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AS COMUNIDADES E o Parque Nacional da Serra do Itajaí

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Page 1: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

AS COMUNIDADES

E o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Page 2: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Parque Nacional da Serra do Itajaí

Page 3: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Nome:______________________________________________

Localidade:__________________________________________

Município:__________________________________________

AS COMUNIDADES E o Parque Nacional da Serra do ItajaíAS COMUNIDADES E o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Page 4: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Projeto de Elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI)

Coordenação Geral:Karin Schacht e Fabiana Dallacorte

Coordenação Setorial - Aspectos Socioambientais: Karin Schacht

Equipe de Elaboração e Execução:Franciele Oliveira Dias

Rejane H. ReuterKarin Schacht

Assessoria:Anja Meder Steinbach

Instituto Esquilo Verde - IEVE

Diagramação:Iumaã Bacca

Associação Catarinense de Preservação da Natureza

Page 5: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Índice

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

O PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ (PNSI)

OS MUNICÍPIOS E AS COMUNIDADES DO ENTORNO DO PNSI

PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PNSI

ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES LOCALIZADAS NO ENTORNO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLABORADORES E AGRADECIMENTOS

As Comunidades e o Parque Nacional

Um Pouco de História

O Espírito Preservacionista em Nossa Região

A Importância da Vegetação para a Proteção do Solo e Qualidade da Água

O Parque e sua Flora

O Parque e sua Fauna

A Elaboração do Plano de Manejo

O Processo de Regularização Fundiária

A Importância da Participação Social

O Conselho Consultivo

Experiências Bem Sucedidas Orientadas para o Desenvolvimento Sustentável

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APRESENTAÇÃO

Este caderno possui o desafio de despertar o desejo de participação ativa da comunidade, não só durante a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), mas também durante todo o processo de implementação.

Este projeto adota metodologias participativas, o que proporciona um espaço de diálogo e troca de saberes entre a equipe do plano de manejo e as comunidades localizadas próximas e no interior do parque.

Através da participação das comunidades nas diversas fases, o processo de gestão participativa poderá se tornar legítimo. Espera-se com isso, ampliar o conhecimento sobre diversos aspectos relacionados ao parque e construir uma linguagem comum em busca de estratégias e ações sustentáveis para a gestão do mesmo.

O grande objetivo desta cartilha é fortalecer a comunidade para que ela participe da gestão do Parque Nacional da Serra da Itajaí, tendo em vista compa t i b i l i z a r a con s e r v a ç ão com o desenvolvimento nas comunidades do entorno.

É por tudo isso, que precisamos e queremos a sua PARTICIPAÇÃO!

Gostaríamos de ouvir sua opinião e de compartilhar sua experiência, para definirmos juntos como será o uso das áreas do parque e também verificar as possibilidades para o desenvolvimento alternativo nas comunidades do entorno.

A Coordenação

O QUE SIGNIFICA PARA VOCÊ SER VIZINHO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO

ITAJAÍ?

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Page 7: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

INTRODUÇÃO

Quando pensamos em gestão de Unidades de Conservação (UC’s), estamos desejando ações sociais permanentes, com participação coletiva, que conduzam à implementação de políticas públicas orientadas para o manejo sustentável e a proteção ambiental com efetiva qualidade de vida em todas as suas formas.

Atualmente se conhece pouco sobre atividades sustentáveis em ambientes naturais como o interior e o entorno de áreas protegidas. O pouco conhecimento que se tem p a r t e d a s p o p u l a ç õ e s t rad ic iona is que v i vem próximas às Unidades de Conservação.

Áreas legalmente protegidas como o Parque Nacional da Ser ra do I ta ja í podem contribuir para uma relação entre a sociedade e a natureza, capaz de integrar as pessoas na gestão dos recursos naturais.

A Floresta Atlântica ficou reduzida a 7,8% de sua área original, por conta disso, é considerado um bioma em situação muito frágil, visto que possui uma das maiores biodiversidades do mundo. Estima-se que na Floresta Atlântica vivem 15% de todas as formas vegetais e animais existentes no planeta, várias delas sendo espécies raras, outras recém descobertas e provavelmente muitas ainda desconhecidas.

Aproximadamente 120 milhões de brasileiros moram, trabalham e se beneficiam das águas que nascem na Floresta Atlântica, pois é ao longo do litoral brasileiro que ela ocorre, onde se localizam as maiores cidades brasileiras.

Biodiversidade

É a variação das formas de vida existentes na Terra: a diferença genética dos organismos e as diferentes espécies de animais, plantas e microorganismos, bem como os vários ambientes e paisagens que mantém essa vida, e as interações entre os organismos e o seu ambiente.

Políticas Públicas

São criadas a partir de interesses coletivos da sociedade e implemen-tadas através de leis específicas.

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O processo de urbanização acelerado e sem planejamento, e o modelo de desenvol-vimento, que vê a natureza apenas como fonte de recursos, podendo ser manipulada de acordo com os desejos humanos, são grandes ameaças para a floresta.

Neste sentido, remanescentes de áreas florestais ameaçadas estão ganhando cada dia mais atenção, devido ao avançado ritmo de destruição que vêm sofrendo.

D i an te des t a s i tuação , procura-se proteger de forma

legal essas áreas, denominadas Unidades de Conservação (UC's), que são criadas para garantir a preservação de riquezas históricas, físicas e biológicas, o que é particularmente importante em um país como o Brasil.

As UC's são também locais ideais para o contato do homem com a natureza protegida, por meio de atividades que podem associar lazer, educação ambiental e pesquisa, além de oferecer outras possibilidades de desenvolvimento e renda para as comunidades que vivem próximas a áreas protegidas.

O grande desafio é conciliar a proteção do PNSI, promovendo a melhoria na qualidade de vida das atuais e futuras gerações, com o desenvolvimento sócio-econômico local, por meio da construção coletiva de alternativas para geração de renda.

Por isso é importante promover o fortalecimento e a organização das comunidades, para que em conjunto sejam discutidos os seus principais anseios e desejos, obtidos através deste processo de PARTICIPAÇÃO.

Page 9: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

UC de Proteção integral

Tem objetivo básico de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.

O PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ (PNSI)

No Vale do Itajaí viu-se a necessidade de criação de uma UC, que viesse a proteger a biodiversidade existente, sendo então criado o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI).

Este parque foi criado por Decreto Presidencial em 04 de junho de 2004, sendo caracterizado como uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. Possui 57.374 hectares, abrangendo áreas dos municípios de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Presidente Nereu e Vidal Ramos.

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Page 10: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Bacia Hidrográfica

É uma área de terreno naturalmente delimitada por uma seqüência de topos de morros (os quais formam o divisor de águas), sobre a qual ocorre a “coleta” da água desde as nascentes e partes mais altas, que escoam até um ribeirão ou rio maior em direção a uma única saída, a foz.

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O PNSI abrange 21% do total de áreas protegidas de proteção integral e RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) no Estado de Santa Catarina.

Localizado na região do Médio Vale do Itajaí, esta UC constitui-se na maior área protegida de toda a Bacia Hidrográfica do Itajaí.

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A categoria Parque Nacional tem como principal objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza, de turismo ecológico, podendo promover inclusive, alternativas de renda para as comunidades que moram próximas ao parque.

A área deste parque é considerada muito importante, pois apresenta um alto potencial paisagístico, com um bom estado de conservação da fauna e da flora, e também por abrigar inúmeras nascentes, fundamentais para o fornecimento de água às comunidades. A proteção desta área por si só, irá reverter

em benefícios para a conservação de muitas espécies, uma atitude que mexe com a vida de muitas pessoas, bem se sabe.

Calcula-se que aproximadamente 500 mil pessoas são beneficiadas tanto direta como indiretamente por ela, seja pela manutenção das florestas, seja pela proteção do solo, ou pela produção de água potável, tão importante para a manutenção do ciclo da água e do clima da região.

Neste sentido, promover e manter a qualidade de vida da população que vive no entorno dos 57 mil hectares nos 9 municípios

que possuem áreas envolvidas pelo PNSI, é um dos principais objetivos da criação desta UC.

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AS COMUNIDADES E O PARQUE NACIONAL

As comunidades que vivem próximas às UC's são consideradas cada vez mais fortes aliadas na proteção destas áreas. Para que isto aconteça de fato, é essencial que estas comunidades participem do planejamento das UC's, de acordo com as possibilidades previstas na legislação, definindo assim, atividades que podem ser desenvolvidas dentro dela e na chamada zona de amortecimento - ZA.

Os valores históricos e culturais das comunidades que vivem em regiões próximas aos parques, se integram ao grande conjunto denominado patrimônio natural existente na região.

O tipo de relação das comunidades locais com o ambiente protegido, bem como seus interesses, são aspectos que devem ser considerados quando se busca elaborar o Plano de Manejo e dentro deste, o zoneamento da UC. Estas informações são ferramentas importantes para poder promover o desenvolvimento do entorno do parque, sempre em acordo com a proteção do mesmo.

Z o n a d e amortec imento Envolve os 500 metros a partir da linha limite do PNSI estabelecida no Decreto de criação.

Plano de Manejo

É um documento que reúne várias informações sobre a UC e sua região, com objetivo de apontar quais atividades poderão ser desenvolvidas no parque. Ele é elaborado a partir de contribuições da comunidade local, dos pesquisadores e de representantes dos órgãos responsáveis por sua administração. Estas informações são fundamentais para auxiliar o processo de planejamento, de implantação e de gerenciamento do parque.

Zoneamento de uma UC

É a definição de zonas ou setores dentro da UC com o objetivo de estabelecer o que poderá ser desenvolvido em cada um dos setores pré-estabelecidos, bem como as normas específicas para sua utilização, lembrando sempre que para isso deve-se levar em consideração os objetivos previstos no Decreto de criação da UC, no caso, os objetivos previstos para um parque nacional.

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Page 13: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Para entendermos melhor o processo de elaboração do plano de manejo de uma UC, vale a pena compará-lo a um plano diretor de um município. No plano diretor cada município define em que setor poderá haver indústrias, comércio e áreas destinadas para a preservação ambiental, por exemplo, bem como as normas para a utilização de cada uma destas áreas.

Em UC's são elaborados os planos de manejo, que possuem objet ivos semelhantes. A forma socialmente mais justa, ao mesmo diferença entre eles encontra-se na tempo em que facilita a gestão da área de abrangência de cada um: um Unidade de Conservação, pois quem a ocorre em todo o município, está gerenciando está sempre próximo a enquanto o outro ocorre no interior e ela.na ZA da UC.

O processo de construção e A criação de um parque nacional, implementação do Plano de Manejo do pode ser uma grande oportunidade de PNSI, busca construir a idéia de que as desenvolvimento econômico para as comunidades têm condições não só de comunidades locais. Como na área identificar e discutir a realidade interna as atividades econômicas são ambiental local, como também de restritas, o entorno torna-se o lugar buscar soluções para os problemas ideal para iniciativas que aproveitem a identificados. proximidade com o parque. É ali onde,

Parte-se do princípio de que todas as por exemplo, os funcionários do pessoas têm informações sobre os parque, pesquisadores e turistas problemas ambientais de onde vivem, e é buscam o comércio, alimentação e durante o processo de discussão coletivo hospedagem.que podem ser encontradas soluções de

Esta tem se mostrado uma estratégia acordo com a realidade local.de distribuição dos benefícios de 11

Page 14: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Um pouco de História

Os vestígios mais antigos em Santa Catarina de ocupação humana datam de 8.000 anos antes do presente. Os povos indígenas que ocupavam o território catarinense foram os Ameríndios (pré-históricos que se dispersaram pelas Américas). Esses povos indígenas, que aqui viviam quando chegaram os europeus, adentraram pelo território catarinense provavelmente pelos rios e seus afluentes, como por exemplo, o rio Uruguai. Os principais grupos indígenas que habitavam o território catarinense foram:

Carijó - Eram sedentários e pertenciam ao grupo tupi-guarani, praticavam a agricultura e a pesca, além de dominarem a arte da cerâmica.

Xokleng - Eram nômades e viviam da caça e da coleta, ocupando basicamente áreas florestais, especialmente no Vale do Itajaí.

Kaingang - Eram semi-nômades, praticavam uma agricultura muito primitiva e tinham no pinhão uma importante base de sua sobrevivência, complementada pela caça.

Para os índios a natureza era vista como algo sagrado e dominante. Seu modo de vida caracterizava-se pela integração entre a cultura e o ambiente.

A partir do século XIX (dezenove) com a chegada dos imigrantes na região, passou a existir uma visão na qual a natureza era um inimigo a ser desbravado e dominado para o estabelecimento da agricultura, da pecuária e da urbanização.

A colonização do Vale do Itajaí ocorreu em sua maioria por imigrantes alemães, italianos, poloneses, descendentes de portugueses e outras etnias. Os primeiros imigrantes alemães começaram de fato a se aproximar da área do atual PNSI a partir de 1850, com a chegada dos 17 primeiros imigrantes alemães, considerada data da fundação da Colônia do Dr. Blumenau. A partir desta época é que começaram as maiores modificações ambientais na região como, por exemplo: a caça mais intensiva e a derrubada de florestas na região. 12

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BOTUVERÁ

(1876 - Italianos)

GUABIRUBA

(1860 -

Alemães)

VIDAL

RAMOS

(1921)

APIÚNA

(1878 -

Italianos e

alemães)

PRESIDENTE

NEREU

(1928)

RODEIO

E

ASCURRA

(1875 -

Italianos)

INDAIAL

(1860 - Alemães)

GASPAR

PORTO DE

ITAJAÍ

Alto Gaspar(1869)

Massaranduba

Vale do Testo(ca. 1860 - Pomerode )

Benedito e Cedro(1875 - Italianos )

EncanoWarnow

Ilse1869 1864

Faxinal

do Bepe

(1950)

Alto Encano

(ca. 1920)

Lageados

Alto e Baixo

Alto Garcia(1864)

Jordão

os1 lotes

1852

BRUSQUE e

GUABIRUBA

(1860 - Alemães)

ÁGUAS CLARAS(Americanos e

Irlandeses - pouco tempo)

RIO DO SUL

(1910)

Para Rio Itajaí do Oeste

(após 1910)

Cia. ColonizadoraHanseática

(1897 - Ibirama)

Para Rio Itajaí do Sul

(após 1910)

Exploração “Minas de Prata”

Ca. 1896

1890

BLUMENAU

(1850 - Alemães)

Timbó

Thieme

(ca. 1920)

Colonização de origem européia na região do Parque Nacional da Serra do Itajaí, com seus respectivos anos de chegada e principais etnias de alguns dos pioneiros que ocuparam cada localidade.

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Legenda:Larguras das setas proporcional ao fluxo. Setas pontilhadas = fluxo mínimo, apenas indicativo.

Page 16: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

O Espírito Preservacionista em Nossa Região

O naturalista Fritz Muller, que foi mundialmente reconhecido por suas descobertas e grandes contribuições científicas, já observava a riquíssima natureza do Vale do Itajaí, e foi considerado por Charles Darwin o “príncipe dos observadores da natureza do Brasil”.

O Prefeito José Bonifácio Cunha, que governou o município de Blumenau entre 1898 a 1902, também demonstrou preocupações relacionadas a preservação ambiental na região. Este apresentou um plano de aquisição de todas as cabeceiras dos mananciais ao redor de Blumenau para evitar o desmatamento, a

fim de conservar as vertentes para um futuro encanamento de água potável.

Outro fator importante que influenciou na preservação das florestas da região onde atualmente encontra-se o PNSI, foi o relevo acentuado impróprio à agricultura, aliado à necessidade de mão-de-obra para a indústria e o comércio regional.

A partir de 1970, junto com o surgimento do movimento ambientalista mundial, é que se iniciou uma preocupação a respeito da necessidade de preservação da natureza. Aqui na nossa região, pessoas preocupadas com uma melhor qualidade de vida para o futuro e também em garantir a vida de outros seres, vêm tomando iniciativas de preservação desde aquela época.

Observa-se que muitos proprietários estão preservando a floresta, pois estão preocupados com o futuro, frente às questões ligadas a escassez e diminuição da qualidade da água, perda da qualidade do solo e mudanças no clima.

Como estamos preocupados em proteger as florestas do Vale do Itajaí e também suas comunidades, o que se busca é uma vida digna, com o respeito a todas as formas de vida.

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O relevo encontrado na área abrangida pelo A extração de madeira, primeira atividade PNSI é bastante acidentado com solos rasos e econômica da região, e as atividades agropastoris, pedregosos, o que restringe a prática de resultaram na retirada da vegetação nativa. Esta

vegetação está presente em todos os ambientes, atividades agrícolas. Já ao longo dos rios no entanto, o tipo de vegetação que sofreu maior ocorrem solos férteis geralmente utilizados exploração na nossa região foram as florestas para a agricultura, como por exemplo: arroz, ciliares. trigo, milho e fumo.

FORMAÇÃO GEOLÓGICA DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ

A importância da vegetação para a proteção do solo e qualidade da água

Solos predominantemente arenosos e ácidos

Solos predominantemente argilo-arenosos

Solos predominantemente argilosos

Solos predominantemente arenosos

Solos predominantemente argilosos

Solos predominantemente síltico-argilosos

Solos predominantemente argilo-arenosos e ácidos.

Tem facilidade a erosão e escorregamento de massas.

Solos predominantemente areno-argilosos

Solos predominantemente argilosos.

Apiúna

Presidente Nereu

Vidal Ramos

Botuverá

Guabiruba

Gaspar

BlumenauIndaial

Nos mun i c í p i o s de Botuverá e Vidal Ramos, ocorreu a formação de calcário que é facilmente solubilizado em água, formando as cavernas.

Floresta ciliar

É a vegetação que cobre e protege as margens dos rios. Assim como os cílios protegem os olhos, a floresta ciliar protege os rios, lagos e nascentes. Quando chove, ao invés da água da chuva ir direto para o rio, carregando sedimentos, penetra no solo, regulando o ciclo da água.

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Quando se fala de floresta ciliar, estamos falando de toda a vegetação que está presente ao longo dos rios e nascentes, no entanto, os locais mais sensíveis com a retirada da vegetação são as nascentes. Nestes locais, quando a vegetação está ausente, notam-se graves problemas de erosão nas áreas de agricultura, margens de ribeirões e córregos, bem como o assoreamento dos rios.

Nota-se atualmente a diminuição do volume de água nos ribeirões, em contraste com o passado onde o volume de água era bem maior. Com o desmatamento ocorrido no passado, para a agricultura e pastagens, a água que deveria infiltrar no solo, escoa diretamente para os ribeirões, e assim, por falta da floresta não há retenção da água no sub-solo. Atualmente com a recuperação de áreas de florestas, a água acaba infiltrando mais no solo, nutrindo a floresta em desenvolvimento, podendo diminuir ocasionalmente o volume de água disponível nos ribeirões.

As nascentes e os pequenos ribeirões (afluentes) que abastecem ribeirões mariores são de grande importância para a manutenção ecológica e o abastecimento de água para boa parte da população que vive nestes municípios. A presença da vegetação, que forma a cobertura do solo, está diretamente relacionada com a disponibilidade e qualidade da água presente nos rios do PNSI.

No parque encontram-se muitas nascentes, rios e ribeirões que formam partes de pequenas bacias hidrográficas e também da bacia do rio Itajaí - mirim, que são:

Ribeirão Garcia - BlumenauRibeirão Encano - IndaialRibeirão Warnow - IndaialRibeirão Jundiá - ApiúnaRibeirão Lajeado - BotuveráRibeirão Águas Cristalinas - GuabirubaRibeirão Gaspar Grande - Gaspar Rio Itajaí - mirim - Presidente Nereu e Vidal Ramos

Assoreamento

É o processo de transporte de partículas do solo (areia, silte, argila) para dentro dos rios, fazendo com que estes fiquem mais rasos e mais largos.

Nacentes

A chuva quando cai na floresta é interceptada em grande parte pelo dossel da floresta (encontro das copas das árvores), pelas bromélias, tronco de árvores, pelas folhas mortas no chão da floresta (serapilheira) e em grande parte infiltrada pelas raízes das plantas. Esta água enche o lençol freático que aflora para a superfície, formando as nascentes que dão origem aos rios.

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Os principais ribeirões do PNSI

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Page 20: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

O Parque e Sua Flora

A vegetação que cobre o PNSI é a Floresta Atlântica, a qual pode ser encontrada em várias fases de desenvolvimento, com predominância de florestas bem preservadas.

O sub-bosque da floresta abriga numerosas epífitas, bromélias, orquídeas, musgos, líquens, e samambaias de várias espécies.

Com a exploração madeireira, ocorreu a diminuição das espécies de maior interesse econômico e ecológico como: canela preta (Ocotea catharinensis), imbuia (Ocotea porosa), sassafrás

(Ocotea odorifera), peroba (Aspidosperma australe), cedro (Cedrela fissilis), palmito (Euterpe edulis), guamirins (Eugenia spp.), araçás (Psidium spp.), araucária (Araucaria angustifolia), bicuíba (Virola bicuhyba), pindabuna (Xylopia brasiliensis), baguaçu (Talauma ovata), entre outras.

Por outro lado, espécies sem valor econômico e de crescimento rápido cicatrizam as clareiras abertas pela exploração, deixando um tom mais claro na vegetação, onde pode-se encontrar: embaúba (Cecropia spp.), tanheiro (Alchornea sp.), licurana (Hieronyma alchorneoides), copiúva (Tapirira guianensis), jacatirão (Miconia cinnamomifolia).

Floresta Atlântica

É caracterizada por comunidades vegetais dominadas por árvores, que necessitam altos índices de chuvas, sendo riquíssima em bio-diversidade.

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É fundamental conhecermos a importância de algumas espécies que compõe a flora, como por exemplo, o palmiteiro (Euterpe edulis), que é considerado espécie chave para o funcionamento deste ecossistema, pois garante a sobrevivência de muitas espécies de animais através de seus frutos. Têm sido observados animais que interagem com o palmiteiro, sendo capazes de:

Derrubar e dispersar as sementes - periquitos e tirivas;

Regurgitar sementes - sabiás; Mastigadores-arborícolas - cuícas, esquilos e

morcegos;Engolidores de sementes - jacu, jacupema e alguns

primatas;Cuspidores de sementes - veados;Engolidores terrestres - anta; Estocadores terrestres de sementes - cutia e paca.

Todos estes exemplos mostram que esses animais desempenham um papel chave no ecossistema, dispersando as sementes do palmito e de outras espécies de toda a floresta. Assim, a retirada ilegal do palmito e de outras espécies florestais leva ao risco de extinção muitas espécies de animais.

Por outro lado, há as espécies exóticas (espécies que não são nativas) como, por exemplo, Pinus sp. e o Eucaliptus sp., que estão presentes em propriedades próximas e no interior do PNSI. Essas espécies são caracterizadas pelo crescimento acelerado, dificultando possibilidades da vegetação nativa reocupar áreas desmatadas, e assim não permitindo que ocorram interações entre fauna e flora, causando a diminuição da biodiversidade.

Neste sentido, o manejo adequado de espécies exóticas é de extrema importância, pois elas podem causar desequilíbrios no ecossistema.

Ecossistema

S i g n i f i c a u m universo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microrganismos que interagem em seu meio.

Page 22: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

O Parque e Sua Fauna é durante a noite, mas podem ser observados

O PNSI possui uma grande também durante as horas diversidade de animais. Até o crepusculares. momento foram registrados: 265

Tatu - Possuem hábitos espécies de aves, 56 espécies de ter restres, procuram mamíferos, 41 espécies de anfíbios alimento escavando e e 14 espécies de répteis. revirando o solo, com suas

Dentre as aves destacam-se o jacu poderosas unhas. O olfato e a audição são bem (Penelope obscura), o macuco apurados.(Tinamus solitarius), o tié

Bugio - São animais de hábitos sociais, pois vivem (Tachiphonus coronatus), a araponga em grupos, geralmente chefiados por um macho (Procnias nudicollis), o sanhaço (Thraupis adulto. Emitem vocalizações roucas e fortes e sayaca), numerosos beija-flores, tucanos, saíras alimentam-se de folhas, frutos, sementes e pequenos (Tangara sp.) e gaturamos. Entre os principais animais que conseguem capturar ocasionalmente.répteis está o lagarto teiú, e entre as serpentes

merecem destaque: jararaca (Bothrops Morcego - Possuem hábitos crepusculares e jararaca), jararacuçu (Bothrops jararacussu), noturnos. Sua audição é bem desenvolvida, coral (Micrurus coralinus), dormideira e a responsável pela orientação no deslocamento. caninana (Spilotes pullatus). Podem alimentar-se de frutos, néctar, insetos e de

sangue.Existem ainda muitas espécies ameaçadas de extinção, como por exemplo: o puma (Puma Quati - São também animais de hábitos sociais. concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o Preferem locomover-se no chão e sobre as árvores, bugio (Alouatta guariba clamitans). Estes onde procuram alimentar-se de um grande número grupos de animais possuem uma certa de vegetais e animais.interdependência, sendo fundamental a existência de todos para a manutenção dos processos vitais da floresta, pois sem a manutenção dos hábitats naturais, a maioria das espécies desaparece.

Dentre as espécies de mamíferos são encontradas no PNSI:

Tamanduá - Habitam florestas, alimetam-se de formigas e abelhas. O maior período de atividade

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Page 23: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Puma - Fel ino muito ágil e veloz que necessita de grandes áreas para viver. Alimentam-se caçando desde p e q u e n o s r o e d o r e s a t é m a m í f e r o s d e

grande porte, como capivaras e veados. Encontra-se na lista de animais ameaçados de extinção, como espéc ie vu lneráve l , dev ido ao desmatamento.

Porco-do-mato-cateto - Vivem em matas fechadas e úmidas, alimentando-se de vegetais e animais, revirando a terra, as folhas e os troncos caídos. Possuem hábitos sociais.

Veado - As atividades de alimentação são crepusculares e noturnas. A fêmea dá luz à um filhote por cria.

Paca - São animais de vida solitária. Moram em tocas que cavam. Possuem hábitos noturnos, com audição e olfato b e m d e s e n v o l v i d o s . Alimentam-se de vegetais diversos, tendo preferência por f rutos. São mui to perseguidos por caçadores.

Capivara - Maior roedor do mundo. São semi-aquáticas, de hábitos sociais, vivendo em pequenos grupos, à beira d'água, onde alimentam-se de vegetais, como plantas aquáticas.

São muitas as causas do desaparecimento de espécies na Floresta Atlântica, dentre elas destacam-se:

A caça e a pesca predatória.

A introdução de animais e plantas exóticas.

E principalmente a redução da floresta, causada pela expansão da agricultura, pecuária e urbanização.

Acredita-se que por meio de ações contínuas de forma conjunta, envolvendo os órgãos competentes e a população, será possível conservar a fauna do PNSI.

A aplicação de leis, com a fiscalização da caça, da posse de animais em cativeiro, do comércio ilegal de espécies da fauna e da flora, juntamente com atitudes de todos os cidadãos, como manter a vegetação e os corredores de florestas em suas

propriedades e denunciando qualquer ação danosa ao ambiente, podem ser medidas eficazes para a proteção das espécies do parque.

21Apreensão de gaiolas

utilizadas para capturar animais do PNSI

Page 24: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Os municípios e as comunidades que estão Entre as atividades econômicas presentes no próximas do PNSI possuem em sua maioria interior e próximas ao parque, destacam-se: características diferenciadas, como por agricultura, pecuária, apicultura e cultivo de exemplo, a cultura, a religião, a alimentação, espécies florestais exóticas, como o Pinus sp. e o sendo estas típicas de cada localidade. Em Eucaliptus sp. outros aspectos, observa-se que estes municípios possuem algo em comum, como por exemplo, a água que abastece as propriedades. Ela tem origem nas nascentes desta UC, o que torna essas localidades privilegiadas.

OS MUNICÍPIOS E AS COMUNIDADES DO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ

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PRESIDENTE NEREU

BOTUVERÁ

GUABIRUBA

VIDAL RAMOS

APIÚNA

ASCURRA

INDAIAL

GASPAR

BLUMENAU

Comunidades

Parque Nacional da Serra do Itajaí

Zona de Amortecimento

Municípios - SC

Faxinal do Bepe

Ribeirão Jundiá

Thime

Fartura

Neisse Central

Barra de Águas Frias

Braço Salão

Areia Alta

Areia Baixa

Ribeirão do Ouro

Lageado Central

Beira Rio

Lageado Baixo

Lageado Alto

Planície Alta

Aimoré

Parque das Nascentes

Nova Rússia

Spitzkopf

Encano Alto

Espinho

Warnow Alto

Ilse Grande

Santa BárbaraJordão

Área do Exército

Gaspar Alto Central

Gaspar Alto

Salto de Águas Negras

Lageado Baixo

Lageado Alto

Gravatá

Page 25: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

23

O município de Apiúna possui uma área de 494 km². Em 1878, famílias chegadas da Alemanha, da Itália e da Polônia receberam lotes na região, sendo estas as principais etnias do município, que foi emancipado em 04 de janeiro de 1988.

Apiúna possui atualmente 9.103 habitantes, sendo a base de sua economia a agricultura e a pecuária, seguida pela indústria madeireira e de confecções. Neste município ocorre o turismo de aventura, com destaque para o rappel e o rafting.

Foram identificadas cinco localidades na zona de amortecimento do PNSI neste município: Barra de Águas Frias, Braço Salão, Gravatá, Neisse Central e Ribeirão Jundiá, onde as principais características identificadas nestas comunidades foram:

Apiúna

Menos de 18 anos 27%

De 19 a 30 anos 17%

De 31 a 60 anos 44%

Mais de 60 anos 12%

1ª a 4ª 62%

5ª a 8ª 22%

2° grau 11%

3° grau 2%

Analfabeto 3%

Agricultor 20%

Aposentado 16%

Agricultor/Aposentado 11%

Dona de Casa 12%

Indústria 15%

Outros 26%

Plantação de eucalipto 34%

Plantação de pinus 12%

Plantação de fumo 10%

Agricultura 6%

Apicultura 10%

Pecuária 9%

Não 19%

1 a 2 23%

2 a 3 36%

3 a 5 25%

Mais de 5 16%

Poço 3%

Rio/Nascente 97%

Rio 25%

Fossa/Rio 32%

Fossa/Sumidouro 43%

Coleta não seletiva/Queima 28%

Coleta seletiva/Queima 26%

Coleta não seletiva 14%

Queima 16%

Outros 16%

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

Page 26: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

O município de Ascurra possui 119 km² de área. Sua população atual é de 7.418 habitantes, marcada pela colonização de imigrantes de origem italiana.

Teve como base de desenvolvimento a exploração da agricultura, que ainda hoje é considerada um segmento forte. O principal produto agrícola do município é o arroz irrigado, destaque no Estado de Santa Catarina por sua alta produtividade.

Estes fatores estão relacionados com boa estrutura de minifúndios produtivos que existem no município, cujas culturas são mantidas, em sua maioria, pela agricultura familiar.

O município demonstra interesse em desenvolver um pólo de cultivo orgânico, sendo os agricultores estimulados a praticarem o cultivo de alimentos sem uso de defensivos agrícolas.

Foi identificada uma localidade próxima do PNSI neste município, a de Santa Bárbara, onde as principais características identificadas foram:

Ascurra

24

Menos de 18 anos 29%

De 19 a 30 anos 29%

De 31 a 60 anos 42%

1ª a 4ª 67%

5ª a 8ª 83%

Agricultor 17%

Dona de Casa 17%

Outros 66%

Não 67%

Outros 33%

1 a 2 67%

3 a 5 33%

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DAS

PROPRIEDADES Rio/Nascente 100%

Rio 33%

Fossa/Rio 33%

Fossa/Sumidouro 34%

Coleta não

seletiva/Queima 33%

Coleta não seletiva 67%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO DAS

PROPRIEDADES

DESTINO DOS RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS MORADORES

ATIVIDADES QUE GERAM

RENDA NAS PROPRIEDADES

Page 27: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

25

Em 1850, Hermann B r u n o O t t o Blumenau, fundador do município, trouxe 1 7 i m i g r a n t e s alemães, os quais foram os primeiros moradores da região.

Menos de 20 anos depois, já haviam sido instaladas 239 pequenas fábricas na localidade, imprimindo a característica industrial e produtiva existente até hoje na cidade.

O município localiza-se na região metropolitana do Vale do Itajaí. A área atual do município é de 519,8 km², de uma área original de mais de 10.000 km². O município é quase todo montanhoso, sendo seu limite a leste, a parte baixa, que está a poucos metros acima do nível do mar, porém a oeste eleva-se até 800 metros do nível do mar.

A população estimada é de 301.333 habitantes, predominando as etnias alemã e italiana.

Na economia destacam-se, o turismo, o comércio e a indústria, com ênfase para a produção têxtil e de cristais, além de cerâmicas, porcelanas, chocolates caseiros e instrumentos musicais. Blumenau também possui d e s t a q u e c o m o p ó l o universitário regional.

É a cidade mais populosa da região e também a de maior força econômica, servindo como sede para as principais indústrias têxteis do país.

Blumenau

Menos de 18 anos 30%

De 19 a 30 anos 17%

De 31 a 60 anos 39%

Mais de 60 anos 14%

1ª a 4ª 46%

5ª a 8ª 30%

2° grau 14%

3° grau 8%

Analfabeto 2%

Agricultor 6%

Aposentado 25%

Agricultor/Aposentado 4%

Dona de Casa 17%

Outros 48%

Plantação de palmeiras 12%

Pecuária 4%

Turismo 6%

Não 74%

Outros 4%

1 a 2 30%

2 a 3 23%

4 a 5 28%

Mais de 5 19%

Poço 19%

Rio/Nascente 81%

Rio 30%

Fossa/Rio 25%

Fossa/Sumidouro 45%

Coleta não

seletiva/Queima 13%

Coleta seletiva 15%

Coleta não seletiva 21%

Coleta não seletiva /

Coleta seletiva 36%

Outros 15%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE GERAM

RENDA NAS

PROPRIEDADES

Foram identificadas três localidades neste município: Encano Alto, Jordão e Nova Rússia, onde as principais características identificadas nestas comunidades foram:

Page 28: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

26

Botuverá

Localizado no médio Vale do Itajaí, Botuverá apresenta uma área total de 303,02 km² sendo 2,5 km² de área urbana e 300,52 km² de área rural, com uma população de 3.536 habitantes, tendo como etnia

principal a italiana.

No início dos anos 70 a economia do município era ancorada pela produção do fumo e pela exploração da madeira. Nos anos 80 com a proibição da extração de madeira, o município sofreu forte impacto na economia, que se manteve estagnada.

No final dos anos 80 até 2001, houveram incentivos por parte do Poder Público Municipal, possibilitando o início do processo de industrialização no município, principalmente no setor têxtil e também na indústria de mineração, especialmente na comercialização do calcário para corretivo de solo, e na industrialização da pedra calcária para fins comerciais. Com isso a base econômica de Botuverá passou a ser a indústria, que representa atualmente cerca de 65% do movimento econômico do município.

Foram identificadas dez localidades próximas do PNSI neste município, denominadas respectivamente: Areia Alta, Areia Baixa, Beira Rio, Lajeado Alto, Lajeado B a i x o , L a j e a d o C e n t r a l , Pe d r a s G r a n d e s , P r a i a Vermelha, Ribeirão do Ouro e Salto de Águas Negras. As principais características foram:

Menos de 18 anos 24%

De 19 a 30 anos 11%

De 31 a 60 anos 45%

Mais de 60 anos 20%

1ª a 4ª 62%

5ª a 8ª 16%

2° grau 13%

3° grau 2%

Analfabeto 7%

Agricultor 30%

Aposentado 20%

Agricultor/Aposentado 7%

Dona de Casa 4%

Indústria 11%

Outros 28%

Plantação de eucalipto 23%

Plantação de pinus 6%

Plantação de fumo 13%

Agricultura 11%

Apicultura 4%

Pecuária 10%

Não 25%

Outros 8%

1 a 2 31%

2 a 3 25%

3 a 5 31%

Mais de 5 13%

Poço 2%

Rio/Nascente 88%

Serviço Público 5%

Rio/Serviço público 5%

Rio 40%

Fossa/Rio 44%

Fossa/Sumidouro 16%

Coleta não

seletiva/Queima 19%

Coleta não

seletiva/Coleta seletiva 16%

Coleta não seletiva 45%

Coleta seletiva 8%

Queima 3%

Outros 9%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS

FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

Page 29: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

27

Gaspar

O município de Gaspar possui uma área de 386,35 Km², dos quais, 40 km² pertencem à área urbana e 346,35 km² referem-se à área rural. Possui 54.396 habitantes, e as principais

etnias encontradas são: alemã, italiana e açoriana.

A indústria é a principal fonte de economia do município, seguida pelo comércio, turismo e agricultura, em que se destaca a cultura do arroz. O turismo de Gaspar tem crescido muito nos últimos anos, contando com boa rede hoteleira, especialmente de hotéis fazenda e pousadas. A característica da economia local é diversificada, sendo que a atividade econômica predominante é a têxtil.

Foram identificadas duas localidades próximas do PNSI neste município, sendo respectivamente: Gaspar Alto e Gaspar Alto Central, onde as principais características identificadas nestas comunidades foram:

Menos de 18 anos 27%

De 19 a 30 anos 17%

De 31 a 60 anos 38%

Mais de 60 anos 18%

1ª a 4ª 51%

5ª a 8ª 27%

2° grau 13%

3° grau 4%

Analfabeto 5%

Agricultor 18%

Aposentado 31%

Agricultor/Aposentado 5%

Dona de Casa 10%

Indústria 22%

Outros 14%

Plantação de eucalipto 4%

Plantação de pinus 2%

Agricultura 4%

Apicultura 4%

Pecuária 17%

Não 60%

Outros 9%

2 a 2 29%

3 a 3 27%

4 a 5 37%

Mais de 6 7%

Poço 33%

Rio/Nascente 65%

Serviço Público 2%

Rio 33%

Fossa/Rio 54%

Fossa/Sumidouro 13%

Coleta não

seletiva/Queima 15%

Coleta seletiva/Queima 35%

Coleta não seletiva 13%

Queima 24%

Outros 13%

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE GERAM

RENDA NAS PROPRIEDADES

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO DAS

PROPRIEDADES

DESTINO DOS RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DAS

PROPRIEDADES

Page 30: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

28

Guabiruba

Menos de 18 anos 23%

De 19 a 30 anos 20%

De 31 a 60 anos 43%

Mais de 60 anos 14%

1ª a 4ª 62%

5ª a 8ª 19%

2° grau 11%

3° grau 5%

Analfabeto 3%

Agricultor 5%

Aposentado 21%

Agricultor/Aposentado 3%

Dona de Casa 11%

Indústria 14%

Outros 46%

Plantação de eucalipto 18%

Plantação de pinus 15%

Plantação de fumo 1%

Agricultura 4%

Apicultura 2%

Pecuária 7%

Não 42%

Outros 11%

1 a 2 20%

2 a 3 30%

3 a 5 29%

Mais de 5 21%

Poço 17%

Rio/Nascente 81%

Serviço Público 2%

Rio 17%

Fossa/Rio 70%

Fossa/Sumidouro 13%

Coleta não seletiva /

Coleta seletiva 17%

Coleta seletiva 9%

Coleta não seletiva 56%

Queima 10%

Outros 8%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

O início da colonização do município de Guabiruba foi efetuada pelos alemães, seguida pela colonização dos italianos, nas localidades de Lajeado Alto, Lajeado Baixo, Planície Alta e São Pedro, sendo estas as principais etnias encontradas no

município. Nos primeiros anos, os imigrantes adaptaram-se ao “novo” local e ao “novo” tipo de agricultura, recebendo os instrumentos necessários para o desempenho de suas tarefas: uma enxada, um machado, um facão e uma foice.

Guabiruba conta hoje com uma população de 15.246 habitantes. Na economia o destaque é a indústria de confecções. A nova alternativa econômica é o cultivo de pêssego, de ameixa e de figo.

Neste município foram identificadas quatro localidades que estão próximas do PNSI, que são: Aymoré, Lajeado Alto, Lajeado Baixo e Planície Alta, onde as principais características identificadas nestas comunidades foram:

Page 31: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

29

A área hoje ocupada por Indaial fazia parte da Colônia Blumenau. Sua colonização se deu a partir da fixação de famílias brasileiras ao longo do rio Itajaí-açu. Essas famílias passaram aos poucos a ocupar o espaço em que viviam os indígenas. O núcleo que se formou foi denominado de localidade de Carijós. Por volta de 1860 chegaram as primeiras famílias de imigrantes alemães que povoaram este mesmo local, hoje denominado bairro Carijós.

Em 1875 começaram a imigrar os italianos, que trouxeram consigo novas culturas, de onde surgiram as primeiras plantações de arroz. No ano de 1878 chegaram os primeiros colonizadores poloneses, que também aqui se fixaram. As principais etnias são a italiana e a polonesa, sendo distribuídas dentro de uma população de 47.612 habitantes.

A atividade agrícola do município caracteriza-se por pequenas propriedades, baseando-se na agricultura familiar. Eles controlam 30% a 40% da terra cultivada e seu papel na segurança e soberania alimentar é importantíssimo, pois o feijão, o milho, a mandioca, o leite etc., são produtos básicos, provenientes, na maior parte, de estabelecimentos agrícolas familiares. A indústria e o comércio são bem diversificados, destacando-se os ramos: têxtil, metalúrgico, de confecções, produtos alimentícios, equipamentos industriais, agrícolas e indústria madeireira, apresentando ainda um excelente potencial turístico.

Neste munic íp io foram i d e n t i f i c a d a s q u a t r o localidades próximas do PNSI: Encano Alto, Faxinal do Bepe, Ilze Grande e Warnow Alto, onde as principais característ-icas identificadas nestas comunidades foram:

Indaial

De 19 a 30 anos 16%

De 31 a 60 anos 43%

Mais de 60 anos 13%

1ª a 4ª 58%

5ª a 8ª 24%

2° grau 12%

3° grau 1%

Analfabeto 5%

Agricultor 34%

Aposentado 23%

Agricultor/Aposentado 9%

Dona de Casa 9%

Outros 25%

Plantação de eucalipto 28%

Plantação de pinus 6%

Agricultura 12%

Apicultura 15%

Pecuária 24%

Não 12%

Outros 3%

1 a 2 30%

2 a 3 25%

3 a 5 40%

Mais de 5 5%

Poço 5%

Rio/Nascente 90%

Serviço Público 5%

Rio 30%

Fossa/Rio 25%

Fossa/Sumidouro 45%

Coleta não

seletiva/Queima 21%

Coleta seletiva/Queima 26%

Coleta não seletiva /

Coleta seletiva 21%

Coleta não seletiva 10%

Coleta seletiva 5%

Queima 17%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

Page 32: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

30

Presidente Nereu

Menos de 18 anos 14%

De 19 a 30 anos 34%

De 31 a 60 anos 28%

Mais de 60 anos 24%

1ª a 4ª 68%

5ª a 8ª 15%

2° grau 2%

Analfabeto 15%

Agricultor 75%

Aposentado 13%

Agricultor/Aposentado 9%

Outros 3%

Plantação de eucalipto 21%

Plantação de pinus 7%

Plantação de fumo 35%

Apicultura 7%

Pecuária 15%

Não 15%

1 a 2 50%

2 a 3 37%

Mais de 5 13%

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES Rio/Nascente 100%

Rio 63%

Fossa/Rio 25%

Fossa/Sumidouro 12%

Coleta não

seletiva/Queima 28%

Coleta seletiva/Queima 44%

Queima 28%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

A segunda metade da década de 1920 marca o início da história do município de Presidente Nereu. Os primeiros moradores foram caçadores provenientes de São Pedro de Alcântara. Na década de 1930, mais de 10 famílias de imigrantes italianos e alemães formavam a comunidade, sendo estas as principais etnias do município.

O município de Presidente Nereu abrange uma área de 225 Km². A população conta com 1.958 habitantes.

A agropecuária é a principal economia, com destaque para o cultivo de fumo, feijão, cebola e milho. Há criação de gado de corte e de leite e suínos. A primeira atividade econômica foi a exploração da madeira de lei, mas as grandes madeireiras abandonaram a região depois de devastar grandes áreas de florestas.

Foi identificada uma localidade neste município próxima do PNSI, denominada Thime, onde as principais características identificadas nesta comunidade foram:

Page 33: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

31

Vidal Ramos

Os colonizadores chegaram ao município de Vidal Ramos por volta de 1920, atraídos pelas terras férteis e abundantes em caça e pesca. Os alemães e os italianos fazem parte das principais etnias do município.

Possui uma área total de 339 km². Atualmente, Vidal Ramos conta com uma população de 5.841 habitantes, sendo o destaque na economia do município a agricultura, com ênfase no fumo, milho, feijão, batata e cebola.

Duas localidades estão localizadas próximas do PNSI neste município, denominadas: Fartura e Thime, onde as principais característ icas identi f icadas nestas comunidades foram:

Menos de 18 anos 46%

De 19 a 30 anos 17%

De 31 a 60 anos 37%

1ª a 4ª 77%

5ª a 8ª 23%

Agricultor 97%

Aposentado 3%

Plantação de eucalipto 25%

Plantação de pinus 10%

Plantação de fumo 40%

Agricultura 10%

Apicultura 5%

Pecuária 10%

1 a 2 50%

2 a 3 24%

3 a 5 13%

Mais de 5 13%

Poço 25%

Rio/Nascente 75%

Rio 75%

Fossa/Sumidouro 25%

Coleta seletiva/Queima 37%

Queima 63%

RENDA MÉDIA (salário

mínimo) DAS FAMÍLIAS

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DO ESGOTO

DAS PROPRIEDADES

DESTINO DOS

RESÍDUOS

DOMÉSTICOS DAS

PROPRIEDADES

FAIXA ETÁRIA DOS

MORADORES

ESCOLARIDADE DOS

MORADORES

PROFISSÃO DOS

MORADORES

ATIVIDADES QUE

GERAM RENDA NAS

PROPRIEDADES

Page 34: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

planejamento e a gestão melhoria de suas condições ambientais e O de uma

diminuindo as pressões externas.Unidade de Conservação devem ser entendidos como um conjunto de

Neste sentido, as áreas protegidas devem princípios, de estratégias e de ações que

participar do processo de desenvolvimento direcionam para a proteção e a integridade

sócio-econômico e não serem consideradas do meio físico (água, solo), biótico (fauna,

como “fardo” para os municípios onde se flora), incluindo medidas que promovam a

encontram. Apoios sociais, políticos e integração desta área à vida econômica e

econômicos, indispensáveis para a social das comunidades vizinhas.

sobrevivência da UC, deverão ser mais facilmente conquistados a partir destes Atualmente existe um reconhecimento

princípios de ação.crescente de que o envolvimento da população local é o principal elemento nas

Assim, a Unidade de Conservação estará e s t r a t é g i a s d e p l a n e j a m e n t o ,

buscando alternativas para sua sustentação implementação e gestão das UC's. As

econômica e contribuindo para minimização estratégias “de baixo para cima”, nas quais

dos conflitos com os atores sociais locais e os municípios e outros grupos locais são

regionais através de decisões e ações tomadas capazes de formular e alcançar seus

em conjunto.próprios objetivos de desenvolvimento, precisam estar integradas às estratégias “de cima para baixo”, através das quais os governos tentam impor seus planos de conservação.

Ao construir o plano de manejo para a gestão do parque, é importante levar em consideração princípios como as necessidades da UC cumpr ir funções mais explícitas de integração na r e g i ão e de senvo l v e r mecanismos de proteção no entorno do PNSI, buscando a 32

PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PNSI

N o P L A N E J A -MENTO e GESTÃO d e uma UC, a s comunidades têm papel fundamental ao p a r t i c i p a r e m n o processo de tomada de decisões, podendo promover mudanças conjuntas.

Page 35: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

A Elaboração do Plano de Manejo A característica principal deste projeto é a inclusão da sociedade em diversas fases de sua

Um Parque Nacional funciona norteado por um elaboração, ou seja: o projeto está sendo Plano de Manejo, que se constitui em um conjunto elaborado com a contribuição e a participação de diretrizes (normas e procedimentos) das comunidades próximas ao parque, desenvolvidas a partir de pesquisas e CONSIDERANDO QUE TODOS OS ATORES levantamentos, com o objetivo de auxiliar a gestão SOCIAIS ENVOLVIDOS FAZEM PARTE DESSE da UC, sendo aprovado e implementado pelo PROJETO.IBAMA.

Para atingir os principais objetivos, o projeto conta O projeto de elaboração do Plano de Manejo do com estudos nas PNSI tem a duração prevista de dois anos e meio, e mais diferentes está sendo desenvolvido pela Associação á r e a s d o Catarinense de Preservação da Natureza - conhecimento, ACAPRENA - por uma equipe multidisciplinar a d e n t r e e l a s qual visita as comunidades do interior e do destacam-se: entorno, nos nove municípios envolvidos pelo PNSI.

33

2006 2007 2008 PERÍODO DE EXECUÇÃO

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

HISTÓRICO CULTURAL

IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DA

QUESTÃO FUNDIÁRIA

DIAGNÓSTICO ABIÓTICO

DIAGNÓSTICO BIÓTICO

OCORRÊNCIA DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

CARACTERIZAÇÃO SÓCIOAMBIENTAL

TURISMO / USO PÚBLICO

Page 36: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

Resgate Rápido dos Dados Históricos:

Através de bibliografias, entrevistas, fotos e dados dos municípios, foi traçado um histórico, com identificação de alguns aspectos culturais da região. Conhecer o passado auxilia o projeto a entender o presente e projetar o futuro da região.

Identificação Preliminar da Questão Fundiária:

Teve por objetivo identificar e convocar os proprietários de terras dentro do PNSI para a entrega dos documentos necessários para iniciar o processo de regularização fundiária.

Diagnóstico Abiótico:

Este diagnóstico está indicando o sistema viário de acesso e de interior do PNSI (estradas e trilhas), bem como a análise dos aspectos climáticos (precipitação, temperaturas, ventos, umidade etc.), aspectos geológicos, estudo dos solos, formação do relevo, volume e vazão dos principais ribeirões do parque.

Diagnóstico Biótico:

Consiste na caracterização da Fauna e da Flora do parque. Esta caracterização visa identificar espécies ocorrentes na área e verificar se estas são ameaçadas de extinção, se são raras e/ou endêmicas (que só existem nesta região). Por se tratar de uma região pouco estudada, existe a possibilidade de serem encontradas novas espécies, ou ainda espécies que não foram amostradas para a região.

34

Page 37: As comunidades e o Parque Nacional da Serra do Itajaí

?Oorrênc i a de p a r q u e e I n c ê n d i o s t a m b é m Florestais: a ux i l i em no

processo de Esta etapa consiste minimização de em realizar um c o n f l i t o s , resgate histórico a t r a v é s d a a c e r c a d a s elaboração de queimadas e dos forma conjunta incêndios florestais e consensual de na região, como uma estratégia também identificar de ação para a o r i g e m d o s superação dos mesmos. Os dados mesmos.e s t ã o s e n d o

obtidos através da Turismo / Uso Público:realização de entrevistas com as comunidades

Tem por objetivo realizar o diagnóstico e o na Zona de Amortecimento, interior do PNSI e prognóstico do turismo na área do parque, também através da análise dos Boletins de reunindo informações para planejar o Programa de Ocorrência disponibilizados pela Polícia Uso Público do mesmo, como por exemplo, Militar Ambiental e pelo 3° Batalhão de programas relacionados a implementação de Bombeiros Militar de Santa Catarina.educação ambiental, visitação, turismo ecológico

Caracterização Socioambiental e dentre outros. Envolvimento da População:

Tem por objetivo principal envolver as comunidades na gestão do PNSI. Para isso foram realizadas reuniões abertas e entrevistas nas comunidades para identificar as características da população moradora e a percepção da mesma sobre o parque. Atualmente estão sendo realizadas as oficinas com as principais lideranças comunitárias nas localidades envolvidas pelo parque. Estas atividades são importantes pois farão com que as comunidades participem no zoneamento do

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O Processo de Regularização Fundiária

Para tanto, a seguir é apresentada a relação de documentos necessários a serem entregues ao IBAMA para que se

Regularização fundiária é o processo possa dar início ao processo de pelo qual o Governo Federal através regularização fundiária: do IBAMA, compra as propriedades

Cópia ou certidão do título de particulares existentes dentro de uma propriedade.área que foi declarada de utilidade

pública, como é o caso do PNSI. Cópia da carteira de identidade e CPF do(s) proprietário(s).É importante lembrar que os

proprietários das terras que estão C ó p i a d o C e r t i f i c a d o d e dentro do PNSI, têm garantia legal de Cadastramento de Imóveis Rurais - que serão indenizados tanto pelas CCIR.terras como pelas benfeitorias nelas

Cópia dos pagamentos dos últimos existentes. Enquanto o Governo cinco (5) anos do Imposto Territorial Federal, através do IBAMA não Rural - ITR ecomprar a propriedade, o dono da

área continua com total domínio sobre Prova de não haver débitos para com o ela. Porém, é importante lembrar que IBAMA (multas ou outras penalidades devido à criação do parque, algumas ambientais).atividades rurais não são mais permitidas, e caso o proprietário tenha dúvidas sobre isso, basta que ele entre em contato com a administração do PNSI para obter as informações necessárias, através do telefone (47) 3326-0576.

O tempo necessário para que o proprietário da terra receba sua indenização depende não só do Governo Federal, mas também do próprio proprietário, pois ele deve apresentar todos os documentos solicitados.

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A Importância da Participação Social

r e s t au r ação da d i v e r s idade de ecossistemas;

P r o m o v e r o d e s e n v o l v i m e n t o As comunidades que vivem próximas às sustentável a partir dos recursos naturais;UC's são fundamentais no planejamento e

na gestão dessas áreas, pois possuem o Promover a utilização dos princípios e conhecimento das realidades sociais, práticas de conservação da natureza no econômicas e ambientais locais. processo de desenvolvimento;

O real desenvolvimento de ações e Proteger as paisagens naturais e pouco programas que ident i f icam e alteradas de notável beleza cênica;implementam alternativas de ocupação

Favorecer condições e promover a da terra e utilização dos recursos educação e interpretação ambiental, a naturais, devem sempre estar em recreação em contato com a natureza e o consonância com a existência e os turismo ecológico;objetivos da UC.

Proteger os recursos naturais Nos últimos anos a legislação ambiental necessários à subsistência de brasileira vem estimulando a efetiva populações tradicionais, respeitando e participação da sociedade desde o valorizando seu conhecimento e sua processo de criação, planejamento, cultura, promovendo-as social e implementação e gestão das UC's.economicamente.

A Lei N° 9.985 do ano de 2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, buscou regular as complexas relações entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente, sendo apresentado abaixo seus principais objetivos:

Contribuir para a manutenção da biodiversidade;

Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

Contribuir para a preservação e

Desenvo l v imen to sustentável Desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem c o m p r o m e t e r a s possibi l idades das g e r a ç õ e s f u t u r a s atenderem às suas próprias necessidades, a nível social, econô-mico e ambiental.

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Para que os objetivos do SNUC sejam realmente cumpridos nas Unidades de Conservação e nas comunidades que estão próximas a estas áreas, É FUNDAMENTAL O ENVOLVIMENTO E A PARTICIPAÇÃO DAS COMUNIDADES.

Em outros Estados do Brasil, por exemplo, alguns parques elaboraram seus planos de gestão com a participação da comunidade local, representantes dos municípios envolvidos, pesquisadores, organizações não governamentais (ONGs) e diversas instituições representativas dos interesses locais e regionais.

Estes planos são processos dinâmicos, interativos e participativos que buscam definir os objetivos, as metas e as atividades para cada UC, pois cada uma possui uma realidade específica.

Com a participação dos diversos atores sociais neste processo, é possível sugerir o zoneamento e orientar as estratégias de ação, tendo em vista solucionar e minimizar os conflitos na região. Com isso, espera-se alcançar a sustentabilidade da UC e a possibilidade de desenvolvimento das comunidades localizadas próximas a estas áreas.

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O Conselho Consultivo instituições, como por exemplo, o Comitê de Bacia Hidrográfica.

Segundo o SNUC, cada UC de Proteção Em relação à representatividade de cada setor, no Integral deve possuir um Conselho conselho consultivo ela deve ser sempre que Consultivo. Como o nome sugere, o possível paritária, ou seja, igualmente representada Conselho Consultivo é um grupo de pessoas (em igual número) por órgãos públicos e pela organizadas e lideradas pelo chefe da UC, o sociedade civil. Cada conselheiro tem 2 anos de qual designa conselheiros que representam os mandato, não remunerado, sendo a atividade diversos setores sociais da região, que considerada de relevante interesse público. auxiliam no processo de gestão do parque.

São atribuições do Conselho Consultivo: Os órgãos públicos devem estar representados por órgãos ambientais dos 3 níveis da Elaborar o regimento interno;Federação (municipal, estadual e federal) e

Acompanhar a elaboração, implementação e órgãos de áreas afins, tais como: pesquisa revisão do Plano de Manejo da UC, garantindo o científica, educação, defesa nacional, cultura, seu caráter participativo;turismo, paisagem, arquitetura, arqueologia,

povos indígenas e assentamentos agrícolas. Buscar compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com a UC;A sociedade civil deve estar representada por

organizações não governamentais (ONG's) Buscar a integração desta UC com outros com atuação comprovada na região, bem como espaços territoriais protegidos e com o seu representantes de lideranças comunitárias do entorno;entorno, setor privado e por demais

Avaliar o orçamento da unidade em relação aos objetivos da UC;

Acompanhar a gestão da UC;

Manifestar-se em relação às irregularidades (atividades potencialmente impactantes) que estejam acontecendo na UC ou em sua zona de amortecimento;

Propor diretrizes (instruções norteadoras) e ações para aperfeiçoar, integrar e compatibilizar a relação com a comunidade do entorno ou do interior da UC.

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O PNSI formou seu Conselho Consultivo no 3. ACIB - Associação Empresarial de Blumenaudia 06 de setembro de 2005, sendo 4. ACAPRENA - Associação Catarinense de representado pelas seguintes instituições: Preservação da Natureza

5. Associação de Moradores da Nova Rússia

6. Camapuan-Icatu - Associação Indaialense de INSTITUIÇÕES PÚBLICAS:Defesa Ambiental1. IBAMA

7. Comitê de Bacia Hidrográfica do Itajaí2. FATMA - Fundação Estadual do Meio 8. CREA - Conselho Regional de Engenharia e Ambiente

Arquitetura3. FURB - Fundação Universidade Regional 9. CRBIO - Conselho Regional de Biologiade Blumenau

10. ACAMMVI - Associação dos Vereadores do 4. UFSC - Universidade Federal de Santa Médio Vale do ItajaíCatarina

11. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de 5. Polícia Militar Ambiental/SCBlumenau6. 23º Batalhão de Infantaria do Exército

12. Associação de Moradores do Interior do 7. Instituto de Pesquisas Ambientais de Parque Nacional da Serra do ItajaíIndaial

13. Sindicato Rural de Blumenau8. Prefeitura Municipal de Blumenau14. Conselho de Administração do Parque 9. Prefeitura Municipal de Indaial

Natural Municipal Nascentes do Ribeirão 10. Prefeitura Municipal de Guabiruba

Garcia11. Prefeitura Municipal de Botuverá

15. FIESC - Federação das Indústrias de Santa 12. Prefeitura Municipal de Vidal Ramos Catarina13. Prefeitura Municipal de Presidente Nereu 16. DCE - Diretório Central dos Estudantes 14. Prefeitura Municipal de Ascurra FURB

15. Prefeitura Municipal de Apiúna

16. Prefeitura Municipal de Gaspar

SOCIEDADE CIVIL:

1. UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo Da Vinci

2. CERBMA - Comitê da Reserva da Biosfera

Temos a missão de contribuir para o exercício da cidadania, estimulando a adoção de novos comportamentos, onde a comunidade possa atuar como agente transformador. O Conselho Consultivo do PNSI fornece esse espaço para expor suas idéias e contribuir no processo de gestão da UC.

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O PNSI tem um grande potencial para atrair atividades alternativas de desenvolvimento, dando oportunidades para geração de emprego e renda, possibilitando o fortalecimento do comércio, melhorando a infra-estrutura local, e revelando novas vocações para a região.

Entre as estratégias de desenvolvimento rural, destacam-se alguns aspectos importantes que devem ser considerados na região do entorno do PNSI, como:

- Estímulo às atividades de agricultura orgânica, agroecologia e agroflorestas.

- Atrair e promover pluriatividade das famílias (desenvolvimento de diferentes atividades ao mesmo tempo, como por exemplo: agricultura, turismo, lazer, cultura, dentre outros).

- Criar ou manter os serviços para atender o turismo da região (café, restaurante, farmácia, padaria, hospedagem, centro de informações).

- Trabalhar de forma cooperativa.

O ecoturismo é também uma atividade com grande potencial para ser desenvolvida em todos os municípios que possuem áreas envolvidas pelo PNSI. Deve ser enca rado como um es fo rço cooperativo entre a população local e visitantes conscientes e preocupados em preservar as áreas naturais e seus patrimônios culturais e biológicos, através do apoio ao desenvolvimento da comunidade local.

ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA COMUNIDADES LOCALIZADAS NO ENTORNO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Agricultura orgânica

Prática de plantar sem a utilização de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, respeitando a vida do solo, a água, a floresta, os animais e os seres humanos.

Sistemas Agroflorestais (SAFs)

São sistemas de uso e manejo da terra nos quais árvores ou arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e ou animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou em seqüência temporal.

O ecoturismo é uma atividade realizada por pessoas que valorizam os ambientes naturais conservados. Os ecoturistas têm uma consciência da importância de preservar a natureza e a biodiversidade. Estes turistas gostam de visitar as UC's, onde podem realizar diferentes atividades, como caminhar, observar a fauna e a flora e participar de atividades de educação ambiental. Os ecoturistas também têm interesse em conhecer as pessoas da região, valorizando a sua cultura e o seu modo de vida.

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A população local precisa ser fortalecida para se tornar a verdadeira favorecida no desenvolvimento do ecoturismo, recebendo apoio apropriado para que as pessoas do local se tornem proprietárias e operadoras, proporcionando orgulho de sua cultura e ambiente em que vivem.

Para isso é importante que a comunidade pense em um futuro desejável para a região, e não apenas na situação atual. É importante que as pessoas se organizem e discutam sobre as possibilidades de desenvolvimento existentes, indicando alternativas que podem ser criadas a partir da própria comunidade, previamente preparada e fortalecida para alcançar objetivos comuns e desejáveis.

Na Europa há uma forte revalorização do ambiente natural. As pessoas buscam o campo para sair da agitação urbana. Assim, há cada vez mais a tendência trazida por pessoas dos centros urbanos adquirirem “segundas residências” no campo. Por conta deste interesse, houve um movimento de líderes locais, que se mobilizaram por uma renovação. Enquanto antigamente o essencial do campo era a saída de mercadorias primárias para as cidades, nos últimos tempos, vem ocorrendo um processo de dinamização econômica no campo, por conta da renda trazida por pessoas que vivem nas cidades. A necessidade de dinamismo empreendedor para geração de empregos, permitiu que em zonas de montanha (onde não havia expectativa de desenvolvimento), houvesse uma surpreendente recuperação econômica. Houve a capacidade de valorizar e considerar como potencialidade os cursos d'água, florestas, solos e patrimônio cultural, por exemplo. Ao considerarem estes recursos como potencialidade, houve uma diminuição da degradação cultural e ambiental na região.

Podemos pensar que nesta perspectiva de desenvolvimento, será possível conciliar o desenvolvimento econômico regional com a proteção dos recursos naturais, fortalecendo o desenvolvimento da comunidade rural.

VENHA E COLABORE!

PARTICIPE DA ELABORAÇÀO DO PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ.

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Experiências Bem Sucedidas Orientadas para o Desenvolvimento Sustentável

As Unidades de Conservação podem representar um fator de desenvolvimento alternativo nas comunidades do entorno. Neste sentido, é interessante conhecer exemplos bem sucedidos em outras comunidades que vivem próximas de UC's no Brasil:

Silves: uma experiência comunitária de ecoturismo na Amazônia brasileira

Em busca de sustentabilidade para suas ações de conservação, assim como para a valorização da cultura ribeirinha, a Associação de Silves para a Preservação Ambiental e Cultural (ASPAC), desenvolveu um projeto comunitário de ecoturismo. Foi implantada a infra-estrutura básica de hotelaria, a comunidade recebeu treinamento para sua operação e foram desenvolvidos roteiros turísticos educativos de caráter ambiental, possibilitando o convívio dos ecoturistas com as populações tradicionais.

Atualmente, quatro comunidades ribeirinhas participam diretamente do produto da pousada ecológica. Do lucro do ecoturismo, 20% são investidos em manejo e fiscalização da reserva.

Turismo de Aventura em Apiúna (SC)

A empresa Ativa Rafting iniciou em 1996 com treinamento de guias locais para condução do rafting, trazendo as primeiras ações sustentáveis para comunidade de Igaruana. Hoje a Ativa capacita membros da comunidade, estimulando a conservação e preservação da Floresta Atlântica, promovendo geração de alternativas de renda. As modalidades esportivas vão do rafting e canyoning à caminhadas e cicloturismo, realizadas com escolas, universidades, turistas e treinamento empresarial integrado ao meio ambiente.

Na Reserva Biológica de Poço das Antas (Rio de Janeiro) e no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Goiás): a promoção e o incentivo ao ecoturismo trouxeram novos recursos para a região. Estas mudanças ocorreram rapidamente quando a comunidade do entorno percebeu que a UC poderia trazer benefícios.

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desenvolvimento local e da educação popular.Recuperação de áreas de reserva legal degradadas em assentamentos da reforma agrária - Pontal do Paranapanema - São Paulo: Uma ONG, visando à recuperação ambiental, desenvolveu um programa de forma participativa, envolvendo os assentados a t ravés da u t i l i z ação de S i s temas Agroflorestais. A experiência tem contribuído com a restauração de 27 hectares de reserva legal e o envolvimento da comunidade gerou grande satisfação das pessoas.

Centro de Motivação Ecológica e Alternativas Rurais - CEMEAR - Busca a valorização da agricultura familiar e a viabilização da produção/ comercialização de alimentos ecológicos. O CEMEAR foi fundado em 2000 por um grupo de agricultores ecológicos e técnicos. Nasceu com objetivo de se tornar um espaço de interação destes grupos e de difusão desta proposta na região do Alto Vale do Itajaí. Atualmente o CEMEAR conta com a participação formal de 07 associações/grupos Acolhida na Colônia - É um programa que o de agricultores e colaboradores distribuídos Governo do Estado incentiva em regiões rurais de em 05 municípios localizados na região do Santa Catarina desde 1998. Tem como proposta Alto Vale do Itajaí, somando 68 famílias de valorizar o modo de vida no campo através do agricultores. Constitui juntamente com agroturismo ecológico. Os agricultores do SINTRAF de Presidente Getúlio e Região, CPT - município de Santa Rosa de Lima em Santa Regional de Rio do Sul, e Cresol Dona Emma Catarina abrem suas casas para o convívio do seu um Fórum de debate e articulação em prol do dia-a-dia, compartilhando sua história, cultura e desenvolvimento da Agricultura Familiar na paisagens, oferecendo hospedagem simples e região do Alto Vale do Itajaí. Como missão aconchegante com direito a conversas na beira do busca a melhoria da qualidade de vida através fogão a lenha. Praticam a agricultura orgânica da cooperação, da agroecologia e do garantindo com isso uma alimentação saudável fortalecimento da agricultura familiar. Atua, para suas famílias bem como para os visitantes.sobretudo nos campos da agroecologia, do

Em 1996, a sociedade civil e o poder público da região das encostas da Serra Geral, sul de Santa Catarina, buscaram novas alternativas para o seu território. Na agricultura, o individualismo e a corrida para o aumento da produtividade com o uso de insumos químicos haviam gerado muitos problemas e pouca qualidade de vida. Como forma de reação a esta situação, nasceu uma organização solidária e pela preservação da vida e da natureza: Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral AGRECO. Na rede de agroindústrias processam-se carnes, leite, cana-de-açúcar, mel, hortaliças diversas, frutas, farinhas, proporcionando opções de agregação de valor a tudo que se produz nas propriedades que fazem parte da rede. Além da criação de oportunidades de trabalho e de renda, as agroindústrias estão inseridas em um objetivo maior na região, que é o de superar a prática do uso de agrotóxicos.

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ACOLHIDA: http://www.acolhida.com.br/quem.html. Acesso em: 4 de junho de 2007.

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WILSON, E. O. 1997. A situação atual da diversidade biológica. In: Wilson, E. O. (editor). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira

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COLABORADORES

AGRADECIMENTOS

Figuras:Acervo ACAPRENA (Projeto de Elaboração do Plano de Manejo do PNSI), Acervo IPAN, Ativa Rafting (Apiúna SC), Cíntia G. Gruener, Diogo Ringenberg, Eder Caglioni, Felipe da Costa Silva, Iumaã Bacca, Juarês José Aumond, Lauro Eduardo Bacca, RPPN Caraguatá (Paulo Schveitzer), RPPN Chácara Edith (Wilson Moreli), Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania PE, Tiago Vieira.

Textos:Anja Steinbach, Aurélia Maria Santos, Carlos Eduardo Zimmermann, Carlos Grippa, Cíntia G. Gruener, Daniela Fink, Eduardo Zimmer, Fabiana Dallacorte, Fabiana de Favere, Franciele Oliveira Dias, Karin Schacht, Lauro Eduardo Bacca, Marcela B. Godoy, Pedro Migliari, Rejane H. Reuter, Rudibert Baade, Rudi Laps, Sergio Feuser, Sheila Mafra Godhosi.

Universidade Regional de Blumenau - FURBIBAMAJuarês José AumondLauro Eduardo BaccaLúcia SevegnaniSueli Petry

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Associação Catarinense de Preservação da Natureza

[email protected] | (47) 3321-0434

Rua Antônio da Veiga, 140 - sl. D-107 - Bairro: Victor Konder - Blumenau - SC - 89012-900

www.acaprena.org.br/[email protected] | (47) 3321-0434

Rua Antônio da Veiga, 140 - sl. D-107 - Bairro: Victor Konder - Blumenau - SC - 89012-900

Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do BrasilComponente Projetos Demonstrativos PDA - Mata Atlântica

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Apoiadores

Parceiros

Contrapartidas

Realização

Prefeitura Municipal de Vidal Ramos

o23 Batalhão de Infantaria

Município de ApiúnaMunicípio de AscurraMunicípio de BlumenauMunicípio de BotuveráMunicípio de GasparMunicípio de GuabirubaMunicípio de IndaialMunicípio de Presidente NereuMunicípio de Vidal Ramos

Prefeitura Municipal

d e I n d a i a l

IBAMAM M A

IEVE - Instituto Esquilo VerdeIEVE - Instituto Esquilo Verde

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IBAMAM M A