artigo: uma crônica da república

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Agosto de 2011 Ano XVI Número 189 www.brasilimperial.org.br Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial MEDALHA BRASIL IMPERIAL O Instituto Brasil Imperial vai outorgar, no dia 7 de outubro, às 19h30, a Medalha Brasil Imperial para às SS.AA.II. RR Dom Luiz de Orleans e Bragança e Dom Bertrand de Orleans e Bragança. A solenidade acontecerá na sede do IBI, em São Paulo, e desde já o convite está feito a todos os monarquistas brasileiros, empenhados na construção de um País justo e democrático Pág.16 Artigo: uma crônica da república Pág.5 O casamento de D.Pedro I e D. Amélia Pág.8 Os liberais-conservadores no Brasil Pág.12

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Page 1: Artigo: uma crônica da república

Agosto de 2011 Ano XVI Número 189 www.brasilimperial.org.br

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial

MEDALHA

BRASIL IMPERIALO Instituto Brasil Imperial vai

outorgar, no dia 7 de outubro,

às 19h30, a Medalha

Brasil Imperial para

às SS.AA.II. RR Dom Luiz de

Orleans e Bragança e Dom

Bertrand de Orleans e Bragança.

A solenidade acontecerá na

sede do IBI, em São Paulo, e

desde já o convite está feito

a todos os monarquistas

brasileiros, empenhados na

construção de um País

justo e democrático

Pág.16

Artigo: uma crônica da repúblicaPág.5

O casamento de D.Pedro I e D. AméliaPág.8

Os liberais-conservadoresno Brasil

Pág.12

Page 2: Artigo: uma crônica da república

O exercício do pensar para agir é uma grande virtude que deve estar transigência lamentável o que havia de mais liberal na bela

entre as qualidades de todos os monarquistas. O País pede, hoje faculdade que lhe fora outorgada pela Constituição. Num país como

mais do que nunca, que façamos isso com mais frequência. o nosso, onde o espírito de partidarismo é tão vivaz e absorvente

Passamos por um período difícil, com as instituições sendo que homens da respeitabilidade e do prestígio

agredidas todos os dias, das formas mais vis possíveis. Para um nacional de Zacarias não coravam de descer a mesquinhas

monarquistas é doloroso ver que muitas das conquistas do Império manobras de politicagem contra os adversários, só a Coroa, fora dos

Brasileiro são desrespeitadas pela República que, há mais de cem partidos e das vicissitudes eleitorais, pela imparcialidade da sua

anos, não conseguiu nos apresentar uma nação estável, visão alta e larga, no uso da bela prerrogativa constitucional, seria

fundamentalmente democrática, e justa. O golpe de 1889 ainda está capaz de impedir que o mérito, o talento, a cultura fossem

vivo. O golpe ainda persiste e o receio de que um Brasil verdadeiro, sacrificados à habitual intolerância e ao desdém dos nossos

aquele sonhado e instalado por D. Pedro II, retorne é grande. Basta mandões politicantes, trouxessem eles os galões

ver o quanto os símbolos monarquistas são distorcidos e o quanto ridículos de broncos coronéis de aldeia ou

os nossos grandes líderes do império são retratados de forma ostentassem o chapéu de

equivocada. Importante recordar uma passagem do livro «O Ocaso bico e o fardão vistoso de ministros da

do Império», de Oliveira Viana, sobre o grande D.Pedro II: Coroa».

É hora de pensar e agir!

«Disse-se que o Imperador, por fim, acabou cedendo também

neste ponto à ambição insaciável dos políticos e passou a escolher

os senadores nas listas tríplices segundo a indicação dos

presidentes do Conselho; mas, se assim foi, ele cedeu com esta

O pensar e o agir!

02

ImperialGazeta

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial

www.brasilimperial.org.br

A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

Alessandro Padin Editor e jornalista responsável

[email protected]

A Palavra do Presidente

Homenagem do IBI aoConde D´Eu, falecidoem 28 de agosto de 1922

Page 3: Artigo: uma crônica da república

Comendador Antonyo da Cruz

Presidente do IBI

População está refém da violência e da corrupção

03

Vai Presidente, vem Presidente e o agora mistério de como aconteceu. O ensino profissionalizante. O único realidade basta o monarquista e não

Brasil e a qualidade de vida vão de Turismo foi o quarto e o quinto é da ensino que tem lá é a faculdade do monarquista se unir em torno de uma

mal a pior. Os ministros nomeados Agricultura. crime. Todos saem formados e o grande causa, rever os poderes que

pelos presidentes que por sua vez Não podemos esquecer o escândalo curso é dado pelos próprios internos. hoje estão na mão do presidente da

nomeiam o segundo escalão, que dos anões do orçamento, do mensa- E as cadeias, as penitenciárias, república. Ele é único e soberano, no

nomeiam o terceiro escalão, e a lão, do governo de Brasília, e uma verdadeiros depósitos de seres passado tínhamos os reis absolutis-

corrupção cresce uma rede incontro- lista sem fim que você conhece bem. humanos. Lugar de bandido é na tas e hoje absolutistas são os presi-

lável. E a segurança onde está? Não cadeia, não interessa se tem colari- dentes da república que se escondem

As instituições como transportes, pretendemos um policial em cada nho branco ou usa tatuagem, o que atrás da máscara democrática.

saúde, educação, infraestrutura não quarteirão e sim ação do governo importa é que o prisioneiro tem de Podemos sim levar o nosso país a

tem dinheiro para aplicar em estra- para criar inserção social de verdade; passar por sociabilização, porque uma condição invejável de primeiro

das, metrôs, aeroportos, portos, de nada adianta dar o bolsa família não termos indústrias dentro dos mundo, sem precisar mascarar nossa

hospitais, renumeração de médicos, sem promover um acompanhamento presídios? Sim o presidio pode ser situação internacional, Estamos entre

procedimentos, hospitais, renumera- de todos na família: pai, mãe, filhos, uma entidade privada e o prisioneiro as 10 primeiras economias e de

ção e segurança dos professores, genros e noras. Todos precisam ser selecionado pelo grau de pericu- acordo com dados divulgados em

qualidade de ensino, canalização de passar por sociabilização. losidade, e contar com escola de novembro de 2010 pela ONU, o Brasil

esgoto que corre a céu aberto e O ECA, que completou no mês de ensino fundamental, médio e profissi- apresenta IDH de 0,699,, atualmente

geração de empregos. julho 21 anos de criação, trouxe de onalizante, trabalho para todos e ocupa o 73° lugar no ranking mundial

Os vícios da corrupção são sempre fato a proteção à criança e ao adoles- ainda com acompanhamento psicoló- na escolaridade e renda, é ou não é

os mesmos. Só neste ano, cinco cente, mas parou por ai. Um infrator gico e terapia. Aí sim o prisioneiro mascarar a realidade.

ministros já caíram por desvios em com menos de 12 anos é preso e tem a oportunidade se se preparar O Instituto Brasil Imperial conclama a

seus ministérios ou por enriqueci- devolvido aos pais, que não tem para uma vida em sociedade. todos brasileiros e brasileiras a se

mento ilícito: primeiro foi Casa Civil estrutura financeira nem escolarida- Bem, até agora isso é só um sonho, unirem a nós por um Brasil de respei-

que não consegui explicar a sua de e cultura para orientar os filhos. não apareceu até hoje pelo menos no to. Acesse e faça seu cadastro

repentina fortuna, o dinheiro caiu do Em alguns casos são eles próprios continente americano nenhum www.brasilimperial.org.br, e escreva

céu e só no bolso dele. O segundo foi que incentivam os filhos ao crime. governante que leve isso a sério, até para nós (presidencia@brasi limperi-

o do Transportes, palco de escândalo Acima de 12 anos vai para a FEBEM, agora todos discursaram maravilho- al.org .br)

em todas as repartições do ministério, agora batizada de Fundação Casa, e samente sobre o assunto, mas Acorda Brasil, é hora de levantarmos

primeiro, segundo e terceiro escalão, qual a socialibilização que tem nessa nenhum se dispôs a mover uma palha do berço esplêndido e colocarmos as

com todos os níveis contaminados, O casa? Não tem ensino fundamental, pra resolver a situação. mãos à obra em defesa da Pátria, da

terceiro é o Ministério da Defesa até não tem ensino médio, não tem Mas esse sonho pode se tornar Família e da Prosperidade.

Artigo

Page 4: Artigo: uma crônica da república

04

As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o

suficiente para reconhecer o quão importante você é para o

Instituto Brasil Imperial. Nossa cumplicidade monárquica vai se

tornando forte, e como Presidente do IBI me sinto comovido a

homenagear os/as Confrades aniversariantes do mês. Feliz

aniversário! E que você seja muito, muito feliz!

Agosto

Régis Augusto Rodrigues – 01 - São Paulo – SP

Josimar Lourenço Silva – 07 - Ji Paraná - RO

João Marcos Alves Suzuki – 09 - Pirajuí - SP

Ydenir Prudenciano Machado - 10 São Caetano do Sul - SP

Herotildes Maciel – 11 - São José do Rio Preto - SP

Alexandre Amilton Vieira 22 Florianópolis – SC

Elisabeth Amélia Navarro 30 Santos – SP

Setembro

Ana Maria dos Santos – 27 - Barra os Coqueiros – SE

Charles Hombeeck – 11 - Rio de Janeiro – RJ

Junior Rasbolt - 24 - Toledo - PR

Marcos Neemias Negrão Reis – 14 - BELEM – PA

Martha Tomam Von Maders – 23 - BAGÉ - RS

Miguel Antonio D´avila Rebouças Sobrinho – 07 - Bauru - SP

Petrônio Andrade Gomes – 12 - Aracaju – SE

Roni Aparecido Leonel – 25 - Itabira – MG

Seu nome não consta como aniversariante, não temos a sua

data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você

completasse o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo, se

já tem a senha é só acessar e completar os dados, se não tem a

senha acesse o site www.brasilimperial.org.br e faça o recadas-

tramento e anote a senha para futuras alterações.

Aniversários

Em junho desse ano, o movimento Cordovil Maurity, que ainda 1° tenente

monarquista sofreu uma grande perda, tem participação capital na Passagem de

com a extinção do Dr. Waldyr da Fontoura Humaitá, na Guerra do Paraguai. Sobre

Cordovil Pires, que este ano completaria sua família, publicou Dr. Cordovil em

80 anos, eminente advogado do Rio de 2001, a conferência realizada em 1999 no

Janeiro, também era um dos maiores CBG, com o título "Cordovil. Suas ori-

colecionadores brasileiros. Colecionismo gens, a família, o bairro", no caso o bairro

que se dividia por livros, com destaque de Cordovil, no município do Rio de

para história e genealogia; fotografias, Janeiro, que tem origem nas terras do

com destaque para retratos do século engenho/fazenda do provedor. O Dr.

XIX; daguerreótipos e cartões postais; Cordovil, pertencia ainda aos quadros do

assuntos pelos quais ele era apaixonado, Instituto dos Advogados do Brasil; ao

paixão que ele dividia com os amigos, Instituto Genealógico Brasileiro de São

dada a sua grande generosidade ao Paulo; ao Instituto Genealógico do Rio

franquear a sua biblioteca aos estudio- Grande do Sul; à Associação Brasileira de

sos. Generosidade que já vinha de muitos Pesquisadores de História e Genealogia

anos, como atestamos no mensário do e a Associação de Cartofilia do Rio de

Arquivo Nacional de março de 1972, em Janeiro (ACARJ).

artigo do saudoso heraldista Rui Vieira da As coleções do Dr. Waldyr Cordovil,

Cunha, que cita a consulta do folheto também tiveram participação, com outras

"Disposições para a Sagração de S. M. o coleções importantes, em vários livros

Imperador" de 1841 editado pelo sobre vários temas, com destaque para

Ministério do Império, na coleção brasilia- "Os Fotógrafos Alemães no Brasil do

na d o Dr. Cordovil. Membro do Colégio século XIX" e "1893/1930 Postaes do

Brasileiro de Genealogia, provinha ele de Brazil", ambos de Pedro Karp Vasques e

importantes famílias como os Fontoura, "A Propaganda no Brasil através do

povoadores do Rio Grande do Sul; dos Cartão Postal 1900 - 1950" de Samuel

vem paulistas Galvão de França, cujo Gorberg. Na temática cartofilia, Dr

membro mais famoso vem a ser o nosso Cordovil publicou vários artigos na revista

santo Frei Galvão; além dos Cordovil, da ACARJ, dos quais destacamos: n°124

naturais de Évora, no Alentejo, estando ”Os mais antigos cartões postais de

entre as mais antigas do Reino, e que Valença”,n°128 “ Os Mais Antigos

vêm para o Brasil nos primórdios do Cartões Postais Ilustrados e Circulados

século XVIII, onde exerceram a o ofício de do Rio de Janeiro”, n°131 “Homenagem a

provedores da fazenda real, na figura de Santos Dumont”, n°135 “A Iconografia

Bartolomeu de Sequeira Cordovil, cuja Cartofílica da Família Imperial Brasileira”.

descendência frutificou pelo Brasil afora. Sua obra de vulto ainda não chegou a ser

Quanto aos Cordovil na Fazenda publicada, qual seja: "Os Cordovil,

Nacional, o próprio Ministério da Quinhentos Anos de Mitos, Lendas,

Fazenda, no seu site na internet, reserva Lutas, Glórias e Tradições de uma

um capítulo especial para eles, esse Família" que tenho certeza a família não

capítulo se encerra justamente com a medirá esforços em realizar postuma-

aposentadoria do Dr. Cordovil como mente, esse sonho que ele acalentou.

subprocurador geral da Fazenda Perdeu a causa monárquica um grande

Nacional em 1996. Dessa família, entre brasileiro, e nós que tivemos a honra de

outros expoentes, destacamos o Alte. conhecê-lo um grande amigo.

TRIBUTOLuís Severiano Soares Rodrigues

Dr. Waldyr da Fontoura Cordovil Pires

Memória

Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui

Page 5: Artigo: uma crônica da república

Crônica da

05

Artigo

Luís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado

em história, sócio

correspondente do Instituto

Histórico e Geográfico de

Niterói e Artista Plástico

O atual momento político, que vive o Infraero no governo Lula, um irmão e nância de governo em prazos que legislatura. Em outra hipótese possí-

país, nos trás mais uma vez a realida- a cunhada do senador Jucá, também não são rígidos a burocracia deve ser vel, é a de que o parlamento não

de republicana, que todos conhecem, perderam os empregos. profissional. Então os cargos e dando suporte ao governo para

mas fingem ignorar. Esses escânda- O caso do ministério do turismo empregos que o governo disporá a alcançar as metas fixadas de acordo

los de corrupção começaram já no completa o processo, pois mostra que cada troca de comando, se restringi- com a proposta que levou o povo a

governo provisório em 1889, portan- o Congresso Nacional, não pode se rão muito, chegando no máximo a formar aquela configuração parla-

to, estão entranhados no DNA arvorar como vestal imaculada, eles 500, muito diferente dos 25.000 de mentar, poderá o governo solicitar ao

republicano brasileiro, precisar-se-ia, nem tentariam, pois se a execução hoje. Assim sem empregos para Imperador a dissolução da Câmara

para resolver e esse problema das emendas parlamentares ao distribuir, veremos os partidos dos deputados, que ouvirá o conse-

c o n s t i t u t i v o , d e e n g e n h e i- orçamento, fossem fiscalizadas como políticos se ideologizando e buscan- lho de Estado para tanto, e convocará

ros/cientistas genéticos políticos, o deveriam, todos nós ficaríamos de do o poder para alcançar seus ideais, em, caso positivo, novas eleições.

que creio é uma categoria profissio- cabelos em pé, basta lembrarmos que agora sim, será o bem comum de Tudo isso, dentro de um sistema

nal, que ainda não existe. A solução das ambulâncias, etc. Digamos que o que fala a ciência política. O eleitoral baseado no voto distrital

que propuseram foi fazer faxinas, o espírito dos anões do orçamento se Imperador chamará a formar o misto, e com cláusula de barreira,

que soa estranho, pois a presidente faz presente perpetuamente na governo o líder da maioria, e este para se evitar partidos inexpressivos,

mal arrumou a casa, assim sendo maldição republicana desse país. formulará metas realistas a serem ou que estes se esforcem para se

temos que ela não arrumou a casa, e É emblemático que o estopim dessa alcançadas em 4 anos, de acordo tornarem expressivos.

que a mesma continua imunda. As explosão da realidade republicana com o programa de governo que este Esse processo ora proposto é revolu-

tais faxinas se restringem aos minis- tenha começado pelo partido da ofereceu ao eleitorado antes da cionário, pois caberá ao eleitor julgar

térios onde os tapetes foram levanta- república, pois a república ficou nua, eleição. O governo terá de prestar o governo que tanto prometeu antes

dos, ou seja, não existem problemas e as marcas do seu corpo mostram contas da execução dessas metas ao que ele acabe, para não descobrir

nos outros ministérios, tentam assim que já é tempo dela partir, e que é Impera dor e ao parlamento. Fugindo que era tudo mentira só no final. E

isolar o problema. Mas temos um necessário que ela morra para que a o governo das diretrizes que ele escolher outro governo que não

exemplo interessante, que vem a ser Res Pública renasça. Portanto, nossa mesmo traçou para si, ou agindo receberá um cheque em branco como

uma declaração do ministro da proposta é a revolução política, já que opostamente ao que prometeu, ou é no presidencialismo. A legitimidade

Controladoria Geral da União, a forma monárquica de governo e o não se esforçando para alcançar as desse modelo é o Chefe de Estado

dizendo, após as denúncias sobre o sistema parlamentarista de governo metas que ele mesmo se impôs, o (Imperador) independente e apartidá-

ministério dos transportes, que já na forma federativa de Estado Imperador, consultando o Conselho rio, cujo único compromisso é com a

havia ouvido alguns rumores sobre democrático, que defendemos e de Estado, poderá propor referendo Nação que ele encarna e personifica

problemas na Valec, declaração que buscamos a 122 anos, pressupõe popular sobre a permanência ou não cuja prosperidade e progresso só

nos levam a constatar a sua omissão, mudanças revolucionárias para do governo, antes dos 4 anos de engrandecem o seu nome.

pois só depois dos escândalos é que acabar com a sanha dos corruptos de prazo da legislatura que sustenta o Como eu disse algum tempo atrás, a

a Valec foi investigada. todos os matizes que a república governo. Aprovada a retirada do presidente descobriria que recebeu

O caso do ministério da agricultura é protege, vide o caso do ministro governo, convocará o Imperador, um presente de grego ao se eleger,

exemplar, que expõe o fisiologismo e Palocci e seus colegas de hoje e dos nova eleição para que o povo escolha isso já aconteceu. Num sistema

o nepotismo do PMDB, já que um tempos do mensalão, que ao contrá- outro governo. Poderá também a parlamentarista onde ela fosse só

irmão do senador Romero Jucá está rio do que pensa o deputado maioria governante propor a mudan- chefe de governo, no episódio Palocci

ligado as acusações contra o ministro Vaccareza estão na pauta do dia e ça da chefia do gabinete, uma vez o seu governo já teria caído, pois

Rossi, depois que foi retirado da não são página virada. que esse se mostre incompetente, ao começou muito mal, e como a Elenice

Conab, o que deu margem a diversas A estrutura político-administrativa Imperador que ouvindo o conselho de no governo passado sua escolha

outras acusações ao dito ministro. que pressupomos exige a profissio- Estado, chama no elemento a assu- também foi infeliz. Creio que só a

Não devemos esquecer que anterior- nalização da máquina de governo, mir a chefia do governo, essa hipóte- presidente tem motivos para gritar

mente, quando da reestruturação da assim com a possibilidade de alter- se só será possível uma única vez na viva a república.

República

Page 6: Artigo: uma crônica da república

06

Artigo

Fábio FerreiraDoutorando em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As revoluções de maio e liberal do Porto no Estado Cisplatino Oriental - II

Os estancieiros foram um importante

ponto de apoio de Artigas, podendo

ser mencionados os casos de Tomás

García de Zúñiga, Juan José Durán e

Frutuoso Rivera, que atuaram, por

anos seguidos, ao lado do líder

oriental e, posteriormente, de D. João

VI e de D. Pedro I. Influiu na decisão

dos estancieiros por Artigas fatores

como este ser originário de uma

família proprietária de terras e sua

reconhecida capacidade militar,

devido aos seus sucessos em impor a

lei e a ordem no campo durante o

período colonial espanhol. Já os

comerciantes posicionaram-se,

majoritariamente, contra Artigas e

favoráveis à Espanha, por crerem

que ficando ao lado dos europeus

poderiam conseguir vantagens

monopolistas junto aos seus aliados

ibéricos.

As tropas de Artigas obtiveram várias domínios dos familiares de Carlota conflito, mas excluído das negocia- e Lord Strangford, ministro inglês no vitórias no interior da Banda Oriental Joaquina, o príncipe português tinha ções entre o Vice Rei e Buenos Aires, Rio de Janeiro, agiram no sentido de e nos povoados menores, cercando, pretensões de estender seus domíni- permaneceu na Banda Oriental, a Portugal abandonar o Prata, no que em seguida, Montevidéu, fiel à os americanos até o Prata, sendo que ignorar o que foi estabelecido entre as lograram êxito. Espanha, onde encontrava-se o vice-o pedido de ajuda de Elío era um duas partes contratantes. Ambos não Além de Portugal, Artigas era contrá-rei Francisco Javier Elío. Deste modo, excelente argumento para que tropas tinham poder bélico para que as rio ao acordo entre Elío e os porte-diante da concreta ameaça dos lusas ocupassem o território platino. tropas portuguesas evacuassem a nhos, pois os seus aliados de Buenos artiguistas, Elío recorreu à ajuda da No entanto, Elío e os portenhos área e, assim, recorreram à Aires o ignoraram completamente ao corte portuguesa, que prontificou-se assinaram, em 20 de outubro de Inglaterra, que era capaz de fazê-lo, celebrar o acordo e, ainda, deixaram a ajudá-lo, enviando forças militares 1811, um acordo em que os buenai- seja militar, seja diplomaticamente. a Banda Oriental nas mãos dos lideradas pelo general Diego de renses comprometeram-se a aban- Como o desejo dos patriotas porte- espanhóis. Por isto, Artigas partiu Souza para o auxílio dos realistas. donar a Banda Oriental, em cessarem nhos e de Elío de que as forças para Entre Rios, sendo acompanha-É válido observar que mesmo que D. seu apoio a Artigas e, ainda, reconhe- joaninas saíssem da Banda Oriental do por milhares de pessoas, no João tenha prestado este apoio a ceram o domínio espanhol na região. coincidia com os interesses dos episódio que ficou conhecido como justificar que as perturbações na No trato, também estipulou-se a ingleses, seja em razão do seu Êxodo do Povo Oriental. Banda Oriental estavam a causar retirada das forças portuguesas do comércio na região, seja pela aliança Também neste contexto e como turbulências na fronteira com o Rio Prata. com a Espanha, Castlereagh, secre- desdobramento da Revolução de Grande, e de que com tal marcha Portugal, chamado por Elío ao tário britânico de assuntos exteriores, Maio, Artigas foi aclamado Chefe dos estaria a garantir a integridade dos

Tropas portuguesas que participaram no cerco a Montevideu, em 1816, emgravura de Debret

Page 7: Artigo: uma crônica da república

Texto espaçado

07

Orientais e iniciou o projeto da Liga ocupação de Montevidéu e da

Federal, que incluía, além da Banda campanha oriental, D. João designou

Oriental, Entre Ríos, Santa Fé, o general português Carlos Frederico

Corrientes e regiões de Córdoba. Lecor, veterano das guerras napoleô-

Esta união era independente de nicas. Os militares que compunham a

Buenos Aires, constituía um sistema missão, que contou com cerca de

no qual as províncias teriam plena 12.000 homens, eram de aproxima-

soberania e o governo central fraco, damente 4.000 portugueses, denomi-

sendo incapaz de controlar as unida- nados Voluntários do Príncipe, e de

des provinciais.3 indivíduos oriundos do Brasil, que

A centralista Buenos Aires convocou, somavam 8.000.4

e m 1 8 1 3 , u m a A s s e m b l é i a Como justificativa do ataque luso-

Constituinte onde as províncias brasileiro, o governo instalado no Rio

teriam, teoricamente, voz e, em de Janeiro argumentava que agia

virtude disto, Artigas realizou o desta maneira pelas constantes

Congresso Oriental, com a função de perturbações e pelo desrespeito dos

definir o posicionamento dos seus artiguistas à fronteira com o Rio

conterrâneos junto aos portenhos. Grande e, ainda, que Artigas deseja-

O resultado foi o estabelecimento das va conquistar parte desta capitania.

"Instrucciones del Año XIII", que Além destas justificativas, somava-se

continham a reivindicação da agora, o antigo anelo luso de estender seus

sob o ponto de vista artiguista, domínios ao Prata.

Província Oriental (não mais Banda As tropas de Lecor partiram do Rio de

Oriental), pela independência, Janeiro em 12 de junho de 18165,

república e federalismo. Pelo teor da atravessando a fronteira entre o Rio Lancasteriana de Montevidéu, a general foi agraciado pelo monarca

proposta, os deputados orientais Grande e a Banda Oriental alguns Junta Superior de Real Hacienda e o pelo fato do militar ter realizado com

sequer foram recebidos pela meses depois. Em 20 de janeiro de Cuerpo de Cívicos de Montevideo. sucesso a integração política dos

Assembléia Constituinte, fato que 1817, após articulações políticas com Evidentemente, não só parte dos ocupadores com grande parte da

levou Artigas a romper com os o Cabildo de Montevidéu, composto, segmentos locais mais abastados sociedade oriental.

portenhos e a declarar guerra aos nesta altura, por figuras como o padre beneficiaram-se com a ocupação, Paralelamente à administração de

mesmos. Dámaso An tón io La r rañaga , mas, de semelhante modo, os Montevidéu por Lecor, Artigas resistia

Em decorrência, Buenos Aires atacou Jerónimo Pío Bianqui, Francisco ocupadores recebiam uma série de aos portugueses no interior e propor-

Montevidéu e, mais tarde, em 20 Llambí e Juan José Durán6, Lecor e vantagens com o apoio dado pelos cionava ataques ao Rio Grande.

junho de 1814, o substituto de Elío, suas tropas entraram neste núcleo elementos locais. Pode-se incluir Entretanto, o caudilho perdia cada

Vigodet, igualmente vinculado aos platino sem disparar um único tiro. como relevantes benefícios o conhe- vez mais posições, até que, em 1820,

espanhóis, foi derrotado. Três dias Posteriormente, Lecor conseguiu o cimento que esses orientais possu- na Batalha de Tacuarembó, o líder

depois, liderados por Alvear, os apoio de outros personagens igual- íam do funcionamento da administra- oriental partiu para Entre Rios e,

portenhos entraram na cidade, mente relevantes no âmbito local, ção pública, suas redes clientelares poster iormente, ex i lou-se no

permanecendo aí até 1815, quando como, por exemplo, Tomás García de na Banda Oriental, e a ajuda financei- Paraguai, onde passou o resto de sua

Artigas a retomou, passando, então, Zúñiga e Frutuoso Rivera. ra dada ao governo de Lecor, pois o vida.

a governar toda a Província Oriental e Uma das contrapartidas oferecidas a general tomou empréstimos de Observa-se, portanto, que, em 1820,

concretizando o projeto da Liga este grupamento para que apoias- importantes figuras locais, tais como encerrava-se a atuação política de

Federal. sem ao invasor era a de que eles do estancieiro Tomás García de Artigas, importante personagem

Apesar de Artigas estar à frente da teriam suas posições na administra- Zúñiga e do comerciante Francisco vinculado à Revolução de Maio e o

citada Liga, na prática, seu poder era ção pública mantidas. Além disto, é Juanicó.7 grande protagonista deste movimen-

restrito ao território oriental, arrasado importante pensar em todas as outras Neste contexto, Lecor adotou a to na Banda Oriental. Por fim, com a

e destruído pelos anos de guerra, regalias que poderiam ser obtidas política de realizar casamentos entre saída de Artigas de cena, Lecor

resultado dos conflitos gerados na caso se estivesse ao lado dos portu- militares de suas tropas e mulheres passava a controlar todo o território

Banda Oriental pela Revolução de gueses, por serem os novos donos orientais, sendo que ele mesmo oriental.

Maio. Paralelamente, no mundo luso- dos jogos de poder. casou-se, em 1818, com Rosa Maria Aparentemente, o general o faria

brasileiro começavam os preparati- Como exemplo, pode-se mencionar Josefa Herrera de Basavilbaso, tranquilamente, porém, neste mesmo

vos militares para a conquista da que diversos orientais receberam do pertencente a uma das famílias mais ano de 1820, ocorria no mundo luso-

margem esquerda do Prata, advento governo português condecorações, importantes da Banda Oriental. Neste brasileiro advento que viria a ocasio-

que lançou a Banda Oriental para a títulos nobiliárquicos e promoções na mesmo ano, em virtude das mercês nar grandes turbulências no mundo

órbita de Lisboa e do Rio de Janeiro. administração pública, bem como que D. João VI concedeu ao ser português, a marcar definitivamente o

estes individuos estiveram presentes aclamado e coroado rei de Portugal, futuro do Reino Unido português e da

A Banda Oriental portuguesa em uma série de organismos da Brasil e Algarves, Lecor tornou-se Banda Oriental: A Revolução Liberal

Para liderar as tropas portuguesas na Banda Oriental, como a Sociedade Barão da Laguna. Provavelmente, o do Porto.

O general português Carlos Frederico Lecor

Page 8: Artigo: uma crônica da república

Amor e fidelidade num casamento imperial:

08

História

D. Pedro I e D. AméliaMary Del PrioreHistoriadora

Há 180 anos, um caso de amor à inconveniente: “Que fará o

primeira vista. Na manhã do dia 16 de nosso Amo, na primeira, na

outubro de 1829, aportou na baía de segunda e em mil e uma

Guanabara, uma fragata transportan- noites? Que sofreguidão”!

do uma jovem esplêndida como uma Não errou. Anos mais tarde,

rosa. Ela se chamava Amélia Augusta D. Pedro ainda chamaria a

Eugênia Napoleona de Beauharnais, esposa carinhosamente de

princesa de Leuchtenberg e de “bocado de rei”…

Eichsteadt , tinha 17 anos e era neta No dia seguinte, a cidade

da imperatriz Josefina, casada em engalanou-se para as bodas.

segundas núpcias com Napoleão Salvas de artilharia, ilumina-

Bonaparte. Sem se conter, D. Pedro I ções, repiques de sinos e

foi ao encontro da noiva esperada. Os arcos triunfais saudaram o

jornais que haviam alardeado sua longo cortejo de carruagens,

beleza não se equivocaram. Ao desde o Arsenal da Marinha

encontrar a princesa prometida, D. até a Capela Imperial, onde

Pedro I quase perdeu os sentidos. se celebrou o casamento

Viúvo e repelido nas suas pretensões religioso. Encerrou-se a

matrimoniais por má reputação, D. cerimônia com um Te-Deum

Pedro I só conseguiu moça tão cheia cantado pelos professores da

de qualidades graças aos esforços de Imperial Câmara e música de

seu diplomata na França, o Visconde autoria do próprio Imperador.

de Pedra Branca. D. Amélia adotou o costume

Enquanto isso, nas lojas da capital que vinha da época do

fitas e tecidos cor de rosa se esgota- Consulado napoleônico: o

ram. Era a flor preferida da princesa, “vestido de casamento”

“a adorada Amélia, minha salvadora, longo, branco e acompanha-

a Salvadora do Brasil”, nas palavras do de véu de renda, como o

do apaixonado futuro marido. O que usou Carolina Bonaparte

Marques de Barbacena, testemunha para esposar o general

ocular do encontro assim o relatou: “vi Murat. (vide gravura Debret)

os noivos tão ocupados um do outro, Apesar da pouca idade, D.

como se fossem namorados de Amélia veio para mudar a

muitos anos. Neste momento consi- vida de D. Pedro I, mas,

dero aqueles dois entes os mais também a da sua Corte. Ao

felizes do mundo”. Entusiasmado, o chegar ao paço de São

Marques de Resende, ministro do Cristóvão, ficou impressiona-

não só inspirou a Ordem da Rosa, tecidos finos, louças requintadas e Brasil, descreveu a noiva: “Um ar de da com a desordem. O

condecoração criada pelo marido em objetos de decoração. O casal corpo como o que o pintor Corregio Imperador recebia a todos de qual-

sua homenagem, com a legenda imperial recebia com monumental deu nos seus quadros à rainha de quer maneira. Imediatamente tratou

“Amor e Fidelidade”, como consoli- baixela em “vermeil”, atualmente Sabá e uma afabilidade que aí há de de disciplinar o palácio, impondo

dou nos trópicos, um savoir-vivre, pertencente à casa real sueca e com fazer derreter a todos, fez com que eu etiqueta e cerimonial, obrigando o

característico das Cortes européias. peças em prata executadas pelo exclamasse, na volta para casa: cumprimento de horários e colocando

A seu pedido, D. Pedro renovou o célebre Odiot; Serviço de mesa de D. valham-me as cinco chagas de N. S. o francês como língua oficial. Além

mobiliário comprando um novo ao Amélia, com a inicial “A” em dourado Jesus Cristo, já que pelos meus disso, introduziu o refinamento dos

chileno Gabriel Arcos, recuperou ou o de casamento com cenas, enormes pecados não sou o serv iços e da indumentár ia.

cerimônias de ostentação, adquiriu paisagens, flores e frutos em policroImperador do Brasil”. E prosseguia, Feminina, belíssima e moça, Amélia

No dia seguinte, a cidade engalanou-se para as bodas. Salvas de artilharia, iluminações, repiques de sinos e arcos triunfais saudaram o longo cortejo de carruagens

Page 9: Artigo: uma crônica da república

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mia; Copos da família imperial em pelérines de tafetá com barras abriam em evasées, os tops em ombros. O casamento de D. Pedro

Bacarat e roupa de mesa em bordadas de canutilhos e lâminas de imensas mangas balão ou “jambon”. com a jovem D. Amélia representou

damasco, tendo nos cantos a inicial ouro; vestidos também com borda- Foi o tempo em que os spencers, os um momento de calmaria em meio

“A” sob coroa imperial. dos no mesmo metal; colares de sapatos de baile sem salto e as ao turbilhão de acontecimentos que

A elegância da imperatriz era esmeraldas ou ametistas facetadas. botinas de sarja fina entraram na caracterizou o Primeiro Reinado.

comentada na correspondência Seus cabelos louros estavam moda. Em que as bolsas de mão Graças a esse matrimônio, D. Pedro

estrangeira. Ela gostava de usar sempre penteados em cachos ou foram substituídas pelo leque. Os voltou a ser o monarca amado por

diademas com pingentes e meda- em coque, emoldurando um rosto decotes diurnos eram pequenos e toda uma nação e envolvido num

lhões; brincos, broches e pentes de perfeito. Nos retratos, sua indumen- arredondados. Para a noite, a linha idílio amoroso digno dos folhetins

cabelo em aço cromado imitando tária revela que a cintura fina era nua do pescoço se prolongava até então publicados nos melhores

brilhantes; mantos, redingotes e esmagada por cintos, as saias os largos decotes que morriam nos jornais do país.

Memória

Extraído do sitewww.petropolis.rj.gov.br

Luis Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, Conde

D'Eu, tornou-se príncipe no Brasil por casamento com

a Princesa Isabel, filha do Imperador D. Pedro II e

herdeira do trono brasileiro. Era filho primogênito do

Duque de Nemours e da Princesa Vitória de Saxe-

Coburgo-Gota e neto de Luís Felipe, rei da França.

Aos seis anos foi exilado com a família pela Revolução

de 1848, que destronou Luis Felipe. Na Espanha,

cursou a Academia Militar de Segóvia. Lutou no

Marrocos como ajudante de ordens do General

O'Donell. Casou-se com a Princesa Isabel em 15 de

outubro de 1864. Renunciou à nacionalidade france-

sa, adotou a brasileira e passou a viver no Brasil, onde

recebeu honras de Marechal do Exército. Ocupava, no

exército, o comando geral de artilharia. Assistiu, como

ajudante de campo do Imperador, a rendição dos

paraguaios em Uruguaiana. Após a saída de Caxias

do comando brasileiro na guerra do Paraguai, foi

nomeado para substituí-lo (22 de março de 1869).

Comandou a campanha das Cordilheiras na fase final

da guerra, obteve as vitórias de Peribebuí e Campo

Grande e ocupou Assunção. Após a Proclamação da

República, o Conde D'Eu acompanhou a família real

brasileira à França, onde, em 1897, no Castelo D'Eu,

perto de Dreppe, instalou um importante arquivo. Este

arquivo foi transferido para o Museu Imperial de

Petrópolis, em 1948. O Conde voltou ao Brasil, em

1920, acompanhando os restos mortais de D. Pedro II

e da Imperatriz Teresa Cristina, transladados a bordo

do encouraçado São Paulo.

O Conde D'Eu nasceu no Castelo de Neuilly, na

França. Morreu a bordo do navio Nassília quando

fazia uma segunda viagem ao Brasil, para assistir às

comemorações do centenário da Independência, em

1922.

Conde D´Eu

Page 10: Artigo: uma crônica da república

Existe coisa tão típica dessa repúbli- fecham contra sua atividade de

ca-presidencialista brasileira do que produtor rural. O articulista da “Veja”

falar, hoje em dia, da pobreza da ação situa ainda Barreto com “os pés muito

político-partidária? Ou mesmo das firmes na realidade do seu tempo”, de

diatribes do tal PR, envolvido até o modo que o “alvo preferencial de sua

pescoço nos escândalos do crítica – e de sua ira – era a política

Ministério dos Transportes, que dos primeiros anos da República”.

fizeram cabeças rolar? Nem me Normal. “Triste Fim de Policarpo

falem... Pior que o espetáculo do sub- Quaresma” tem sua ação no tempo

desenvolvimento político reinante de Floriano Peixoto (1891-1894) e da

nesse país não para de crescer, e, Revolta Armada do Rio de Janeiro.

logo surgiram novas denúncias de Quaresma vai ao presidente Floriano,

superfaturamento no Ministério da que o recebe com “enfado” e “despre-

Agricultura e, em seguida, no zo” no final do encontro. Pompeu de

Ministério do Turismo, com outras Toledo relata: “Ao longo da Revolta

cabeças rolando planalto abaixo. da Armada, ele experimentará da

Além de entristecer a nação, as rotina sem sentido dos tiros perdidos

denúncias de superfaturamento de dos navios para os fortes, e vice-

obras públicas no Ministério dos versa, transformados a certa altura

Transportes suscitaram artigos em diversão para a população, até a

primorosos na mídia nacional. matança cruel que se seguirá”. Eis,

Curioso exemplo é o de Roberto então, “o perfeito e consumado

Pompeu de Toledo, na “Veja” (edição personagem de tragédia. Quaresma

de 13/07/2011), intitulado “A repúbli- morrerá por força da injustiça e da

ca que não foi”. Será? Inspirado no ferocidade dos detentores do poder,

romance “Triste fim de Policarpo mas também dos efeitos da desilusão

Quaresma”, de Lima Barreto (1881- e da solidão de suas causas”, arre-

1923), um clássico da literatura mata Pompeu de Toledo. Resumo da

brasileira, o jornalista ensina: “Mes- ópera: o romance de Lima Barreto

mo quem não leu o livro tem uma investe contra Floriano (o então

idéia de quem se trata – o patriota tão “Marechal de Ferro”), mas também

patriota, tão enamorado e orgulhoso contra os militares e o “Santo Ofício

das coisas do Brasil”, que acabou da República. O articulista recorda

esmagado pelo poder”. que o autor gostava de “atalhar o

Toledo vai direto à transição que o relato ficcional com diatribes de 1889. Ministério dos Transportes...

personagem sofre na trama. Dos tons editorialista”, acusando “o nefasto e Ao terminar seu artigo, Pompeu de

de comédia à tragédia, que faz a hipócrita positivismo de um pedantis- Toledo crava os olhos no Brasil de Coalizão infernal

grandeza do livro. O ficcionista Lima mo tirânico e estreito que justificava hoje para fulminar: “Lima Barreto era Muito obrigado, Lima Barreto, pela

Barreto em sua melhor fase. “Policar- todas as violências”. mais um dos desencantados com a longevidade e atualidade de sua obra

po, como um herói do teatro grego, Em tempo: Para quem ainda não república que não foi, como se dizia literária e por ter sido o cidadão que o

vai-se consumir numa luta perdida... sabe, o escritor Lima Barreto referia- na época – a dissipação da idéia de Brasil desses dias constipados de

São as pragas bem terrenas do Brasil se à ideologia dos militares que república num mar de intolerância, de hoje tanto precisa. Para completar a

que tanto amou”, sinaliza. Por se impuseram o regime republicano desonestidade e de mistificação”. triste cena política, temos os desen-

recusar a participar de uma fraude presidencialista à força no país, Que ironia! Hoje temos até um contros desse “presidencialismo de

eleitoral, as portas do governo se naquele fatídico 15 de novembro de Partido da República e aquele coalizão” que tenta fazer da presiden

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e a república que não foi...

Artigo

Policarpo QuaresmaEdvaldo F. EsquivelBaiano, jornalista e estudioso

da monarquia [email protected]

Lima Barreto, autor do livro “Triste fim de Policarpo Quaresma”

Page 11: Artigo: uma crônica da república

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te Dilma Roussef refém de uma que a saída para as últimas degolas de

espécie de imobilismo democrático. ministros e outros auxiliares pode ser o

Ou seja, a ameaça à governabilidade chamado “modelo PT”: o partido aliado

por obra e graça dos pequenos parti- indica o ministro que quiser, “mas o

dos que a apóiam no Congresso governo controla a Secretaria-Geral do

Nacional. Ministério, onde as decisões são

É puro “fogo amigo”, não? Tanto é tomadas”. Só que Marco Antonio

assim que o historiador Marco Antonio adverte: “Às vezes isso funciona, às

Villa, que sabe tudo da vida (anti) vezes não”. É muita tortura agüentar os

republicana nesse país, dá um conse- descaminhos desses 121 anos de

lho à presidente: “Dilma tem de achar o república no Brasil, com o agravante

ponto certo entre impor seus nomes de ter que fingir que ela está dando

preferidos (e de confiança) e preservar certo, que é para sempre! Enfim, o pior

o apoio de seus aliados”. Ele entende cego é aquele...

OrleansMemória

Extraído do sitewww.orleans.sc.gov.br

a Cidade Imperial de Santa Catarina

Page 12: Artigo: uma crônica da república

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Liberais-conservadores Artigo

Luís Afonso AssumpçãoEngenheiro mecânico e editor do blog

Nadando Contra a Maré Vermelha http://la3.blogspot.com

Artigo publicado no site Mídia sem Máscara

www.midiasemmascara.org

no Brasil

O liberal-conservador é um ente político-cultural com os pés fincados na tradição

Page 13: Artigo: uma crônica da república

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Think-tanks Artigo

Klauben Cristofen PiresPublicado no site Mídia sem Máscara

www.midiasemmascara.org

para combater a revolução social

Pensar e agir pelo Brasil é o que tem feito o Instituto Brasil Imperial em encontrospara discutir os alicerces de um regime monarquista constitucional no País

Page 14: Artigo: uma crônica da república

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catícia como requisito obrigatório No Pará, destaco especialmente a Você, que lê este artigo, pode hoje dos seus pares.

para o exercício de uma profissão figura de Leonardo Bruno, advogado, estar numa situação confortável. A única estrada possível para inver-

cujos conhecimentos foram adquiri- e como eu, blogueiro e colunista do Neste caso, de algum modo, você termos este desastre social está na

dos em meio regular de ensino e já site Mídia sem Máscara, que apesar participa do Esquema, ou trabalha conscientização da sociedade pela

chancelados pelo estado pode se de sua imensa cultura e fluência para quem participa, de tal modo que diminuição da influência do estado e

constituir em um excelente funil como orador, não tem conseguido não vê motivo para que as coisas pela valorização das liberdades

ideológico. Basta para isto que seus realizar o seu maior sonho, que é o de mudem. Por outro lado, você pode individuais e da livre iniciativa.

dirigentes assim ajam de mútuo trabalhar como professor, tendo-lhe estar enfrentando algum nível de Para tanto, é necessário que os

acordo. A partir daí, teremos uma sido fechadas as portas de todas as dificuldade em sua vida, porém teme cidadãos, especialmente os empre-

verdadeira fábrica de agentes de instituições de ensino particulares manifestar-se com o razoável receio sários, se dêem conta que é necessá-

transformação social. (ele não quer trabalhar em institui- de sofrer represálias. rio investir em formação de opinião.

Certa vez, eu li um depoimento de um ções públicas), mesmo notoriamente Seja em qualquer situação, eu Investir, aqui, no seu sentido mais

cidadão sueco, que lamentava que sendo dono de um conhecimento pergunto: você tem filhos? Se você explícito: precisam gastar dinheiro,

em sua empresa ninguém ascendia a muito superior aos que lhe têm tem filhos, crê piamente que uma precisam patrocinar a fundo perdido,

cargos mais altos por meio de mérito, passado à sua frente. sociedade em que os critérios para se e não somente em função de objeti-

esforço e dedicação, mas sim por Mesmo a classe pobre tem de ajoe- progredir na vida não são os mais vos mais concretos e imediatos.

seus talentos políticos. É isto o que já lhar-se diante da hegemonia ideológi- transparentes vá sempre beneficiar a No Brasil, em todas as regiões e em

está acontecendo no Brasil. Se você ca: por exemplo, um pedreiro, um sua linhagem? Quem lhe garante que um número significativo de estados,

é bancário, vai morrer como caixa, estivador ou caminhoneiro pode ou o amanhã não será a vez do filho do já há um número embrionário de

porque os níveis de gerência e não conseguir trabalho dependendo seu maior rival ou inimigo? E você, pessoas que têm se dedicado com

direção, nesta atividade que funciona do seu nível de amizade com o que está quieto no seu canto: crê afinco a estudar estes problemas e

enxertada ao estado, estão reserva- sindicato a que pertence. mesmo que sua indolência fará com oferecer soluções, entre as quais

dos para aqueles dispostos a cumprir Em recente reportagem exibida pelo que as coisas mudem para melhor no peço licença para dizer que eu

o programa ideológico do governo. programa Fantástico, da Rede Globo, futuro? mesmo me incluo. São cidadãos

Mais vale um gerente que autoriza ficou muito claro como os beneficia- Portanto, todos nós temos à frente o íntegros, que há anos estão compro-

empréstimos de risco aos indicados dos por lotes de terra não esqueciam risco de sermos despejados de metidos com o que têm feito, mesmo

pelos políticos no poder do que o de pagar seus dízimos aos sindicatos nossas atividades por critérios nada sem ter recebido até hoje nenhuma

funcionário zeloso e criterioso que e associações de trabalhadores honestos, objetivos e previsíveis. forma de apoio; aliás, amiúde têm se

analisa a operação segundo as rurais. Este é o mundo das sombras, que exposto a perigos e ameaças.

tendências do mercado. Quando, de qualquer forma, expres- está ali, a poucos passos do rumo que Já está na hora destas pessoas

Há algum tempo atrás minha esposa sa ou tácita, legal ou informal, alguém estamos tomando. Como bem serem valorizadas. Com o devido

participou de um concurso público tem de pagar a um grupo corporativis- lembrado pelo filósofo Olavo de patrocínio, haveremos de produzir

cuja vaga, soubemos, foi criada ta ou obedecer aos seus ditames para Carvalho, você poderá até mesmo com muito mais resultado, e de

justamente com vistas a dar emprego que possa desempenhar uma ativida- ser um juiz, mas assim mesmo espalhar a nossa mensagem com

a um outro alguém previamente de que é naturalmente lícita, então correrá o risco de ser demitido, preso muito maior velocidade. E isto pode

escolhido. Adivinhem quem o ven- estamos diante de uma sociedade ou na melhor das hipóteses, congela- custar menos do que colaborar com o

ceu? essencialmente mafiosa. do num canto, humilhado e isolado Criança-Esperança.

Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui

Page 15: Artigo: uma crônica da república

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Em busca da

Artes & Memória

Da Redação do IBI

históriaNa busca por imagens e símbolos do nosso áureo período imperial, o jovem monar-

quista Pedro Gabriel Zanini faz um importante resgate, que orgulha o movimento.

Membro da juventude do Instituto Brasil Imperial (IBI) ele não tem só feito um grande

trabalho, mas também usado o seu talento de designer gráfico para mostrar às novas

gerações o brilho de uma era que a república insiste em esconder. Parabéns de todo o

IBI e de monarquistas de todo o Brasil!

Page 16: Artigo: uma crônica da república

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CONVITEEntrega da Medalha Brasil Imperial

às SS.AA.II. RR Dom Luiz e Dom Bertrand

S.A.I.R Dom Luiz de Orleans e Bragança

S.A.I.R Dom Bertrand de Orleans e Bragança

7 de outubro - 19h30 - Sede do IBIRua Fagundes Filho, 141, Saúde, São Paulo (próximo ao Metrô São Judas)

O Instituto Brasil Imperial convida a todos os monarquistas 19h30min.no espaço cultural do IBI, situado na Avenida

brasileiros para a sessão de homenagem a SS. AA. II. RR. o Fagundes Varela, nº 141, Saúde, SP. (a 80 metros da estação

Senhor Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da São Judas do Metrô). Na oportunidade será oferecido um

Casa Imperial do Brasil e o Senhor Príncipe D. Bertrand de coquetel aos presentes. Contamos com a vossa prestimosa

Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, a quem terá a presença.

honra de agraciar com a “MEDALHA BRASIL IMPERIAL DO

MÉRITO CIVICO E CULTURAL” , pelo destacado civismo em Comendador Antonyo da Cruz

defesa do país e pela relevante liderança na preservação e Presidente do Instituto Brasil Imperial

divulgação da cultura monárquica brasileira e dos mais altos

ideais da nossa nacionalidade.

O evento acontecerá no dia 07 de outubro de 2011, as R.S.V.P. [email protected]