as botas do sargento

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AS BOTAS DO SARGENTO UM CONTO DE VASCO GRAÇA MOURA INSPIRADO NA OBRA DE PAULA REGO TRABALHO REALIZADO POR: JOSÉ FERNANDES Nº13 6ºD

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Resumo do livro

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Page 1: As botas do sargento

AS BOTAS DO SARGENTO

U M C O N T O D E V A S C O G R A Ç A M O U R A

I N S P I R A D O N A O B R A D E P A U L A R E G O

T R A B A L H O R E A L I Z A D O P O R : J O S É F E R N A N D E S N º 1 3

6 º D

Page 2: As botas do sargento

A história começa numa tarde durante o lanche de quatro

primas, no jardim da casa de campo, onde costumavam

passar as férias de verão. Catarina disse ao ouvido da

Francisca em voz baixa: - Sabes que amanhã vou ao baile? E

enquanto falava via se as outras meninas tinham percebido

alguma coisa.

-O segredo vem a seguir ,disse a Catarina:

-Francisca, Francisquinha ,tu nem imaginas…

Olhou outra vez para todos os lados e, chegando-se mais a

ela acrescentou , numa voz que mal se ouvia:

Vou levar umas botas mágicas que estão no sótão. De

seguida a Francisca disse:

-Umas botas mágicas? No sótão da nossa casa?

Francisca não percebia nada!

Page 3: As botas do sargento

Quem contou à Catarina foi Adélia, chamou-a e começou-lhe

a contar a sua vida . Disse-lhe que o pai tinha sido sargento

e que também era um grande bailarino na sua aldeia onde

nasceu. São umas botas que se alguém as calçar ensinam

a dançar todas as danças . Mas primeiro é preciso limpá-

las muito bem, porque estão cheias de pó e de lama. Só a

Adélia é que sabia que elas eram mágicas e obrigou a

Catarina a prometer que não dizia a ninguém. A Francisca

encolheu os ombros porque já estava habituada às

fantasias dela e como não havia nada para o dia seguinte

até pensou que poderia ser boa ideia ir ao baile.

Page 4: As botas do sargento

Mas os pais nunca a deixariam sair à noite e ficar até tarde a

divertir-se com os amigos da idade dela, achavam que uma

rapariga de treze anos ainda não pudesse fazer essas coisas.

A catarina foi para casa, bebeu um copo de leite, olhou pela

janela e viu que Adélia estava a pentear o namorado. Catarina

pensou que o namorado dela ficava bem elegante com umas

botas de sargento nos pés e o cabelo liso e molhado puxado

para trás. Então foi buscar as botas e limpou-as muito bem.

Quando as acabou de limpar levou-as para o seu quarto para

que ninguém as visse. No dia seguinte à noite no baile, a

Catarina escondeu as botas e depois escondeu-se por trás de

um arbusto e calçou-as.

Page 5: As botas do sargento

Catarina dançou todas as danças, deu todos os passos

certos. Mas quando tocaram as doze badaladas viu que

estava sozinha. Tinha -se esquecido de perguntar a Adélia

como é que se tiravam as botas. Foi aí que Catarina começou

a ficar com medo e a pedir por socorro.

Foi quando Francisca acordou , muito assustada ao ouvir a

voz da Catarina. Tudo não tinha passado de um sonho.

Page 6: As botas do sargento

VASCO GRAÇA MOURA

Nasceu em 1942 no Porto e faleceu a 27 de abril de

2014. Tirou o curso de Direito em Lisboa. Advogou,

desempenhou vários cargos públicos e era deputado

ao Parlamento Europeu. Como escritor publicou para

cima de sessenta títulos, nas áreas de poesia, do

ensaio e da critica. Foi o primeiro conto que publicou

para crianças.