artigo revista cctv camaras ip

4
revista técnico-profissional ARTIGO TÉCNICO o electricista 30 CCTV Embora a maioria dos sistemas de CCTV existentes, seja analógico, baseado na trans- missão de vídeo composto através de cabo coaxial, a tendência actual do mercado está a mudar, adoptando-se cada vez mais a tec- nologia IP. Figura 1 . Interface de controlo via computador. O QUE É A VIGILÂNCIA IP? Actualmente, a vigilância IP está a ser muito usada como uma solução de segurança efi- caz que oferece funções de monitorização e controlo avançadas. Com o surgimento da época digital que veio expor as falhas da sua predecessora analógica, aliado ao facto de se verificar uma cada vez maior sociedade on-line, estão, por isso, a ser implementadas várias vantagens sobre os anteriores siste- mas CCTV. José Cordeiro MKTi – Domótica e Iluminação A vigilância IP é composta por câmaras CCTV que utilizam o Protocolo de Internet (IP) para transmitir dados de imagem e con- trolar sinais numa Rede Ethernet ou numa Rede sem fios. Isto é normalmente conse- guido através da instalação de câmaras IP juntamente com um gravador de vídeo em rede (NVR) que então dá origem a um siste- ma de registo e reprodução completo. A vigilância IP oferece todas as funcionali- dades superiores de um sistema CCTV ana- lógico eficaz, ao mesmo tempo que oferece vantagens adicionais tais como uma maior acessibilidade, alertas em tempo real, maior poupança de custos, armazenamento virtual ilimitado e distribuição de imagem segura. COMO INSTALAR O SISTEMA DE VIGILÂNCIA IP? Quer comece a instalação do princípio, faça um alargamento de uma rede IP existente ou actualize uma solução CCTV, as solu- ções de vigilância IP podem ajudá-lo a tirar o máximo partido da solução e minimizan- do os custos. E dado que a maior parte das organizações já têm uma infra-estrutura de rede a funcionar, a instalação da solução de vigilância IP é um processo simples e sem CCTV (Closed-Circuit Television) em português circuito fechado de televisão define os sistemas de vídeo vigilância. Os Siste- mas de CCTV, tal como o nome indica, são compostos por um conjunto de câmaras fixas ou rotativas em circuito fechado, transmitindo imagens para um gravador central que permite captar e gravar imagens do que se está a passar num deter- minado local. {SISTEMAS DE VIDEO VIGILÂNCIA} falhas que requer um investimento mínimo. O que é ainda mais importante é que as câ- maras de rede actuais são baratas e fáceis de instalar, sobretudo os últimos modelos que têm a funcionalidade PoE (Power over Ethernet) – o que permite ter soluções ener- geticamente mais flexíveis e eficazes. Figura 2 . Centro de controlo de sistema CCTV IP. A instalação das Câmaras IP é muito simples, basta ligar a alimentação e instalar o soft- ware. Via software pode definir a resolu- ção de visualização/gravação, o número de frames, a forma de gravação (contínua ou quando detecta movimento), etc. Para ace- der via internet basta configurar o router , abrindo uma porta para a câmara. Pode aceder à Câmara IP via software ou Browser (Internet Explorer ou outro). Usan-

Upload: mkti-telecom-e-domotica-lda

Post on 07-Mar-2016

243 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

O QUE É A VIGILÂNCIA IP? Actualmente, a vigilância IP está a ser muito usada como uma solução de segurança efi- caz que oferece funções de monitorização e controlo avançadas. Com o surgimento da época digital que veio expor as falhas da sua predecessora analógica, aliado ao facto de se verificar uma cada vez maior sociedade on-line, estão, por isso, a ser implementadas várias vantagens sobre os anteriores siste- mas CCTV. Figura 1 . Interface de controlo via computador. 30

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo revista CCTV Camaras IP

revista técnico-profissionalARTIGO TÉCNICO o electricista

30

CCTV

Embora a maioria dos sistemas de CCTV existentes, seja analógico, baseado na trans-missão de vídeo composto através de cabo coaxial, a tendência actual do mercado está a mudar, adoptando-se cada vez mais a tec-nologia IP.

Figura 1 . Interface de controlo via computador.

O QUE É A VIGILÂNCIA IP?Actualmente, a vigilância IP está a ser muito usada como uma solução de segurança efi-caz que oferece funções de monitorização e controlo avançadas. Com o surgimento da época digital que veio expor as falhas da sua predecessora analógica, aliado ao facto de se verificar uma cada vez maior sociedade on-line, estão, por isso, a ser implementadas várias vantagens sobre os anteriores siste-mas CCTV.

José CordeiroMKTi – Domótica e Iluminação

A vigilância IP é composta por câmaras CCTV que utilizam o Protocolo de Internet (IP) para transmitir dados de imagem e con-trolar sinais numa Rede Ethernet ou numa Rede sem fios. Isto é normalmente conse-guido através da instalação de câmaras IP juntamente com um gravador de vídeo em rede (NVR) que então dá origem a um siste-ma de registo e reprodução completo.

A vigilância IP oferece todas as funcionali-dades superiores de um sistema CCTV ana-lógico eficaz, ao mesmo tempo que oferece vantagens adicionais tais como uma maior acessibilidade, alertas em tempo real, maior poupança de custos, armazenamento virtual ilimitado e distribuição de imagem segura.

COMO INSTALAR O SISTEMA DE VIGILÂNCIA IP?Quer comece a instalação do princípio, faça um alargamento de uma rede IP existente ou actualize uma solução CCTV, as solu-ções de vigilância IP podem ajudá-lo a tirar o máximo partido da solução e minimizan-do os custos. E dado que a maior parte das organizações já têm uma infra-estrutura de rede a funcionar, a instalação da solução de vigilância IP é um processo simples e sem

CCTV (Closed-Circuit Television) em português circuito fechado de televisão define os sistemas de vídeo vigilância. Os Siste-mas de CCTV, tal como o nome indica, são compostos por um conjunto de câmaras fixas ou rotativas em circuito fechado, transmitindo imagens para um gravador central que permite captar e gravar imagens do que se está a passar num deter-minado local.

{SISTEMAS DE VIDEO VIGILÂNCIA}

falhas que requer um investimento mínimo.O que é ainda mais importante é que as câ-maras de rede actuais são baratas e fáceis de instalar, sobretudo os últimos modelos que têm a funcionalidade PoE (Power over Ethernet) – o que permite ter soluções ener-geticamente mais flexíveis e eficazes.

Figura 2 . Centro de controlo de sistema CCTV IP.

A instalação das Câmaras IP é muito simples, basta ligar a alimentação e instalar o soft-ware. Via software pode definir a resolu-ção de visualização/gravação, o número de frames, a forma de gravação (contínua ou quando detecta movimento), etc. Para ace-der via internet basta configurar o router, abrindo uma porta para a câmara.

Pode aceder à Câmara IP via software ou Browser (Internet Explorer ou outro). Usan-

Page 2: Artigo revista CCTV Camaras IP

ARTIGO TÉCNICO

31

o electricista revista técnico-profissional

do o software podemos efectuar ligações a várias câmaras ao mesmo tempo. Outra vantagem das câmaras IP é a que o softwa-re destas câmaras suporta normalmente a instalação de diversas câmaras (64 ou mais), permitindo assim com o mesmo software controlar diversos gravadores e Câmaras IP.

TIPOS DE CÂMARAQue câmara devo escolher? Sabemos que para a maioria das pessoas a escolha de uma câmara é algo complicado. Assim aconselho que sejam ponderados os seguintes pontos:

Chassis › A mesma câmara pode ser forne-cida em chassis (caixas) de formatos distin-tos. Convencional, Estanque com IV, Minis / Especiais, Dome, Speed Dome.

Chassis convencional (Câmara Clássica) para uso interior, permite usar lentes auto iris.

Estanque com IV para uso exterior › câ-maras para espaços exteriores ou ambientes húmidos. São câmaras incorporadas com leds de infra-vermelhos para visualização nocturna.

Figura 3 . Câmara IP de Exterior.

Minis / Especiais › Câmaras para aplicações específicas, esconder, montagem em caixas ou locais onde se pretende que não sejam vistas, montagem em automoveis, etc.

Figura 4 . Câmara mini dome IP.

Dome › Câmara com aspecto de meia bola, podendo ser montadas no tecto e/ou pare-de. Este formato é principalmente estético. Existem neste formato câmaras dome nor-

CCTV (Analógico) Vigilância IP (Digital)

Custo Tendência para usar cabos coaxiais que têm um custo de instalação elevado.São usados cabos de grandes dimensões.As câmaras podem ser caras.

Usa os cabos de Ethernet existentes.O comprimento dos cabos é menor.As câmaras IP são mais acessíveis.

Resolução As câmaras CCTV melhoraram a qualidade de imagem mas não existe um suporte para resoluções de imagem de megapixéis.

Suporte para vários tipos de resoluções de imagem incluindo resoluções do CCTV analógico standard e de megapixéis.

Capacidade de expansão e flexibilidade

A instalação pode ser complexa porque os cabos que acompanham as câmaras CCTV podem ter centenas de metros de comprimento.Para a sua expansão tem de adicionar capacidade à câmara que por vezes necessita de 16 unidades e cabo adicional.

Convergência fácil para a nova infra-estrutura de cabo IP ou para a infra-estrutura existente.Instalação fácil e flexível – o PoE permite que a câmara seja colocada em qualquer lado.Com uma grande capacidade de expansão, pode ser configurada para satisfazer os seus requisitos.

Funcionalidade A maior parte das câmaras analógicas não tem as fun-ções mais avançadas como o zoom digital.

Permite a integração da vigilância de vídeo com outros sistemas e funções como o controlo de acesso, sistemas de alarme, gestão de construção, gestão de tráfego etc.Oferece alertas automáticos e em tempo real através de email, transferência de texto ou ficheiros em resposta à detecção de movimento no vídeo.Permite o acesso seguro e remoto de qualquer disposi-tivo da rede – ou fora da rede através de VPN ou https.Permite o armazenamento de dados seguros e virtual-mente ilimitados.

Page 3: Artigo revista CCTV Camaras IP

revista técnico-profissionalARTIGO TÉCNICO o electricista

32

mais, estanques, com infra-vermelhos, anti-vandalismo.

Speed Dome › Câmaras com motores que podem ser controladas remotamente para determinada posição. Permitem regular os eixos verticais e horizontais e a lente, função conhecida também por PTZ – Pan Tilt Zoom. Podem ainda memorizar várias macros para memorizar pontos distintos, permitindo programar rotas de vigilância.

Figura 5 . Câmaras IP Speed Dome.

Lente › A escolha da lente deve ter em conta a área que se pretende captar e a distância a que se encontra a câmara. Se não sabe exactamente qual a lente a escolher deve optar por uma lente varifocal, podendo as-sim regular a mesma no local. A norma bá-sica é que quanto mais profundidade uma lente tiver, menos abertura terá. Um pouco como o zoom das máquinas fotográficas que usamos diariamente.

Caso a câmara esteja instalada em local com grande variação de luz durante o dia deve optar por uma câmara auto íris (fun-ção que permite à câmara regular automa-ticamente a entrada de luz deixando entrar mais ou menos luz conforme as variações que identifica).

A Cores ou a Preto e Branco › hoje em dia as câmaras a preto e branco já são raras. Porem se não tem necessidade de visualizar a cores normalmente as mesmas têm reso-lução mais elevada.

As câmaras a cores permitem uma identifi-cação melhorada, pois temos a cor. Atenção que as câmaras a cores quando usadas com infra-vermelhos ou as versões de baixa lu-minosidade ficam com a imagem a preto e branco quando em utilização nocturna.

Câmaras Anti-vandalismo › Caso se pre-tenda instalar uma câmara em local onde haja receio que a mesma seja danificada deve optar-se por uma câmara anti-vanda-lismo.

ALIMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CCTVA perda de tensão num cabo eléctrico é a tensão que o cabo consome devido à resis-tência do condutor de cobre. Como uma das variáveis é a Tensão (Volts), este problema é menor quanto maior for a tensão, assim quando usamos 220 V temos uma menor perda do que quando usamos 12 V.

As Câmaras de CCTV são geralmente ali-mentadas a 12 V DC pelo que a perda de tensão aqui tem mais significado. Deve usar-se sempre 12 V, como tensão de refe-rência embora as câmaras trabalhem num

intervalo de alimentação entre 10,5 e os 15 V, ou seja, existirá uma degradação da ima-gem caso a alimentação se encontre fora deste intervalo.

Figura 6 . Câmara IP Wireless.

Com isto, ao projectar um sistema de CCTV, deve sempre levar-se em linha de conta, se a alimentação vai ser local, câmara a câmara, nesse caso, teremos que usar uma fonte de 220V >> 12 V para cada câmara, ou se va-mos criar um circuito de alimentação com uma única fonte de alimentação a suportar todas as câmaras. Esta opção tem a vanta-gem de podermos adicionar uma UPS a todo

Figura 7 . Digrama de sistema CCTV IP.

Page 4: Artigo revista CCTV Camaras IP

revista técnico-profissional ARTIGO TÉCNICO

33

o electricistaPU

B

o circuito de CCTV. Neste caso podemos usar 12 V DC ou 220V AC.

Se for 12V DC colocamos uma fonte (220V Ac >> 12 VDC) no inicio e vamos alimentar todas as câmaras. Se for 220V AC, só em de-terminado ponto da instalação é que insta-lamos as fontes que podem alimentar uma ou mais câmaras (depende da corrente que a fonte consegue fornecer e o consumo das câmaras).

A questão é que a maioria das câmaras in-cluem leds de infra-vermelhos, pelo que a câmara consome um valor de dia e outro à noite (ou quando sem luz). Assim uma câ-mara pode passar de 300 mA para 1 A de consumo assim que os Leds de infra-verme-lhos acendem. É nesta altura que a perda de tensão aumenta e que o circuito, se for mal projectado, pode deixar de dar imagem, pois a tensão cai abaixo dos 10 V.

Figura 8 . Conexões de uma câmara IP.

A Perda de tensão num determinado cabo = Resistência do Cabo x Corrente (lei de ohm V=R.I).

Em que R = k.L/secção (k = costante resistência associada a cada tipo de cabo, para o cabo cobre multifi-lar cobre podemos usar como referência: 0.0178, mas esta varia de tipo de cabo para cabo.)

Exemplo: Um sistema de 4x Câmaras, com consumos de 300ma / 1A (dia / noite), a ins-talar a 80 metros do gravador (160 metros de condutores, pois são 2x condutrores), com cabo de 1.5 mm.R = 0.0178 x (160 metros / 1.5 mm), R (do cabo) = 1.90 ohmsV = R.I , V = 1,9 ohms x 4 A (consumo das câmaras à noite), V = 7,6

Assim, neste caso, se à entrada tinhamos 12 V, quando a corrente aumenta para 4 A, na saída só vamos ter 4.4 V (12-7.6).

Assim a solução passa por aumentar a sec-ção do cabo ou a tensão de alimentação. Nesta instalação o melhor seria usar 220 V AC e as fontes colocadas junto às câmaras, ou pelo menos mais perto. Pois a secção adequada para que a queda de tensão fosse abaixo de 2 V seria de 6 mm, o que tinha um custo superior ao de várias fontes.