a lenda do rei arthur e dos cavaleiros da távola redonda

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  • 7/25/2019 A Lenda Do Rei Arthur e Dos Cavaleiros Da Tvola Redonda

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    L E N D DO R E I R T H U RE DOS

    C V L E IR OS D T V OL R E D ON D

    A Bretanha antes de Arthur

    A Bretanha Cltica

    Os homens que primeiro colonizaram as ilhas britnicas vieram do continenteeuropeu assim que o clima tornou-se temperado. Vieram a p, j que o Canal da

    Mancha, a no ser por um crrego, no passava de cho seco e o Mar da Irlandaera apenas uma frao do hoje.

    Uma referncia a este fato encontrada na coleo de contos gaulesesMabinogion, apesar de escrito apenas depois do sculo X.

    No conto Branwen, Daughter of Llyr ("Branwen, Filha de Llyr") tem aseguinte informao: "Ns navegamos para a Irlanda, e naqueles dias aprofundidade da gua no era grande", A quarta e ltima glaciao destruramesses primeiros colonos e quem os havia acompanhado: renas, ursos e cavalosselvagens. Em 2000 a.C., os celtas se fixaram nas ilhas, trazendo com eles a sua

    cultura e a arte de se fazer armas de bronze. Faziam intenso comrcio com ocontinente, conforme os vestgios deixados na plancie de Salisbury, onde foiachado vinho e leos italianos, ouro irlands, mbar do Bltico e contas de vidroazul do Egito. Na plancie de Salisbury, ergueram, entre os anos de 1800 e 1400a.C., Stonehenge, sem nenhuma ajuda mecnica. E uma estrutura composta deum crculo com 81 blocos de arenito, alguns pesando 30 toneladas, dentro destecrculo, um outro, de pedras azuis, provenientes dos Montes Prescelly, no Pas deGales, dentro deste segundo crculo, pares de pedras formando uma ferradura,

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    cada uma apoiando uma verga atravessada e dentro desta uma outra ferradura depedras azuis, todas unidas por vergas. Acredita-se que servia como um Templo doSol, marcava os solstcios de vero e de inverno, mas, seja para quais deusesStonehenge tenha sido erigida, esta antiga e desconhecida religio foramcompletamente substitudas pela dos druidas, que mantinham forte autoridade na

    Glia e converteram os habitantes da Bretanha e construram a cidadela deAnglesey. Alguns dos celtas construram nas colinas grandes fortificaescirculares enquanto outros que viviam em lugares pantanosos construram vilas,tendo lagos como proteo.

    Por volta de 50 a.C., um novo grupo invasor apareceu destruindo e pilhando,passando pelo vale Tmisa a caminho de Somerset, os terrveis belgas,provenientes do norte da Glia e oeste da Germnia. Quatro anos mais tarde,Jlio Csar decide que a ilha se tornaria possesso romana.

    A Bretanha Romnica

    A primeira expedio militar romana Bretanha no foi bem sucedida. Astempestades de vero prximas costa destruram e rechaaram muitos dosnavios suprimentos e o transporte da cavalaria. Mas, no ano seguinte,conseguiram desembarcar uma tropa de invaso ainda maior que a do anoanterior. Os compromissos de Csar impediram-no de controlar por completo aBretanha. Isto s foi conseguido em 43 d.C. pelo imperador Cludio. Suas forasdesembarcaram em Richborough, na costa de Kent, onde ergueram ummonumento de mrmore para comemorar a conquista. A Pax Romana no eraapenas conseguida com a superioridade militar dos romanos, mas tambm comuma extrema crueldade. O povoado de Anglesley, dos druidas, era conhecidocomo um plo disseminador de dio, malevolncia e inimizade, influenciando astribos gaulesas dissidentes. Em 59 d.C., o governador Suetnio Paulino mandouesmagar primeiramente os druidas para depois perseguir os gauleses.

    Massacrou os sacerdotes e derrubou os bosques sagrados, desencadeadouma nova srie de eventos: Boadiceia, viva de Prasutogo, rei dos icenianos, foiultrajada pelos oficiais romanos que vieram reclamar a parte do imperador daherana do morto.

    Arainha foi aoitada e suas filhas violentadas. Boadiceia, ento, uniu-se comseu exrcito a uma outra tribo descontente e marcharam sobre a cidade deColchester que foi arrasada e seus habitantes romanos mortos. Boadiceiaderrotou ainda a Nona Legio e incendiou Londres antes de ser destruda porSuetnio.

    Mas o perigo maior aos romanos vinha do norte, dos pictos e dos escotos.

    No governo de Adriano, 117-138 d.C., foi construda uma muralha de pedra,de Solway a Tyne, com 76 km de extenso por 5 metros de altura para manteremafastados os brbaros do norte.

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    Os romanos trouxeram consigo o seu panteo de divindades. Assim,coexistiram divindades clticas com romanas. J a religio crist foi introduzida naBretanha provavelmente no sculo II d.C. Diz a tradio que Jos de Arimatiadesembarcou, em torno de 60 d.C., em Somerset com doze companheiros que aliconstruram uma pequena igreja de argamassa, a vestus ecclesia,

    inquestionavelmente um dos primeiros santurios da Bretanha, posteriormenteanexada a Glastonbury e destruda pelo fogo em 1186.

    Para todos os efeitos, o cristianismo consolidou-se na Bretanha em torno de200 d.C. Quem permitiu isso foi Constantino III, o Grande, eleito imperador peloexrcito romano da Bretanha.

    Constantino e seu exrcito marcharam sobre Roma e, como os romanos,utilizaram seus cavalos apenas como transporte de carga, mas, assim que seuexrcito transformou os cavalos de carga em cavalaria de combate, os cavalosmontados lanaram-se como projteis sobre as linhas inimigas. Isso tornou-sepossvel pela adoo do estribo dos persas pelos romanos. Antes do sculo V,introduziriam ainda outro equipamento persa, a catafracta, com a qual cavalo ecavaleiro se protegiam. Consistia de um traje de malha, de argolas metlicasentrelaadas, que se manteve em uso at o sculo XIV, quando foi substitudopela couraa completa. Com as ameaas dos brbaros s fronteiras do imprio,Roma tinha maior dificuldade em fornecer legies para defend-la e repelir asinvases dos saxes. Entretanto, em 368, os romanos enviaram uma fora daGlia comandada por Teodsio, acompanhado por seu filho Teodsio e um amigode seu filho, Magno Clemente Mximo.

    Esta fora expulsou os saxes e reconstituiu o governo local graas cavalaria, apesar de serem numericamente inferiores aos invasores. Quando,mais tarde, os romanos foram derrotados pela cavalaria dos godos, em

    Adrianpolis, Roma convocou o jovem Teodsio e o fez primeiro oficial,comandante da cavalaria do Imprio e imperador do oriente. Mximo, amigo deTeodsio, permaneceu na Bretanha, expulsando os pictos e os escotos. Com aadmirao dos seus soldados, selecionou a maior parte de sua tropa e marchousobre Roma. Porm, dois anos mais tarde, seria morto por seu melhor amigo,Teodsio, em batalha. Apesar de deixar a Bretanha sem proteo e terconseguido apenas um sucesso passageiro, Mximo fez js aos contadores dehistrias celtas por ter conquistado Roma. Com seu nome adulterado paraMacsen, figura em uma das narrativas da coleo de histria gaulesas, oMabinogion, cujo registro provavelmente posterior aos ali descritos. Interessantenotar que as conquistas de Mximo devem ser responsveis pelas conquistasextraordinariamente aumentadas de Arthur.

    No texto de Malory, Arthur, para invadir Roma, convoca tropas de Alexandria,ndia, frica, Egito, Damasco, Damieta, Capadcia, Tarso, Turquia, Panflia, Sriae Galcia.

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    Esta convocao lembra a linha de combate do imperador do oriente,Teodsio, registrada pela memria de um soldado pertencente legio deMximo.

    A Bretanha Bret

    Aefetiva dominao romana da bretanha desapareceu com Mximo.

    claro que a imponente fachada ainda se manteve, com as ricas mansesdos chefes celtas do sul com suas propriedades trabalhadas por escravos. Masagora conviviam com pequenos grupos de colonos saxes para quem as terraseram ricas, pouco habitada e com muito espao disponvel. Com oenfraquecimento da autoridade romana, os ricos proprietrios de terras passarama sonegar impostos, aumentando assim o luxo e bem-estar a seus lares. J naszonas urbanas, a ausncia de autoridade fez com que as cidades decassem. Ascidades no foram novamente fortificadas, mas, pensando em sua auto-proteo,os bretes adaptavam as extensas trincheiras existentes, construdas centenas deanos antes.

    Em 395, houve outra invaso brbara, feita pela Aliana Brbara, entrepictos, escotos e saxes. Para defender a Bretanha, Roma enviou um outrobrilhante general de nome Estlico, que expulsou os invasores.

    Mas Estlico no pode manter a paz, j que teve que partir para lutar contraos godos. Em 407, no entanto, um subordinado desconhecido foi eleito Imperadorpelos soldados que permaneceram na Bretanha s porque tinha o mesmo nomeque Constantino, o Grande. Os soldados partem em marcha sobre Roma, masso derrotados pelo Imperador Honrio.

    Os bretes, sob ameaa de uma nova invaso, escrevem ao imperadorpedindo proteo, mas este ordena lutarem por conta prpria.

    Em 410, Alarico, o Godo, saqueia Roma. Isto abre caminho para outrasinvases brbaras na Europa. Apesar de Roma ter se recusado oficialmente acolaborar com os bretes, h provas de que os romanos enviaram mais umaexpedio de ajuda Bretanha.

    O monge e historiador celta do sculo VI, Gildas, sobre as operaesmilitares de Teodsio e Estlico, dizia que elas pertenceram ao TerceiroSalvamento.

    Em 429, no sculo V, a essncia do poder romano mudaria e, sob novosauspcios, enviaria uma nova expedio Bretanha. O imperador romano,intitulando-se Pontifex Maximus, exigia a prtica de adorao a sua figura. O bispode Roma, durante a poca de saques em Roma, tambm adotaria estadenominao, reivindicando para si a autoridade sobre todas as ramificaes daIgreja Crist.

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    Para estabelecer a supremacia da religio crist, era necessrio manter umauniformidade absoluta na f. Desta forma, heresias deveriam ser reprimidas dequalquer forma. O monge celta Pelgio negava a doutrina do pecado original, cujaidia teve aceitao entre os cristos da Bretanha, e o bispo de Auxerre seguiuem misso para combater a heresia. A misso era de cunho pastoral, mas a sua

    chegada coincidiu com a invaso de Flintshire, liderada por pictos e escotos..Apesar de Germano estar ali como bispo, era tambm um soldado veterano,assim, se ofereceu para conduzir a defesa. Ele posicionou as suas tropas em umvale onde passava um rio. Enquanto o inimigo passava pelo desfiladeiroaparentemente deserto, Germano, surgindo por trs deles, gritou: "Aleluia" eergueu sua cruz. Os bretes, que estavam de tocaia, repetiram "Aleluia" emressonncia, aterrorizando o inimigo, que, assustado, bateu em retirada. O rio,onde eles normalmente poderiam passar sem dificuldades, tornou-se umaarmadilha mortal. Aqueles que no morriam em batalha, morriam afogados. Estabatalha associada a um lder cristo foi bsica para delinear a imagem de Arthur.Em 425, Vortigern, o mais poderoso dos reis britnicos locais, reinava do Pas deGales ao sudeste da Bretanha. Tinha quatro grandes adversrios reais e empotencial: os pictos, que viviam alm das Muralhas de Adriano e de Antonino eque estavam sem defesa militar; os escotos, que atacavam a partir do Pas deGales; os saxes que ameaavam do sudeste; e uma faco dos romanos-britnicos cujo primeiro objetivo era a restaurao das leis romanas e o segundoera esmagar todo e qualquer lder nativo ou brbaro. Vortigern decidiu, ento,aliar-se a um deles para lutar somente contra trs. Aliou-se com os saxes,dando-lhes terras e apoio em troca de servios militares. Os chefes saxesHengist e Horsa propuseram retornar ao continente com seus navios e trazer domar do Norte outros compatriotas que defenderiam o rei contra todos os seusinimigos. Das tribos germnicas que vieram com Hengist e Horsa, algumas eramde jutos e outras de anglos. Por oito anos os saxes cumpriram seu trato, mascom tamanha brutalidade que os tornaria abominveis. Vortigern casou-se comRowena, filha de Hengist, cuja a extrema beleza desculpava casamento toinconveniente.

    Os saxes fizeram o trabalho com tal vigor que os seus servios j no eramnecessrios. Quando lhes disseram que agora poderiam viver nas terras a elesconcedidas, todo o condado de Kent, que seu pagamento a partir de entocessaria, seu ressentimento no teve tamanho. O problema era que, alm dogrande nmero que havia chegado, eles mandavam buscar as famlias de seusparentes e se reproduziam com extraordinria rapidez. Em 442 ultrapassaram oslimites de seu territrio e lutaram contra o exrcito de Vortigern, na terrvel masno decisiva Batalha de Aylesbury. Desse confronto partiram para a pilhagem ematana desenfreadas. Alguns bretes refugiaram-se na Armrica, outros tantosmorreram nas mos assassinas dos saxes ou viveram em suas casas em runascomo animais famintos.

    Esse massacre e essa destruio ocorreram durante os chamados AnosNegros, uma poca descrita apenas por fragmentos, muito tempo aps oacontecido, com apenas uma excesso: Gildas, que no incio do sculo VI

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    escreveu seu Liber querulus (Livro das Querelas) ou Book of Complaints on theDestruction and Conquest of Britain (Livros das Querelas sobre a Destruio eConquista da Bretanha), um relato cheio de ressentimento pessoal, mas tambmcom abundantes informaes histricas. O livro raramente menciona algum nomee a motivao principal era a lamentao pela triste retirada dos romanos e a

    execrao de Vortigern por ter aberto as portas aos saxes.Em meio ao horror e destruio causados pelos saxes, um foco de

    resistncia se formava. Ambrsio Aureliano um dos poucos personagens citadospor Gildas, "nico sobrevivente de uma famlia romana". Ele o descreve como umtpico soldado romano: modesto, forte e cheio de f. Era um homem de cavalaria e"os bretes corriam como um enxame de abelhas em direo a ele, como umenxame de abelhas temendo uma tempestade que se aproxima. Lutavam naguerra tendo Ambrsio como lder", dizia Gildas. E o primeiro ataque de Ambrsiono seria contra os saxes e sim contra Vortigern, considerado traidor de seupas, cujo ltimo refgio foi um castelo em Flintshire. Ambrsio ps fogo no casteloe Vortigern morreu em batalha.

    Onovo lder, para mostrar sua autoridade no oeste, permitiu ento que o filhode Vortigern recebesse permisso para reinar sobre parte do reino de seu pai.Logo aps, Ambrsio dirigiu-se para o sudeste. Parecia um beco sem sada a lutaentre as duas civilizaes. Se, era impossvel mandar os saxes embora, impedia-se pelo menos o seu avano. Em 488, Ambrsio persegue Hengist no nordeste emata o chefe saxo em batalha. Os saxes, no entanto, eram invencveis no seultimo reduto. Os bretes continuaram com uma forte ao defensiva contra ossaxes e tiveram ento um segundo comandante, cuja fama confirmou-seuniversal e imortal.

    Primeiros Contos Arthurianos

    A Difuso da Lenda

    Como a histria de um comandante que lutava para restringir o avanosaxnico em uma pequena regio da Bretanha conseguiu atingir tal grau depopularidade na Europa?

    Este fato deve-se principalmente aos contadores de histrias bretes. Peloexcessivo nmero de bretes que se refugiaram na Armrica, esta passou a sedesignar Britnia ou Pequena Bretanha e entre este povo as histrias e lendasbrets se mantiveram vivas atravs da tradio oral.

    As baladas brets so citadas pela primeira vez pelos romancistas francesesdo sculo XII e tinham como objetivo entreter os chefes e suas famlias. Osbardos, contadores ou recitadores de contos hericos, para terem sucesso,precisavam, primeiramente, de uma boa fbula para contar, depois precisava dememria, uma boa capacidade dramtica para a representao, alm, claro, dareceptividade emocional dos ouvintes. Qualidades comuns entre os celtas.

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    Na catedral de Modena, sobre o arco do portal norte, encontra-se umaimpressionante prova de como foi a difuso da lenda propagada pelos bardo: emum friso semi-circular, uma mulher retratada em uma torre ladeada por um fossoe seis cavaleiros avanam, trs de cada lado. Na figura feminina est inscritoWinlogee, em trs dos protetores da torre aparecem os nomes de Burmaltus,

    Mardoc e Carrado e em um dos cavaleiros que avanam est inscrito Artus deBretani. Loomis diz que o nome Winlogee seria uma forma de transio entre onome breto Winlowen e o francs Guinloic. Esta a mais antiga referncia aGuinevere na histria de Arthur. Presume-se que esse entalhe ilustre a expedioque Arthur fez para salvar Guinevere quando foi raptada por Modred, filho de

    Arthur, e mantida por ele em uma torre, quando Arthur combatia Lancelot longedali. Essa histria citada no que se supe ser uma biografia de Gildas escrita porCaradoc de Lancafarn na primeira metade do sculo XII. Julga-se que o entalhedo prtico da catedral deva ter sido feito entre 1099 e 1120.

    A Transformao em Rei

    Foi no comeo do sculo X que Arthur, na imaginao popular, transformou-se de comandante em rei. No poema gals sobre a batalha de Llongborth, Arthur chamado de imperador. No entanto, o poema posterior ao fato, j que, se eletivesse sido feito na poca de Arthur, deveria ser feito em breto e no em gals. provvel que se trate de uma reconstruo galesa de um poema breto,composto no muito depois da batalha, no sculo V.

    A mais famosa histria gaulesa, Culwych e Olwen, do final do sculo X,mostra a transio na posio de Arthur; ele ainda no chamado de rei, mas mostrado como um poderoso lder, presidindo sua corte com poderessobrenaturais. J no sculo XII chamado de imperador em outro famoso contogals, The Dream of Rhonabwy.

    Esses dois contos fazem parte do Mabinogion, onde esto dois manuscritosum escrito entre 1300 e 1325, conhecido como o White Book of Rhydderch(LivroBranco de Rhydderch), e outro escrito entre 1315 e 1425, Red Book of Hergest(Livro Vermelho de Hergest), quatrocentos anos mais tarde que Culwych andOlwene talvez duzentos mais tarde que The Dream of Rhonabwyn.

    Godofredo de Monmouth

    Em 1135 havia um novo Arthur diante do mundo: um soldado profissional, reicoroado, famoso por sua generosidade e seu exemplo cavalheiresco, estabelecidoem uma corte, no em um annimo reino fantstico, mas na real cidade deCaerleon-on-Usk. Algum que presidia torneios em seu pas e que, no exterior, emvez de tomar parte em ridculas aventuras, em contos populares, realizavaconquistas fantsticas, anexando a Esccia, a Irlanda, a Noruega, a Dinamarca ea Glia, e que s foi chamado de volta durante o ataque a Roma devido a umainsurreio traioeira em seu pas.

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    Osucesso obtido pela Historia Regum Britannie, de Godofredo de Monmouth quase to interessante quanto prpria histria de que trata. Seus duzentosmanuscritos j eram conhecidos antes do fim do sculo XII na Frana, Espanha,Itlia, Polnia e Bizncio. Godofredo de Monmouth era um monge breto ougauls nascido em Monmouth, e escolheu situar a corte de Arthur na cidade de

    Caerleon, construda perto de runas romanas, a trinta quilmetros de sua terranatal.

    Ele tinha tcnica para escrever, o que o habilitava a juntar lendas jconhecidas e estimadas e apresent-las em um conjunto compacto e brilhante;apesar de dizer que estava escrevendo sobre fatos histricos, registrava, emfuno do seu interesse, o que sabia serem mentiras, atribuindo-lhes grandeaparncia de convico; acima de tudo, escolhia um rei britnico ou rei qualquerda Historiaque mais pudesse interessar aos leitores e ouvintes.

    Odesfilar comea com o mitolgico Brutus, que veio de Tria para colonizara Bretanha, e termina com o mitolgico Cadwallo. Fala de noventa e nove reis aotodo, e um quinto do trabalho dedicado histria imaginria de Arthur. Talvezno tivesse inventado muito; adaptou lendas existentes, acrescentando algunsfatos inatacveis, apresentando-os como fatos histricos. Sua contribuio para ahistria de Arthur foi a afirmao de que ele era filho de Uther Pendragon, quegovernava Caerleon-on-Usk, que seu primeiro-ministro era Merlin e que foiconduzido para a ilha de Avalon, quando ferido mortalmente. Loomis mostra queGodofredo descobriu uma lenda gaulesa sobre um vidente chamado Myrddin. Eque encontrou em Nnio uma histria sobre um menino vidente chamado

    Ambrosius que profetizara a Vortigern a sua destruio e a vitria dos saxes.Assim, identificou esse menino como Merlin. Isso trouxe Merlin rbita deAmbrsio Aureliano, estabelecendo uma ligao entre Merlin e Arthur, j que diziaque Ambrsio Aureliano era irmo de Uther Pendragon.

    Loomis afirma que Godofredo haveria encontrado uma lenda crnica sobreArthur sendo fecundado na terra de Tintagel por Uther Pendragon e Igerna, apudica e bela esposa de Gorlois, duque da Cornualha. Isto aconteceu atravs dospoderes mgicos de Merlin, que deu a Uther a aparncia do duque de Gorlois,enganando a ingnua esposa, com quem se casa depois de matar Gorlois embatalha.

    Godofredo afirma que Arthur e Modred lutaram um contra o outro e que esteforou Guinevere a se casar com ele na Ausncia de Arthur. Usando a tradio deCamlann (sem, no entanto, nome-la), Godofredo diz que Arthur perseguiuModred na Cornualha at depois do rio Camel. Nesse encontro, Arthur teriasofrido um ferimento mortal, sendo levado ento para Avalon.

    Godofredo diz que Arthur, quando sucedeu Uther Pendragon, era um meninode quinze anos. Teria ento juntado um exrcito de jovens da sua confiana esado para libertar a Bretanha do jugo saxo. A Batalha de Badon, Godofredoidentifica com tendo ocorrido em Bath, dando nomes s partes da armadura de

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    Arthur: o escudo Pridwen (confundido com o navio de mesmo nome no qual Arthurviajou para Annwyn), sua lana Ron e sua espada Caliburn, embora dar nomes sespadas fosse uma prtica antiga, vigente at a Idade Mdia. A espada de CarlosMagno era chamada Joyeuse e Godofredo diz, seja l qual for a sua autoridadepara isso, que a espada de Jlio Csar era chamada de Morte Aafro. vitria

    de Arthur em Badon seguiu-se outra campanha na qual ele venceu os irlandeses eos escotos, a quem resolveu destruir completamente. Somente a interveno dosbispos escotos que se poupou o restante da populao. Selvageria semelhanteocorreu com a Noruega, que s foi poupada quando submetida completamente a

    Arthur, bem como a Dinamarca. Depois da batalha contra os irlandeses, casa-secom Guinevere, nascida de uma famlia romana nobre e a mais bela da ilha. Logodepois ele decide invadir a Frana, onde a questo resolvida por um simplescombate entre ele e o tribuno Flollo. Pelos nove anos seguintes, Arthur dedica-se conquista da Frana, distribuindo as terras entre os nobres da sua terra natal.

    Na primavera, a paz voltava Bretanha. Logo aps, ele relata a coroao e ocasamento com Guinevere.

    Oacontecimento seguinte foi a ordem do imperador Lcio Hibrio cobrandode Arthur um tributo da Bretanha. A origem desse episdio explica-se pelamodificao feita por Godofredo em um episdio da tradio gaulesa, a guerra de

    Arthur com o chefe irlands Llwich, the Irishman. Transformando um obscurochefe irlands no imperador de Roma. Arthur teria considerado um insulto o tributoe assim parte para a conquista de Roma.

    A luta com o imperador ocorreu no outono, sendo que o imperador caiu porum golpe de lana "de uma mo desconhecida". Arthur ordenou que o corpo fosseenviado ao senado romano com a mensagem de que nenhum outro tributo seriapago pela Bretanha. Durante os preparativos para o avano sobre Roma, elerecebe a notcia de que Modred, seu sobrinho deixado como regente, haviatomado a coroa e se ligara com a rainha Guinevere. A volta de Arthur levou batalha de Camlann, onde ele e Modred morreram, sendo levado para Avalon edeixado a coroa para seu parente, Constantino. Guinevere, levada pelodesespero, fugiu de York para Caerleon, onde, dali em diante, levaria uma vidacasta entre as freiras e acabaria por se ordenar.

    Godofredo no fala nada sobre a Tvola Redonda ou a Busca pelo SantoGraal. Nem sobre as histrias de Lancelot ou Tristo. Sobre Merlin, dedicou oLivro VII da Historia s "Profecias de Merlin", onde as nicas profecias mesmoeram aquelas que qualquer escritor de 1130 poderia colocar na boca de umpersonagem do sculo VI. No entanto, as "Profecias" tiveram grande impacto,sendo inclusive editadas em separado.

    Alguns anos mais tarde, Godofredo escreve a narrativa em versos Life ofMerlin(A Vida de Merlin) onde o bardo gals Taliesin faz um relato mais detalhadode como Arthur teria sido carregado para Avalon, descrita como ilha fantstica,

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    habitado por nove damas, uma das quais sua irm, a fada Morgana (cujo nomeparece vir da forma como os bretes chamavam as fadas da gua - Morgans).

    Wace e Layamon

    Wace, o Francs, nasceu em Jersey, ento parte do feudo da Normandia, em1100, e, escritor, dirigia sua obra "ao povo rico que possui rendas e moedas de

    prata, pois , para eles que os livros so feitos". Sua mentalidade era tipicamentefrancesa, ctica e lcida. A forma narrativa de Wace era mais corts queGodofredo, eliminando detalhes desnecessrios e diminuindo as atrocidades que

    Arthur cometia em relao aos pictos e escotos. Embora outros escritores ehistoriadores apenas insinuem que Guinevere no tivera filhos, Wace afirma issocategoricamente. No entanto, a nica contribuio dele lenda escrita foi a TvolaRedonda, que dizia que j era famosa e que no fora inveno dele.

    A histria de Arthur j havia sido contada em: latim, gals e francs. Noreinado de Ricardo Corao de Leo, entre os anos de 1189 e 1198, Layamon,um padre de Arley Regis, em Worcestershire, fez em versos a primeiraapresentao de Arthur em lngua inglesa, baseada na verso de Wace. Eleseguiu de perto o trabalho de Wace e, atravs dele, de Godofredo de Monmouth,apresentando Arthur como um heri poderoso que derrotou os saxes. Godofredoera gauls ou breto, Wace era francs, j Layamon era anglo-saxo, escrevendona lngua dos anglo-saxes, e seu entusiasmo pela destruio das hostessaxnicas era surpreendente. A narrativa de Layamon era mais seca e rstica,mostrando toda a violncia contida no texto, ao contrrio de Wace. TambmLayamon no demonstrava o ceticismo de Wace. Aceitava o sobrenatural e aindaacrescentava aos prodgios de Godofredo e outros por conta prpria. estranholembrar que a verso de Layamon surgiu quarenta anos mais tarde que a deWace, no entanto, a deste ltimo se apresenta mais bem acabada.

    Avalon

    O Tmulo de Arthur

    Avalon, chamada de Avilion por Malory, surgiu pela primeira vez na histriade Arthur atravs de Godofredo de Monmouth. Godofredo juntou uma miscelneade tradies com relao sobrevivncia de Arthur e ao lugar de refgio: tantopara britnicos, bretes ou gauleses, o lugar sempre um paraso cercado degua, localizado na regio costeira, que se chamava Avalon. E disse: "Orenomado rei Arthur, gravemente ferido, foi levado para a ilha de Avalon, para acura de suas feridas, onde entregou a coroa da Bretanha a seu parenteConstantino, filho de Cador, duque da Cornualha, no ano de 542 do NossoSenhor". Mais tarde, no livro Life of Merlin, Godofredo descreve o lugar como umailha fantstica, habitado por nove damas, uma das quais a sua irm, a fadaMorgana.

    Grande a associao de Glastonbury com Avalon. A grande abadia deGlastonbury foi fundada no sculo V. A seu lado havia uma pequena igreja, muito

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    antiga, de paredes de taipa, que se dizia ser o primeiro santurio construdo naBretanha, e, assim, associado a Jos de Arimatia, que teria trazido o Santo Graalpara a Bretanha. Em 1184, um incndio destruiu a pequena igreja, bem como amaioria dos prdios da abadia. Um programa de reconstruo foi ento iniciadopor Henrique II, mas, como demandava somas intensas, era necessrio alguma

    coisa para atrair peregrinos com suas bolsas. Giraldus Cambrensis, um gauls deascendncia parcialmente normanda, produziu ento, entre 1193 e 1199, umaobra intitulada De Principis Instructione, na qual registra que Arthur teria sido umbenfeitor da abadia e que teria sido na verdade enterrado nela, j que seu corpofora encontrado em 1190. Jazia entre duas pirmides de pedra que marcavam oslocais de outros tmulos, a 5 metros de profundidade, envolvido em um tronco dervore oco. Do lado de baixo do tronco que servia de caixo, havia uma pedra eabaixo dela uma cruz de chumbo na qual estavam gravadas as seguintes palavrasem latim: "Aqui jaz enterrado o renomado rei Arthur com Guinevere, sua segundaesposa, na ilha de Avalon". Dois teros do caixo eram ocupados por um homemde tamanho incomum e o restante por ossos de uma mulher, juntamente com umatrana de cabelos loiros que virou p ao ser tocada por um monge. A taldescoberta teve o sucesso que interessava e Glastonbury tornou-se uma atraoturstica.

    Godofredo de Monmouth dissera que Arthur fora levado embora, mortalmenteferido, para a ilha de Avalon. A partir do momento que os ossos de Arthur teriamsido encontrados em Glastonbury, junto com a cruz funerria que dizia que eleteria sido enterrado em Avalon, Glastonbury tornou-se sempre Avalon. Guilhermede Malmesbury, em sua Gesta Regum Anglorum (Gesta do Rei dos Anglos), de1125, apenas menciona o fato de os britnicos chamarem Glastonbury de InisWitrin, a Ilha de Vidro. Caradoc de Lancafarn, em sua Life of Gildas, de 1136,repetiu que os britnicos a chamavam de Ynis Gutrin, Ilha de Vidro. GiraldusCambrensis e Ralph, abade de Coggeshall, em sua Chronicon Anglicanum(Crnica Anglicana), foram os dois primeiros escritores a dizer que Glastonburyera Avalon.

    Cavaleiros da Tvola Redonda

    Mudanas na Lenda

    Dois famosos escritores do sculo XII mudaram o tratamento celta dado histria de Arthur. Essa mudana ocorreu de uma maneira muito sbita. Notrabalho destes escritores, Arthur ser a figura de menor importncia, j que osprincipais personagens seriam os cavaleiros de sua corte. Nos duzentos anos aseguir, a figura de Arthur seria usada apenas como ponto de referncia. Estesescritores foram Maria da Frana, com uma recontagem da histria de Tristo eIsolda, e Chrtien de Troyes, que com o amour courtois centrou a histria emLancelot e Guinevere.

    Os cavaleiros e suas Lendas

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    Dentre os inmeros cavaleiros de Arthur, ou relacionados a ele, os quetiveram maior destaque so os relacionados abaixo:

    Gareth e Lineth

    Ahistria de Gareth mostrada no livro de Malory, The Book of Gareth, doqual nenhum original foi encontrado, apesar de se supor que haja uma fonte

    francesa perdida. O heri Gareth um jovem de fsico e fora excepcionais. Elevem corte de Arthur, onde no reconhecido nem por seu tio Arthur, nem porGawain, seu irmo. Por alguma razo perversa comea trabalhar na cozinha de

    Arthur, onde Sir Kay, o dispenseiro, o trata mal e por causa de suas mos grandesd-lhe o apelido de Beaumains (Belas Mos em francs). Todos riem dele, excetoLancelot, que gentil com ele desde o incio.

    Orapaz interessa-se apaixonadamente pela cavalaria e, embora executandoseus deveres de lavador de pratos, faz questo de assistir a todas as exibies dehabilidade dos cavaleiros. Por fim, acaba com a subservincia, veste a armaduraque sua me tinha mandado fazer para ele j h algum tempo e desafia Lancelot.Este fica impressionado com a sua fora e antes de ser derrotado, os dois param.

    A gentileza e a clemncia do jovem so reprovadas por Lineth, moa arroganteque desdenha a indicao de Beaumains para salvar a sua irm aprisionada, adama de Lionesse, pois pensa que um mero criado de cozinha. Seucomportamento irracionalmente descorts e ingrato at que suas injrias e seuescrnio so refreados pelo contnuo sucesso do rapaz contra os adversrios dasua irm. "Ai de mim, diz ela: belo Beaumains perdoa-me tudo que eu disse ou fizde mal contra ti. De todo o meu corao, diz ele, eu te perdo, pois no fizestesnada de mais, todas as suas palavras malvadas me agradavam... e como ests sedesculpando espontaneamente, eu te quero bem... no h cavaleiro vivo que euno seja capaz de combater". No entanto, ele se apaixona, sim, mas pela irmdela, a dama de Lionesse. Leva-a para a corte de Arthur e casam-se. Linet,curada de sua raiva patolgica, est casada com outro cavaleiro.

    Modred

    Modred era filho de Arthur com sua irm, Morgana. Em escritos antigos, ele muitas vezes identificado como Anwr. Em Malory, Merlin avisa Arthur que ele seriamorto por algum nascido no dia primeiro de maio, assim, Arthur ordena que todosos bebs nascidos nesse dia, fecundados por lordes e gerados por damas, fossemcolocados em um navio e levados para o mar. O navio naufraga e todos os bebsse afogam, menos Modred, que, carregado para praia, foi encontrado por umhomem de bom corao que tomou conta do beb. Mais tarde, Modred vai paracorte de Arthur onde, juntamente com seu irmo Agravaine, passa a fomentar adiscrdia. Por fim passam a vigiar Lancelot e Guinevere, acabando por pegarLancelot nu na cama da rainha. Lancelot conseguiu fugir, matando um do bandode Modred. Quando Arthur parte para a Frana para lutar contra Lancelot, Modred deixado como regente. Aproveita a oportunidade para Capturar Guinevere etentar se casar com ela a fora, tomando a coroa. Arthur retorna Bretanha e luta

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    contra o filho, culminando na batalha de Camlann, onde Arthur corre atrs deModred e o atravessa com sua lana, em seguida Modred golpeia o pai,segurando a espada com ambas as mos, ao lado de sua cabea. Modred caimorto e Arthur deita-se abatido no cho.

    Balin e Balan

    Balin e Balan um conto mrbido escrito por Malory, onde os gmeos Balin eBalan, irmos de Lancelot por parte de pai, se encontram em uma floresta mas,estando os dois armados e sem brases em seus escudos, no se reconhecem epassam a lutar, acabando por se matarem.

    Yvain

    Yvain um conto de Chrtien de Troyes, baseado no conto gals The Ladyof the Fountain (A Dama da Fonte). Yvain sai da corte de Arthur para umaaventura na floresta de Brocelinde, onde quem quer entrasse em uma certaclareira e quebrasse com um golpe um bloco de esmeralda ali pendurado criariauma tempestade, quando ento viria um cavaleiro para desafi-lo. Yvain mata ocavaleiro e conquista a sua viva. Quando esto para se casar, Arthur chega parasaber como a aventura havia transcorrido.

    Kay

    Kay era o irmo adotivo de Arthur, tornando-se o mordomo real depois queArthur se torna rei. Ferido em batalha, Kay era coxo, o que no impedia de teralgumas aventuras, nem sempre bem sucedidas, como a narrada por Chrtien deTroyes, na qual Arthur e alguns de seus cavaleiros vo procurar Sir Kay, queempreende uma aventura. "Quando eles se aproximam da floresta, vem o cavalode Kay fugindo... O cavalo fugindo desesperadamente, as correias do estribo decouro todas manchadas de sangue e a armao da sela quebrada".

    Urre

    Sir Urre era casado com Morgana, sendo muito mais velho que esta. Umapassagem importante envolvendo este personagem dada quando este estferido, no conseguindo sarar. Sir Urre ento levado corte de Arthur para verser algum ali podia exercer o poder de cura. A comear por Arthur, um enormegrupo de cavaleiros tenta sem sucesso. Por fim Lancelot visto cavalgando distncia. Quando este se apresenta, Arthur explica o assunto e diz que eletambm deveria fazer uma tentativa. "Jesus me proteja, diz Lancelot, quandotantos reis e cavaleiros j tentaram e fracassaram, como poderia eu ter apresuno de realizar o que os senhores no realizaram... Ests vendo de modoerrado, disse o rei Arthur, no deves fazer isso por presuno, mas parademonstrar tua camaradagem conosco, pois s tambm um cavaleiro da TvolaRedonda". Lancelot, a contragosto, ajoelhou-se aos ps do cavaleiro ferido"dizendo secretamente para si mesmo: Tu, Pai Abenoado, Filho e Esprito Santo,

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    eu te imploro teu perdo... Tu s o nico que podes curar este cavaleiro doentepor meio de tua grande virtude... mas, bom senhor, nunca por mrito de minhapessoa". Ento pede ao cavaleiro para deix-lo ver as feridas; examina-as e,depois de sangrarem um pouco, elas aparecem curadas, como se estivessem hsete anos cicatrizadas.

    Bedivere e Lucan

    Sir Lucan e Sir Bedivere foram uns dos poucos cavaleiros de Arthur quesobreviveram Batalha de Camlann. Quando caiu a noite no campo de batalha,Lucan diz que melhor levar o rei para alguma cidade. "Eu gostaria que fosseassim, disse o rei, mas no posso ficar de p, e minha cabea no pode semover". Ento eles comeam a carregar o rei, mas na tentativa, Sir Lucan caimorto. Arthur, sozinho com Bedivere, encarrega-o de levar a sua espada,Excalibur, para alm da margem do rio e, assim que voltasse, contasse o quetinha visto. Bedivere toma a espada e dirige-se para a gua, mas no caminhoobserva aquela nobre espada e v que o boto do punho e o cabo eram de pedraspreciosas, e sente que no pode sacrific-la. Por duas vezes tenta atir-la, masno consegue, e Arthur percebe a desobedincia de Bedivere quando ele contaque viu apenas ondas inquietas e guas tristes. Ordenado de novo a jogar aespada no rio, Bedivere atende s ordens, lanando a espada o mais longepossvel, veio um brao e por cima da gua uma mo alcanou a espada e apegou. Assim, sacudiu a espada por trs vezes, brandiu-a e ento mo e espadadesapareceram. Depois de ter cumprido a tarefa, Bedivere leva o rei nas costasat a beira da gua, l uma barca aporta com muitas senhoras, dentre uma dasquais uma rainha, Morgana, o rei colocado na barca e parte para Avalon.

    Sir Lancelot do Lago - (O Heri Armagurado)

    O personagem Lancelot, como membro especial da confraria de Arthur, j erabem conhecido no sculo XII, e Loomis constatou que havia vestgios de suaorigem no guerreiro gals Lluch Llauynnauc e na divindade irlandesa LughLamhfada. No entanto atribuda ao escritor suo Ulrich von Zatzikhoven, naltima dcada do sculo XII, a origem do nome Lancelot do Lago, retirado datraduo de um romance anglo-saxo extraviado.

    Lancelot era filho do rei Ban de Benoic, distrito da Britnia. Com a morte dopai, Lancelot foi levado pela Dama do Lago para seu palcio sub-aqutico.Quando Lancelot completa quinze anos, sua me adotiva o equipa e manda-opara a corte de Arthur. Ele luta em favor de Guinevere, mas no h nenhumadultrio entre eles.

    Lancelot tem namoros casuais e por fim, casa-se com uma esposa amvel efiel. O primeiro a escrever sobre Lancelot ser amante de Guinevere foi Chrtien deTroyes, que dizia que a histria estava sendo ditada pela condessa deChampanhe, que tambm ditava o estilo.

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    No incio da histria, Meleagant, um cavaleiro infiel, prende muitos dossditos de Arthur em Goirre, terra rodeada de gua. Por fim, Meleagant capturaGuinevere. Lancelot luta por sua rainha e no final, em um combate solitrio,consegue a libertao dela e de todos os outros refns. A histria se parece com aque contada por Caradoc de Lancafarn em Life of Saint Gildas, trabalho escrito

    antes de 1130, que relata que Guinevere teria sido capturada por Melvas(transfornado em Melleagant por Chrtien) e levada para a Ilha de Vidro (chrtienleu Goirre em vez de Voirre). Arthur com um grande exrcito recrutado em Devone na Cornualha sitia Melvas e salva Guinevere.

    Na verso de Chrtien, ele trocou Arthur por Lancelot. Arthur apresentadocomo um homem de boa ndole, benevolente, mas ineficaz, o que reduzdrasticamente o seu poder. Isto se deve ao fato que a corte de Champanhe, ondeChrtien escreveu sua histria, no estava interessada em atos hericos contrabrbaros na Inglaterra, mas sim na vida que estava na moda, na qual o rei Arthurnecessariamente fazia o papel de marido trado. A traio de Lancelot e Guinevere permissvel, sem arrependimento entre os dois, somente em Lancelot, do CicloPopular ou Ciclo Breto, que Guinevere exclama: "Teria sido melhor para mim seeu nunca tivesse nascido". Foi a, com Malory, que Lancelot foi chamado de oprimeiro heri do romance moderno.

    Lancelot um homem de grandes virtudes pessoais e profissionais, semforas para resistir a uma paixo que por um longo tempo acredita ser mais oumenos incorreta e que, por fim, aceita ser complemente errada. Ele tem inimigos:alguns tm cimes, outros ficam indignado com a sua ligao com a rainha e isso que acabar levando guerra civil. Mas muitos o amam, no somenteGuinevere o ama, mas Arthur o ama tambm; no somente a donzela de Astolat,mas o irmo dela, Lavaine; os cavaleiros devotados a ele sentem uma admiraoe uma forte afeio pessoal. Apesar de no poder ver o Graal por causa doadultrio, Lancelot apresenta grande carter moral tanto no episdio com Sir Urrequanto no da Donzela de Astolat. Lancelot vai competir em um torneio disfarado,assim, para desviar as suspeitas, aceita uma prenda de Elaine. Vitorioso, masferido, levado por Lavaine para um eremitrio para ser curado. Gawain, sabendoda verdadeira identidade do cavaleiro, o revela para Elaine, que cuidava dia enoite dele. Bors vai ao encontro de Lancelot, ansioso e constrangido por t-loferido, e pergunta: "Mas Elaine que est interessada em voc?". " ela. Noposso afast-la de mim" - diz Lancelot. "E por que deveria afast-la? uma beladonzela, de boa aparncia e bem instruda, e vejo, pelos cuidados dela para comvoc, que ela o ama muito". A resposta de Lancelot agourenta: "Isso me deixaarrependido". Quando est curado e pronto para partir, Elaine o pede por marido eele diz que prometera nunca ser casado. Ela ento pede para ser sua amante, aoque ele fica horrorizado e diz que nunca poderia fazer tal maldade com quem otinha tratado to bem. Ela diz ento que nada resta seno morrer de amor. Paraevitar isso, Lancelot promete a ela um dote de mil libras por ano e mais qualquercavaleiro que ela escolha para se casar. Ele recusa todas as propostas, pois o quequer ser somente sua esposa ou sua amante. "Bela donzela, por essas duascoisas tens de me perdoar" - respondeu Lancelot. Assim ela gritou e desmaiou.

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    Durante nove dias, Elaine no comeu, bebeu ou dormiu. No dcimo dia elamorreu. A carta que pedira para escrever para Lancelot estava em suas mos eela foi colocada em uma barca recoberta de tecido negro que desce atWinchester. Na carta estava escrito: "Nobre cavaleiro, Sir Lancelot, agora commorte que eu disputo o teu amor. Os homens me chamavam de Bela Donzela de

    Astolat, mas eu te amava, e por esta razo a todas as damas fao meu lamento.Rezem por minha alma e por fim me enterrem. Este meu ltimo pedido. E tomoDeus por testemunha de que como donzela casta morri. Sir Lancelot, reza porminha alma, pois tu s sem igual."

    Mas o romance entre Lancelot e Guinevere no poderia ficar para sempreignorado. Modred e seu irmo Agravaine passam a vigi-lo e por fim encontramLancelot desarmado na cama da rainha. Lancelot mata o primeiro do bando que oataca e foge. A rainha condenada fogueira. fora dos muros de Carlisle queLancelot salva a rainha, j despida, s de camisola, prestes a ser levada para oposte. Corpo a corpo ele vai abrindo caminho e, sem saber, mata Sir Gaheris e SirGareth, irmos do vingativo Sir Gawain. Ele leva a rainha para seu castelo deJoyous Garde, para onde partem Arthur e Gawain em seu encalo. A disputa resolvida por um combate entre Gawain e Lancelot, com vitria de Lancelot. Nestemeio tempo, Modred havia raptado a rainha e planejava casar-se com ela e tornar-se rei. Arthur parte ento para lutar contra Modred, morrendo os dois no confronto.Guinevere, arrependida, entra para um convento e Lancelot tambm entra parauma ordem, onde, depois da morte de Guinevere, definha aos poucos at morrer.

    Sir Gawain - (O Cavaleiro Vingativo)

    Sir Gawain muitas vezes descrito como sendo sobrinho de Arthur, filho deMorgause e irmo de Sir Gaheris e Sir Gareth. Possuia um comportamento muitoirritadio, como pode-se constatar em Layamon, que, quando Arthur descobre atraio de Modred e Guinevere, Gawain declara que vai enforcar Modred comsuas prprias mos e que Guinevere deve ser despedaada por cavalosselvagens. Outra passagem, descrita por Malory, onde se pode visualizar o cartervingativo de Gawain mostrado quando do cerco ao castelo de Lancelot.Lancelot, que durante a fuga com a rainha mata Gaheris e Gareth, afirma que aacusao de traio contra ele falsa e que o julgamento por combate haviamostrado que ele estava certo. Arthur poderia at perdo-lo, mas Gawain nodeixa que isso ocorra. O clmax da histria a luta entre Gawain e Lancelot. A luta interessante, pois mostra vestgios de uma histria muito antiga. Gawain temuma peculiaridade que lhe permite ganhar fora fsica no perodo que vai das noveda manh at ao meio-dia. Malory diz que isso era um presente de um homemsanto, mas claro que, originalmente, Gawain era um adorador do deus-sol. Adespeito desta vantagem, Lancelot simplesmente resiste nas horas de fora deGawain e, quando elas declinam, lana-o terra. Por duas vezes essa lutasobrenatural acontece e a cada vez que Gawain jogado no cho, chamaLancelot para continuar a luta. Lancelot responde que quer lutar com ele de novo,mas s quando estiver de p.

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    Oconto mais famoso de Sir Gawain, no entanto, intitulado Sir Gawain andthe Green Knight, escrito por volta do ano 1400. No dia do Ano-Novo, quando orei, a rainha e a corte esto reunidos para um jantar, um cavaleiro de tamanhoincomum entra no casaro com seu cavalo. Pede que algum cavaleiro ali presentelhe d um golpe no pescoo com o machado que ele carrega e que, no prximo

    Ano-Novo, o oponente esteja na Capela Verde para receber, por sua vez, o seugolpe. O cavaleiro e suas roupas, assim como seu cavalo, os trajes e os arreios,tudo era verde. O ouro e o ao estavam manchados de verde, os arreios reluziame cintilavam com pedras verdes e filetes de ouro estavam entrelaados na crinaverde do cavalo. Arthur imediatamente se oferece para o desafio do cavaleiro,mas Gawain se interpe e o toma para si. Com um golpe de machado, decepa acabea do cavaleiro que rola pelo cho, espalhando sangue na carne verde. Ocavaleiro verde recolhe a cabea. Levanta as plpebras, olha vivamente e entoencarrega Sir Gawain de encontr-lo naquele dia, aps um ano, na Capela Verde.Segurando a cabea pelos cabelos verdes, monta em seu cavalo e deixa ocasaro. Um ano depois, para manter a palavra, Gawain chega ao castelo de SirBertilak, anfitrio cordial e generoso que, por ter cor normal, no reconhecidocomo sendo o cavaleiro verde. Gawain chega ao castelo em completo estado deexausto. Recebido com hospitalidade, envolvido em um manto de arminhosenfileirados, convidado a sentar ao lado de uma lareira com brasas de carvo.Quando Sir Bertilak retorna ao seu castelo, depois da caa, recebe o hspedecom muita cortesia e combina com ele que daria o produto de sua caa a Gawaintodo dia e, em troca, Gawain lhe daria algo que tivesse recebido no castelo.

    Durante a sua estada no castelo, Gawain recebe de manh, antes de sair dacama, a visita da bela mulher de Bertilak, se vendo obrigado a resistir s suasinvestidas. Por dois dias assim o faz, aceitando somente beijos que, noite,transmite a Sir Bertilak em troca da caa. Na terceira manh, porm, a senhora ooferece um cordo verde que o proteger de qualquer ferimento, o medo de suaprovao faz com que o aceite, mas esconde o fato de seu anfitrio. Quandochega o dia do Ano Novo, para honrar seu compromisso, ele sai em busca daCapela Verde. Achando o local, o Cavaleiro Verde aparece para devolver o golpede Gawain. Se ele no tivesse aceitado o cordo verde, o machado teria cadosobre ele inofensivamente, mas, como isso no aconteceu, o machado esfola suapele e seu sangue jorra. Agora revela-se que o Cavaleiro Verde o prprio SirBertilak, que havia sido enfeitiado pela irm de Arthur, a fada Morgana. Depoisde trocarem muitas cortesias, Gawain parte e retorna corte de Arthur, a quemconfessa sua pequenez por ter aceitado o cordo.

    Persival e Galahad - (A Demanda pelo Santo Graal)

    As histrias de Galahad e de Persival esto intimamente ligadas ao SantoGraal.

    Galahad era filho de Lancelot com Elaine e, por sua pureza, era o nicocavaleiro que poderia se sentar na "cadeira perigosa", um assento que sempre

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    ficava vazio na Tvola Redonda e que se dizia que apenas um escolhido poderiase sentar nela.

    Galahad chega ento despido de qualquer arma ou braso, apenas com umatnica branca, e, durante a histria, ele vai se armando com armas mgicas como

    uma espada que se encontrava encravada em uma pedra que flutuava no meio dolago.

    Durante a busca pelo Santo Graal, Lancelot apenas poderia vislumbrar obrilho do Graal, por ser o melhor cavaleiro do mundo, mas manchado peloadultrio, j Galahad, por ser puro de corao permitido que ele no s veja oGraal como tambm o pegue, mas isso causa a sua morte e ele levado aos cuspelos anjos.

    Percival tambm foi um cavaleiro altamente envolvido com a busca peloGraal.

    Na obra inacabada Perceval ou Le conte del Graal de Chrtien de Troyestem-se a primeira apario de Persival.

    Ame de Percival, que tinha perdido os irmos e o marido em torneios decavalaria, tinha jurado levar seu filho, ainda criana, para um refgio em umafloresta nos contrafortes de Snowdon, onde ele nunca ouviria a palavra"cavaleiro". Em uma manh de maio, o menino est no meio da floresta e, emborano possa ver nada por causa das folhas, ouve o rudo da aproximao de cincocavaleiros, quando ele viu suas cotas brilhantes, seus capacetes, escudos elanas reluzentes - coisas que nunca tinha visto antes -, e a luminosidade verde erubro-escarlate brilhando ao sol, e ouro, azul-celeste e prata, gritou maravilhado:"So anjos"! Todas as preocupaes de sua me se frustam em um nicomomento. Quando ele ouve que tais pessoas eram cavaleiros e que estavamligados corte de Arthur, declara que ir com eles ao rei que faz cavaleiros.

    Quando jovem cavaleiro, Percival guiado a um rio onde v um homempescando.

    Este o Rei Pescador. E, ento, convidou-o para entrar em seu castelo,localizado acima da margem do rio. Quando chega, seu anfitrio est deitado,defronte a ele, em um leito do qual no pode mover-se sem ajuda. O rei fora feridoentre as pernas e, enquanto as feridas no sarassem, suas terras permaneceriamridas e estreis. O rei Pescador um anfitrio corts e generoso. Enquanto ele eseu hspede esto jantando, um desfile ritual abre caminho pelo salo: umadonzela leva um prato, em seguida outra donzela carrega um prato entalhadoacompanhada por um escudeiro que segura uma lana sangrando, e atrs destepassam criados carregando candelabros. Eles esto indo alimentar o pai do reiPescador, que invisvel e mantido vivo com uma hstia consagrada levada peladonzela em um dos pratos.

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    O Graal ficava no castelo e era carregado por uma donzela e espalhavatamanha luminosidade pelo salo que ofuscava todas as luzes da sala. Durante odesfile, Percival deveria ter perguntado: "Quem servido com este Graal?". O errode Percival resultou no s na continuidade da doena do rei Pescador, mastambm na deteriorao geral da sociedade.

    Depois da batalha de Camlann, Percival torna-se um monge juntamente comLancelot.

    Sir Tristo de Lionesse (O Cavaleiro Poeta)

    Rica a bibliografia de Tristo e Isolda. Alm de figurarem em escritos celtasantigos, os chamados mabinogions (porque eram destinados educao domabinog, ou discpulo do bardo) e em narrativas populares annimas, como FolieTristan, Luite Tristane Tristan Moine, inspiraram uma vasta literatura em francs,ingls, alemo, italiano, espanhol e portugus.

    Onome do pai de Isolda, Gormond, escandinavo, e ela mesma aparece svezes como "Isolt". Acrescente ao fato dela ser loura (la Blonde). Donde a idia deque a histria remonte ao tempo dos vikings na Irlanda. No entanto, segundo amaioria dos autores, a lenda celta e tem por base a vida de um rei picto queviveu na Esccia, onde reinou de 780 a 785. Chamava-se Drest filius Talorgen. OLivro Vermelho de Oxford alude a um certo Drystan ab Tallwch, amante de"Essylt", mulher de "Marc". "Tristan" proviria ento de "Drest", "Drystan", "Drust","Drustan". Em portugus, impunha-se Iseu ao invs de Isolda, forma alempopularizada por Wagner, como pode-se ver pelo Cancioneiro da Vaticana, de D.Dinis: o mui namorado Tristan sey ben que non amou Iseu quant'eu vos amo... . JJorge Ferreira de Vasconcelos usa "Iseo", com "o", em Memrias das proezas dasegunda Tvola Redonda, Lisboa, 1567, captulo XLII: "... de dom Tristam deLeonis e da sua amada Iseo..."

    Apopularidade da histria de Tristo e Isolda foi conseguida graas a Mariada Frana, uma mulher de quem pouco se sabe, que escrevia lais, versos sobrehistrias de cavalaria j conhecidas ou que ainda corriam entre os contadores dehistria.

    Seus versos intitulam-se Chvre Feuille (A Madressilva). Esse conto,conhecido desde o ano 1000, de origem puramente celta, sem conexo com

    Arthur. A histria passa-se na Cornualha, onde Marco rei, mas o magnetismocausado pelo nome de Arthur fez com que essa histria se prendesse tambm aocorpo da lenda. Tristo no era famoso por sua habilidade como lutador, mastinha grande agilidade fsica. Era tambm um harpista. A histria de Tristo marcada por tragdias, dizia-se que ele nunca foi visto sorrindo, a comear porseu nascimento, onde seu pai morto em batalha, perdendo o reino de Lionesse,e sua me morre no parto. Graas a estas tragdias, ele recebe o nome deTristo. Criado por um cavaleiro como se fosse seu filho, Tristo desconhece suaorigem e de seu parentesco com Marco, seu tio. Ainda criana, Tristo mata por

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    acidente um outro menino durante uma rixa. Levado para Bretanha a fim de teruma educao de cavaleiro e um dia recuperar seu trono, Tristo acaba preso emum navio muulmano, onde seria vendido por escravos, se no tivesseconseguido fugir, indo parar nas costas da Cornualha. Durante muito tempopermanece na corte do rei Marco, sem revelar a este que era seu sobrinho, o que

    ocorre quando a Irlanda cobra um antigo tributo da Cornualha que, se no fossepago, s poderia ser substitudo pela luta entre dois campees da famlia real daIrlanda e Cornualha. Tristo se oferece e parte para lutar contra Morolt, matando-oquando este prende a espada no casco do barco. Ferido pela espada envenenadade Morolt, Tristo colocado em um barco sem remos com sua harpa para sercurado pela rainha da Irlanda. Durante sua permanncia disfarado, com o nomede Totris, acaba se apaixonando pela princesa Isolda, que cuidava dele. MasIsolda acaba prometida a Marco e Tristo retorna Irlanda para busc-la. Naviagem de volta, no entanto, eles bebem um filtro de amor que a criada de Isolda,Brangwen, havia preparado para a noite de npcias da princesa, com isso umapaixo cega toma conta deles, de tal forma que, quando chegam Cornualha, jso amantes. Comea ento o mrbido, mas interessante relato do casamento deIsolda com o j desconfiado Marco e a continuao de sua aventura com Tristo.Segue-se ento a descoberta e a fuga de Tristo para a Britnia, onde se casacom uma princesa s porque seu nome tambm era Isolda (ISolda das MosBrancas), no podendo consumar o casamento. Quando est prestes a morrer deuma infeco causada por uma seta envenenada, Tristo manda uma mensagem,implorando que Isolda da Irlanda viesse at ele, e ordena que, no retorno dobarco, deveriam estender velas brancas se a trouxessem e negras se ela noviesse. Quando as velas brancas so vistas se aproximando, sua esposa Isoldadiz que elas so negras. Angustiado, Tristo morre, e Isolda chega, para morrerao lado dele.

    Fatos e Mitos

    Os Anais da Pscoa

    Ahistria do Rei Arthur e de seus cavaleiros realmente apaixonante, tantoque no sculo XII ainda havia derramamento de sangue de bretes e ingleses,sendo que os primeiros lutavam em nome de Arthur. Mas quem foi Arthur? Elerealmente existiu? Se existiu, por que toda sua histria est envolta em lendas esem contedo histrico?

    Omais empolgante descobrir que Arthur realmente existiu. Como a Pscoa uma festa mvel, era necessrio fazer clculos para saber quando cairiam asprximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de clculos, existentes emvrias abadias, eram chamadas de Tabelas da Pscoa. Eram organizadas emcolunas, sendo que a coluna da mo direita era deixada em branco. Nela eramanotados os eventos de importncia relevante. Os itens desta coluna eramchamados de Anais de Pscoa.

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    comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas osespecialistas concordam que, quando novas tabelas de clculo eram feitas, osprincipais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas. NoMuseu Britnico h um mao de documentos conhecidos como Historical

    Miscellany (Coletnea histrica) que contm um conjunto de tabelas de Pscoa.Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua datadiscutida, j que o copista teria datado os registros a partir do ano em que seiniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Est escrito: "Batalha de Badon,na qualArthurcarregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por trsdias e trs noites, e os bretes foram vitoriosos". No segundo registro de 539, l-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthure Modred morreram. E houve pragas naBretanha e Irlanda". O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidnciahistrica que tambm Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cujaocorrncia registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "altima matana do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sidorefreado o avano saxnico no sudeste e no sudoeste". Alm disso, em umaconhecida histria marcada por ausncia de nomes prprios, Gildas, apesar deno falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importnciasingular.

    Os anais dizem que Arthur lutou por trs dias e trs noites, o que verossmil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici. O fatode Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possvel troca depalavras shield (escudo) por shoulder(ombros). A localizao da colina chamadaBadon controvertida, mas supe-se que deva estar localizada alm de Kent eEssex, na rota do avano saxnico.

    a partir desta batalha que a penetrao anglo-saxnica proveniente dosudeste se interrompe, quando j tinha atingido as fronteiras da plancie deSalisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio sculo maistarde. No sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram ossitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxes. Essareferncia e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha deCamlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bemestruturada fama de Arthur.

    A Historia Brittonum

    Em segundo lugar, em importncia como documento histrico, a coleo domonge gals Nnio, da metade do sculo VIII, onde, segundo ele, agrupou tudoaquilo que havia encontrado nos anais romanos, os escritos dos santos padres e atradio dos sbios. Esta coleo faz parte da Historical Miscellanny e conhecida como Historia Brittonum (Histria dos Bretes). Comea com arecapitulao de outros trabalhos, inclusive o clculo das seis era do mundo,iniciando com o Dilvio; a seguir vem o que chamado de seo independente,informaes das quais Nnio foi a nica fonte. Relata a carreira de Vortigern e o

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    estmulo dado aos saxes. Nnio conta a histria da descoberta, feita porVortigern, de um menino clarividente, chamado Ambrosius, cuja me confessa tersido ele gerado por um ncubo. Esse menino diz que o castelo que Vortigern seesfora tanto para construir no ficar em p e avisa-lhe para drenar o poo queele encontrar debaixo de suas fundaes. Assim que for esvaziado, nele se

    descobriro dois drages: um vermelho e outro branco que lutaro entre si. Obranco vence o vermelho e o menino diz que a luta prediz a vitria saxnica sobreos bretes.

    Depois dessa fbula vem uma passagem que, apesar de ter sido escritomuito tempo depois, ser to preciosa quanto os registros dos Anais da Pscoa.Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha,proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dosreis de Kent". A ascenso de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, deacordo com a Crnica Anglo-Saxnica. Nnio continua: "Ento, naqueles dias,

    Arthur lutou contra eles junto com os reis bretes, tendo sido o lder das batalhas".Isto mostra que, aps a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos depequenos reinos britnicos, uniram-se contra os saxes, sendo Arthurcomandante geral das tropas combinadas. No foi somente Nnio que afirmouque Arthur no foi um rei propriamente dito; em outro captulo do livro The Marvelsof Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, oumiles; Nnio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do tmulo de Anwr, filho de Arthur,o soldado.

    A prxima passagem rpida e misteriosa; uma lista das doze batalhasonde Arthur lutou, das quais apenas duas so passveis de identificao. Nnio dizque a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberlandcomo em Lincolnshire. A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhasaconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, emLincolnshire. A sexta foi em Bassas, nome que no foi traduzido. A stima foi aBatalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde. Aoitava foi na Tor Guinnion, lugar que no foi identificado geograficamente, mas assinalado pela narrao de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagemda Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagos teriam sidosexpulsos. A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester. Adcima foi na praia de Tribuit; a dcima primeira, na montanha de Agned; e adcima segunda no monte Badon, e foi a que Nnio disse que tinham cadonovecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur. Apesar deno ser possvel delinear com exatido onde ocorreram parece que as batalhasocorreram em uma rea ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvezat Northumberland ou, mais para o sul, at Lincolnshire; de Chester no oeste atalgum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com umavitria definitiva, estabelecendo, por fim, cinqenta anos de paz.

    O Reino de Camelot

    Lenda e Arqueologia

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    Camelot seria o reino onde Arthur estabelecera sua corte, mas onde ficavaCamelot e de onde teria surgido este nome?

    Supe-se que o nome Camelot, referindo-se suposta capital de Arthur,tenha sido dado pela primeira vez, no sculo XII, pelo romancista francs Chrtien

    de Troyes. No h nenhuma garantia histrica sobre a existncia de tal capital eessa idia s entra na histria depois que o general Arthur se transformoumitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptelafrancesa para camalodunum, nome romano de Colchester. Em 1542, umantiqurio chamado John Leland visitou a colina de Cadbury, em Somerset, queos habitantes chamavam de Palcio de Arthur, e ficou realmente convencido deque l ficava a Camelot de Arthur, o que levou a cham-la de Camelot einterpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo queoriginalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat. Essa associao infelizocultou as pretenses de cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur.

    Cadbury, prxima a Glastonbury, um monte de 75 metros de altura cujotopo se estende por 8 hectares. O monte cercado por quatro elevaes, umaacima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa. Em 1960, provou-seque o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraramocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para onvel do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo dacolina. Outro estgio das escavaes arqueolgicas revelou que a colina haviasido re-fortificada em 470 d.C., fato provado pela presena nos muros e pilares, defragmentos de cermica do estilo Tintagel do sculo V.

    Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, noPas de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth. O patrono deWillian Caxton, que editou a verso de Malory da lenda de Arthur, afirmava queexistia uma cidade de Camelot, no Pas de Gales, que parecem ser osremanescentes romanos de Caerleon. J Malory identificava Camelot como sendoa atual Winchester. No entanto, parece que as maiores evidncias so para aColina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, j que esta servia perfeitamentecomo quartel-general para algum que estivesse lutando no sudoeste daInglaterra, em uma batalha travada no permetro da plancie de Salisbury.

    Arthur, por Malory

    A Lenda ImortalizadaFoi atravs do romance de Sir Thomas Malory que a lenda do rei Arthur se

    cristalizou e tomou a forma que conhecemos hoje.

    Malory, segundo pesquisas recentes, fora acusado de uma srie de crimes:emboscada, roubo, estupro, roubo de gado e chantagem para extorso dedinheiro. s vezes estes crimes foram atenuadas, outras tantas vezes, negados,

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    mas, se tudo tivesse sido provado, Malory no seria nem o primeiro nem o nicoescritor cuja conduta teria sido altamente anti-social.

    Diz-se que Malory foi um cavaleiro de York que serviu, quando jovem, aRichard Beauchamp, conde de Warwick, e que por algum delito, real ou suposto,

    foi preso pouco antes de 1462. Acredita-se ainda que, naquele ano, acompanhouWarwick em uma expedio contra o exrcito que Margarida de Anjou recrutara naEsccia e trouxera Inglaterra, fazendo pilhagens pelo caminho. Quando Warwickvirou a casaca e se aliou a Lancaster, lutando contra o exrcito de Eduardo IV emBarnet, acredita-se que Malory mudou de lado tambm. Isto, se verdadeiro,explicaria porque, quando Eduardo IV, em 1468, expediu dois indultos a cavaleirosque lutaram com Lancaster, Malory no foi includo.

    Malory esteve na priso provavelmente em 1468 e acredita-se que tenhamorrido neste local, pois foi enterrado na Igreja dos Franciscanos, ao lado dapriso de Newgate. Tambm provvel que tenha terminado o livro na priso,pois no final da sua ltima obra escreve: "Rogo a todos vocs, damas ecavalheiros, que leiam este livro sobre Arthur e seus cavaleiros, do comeo ao fim,e que rezem por mim enquanto estiver vivo. Que Deus me d redeno e, rogo-lhes, rezem por minha alma quando eu j estiver morto".

    Apesar de aborrecida, a priso de Malory permitiu-lhe escrever um dosmaiores trabalhos sobre Arthur na lngua inglesa. Uma ampla coletnea dediversas fontes - parte traduo, parte adaptao -, que incluem versesmetrificadas da histria arthuriana: Morte Arthur (Morte de Arthur), de Thornton,

    Arthour and Merlin (Arthur e Merlin) e a verso em estrofes de Le Morte Artu (AMorte de Arthur); mas a principal fonte foram as cinco histrias, imensamentelongas, do Ciclo Popular Francs (ou Ciclo Breto). Outras partes do trabalho doqual nenhum original foi encontrado so consideradas de sua autoria. Comoconseguiu acesso a uma biblioteca para fazer suas pesquisas um mistrio.Confrontando-se o original de Malory com a forma conhecida, pode-se notar umagrande diferena estrutural. Isto revela o quanto o impressor mexeu na obra.

    William Caxton, que comeou a vida como vendedor de tecidos, fundou, em1474, a primeira editora inglesa. Foi ele quem editou a obra de Malory: Morted'Arthur, por causa da persuaso de vrios nobres e cavalheiros que, segundoele, perguntavam porque ele no imprimia a histria do famoso rei Arthur. ApsCaxton fazer a sua verso, cujo manuscrito desapareceu, nenhum exemplar dotexto de Malory foi encontrado, apesar de parecer que tinham sido feitos vriosexemplares deste trabalho. Somente aps a descoberta de um exemplar do textode Malory na Fellows' Libary, no Winchester College, em 1934, pde-sedemonstrar o quanto Caxton mexeu na obra original de Malory.

    Caxton disse que havia dividido o seu trabalho em vinte e um livros, cadaqual divididos em captulos. E fez mais: disfarou o fato de que Malory haviaescrito oito contos separados e independentes; alterou a ordem na qual Malory ostinha articulado e omitiu todos os finais escritos por Malory, exceto os ltimos, com

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    finalidade de fazer com que o livro parecesse no uma coleo de histrias, masum todo homogneo.

    F I M

    Traduzido por: ParsiphalRevisado por: Guinevere