artur da távola ah, esse fenômeno instigante, o das amizades que se mantêm independentes da...
TRANSCRIPT
Artur da Távola
Ah, esse fenômeno instigante, o das amizades
que se mantêm independentes da
convivência.
Será amizade?
“Da amizade”
Avançar c/o mouse
Será saudade comum dos anos vividos em amizade?
Será saudade dos anos felizes ou
uma afinidade que se espraia no tempo?
Não sei responder.
Sei que com algumas pessoas (poucas), há uma
insistência teimosa em desejar ver, trocar ideias e
experiências, creio, pela certeza da
reciprocidade e do "ser aceito"
O mistério da amizade talvez resida no
alívio que traz a existência de
alguém que nos acolha.
Digo acolha e, não, recolha - aí já seria
dependência de um lado e paternalismo do
outro.
Acolher significa receber de bom
grado, previamente, sem julgamentos ou resistências.
É molesto o fato de que os seres humanos vivam a
julgar e
que suas opiniões prévias
interponham barreiras na
comunicação, dificultando-a.
O mistério da afinidade consiste na inexistência das
resistências ao outro, mesmo quando haja
discordância. Isso não deriva apenas de
afeto. Quantas vezes há afeto entre as pessoas sem, porém,
a aceitação natural, espontânea e prévia?
Verifique nas amizades tidas e vividas ao logo da vida, o que delas
restou.
Haverá muita vivência, boa e má.
Raramente, porém, restará a amizade...
Com os anos, vão se tornando escassas as
amizades que atravessaram o terreno íntimo
que lhes é próprio sem
arranhões e sem mágoas,
restando, como fruto, após ingentes experiências
humanas e existenciais, apenas (e já é tanto...) a
amizade.
Amizade é o que resta da amizade.
Se o que resta de uma amizade é amizade,
então amizade é.
Da
verdadeira!
FORMATAÇÃO: CLAUDIA VIRMOND MADEIRAENTRE NO SITE: http://www.slidescorepoesia.com
TEXTO: ARTUR DA TÁVOLAIMAGENS: GOOGLE
SOM:”DEEP JOY THERAPY HAPINESS