artigo_laércio de souza e maria das graçasrrev1.pdf

36
1 PAVIMENTOS FLEXÍVEIS - MICRORREVESTIMENTO ASFÁLTICO A FRIO - MRAF 1 Laércio de Souza Ferreira 2 Maria das Graças Paulino da Silva Miranda 3 Raimundo Nonato de Moraes 4 RESUMO Apresenta a técnica do Microrrevestimento Asfáltico a frio (MRAF), na conservação preventiva e corretiva de rodovias e vias públicas executadas com pavimentação asfáltica. Expõe o desempenho obtido e a crescente utilização. Informa sobre a introdução no Brasil. Menciona a evolução das lamas asfálticas. Caracteriza a mistura asfáltica, ensaios, execução, manejo ambiental, limpeza e sinalização de obras executadas com pavimentos flexíveis. Por fim, apresenta o controle de execução, critérios para correção de falhas e não conformidades ou condições climáticas. A metodologia aplicada foi a apresentação de temas originais sobre a técnica além de visitas técnicas e documentação fotográfica. Baseia-se na recuperação da malha rodoviária federal no estado do Rio Grande do Norte, BR-226. Palavras-chave: Pavimentos flexíveis. Microrrevestimento asfáltico a frio. Norma. DNIT. BR 226. 1 INTRODUÇÃO O MRAF é aplicado na conservação preventiva e corretiva de rodovias e vias públicas com pavimentação asfáltica ou pavimento rígido. Apresenta bons resultados de desempenho e crescente utilização, desde a década de 1990, quando 1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. 2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - [email protected] 3 Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - [email protected] 4 Orientador. Professor do Curso de Engenharia Civil da Universidade Potiguar - UNP Raimundo Nonato de Moraes - [email protected]

Upload: maria-das-gracas

Post on 15-Nov-2015

60 views

Category:

Documents


30 download

TRANSCRIPT

  • 1

    PAVIMENTOS FLEXVEIS - MICRORREVESTIMENTO ASFLTICO A FRIO - MRAF 1

    Larcio de Souza Ferreira2

    Maria das Graas Paulino da Silva Miranda 3 Raimundo Nonato de Moraes 4

    RESUMO

    Apresenta a tcnica do Microrrevestimento Asfltico a frio (MRAF), na

    conservao preventiva e corretiva de rodovias e vias pblicas executadas com

    pavimentao asfltica. Expe o desempenho obtido e a crescente utilizao.

    Informa sobre a introduo no Brasil. Menciona a evoluo das lamas asflticas.

    Caracteriza a mistura asfltica, ensaios, execuo, manejo ambiental, limpeza e

    sinalizao de obras executadas com pavimentos flexveis. Por fim, apresenta o

    controle de execuo, critrios para correo de falhas e no conformidades ou

    condies climticas. A metodologia aplicada foi a apresentao de temas originais

    sobre a tcnica alm de visitas tcnicas e documentao fotogrfica. Baseia-se na

    recuperao da malha rodoviria federal no estado do Rio Grande do Norte, BR-226.

    Palavras-chave: Pavimentos flexveis. Microrrevestimento asfltico a frio. Norma. DNIT. BR 226.

    1 INTRODUO

    O MRAF aplicado na conservao preventiva e corretiva de rodovias e vias

    pblicas com pavimentao asfltica ou pavimento rgido. Apresenta bons

    resultados de desempenho e crescente utilizao, desde a dcada de 1990, quando 1 Artigo apresentado Universidade Potiguar UnP, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia Civil.

    2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - [email protected]

    3 Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - [email protected]

    4 Orientador. Professor do Curso de Engenharia Civil da Universidade Potiguar - UNP Raimundo Nonato de Moraes - [email protected]

  • 2

    foi introduzida no Brasil. Pode ser considerada uma evoluo das lamas asflticas,

    embora tenha o mesmo princpio e concepo, emprega materiais, equipamentos e

    controle de alta qualidade. Define-se esta tcnica como uma mistura asfltica a frio,

    composta por emulso catinica elastomrica e de ruptura controlada, agregados

    britados de granulometria controlada, fler mineral, gua e, se necessrio, aditivo

    qumico para controle de ruptura da emulso e fibras (aditivo de reforo mecnico),

    aplicada com consistncia fluda e uniformemente espalhada sobre uma superfcie

    previamente preparada.

    O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transpores DNIT implantou

    um programa de recuperao de pavimentos flexveis a fim de melhorar a

    trafegabilidade da malha rodoviria em todo o pas. Assim surgiu a abordagem

    cientifica sobre o tema proposto, tendo como objetivo caracterizar, discutir sua

    aplicao, os ensaios tecnolgicos padronizados conforme preconiza a norma do

    DNIT 035/2005-ES, procedimentos de laboratrio para o controle dos agregados

    empregados na mistura, s especificaes e cuidados construtivos, inclusive

    equipamentos utilizados. Para o estudo de caso do programa e sua utilizao com o

    MRAF, foi abordado no estado do Rio Grande do Norte o acompanhamento do

    trecho da Rodovia Federal BR 226 (Natal / Tangar). No curso da execuo dos

    servios foram realizadas junto empresa executora, visitas tcnicas, registro

    fotogrfico da execuo, acesso ao controle tecnolgico, e observao dos

    equipamentos empregados no trecho.

    2 CONSIDERAES PRELIMINARES

    As emulses asflticas surgem em meados de 1960, originadas da

    emulsificao do cimento asfltico de petrleo (CAP). Por apresentar uma

    temperatura ambiente, um bom desempenho na produo de misturas asflticas e a

    facilidade de armazenagem, fizeram com que as emulses asflticas se tornassem

    uma excelente alternativa para a pavimentao.

    As lamas asflticas deram origem ao que hoje conhecemos como MRAF,

    ambas so misturas asflticas relativamente fludas.

    Conforme BERNUCCI:

    As lamas asflticas consistem basicamente de uma

    associao, em consistncia fluda, de agregados minerais,

  • 3

    material de enchimento ou filer, emulso asfltica e gua,

    uniformemente misturadas e espalhadas no local da obra,

    temperatura ambiente. Esse tipo de mistura in situ comeou a

    ser utilizado na dcada de 1960, nos Estados Unidos (slurry

    Seal), na Frana e no Brasil. (BERNUCCI, 208, p. 185).

    Segundo CERATTI (2011), o microrrevestimento uma mistura asfltica

    composta por Emulso RC1C-E, aditivo, gua, filer (cal ou cimento) e agregados

    composies bsicas para preparao da mistura asfltica, conforme esquema

    apresentado na figura 1.

    Figura 1 - componentes do MRAF

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    O microrrevestimento diferencia-se das lamas asflticas por apresentar

    controle rigoroso na granulometria dos agregados, empregar matrias e

    equipamentos de alta qualidade, utilizar agregados cem por cento britados e de

    melhor qualidade, apresenta em sua composio emulso de ruptura controlada,

    menos dependente das condies climticas para a cura, o que proporciona

    liberao ao trafego de forma controlada, demandando menor tempo, podendo ser

    utilizado como camada regularizadora e selante para qualquer categoria de trafego

    resulta tambm em maior vida til que as lamas asflticas, apresentam tima adeso

    ao pavimento existente e tambm tem um maior rendimento. Podendo ser

    empregada tanto como revestimento final em pavimentos, tanto quanto composio

    das camadas do pavimento. Pode ser empregado em preenchimento trilhas de

    rodas, desde que, sejam pequenas e superficiais.

  • 4

    De acordo com CERRATI (2011), o MRAF apresenta vantagens em relao

    lama asfltica, tais como:

    Superioridade em relao lama asfltica convencional em restaurao e conservao, diante do incremento do trfego e das aes

    adversas do clima;

    Melhores condies de drenagem superficial, aderncia, visibilidade do usurio e conforto;

    Correo de defeitos no pavimento, desde que superficiais; Poder se utilizado como redutor da espessura do pavimento novo, desde que seja projetado como camada intermediria;

    Preserva a estrutura do pavimento na maneira em que reduz a entrada de gua e ar ao pavimento;

    Alta produtividade, agilidade e eficincia na aplicao, diminuindo o tempo de interferncia do trnsito;

    Apresenta boa aderncia ao substrato; Apresenta menor risco a sade do trabalhador, meio ambiente, e segurana, por tratar-se de produto aplicado a temperatura ambiente;

    Nas obras de restaurao e conservao, esse tipo de revestimento vendo

    sendo utilizado como camada selante, impermeabilizante, rejuvenescedora e

    antiderrapante nos pavimentos existentes.

    Suas caractersticas funcionais e construtivas possibilitam intervenes de

    menor vulto e custo financeiro, dessa maneira favorece um gerenciamento enxuto

    na preservao e correo do pavimento, atuando como retardador de defeitos no

    pavimento e melhoramento no nvel de conforto.

    3 CARACTERIZAO DOS COMPONENTES DA MISTURA.

    3.1 MATERIAL

    3.1.1 Emulso asfltica modificada por polmero.

    A emulso RC1C-E contm polmeros do tipo borracha termoplstica (SBS)

    ou ltex de borracha sinttica (SBR), conferindo ao microrrevestimento

    caractersticas como, maior suscetibilidade trmica, reduo dos riscos de

  • 5

    exsudao em climas quentes, maior elasticidade e flexibilidade em climas frios;

    melhoram as caractersticas adesivas a base e na selagem das fissuras; melhor

    reteno dos agregados, resistncia ao desgaste por abraso e a oxidao em

    relao lama asfltica.

    A especificao de servio DNIT 035/2005-SE, ISSA A-143 2010, NBR 14948

    do DNIT, prev que essa emulso apresente ruptura controlada, apresentando

    caractersticas e valores-limite conforme indicado na tabela 1.

    Tabela 1 - Especificao de emulso asfltica catinica elastomrica de ruptura controlada - RC1C-E

    para MRAF (DNIT 128/2010-EM)

    Mtodo Descrio Valores Especificados

    Mnimo Mximo

    NBR 14491 Viscosidade Saybolt-Furol, 50C (s) - 70

    NBR 6570 Sedimentao, 5 dias, % peso - 5

    NBR 14393 Peneirao, retido peneira 841 m, % em peso 0,10

    NBR 6567 Carga de partcula Positiva -

    NBR 14896 Resduo seco por evaporao, % peso. 62 -

    NBR 6299 Ph - 6,5

    NBR 6300

    Resistncia gua, % min. De cobertura de rea. - -

    Agregado grado seco 80 -

    Agregado grado mido 60 -

    Ensaios sobre o resduo da emulso obtido pela ABNT-NBR 14896 -

    NBR 6576 Penetrao, 100 g, 5 s, 25C, 0,1mm 45 150

    NBR 6560 Ponto de amolecimento, C 55 -

    NBR 15184 Viscosidade Brookfield a 135C, SP 21, 2p RPM, CP 600 -

    NBR 15086 Recuperao elstica, 20 cm, 25C, % 70

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    O tipo e a quantidade mnima de polmero adicionado na mistura em geral so

    limitados a 3%, devem ser previamente determinados em laboratrio e baseados no

    teor, em peso, de asfalto residual, geralmente entre 5,5 e 10,5% em peso seco, da

    composio de agregado, segundo as faixas granulomtricas de MRAF.

  • 6

    Por ser uma emulso de ruptura controlada, possvel a sua aplicao no

    perodo noturno, e o trfego pode ser liberado em at trs horas, dependendo das

    condies climticas.

    A seguir apresentamos a figura 2 que mostra um trecho sendo aplicado no

    perodo noturno em boas condies climticas, e a figura 3 demonstra o trecho da

    BR226 (Natal/Tangar) com aplicao de microrrevestimento.

    Figura 2 - Aplicao de MRAF noite

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    Figura 3 - MRAF em fase de cura - BR 226 (Natal/Tangar)

    Fonte: ATP ENGENHARIA LTDA

    A norma DNIT 128/2010 estabelece critrios tcnicos exigidos e a

    recomendao de controle para as emulses asflticas empregadas em pavimentos

  • 7

    rodovirios que atendem resoluo da Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural

    e Biocombustveis - ANP n 32 de 14/10/2009.

    A seguir sero citados os principais ensaios de caracterizao da emulso

    RC1C-E, de acordo com a especificao DNIT 128/2010 EM.

    3.1.1.1 Viscosidade SSF a 50C

    Nas emulses a viscosidade determina a consistncia mxima da emulso

    para uma mistura homognea e distribuio uniforme do MRAF. Ele mede a

    consistncia do ligante asfltico por resistncia ao escoamento, ou seja, a

    viscosidade de uma emulso asfltica medida pela quantidade de asfalto presente,

    pelo emulsificante e pelo tamanho dos glbulos. O aparelho para realizao desse

    ensaio e o Saybolt-Furol.

    Figura 4 - Viscosmetro Saybolt-Furol

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.2 Sedimentao

    O ensaio de sedimentao determina a estabilidade estocagem. Trata-se da

    quantidade de resduo asfltico e/ou polmero separado da emulso; segue a ABNT-

    NBR 6570. Este ensaio verifica a quantidade de resduos encontrados em amostras.

  • 8

    realizada a coleta que fica em repouso por cinco dias, em seguida separadas duas

    amostras que so submetidas a temperaturas de 163 3 C. Em seguida verifica-se

    a quantidade da diferena encontrada do resduo, no devendo ser superior a 5%

    em peso da amostra inicial para todos os tipos de emulso.

    3.1.1.3 Peneirao

    O ensaio de peneirao indica a quantidade de asfalto residual no

    emulsionado, conforme preconiza a NBR 14393:2006. Consiste em determinar o

    percentual em peso das partculas residuais retidas na peneira de n 20 (0,84mm). A

    norma estabelece que o percentual seja de no mximo 6% de CAP em peso retido

    na peneira.

    Figura 5 - ensaio de penerao da emulso

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.4 Carga da partcula

    A realizao desde ensaio descrito na NBR 6567 da ABNT e consiste em

    introduzir eletrodos em um recipiente com a emulso RC1C-E (figura 5) e verificar

    para qual deles as partculas so atradas. O esperado que a carga da partcula

    seja o oposto do sinal do eletrodo para o qual foram atrados os glbulos de asfalto

    da emulso.

    No manual de especificao de material do DNIT 128/2010 EM estabelece

    que a emulso asfltica catinica elastomrica RC1C-E apresente carga de partcula

    positiva.

  • 9

    Se os resultados do ensaio ABNT NBR 6567 no forem conclusivos, dever

    ser adotada a norma ABNT NBR 15694 para a confirmao da carga de partcula da

    emulso asfltica RC1C-E. O mtodo consiste em misturar areia siliciosa de Ottawa,

    de graduao padro, e emulso asfltica RC1C-E at haver um perfeito

    recobrimento dos agregados. A quantidade de asfalto residual da emulso deve ser

    de 5,3% em massa de areia seca. (ABNT NBR. 15694/2009).

    Figura 6 - ensaio de carga de partcula

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.5 Resduo seco por evaporao

    A emulso para que ser empregada em um MRAF dever apresentar um

    valor mnimo de CAP elastomrico residual aps sua ruptura

    A norma NBR 14896 estabelece o procedimento para a determinao por

    evaporao da quantidade de resduo seco contido em uma emulso asfltica

    elastomrica RC1C-E.

    O procedimento do ensaio consiste em submeter uma amostra de emulso

    (300g), previamente peneirada na perneira de 841m, a um processo de evaporao na temperatura de 130 5C at constncia de massa. A primeira pesagem deve ser realizada aps 4 horas de aquecimento e as demais, a cada 1 hora,

    homogeneizando-se a emulso no recipiente com uma baqueta de vidro. (CERATTI,

    2011, p. 46).

    O valor resultante aps constncia de peso representa o resduo seco por

    evaporao, ou CAP residual. Para minimizar os erros na determinao do resduo,

    deve-se previamente pesar o conjunto recipiente e baqueta de vidro.

  • 10

    Os cuidados citados na NBR 14896:2012 so necessrios a fim de evitar a

    degradao dos polmeros durante o processo de evaporao da gua, preservando

    a qualidade do resduo obtido para os ensaios de caracterizao da penetrao,

    ponto de amolecimento, viscosidade Brookfield e recuperao elstica do CAP

    residual.

    3.1.1.6 Penetrao sobre o resduo

    O Cimento de asfalto de petrleo (CAP) residual deve apresentar uma

    penetrao que assegure que, o CAP, base utilizado na emulsificao atenda

    especificao vigente.

    O ensaio de penetrao do resduo de uma emulso asfltica uma medida

    indireta de sua consistncia e determina a profundidade, em dcimos de milmetro,

    que uma agulha de massa padronizada (100g) penetra numa amostra de volume

    padronizado do resduo, por 5 segundos, temperatura de 25C, conforme

    equipamento mostrado na Figura 17. Em cada ensaio, trs medidas individuais de

    penetrao so realizadas. A mdia dos trs valores anotada e aceita, se a

    diferena entre as trs medidas no exceder a um limite especificado em norma. A

    norma brasileira para esse ensaio a ABNT NBR 6576.

    Figura 7 - Equipamento para ensaio de penetrao (ABNT NBR 6576)

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.7 Ponto e amolecimento sobre o resduo

  • 11

    O CAP residual de uma emulso precisa apresentar uma resistncia ao

    amolecimento quando submetido s temperaturas ambientes de servio. O CAP

    residual que amolece a temperatura mais baixa ir produzir misturas com baixa

    resistncia ao cisalhamento, propiciando a sua fluidez sob a ao do trfego e

    originando uma superfcie com forte espelhamento, diminuindo o atrito entre o pneu

    e a superfcie do revestimento.

    O ponto de amolecimento do resduo de uma emulso uma medida

    emprica que correlaciona temperatura na qual o resduo amolece quando

    aquecido, sob certas condies particulares e atinge uma determinada condio de

    escoamento. Esse ensaio, ilustrado na Figura 7, tambm referenciado como

    ensaio do anel e bola e realizado conforme a norma ABNT NBR 6560.

    Figura 8 - Ensaio de ponto de amolecimento ou do anel e bola (ABNT NBR 6560)

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.8 Viscosidade Brookfield a 135 C sobre o resduo

    O CAP residual deve apresentar uma penetrao que assegure que o CAP

    base utilizado na emulsificao atenda especificao vigente.

    O ensaio de penetrao do resduo de uma emulso asfltica uma medida

    indireta de sua consistncia e determina a profundidade, em dcimos de milmetro,

    que uma agulha de massa padronizada (100g) penetra numa amostra de volume

    padronizado do resduo, por 5 segundos, temperatura de 25C, conforme

    equipamento mostrado na Figura 8. Em cada ensaio, trs medidas individuais de

    penetrao so realizadas. A mdia dos trs valores anotada e aceita, se a

  • 12

    diferena entre as trs medidas no exceder a um limite especificado em norma. A

    norma brasileira para esse ensaio a ABNT NBR 6576.

    Figura 9 ensaio de ponto de amolecimento

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.1.9 Recuperao elstica sobre o resduo

    A espessura do MRAF pequena e a ao do trfego submete a mistura a

    elevados esforos de compresso, deformando a mistura. Para que o MRAF tenha

    um bom desempenho nesta condio, necessariamente a emulso tem que ter

    polmero elastomrico na sua composio.

    Aos se determinar a recuperao elstica mnima para o CAP residual da

    emulso, identifica-se, de forma indireta, a presena de polmero elastomrico no

    ligante.

    A recuperao elstica do CAP residual um ensaio que utiliza o ductilmetro

    com molde especfico (molde de seo reta). O ensaio realizado a 25C e a

    velocidade de estiramento de 5 cm/min. Interrompe-se o ensaio aps atingir-se

    200mm de estiramento e secciona-se o fio de ligante, em seu ponto mdio,

    observando-se ao final de 60 minutos quanto houve de retorno das partes ao

    tamanho original, ou seja, aps juno das extremidades seccionadas, mede-se

    novamente o comprimento atingido. Este valor comparado com o especificado.

    A especificao de material DNIT 128/2010-EM para as emulses asflticas

    catinicas elastomricas estabelece que o ensaio de recuperao elstica do CAP

    residual de emulses deve ser determinado de acordo com a norma ABNT NBR

    15086 /2004.

  • 13

    As figuras 10 e 11 ilustra a sequncia do ensaio. A amostra inferior de um

    CAP residual convencional e a amostra superior, de um CAP residual modificado por

    polmero elastomrico.

    Figura 10 ductilmetro

    Fonte: SOLOCAP

    Figura 11 - Ensaio de recuperao elstica (ABNT NBR 15086)

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    3.1.2 Aditivos

    O MRAF pode receber o aditivo qumico ou de reforo. Os aditivos slidos so

    usados como reforo, em geral, a tcnica utilizada so a aplicao de fibras

    orgnicas, como polietileno, polipropileno, polister, acrlicas ou de origem minerais

    que so as fibras de vidro. So usadas em percentual da massa asfltica e

  • 14

    determinados em projeto. Elas proporcionam uma melhor estabilidade no tempo de

    misturaro para possibilitar a aplicao do microrrevestimento.

    Segundo CERATTI (2011), em geral, o aditivo qumico utilizado para

    retardar a ruptura da emulso sobe temperatura acima de 30C e/ou agregados com

    teores variveis de equivalente de areia, conhecidos como finos plsticos.

    3.1.3 gua

    Segundo CERATTI (2011), o teor de gua de mistura dever ser definido no

    projeto de dosagem, preferencialmente por meio do ensaio do cone de consistncia

    descrito na NRB 14746, e ajustado durante a aplicao do MRAF. Em alta

    temperatura ambiente, deve-se incrementar o teor para manter uma consistncia

    uniforme do MRAF dentro da faixa de projeto. A agua deve ser limpa, desprovida de

    matria orgnica, leos e outras substncias prejudiciais ruptura da emulso antes

    de seu espalhamento. Recomenda-se que uma amostra de gua seja enviada ao

    laboratrio em conjunto com os agregados da obra, na fase do projeto de dosagem

    do MRAF.

    agua melhora a trabalhabilidade da mistura, quanto a flexibilidade para o

    espalhamento da mistura, ajudando evitar o rompimento prematuro na caixa

    distribuidora, bem como minimizar defeitos no pavimento, como fissuras e frisos.

    3.1.4 Agregados

    Os agregados empregados em microrrevestimento, devem apresentar

    caractersticas tecnolgicas em conformidade com as especificaes tcnicas

    projetadas ao servio ser realizado. A qualidade destes materiais fundamental

    durabilidade do servio, sendo indicadas nas especificaes as faixas

    granulomtricas a serem adotadas ao tipo de camada.

    Os agregados individualmente ou a mistura de agregados (composio

    granulomtrica do trao com o emprego de 1, 2, 3, e at 4 materiais ptreos)

    devero ser peneirados em malha na dimenso definida pelo projeto, para expurgar

    elementos grados e promover misturao (entrosamento) do material final ser

    utilizado.

  • 15

    As dimenses granulomtricas dos traos (misturas) de agregados

    normalmente so referidas como: mistura de agregados 0/4mm, 0/6mm, 0/9mm e

    0/12mm.

    Na composio destes traos, empregam-se agregados 100% britados, tipos:

    p de pedra 3/16 (4mm), p de pedra grosso ou granilha 1/4" (6mm), brita ou

    gravilho 3/8 (9,5mm) e brita de 1/2 (12mm). Os elementos fillerizados (

  • 16

    segundo estabelece a norma DNER EM-367. Utiliza-se preferencialmente o cimento

    Portland CP-II ou cal hidratada como fler mineral.

    Uma vez que o fabricante certifica o material fornecido, nesse caso a cal

    hidratada ou cimento Portland CP-II, geralmente no se faz necessrio os ensaios

    de controle de qualidade especficos. Entretanto, a aceitao do material somente

    deve ocorrer aps coleta de amostras para futuras eventuais verificaes e inspeo

    visual.

    Segundo as especificaes de MRAF vigentes, nacionais e internacionais, o

    percentual de fler deve ser limitado no mximo a 3% de agregado, independente da

    faixa granulomtrica selecionada para a mistura. H a possibilidade realizar a

    alterao de at +1% no teor de fler determinado no projeto de dosagem, quando o

    procedimento significar ganho de qualidade nas propriedades de consistncia ou

    ruptura/cura do MRAF.

    3.2 COMPOSIO DA MISTURA

    A composio granulomtrica da mistura de agregados deve satisfazer os

    requisitos do quadro deste item, com as respectivas tolerncias quando ensaiadas

    pelo Mtodo DNER-ME 083.

    Outras informaes gerais sobre o as falto residual da mistura taxas de

    aplicao / espessuras e utilizao, esto tambm apresentadas no quadro.

    A dosagem adequada do micro revestimento asfltico a frio realizada com

    base nos ensaios recomendados pela ISSA - International Slurry Surfacing

    Association: Um ajuste de dosagem dos componentes do microrevestimento

    asfltico a frio pode ser feito nas condies de campo, antes do incio do servio.

    Tabela 2 - mtodos e condies de dosagem (ISSA -143)

    COMPOSIO GRANULOMTRICA DA MISTURA DE AGREGADOS (ISSA 143)

    Peneira de

    malha

    quadrada

    Percentagem passando, em peso Tolerncia da

    curva de

    projeto (%) Peneiras Faixa I Faixa II Faixa III

    Nome Abertura, mm

    12,5 - - 100 -

    3/8 9,5 100 100 85 - 100 5

  • 17

    COMPOSIO GRANULOMTRICA DA MISTURA DE AGREGADOS (ISSA 143)

    Peneira de

    malha

    quadrada

    Percentagem passando, em peso Tolerncia da

    curva de

    projeto (%) Peneiras Faixa I Faixa II Faixa III

    Nome Abertura, mm

    n 4 4,75 90 - 100 70 - 90 60 - 87 5

    n 8 2,36 65 - 90 45 - 70 40 - 60 5

    n 16 1,18 45 - 70 28 - 50 28 - 45 5

    n 30 0,6 30 - 50 19 - 34 19 - 34 5

    n 50 0,33 18 - 30 12 - 25 14 - 25 5

    n 100 0,15 10 - 21 7 - 18 8 - 17 5

    n 200 0,075 5 - 15 5 - 15 4 - 8 3

    Asfalto

    residual

    % em peso

    do agregado 7,5 - 13,5 6,5 - 12,0 5,5 - 7,5 2

    Filler % em peso

    do agregado 0 - 3 0 - 3 0 - 3 0,3

    Polmero

    % em peso

    do asfalto

    residual

    3 mn. 3 mn. 3 mn. -

    Taxa de

    aplicao Kg/m2 5 - 11 8 - 16 15 - 30 -

    Espessura

    (mm) - 4 - 15 6 - 20 12 - 37 -

    Utilizao

    reas

    Urbanas

    aeroportos

    Rodovias de

    trfego pesado

    Trilhas de Roda

    Regularizao de

    Rodovias e Rodovias

    de trfego pesado

    -

    NOTA: As tolerncias constantes do quadro so permitidas desde que os limites da faixa no sejam

    ultrapassados.

    Fonte: NORMA DNIT 035/2005 ES

    4 CONTROLE TECNOLGICO

    O controle tecnolgico na obra o principal indicador de garantia para

    obteno de um pavimento de qualidade. O controle realizado em concordncia

    com os valores limites especificado em projeto.

    4.1 CONTROLE DOS INSUMOS

  • 18

    A qualidade dos material constituinte obedece parmetros de acordo com a

    as especificaes tcnicas DNIT-ES 035/2055 e ABNT-NBR14948. O plano de

    controle obedece aos mtodos de controle previstos na instruo de ensaio

    conforme apresentado nas tabelas 3 e 4.

    A especificao de servio do DNIT 035/2005 orienta quanto ao controle de

    qualidade dos agregados, a tabela 3 evidncia os tipos de controle, o mtodo de

    controle e a frequncia com que deve ser realizado.

    Tabela 3 - controle de qualidade dos agregados

    PLANO DE CONTROLE DE QUALIDADE

    Material / Produto: Agregados

    Tipos de Controle

    Especificao ou critrio de aceitao

    Resp. Mtodo

    de controle

    Instrumento de Medio

    Frequncia

    Granulometria da mistura

    Conforme projeto

    Labor

    atorist

    a

    DNER-ME

    / 083-98

    Peneiras /

    balana

    Dois ensaios por dia

    de trabalho

    Equivalente de Areia

    Mn 60%

    Labor

    atorist

    a

    DNER-ME

    / 054-97 Proveta

    um ensaio a cada

    carregamento que

    chegar a obra

    Adesividade WST

    Mn 90%

    Labor

    atorist

    a

    NBR

    14757 Visual

    A cada 500t recebidas

    ou

    quando houver variao

    na natureza do material

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    Como controle a especificao recomenda o controle sob emulso catinica

    elastomrica que devem obedecer aos critrios conforme a tabela 4.

    Tabela 4 - padres limites para emulso - MRAF

    PLANO DE CONTROLE DE QUALIDADE

    Material / Produto: Emulso asfltica catinica elastomrica RC1C-E

    Tipos de Controle

    Especificao ou critrio de

    aceitao

    Responsvel

    Mtodo de controle

    Instrumento de Medio

    Frequncia

  • 19

    PLANO DE CONTROLE DE QUALIDADE

    Material / Produto: Emulso asfltica catinica elastomrica RC1C-E

    Tipos de Controle

    Especificao ou critrio de

    aceitao

    Responsvel

    Mtodo de controle

    Instrumento de Medio

    Frequncia

    Resduo asfltico

    Mn. 62% Laborat

    orista NBR 14896 balana

    A cada

    fornecimento

    Viscosidade SSF, 50 C

    Mx. 70% S Laborat

    orista NBR 14491 Viscosmetro

    A cada

    fornecime

    Peneiramento, 841 m (ASTM n

    20) Mx. 0,1%

    Laborat

    orista NBR 14393 Balana e peneira

    A cada

    fornecimento

    Carga de partcula

    Positiva Laborat

    orista NBR 6567

    Aparelho de carga

    de partcula

    A cada

    fornecimento

    Recuperao elstica, 25 C

    Mn. 70% Laborat

    orista NBR 15086 Ductilmetro

    A cada

    fornecimento

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    4.2 TEOR DE LIGANTE

    Um dos controles realizados a realizao de ensaios que determinem o teor

    de ligante na mistura.

    Figura 12 aparelho para ensaio do teor de ligante rotarex

    Fonte: ATP ENGENHARIA

  • 20

    4.3 CALIBRAO

    A calibrao do aparelho de imprescindvel paga garantir a veracidade no

    ensaio. A perda de finos que ocorre atravs do filtro, que pode levar a resultados

    mais elevados de teor de ligante na massa do que o real.

    4.4 GRANULOMETRIA DO AGREGADO

    Como metodologia de controle de agregados extrada do pavimento corpos

    de prova para elaborao dos ensaios de granulometria, e verificao com o real

    projetado e que atendam a especificao DNER-ME 083.

    4.5 TEMPO DE MISTURA

    A mistura do MRAF deve ser estvel, de forma a ruptura da emulso no

    ocorra na caixa de distribuio ou mesa, e homognea. Para que no haja

    segregao materiais da pista.

    Esse controle deve ser de forma visual atendendo as especificaes da NBR

    14758.

    4.6 EQUIVALENTE DE AREIA DO AGREGADO

    Esse ensaio realizado com o material do estoque, ele determina a qualidade

    dos agregados midos pela presena de argila ou silte. Atende as exigncias da

    especificao de servio DNER-ME / 054-97.

    E necessrio para garantir a ausncia de finos plsticos no material da

    mistura do MRAF, a presena deles tem efeitos indesejveis e que se tornam mais

    srios a medida que a proporo desses finos plsticos aumentam. indesejado

    pois aumentam o consumo de ligante asfltico bem como o apresentar ruptura

    prematura da mistura, reduo da resistncia a abraso, retrao e possveis

    fissuras sob cura, entre outros. (CERATTI, 2011).

    4.7 TAXA DE APLICAO ESPESSURA

  • 21

    A taxa de aplicao a massa em quilogramas de MRAF isenta de umidade

    aplicada, por unidade de rea de pista em metros quadrados. A mistura de MRAF

    deve ter fluidez apropriada durante toda a aplicao, para propiciar um bom

    acabamento superficial e garantir a taxa de aplicao requerida. A mdia simples da

    taxa de aplicao por camada isenta de umidade deve estar de acordo com os

    limites estabelecidos na especificao DNIT 035/2005.

    apresentada a figura que demonstra as etapas de realizao desse ensaio

    no trecho da BR 226 (Natal / Tangar).

    Figura 13 - ensaio para determinao da taxa de aplicao

    Fonte: ATP ENGENHARIA

    5 EXECUO 5.1 EQUIPAMENTO DE LIMPEZA E PREPARO DA SUPERFICIE

    Para limpeza da superfcie utilizam-se vassouras mecnicas, jatos de ar

    comprimido, ou outros.

    Antes da execuo da aplicao do MRAF os seguintes procedimentos

    devem ser realizados:

    A correta avaliao das condies estruturais e funcionais do pavimento bem como do desgaste da superfcie a ser tratada;

  • 22

    A limpeza prvia da superfcie com vassouras mecnicas e/ou jatos de ar comprimido a fim de remover a presena de p, argilas ou materiais soltos na

    superfcie. Eventuais defeitos existentes devem ser adequadamente

    reparados, previamente aplicao da mistura. Os dispositivos de drenagem

    tambm devem ser protegidos antes da aplicao do MRAF;

    A execuo de eventuais servios de tapa-buracos; A demarcao e selagem de fissuras e trincas de baixa severidade, de origem

    no estrutural, e com aberturas superiores a 6 mm devem ser tratadas com

    um sela-trincas para aplicao a quente ou com emulso asfltica

    elastomrica apropriada. A selagem de trincas deve ser mantida abaixo do

    nvel da superfcie, no coroando a mesma. Complementarmente, qualquer

    produto selante antigo, deve ser raspado e substitudo antes da aplicao do

    MRAF;

    A pintura de ligao, em geral, no requerida. Porm recomenda-se sua execuo sobre pavimentos desgastados e com textura aberta (porosos) ou

    heterognea, envelhecidos/oxidados, com fissuras que necessitam de

    selagem ou em concreto de cimento Portland para uma melhor

    aderncia/selagem, evitando potenciais descolamentos e arrancamentos do

    MRAF. O servio deve ser realizado com emulso apropriada, evitando sua

    diluio em obra. Caso necessrio, poder ser empregada a prpria emulso

    destinada ao MRAF na taxa de 0,5l/m diluda em gua, na proporo de 1:2

    em volume, respectivamente.

    Deve se aguardar um perodo de cura mnimo entre 30 minutos a 2 horas

    para a posterior aplicao do MRAF.

    5.2 EQUIPAMENTO DE MISTURA E ESPALHAMENTO

    O microrrevestimento asfltico a frio aplicado com um equipamento

    especfico, denominado de usina mvel de micro, constitudo de silos de agregados,

    de filler, de fibras, tanques de emulso, de gua e de aditivo lquido, um misturador

    de eixo duplo e paletas (pug-mill), montados sobre chassi, e uma caixa distribuidora

    dotada de eixos helicoidais para promover a constante homogeneidade da mistura

    asfltica em seu estado fluido.

  • 23

    A ausncia desta misturao (complementar) junto caixa distribuidora pode

    promover a ruptura da emulso asfltica (fenmeno denominado ruptura por

    inrcia), impossibilitando a aplicao da mistura asfltica.

    Figura 14 - usina mvel de MRAF

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    Figura 15 - esquemtico usina mvel

    Fonte: Manual de Mircrorrevestimento asfltico a frio MRAF

    1) Silo de agregados

    2) Silo de filer mineral

    3) Depsito de aditivo

    qumico

    4) Esteira de agregados

    5) Dosagem de emulso

    6) Dosagem de gua e

    aditivo qumico

    7) Pugmill

    8) MRAF

    9) Caixa distribuidora

    10) Cor marrom e preto-

    MRAF

    11) Barra de asperso de

    gua

  • 24

    A Aplicao deve ser realizada velocidade uniforme, a mais reduzida

    possvel. Em condies normais, a operao se processa com bastante

    simplicidade. A maior preocupao requerida consiste em observar a consistncia

    da massa, abrindo ou fechando a alimentao dgua, de modo a obter uma

    consistncia uniforme e manter a caixa distribuidora uniformemente carregada de

    massa.

    Figura 16 - aplicao de primeira e segunda camada do MRAF.

    Fonte: ATP ENGENHARIA LTDA

    5.3 CONDIES CLIMATICAS

    De acordo com (CERATTI, 2011), embora o microrrevestimento apresente

    bom desempenho em condies climticas, no deve ser executado em

    temperaturas inferiores a 10C e que estejam caindo, seja do ar ou do pavimento,

    em dias de chuva ou caso haja previso de temperaturas inferiores a 0C nas 24

    horas seguintes. O MRAF aplicado nestas condies pode desgastar e desagregar-

    se.

    Segundo (CERATTI, 2011), o micrrorevestimento alm de apresentar sua

    compatibilidade em relao aos agregados, a formulao da emulso asfltica deve

    ser ajustada s condies climticas locais, principalmente na troca de estaes.

    H a necessidade de cuidados adicionais ao aplicar o MRAF em temperatura

    ambiente superior a 40C, situao na qual o projeto de mistura e a execuo dos

    trabalhos podero ser reavaliados. Em temperatura de pista superior a 45C, o

  • 25

    pavimento deve ser previamente umedecido, atravs da barra de asperso de gua

    da usina-mvel, evitando a ruptura prematura da emulso com a superfcie

    existente. No dever haver gua livre em frente caixa distribuidora. (CERATTI,

    2011).

    Se as temperaturas so excessivamente altas ou se a umidade relativa do ar

    se encontra muito baixa, a ruptura da emulso poder ocorrer prematuramente

    causando a reteno de gua e retardando sua cura interna (falsa cura). Neste caso,

    a formulao da emulso deve ser ajustada e/ou utilizar aditivo lquido para controle

    do tempo de ruptura, possibilitando a aplicao adequada. (CERATTI, 2011).

    Se as temperaturas caem repentinamente o MRAF pode ter sua liberao ao

    trfego retardada, neste caso o distribuidor/produtor de asfalto deve ser contatado

    para aumentar a reatividade da emulso. (CERATTI, 2011).

    Em rea de sol e sombra, a coeso da mistura deve ser verificada

    separadamente ao liberar ao trfego e rolar imediatamente a mistura aplicada em

    caso de alta umidade relativa do ar ou chuvas imprevistas para acelerar seu

    processo de cura. (CERATTI, 2011).

    5.4 SINALIZAO DA OBRA

    reas prximas de canteiros mveis so reas de sinalizao que assumem

    caractersticas especficas em funo de se deslocarem ao longo da via, como nos

    casos de pintura de sinalizao horizontal, ou de durao muito curta, como

    operao tapa-buraco. Assim, em caso de execuo desses tipos de obras e em

    locais de boa visibilidade, necessria apenas a implantao de pr-sinalizao em

    trecho com extenso mnima de 200 metros. A sinalizao do canteiro pode ser

    representada pelos veculos e equipamentos portando dispositivos apropriados (ver

    figura 15).

    Quando ocorrerem em vias de alto volume de trfego e/ou baixa visibilidade,

    obras mveis podem ser tratadas, a critrio do rgo com circunscrio sobre a via,

    como obras fixas, delimitando-se um trecho a ser tratado, dentro do qual se

    locomovero as mquinas. Concludas as obras nesse trecho, delimita-se a

    seguinte, deslocando a sinalizao de obras.

  • 26

    Figura 17 - sinalizao de segurana

    Fonte: Manual DNIT de Obras Emergnciais

  • 27

    5.5 ABERTURA DO TRAFGO

    A desativao do canteiro e a consequente remoo da sinalizao

    temporria devem obedecer ao inverso do critrio utilizado para a sua implantao,

    ou seja, a retirada deve se dar da sinalizao do trmino das obras para a pr-

    sinalizao. O responsvel pela desativao dos dispositivos de sinalizao deve

    remov-los com a maior brevidade possvel, a fim de no prejudicar a credibilidade

    da sinalizao existente.

    No caso de desvios, o procedimento deve obedecer sequncia de liberao

    da via, da seguinte forma:

    Recolocao da sinalizao da situao normal, com as placas cobertas;

    Bloqueio momentneo da pista de rolamento; Retirada de todos os dispositivos utilizados no desvio; Remoo da sinalizao temporria; Remoo das coberturas das placas de sinalizao da situao normal; Abertura do trfego.

    Ocorrendo casos de ativao e desativao de desvios por curtos perodos, a

    via no pode permanecer com a sinalizao conflitante com a condio da pista.

    Portanto, tem que ser sempre removida ou recoberta toda sinalizao inadequada.

    5.6 SEGURANA LOCAL

    Nas aproximaes das reas onde esto sendo implantadas obras de

    manuteno/conservao ou ocorram situaes de emergncia, deve-se condicionar

    os condutores de veculos a circularem com redobrada ateno, seguindo

    velocidades adequadas nova situao e de acordo com os esquemas de

    circulao estabelecidos. Para possibilitar o alcance desse objetivo, toda a rea de

    influncia da obra na rodovia deve ser adequadamente sinalizada.

    De acordo com a influncia no trfego, a rea a ser sinalizada deve ser

    subdividida em:

  • 28

    rea de pr-sinalizao; rea de transio; rea de atividade;

    o rea de proteo; o rea de trabalho; o rea de retorno situao normal;

    rea de sinalizao de fim das obras

    Figura 18 - representa esquematicamente, em planta, essas reas.

    Fonte: Manual DNIT de Obras Emergenciais

  • 29

    6 CORREO DE FALHAS CONSTRUTIVAS

    A seguir so descritas algumas das falhas construtivas que podem

    ocorrer durante a execuo do MRAF, os erros que podero acontecer e os

    procedimentos a ser tomado para a sua correo.

    Escassez ou excesso de massa de irregularidade na emenda de faixas

    deve ser corrigido imediatamente aps a execuo. A escassez corrigida

    com adio de massa e o excesso, com a retirada de massa com rodos de

    madeira ou de borracha.

    Acmulo de material na caixa, resultando em ruptura prematura da

    emulso, marcas de arraste atrs da caixa distribuidora ou mesmo formao

    de material grosseiro na pista. O operador deve remover imediatamente

    qualquer formao de material e manter o nvel da caixa distribuidora pela

    metade durante a aplicao.

    A aplicao em uma nica camada de MRAF sobre superfcie irregular

    com elevada trilha de roda ou mistura muito fluida pode causar seu

    espalhamento e afetar as condies de segurana da via e de atrito.

    Recomenda-se aplicar o MRAF em mltiplas camadas para o preenchimento

    das trilhas de roda.

    Velocidades de aplicao elevadas mistura asfltica muito seca, altura

    incorreta da caixa distribuidora e a barra de acabamento irregular so os

    principais fatores responsveis pela m qualidade da textura e ondulaes

    transversais.

    Rosca sem-fim irregular ou falta de controle da distribuio de material

    na caixa distribuidora, trilhas de roda no preenchida adequadamente e

    misturador sem manuteno so os principais fatores responsveis pela

    concentrao de finos na mistura asftica.

    7 O MRAF E MEIO AMBIENTE

    Os cuidados observados para fins de preservao do meio ambiente

    envolvem a produo, a estocagem e a aplicao de agregados, assim como

    a operao da usina.

    Devem obedecer o Projeto Bsico Ambiental - PBA.

  • 30

    A norma DNIT 035/2005 apresenta as principais fontes e agente

    poluidores. Conforme tabela 5. Tabela 5 - agentes e fontes poluidoras

    AGENTE POLUIDOR FONTES POLUIDORAS

    I. Emisso de particulas

    As fontes so: peneiramento, transferncia e

    manuseio de agregados, balana, pilhas de

    estocagem e trfego de veculos e vias de acesso.

    II. Emisso de gases

    Combusto do leo: xido de enxofre, xido de

    nitrognio, monxido de carbono e hidrocarbonetos.

    Aquecimento de emulso asfltica: hidrocarbonetos.

    Tanques de estocagem de leo combustvel e de

    cimento Asfltico: hidrocarbonetos

    III. Emisso de

    fugitivas

    As principais fontes so pilhas de estocagem ao ar

    livre, carregamento dos silos frios, vias de trfego,

    rea de peneiramento, pesagem e mistura.

    Fonte: NORMA DNIT 035/2005- ES

    8 CONSIDERAES SOBRE APLICAO DO MRAF NA BR-226 (NATAL/TANGAR)

    O Trecho em estudo fica compreendido entre o (ENTR RN-304) e ENTR RN-

    093 (TANGAR) 51,30 km, e parte integrante do CREMA Etapa 1, que tem por

    objetivo a melhoria do nvel funcional dos pavimentos, no sendo previstas

    intervenes estruturais no pavimento.

    As solues apresentadas nos projetos resumemse a melhoria do nvel funcional do pavimento, sendo utilizado em grande parte dos trechos o MRAF (micro

    revestimento a frio), e a reciclagem do acostamento danificado com a execuo de

    tratamento superficial duplo sobre a base reciclada, quando necessria. As solues

    previstas para o acostamento passam ainda pela execuo do MRAF sobre o

    tratamento superficial simples anteriormente implantado.

    O controle rigoroso do MRAF caracteriza uma execuo de boa qualidade na

    rodovia em estudo, os ensaios realizados esto apresentados no ANEXO A ao

    ANEXO D.

  • 31

    Em resumo a conservao e manuteno das rodovias tem apresentando

    resultados esperados tais como melhor conforto do usurio, nivelamento da pista,

    timo recobrimento, preservao dos bueiros em bom estado de conservao,

    melhor resposta ao adesividade ao pavimento existente, retardao as trincas,

    aplicao de varias camadas sucessivas e sistema no poluente.

    Figura 19 - BR 226 - aplicao do MRAF

    Fonte: ATP ENGENHARIA

    RESUMEN

    Presenta la tcnica de Microrrevestimento asfalto fro (MRAF), mantenimiento

    preventivo y correctivo de las carreteras y vas pblicas se ejecutan con pavimento

    asfltico. Expone el rendimiento alcanzado y el mayor uso. Anuncia la introduccin

    en Brasil. Las menciones a la evolucin de los lodos de alquitrn. Caractersticas de

    la mezcla de asfalto, pruebas, implementacin, gestin ambiental, la limpieza y

    sealizacin de obras ejecutadas con pavimentos flexibles. Por ltimo, se presentan

    los de control de ejecucin, los criterios para la fijacin de las fallas y no conformidad

    o las condiciones climticas. La metodologa aplicada fue la presentacin de

    canciones originales en la tcnica, as como visitas tcnicas, y la documentacin

    fotogrfica. Se basa en la recuperacin de las carreteras federales en el estado de

    Rio Grande do Norte, BR-226.

    Palabras-llave: Pavimentos flexibles. Micro revestimiento asfltico en frio. Norma DNIT. BR 226.

  • 32

    REFERNCIAS

    CERATTI, J. A. P.; REIS, R. M. M. Manual de microrrevestimento asfltico a frio. Rio de Janeiro, 2011.

    BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B.

    Pavimentao asfltica Formao bsica para engenheiros. Rio de Janeiro: Petrobras/ABEDA, 2008.

    REIS, R. M et al. Manual bsico de emulso asflticas. Rio de Janeiro: ABEDA, 2010.

    DNIT - DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT

    035/2005 ES: Pavimentos flexveis: microrrevestimento asfltico a frio com emulso modificada por polmero. Rio de Janeiro, 2005.

    DNIT - DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTES. Manual de Sinalizao de Obras Emergncias de Rodovia. Rio de Janeiro: DNIT, 2010 (Publicao IPR, 218).

  • 33

    ANEXO A ENSAIOS DE RECEBIMENTO DE CAP

  • 34

    ANEXO B ENSAIOS DE EQUIVALENTE DE AREIA

  • 35

    ANEXO C ENSAIOS DE GRANULOMETRIA

  • 36

    ANEXO D ENSAIOS DE TEOR DE EMULSO