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Características gerais:
Celomados
Protostômios
Triblásticos
Corpo segmentado com apêndices
articulados
Artrópodes
Exoesqueleto de quitina (polissacarídeo)
impermeável e resistente
Conseqüência: impede crescimento
Solução: muda ou ecdise (troca periódica do exoesqueleto)
Controlado pelo hormônio ecdisona
CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos artrópodes reflete a grande diversidade do filo. Isso a torna bastante complexa, envolvendo inúmeros grupos e subgrupos taxonômicos. O que veremos a seguir é uma simplificação desta classificação, na qual os artrópodes atuais podem ser divididos em: Classe Insecta
Classe Arachnida
Classe Crustacea
Classe Chilopoda
Classe Diplopoda
EXOESQUELETO
O exoesqueleto é o esqueleto externo dos artrópodes. Ele dá sustentação e proteção ao corpo do animal, sendo uma barreira física entre as partes moles do corpo e o ambiente, e evita também a perda de água.
A quitina que compõe o exoesqueleto é um material extraordinário. Pode constituir uma verdadeira armadura, como ocorre nos crustáceos (nos quais o exoesqueleto é impregnado com grande quantidade de sais de cálcio), mas se mantém fina e flexível nas juntas e articulações, facilitando os movimentos. Como a quitina é rígida e impermeável, proporciona sustentação, proteção mecânica e atua contra a desidratação, o que representa uma importante adaptação à vida em meio terrestre.
EXOESQUELETO
O período entre duas mudas sucessivas é conhecido como intermuda, durante o qual o crescimento do animal é muito lento, feito às custas de proteínas e outros compostos orgânicos sintetizados, repondo os fluidos absorvidos após a ecdise.
O grande aumento de tamanho e peso ocorro no período imediatamente seguinte à muda, quando a cutícula mole pode ainda ser distendida. Assim, o crescimento dos artrópodes tem uma certa continuidade, embora com variações de intensidade. A duração das intermudas torna-se maior à medida que o animal envelhece. Alguns artrópodes, como as lagostas e a maioria dos caranguejos, continuam sofrendo mudas durante toda a vida. Outros, como os insetos e as aranhas, cessam as mudas quando atingem a maturidade sexual.
A muda é controlada por hormônios, como a ecdisona, secretados por glândulas especiais, e que circulam pela corrente sangüínea, atuando diretamente sobre as células epidérmicas. Há inclusive hormônios encarregados de regular a produção de ecdisona.
Respiração
Nos artrópodes, podem ser encontrados
três tipos diferentes de estruturas
respiratórias:
• as brânquias
• as traquéias
as filotraquéias ou pulmões foliáceos
Circulação
O sistema circulatório dos artrópodes é do tipo aberto, no qual o sangue deixa os vasos e passa a fluir por espaços livres entre os tecidos, as lacunas ou hemoceles.
O coração muscular fica situado dorsalmente e bombeia o sangue para todo o corpo. Aracnídeos e crustáceos possuem sangue quase incolor, contendo hemocianina como pigmento respiratório, responsável pelo transporte gasoso.
Excreção
Os sistemas excretores dos artrópodes retiram excretas nitrogenadas das lacunas sangüíneas e, através de diferentes estruturas, eliminam-nos para o meio exterior. Estas estruturas são:
• os túbulos de Malpighi são típicos dos artrópodes terrestres, como os insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes. São tubos alongados que retiram excreta das hemoceles e descarregam-nos no interior do intestino, de onde são eliminados com as fezes.
• as glândulas coxais, típicas dos aracnídeos, são estruturas saculiformes de parede delgada que eliminam os resíduos através de dutos que se abrem nas coxas das patas.
• as glândulas verdes ou antenais existem nos crustáceos. Estão situadas na cabeça e eliminam os resíduos por meio de dutos que se abrem na base das antenas. É comum também a eliminação de excretas através da superfície do corpo ou pelas brânquias.
O principal produto de excreção nitrogenada dos aracnídeos é uma substância chamada guanina. Em crustáceos, a amônia é o principal produto de excreção e, nos insetos, o ácido úrico. Ácido úrico e guanina são materiais de baixa toxidade e requerem pouca água para sua eliminação. Isso representa uma economia de água para o animal, constituindo-se em outra adaptação à vida em meio terrestre.
Sensibilidade
Há um alto grau de cefalização nos artrópodes, com um cérebro mais avantajado em relação aos celenterados por exemplo. Há também um grande desenvolvimento dos órgãos sensoriais, levando a padrões de comportamento mais complexos. A estrutura do sistema nervoso é semelhante àquela encontrada nos anelídeos, ou seja, é ganglionar ventral. Há um par de gânglios cerebrais situados dorsalmente, de onde parte uma dupla cadeia ganglionar ventral, com pequenos gânglios segmentares.
Órgão sensorial
São comuns os pêlos sensitivos e cerdas
que, quando se movem, estimulam receptores
na sua base, estando colocado tanto no corpo
quanto nas patas e antenas. Cavidades do
exoesqueleto podem conter quimioreceptores
ou estarem cobertas por membranas que
captam vibrações. As antenas contem
quimioreceptores e desempenham função
olfativa e acústica.
Reprodução
Os artrópodes, em geral, são dióicos. As formas terrestres têm fecundação interna, utilizando apêndices modificados na copulação. Já as formas aquáticas podem realizar externa ou interna. A maioria das formas apresenta estágio larval, sendo o estágio adulto atingido através de metamorfose. Mecanismos de corte precedem a copulação em diversas formas.
CLASSE INSECTA
têm o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome.
Apresentam um par de antenas e três pares de patas.
Podem ter asas, sendo os únicos invertebrados capazes de voar.
Representam cerca de 90% de todos os artrópodes (aproximadamente 900 mil espécies).
Entre os representantes mais conhecidos, podem ser citados os gafanhotos, formigas, besouros e borboletas.
Classe insecta
Os insetos perfazem mais de 1 milhão
espécies (fato que justifica uma ciência
para os estudar – entomologia), sendo
os mais abundantes, mais bem
sucedidos e mais diversamente
distribuídos dos animais terrestres. No
entanto, estima-se que possam existir
entre 5 e 10 milhões.
Caracterização dos insetos
As principais características dos insetos incluem cabeça, tórax e abdome distintos, todos com função determinada.
A cabeça suporta o aparelho bucal, cuja forma e composição pode ser muito variada, e a maioria dos órgãos sensoriais (olhos e antenas). Apresenta, assim, os seguintes apêndices:
um par de antenas;
armadura bucal - formada por peças especializadas em mastigar, sugar ou lamber e que inclui:
um par de mandíbulas;
um par de maxilas;
Classe insecta
Aparelhos bucais
Associado à boca destes invertebrados existe um conjunto de peças, chamado, aparelho bucal. Sua forma varia de acordo com os hábitos alimentares de cada tipo de inseto. Os aparelhos bucais podem ser classificados em cinco tipos, segundo sua função. São os seguintes:
- sugador => no caso da mosca e da borboleta; - picador-sugador => no caso dos mosquitos e dos piolhos; - mastigador ou triturador => no caso do gafanhoto, do grilo, da barata e dos besouros; - pungitivo => o caso das cigarras; e - lambedor-sugador => no caso das abelhas.
Metamorfose nos insetos
Chama-se metamorfose o conjunto de transformações externas e internas que o inseto sofre desde o ovo até o estágio adulto.
Os insetos que passam por uma metamorfose muito simples, pois já nascem com o aspecto dos adultos, chamam-se ametábolos - a traça é um exemplo.
Os insetos de metamorfose incompleta, ou hemimetábolos, são ninfas em seus estágios iniciais. Una ninfa é quase sempre muito parecida ao estágio adulto – chamado imago-. Por exemplo: eles já têm olhos como os adultos, e não ocelos como as larvas; já têm patas verdadeiras; e esboços de asas. Esse tipo de desenvolvimento aparece nos percevejos, nos gafanhotos, nos pulgões...
Por último, os que passam pela metamorfose completa (holometábolos) atravessam várias etapas. No estado larval eles são muito diferentes dos adultos: não têm olhos compostos, nem patas, nem esboços de asas.
Os insetos e o ser humano
Aspectos positivos
Algumas espécies têm papel fundamental na polinização de flores. Ex: abelhas.
Muitos insetos são usados em técnicas de controle biológico, auxiliam o homem no combate a espécies nocivas. Ex: joaninha.
Aspectos negativos
Ataque a plantações. Exs: bicudo, pulgão, etc.
Transmissão de doenças.
Prejuízos domésticos. Exs: traças, cupins.
crustáceos
Os crustáceos (do latim crusta, ‘crosta’) são artrópodos caracterizados principalmente pelo corpo protegido por uma crosta formada pelo espesso exoesqueleto quitinoso (casca de camarão), a qual ainda é freqüentemente impregnada de sais calcários (casca de siri). Durante a muda para o crescimento, os crustáceos largam a sua crosta e, durante um certo período, apresentam-se desprotegidos. É o que se observa com o popular "siri mole", encontrado nas praias ou escondido nas pedras.
Habitat dos crustáceos
São animais predominantemente
aquáticos, marinhos e dulcícolas.
Podem viver na areia das faixas
litorâneas (caranguejo), em terra
úmida(tatuzinho-de-jardim), e algumas
espécies, como as cracas, vivem fixas
às rochas, pilares de pontes, cascos de
navios, etc.
Diferenciação entre siri e
caranguejo
Caranguejo
Cefalotórax quadrado, trapezóide ou
arredondado.
O último par de patas não é transformado em
remos
Siri
Cefalotórax elíptico com a margem anterior
denteada.
Tem o último par de patas transformadas em
remos.
Aracnídeos
Esta classe compreende artrópodes
incorretamente confundidos com os
insetos. Mas distinguem-se deles
nitidamente pela divisão do corpo, pelo
número de patas e pela ausência de
antenas. Como aracnídeos, são
englobados as aranhas, os escorpiões,
os carrapatos, os pseudo-escorpiões e
os opilões.
ARACNÍDEOS
Principais características
Corpo dividido em cefalotórax e abdome.
Possuem quatro pares de patas (animais octópodes).
Ausência de antenas (são áceros).
Presença de palpos (apêndices semelhantes a patas, mas sem finalidade de locomoção; servem para prender vítimas e alimentos ou possuem função sexual).
Muitas espécies venenosas e perigosas. Outras são parasitas (sarna, acne, carrapatos), ocorrendo, através de algumas, a transmissão de doenças infecto-contagiosas.
Na maioria, a respiração por filotraquéias ou pulmões-livro.
São a maioria terrestres, vivendo sob troncos, pedras, buracos no solo, em vários habitats, desde o nível do mar até altas montanhas.
ARACNÍDEOS
Escorpinídeos
O corpo é dividido em cefalotórax e abdome
Cefalotórax — onde se localizam as quelíceras, que servem para triturar o alimento, os pedipalpos, atuam como pinças preensoras, e quatro pares de patas.
Abdome ¾ localizam-se as glândulas de veneno, numa dilatação denominada télson, portadora do aguilhão.
Respiração por filotraquéias.
Comuns nos locais de clima quente ou temperado. Há diversas espécies com dimensões e coloridos muito variados.
As espécies mais comuns são o Tytius bahiensis e o Tytius serrulatus.
ARACNÍDEOS
Os ácaros (do latim acarus, ‘carrapato’) compreendem pequenos artrópodes de corpo mal delimitado, pois o cefalotórax e o abdome parecem fundidos numa peça única globosa ou achatada, discóide.
Muitas espécies atuam como parasitas de plantas diversas.
Outras parasitam animais diversos, inclusive o homem. Ex: Sarcoptes scabiei (causador da sarna por sua multiplicação e irritação das camadas profundas da pele) e Demodex folliculorum (encontrado nos folículos pilosos e glândulas sebáceas da pele humana, agravando as manifestações de acne ou cravo).
Existem ainda os ácaros que se nutrem de matéria orgânica em decomposição, de pêlos, de penas e de resíduos epiteliais. Ex: O Dermatophagoides farinae.
Entre os ácaros conhecidos como carrapatos, estão os hematófagos, que sugam o sangue de animais selvagens e domésticos e também do homem.
Opiliões
Artrópodes frágeis, com certa semelhança com as aranhas, mas dotado de corpo muito pequeno e pernas exageradamente longas.
Inofensivos.
Vivem em cantos das casas e nos banheiros velhos.
Em função das pernas muito longas, apresentam um andar bamboleante.
Exemplo: Phalalgium sp., vulgarmente conhecido como opilião ou budum.
ARACNÍDEOS
FUNÇÕES
Sistema Digestivo
É do tipo completo e a digestão é extra-celular e extra-intestinal, nas aranhas, onde seus sucos digestivos são injetados no corpo das presas (local onde é feita a digestão do animal).
A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquidos. Injeta-lhe saliva e depois aspira o líquido resultante da digestão dos órgãos da presa.
Sistema Circulatório
A circulação é lacunar e o coração é dorsal no abdome. O "sangue" é formado por um plasma, contendo amebócitos e hemocianina como pigmento respiratório. É comum chamar a hemolinfa o líquido circulatório dos artrópodes.
Sistema Excretor
A excreção é feita por um par de Tubos de Malpighi, ramificados, e ainda um ou dois pares de glândulas coxais situadas no assoalho do cefalotórax (excretam por ductos que se abrem entre as pernas).
Sistema Nervoso
Apresentam um cérebro, ligado por um anel nervoso a uma cadeia ganglionar ventral, semelhante aos insetos.
Sistema Sensorial
Como órgão visuais há os ocelos, com função táctil, há os pedipalpos e há células quimioreceptores nos apêndices.
Reprodução
São animais de sexos separados, com diformismo sexual e fecundação interna. Nas aranhas o macho utiliza o pedipalpo como o órgão copulador. São ovíparos e vivíparos (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto. Há partenogênese em alguns ácaros.
Quilópodes
Conhecidos como lacraias ou centopéias, os quilópodes são animais terrestres agressivos. Seu veneno é muito doloroso.
Têm corpo longo, cilíndrico, ligeiramente achatado dorsoventralmente segmentado em numeroso anéis, nos quais se prendem as patas articuladas (um par para cada segmento).
A divisão do corpo é simples, compreendendo apenas a cabeça e o tronco.
Além do par de antenas, a cabeça é dotada de peças bucais adaptada para a inoculação de peçonha e um par de olhos simples.
Na extremidade posterior do tronco, observa-se um par de apêndices que simulam um aguilhão, freqüentemente enganando as pessoas, que julgam estar ali o órgão injetor da peçonha.
São dotados de sistema digestivo completo.
A excreção se dá por túbulos de Malpighi.
Apresentam respiração traqueal.
São dióicos, com fecundação interna.
Carnívoros, alimentam-se de insetos diversos.
DIPLÓPODES
Conhecidos como gongolôs, embuás ou piolhos-de-cobra, são artrópodes terrestres.
O corpo dividido em cabeça, um pequeno tórax e um abdome longo.
Além de um par de antenas, a cabeça é dotada de peças bucais e dois ocelos.
Possuem dois pares de patas em cada anel.
Organismos dióicos.
São todos inofensivos, já que não possuem glândulas secretoras de peçonha.
Vivem em buracos no solo. Enroscam-se quando agredidos.
Diferenciação entre
quilópodes e diplópodes
Quilópodes
Apresentam movimentos rápidos;
São carnívoros;
Têm um par de antenas longas;
Produzem veneno;
Dotados de patas longas;
Incapazes de enrolar-se;
Corpo mais achatado;
Menor número de segmentos.
Diplópodes
Apresentam movimentos lentos;
São herbívoros;
Têm um par de antenas curtas;
Não produzem veneno;
Dotados de patas curtas;
Capazes de enrolar-se em espiral;
Corpo mais circular;
Maior número de segmentos.
ARANHAS
ESPÉCIES PERIGOSAS
Phoneutria nigriventer (aranha armadeira) :Coloração marrom, com pares de manchas ao longo da parte dorsal do abdômen; possuem oito olhos em três filas: 2:4:2; de 4 a 5 cm de corpo, podendo atingir até 12 cm, incluindo as pernas. Vivem em bananeiras, sob troncos caídos, bem como, próximo e dentro das moradias; não fazem teia e assumem posição de defesa quando se sentem ameaçadas.
ARANHAS
Loxosceles spp (aranha marrom) : coloração
marrom avermelhado; cefalotórax achatado;
seis olhos em três pares; apresentam até 1 cm
de corpo e 3 a 4cm incluindo as pernas.
Costumam alojar-se em fendas de barrancos,
pilhas de telhas, cavernas, sob cascas de
árvores, bem como, próximo e dentro das
moradias.
ARANHAS
Latrodectus curacaviensis (viúva-negra): conhecida como flamenguinha e aranha barriga vermelha. Possui abdômen globoso de coloração preta com faixas vermelhas e, por vezes, alaranjada; apresenta no ventre uma mancha vermelha em forma de ampulheta; oito olhos em duas filas: 4:4; fêmeas com 1 cm de tamanho; machos muito menores com apenas alguns milímetros de corpo; constroem teias tridimensionais em áreas de plantações, vegetação rasteira, sauveiros, cupinzeiros, materiais empilhados, objetos descartados, montes de lenha, beiras de barrancos e no interior das moradias.