trs possibilidades da sua sistematizao em Momentos. Por Momentos entendemos intervalos de tempo que podemos construir com base na unidade das relaes que consideramos no mbito de um contexto ou num conjunto de contextos. Deste modo, cada um dos momentos o resultado de um exerccio de interpretao onde se joga a associao de uma srie de elementos que, durante o processo de escavao e registo, foram nuclearizados. A sua associao, considerada em termos

    de possibilidades, abre um horizonte em que tentamos compreender a fisicalidade dos elementos produzidos durante a escavao. O sentido deste ordenamento o de operacionalizar, num esquema de relaes, as unidades e assim sugerir uma sequncia de ocorrncia. A correlao das ocorrncias dos atributos permite-nos assim criar os Momentos, unidades que, pela sua coerncia interna e pela sua articulao, sugerem uma sequncia temporal organizada em intervalos. A mtrica dessa sequncia temporal est ausente neste exerccio, porm, no conjunto de Momentos podemos pensar a durao de cada um deles.

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    Na Matriz Estratigrfica A (Figura 7) est represen-tada uma sequncia constituda por cinco Momentos:

    - Momento I: corresponde ao conjunto de UE's associadas ao nvel de pedras. A sua singularizao prende-se natureza ptrea dos elementos que polarizam este contexto. Com efeito, a presena deste tipo de materiais s se torna novamente significativa ao nvel do Momento IV.

    - Momento II: corresponde ao conjunto de UE's associados deposio do corpo do animal.

    - Momento III: o depsito de calio oculta o contexto anterior, servindo, simultaneamente, de elemento que separa o corpo do animal do corpo humano e material de construo do espao onde se deposita este ltimo. Este momento tambm se destaca dos restantes por ser constitudo exclusivamente por calio.

    - Momento IV: corresponde ao conjunto de UE's associados deposio do corpo humano.

    - Momento V: corresponde colmatao do enchimento da estrutura. constitudo por um nvel ptreo subjacente a depsitos argilosos com fragmentos cermicos e elementos lticos.

    Esta sequncia de momentos privilegia a nuclearizao dos vrios contextos. Tal operacionalidade significativamente visvel ao nvel da individualizao do Momento IV que separaria a deposio dos corpos humano e animal. Tal separao abre a possibilidade a uma durao maior entre os dois contextos, fazendo do enchimento da estrutura o resultado final de um conjunto de aces cuja temporalidade poderia ter privilegiado uma separao das prticas de deposio dos distintos corpos. Outra separao que sugerida nesta sequncia de Momentos prende-se individualizao da deposio do corpo do animal face aos nveis ptreos subjacentes. Com efeito, anteriormente sugerimos a hiptese de tais nveis terem funcionado como um dispositivo arquitectnico associado s prticas em que o animal manuseado. Se tal associao nos parece pertinente, parece-nos igualmente importante colocar a hiptese dos nveis ptreos constiturem um dispositivo pr-existente que recontextualizado noutras prticas. Foi neste sentido que equacionamos estes dois contextos em dois momentos distintos, sendo que a sua articulao ser considerada na prxima sequncia de momentos.

    Na Matriz Estratigrfica B (Figura 7) est representada uma sequncia constituda por quatro Momentos:

    - Momento I: este Momento corresponde articu-lao dos Momentos I e II anteriormente apresentados na Matriz Estratigrfica A. Como referimos, esta articulao prende-se com a hiptese deste dispositivo estar associado deposio do corpo do animal.

    - Momento II: corresponde ao Momento III apresentado na Matriz Estratigrfica A.

    - Momento III: corresponde ao conjunto de UE's associados deposio do corpo humano.

    - Momento IV: colmatao do enchimento da estrutura.

    A articulao entre os nveis ptreos e a deposio do material proposta no Momento I enfatiza as diferenas no tipo de tratamento que os dois corpos recebem. A este propsito refiram-se os seguintes aspectos:

    - o corpo do animal est num plano inferior ao plano do corpo humano;

    - existe uma oposio entre a horizontalidade do corpo do animal e a verticalidade do corpo humano;

    - o dispositivo arquitectnico em que depositado o animal construdo com pedras, a estrutura em negativo onde foi depositado o corpo humano foi construda com sedimento;

    - os nveis ptreos so, em termos arquitectnicos, contrastantes com a Estrutura N.; ao contrrio do interface vertical onde est depositado o corpo humano que duplica, ajustando s dimenses do corpo, a configurao da Estrutura N. , a horizontalidade dos nveis ptreos oposto verticalidade da Estrutura N..

    Considerando estas diferenas, ou oposies, que nos sugerem as relaes contextuais em que se encontram os corpos, de salientar que o Momento II adquire uma dimenso de separao dos dois corpos que pode estar para alm das temporalidades das prticas em que um e outro corpo participam, podendo ser correlativo de um ordenamento do mundo que privilegia a diferenciao da espcie humana face aos restantes elementos que constituem esse mundo. Se esta sequncia de Momentos sintomtica dessa diferenciao, o facto dos corpos estarem reunidos na mesma estrutura sugere a possibilidade dessa diferenciao ser gerida em funo de mltiplas variveis. Na prxima proposta de sequncia de Momentos, admitimos que essa reunio dos corpos

    AS dinmicAS dE dEPoSio E conStruo no Stio Pr-hiStrico dEhortA dE jAcinto (bEringEl, bEjA)

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    V Encontro dE ArquEologiA do SudoEStE PEninSulAr

    pode ser correlativa de um nico Momento.Na Matriz Estratigrfica C (Figura 7) est represen-

    tada uma sequncia constituda por dois Momentos:- Momento I: este Momento corresponde

    totalidade das unidades contextuais relacionadas com as deposies dos corpos. um Momento que, ainda que constitudo por mltiplos sub-momentos (o I, II, III e IV que consideramos na primeira sequncia, por exemplo), se evidencia por articular materiais de distinta natureza: pedra, terra, corpo humano, corpo animal, fragmentos cermicos e elementos lticos. Uma profuso de materiais juntos que re-significam o sentido de cada um deles pelas relaes construdas nas prticas em que participam. de salientar que nesta profuso de materiais existe uma lgica de adio em que os nveis sobrejacentes so ocultados, fazendo da estrutura o palco de sucessivos momentos de deposio e construo.

    - Momento II: neste momento concorrem os mesmos materiais, excepo dos corpos, a sua topografia permite-nos pens-lo enquanto momento de colmatao/ocultao da sequncia de deposies e construes anteriores.

    Para alm destes aspectos, que se prendem com

    as caractersticas das unidades que compem os Momentos, existe um outro elemento cuja considerao pertinente quando se tenta compreender a temporalidade das deposies/construes da Estrutura N. . Com efeito, durante o estudo dos materiais constatmos que o conjunto artefactual era constitudo exclusivamente por fragmentos de artefactos (recipientes cermicos e elementos lticos). Nas colagens efectuadas, a maioria parece-nos decorrentes de fenmenos ps-deposicionais. Porm, existe uma colagem entre dois fragmentos de um dormente em granito provenientes de contextos muito distintos: um deles do nvel ptreo de colmatao do enchimento da estrutura e outro do nvel ptreo da base da estrutura (Figura 8). Enquanto indicador de uma prtica de fragmentao que participa na construo da estrutura, esta colagem tambm um indicador de uma temporalidade que nos permite pensar a possibilidade da construo da estrutura num tempo que se completa na prpria construo da estrutura. Um tempo em que a arquitectura enquanto prtica se torna um modo de reunio de coisas diversas e de resignificao da animalidade e humanidade dessas coisas.

    Anexo I - AnlIse do mAteRIAl FAunstIco

    No que diz respeito ao material faunstico proveniente do interior da Estrutura N , foi recuperado um total de restos faunsticos originrios das vrias UEs que compem a estrutura. A unidade que forneceu uma amostra mais numerosa foi a UE 0, que corresponde ao esqueleto quase completo em articulao de suno. Das restantes unidades foram recuperados um metacarpo e um metatarso fragmentados de vaca, nas UEs e , e um fragmento de molar de Ovino/Caprino proveniente da UE 05 (Quadro ). Os restantes fragmentos no se encontravam em condies passveis de identificao taxonmica, pelo que a integrao se fez apenas ao nvel da classificao por classe de tamanho, de mdio (onde se integram os ungulados do tamanho de ovinos e caprinos) ou grande (compatvel com o tamanho de vacas ou veados).

    Os restos faunsticos revelaram na generalidade um nvel de preservao bastante precrio, com superfcies muito erodidas, sendo rara a recuperao de epfises preservadas.

    No que diz respeito aos restos de suno em

    articulao na UE 0, no foi possvel a classificao inequvoca ao nvel da espcie uma vez que difcil a distino entre javali ibrico ou porco domstico devido semelhana morfolgica (Albarella et al, 005) pelo que a classificao ficou pelo gnero. O grau de imaturidade dos restos indicia a presena de um indivduo juvenil, que, pela anlise do estado de ligao das epfises dos ossos longos e desenvolvimento do molar inferior se enquadraria, segundo Bridault et al (000), entre os 9 e os 6 meses de idade.

    De notar a ausncia das extremidades dos membros anteriores, no se tendo registado a ocorrncia de ulnas ou rdios ou elementos do carpo. Apenas foi recuperado um fragmento de metacarpo em posio anatmica. A anlise das epfises distais no fusionadas dos meros no revelou nenhum trao de corte que apontasse para a desarticulao intencional dos rdios e ulnas, facto que o estado de preservao precrio das superfcies osteolgicas poder ter ocultado (Quadro , Figuras 9 e 0).

    No panorama actual dos nossos conhecimentos,

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    Bos taurus Sus sp. Ovis / Capra Mdio Porte Grande Porte Total

    UE 05

    Molar superior

    UE 0

    Fragmento de crnio

    Fragmento de mandbula

    Atlas

    Frag. de vrtebras cervicais

    Frag. vrtebras torcicas 6 6

    Frag. vrtebras lombares 7 7

    Frag. vrtebras indeterminadas 0 0

    Frag. de costelas 40 40

    Frag. escpula

    mero

    Plvis

    Fmur

    Tbia

    Fbula

    Frag. metpodos indeterminados 0 0

    Astrgalos

    Calcneos

    UE

    Frag. vrtebra indeterminada

    Frag. metacarpo

    Calcneo

    Fragmentos indeterminados

    UE

    Frag. mandbula

    Frag. metatarso

    Fragmentos indeterminados

    UE 4

    Frag. plvis

    Frag. osso longo

    Frag. indeterminados 6 6

    Total 5

    Quadro Listagem taxonmica.

    parece mais frequente a associao de partes de animais, ou mesmo ossos isolados, a contextos funerrios contemporneos da Horta do Jacinto, do que propriamente partes de animais em articulao, caso da

    necrpole de Belmeque (Oliveira, 994), Outeiro Alto (Valera e Filipe, 00) ou Torre Velha (Alves et al, 00). O contexto da Estrutura N da Horta do Jacinto constitui neste caso, ainda, uma excepcionalidade.

    AS dinmicAS dE dEPoSio E conStruo no Stio Pr-hiStrico dEhortA dE jAcinto (bEringEl, bEjA)

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    V Encontro dE ArquEologiA do SudoEStE PEninSulAr

    Elementos

    molar inferior Incluso

    mero distal Fundido

    Tbia proximal No fundido

    Tbia distal No fundido

    Quadro Anlise do estado de maturao de ossos longos e dentio.

    AgRAdecImentos:

    Este trabalho no teria sido possvel sem o empenho de todos os elementos que compem a equipa de campo e de gabinete. Os desenhos e fotografias de esplio ficaram a cargo de Rui Pinheiro e Joo Molha, respectivamente. O estudo e inventrio do esplio recuperado foi efectuado por Ldia Baptista e Nelson Vale, com o apoio de Francisco Barros, Jos Grilo e

    Cludio Jorge. As ilustraes foram realizadas por Lidia Baptista e Rodry Mendona. A todos, o nosso agradecimento.

    Gostaramos agradecer Zlia Rodrigues, pela sua ajuda com o estudo de antropologia e Lesley McFadyen por discutir connosco algumas das ideias que apresentamos aqui.

    BIBlIogRAFIA

    ALVES, C., COSTEIRA, C., ESTRELA, S., PORFRIO, E., SERRA, M., SOARES, A. M. M., MORENO-GARCA, M. (00) Hipogeus funerrios do Bronze Pleno da Torre Velha (Serpa Portugal). O Sudeste no Sudoeste?! Zephyrus, LXVI, pp. -5.

    ANTUNES, A.S.; DEUS, M.; SOARES, A.M.; SANTOS, F.;ARZ, L.; DEWULF, J.; BAPTISTA, L.; OLIVEIRA, L. (0) Povoados Abertos do Bronze Final na Mdio e Baixo Guadiana Sidereum Ana II El valle del Guadiana en el Bronce Final editado por J. Jimnez vila. CSIC, Instituto de Arqueologa de Mrida, Anejos de Archivo Espaol de Arqueologa, pp. 77-08.

    ALBARELLA, U., DAVIS, S. J. M., DETRY, C.. ROWLEY-CONWY, P. (005) Pigs of the Far West: the biometry of Sus from archaeological sites in Portugal, Anthropozoologica, 40, , pp. 7-40.

    BRIDAULT, A., VIGNE, J.-D., HORARD-HERBIN, M.-P., PELL,

    E., FIQUET, P., MASHKOUR, M. (000) - Wild boar - Age at death estimates: The relevance of new modern data for archaeological skeletal material.. Presentation on the corpus. Dental and epiphyseal fusion ages, Ibex Journal of Mountain Ecology - Anthropozoologica, , pp 8.

    FERREIRA, Teresa (008) - Horta de Jacinto, Bloco de Rega do Piso, Beja, Estudo de Anlise Antropolgica, policopiado.

    OLIVEIRA, J. C. (994) - Apendice I Estudo do Esplio sseo de Sepulturas do Bronze do Sudoeste, Actas das V Jornadas da Associao dos Arqueolgos Portugueses, Vol. , pp.85-86

    POLLARD, J. (00) - The aesthetics of depositional practice. World Archaeology, vol.(), pp.5-, Stable URL: http://www.jstor.org/stable/87905, accessed 4/0/009.

    VALERA, A. C. & FILIPE, V. (00) - Outeiro Alto (Brinches, Serpa): Nota preliminar sobre um espao funerrio e de socializao do Neoltico Final Idade do Bronze, Apontamentos de Arqueologia e Patrimnio, 5, pp. 49-56.

  • 591

    FIguRAs

    Figura - Seco das Estruturas (N. esquerda e N. direita).

    Figura - Localizao de Horta do Jacinto na Pennsula Ibrica.

    AS dinmicAS dE dEPoSio E conStruo no Stio Pr-hiStrico dEhortA dE jAcinto (bEringEl, bEjA)

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    V Encontro dE ArquEologiA do SudoEStE PEninSulAr

    Figura 4 Nvel correspondente inumao do corpo do animal (U.E. 0).

    Figura - Sequncia de enchimento da Estrutura N..

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    Figura 6 Nvel ptreo de colmatao da estrutura.

    Figura 5 Nvel correspondente inumao do corpo humano (U.E. 06).

    AS dinmicAS dE dEPoSio E conStruo no Stio Pr-hiStrico dEhortA dE jAcinto (bEringEl, bEjA)

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    V Encontro dE ArquEologiA do SudoEStE PEninSulAr

    Figura 8 - Colagem de fragmentos de um dormente em gabro provenientes do nvel de colmatao da estrutura e da base ptrea

    onde foi depositado o animal.

    Figura 7 Matrizes.

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    Figura 9 Representao anatmica do indivduo Sus sp.

    Figura 0 Fragmento de mandbula esquerda; tbia esquerda.

    AS dinmicAS dE dEPoSio E conStruo no Stio Pr-hiStrico dEhortA dE jAcinto (bEringEl, bEjA)