artigo responsabilidade social
DESCRIPTION
Lei de responsabilidade socialTRANSCRIPT
1
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL: UM OLHAR CRÍTICO
Ana Paula Barril Camargo do Nascimento [1] Trabalho Acadêmico – Artigo [2]
RESUMO
Este artigo reconstitui, em linhas gerais, a trajetória política monetária e da LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal, da administração pública brasileira nos últimos 20 anos, analisando os principais avanços e novidades, inclui os erros de condução das reformas e os problemas de gestão que ainda persistem até os dias de hoje. Após fazer um balanço que percorre desde a era José Sarney, Fernando Afonso Collor de Melo, Fernando Henrique Cardoso, José Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, o texto apresenta eixos estratégicos para modernizar a gestão pública diante dos desafios do século XXI. O estudo proposto tomou como abordagem e revisão doutrina relativo ao Direito Público, Administrativo, Financeiro e Tributário. Palavras-chave: Direito: Público, Administrativo, Financeiro e Tributário; Responsabilidade Fiscal.
1 INTRODUÇÃO
A transição do regime militar para a democracia colocou à mostra a
fragilidade fiscal do país. Um balanço sobre o processo de reforma fiscal nos últimos
20 anos revela duas realidades distintas. Por um lado, houve inovações, avanços e
marcas profundas de modernização. Mas, por outro, verifica-se que os resultados ao
longo do tempo foram desiguais e fragmentados para o conjunto da Administração
[1]
Assistente Social – Instituição Toledo de Ensino de Presidente Prudente.
Pós-Graduação em Gestão Pública e Projetos – UNIFAI(março2015-março2016) Curso Avançado de Transtornos do Controle do Impulso – curso teórico e prática supervisionada - IPq-HC-FMUSP Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – (março 2015 a março 2016) [email protected] [2] Artigo apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Políticas Públicas e Projetos Sociais, disciplina Noções de Direito Aplicado à Área Social, em parceria com o UNIFAI – Centro Universitário Assunção – SP, sob orientação da Professora Ms.Flávia Orsi Leme Borges.
2
Pública, além de colocar em evidencia problemas que não foram devidamente
atacados ou solucionados. Apresentar a história, conceitos da LRF – Lei de
Responsabilidade Fiscal procurando refletir sobre o seu sentido é o intuito deste
artigo. [3]
Vejamos a seguir alguns pontos históricos e importantes:
Em 1989 houve um encontro na capital dos Estados Unidos chamado
“Encontro de Washington”. Nesse encontro, realizou-se uma série de
recomendações visando ao desenvolvimento e à ampliação do neoliberalismo nos
países da América Latina, e envolveu instituições e economistas de perfil neoliberal,
além de alguns pensadores e administradores de países latino-americanos.
As ideias desse encontro – tidas como um “receituário”, e não como uma
imposição – já eram proclamadas pelos governos dos países desenvolvidos,
principalmente EUA e Reino Unido.
As conclusões daquele encontro, ao final resumida nas seguintes regras
universais: disciplina fiscal, eliminação do déficit público; focalização dos gastos
públicos em educação, saúde e infraestrutura; reforma tributária dos impostos
diretos e indiretos; liberalização financeira objetivando o fim de restrições que
impeçam instituições financeiras internacionais de atuar em igualdade com as
nacionais e o afastamento do Estado do setor; taxa de câmbio competitivo;
liberalização do comércio exterior, com redução de alíquotas de importação e
estímulos á exportação; eliminação de restrições ao capital externo; privatização de
empresas estatais; desregulação, com redução da legislação de controle do
processo econômico e das relações trabalhistas e propriedade intelectual. [4]
Apesar de o Brasil ter sido um dos poucos países que não aceitaram de
imediato essas medidas, foi um dos que mais rapidamente as aplicou, em um
[3] Sobre este assunto ver: Instituto de Estudos Pólis http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PoliticaHabitacionalnoBrasil.pdf HTTP://polis.org.br/ Acessado em 15/04/2015 [3]
Sobre este assunto ver: Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/geografia/consenso-washington.htm Acessado em 15/04/2015
3
processo que conheceu o seu ápice ao longo da década de 1990. A principal ação
do governo brasileiro nesse sentido foi à implantação da política de privatizações,
em que empresas estatais dos ramos de energia, telecomunicações, da mineração e
outros foram transferidos para a iniciativa privada.
No Brasil, a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi sancionada pelo então
Presidente da República Fernando Henrique Cardoso (Lei Complementar nº 101 de
4 de maio de 2000). [5]
2 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL– LRF
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – Lei Complementar nº 101 –
entrou em vigor em 4 de maio de 2000. Ela vem regulamentar a Constituição
Federal no que diz respeito à Tributação e Orçamento (Título VI) e atender ao artigo
163 da Constituição Federal. O Artigo trata das Finanças Públicas.·.
Esta lei prevê, portanto, um mecanismo de maior controle nas contas
públicas, passando haver maior rigor para que o governo não contraia empréstimos
ou dívidas, visando ainda os princípios com características de organização,
planejamento e transparência de governos democráticos e realmente dedicados ao
interesse público. Propondo antes de tudo, uma reeducação dos governantes e
agentes públicos, no sentido de moralizar os representantes do povo, dando origem
a um novo comportamento moral tão almejado pela sociedade.
Lei de Responsabilidade Fiscal é aplicada a todos os governantes, nas três
esferas – União, Estados e Municípios - e nos três Poderes – Executivo, Legislativo
e Judiciário - passaram a seguir regras e limites claros para conseguir administrar as
finanças de maneira transparente e equilibrada. Caso contrário, estarão sujeitos a
penalidades da Lei.
A LRF representa um importante instrumento de cidadania para o povo
brasileiro, pois todos os cidadãos têm acesso às contas públicas, podendo
[5]
Sobre este assunto ver: Lei Complementar número 101 – 04/05/2000. DOU – Diário Oficial da
União Acessado em 16/04/2015 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
4
manifestar abertamente sua opinião, com o objetivo de ajudar, fiscalizar e garantir
sua boa gestão.
3 INSTRUMENTOS PRECONIZADOS PELA LRF
Há alguns instrumentos preconizados pela LRF para o planejamento do
gasto público, que são: o Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias –
LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA. São leis instituídas pela Constituição Federal
art. 165.
PPA - O Plano Plurianual é um instrumento destinado a organizar e viabilizar
a ação pública. Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do
governo para um período de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as
metas previstas, construindo um Brasil melhor.
LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências financeiras oficiais de fomento.
LOA - Lei Orçamentária Anual é uma lei elaborada pelo Poder Executivo que
estabelece as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano.
A Constituição determina que o Orçamento deva ser votado e aprovado até o final
de cada ano (também chamado sessão legislativa).
Na construção e execução das ações da administração pública conta com a
participação popular na discussão e elaboração dos planos e orçamentos já
referidos, a disponibilidade das contas dos administradores para consulta e
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade e emissão de relatórios
periódicos de gestão fiscal e de execução orçamentária, igualmente de acesso
público e ampla divulgação.
4 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
Um conceito importante e necessário para entender como funciona a LRF é
a Receita Corrente Líquida (RCL), uma vez que ela é a base para todos os cálculos.
5
Ela é o somatório das receitas tributárias, de contribuições patrimoniais, industriais,
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também
correntes.
Da RCL são deduzidos: da União, os valores transferidos aos Estados e
Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições para a
Previdência Social do empregador incidente sobre prestação de serviço de terceiros
e a contribuição à previdência feita pelo trabalhador e também às contribuições para
o PIS (Programa de Integração Social); dos Estados, as parcelas entregues aos
Municípios por determinação constitucional e na União, nos Estados e nos
Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira entre diferentes sistemas de previdência.
A verificação da Receita Corrente Líquida deve ser para o período de um
ano, mas não necessariamente o ano civil. Então, para verificar a RCL do mês de
abril, por exemplo, de um determinado exercício financeiro, devemos contar as
receitas arrecadadas desde maio do exercício anterior até o mês de abril em
questão.
No que diz respeito às despesas, toda e qualquer despesa que não esteja
acompanhada pela LOA, pelo PPA e pela LDO e, no caso de despesa obrigatória de
caráter continuado, de suas medidas compensatórias, é considerada não autorizada,
irregular e lesiva ao patrimônio público. [6]
5 LIMITES DE GASTOS
São definidos em lei os limites mínimos de gastos com Educação, Saúde e
o limite máximo de gasto com pessoal.
Assim, de acordo com a Constituição Federal, no seu art. 212, o município
deverá destinar à Educação, não menos que 25% de sua arrecadação. Desses 25%,
60% devem ser destinados ao financiamento do ensino fundamental e os 40%
restantes ao financiamento de outros níveis de ensino (ensino infantil, por exemplo).
[6]
Este parágrafo e os outros subtítulos: 2; 3 e 4, estão contidos na Lei Complementar número 101 –
04/05/2000. DOU – Diário Oficial da União Acessado em 17/04/2015 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
6
Para o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), criado pela Emenda
Constitucional n.º 53/2006 em substituição ao FUNDEF que durou de 1998 a 2006,
também são definidas regras de como o recurso deverá ser usado. Desta
forma, 60% dos recursos do FUNDEB devem ser destinados exclusivamente para o
pagamento dos profissionais do magistério da educação básica. O mínimo a ser
gasto dos recursos do FUNDEB é de 95%, sendo que os 5% restantes podem ser
gastos no primeiro trimestre seguinte e com a abertura de crédito adicional. E, ainda,
é fixado um valor mínimo a ser gasto anualmente por aluno (R$ 2.285,57 em 2014).
O FUNDEB terá vigência até 2020 e é definido pelo artigo 60 da Constituição
Federal:
O FUNDEB é regulamentado pela lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº
6.253/2007.
Os recursos aportados ao Fundo serão distribuídos, de acordo com
o número de matrículas efetivadas nas redes estadual e municipal, multiplicadas
pelo valor único por aluno estabelecido. Se os valores por aluno forem mais
elevados na rede estadual em relação à municipal, haverá uma redistribuição de
recursos da primeira para a segunda. Se o valor por aluno, em cada Estado, não
alcançar o mínimo definido nacionalmente, a destinação de recursos do Governo
Federal para Estados e Municípios será feita automaticamente, considerando o
número de matrículas efetivadas nas redes do ensino fundamental.
Já na Saúde, a porcentagem mínima que deverá ser aplicada é de 15% da
arrecadação municipal definida no inciso III do artigo 77 da Constituição Federal.
Os gastos com a folha de pagamento de pessoal representam o principal
item de despesas de todo o setor público brasileiro.
A LRF determina dois limites distintos para os gastos com pessoal no setor
público 50% da RCL para a União e 60% da RCL para Estados e Municípios.
Na Esfera Federal o limite é de 40,9% para o Executivo, 6% para o
Judiciário, 2,5% para o Legislativo e 0,6% para o Ministério Público.
Na Esfera Estadual 2% para o Ministério Público, 3% para o Legislativo,
incluindo o Tribunal de Contas do Estado, 6% para o Judiciário e 49% para o
Executivo.
7
Na Esfera Municipal 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do
Município, quando houver e 54% para o Executivo. [7]
6 DÍVIDA PÚBLICA
Em relação à Dívida Pública, é definido em lei o máximo de endividamento
para Estados e municípios. Houve a necessidade de impor limites ao endividamento
público devido ao crescimento da Dívida no período 1994-2000 como consequência
do aumento da despesa pública. A Dívida Pública não deverá ultrapassar o limite
máximo de duas vezes a Receita Corrente Líquida e para os Estados e 1,2
vezes para os Municípios. Os municípios têm até 15 anos para corrigirem o excesso
de endividamento, caso haja. Vale lembrar que compete ao Ministério da Fazenda
divulgar, a cada mês, os entes públicos que estiverem acima dos limites de
endividamento (artigo 31, § 4º). [8]
[...] No texto para discussão do Tesouro Nacional “Análise dos Impactos da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a Despesa de Pessoal e a Receita Tributária nos Municípios Brasileiros” mostra resultados obtidos por Fioravante et. al (2006) mostram que, no caso da despesa com pessoal como proporção da receita corrente líquida, o “erro de calibragem” na imposição do limite de 60% estimulou o aumento dessa despesa para a maioria dos municípios que apresentavam gastos muito inferiores ao teto determinado. No entanto, a minoria que ultrapassava esse teto se ajustou. Para o indicador de endividamento, a lei gerou um efeito controlador para o pequeno número de municípios que ultrapassava o limite imposto, segundo os resultados encontrados. No entanto, os municípios que não se ajustaram aumentaram sua participação na dívida agregada de todos os municípios. Portanto, nesse caso, notaram-se Análise dos Impactos da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a Despesa de Pessoal e a Receita Tributária nos Municípios Brasileiros dois efeitos: além do controle da dívida de alguns municípios, houve uma concentração de endividamento de outros que não
foram controlados [...].[9]
[7] e [8]
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília – DF: Senado, 1988
Acessado em 20/04/2015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm [9] Sobre este assunto ver: Ministério da Fazenda - http://www.fazenda.gov.br/
Acessado em 20/04/2015 Analise dos impactos da LRF sobre a despesa de pessoal e a receita tributária nos Municípios brasileiros. http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/textos_discussao/downloads/td3.pdf
8
Ainda o estudo demonstra dificuldades em cortar gastos vinculados a
finalidades específicas, que se reflete no corte de despesas essenciais como o
investimento e, portanto, na piora da qualidade do gasto público.
Na medida em que os administradores de recursos públicos respeitem a
LRF, agindo com responsabilidade, o contribuinte deixa de pagar a conta, seja por
meio do aumento de impostos, redução nos investimentos ou cortes nos programas
que atendam à sociedade.
7 PENALIDADE DA LEI
Existem dois tipos de punições para o não cumprimento das regras
estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal: as punições fiscais, que
correspondem ao impedimento do ente para o recebimento de transferências
voluntárias, a contratação de operações de crédito e a obtenção de garantias para a
sua contratação, e as sanções penais, que envolvem o pagamento de multa com
recursos próprios (podendo chegar a 30% dos vencimentos anuais), a inabilitação
para o exercício da função pública por um período de até 5 anos, a perda do cargo
público e a cassação de mandato, e, finalmente a prisão.
Os crimes contra as finanças públicas não excluem o seu autor da reparação
civil do dano causado ao patrimônio público. Certamente que a punição criminal
baseada na Lei de Crimes levará ainda o transgressor a responder por outros crimes
associados. Considerando ainda que o Poder Legislativo, junto com os Tribunais de
Contas, são os órgãos competentes para o julgamento das contas da administração
pública, no que tange ao cumprimento da LRF, não há dúvidas de que cresce a
importância e o poder destes órgãos com a Lei de Responsabilidade Fiscal. [10]
[10] Sobre este assunto ver: Ministério da Fazenda - http://www.fazenda.gov.br/
Acessado em 20/04/2015 Punições para o Descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal Edson R. Nascimento-Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_30/artigos/Art_Edson.htm
9
8 CONCLUSÃO
Na busca de um olhar critico para a Lei de Responsabilidade Fiscal fica mais
evidente a necessidade da escolha de quem vai gerenciar as Receitas Públicas seja
em qualquer uma das esferas e para além do conhecimento acadêmico (nem
sempre levado em consideração) necessário para o gerenciamento sejam realmente
pessoas compromissadas com a sociedade, éticas e sérias.
E a importância da apropriação, divulgação e monitoramento dos gastos
públicos já que a Lei não evita que você não faça alguma coisa que é errada.
Apenas evita que você faça algumas coisas, mas não todas.
Ainda que haja necessidade de um cuidado maior com as despesas
correntes para que não seja maior que a receitas orçamentárias impedindo os
Governos e Poderes de investirem e atenderem as necessidades de seus
habitantes. Não é o que parece acontecer no Brasil já que nos últimos anos os
Governos realizaram alterações na LRF conforme os seus gastos e descuidos– O Ex-
Presidente Fernando Henrique Cardoso fez alterações em 2001 e o Ex-Presidente
Luis Inácio Lula da Silva, em 2008 e 2009, e a atual Presidente Dilma Vana
Rousseff, em 2011, 2013 e 2014.
O planejamento governamental, especialmente no âmbito federal, tem sido
descuidado ultimamente. O artigo 174 da Constituição praticamente nunca foi
aplicado, e não temos planejamento nacional, registrando-se tão somente planos
setoriais, como o Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado ano passado, para
os próximos dez anos, e cujo efetivo cumprimento precisa ser acompanhado, além e
ser necessária a aprovação dos planos estaduais e municipais, o que deverá ocorrer
até o próximo dia 25 de junho (PNE, artigo 8º).
Prejuízos à transparência ficaram por conta da “contabilidade criativa”, que
contaminou as contas públicas nos últimos anos, distorcendo as informações
levadas ao conhecimento público. A prática recorrente de atrasar o pagamento de
serviços prestados por fornecedores do setor público e repasse dos ministérios
setoriais para que bancos públicos e privados paguem os benefícios sociais e
postergação no pagamento de subsídios devido a bancos públicos só promoveram a
quebra de confiança no governo para postergar por pouco tempo as más notícias
sobre as finanças públicas, que agora vêm à tona.
10
Uma clara demonstração que a Lei de Responsabilidade Fiscal existe para
ser cumprida, pois atos de gestão fiscal irresponsável como esses só mostram que
as consequências aparecem rapidamente, e as tentativas de burlar a lei só resultam
em prejuízos à segurança jurídica e à credibilidade no governo.
Muitas das recentes discussões sobre o ajuste fiscal decorrem da
implementação da Lei Complementar 148, de 25 de novembro de 2014, que
autorizou a União a recalcular as dívidas dos entes subnacionais, que agora lutam
pela sua efetiva implementação.
O poder público no Brasil tem sido, tradicional e infelizmente, muito
pouco público, muito pouco do povo ou das necessidades do povo.
REFERÊNCIAS E FONTES DE CONSULTAS
Sobre este assunto ver: Instituto de Estudos Pólis http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PoliticaHabitacionalnoBrasil.pdf HTTP://polis.org.br/ Acessado em 15/04/2015 Sobre este assunto ver: Brasil Escola http://www.brasilescola.com/geografia/consenso-washington.htm Acessado em 15/04/2015 Sobre este assunto ver: Lei Complementar número 101 – 04/05/2000. DOU – Diário Oficial da União Acessado em 16/04/2015 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília – DF: Senado, 1988 Acessado em 20/04/2015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Sobre este assunto ver: Ministério da Fazenda - http://www.fazenda.gov.br/ Acessado em 20/04/2015 Analise dos impactos da LRF sobre a despesa de pessoal e a receita tributária nos Municípios brasileiros. http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/textos_discussao/downloads/td3.pdf LEITURA COMPLENTAR: Revista Consultor Jurídico, Acesso em 21 de abril de 2015, 8h00 IRRESPONSABILIDADE FISCAL AINDA PERSISTE, 15 ANOS APÓS A PUBLICAÇÃO DA LEI José Mauricio Conti – Juíz de Direito em São Paulo, professor da Faculdade de Direito da USP, doutor e livre-docente em Direito Financeiro pela USP. Acessado em 21/04/2015 http://www.conjur.com.br/2015-abr-07/contas-vista-irresponsabilidade-fiscal-persiste-15-anos-publicacao-lei CARVALHO, Deusvaldo, Lei de Responsabilidade Fiscal – Doutrina e Jurisprudência, São Paulo. Edição 6, ano 2009 JUNIOR ADAUTO, Viccari, Lei da Responsabilidade Fiscal Comentada, São Paulo, Edição 7, ano 2011