artigoteoria da argumentaÇÃo jurÍdica em manuel atienza e acesso À justiÇa: uma anÁlise do jus...

26
MARTINS, Queila Jaqueline Nunes; ANJOS, Ester Dorcas Ferreira dos. Teoria da argumentação jurídica em Manuel Atienza e acesso à justiça: uma análise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cíveis. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.8, n.3, 3º quadrimestre de 2013. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1577 TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA EM MANUEL ATIENZA E ACESSO À JUSTIÇA: UMA ANÁLISE DO JUS POSTULANDI NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS MANUEL ATIENZA'S THEORY OF LEGAL ARGUMENTATION AND ACCESS TO JUSTICE: AN ANALYSIS OF THE JUS POSTULANDI ON THE SMALL CLAIMS COURTS Queila Jaqueline Nunes Martins 1 Ester Dorcas Ferreira dos Anjos 2 Sumário: Introdução; 1. Acesso à Justiça nos Juizados Especiais Cíveis; 2. Teoria da Argumentação Jurídica e Linguagem Jurídica; 3.O Jus Postulandi nos Juizados Especiais Cíveis e o Acesso à Justiça; Considerações Finais; Referências das fontes citadas. Resumo A presente pesquisa tem como objeto de estudo o Jus Postulandi nos Juizados Especiais Cíveis, previsto no art. 9º, da Lei nº 9.099/95, a partir de fundamentos dispostos na Teoria da Argumentação Jurídica de Manuel Atienza, buscando discutir em que medida o cidadão que faz uso do Jus Postulandi do art. 9º, da Lei nº 9.099/95 consegue garantir o Acesso e a Efetividade da Justiça almejada, diante da complexidade da Linguagem Jurídica que se impõe em uma Argumentação Jurídica. Sendo assim, a pesquisa se inicia com uma abordagem sobre o Juizado Especial Cível, demonstrando a finalidade de sua instituição como uma proposta de Acesso à Justiça ao cidadão. Procura trazer à compreensão alguns elementos da Teoria da Argumentação Jurídica de Manuel Atienza e o posicionamento de outros autores sobre a questão da Linguagem Jurídica e da Argumentação Jurídica. Busca situar o distanciamento que há entre o cidadão do povo e a Linguagem Técnica Jurídica, e, por consequência, da própria Argumentação Jurídica. Considera, em final, que não é possível afirma-se com segurança que o Acesso à Justiça 1 Mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Coordenadora do Curso de Relações Internacionais da UNIVALI. Professora dos Cursos de Direito e Relações Internacionais da UNIVALI. Juíza Leiga no Juizado Especial Cível da Comarca de Balneário Camboriú/SC. Email: [email protected] 2 Mestranda em Ciências Jurídicas na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Professora dos Cursos de Direito e Relações Internacionais da UNIVALI. Email: [email protected]

Upload: danielmayerle

Post on 18-Aug-2015

26 views

Category:

Documents


17 download

DESCRIPTION

A presente pesquisa tem como objeto de estudo o Jus Postulandi nos JuizadosEspeciais Cíveis, previsto no art. 9º, da Lei nº 9.099/95, a partir de fundamentosdispostos na Teoria da Argumentação Jurídica de Manuel Atienza, buscando discutirem que medida o cidadão que faz uso do Jus Postulandi do art. 9º, da Lei nº9.099/95 consegue garantir o Acesso e a Efetividade da Justiça almejada, diante dacomplexidade da Linguagem Jurídica que se impõe em uma Argumentação Jurídica.Sendo assim, a pesquisa se inicia com uma abordagem sobre o Juizado EspecialCível, demonstrando a finalidade de sua instituição como uma proposta de Acesso àJustiça ao cidadão. Procura trazer à compreensão alguns elementos da Teoria daArgumentação Jurídica de Manuel Atienza e o posicionamento de outros autoressobre a questão da Linguagem Jurídica e da Argumentação Jurídica. Busca situaro distanciamento que há entre o cidadão do povo e a Linguagem TécnicaJurídica, e, por consequência, da própria Argumentação Jurídica.

TRANSCRIPT

MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1577 TEORIA DA ARGUMENTAO JURDICA EM MANUEL ATIENZA E ACESSO JUSTIA: UMA ANLISE DO JUS POSTULANDI NOS JUIZADOS ESPECIAIS CVEIS MANUEL ATIENZA'S THEORY OF LEGAL ARGUMENTATION AND ACCESS TO JUSTICE: AN ANALYSIS OF THE JUS POSTULANDI ON THE SMALL CLAIMS COURTS Queila Jaqueline Nunes Martins1 Ester Dorcas Ferreira dos Anjos2 Sumrio:Introduo;1.AcessoJustianosJuizadosEspeciaisCveis;2. TeoriadaArgumentaoJurdicaeLinguagemJurdica;3.OJusPostulandinos Juizados Especiais Cveis e o Acesso Justia; Consideraes Finais; Referncias das fontes citadas. Resumo ApresentepesquisatemcomoobjetodeestudooJusPostulandinosJuizados Especiais Cveis, previsto no art. 9,da Lein 9.099/95, a partir de fundamentos dispostos na Teoria da Argumentao Jurdica de Manuel Atienza, buscando discutir emquemedidaocidadoquefazusodoJusPostulandidoart.9,daLein 9.099/95 consegue garantir o Acesso e a Efetividade da Justia almejada, diante da complexidade da Linguagem Jurdica que se impe em uma Argumentao Jurdica. Sendoassim,apesquisaseiniciacomumaabordagemsobreoJuizadoEspecial Cvel, demonstrando a finalidade de sua instituio como uma proposta de Acesso Justia ao cidado. Procura trazer compreenso alguns elementos da Teoria da Argumentao Jurdica de Manuel Atienza e o posicionamento de outros autores sobre a questo da Linguagem Jurdica e da Argumentao Jurdica. Busca situar odistanciamentoquehentreocidadodopovoeaLinguagemTcnica Jurdica, e, por consequncia, da prpria Argumentao Jurdica. Considera, em final,quenopossvelafirma-secomseguranaqueoAcessoJustia

1MestreemGestodePolticasPblicaspelaUniversidadedoValedoItajaUNIVALI. Coordenadora do Curso de Relaes Internacionais da UNIVALI. Professora dos Cursos de Direito e Relaes Internacionais da UNIVALI. Juza Leiga no Juizado Especial Cvel da Comarca de Balnerio Cambori/SC. Email: [email protected] 2MestrandaemCinciasJurdicasnaUniversidadedoValedoItajaUNIVALI.Professorados Cursos de Direito e Relaes Internacionais da UNIVALI.Email: [email protected] MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1578 previstonoart.9,daLein9.099/95garantiadarealizaodaefetiva JustiaaoCidado.HumagrandedistnciaentreodiscursodeAcesso JustiaearealizaodaJustiapostulada,namedidaemqueaLinguagem JurdicaaindaumobstculoaoplenoconhecimentodoDireitoe,faceaeste obstculo,apostulaopormeiodeumamelhorArgumentaoJurdicafica prejudicada e pode conduzir o cidado a um resultado desfavorvel e Injusto. Palavraschave:TeoriadaArgumentaoJurdica.AcessoJustia.Jus Postulandi. Juizados Especiais Cveis. ABSTRACT ThisresearchaimstostudytheJuspostulandiinBrazil'sSmallClaimsCourts provisionsofArticle9ofLawn.9.099/95,fromfundamentalsarrangedinthe Manuel AtienzasTheory of Legal Argumentation, trying to discuss the extent to which citizen makes the use of Jus postulandi Article 9 of Law No. 9.099/95 can ensureaccessandEffectivenessofJusticedesired,duetothecomplexityof Legal Language that is imposed on a Legal Argumentation. So, the search starts with an approach to the Small Claims Court, the purpose of demonstrating their institutionasaproposalforAccesstoJusticetothecitizen.Seektobring understandingofsomeelementsoftheManuelAtienzasTheoryofLegal ArgumentationandpositioningofotherauthorsontheissueofLegalLanguage and Legal Argument. Seeks to situate the gap that exists between the citizen and theLanguageLegalTechnical,andthereforeowntheLegalArgumentation. Considers,intheend,youcannotbesafelytoaffirmthattheaccesstojustice provisionsofArticle.9ofLawNo.9.099/95aretheguaranteeoftheeffective implementation of the Justice Citizen. There is a big gap between the discourse of access to justice and the realization ofjustice positedas the Legal Language stillisabarriertoknowledgeofthelawand,inthefaceofthisobstacle,the postulation by a better Legal Argumentation is impaired and may lead citizens to an unfavorable outcome and Unfair. Keywords:TheoryofLegalArgumentation.AccesstoJustice.Jus postulandi. Small claims courts. INTRODUO Apropostadoestudolevaroleitorreflexosobreo JusPostulandi previsto no art. 9, da Lei n 9.099./95 e em que medida o cidado que faz uso deste Jus PostulandiconseguegarantiroAcessoeaEfetividadedaJustiaalmejada,diante dacomplexidadedaLinguagemJurdicaqueseimpeemumaArgumentao Jurdica. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1579 A sociedade sempre tentou, de alguma forma, encontrar solues para resolver os problemaselitgiosqueaportavamnombitodaconvivnciahumana.Desdeos primrdiosdahumanidadesefalanosAncios,nosJuzesdePaz,pessoas Conciliadoras, que se alguma forma intervinham nos conflitos da comunidade para tentarem em conjunto resolverem os litgios que surgiam na convivncia social. OsJuizadosEspeciaisCveis,antesdenominadosJuizadosdePequenasCausas, foram fruto e reflexo deste movimento histrico, objetivando se consistirem em um Juzo clere, simples, eficaz, descomplicado, mais oral do que escrito, para atender asdemandasdemenorcomplexidadeaelessubmetidas.Emhomenagematoda esta reivindicao social, a Lei previu, ainda, a possibilidade de o cidado brasileiro defender-se sem assistncia profissional de um advogado, naquelas causas que no ultrapassem o valor de at vinte salrios mnimos. Em que pese toda esta inteno de Acesso Justia, facilitao do Direito de Defesa etc.,este estudo busca verificar se este cidado tem reais condies de exercer o contraditrio e a ampla defesa num contexto jurdico. Istoporqueocontextojurdicolida,sobretudo,comalinguagemjurdica,coma argumentaojurdica,oquedemandaoconhecimentoplenodosdireitose deveres, o que, deveras, de desconhecimento da maioria da populao brasileira. Portanto, afirmar que um sujeito tem Acesso Justia s porque no necessita de assistnciadeumadvogadonosignificaafirmarqueeletemagarantiado exerccio pleno do Direito e de que possa realizar uma boa argumentao jurdica, minimamente em p de igualdade com o litigante adverso, ao ponto de alcanar o resultadoalmejadonademanda,equelhesejaumresultadojusto.Alinguagem jurdica tcnica e especfica. E se distancia e muito da linguagem comum do povo. Este um bice, portanto, ao exerccio do Jus Postulandi do art. 9, da Lei n 9.099/95. Assim, a pesquisa avaliar a hiptese de que o Jus Postulandi previsto no art. 9, da Lein9.099/95nogarante,emtodososcasos,oefetivoAcessoJustia,pois acessar a justia no somente adentrar os portes do Judicirio, mas , acima detudo,tercondiesplenasdeexercciodoDireito,eoexercciodoDireito MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1580 demandaoconhecimentodalinguagemjurdicaparaquesepossaargumentar juridicamente, garantindo-se, assim, os Direitos Fundamentais do cidado, previstos constitucionalmente. 1. ACESSO JUSTIA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CVEISO artigo 9, da Lei n 9.099/95, a Lei que instituiu os Juizados Especiais, previu apossibilidadede,nascausascveisdevaloratvintesalriosmnimos,as partescomparecerempessoalmenteemJuzoparapropugnaremseuspedidos, sem assistncia de advogados; nas de valor superior, a assistncia obrigatria. Diz o referido texto legal:Art.9Nascausasdevaloratvintesalriosmnimos,as partescompareceropessoalmente,podendoserassistidas poradvogado;nasdevalorsuperior,aassistncia obrigatria. 1Sendofacultativaaassistncia,seumadaspartes comparecerassistidaporadvogado,ouseoruforpessoa jurdicaoufirmaindividual,teraoutraparte,sequiser, assistnciajudiciriaprestadaporrgoinstitudojuntoao Juizado Especial, na forma da lei local. 2 O Juiz alertar as partes da convenincia do patrocnio por advogado, quando a causa o recomendar. Assim, definiu-se que o Jus Postulandi nos Juizados Especiais Cveis, neste caso especfico,podepertencerexclusivamenteaocidado,nosendonecessriaa assistncia tcnica obrigatria de Advogado/Profissional. TaldesideratotraduzafinalidadeprecpuadoLegisladorde1995degarantiro AcessoJustiasemembaraosaocidado,possibilitandoque,sema necessidadedepagamentodecustasprocessuaisouhonorriosadvocatcios, pudesseojurisdicionadopostulardeformasimplificadaegratuitaoseupleito peranteoPoderJudicirio,comaintenolatentedeconsolidarumamaior celeridade, oralidade e simplicidade s causas que no suplantassem o patamar MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1581 devintesalriosmnimos,reconhecidasestas,ento,comocausasdemenor complexidade3. Tal letra da Lei n 9.099./95 (art. 9) resultou de um movimento social vigente noBrasilem1995eemalgunsanosquelheantecederam,denominado Movimento de Acesso Justia, decorrente da Constituinte Originria de 1988 e dos reflexos dos Movimentos Sociais de Democratizao do Pas e Cidadania, que apregoavamofundamentalprincpiodoAcessoJustiacomometaaser alcanadanoEstadoDemocrticodeDireitoenoDireitoProcessualBrasileiro como um todo. EspecificamentenestecontextodacriaodaLei9.099/95,coloca-seuma questo:oqueseriaesteapregoado MovimentodeAcessoJustiaequaisos seus reflexos em relao criao da Lei 9.099/95? AcessoJustiareconhecidocomoumDireitoFundamentalaserobservado para que todos os demais Direitos sejam garantidos em suas efetividades. ExpressonaConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilde1988,emseu artigo 5, XXXV, o direito de Acesso Justia para todos se constitui em um dos

3AdotamosoentendimentodequeCausasdeMenorComplexidadesodirecionadaspordois critriosdistintos,quaissejam,quantitativo(noqualsepodeincluirovalordacausaat40 salrios mnimos) e um qualitativo, que define as causas cveis de menor complexidade. A regra de exigncianonosentidodecumulaodeambos,masapresenadeapenasumdesses requisitos, e ser a anlise do caso concreto que ir possibilitar a fundamentao adequada em um dosrequisitosapontados.AcriaodosJECslogra,primordialmente,ampliardeformaa proporcionar populao abastada um efetivo Acesso Justia, compreendido para alm de mero acessoaumrgojurisdicional,masoacessoaumaordemjurdicaquesepejusta.Dessa maneira, e como forma de regulamentar as causas aforadas pela competncia do JEC, o artigo 3, doaludidodiplomalegal,enumeraashiptesesdecabimentoparaingressodeaopelo procedimento sumarssimo, sendo o valor da causa uma das possibilidades de um total de quatro incisos.A prxis, entretanto,demonstraqueovalordacausa,namaioriadasvezes,temsido utilizado como critrio nico para definio da competncia, inclusive cumulativamente s demais hiptesestrazidaspelosincisosIaIV,doartigo3,daLein9.099/05.Faz-senecessrio, primordialmente, pautar a anlise pelo critrio da menor complexidade, tal qual estabelecido pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 e reproduzido pela Lei n 9.099/95, como forma de proporcionar o almejado Acesso Justia. GROSSI,NairaSouza,CORONA,RobertoBrocaneli.Valordacausaversusmenor complexidade:embatepeloacessojustianosjuizadosespeciaiscveis.Disponvelem http://manovramonti.diritto.it/docs/31879-valor-da-causa-versus-menor-complexidade-embate-pelo-acesso-justi-a-nos-juizados-especiais-c-veis. Acesso em 05.07.2013. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1582 pilaresdacidadaniaplena.Paraalmdagarantiaconstitucional,deapreciao peloPoderJudiciriodetodalesoouameaaadireito,caminhahojeo entendimento doquevemasero efetivo Acesso Justia, ampliada a questo para acesso ao Direito. OamadurecimentodoEstadoDemocrticodeDireitolevaaoentendimentode que oDireito deAcesso Justia, deter o pedido apreciado pelo Judicirio,tal como formalmentegarantidonoartigo 5,XXXV, da Constituio da Repblica FederativadoBrasilde1988,almdenoterseefetivadoemseusentido estrito, tambm no contempla a amplitude do termo acesso. Esseentendimentoamplodequesefalaoacessocomocompreensodo sistema para com ele interagir de forma cidad; , ainda, o acesso a uma ordem jurdicajusta,emqueosconflitossejamtratadoseresolvidosdeforma isonmica.Esseacessojamaisseconcretizarisoladamente,semqueoutros direitos se efetivem e lhe sirvam de alicerce. Para Ingo Sarlet4, o termo direitos fundamentais se aplica para aqueles Direitos doserhumano,reconhecidosepositivadosnaesferadoDireitoConstitucional positivo de um determinado Estado. NaobraJuizadosEspeciaisFederaisemDebate,organizadapeloProgramade Ps Graduao em Cincia Jurdica da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI em convnio com o Conselho Nacional de Justia, Daniel Mayerle e Lillian Pfleger5 discutemque,diantedaatualditadurademercadoouneoliberalismo,observa-sequeocidadoapenasconsegueexerceropoderinerenteasuacondio humanadefruirdedireitosquelhesoasseguradosconstitucionalmente,se puder compr-los, consoante pontua Fernando de Castro Fontainha6.

4 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficcia dos direitos fundamentais. 6. ed. rev. atual e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed., 2006. p.35. 5MAYERLE,Daniel;PFLEGER,Lillian.AindisponibilidadedointeressepbliconoJuizadoEspecial Federal: como promover o efetivo acesso Justia? p. 7-32. In, Juizados Especiais Federais em Debate(recursoeletrnico).Organizadores:ZenildoBodnar,MrcioRicardoStaffen,Jos AntnioSavariseMariaRaquelDuarte.UNIVALIeConselhoNacionaldeJustia,2012.Livro eletrnico. Modo de acesso: www.univali.br/ppcj/ebook. 6FONTAINHA,FernandodeCastro.Acessojustia:dacontribuiodeMauroCappelletti realidade brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 6. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1583 Talfatoraliadoaummodelodeestadomnimo,que nocapazdegarantiro bem-estareadignidadedaspessoas,considerando-sequenoBrasiloWelfare Statenuncapassoudemeraespeculaodemaggica,cadavezmaistem aumentado a busca pela correo das distores sociais no Poder Judicirio. Nessecontexto,otemadoAcessoJustiasedesenvolveamplamentesob diversosenfoques,comoporexemplo,oenfoquematerial,emqueoacesso justiasignificaoalcanceporpartedealgumverdadeirasoluodeum conflito social intersubjetivo, com equilbrio e igualdade; e o enfoque formal, que tratadapossibilidadeefetivadeumapessoaconseguirreivindicarumDireito violado perante o Estado, atravs da estrutura competente7. ParaoDesembargadordoTribunaldeJustiadeSantaCatarina,PedroManoel deAbreu8,compreende-seque,defato,oAcessoJustiavaialmdemero aspecto processual,mas envolve o direito material legtimo; uma administrao estatalimbudadasoluodosproblemassociaisedaplenarealizaodo direito;instrumentosprocessuaisquepossibilitemaefetividadedodireito material, alm de um Judicirio em sintonia com a sociedade na qual se insere e adequadamenteestruturadoparaatenderasdemandasquelheso apresentadas. Concernente ao tema, necessrio mencionar a afirmao de Mauro Cappelletti e de Bryant Garth9: Odireitoaoacessoefetivotemsidoprogressivamente reconhecidocomosendodeimportnciacapitalentreos novosDireitosindividuaisesociais,umavezquea titularidadedeDireitosdestitudadesentido,naausncia de mecanismos para sua efetiva reivindicao. Verifica-se,deacordocomosreferidosautores10,queOacessojustiapode serencaradocomoorequisitofundamentalomaisbsicodosDireitos

7 SCHUCH, Luiz Felipe Siegert. Acesso justia e autonomia financeira do Poder Judicirio: a quarta onda? Em busca da efetividade dos Direitos Fundamentais. Curitiba: Juru, 2006. p. 54. 8ABREU,PedroManoel.AcessojustiaeJuizadosEspeciais:odesafiohistricoda consolidao de uma justia cidad no Brasil. 2. ed. Florianpolis: Conceito, 2008. p. 41. 9CAPPELLETTI,Mauro;GARTH,Bryant.Acessojustia.TraduodeEllenGracieNorthfleet. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988. p. 11. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1584 humanosde um sistema jurdico moderno e igualitrio que pretenda garantir, e no apenas proclamar os Direitos de todos. Destaforma,depreende-sequeoefetivoAcessoJustianodeveser consideradocomoamerafaculdadederecorreraoPoderJudicirio,mas tambmcomoapossibilidadedeacessoconcretoaos direitos,queoobjetivo primordial das pessoas. Pertinenteaotema,aclaraafirmaodeClmersonMerlinClve,mencionado porPedroManoelAbreu11,dequenobastahaverJudicirio,poisnecessrio haverJudicirioquedecida,assimcomonobastahaverdecisojudicial, porquantonecessriohaverdecisojudicialjustaenobastahaverdeciso judicial justa, se o povo no tiver acesso deciso judicial justa. AtemticadoacessoJustiaestligadanoo deJustiaSocial12,tambm designadaJustiageraloulegal,queaquelaemqueaspartesdaSociedade, isto , governantes e governados, indivduos e grupos sociais, do comunidade obemquelhedevido,observandoumaigualdadeproporcional,e,conforme sustentaMarinoni,otema-ponteainterligaroprocessocivilcomajustia social13, objetivo maior do Estado contemporneo. O conceito de Acesso Justia amplo, dada a importncia do tema no Direito atual.ParaCappellettieGarth14,aexpressoacessojustia reconhecidamente de difcil definio, mas serve para determinar dois principais aspectosdosistemajurdico,queosistemadeveserigualmenteacessvela todos, e produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. 10 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 11. 11CLVE,ClmersonMerlin,1993,p.41apudABREU,PedroManoel.Acessojustiae JuizadosEspeciais:odesafiohistricodaconsolidaodeumajustiacidadnoBrasil.2.ed. Florianpolis: Conceito, 2008, p. 38-39.12 DINIZ, Maria Helena. Dicionrio Jurdico. So Paulo: Saraiva, 1998. p. 41. v 3. 13MARINONI,LuizGuilherme.Novaslinhasdoprocessocivil.3.ed.SoPaulo:Malheiros, 1999. p.192. 14 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso a justia. p.8. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1585 Para Arajo15, EssaproblemticadoacessoaJustianopodeapenasser estudadanoslimitesdoacessoaosrgosdoPoder Judicirio,tendocomoraciocnioaquestodequenose trataapenasdedaroportunidadeparaqueumindivduo lamentesuapretensoemjuzo,massim,viabilizarum acesso ordem jurdica justa, real e efetiva. Seguindoestalinha,sustentaCichockiNeto16quenoconceitodeAcesso Justia prossegue toda a atividade jurdica, desde a criao de normas jurdicas, sua interposio, integrao e aplicao, com Justia. O Acesso Justia abrange toda a ordem jurdica, sendo direito do jurisdicionado aobtenodeumadecisoquevenhaaserfundamentadaemumaordem jurdica justa. ParaCappellettieGarth17,oefetivoacessoJustialevouatrsposies bsicas, o que denominou ondas: a) assistncia judiciria para os pobres; b) a representaodosinteressesdifusos;c)doacessorepresentaoemjuzoa uma concepo mais ampla de acesso. Na terceira onda do movimento, Cappelletti e Garth18, chamam de enfoque de acessoJustia,quecentrasuaatenonoconjuntogeraldeinstituiese mecanismos,pessoaseprocedimentosutilizadosparaprocessaremesmo prevenir disputas nas sociedades modernas. Masadvertem,noentanto,emfunodetantasdenossasmodernasleisea necessidadedeadvogadosejuzesdeaplic-las,parececlaroqueaideiade tornar os tribunais muito simples e baratos no realstica.19

15 ARAJO, Jos Henrique Mouta. Acesso justia e efetividade do processo: a ao monitria um meio de superao dos obstculos? Curitiba: Juru, 2002. p. 17. 16 CICHOCKI NETO, Jos. Limitaes ao Acesso Justia. Curitiba: Juru, 2001. p. 63. 17 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 81. 18 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 81. 19 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 81. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1586 Essa nova onda do movimento de Acesso Justia est marcada pela eleio da criaodemtodosalternativosparadecidircausasjudiciais;acriaode frmulasgeraisparadesviarascausasdostribunais,utilizando-se,noprimeiro caso,deprocedimentosmaissimples,e,nosegundo,dojuzoarbitral,da conciliaoedeincentivoseconmicosparaasoluodelitgiosforados tribunais. A atividade maisimportante da reforma a eleio das pequenas causas ou de interesse de consumidores, j que preciso reconhecer que o sistema judicirio frequentemente pouco adequado a fazer valer os direitos das pessoas comuns aonvelindividual,pois,colocamseveraslimitaesnaacessibilidadede nossos tribunais a pequenas causas intentadas por pessoas comuns.20

NoBrasil,osJuizadosdePequenasCausassurgiramem1982,apartirda experincia pioneira dos Juizados Informais de Conciliao instalados na comarca deRioGrande,noEstadodoRioGrandedoSul,poriniciativadoJuizAntnio Guilherme Tanger Jardim. 21 Foram os pioneiros a instaurar os Conselhos de Conciliao e Arbitramento no Brasil,essesconselhoseramcompostosporpessoasidneasdacomunidade, preferencialmente escolhidos entre advogados, juzes e promotores aposentados, juzes de paz e professores, e tinham como objetivo dar soluo extraprocessual as pequenas causas que tinham envolvimento com direitos disponveis. 22 Comasatisfatriaexperincia,outrosestadoscomearamaaderirao movimentoecriamseusconselhosdeconciliao,anteanecessidadede regulamentao destes conselhos, aprovada e sancionada a Lei de n 7.244 de 07denovembrode1984,queinstituiuoJuizadodePequenasCausas,com competncia para as demandas que no excedessem 20 vezes o valor do salrio mnimo. 23

20 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 91. 21 MORAES, Silvana Campos. Juizado especial cvel. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 59. 22 MORAES, Silvana Campos. Juizado especial cvel. p. 59. 23 MORAES, Silvana Campos. Juizado especial cvel. p. 59. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1587 AreferidaleirestourevogadacomoadventodaLeiden9.099de26de setembrode1995,quepassouavigorarem27denovembrodoreferidoano, intitulada como a Lei dos Juizados Especiais Cveis e Criminais, ao qual majorou acompetnciaparaat40salriosmnimosedefiniunormasreferentess execues,ttulosextrajudiciais,e,introduziuoJuizadoCriminal.ParaFigueira Junior,24 foi a confirmao da consolidao das ideias dos Juizados. Silvana Campos Moraes25, afirma queOsJuizadosdePequenasCausassignificarama desconcentraodasatividadesdosjuzes,tribunaise cartrios,aproximando-sedapopulaocarente,queem defesadeseusinteressestambmmerecematutela jurisdicional. AConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilde1988,emseuartigo98, incisoI,tornouobrigatria,pelosEstados,acriaodosJuizadosEspeciaise ampliouoconceitodepequenascausas,atentoadstritoaumcritrio meramentevalorativo,decontedoeconmico,passandoaincorporar,as chamadas causas cveis de menor complexidade. Novcuodafaltaderegramentofederaldefinindoascausascveisdemenor complexidade,algunsEstadosbrasileiros,dentreeles,SantaCatarina,Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, editaram normas gerais sobre o sistema de juizados,amparadospeloartigo24,3,daCartaMagna,nombitoda competnciaconcorrentedosEstadosparalegislarsobreacriao, funcionamento e processo dos Juizados Especiais de Pequenas Causas. ParaReinaldoFilho26,oJuizadoEspecialCvel,naverdade,osucedneodo JuizadoEspecialdePequenasCausas,squeremodeladoecomcompetncia ampliada e dividida nos critrios do valor da causa e o atinente a matria jurdica em discusso.

24FIGUEIRAJUNIOR,JoelDias;RIBEIRO,MaurcioAntnio.ComentriosleidosJuizados Especiais Cveis e Criminais. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 29. 25 MORAES, Silvana Campos. Juizado especial cvel. p. 59. 26 REINALDO FILHO, Demcrito Ramos. Juizados especiais cveis. So Paulo: Saraiva, 1999. p. 03. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1588 ApsosresultadosadvindosdosJuizadosdePequenasCausas,desdeaLeide n.7.244,eemrazodoscritriosdaOralidade,Simplicidade,Economia Processual,InformalidadeeCeleridade,osConstituintesprocuraramsoluo para o processamento e julgamento das infraes de pequena monta. Assim,oLegislador,amparadonaprevisoconstitucionaldoart.98,incisoI, estabeleceuaLeiFederalden.9.099de26.09.1995,naqualinstituiuos Juizados Especiais Cveis e Criminais, revogando a Lei de n. 7.244/84. FigueiraJnior27expe,ainda,queoEstadodeSantaCatarinafoiumdos precursoresainstituirosJuizados.Primeiramenteeditou-seaLeiden. 8.151/90,queestabeleceuosJuizadosEstaduaisdeCausasCveiseasturmas deRecurso,queposteriormentefoialteradapelaLeiComplementar77,eaLei 1.141,de25demarode1993,quedividiaacompetnciapormatrianos JuizadosEspeciaisCveiseimplantouasTurmasdeRecursos.Comaresoluo 006/95,dorgoEspecialdoTribunaldeJustia,SantaCatarinamanteveo funcionamento dos Juizados de Pequenas Causas, criado pela Lei 8.271/91, pois os procedimentos adotados eram compatveis com os da Lei 9.099/95. OsJuizadosEspeciaisCveisseestabilizaramcomorgodoPoderJudicirio estadual,institudoecriadoporLeiFederal,comprevisonaslegislaes estaduaisenosAtosExecutivosdecadaJuizadoanteriormenteestabelecido.A Lei9.099/95surgiu,portanto,comoaformaderestabeleceraconfianado cidadobrasileironoJudicirio.Veiocomointuitodesimplificaros procedimentos e alcanar a Celeridade to almejada.Todavia,nobastapermitiraocidadoquepossaadentrarasportasdoPoder Judicirio.precisodarcondiesefetivasparaqueestecidadopossa,em condies ideais, conduzir o seu pleito e alcanar a mais ldima e perfeita Justia, consistente esta no resultado prtico da demanda que operacionalize e efetive o Direito do cidado postulado em Juzo.

27FIGUEIRAJUNIOR,JoelDias;RIBEIRO,MaurcioAntnio.ComentriosleidosJuizados Especiais Cveis e Criminais. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p.40. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1589 Pois bem! Uma vez alcanado o acesso, aqui entendido como possibilidade de entregaropleitoemJuzoeobteroseuprocessamentoeefetivaresposta jurisdicional,pergunta-se:teriaocidadocondiesdepostularemJuzo,sem assistnciatcnicadeadvogado,oseupedido,anteanecessrialinguagem jurdicatcnicaenecessriaargumentaojurdicatcnicaqueseaplicamem Juzo? Esta a questo que nos propomos a discutir na presente pesquisa. 2. TEORIA DA ARGUMENTAO JURDICA E LINGUAGEM JURDICA ManuelAtienza28,emsuaobraCursodeArgumentacinJurdica,apresentaa complexidade do Direito e sobre esta Cincia assim se manifesta:ElDerechoes,obviamente,unfenmenomuycomplejoy quepuedecontemplarsedesdemuydiversasperspectivas. Tresdeesosenfoqueshantenido,ysiguenteniendo,una especial relevancia terica. Alprimeroselopuedellamarestructuralytiendea indetificarsecomelnormativismojurdico,puespartedela ideadequeelDerechosecomponeesencialmentede normas. Usando una metfora arquitectnica, podra decirse quesetratademostrar,dedescribir,laspartesdelasque secomponeeledificiojurdicoycmoseensamblanentre s. OtroposibleenfoqueconsisteenestudiarelDerechodesde un punto de vista funcional: para qu sirve cada una de las partesdeledificio,yqufuncincumpletodolenel contexto em el que est inserto (el conjunto de la sociedad). Se corresponde aproximadamente con las posturas realistas, sociolgicas,quetiendenaidentificarelDerechoconla conducta(delosjuecesy,engeneral,delosoperadores jurdicos),puestoqueloqueimportaparacontestaralas anteriorescuestionesnoeselDerechoformalmentevlido (elDerechodeloslibros),sinoelDerechoenaccin,el Derecho verdaderamente eficaz. En fin, desde una tercera perspectiva, es posible fijarse en la idealidaddelDerecho.Noeneledificioyaconstruido,con todos sus defectos, sino en lo que tendra que ser un edificio modlico(elDerechojusto).Lasmejoresversionesdel

28 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. Madrid: Editorial Trotta, 2013. p. 19. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1590 Derechonatural(lasquenohanconsistidoenuna mistificacindelDerechopositivo)puedenversedeesta manera: como una propuesta de lo que habra que entender por Derecho racional. Para Atienza29, a complexidade do Direito advm essencialmente do fato de que oDireitoessencialmenteargumentao.Nosargumentao,nose resume a unicamente argumentao, mas, destacar este aspecto de extrema importnciaparaseentenderosfenmenosjurdicosnassociedades democrticaseparaquetodososqueoperamcomoDireitopossamterum sentido em sua atividade. DemodoqueaTeoriadaArgumentaoJurdicadeAtienza30denotaa complexidadedoDireitoenquantocinciaargumentativaeque,paraoperaro Direito e garantir de alguma forma a sua mais ampla efetividade, necessrio queoOperadorJurdicocompreendaqueaargumentaojurdicadiferente detodasasdemaisargumentaes,pois,comooprpriotermooafirma, jurdica31.

29 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 19. 30 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 19. 31 Segundo Atieza sobre o ps-positivismo: Um fenmeno bastante curioso, quando algum v com uma perspectiva atual a contraposio clssica entre positivismo e jusnaturalismo, a tendncia a no se falar nem de positivismo nem de jusnaturalismo, ou seja, hoje ningum um positivista em sentindoestrito,aoestilodeKelsen.Humanecessidadedeagregarqualitativosexpresso positivismo.Temos,porisso,positivistasinclusivoseexcludentes,positivistasaxiolgicos, positivistas crticos, neopositivistas ou ps-positivistas. E, do lado do direito natural, h uma certa tendnciaaevitaronome,poismeparecequeosautoresquedealgumaformaestonesta tradiosendoconscientesdosinconvenientesqueacarretausarotermoDireitoNatural procuram evit-lo usando outros termos como o de Hermenutica jurdica. Creioqueestasmudanasterminolgicassoosintomadeumamudanaverdadeiramentede fundo.Emminhaopinio,assimcomootempohistricodoDireitoNaturalseconcluiuhmuito tempocomofenmenodapositivaodoDireito,opositivismojurdico(maisrecentemente) concluiu tambm o seu ciclo, com consequncia das constitucionalizao de nossos direitos. Nesse sentindo, ps-positivismo me parece uma denominao prefervel s outras, porque surge a ideiadeumprocessoedeumafasedomesmoposteriordapositivismo.Porm,detodasas formas, no me parece que seja de todo adequada para referir-se concepo do Direito na qual se poderia situar autores Dworkin, Alexy ou Nino e na qual eu tambm me situo. Parareferir-seaistonosltimostemposseestusandoaexpressoconstitucionalismo'ou paradigma constitucionalista. No se trata, naturalmente, de reduzir a teoria do Direito teoria do Direito Constitucional, mas sim de considerar que estamos vivendo dentro de um paradigma de DireitoquesecaracterizapelopapelfundamentalatribudoConstituio,sobretudoporquea validadedasnormas,emespecialdasnormaslegisladas,dependesesuaadequao Constituio,enounicamenteacritriosformaiseprocedimentais,senotambmacritrios materiais. Junto a isto, tem tambm grande importncia a existncia dos tribunais constitucionais MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1591 SegundoManuelAtienza32,"aqualidadequemelhordefineoqueseentende porumbomjuristatalvezsejaasuacapacidadedeproduzirargumentose manej-loscomhabilidade".Porm,destacaoautor,Pouqussimosjuristas leramumanicavezumlivrosobreamatriaeseguramenteignorampor completoaexistnciadealgoprximoaumateoriadaargumentao jurdica. Como esclarece Atienza33, na prtica jurdica, os argumentos so as razes de Direito,poisnenhumJuizproferequalquerdecisosemfundamentoou motivao, ou seja, sem informar o seu convencimento. Nestatrilhaderaciocnio,Atienza34apresentasuaTeoria,ensinandooque argumentar,asconcepesformal,materialepragmtica,apresentaum mtododeanlisedasargumentaeseoscontextosdaargumentao jurdica. Para Atienza35, h trs campos de atuao da Cincia Jurdica: a produo das normasjurdicas,aaplicaodasnormasjurdicaseadogmticajurdica.Na opiniodeAtienza,interessasteoriasargumentativasdominantesoestudo relativoaocampodeatuao,ouseja,aaplicao (oumelhor,interpretao) do Direito que, de forma mais especfica, levado a efeito pelos Juzes. Em artigo cientfico publicado na Revista da FURB, a Mestranda do Programa de MestradoemCinciaJurdicadaUniversidadedoValedoItajaUNIVALI, (chamados assim ou de outra maneira) que fazem um papel de controle de constitucionalidade das leis. Prefiro esta ltima expresso, no porque a de positivismo jurdico me parea confusa (o , mas sepoderiaprocuraresclarec-la),senoporquemeparecequeparairmais almdopositivismo jurdicosenecessitatomaremconsideraotambmoutrastradiesno-positivistasou antipositivistaseistonoficarefletidocomortulodeps-positivismo.(CRUZ,PauloMrcio; ROESLER,ClaudiaRosaneorg. DireitoeargumentaonopensamentodeManoelAtienza. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2007, p. 47.) 32ATIENZA,Manuel.Razesdodireito:teoriasdaargumentaojurdica.3.ed.SoPaulo: Landy, 2003. 33 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 19. 34 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 19. 35 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 20. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1592 Tatiani Heckert Braatz36, confirma queAps sua anlise a respeito das vrias concepes e teorias explicativasrelacionadasargumentaojurdica,inclusive aquelas formuladas por outras cincias, tais quais a Lgica, aPsicologiaeaLingstica,ManuelAtienzaconcluipela existnciadequatrotraossemelhantesentreelas que,de maneira sucinta, podem ser assim identificados:a)argumentarsempreumaaorelativalinguagem, quer seja oral, quer seja escrita, na qual se verifica sempre queseusentidojustificar(ourefutar)umatese,dando razesparaisso.essedarrazesquediferenciaa argumentaodasdemaisformasderesoluode problemas;a)umaargumentaosupesempreumproblema,parao qual h que se encontrar uma soluo, suscitando-se assim a necessidade de argumentar;b)hduasformasclssicasdeseveraargumentao,ou seja:comoumprocesso(umaatividadedeargumentar)e comoumproduto,umresultado(osargumentos).No primeirocaso(oprocesso)oqueocorreentreotermo inicial (problema) e o termo final (a soluo); no segundo, a argumentao vem a ser o conjunto de enunciados, em que sedistinguemtrselementos:aspremissas(deondese parte);aconcluso(ondesechega)easinferncias (relaes entre premissas e concluses);c) a argumentao sempre uma atividade racional, porque semprehavercritriosparavalorarumaargumentao (isto , se o argumento bom ou ruim).Essaanliselevaaconclusodequeaambiguidadeentre consideraraargumentaoatividadeouprodutoqued suporte para o desenvolvimento da teoria da argumentao jurdica,naqualumdosplospareceserfixoeooutro mutante,deacordocomasideiasquecadaumdosjus filsofos expressa em suas teorias.Concluda esta sntese, releva destacar que Atienza, a partir desuaanlisee,especificamente,atravsdessasua classificao,observaquenohduas,mas,simtrs formasdeveraargumentaojurdica,asquaisele classifica em formal, material e pragmtica.

36 BRAATZ, Tatiani Heckert. preciso argumentar? A argumentao jurdica e a teoria de Manuel Atienza.RevistaJurdica-CCJ/FURBISSN1982-4858v.11,n21,p.133-147,jan./jun. 2007. p. 133.MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1593 Estaltimasuportaaindaasubdivisoentredialticae retrica. Entende, alm disso, que a chave para a distino dessas trs concepes est na vinculao existente entre a argumentaoeanoodeproblemascomadiversidade desituaescomasquaispodedeparar-seooperador jurdico. Da anlise da Teoria da Argumentao Jurdica de Manuel Atienza37, verifica-se queaargumentaojurdicaparteessencialmentedalinguagemjurdica. Argumenta David Mellinkoffque38 que a Justia uma profisso de palavras e as palavras da lei so, de fato, a prpria lei.Alexy39apresentaaexistnciadetiposbemdiferentesdeargumentao jurdica e que essas diferenas podem ainda sofrer mltiplas subdivises, cujos resultadossoosmaisvariados.Citaoautor,comoexemplo,asdiscusses quepodemsertravadasnumTribunalque,deumlado,humlimite institucionale,deoutro,asdiscussesentredoisadvogadoscujolimiteo temajurdicoaventado.Conclui,porfim,queadiversidadedasdiferenas verificadatambmnassemelhanas,cujotraomaisevidenteoargumento jurdico.Opontocentralentoaseranalisado,segundoAlexy,oquede modo efetivo distingue a argumentao jurdica da argumentao prtica geral. Eminteressanteobra,LinguagemeDireito,resultadodeestudospromovidos naUniversidadeFederaldePernambuco,VirgniaColares40afirmaqueno Direito,alinguagemestabelecerelaesentrepessoasegrupossociais,faz emergiredesaparecerentidades,concedeeusurpaaliberdade,absolvee condenarus.Umcompromisso,antesinexistente,pelousodalinguagem, origina-senoDireito;umnovorgoestatalsurgepelautilizaodapalavra certa,pelapessoacerta;umprocedimentolegalinstitudononovocdigo processual em gestao, poderes so conferidos etc.

37 ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. p. 19. 38 MELLINKOFF, David. The language of the law. Boston: Little Brown, 1963. p. 61. 39 ALEXY, Robert. Teoria da argumentao jurdica: a teoria do discurso racional como teoria da justificaojurdica.TraduodeZildaHutchinsonSchildSilva.SoPaulo:Landy,2001.p.211-212.40 COLARES, Virgnia (org.). Linguagem e direito. Recife: Ed. Universitria da UFPE, 2010. p.10.MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1594 Enfim, algo diferente acontece no panorama delineado pelo Direito,porque foi realizadoumatojurdicoatravsdeumatodefala,isto,realiza-seumato performativo de fala, uma ao que determina mudanas no mundo legalmente estruturado.ASociolingsticavariacionistaestudaojuridiquseas conseqncias de seu uso no que tange ao Acesso Justia.AsseguramMauroCappellettieBryantGarth41queoacessoaoconhecimento do Direito constitui uma das modalidades de acesso Justia. MiguelReale42,emantigaeprudentepreocupaocomaintroduodos iniciantes na linguagem do Direito, estabelece recomendaes propeduticas ao estudodoDireito,pois,svezes,expressescorrentes,deusocomumdo povo, adquirem, no mundo jurdico, um sentido tcnico especial. DizVirgniaColares43que,nomundodelnguaanglo-saxnica,apreocupao comateorizaoacercadaLinguagem&Direitotomouflegocomoplain languagemovimentdosanos1970.NosEstadosUnidos,Inglaterra,Sucia, Alemanha e Israel, vrios estudos comeavam a questionar o uso da linguagem em contextos institucionais e o abuso no uso da linguagem pelos detentores do poder,noexercciodesuasatividadesprofissionais.Omovimentoagregava profissionais de diversas reas e as abordagens na perspectiva scio-lingustica que enfatizavam a questo da assimetria na interao. Defendia-se o direito do cidado comum de entender e ser entendido, em contextos institucionais.Portanto,arealidadeinstitucionaldoDireitosubsisteunicamenteatravsda suaexpressoverbaleescrita,poisnohaveriaLeisemaLinguagem.E, decorrentedaLinguagem,temosaArgumentaoJurdica,formaeexpresso da Linguagem Jurdica. Aquestoquesecoloca,diantedoestudodalinguagemeargumentao jurdicas,emquemedidaocidadocomumdopovo,ojurisdicionado,que notcnicoenemconhecedordalinguagemjurdica,teriacondiesde

41 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso justia. p. 58. 42 REALE, Miguel. Lies preliminares de direito. 12. ed. So Paulo: Saraiva, 1985. p. 36. 43 COLARES, Virgnia (org.). Linguagem e direito. p. 10. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1595 garantir o efetivo Acesso e alcance da efetiva Justia, num contexto complexo de argumentao e linguagem jurdica? 3. O JUS POSTULANDI NOS JUIZADOS ESPECIAIS CVEIS E O ACESSO JUSTIA Em maro de 2004, uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Associao dosMagistradosBrasileiros44,demonstrouhaverumenormefossoentrea linguagemjurdicaealnguautilizadapelocidadocomum,deixandodolado deforadosPortaisdoJudicirioumaparcelasignificativadapopulao brasileira. SegundooJuizRodrigoCollao45,ex-presidentedareferidaAssociao,a linguagemjurdicaafastaapopulaodoPoderJudicirio oquelevaa consider-la como um dos obstculos ao Acesso Justia e ao Direito. Eminteressanteartigo,NirlenedaConsolaoOliveira46,afirmaquea linguagemjurdicaprodutodeconstruosciocultural,imprescindvel efetivaodoacesso Justiaedeveriaestar,porprincpio constitucional,ao alcancedetodos.Noentanto,viaderegra,elaasecolocarcomouma grandemuralhaentreocidadoeotextojurdico,sejaeleescritoouoral, tornando-segranderesponsvelpelodesconhecimentodoDireitoe,por consequncia, bice ao acesso Justia. OrelatriopreliminardoGrupodeTrabalhodaCommissiononLegal EmpowermentofthePoor(PENUD)47apontaquatroprincipaisobstculos

44APesquisacompletapodeserlidaemhttp://www.conjur.com.br/2004-out-13/imagem_judiciario_detalhada_pesquisa_ibope. 45 AssociaodosMagistradosBrasileiros.Ojudicirioaoalcancedetodos:noesbsicas de juridiqus.Braslia: Ediouro Grfica e Editora, 2005. p. 19. 46OLIVEIRA,NirlenedaConsolao.Linguagemjurdicaeacessojustia.Disponvelem:http://www.kennedy.br/revistadedireito/art/downloadPDF.php?pdf=Artigo46.Acessoem 31.07.2013. 47 COMMISSIONONLEGALEMPOWERMENT OFTHEPOOR.HospedadopelaOrganizaodas NaesUnidasparaoDesenvolvimento(PNUD).Disponvelem Acesso em 31.07.2013. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1596 efetivaodoAcessoJustia,dentreeles,afaltadeconhecimentosobreos Direitos.Elegerodesconhecimento sobreosdireitoscomoumdosfatores implicados no processo deexcluso doAcesso Justia tomais simples que problematizar asrazesquelevamignorncia.Sim,razes,porquenoh,porcerto, apenas um tijolo a erguer o muro da ignorncia jurdica. Assim, sustentaaProfessora Nirlene da Consolao Oliveira48, queindubitvel queoDireito,paramuitos,adormecenaletrafriadalei,porquesua compreensoefetivaestmuitodistantedocidadomdio,emboratenha consequncias diretas na vida de todos. Nessatrilhaderaciocnio,verifica-seque,emquepeseoart.9,daLei 9.099/95garantirapossibilidadedeAcessoaoJudiciriodeforma desembaraada,simples,semaburocraciadabuscadeumprofissional advogado,oquedemandariacustosedemaisempecilhosaocidadonas causasdemenorcomplexidade,aindaassim,estapossibilidadedeacesso simplificado no garante em todas as oportunidades o efetivo Acesso Justia. Eumadashiptesesquetrabalhamosnapresentepesquisa,adequeo AcessoJustianoficaefetivamentegarantidonocasodoart.9,daLei 9.099/95,facecomplexidadedalinguagemjurdicaedaargumentao jurdica, os quais esto muitos distantes do conhecimento e prtica do cidado comumdopovo,oqual,apesardetergarantidooacesso(postulaoem Juzo),notemopreparotcniconecessrioaoenfrentamentodacomplexa linguagemdoDireito,notendocondies,porisso,decompreendera complexidadedaArgumentaoJurdicaemqueestinseridonodecorrerde um processo. Mesmoemcausasconsideradasdemenorcomplexidade,aindaassim,o cidadolitiganteestsubmetidoaumsistemaextremamentecomplexo,

48OLIVEIRA,NirlenedaConsolao.Linguagemjurdicaeacessojustia.Disponvelem Acessoem 31.07.2013. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1597 tcnicoequesedesenhaapartirdasTeoriasdeArgumentaoJurdicas previstas e estudadas por Atienza e demais autores mencionados neste estudo. Se para os Operadores do Direito j tarefa rdua compreender tais teorias e todooseucomplexosignificado,quesedirdocidadoleigo,queno compreende o Mundo Jurdico em todas as suas dimenses. Emnossaprticadeaproximadamente13anosdeJuizadosEspeciaisCveis, comoJuzaLeiga,observamosque,noexercciodoJusPostulandidoart.9, da Lei 9.099/95, no raras as vezes a parte que faz uso da faculdade do art. 9 sesenteapreensivaetecnicamentedesamparadaquandochamadaatomar umadecisofaceaumcaminhoprocessualaserseguido,evidentementepor seuabsolutodesconhecimentodacomplexidadematerialeprocessualdo Direito como umtodo.Emcasosdeconsumidoresquelitigamperanteosgrandesfornecedores- chamadosdelitiganteshabituais(empresasdetelefonia,bancos,financeiras, seguradorasetc.),porexemplo,taldificuldadeseestampademodomais evidente,umavezqueaRespostaprotocolizadapelasempresasemJuzo (Contestao, Pedido Contraposto etc.), por vezes suscita matrias processuais complexas,taiscomo,preliminaresdemritodoart.301,doCdigode ProcessoCivil,institutoscomodecadncia,prescrio,utilizaode terminologiasemlatim,divergnciasjurisprudenciaisedemaisincidentes processuais,e,ainda,discutem-seosEnunciadosdoFONAJEequestes bastanteespecficasdosprpriosJuizadosEspeciaisesuasTurmasRecursais, questes estas que esto muito aqum da compreenso do leigo, do ponto de vista da Linguagem e Argumentao Jurdicas. Portanto,nopossvelafirma-secomseguranaqueoAcessoJustia previsto no art. 9, da Lei 9.099/95 garantia da realizao da efetiva Justia ao Cidado. H uma grande distncia entre o discurso de Acesso Justia e a Realizao da Justia postulada pelo cidado, na medida em que a Linguagem JurdicaaindaumobstculoaoplenoconhecimentodoDireitoe,emface deste obstculo, a postulao por meio de uma melhor Argumentao Jurdica ficaprejudicadaepodeconduzirocidadoaumresultadodesfavorvele MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1598 Injusto. CONSIDERAES FINAIS Diante de todo o acima exposto, a presente pesquisa apresentou uma discusso sobre em que medida o cidado que faz uso do Jus Postulandi do art. 9, da Lei n9.099/95conseguegarantiroAcessoeaEfetividadedaJustiaalmejada, diantedacomplexidadedaLinguagemJurdicaqueseimpeemuma Argumentao Jurdica.ODireitodeAcessoJustia,deteropedidoapreciadopeloJudicirio,deve compreendidonaamplitudedotermoacesso.Oacessocompreensodo sistemajudicirioparacomeleinteragirdeforma cidad;,ainda,oacesso a umaordemjurdicajusta,emqueosconflitossejamtratadoseresolvidosde formaisonmica.Esseacessojamaisseconcretizarisoladamente,semque outros direitos se efetivem e lhe sirvam de alicerce.OAcessoJustiavaialmdemeroaspectoprocessual,masenvolveodireito materiallegtimo; uma administrao estatalimbuda da soluo dos problemas sociaisedaplenarealizaododireito;instrumentosprocessuaisque possibilitem a efetividade do direito material, alm de um Judicirio em sintonia com a sociedade na qual se insere e adequadamente estruturado para atender as demandas que lhe so apresentadas.O efetivo Acesso Justia no deve ser considerado como a mera faculdade de recorreraoPoderJudicirio,mastambmcomoapossibilidadedeacesso concretoaosdireitos,queoobjetivoprimordialdaspessoas.Eparaseter acessoconcretoaosdireitos,necessrioconheceralinguagemjurdica,para que se possa argumentar juridicamente. A Teoria da Argumentao Jurdica de Atienza denota a complexidade do Direito enquantocinciaargumentativaeque,paraoperaroDireitoegarantirde alguma forma a sua mais ampla efetividade (acesso efetivo), necessrio que o Operador Jurdico compreenda que a argumentao jurdica diferente de todas MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1599 as demais argumentaes, pois , como o prprio termo o afirma, jurdica. Paraosmaiscrticos,alinguagemjurdicaafastaapopulaodoPoder Judicirio,oquelevaaconsider-lacomoumdosobstculosaoAcesso Justia e ao Direito. A linguagem jurdica estaria a secolocar como uma grande muralha entre o cidado e o texto jurdico, seja ele escrito ou oral, tornando-se grande responsvel pelo desconhecimento do Direito e, por consequncia, bice ao acesso Justia. Assim,emquepeseoart.9,daLei9.099/95garantirapossibilidadede AcessoaoJudiciriodeformadesembaraada,simples,semaburocraciada buscadeumprofissionaladvogado,oquedemandariacustosedemais empecilhosaocidadonascausasdemenorcomplexidade,aindaassim,esta possibilidadedeacessosimplificadonogaranteemtodasasoportunidadeso efetivo Acesso Justia. Isto porque, face complexidade da linguagem jurdica e da argumentao jurdica, os quais esto muitos distantes do conhecimento e prticadocidadocomumdopovo,oqual,apesardetergarantidooacesso (postulao em Juzo), no tem o preparo tcnico necessrio ao enfrentamento dacomplexalinguagemdoDireito,notendocondies,porisso,de compreender a complexidade da Argumentao Jurdica em que est inserido no decorrer de um processo.Mesmo em causas consideradas de menor complexidade, ainda assim, o cidado litiganteestsubmetidoaumsistemaextremamentecomplexo,tcnicoeque sedesenhaapartirdasTeoriasdeArgumentaoJurdicasprevistase estudadas por Atienza e demais autores mencionados neste estudo. Se para os OperadoresdoDireitojtarefarduacompreendertaisteoriasetodooseu complexosignificado,quesedirdocidadoleigo,quenocompreendeo Mundo Jurdico em todas as suas dimenses. Portanto,nopossvelafirma-secomseguranaqueoAcessoJustia previstonoart.9,daLei9.099/95garantiadarealizaodaefetivaJustia aoCidado.HumagrandedistnciaentreodiscursodeAcessoJustiaea RealizaodaJustiapostuladapelocidado,namedidaemqueaLinguagem JurdicaaindaumobstculoaoplenoconhecimentodoDireitoe,faceaeste MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1600 obstculo,apostulaopormeiodeumamelhorArgumentaoJurdicafica prejudicada e pode conduzir o cidado a um resultado desfavorvel e Injusto. ALinguagemoinstrumentodemediaoentreoHomemeaRealidade.A LinguagemJurdicaoinstrumentodemediaoentreoHomemeoPoder Judicirio.necessrioqueosOperadoresJurdicoscompreendama importnciadeestudospermanentessobreLinguagemeArgumentao Jurdicas, como forma de garantia de Acesso e Efetivao da Justia na aplicao do Direito ao caso concreto. REFERNCIAS DAS FONTES CITADAS ABREU,PedroManoel.Acessojustiaejuizadosespeciais:odesafio histricodaconsolidaodeumajustiacidadnoBrasil.2.ed.Florianpolis: Conceito, 2008. ALEXY, Robert. Teoria da argumentao jurdica: a teoria do discurso racional comoteoriadajustificaojurdica.TraduodeZildaHutchinsonSchildSilva. So Paulo: Landy, 2001.ARAJO, Jos Henrique Mouta. Acesso justia e efetividade do processo: a ao monitria um meio de superao dos obstculos? Curitiba: Juru, 2002.AMB.AssociaodosMagistradosBrasileiros.Ojudicirioaoalcancede todos:noesbsicasde juridiqus.Braslia: Ediouro Grfica e Editora, 2005.ATIENZA, Manuel. Curso de argumentacin jurdica. Madrid: Editorial Trotta, 2013.ATIENZA, Manuel. Razes do direito: teorias da argumentao jurdica. 3 ed. So Paulo: Landy, 2003. BRAATZ, Tatiani Heckert. preciso argumentar? A argumentao jurdica e a teoria de Manuel Atienza. Revista Jurdica - CCJ/FURB ISSN 1982 -4858 v. 11, n 21, p. 133 - 147, jan./jun. 2007.MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1601 CAPPELLETTI,Mauro;GARTH,Bryant.Acessojustia.TraduodeEllen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988. CICHOCKI NETO, Jos. Limitaes ao acesso justia. Curitiba: Juru, 2001.CLVE,ClmersonMerlin,1993,p.41apudABREU,PedroManoel.Acesso justiaejuizadosespeciais:odesafiohistricodaconsolidaodeuma justia cidad no Brasil. 2. ed. Florianpolis: Conceito, 2008. COLARES,Virgnia(org.).Linguagemedireito.Recife:Ed.Universitriada UFPE, 2010.COMMISSIONONLEGALEMPOWERMENTOFTHEPOOR.Hospedadopela OrganizaodasNaesUnidasparaoDesenvolvimento(PNUD).Disponvel em . CRUZ,PauloMrcio;ROESLER,ClaudiaRosaneorg. DireitoeArgumentao no Pensamento de Manoel Atienza. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2007. DINIZ, Maria Helena. Dicionrio Jurdico. So Paulo: Saraiva, 1998. 4 v., p.41, v 3. FIGUEIRAJUNIOR,JoelDias;RIBEIRO,MaurcioAntnio.Comentrioslei dos Juizados Especiais Cveis e Criminais. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.FONTAINHA, Fernando de Castro.Acesso Justia: da contribuio de Mauro Cappelletti realidade brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. GROSSI,NairaSouza,CORONA,RobertoBrocaneli.Valordacausaversus menorcomplexidade:embatepeloacessojustianosjuizadosespeciais cveis.Disponvelemhttp://manovramonti.diritto.it/docs/31879-valor-da-causa-versus-menor-complexidade-embate-pelo-acesso-justi-a-nos-juizados-especiais-c-veis. Acesso m 05.07.2013. MARINONI, Luiz Guilherme. Novas linhas do processo civil. 3. ed. So Paulo: Malheiros, 1999. MARTINS,QueilaJaquelineNunes;ANJOS,EsterDorcasFerreirados.Teoriadaargumentao jurdica em Manuel Atienza e acesso justia: uma anlise do jus postulandi nos Juizados Especiais Cveis.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013.Disponvelem: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1602 MAYERLE,Daniel;PFLEGER,Lillian.Aindisponibilidadedointeressepblicono Juizado Especial Federal: como promover o efetivo acesso Justia? p. 7-32. In, Juizadosespeciaisfederaisemdebate(recursoeletrnico). Organizadores:ZenildoBodnar,MrcioRicardoStaffen,JosAntnioSavarise MariaRaquelDuarte.UNIVALIeConselhoNacionaldeJustia,2012.Livro eletrnico. Modo de acesso: www.univali.br/ppcj/ebook. MELLINKOFF, David. The language of the law. Boston: Little Brown, 1963.MORAES,SilvanaCampos.Juizadoespecialcvel.RiodeJaneiro:Forense, 1998.OLIVEIRA,NirlenedaConsolao.Linguagemjurdicaeacessojustia. Publicadoeletronicamenteemhttp://www.kennedy.br/revista dedireito/art/download PDF.php?pdf=Artigo46. REALE,Miguel.Liespreliminaresdedireito.12.ed.SoPaulo:Saraiva, 1985. REINALDOFILHO,DemcritoRamos.Juizadosespeciaiscveis.SoPaulo: Saraiva, 1999.SARLET,IngoWolfgang.Aeficciadosdireitosfundamentais.6.ed.rev. atual e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed., 2006. SCHUCH,LuizFelipeSiegert.Acessojustiaeautonomiafinanceirado PoderJudicirio:aquartaonda?EmbuscadaefetividadedosDireitos Fundamentais. Curitiba: Juru, 2006.