artistas afro-brasileiros
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"Saga dos Matizes”
De acordo com o curador da mostra Tom Ruthz, SAGA DOS MATIZES é uma reverência à
trajetória do afrodescendente e sua influência na cultura, nos costumes e no crescimento sócio-econômico do Brasil.
"A idéia é oportuna, pois cada um dos artistas estará exaltando a participação do
negro em nossa cultura, sem necessariamente se prender a temas afros",
declara.
Waldomiro Nascimento (MIRO)
Waldomiro Nascimento (MIRO) - SP- sua pintura é contemporânea e
figurativa. Apesar das figuras terem rosto velado e rabiscado, as formas se expressam através dos
detalhes, que estão nas cores vibrantes e puras. Tudo dentro de
uma harmonia simbólica
MIRO
Walter Caldeira
Walter Caldeira - SP) - publicitário e designer, ele conserva em sua pintura a liberdade. Ele dirige o
observador a vislumbrá-la através da fenda de um papel ou tecido
rasgado, como se o mistério tivesse que ser mostrado aos poucos, e em doses exatas da
curiosidade do espectador.
Walter Caldeira
Tom Ruthz
Tom Ruthz - São Paulo - curador da Exposição "Saga dos Matizes".
Ex-ator, autodidata, iniciou sua produção pintando em tecidos e
camisetas, no Rio de Janeiro, desenvolveu retratos em carvão.
Em São Paulo, chegou a fazer retratos na Praça da República e
Embú das Artes.
Leciona na Galeria Finarte e em vários espaços culturais. Expôs pelo Brasil e
Itália. Desenvolveu a pintura realista e passou a pintar cavalos, ganhando
inclusive o apelido de "Tom dos Cavalos". Hoje retrata com perfeição
paisagens, figuras, do clássico ao contemporâneo. Dedica-se em pintar
a mulher negra, reproduzindo sua alma.
Tom Rutz
João Cândido
João Cândido - SP - pintor e escultor mineiro, desenvolveu sua arte no
município de Embú "das Artes" (Grande SP). Seu trabalho mostra o folclore mineiro e o paulista. Suas figuras coloridas, com homens e
mulheres mulatos e alegres em cenas populares. Ele festeja através de sua
pintura.
João Cândido
João Cândido
Tandu
Tandu - Angola - autodidata, aprendeu com o pai a arte de areia sobre tela e raspagem.
Suas obras talhadas nas espátulas com multicores fazem
imensa viagem pelas raízes culturais angolanas.
Sua estilização expressionista, empresta forma e movimento
ao corpo humano, passando por um fundo cubista. Além do óleo
sobre tela, ele trabalha com raspagem e areia sobre tela.
Tandu
Outros artistas brasileiros
HEITOR DOS PRAZERES (1898-1966)Compositor e pintor nascido e falecido
no Rio de Janeiro, foi um sambista pioneiro, participando da fundação
das escolas de samba da Portela e da Mangueira. Rubem Braga, no seu texto Três primitivos, narra seu
passado de menino de rua e suas parcerias musicais com os sambistas
Sinhô e Noel Rosa.
A sua carreira de pintor só foi iniciada em 1936, tendo como
inspiração o samba e o cotidiano dos morros cariocas, onde a sua gente aparecia nos seus quadros com o rosto em perfil, o corpo de frente e “os dentinhos de fora”.
Tornou-se prestigiado após a sua participação na I Bienal de São Paulo, em 1951, e foi um dos representantes da delegação
brasileira no Festival Mundial de Arte Negra, em Dacar
(Senegal,1966).
HEITOR DOS PRAZERES
MESTRE DIDI (1917)Nome pelo qual se fez conhecido
Deoscóredes Maximiliano dos Santos, nascido em Salvador. Além de açobá, Mestre Didi é alto dignatário do culto
dos ancestrais na Bahia. O seu livro mais conhecido, publicado em 1962 e
reeditado, intitula-se Contos negros da Bahia.
Os seus trabalhos, de cunho ritual, são sobretudo esculturas feitas
com produtos naturais.Na contemporaneidade do século
XX, os artistas negros enveredaram por várias escolas, sem que, no entanto, deixassem de marcar a
sua afro-brasilidade.
A dimensão dedicada a este trabalho não permite – e também não é tão
necessária – uma introdução, como foi feita nos capítulos anteriores.
Limitamo-nos assim, a pequenos verbetes de alguns dos artistas
considerados relevantes. Seguimos a ordem cronológica.
DJANIRA DA MOTTA E SILVA (1914-79)
Embora não tivesse sangue negro, dedicou grande atenção à cultura e às tradições africanas. Descendente de
índios guaranis e de austríacos, nasceu no interior de São Paulo e foi morar na
capital, onde passou uma vida de privações. Contraiu tuberculose aos 23
anos, mas conseguiu sobreviver.
Mudou-se para o Rio, onde trabalhou como modista e cozinheira, contudo
logrou conseguir aulas de pintura com Emeric Marcier e freqüentou o Liceu
de Artes e Ofícios. Começou a expor a partir de 1942, com ampla aceitação
da crítica e dopúblico.
Fez o retrato apaixonado de sua terra e sua gente,sem jamais recorrer ao anedótico, sem
concessões aofácil e ao pitoresco. Nunca se considerou uma pintora
ingênua.
DJANIRA DA MOTTA E SILVA