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ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO MÉDICO-DENTÁRIO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE NA EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS Verónica Magalhães Castro

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ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO MÉDICO-DENTÁRIO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE NA EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS

Verónica Magalhães Castro

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Porto, 2019

MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO

ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO MÉDICO DENTÁRIO

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

ÁREA CIENTÍFICA: CIRURGIA ORAL

INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE NA EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS

Verónica Magalhães Castro Estudante do 5º Ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto [email protected]

Orientadora: Professora Doutora Inês Guerra Pereira Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Porto, 2019

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III

“We ourselves feel that what we are doing is just a drop in the ocean,

But the ocean would be less because of that missing drop.”

- Mother Teresa

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IV

AGRADECIMENTOS

À Professora Inês,

Por ter aceitado trabalhar comigo, por todo o apoio desde o começo desta jornada, pela orientação

em cada passo desta investigação e pela motivação e paciência.

A todos os alunos do Mestrado e Especialização em Cirurgia Oral,

Por fazerem esta investigação ser possível, pela disponibilidade, pela paciência e por todos os

ensinamentos e dicas.

Ao Daniel,

Por todo o trabalho dispensado, por todas as dúvidas esclarecidas, mas principalmente pela

prontidão com que se ofereceu para me ajudar em tudo o que fosse preciso.

À Daniela,

Pela compreensão, por todos os “buracos que tapou” enquanto eu estava horas nas intervenções

cirúrgicas, pelo companheirismo, mas principalmente pela amizade.

Aos meus colegas,

Que fizeram parte da minha formação, por todas as experiências partilhada.

Aos meus amigos,

Pelo apoio, pelo incentivo, por me deixarem mais aliviada quando tudo parecia estar a desmoronar-

se, pela amizade, por estarem sempre lá.

À minha família,

Por todo o incentivo, por acreditarem e confiarem em mim, por me proporcionarem esta

experiência universitária, por tudo o que me ensinaram, pela pessoa que sou hoje. Por TUDO.

A ELE,

Por ter estado sempre comigo.

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V

Índice

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1

MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................ 3

Pesquisa Bibliográfica ................................................................................................................. 3

Amostra ....................................................................................................................................... 3

Procedimento ............................................................................................................................... 3

Caracterização do ato cirúrgico ................................................................................................... 4

Análise estatística ........................................................................................................................ 4

RESULTADOS ............................................................................................................................... 6

Caracterização da amostra: .......................................................................................................... 6

Caracterização dos Atos Cirúrgicos: ........................................................................................... 8

Comparação da ansiedade através dos questionários STAI e MDAS: ........................................ 8

Variações hemodinâmicas: .......................................................................................................... 9

Associação entre a ansiedade e os parâmetros sociodemográficos: .......................................... 11

Relação entre a ansiedade e as variáveis cirúrgicas: ................................................................. 11

Outras relações: ......................................................................................................................... 12

DISCUSSÃO ................................................................................................................................. 13

CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 16

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 17

ANEXOS ....................................................................................................................................... 19

Anexo 1 – Parecer da Comissão de Ética para a Saúde da FMDUP ............................................. 20

Anexo 2 – Parecer do Responsável de Acesso à Informação da clínica da FMDUP .................... 22

Anexo 3 – Parecer da Reitoria da Universidade do Porto ............................................................. 24

....................................................................................................................................................... 25

Anexo 4 – Documento com a explicação do estudo e consentimento informado ......................... 26

Anexo 5 – Ficha de Recolha de dados ........................................................................................... 28

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VI

Anexo 6 – Questionários – STAI-T, STAI-S, MDAS ................................................................... 30

....................................................................................................................................................... 32

Anexo 7 – Parecer do Orientador para entrega definitiva do trabalho apresentado ...................... 34

....................................................................................................................................................... 35

Anexo 8 – Declaração de autoria do trabalho apresentado ........................................................... 36

............................................................................................................................................... 37

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VII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I- Número de odontossecções e osteotomias realizadas na primeira e segunda intervenções

cirúrgicas. ........................................................................................................................................ 8

Tabela II - Duração das intervenções cirúrgicas. ............................................................................ 8

Tabela III - Variações da ansiedade entre a primeira e a segunda intervenções cirúrgicas, segundo

as escalas MDAS e STAI-S. ............................................................................................................ 9

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VIII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição da amostra por género. .............................................................................. 6

Figura 2- Distribuição da amostra por idade. .................................................................................. 6

Figura 3- Distribuição da amostra por nível educacional. ............................................................... 7

Figura 4- Distribuição da amostra segundo a experiência prévia de procedimentos dentários. ...... 7

Figura 5- Variação da TAS nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas

distintas. ........................................................................................................................................... 9

Figura 6 - Variação da TAD nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas

distintas. ......................................................................................................................................... 10

Figura 7- Variação da FC nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas

distintas. ......................................................................................................................................... 11

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IX

ÍNDICE DE SIGLAS E ABREVIATURAS

3M – Terceiro(s) Molar(es)

MDAS - Modified Dental Anxiety Scale

STAI - Spielberger’s State-Trait Anxiety Inventory

FMDUP - Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

IMC - Índice de Massa Corporal

TAS - Tensão Arterial Sistólica

TAD - Tensão Arterial Diastólica

FC - Frequência Cardíaca

mmHg – Milímetro(s) de Mercúrio

bpm – Batimento(s) por minuto

IBM SPSS® - International Business Machines Corporation, Statistical Package for the Social

Science

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X

RESUMO

Introdução: A exodontia de terceiros molares inclusos é comummente realizada devido às

enumeras indicações para a sua execução. Este ato cirúrgico pode causar ansiedade no paciente,

que por sua vez é influenciada por experiências prévias, variáveis cirúrgicas e parâmetros

sociodemográficos.

Objetivos: Avaliar a influência da exodontia prévia na ansiedade do paciente em duas exodontias

de terceiros molares inferiores inclusos distintas e quais as variáveis que têm efeito na ansiedade

quantificada no paciente.

Metodologia: A amostra é constituída por 8 indivíduos que realizaram a exodontia do terceiro

molar inferior incluso. Previamente à intervenção cirúrgica, efetuou-se um questionário ao

paciente sobre a história clínica. A ansiedade foi avaliada recorrendo aos questionários Modified

Dental Anxiety Scale e Spielberger’s State-Trait Anxiety Inventory e a variáveis hemodinâmicas

em 4 momentos do procedimento cirúrgico. Os dados foram inseridos numa base de dados e

processados com o IBM SPSS® 22.0.

Resultados: A escala Modified Dental Anxiety Scale revelou uma diminuição significativa do

nível de ansiedade entre o primeiro e o segundo momento cirúrgico. No entanto, através do

Spielberger’s State-Trait Anxiety Inventory as diferenças não foram significativas. Pela

monitorização das variações hemodinâmicas, parece não existirem diferenças significativas entre

o primeiro e o segundo procedimento cirúrgico, com a exceção da tensão arterial sistólica e da

frequência cardíaca na incisão e no final.

No que diz respeito às variáveis descritas com influência na ansiedade, não foi possível estabelecer

relações estatisticamente significativas.

Conclusão: Confirmou-se a existência de diferenças significativas na ansiedade do paciente entre

a primeira e a segunda exodontia, recorrendo à Modified Dental Anxiety Scale. Também se

verificaram diferenças significativas na tensão arterial sistólica e na frequência cardíaca, na incisão

e no pós-operatório, entre a primeira e a segunda exodontias. Quanto aos fatores que influenciam

a ansiedade não se encontraram associações significativas. Por estas razões são necessários mais

estudos.

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XI

ABSTRACT

Introduction: The surgical removal of impacted third molars is commonly performed due to a

vast number of reasons. This surgical procedure may cause anxiety to the patient, consequence of

past traumas, surgical variables and sociodemographic parameters.

Objectives: Clarify if past experiences have any influence on the patient’s anxiety in two different

surgical procedures of removal of the impacted third molars and which variables contribute to that

anxiety.

Method: The sampling includes 8 individuals that needed the extraction of two impacted inferior

third molars. Prior to the surgical intervention, data collection regarding the patient clinical records

took place. Anxiety was monitored with the following questionnaires: Modified Dental Anxiety

Scale and Spielberg’s State-Trait Anxiety Inventory, as well as hemodynamic variables in 4

moments of the surgery. The data was inserted into a data base and processed with IBM

SPSS®22.0.

Results: Using the Modified Dental Anxiety Scale, it was confirmed that a significant decrease of

the anxiety levels took place between the first and the second surgical procedure. However, using

the Spielberg’s State-Trait Anxiety Inventory, the differences have proven not to be significant.

Looking at the data collected through hemodynamic variables, there seems to be no significant

differences between the first and second surgical procedure, with the exception of systolic blood

pressure and heart rate in the incision and post-op period.

Regarding the variables that impact anxiety, significant statistical links couldn’t be made.

Conclusion: This study has confirmed the existence of differences in the patient’s anxiety levels

between the first and second extraction, using the Modified Dental Anxiety Scale. It was also

verified the existence of differences in systolic blood pressure and in heart rate in the moment of

the incision and in the post-op period. It’s of the utmost importance that more studies on this matter

are conducted.

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1

INTRODUÇÃO

Segundo a literatura os terceiros molares (3M) erupcionam entre os 17 e os 21 anos e a sua inclusão

está presente em 73% dos jovens na Europa.(1)

A exodontia de 3M inclusos ou semi-inclusos é comummente realizada. Existem enumeras

indicações para a sua execução, tais como pericoronarite, dor, cáries, posições aberrantes,

reabsorções radiculares, considerações ortodônticas e protéticas e previamente a cirurgias

ortognáticas e irradiação.(1, 2)

Estão descritas classificações da posição do 3M, baseando-se no seu eixo longitudinal, relação

com o plano oclusal e com o ramo ascendente da mandíbula. De entre as mais populares, destacam-

se a classificação de Winter e a classificação de Pell e Gregory.(1) A realização de uma radiografia

é fundamental e obrigatória e auxilia na seleção da técnica cirúrgica adequada.(3)

A exodontia do 3M incluso está muitas vezes associada a quadros de ansiedade por parte do

paciente.(4, 5)

A ansiedade dentária é um estado emocional de apreensão por antecipação de estímulos temidos

no procedimento dentário.(6) Alguns estudos revelam que as experiências prévias influenciam a

ansiedade nos procedimentos subsequentes. Demonstram-no através da diminuição da tensão

arterial e da frequência cardíaca durante a segunda intervenção cirúrgica.(7) Este pressuposto indica

que os pacientes sujeitos a uma exodontia prévia tendem a estar menos ansiosos do que aqueles

que estão sujeitos à primeira intervenção cirúrgica.(7, 8) Contudo, experiências traumáticas podem

aumentar a ansiedade.(4, 9-11)

Os picos da ansiedade, mensuráveis através de variações hemodinâmicas, são observados em

momentos específicos, relacionados com a técnica anestésica e com os instrumentos rotatórios.(5,

8)

Segundo Aznar-Arasa et al. 3M em posições de mais difícil acesso, ou intervenções cirúrgicas

mais longas e que requerem odontossecção ou osteotomia provocam no paciente maior grau de

ansiedade.(12)

As variáveis sociodemográficas estão também descritas como influência na ansiedade médico-

dentária. Segundo estudos, esta diminui com a idade,(6, 9, 13) a sua prevalência é maior no género

feminino(5, 6, 9-11, 14) e em pacientes com nível sociocultural inferior.(9)

A quantificação da ansiedade pode ser obtida recorrendo ao Modified Dental Anxiety Scale

(MDAS) ou ao Spielberger’s State-Trait Anxiety Inventory (STAI). Este último questionário

compreende duas escalas que avaliam a ansiedade traço (STAI-T) e a ansiedade estado (STAI-S).

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A primeira é estável e ocorre em situações percebidas como ameaçadoras. A ansiedade estado é

temporária e descrita como stress que varia no tempo.

A ansiedade, medo e dor podem não ser percetíveis durante os tratamentos médico-dentários. No

entanto existem indicadores desta resposta como o aumento da frequência cardíaca e da tensão

arterial.(15) Por esta razão, estas variáveis podem ser usadas para determinar a ansiedade dos

pacientes que recebem tratamento.

Este tema revela-se um contributo importante para os médicos dentistas poderem avaliar o estado

de ansiedade dos pacientes e ultrapassar barreiras que este estado pode trazer aos tratamentos.(6)

Este estudo pretende averiguar a influência das variáveis descritas na ansiedade do paciente na

exodontia do 3M inferior incluso ou semi-incluso. Serão avaliadas duas sessões operatórias para

indagar sobre a influência da exodontia prévia na ansiedade da segunda intervenção cirúrgica.

Hipóteses formuladas:

• A ansiedade do paciente diminui com experiência prévia;

• Pacientes do género feminino são mais ansiosos;

• Pacientes mais novos são mais ansiosos;

• Pacientes com nível educacional mais elevado são menos ansiosos;

• A presença de sintomatologia dolorosa aumenta a ansiedade nas exodontias;

• A presença de odontossecção/osteotomia aumenta a ansiedade;

• A duração das exodontias é diretamente proporcional à ansiedade;

• A duração da intervenção aumenta a dor durante a exodontia;

• A dor da primeira exodontia aumenta a ansiedade da segunda exodontia.

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3

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho mereceu o parecer favorável da Comissão de Ética para a Saúde da Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) (Anexo 1), do Responsável de Acesso à

Informação da clínica da FMDUP (Anexo 2) e da Reitoria da Universidade do Porto para

tratamento de dados pessoais em projetos de investigação (Anexo 3).

Pesquisa Bibliográfica

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados eletrónica Medline - PubMed, tendo

sido utilizado o termo “AND” e a opção de pesquisa avançada, disponível nesta base de dados.

Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: anxiety, dental anxiety, dental anxiety factors,

dental fear, impacted third molar e third molar extraction. Foram utilizados os seguintes critérios

de seleção dos artigos: idioma português ou inglês, artigos com texto completo e que visam a

espécie humana.

Amostra

A amostra é constituída por 8 pacientes que recorreram à consulta de Especialização de Cirurgia

Oral ou Mestrado de Cirurgia Oral a decorrer na FMDUP e que apresentavam dois 3M inferiores

inclusos ou semi-inclusos com indicação de exodontia. Para selecionar o grupo de participantes

foram usados os seguintes critérios de inclusão: maioridade, presença de dois 3M inferiores

inclusos ou semi-inclusos com indicação para exodontia, capacidade de entender os questionários

e disponibilidade para efetuar os procedimentos no tempo previsto para a investigação. As normas

de exclusão utilizadas foram: pacientes ASA III ou superior, gravidez, amamentação, medicação

com antidepressivos ou ansiolíticos, transtornos psiquiátricos e cardiopatias.

Procedimento

Antes de proceder à recolha de dados, foram explicados os objetivos do estudo e procedimentos e

foi fornecido aos participantes um documento com explicação do estudo e com uma declaração de

consentimento informado (Anexo 4).

Para concretização desta investigação, previamente à intervenção cirúrgica, foi efetuada uma

recolha de dados pela investigadora em formato de papel através da ficha de recolha de dados

(Anexo 5) que consta de questões relacionadas com o paciente e com a sua história clínica. Os

dados recolhidos foram: o género, a idade, o índice de massa corporal (IMC), o nível educacional,

presença de patologias sistémicas, história de reflexo do vómito, realização de atos dentários

prévios e sintomatologia.

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Posteriormente foram entregues questionários (anexo 6) aos pacientes que quantificam a ansiedade

traço – STAI-T, a ansiedade estado – STAI-S e a ansiedade dentária – MDAS. Foram utilizadas

estas 3 escalas para obter uma medição mais precisa. Os questionários STAI-T e STAI-S têm 20

questões de autoavaliação cotadas de 0 a 3 (quase nunca a quase sempre) (16) e o questionário

MDAS visa 5 questões relacionadas com a ida ao dentista e as respostas compreendem valores

entre 1 e 5: (não ansioso a extremamente ansioso).(4, 6)

A fase seguinte visou a avaliação da tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica

(TAD) e da frequência cardíaca (FC) utilizando um esfigmomanómetro automático de braço,

colocado sempre no braço esquerdo a aproximadamente 1,5 centímetros do cotovelo em 4

momentos da intervenção cirúrgica: pré-operatório, no início da incisão, na

odontossecção/osteotomia (quando necessárias) e no pós-operatório. Estes valores foram

recolhidos na tabela presente na ficha de recolha de dados.

Caracterização do ato cirúrgico

As intervenções cirúrgicas foram realizadas pelos estudantes do Curso de Mestrado e

Especialização em Cirurgia Oral baseados na mesma técnica cirúrgica e no mesmo equipamento.

A decisão do primeiro dente a ser extraído não foi determinada de forma aleatória, uma vez que a

prioridade esteve sempre relacionada com a sintomatologia referida pelos pacientes, ou por outros

critérios definidos pelo cirurgião.

Durante as exodontias foram recolhidas informações acerca da cirurgia, entre as quais, a duração

(desde a anestesia até ao último ponto), presença de odontossecção ou osteotomia e a

sintomatologia apresentada pelo paciente durante o ato cirúrgico, também registadas na ficha de

recolha de dados pela investigadora.

Todos os procedimentos foram repetidos de forma similar aquando da segunda exodontia.

Realizou-se a mesma recolha de dados e medição dos parâmetros hemodinâmicos utilizando a

mesma técnica e instrumentos.

A investigadora encontrou-se presente nas duas intervenções cirúrgicas para a concretização desta

investigação.

Análise estatística

Os dados recolhidos foram inseridos numa base de dados e posteriormente processados com o

IBM SPSS® 22.0. Foi realizado um estudo descritivo de todas as variáveis e as relações entre

ansiedade e experiência prévia de uma exodontia foram analisadas através de testes não

paramétricos de Wilcoxon, já que não foi possível assumir que a distribuição era compatível com

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5

a normalidade devido ao reduzido número da amostra. A relação entre as alterações

hemodinâmicas da primeira e da segunda exodontia foi analisada com o teste ANOVA de medidas

repetidas.

Outras associações entre variáveis quantitativas ou escalares foram analisadas com a correlação

de Pearson e Spearman e entre variáveis qualitativas com testes qui-quadrado. Recorreu-se a um

grau de confiança de 95% para se verificar a significância.

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6

RESULTADOS

Caracterização da amostra:

Foi realizada a recolha de dados de 15 indivíduos que compareceram para a primeira exodontia,

mas a amostra ficou reduzida a 8 indivíduos, já que os restantes 7 indivíduos não efetuaram a

segunda intervenção cirúrgica no período de tempo em que decorreu a recolha de dados.

A amostra foi composta por 37,5% do género masculino e 62,5% do género feminino (Figura 1).

As idades dos participantes estavam compreendidas entre os 20 e os 26 anos, sendo a média de

23,63 (±2,134) (Figura 2).

Figura 1 – Distribuição da amostra por género.

Figura 2- Distribuição da amostra por idade.

Apenas 1 indivíduo apresentava uma patologia sistémica (12,5%), enquanto os restantes

indivíduos eram saudáveis. A medicação reportada foi o contracetivo oral em 50% da população.

O IMC mínimo foi 17,5 e o máximo 25,6. A média foi de 21,6 (±2,67208).

62%

38%

Género

Feminino Masculino

0

1

2

3

20 22 24 25 26

Idade

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Quanto ao nível educacional, 50% dos indivíduos tinha concluído o ensino secundário, 37,5% a

licenciatura e 12,5% o doutoramento (Figura 3).

Figura 3- Distribuição da amostra por nível educacional.

Apenas 1 indivíduo apresentava história de reflexo do vómito.

A maioria dos indivíduos (62,5%) tinham realizado atos dentários previamente a estes

procedimentos cirúrgicos. (Figura 4).

Figura 4- Distribuição da amostra segundo a experiência prévia de procedimentos dentários.

No primeiro ato cirúrgico 62,5% dos pacientes apresentaram sintomatologia associada ao terceiro

molar. Na segunda exodontia metade dos pacientes apresentava sintomatologia associada ao dente.

0

1

2

3

4

5

Ensino secundário Licenciatura Doutoramento

Nível educacional

62%

38%

Procedimentos dentários prévios

Sim Não

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8

Caracterização dos Atos Cirúrgicos:

Foram realizadas 6 odontossecções e 4 osteotomias na primeira intervenção cirúrgica e 4

odontossecções e 4 osteotomias na segunda intervenção cirúrgica.

O número de casos em que foi realizada odontossecção e/ou osteotomia apresenta-se na tabela

seguinte (Tabela I).

Tabela I- Número de odontossecções e osteotomias realizadas na primeira e segunda intervenções cirúrgicas.

1ª intervenção cirúrgica 2ª intervenção cirúrgica

Odontossecção 6 4

Osteotomia 4 4

A duração das exodontias variou entre 15 e 60 minutos na primeira exodontia e 25 e 135 minutos

na segunda. A tabela seguinte mostra as durações das exodontias (Tabela II).

Tabela II - Duração das intervenções cirúrgicas.

1ª intervenção cirúrgica 2ª intervenção cirúrgica

Duração (minutos) Frequência Duração (minutos) Frequência

15 1 25 3

25 1 32 1

30 2 35 1

33 1 47 1

45 2 50 1

60 1 135 1

Comparação da ansiedade através dos questionários STAI e MDAS:

No que concerne ao teste MDAS houve uma redução nos valores de ansiedade da primeira

exodontia para a segunda, verificando-se uma média de 14,00 (±5,237) para a primeira intervenção

e de 11,25 (±4,027) na segunda exodontia. As diferenças encontradas são estatisticamente

significativas (p = 0,020 < α = 5%) (Tabela III).

O estado de ansiedade medido pelo STAI-S é concordante com os resultados obtidos no MDAS,

já que expõe uma redução dos resultados de ansiedade da primeira exodontia (24, 88 ± 7,240) para

a segunda (23,25 ± 5,230), contudo este resultado não é estatisticamente significativo (p = 0,350

> α = 5%) (Tabela III).

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Tabela III - Variações da ansiedade entre a primeira e a segunda intervenções cirúrgicas, segundo as escalas MDAS e STAI-S.

Média da 1ª intervenção

cirúrgica

Média da 2ª intervenção

cirúrgica

p*

MDAS 14,00 ± 5,237 11,25 ± 4,027 p= 0,020 < α=5%

STAI-S 24, 88 ± 7,240 23,25 ± 5,230 p = 0,350 > α=5%

(*) p – obtida com o teste Wilcoxon não paramétrico.

Variações hemodinâmicas:

Relativamente às variações hemodinâmicas, as médias da TAS (milímetros de mercúrio (mmHg))

pré-operatória e na incisão foram mais elevadas na segunda exodontia (118,75 ± 5,580 para a pré-

operatória e 120,25 ± 4,386 para a incisão) do que na primeira (111,25 ± 6,938 para a pré-

operatória e 118,13 ± 4,16499 para a incisão). Apenas o valor da diferença entre as duas incisões

é considerado estatisticamente significativo (p = 0,01 < α =5%).

No final, a tendência inverte-se sendo os valores de TAS (mmHg) maiores no primeiro ato

cirúrgico (120,25 ± 6,535) do que no segundo (117,63 ± 6,355). O valor da diferença é

estatisticamente significativo (p = 0,017 < α = 5%).

Figura 5- Variação da TAS nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas distintas.

Ao analisar as variações das TAD (mmHg), verifica-se que apenas no primeiro momento o valor

médio é maior na segunda exodontia (78,63 ± 3,070) do que na primeira (70,38 ± 4,563), mas esta

diferença não é estatisticamente significativa (p = 0,109 > α = 5%). Nos momentos subsequentes

106

108

110

112

114

116

118

120

122

Pré-operatório Incisão Pós-operatório

Variação TAS (mmHg)

1ª intervenção cirúrgica 2ªintervenção cirúrgica

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10

há uma diminuição dos valores médios da primeira (na incisão 73,75 ± 2,821 e no final 75,75 ±

4,182) para a segunda (na incisão 70,13 ± 3,777 e no final 73,38 ± 5,141). Também aqui os valores

não são estatisticamente significativos (p = 0,057 > α = 5% para a incisão e p = 0,282 > α = 5%

para o final).

Figura 6 - Variação da TAD nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas distintas.

A frequência cardíaca (batimentos por minuto (bpm)) no instante pré-operatório tem o valor médio

mais baixo na primeira exodontia (74,38 ± 2,982) comparativamente à segunda (81,00 ± 5,760),

no entanto não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p = 0,075 > α = 5%).

Esta tendência é invertida durante a incisão, em que se verificam valores mais elevados durante o

primeiro ato cirúrgico (86,13 ± 6,906) do que no segundo (85,50 ± 4,968), as diferenças aqui

encontradas são estatisticamente significativas (p = 0,019 < α = 5%). No final das intervenções

cirúrgicas, verifica-se uma inversão dos resultados e o valor da segunda exodontia é mais elevado

(78,88 ± 5,914) comparativamente à primeira cirurgia (76,13 ± 4,662). As diferenças aqui

encontradas são estatisticamente significativas (p = 0,016 < α = 5%).

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Pré-operatório Incisão Pós-operatório

Variação TAD (mmHg)

1ª intervenção cirúrgica 2ªintervenção cirúrgica

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Figura 7- Variação da FC nos diferentes momentos de medição nas 2 intervenções cirúrgicas distintas.

Associação entre a ansiedade e os parâmetros sociodemográficos:

Recorrendo ao teste de correlação de Pearson testou-se a possibilidade de a idade condicionar a

ansiedade traço. Verificou-se uma relação inversa entre as duas variáveis, ainda que não

estatisticamente significativa (p = -0,583; p = 0, 129 > α = 5%).

Para averiguar a relação entre o género e a ansiedade recorreu-se ao teste qui-quadrado. Os

resultados mostraram que não há correlação entre estas variáveis (χ2 = 5,867; p = 0,319 ˃ 5%).

No que diz respeito ao nível educacional associado à ansiedade, verificou-se que estas duas

variáveis estão corelacionadas inversamente, mas a relação não é estatisticamente significativa (p

= -0,98; p = 0, 818 > α = 5%).

Relação entre a ansiedade e as variáveis cirúrgicas:

Testou-se a relação da duração da primeira exodontia com a ansiedade na segunda recorrendo ao

questionário STAI-S. Verificou-se que existe uma relação inversa, mas não é estatisticamente

significativa (p = -0,364; p = 0,376 > α = 5%). Fez-se o mesmo teste recorrendo ao questionário

MDAS verificando-se uma correlação positiva que também não é estatisticamente significativa (p

= 0,176; p = 0,677 > α = 5%).

Através do teste de correlação de Spearman, confirma-se a relação direta entre a dor sentida no

primeiro ato cirúrgico e a ansiedade sentida pelo paciente no segundo, recorrendo tanto ao STAI-

S como ao MDAS. Sendo que as relações encontradas são fracas e não são estatisticamente

significativas (p = 0,047; p = 0,912 > α = 5% para o STAI-S e p = 0,274; p = 0,511 > α = 5%).

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Pré-operatório Incisão Pós-operatório

Variação FC (bpm)

1ª intervenção cirúrgica 2ªintervenção cirúrgica

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Recorrendo ao teste de correlação de Pearson, verificou-se uma relação inversa na primeira

exodontia entre a duração da cirurgia e a dor apresentada pelo paciente, apesar de estatisticamente

não ser significativa (p = -0,563; p = 0,146 > α=5%). Na segunda, esta relação inverte-se,

confirmando-se a relação direta entre estas duas variáveis, ainda que não seja estatisticamente

significativa (p = 0,413; p = 0,709 > α = 5%).

Outras relações:

Recorrendo ao teste qui-quadrado, testou-se a relação da sintomatologia dolorosa apresentada pelo

paciente antes da exodontia com a ansiedade medida pelos questionários. Verificou-se que não

existe relação entre estas variáveis em ambas as exodontias (com o MDAS - χ2 = 5,867; p = 0,438

˃ 5% na primeira e χ2 = 6,000; p = 0,423 ˃ 5% na segunda e com o STAI-S - χ2 = 8,000; p = 0,333

˃ 5% na primeira e χ2 = 6,000; p = 0,423 ˃ 5% na segunda).

Por fim testou-se a hipótese de que a odontossecção e/ou osteotomia na primeira exodontia estão

correlacionadas com aumento da ansiedade no segundo procedimento cirúrgico. Não se obteve

correlação (para odontossecção: χ2 = 16,000; p = 0,191 ˃ 5% com o STAI e χ2 = 12,000; p = 0,446

˃ 5% com o MDAS e para a osteotomia χ2 = 8,000; p = 0,238 ˃ 5% com o STAI e χ2 = 6,000; p

= 0,423 ˃ 5% com o MDAS).

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DISCUSSÃO

Os indivíduos que participaram neste estudo pertenciam à mesma faixa etária, o que pode enviesar

os resultados. Este facto era previsível porque é frequente a exodontia dos 3M inclusos ser

realizada em indivíduos jovens.

A patologia sistémica apresentada foi dermatomiosite, esta patologia não interfere com a

investigação a realizar, pelo que o individuo foi incluído no estudo. A medicação reportada pelos

indivíduos da amostra foi o contracetivo oral que também não tem influência nas variáveis em

estudo.

O IMC máximo pertence ao único individuo que apresenta sobrepeso, estando os restantes dentro

da normalidade.

Os resultados do presente estudo estão de acordo com os descritos na literatura já que existem

diferenças significativas na ansiedade do paciente entre a primeira e a segunda exodontia do

terceiro molar inferior semi-incluso ou incluso. Verificou-se uma redução da ansiedade na escala

MDAS. Também outros estudos, como o de Yusa et al.(17) confirmam que a ansiedade associada

com a exodontia de terceiros molares pode ser diminuída pela experiência da primeira intervenção

cirúrgica. Outro estudo levado a cabo por López-Jornet et al. em 2011(8) utilizando as escalas STAI

e MDAS, sugeriu que não existem diferenças significativas entre os resultados de ansiedade dos

pacientes com e sem experiência prévia de uma exodontia.

Em relação às variações hemodinâmicas, no presente estudo verificou-se que existem diferenças

no valor da TAS entre a primeira e segunda intervenções cirúrgicas. Durante a incisão obtiveram-

se valores mais elevados na segunda intervenção cirúrgica. Enquanto que no final da exodontia

obtiveram-se valores mais elevados no primeiro ato cirúrgico. No que respeita à frequência

cardíaca também na incisão e no final da exodontia foram verificadas diferenças significativas.

Apuraram-se valores mais elevados na primeira intervenção cirúrgica durante a incisão e na

segunda exodontia, no final. Raocharernporn et al.(7) investigaram as diferenças entre as variações

hemodinâmicas na exodontia de dois terceiros molares inclusos em 2 sessões distintas em 4

momentos: pré-operatório, antes e durante a injeção e durante o procedimento. Apuraram que a

TAD, TAS e FC diminuíram em todos os momentos avaliados da primeira para a segunda sessão

cirúrgica. Os seus resultados foram significativos para a TAS, TAD e FC no período pré-operatório

e para a TAS e TAD durante a intervenção cirúrgica.

No que diz respeito ao momento da odontossecção/osteotomia não foi possível fazer uma

comparação das variáveis hemodinâmicas entre as duas sessões cirúrgicas. A justificação para este

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facto é a existência de indivíduos em que foi necessária a realização destes procedimentos apenas

na primeira exodontia, mas não na segunda e vice-versa.

Neste estudo não se obteve correlação entre a realização de odontossecção/osteotomia na primeira

exodontia com a ansiedade pré-operatória na segunda. No entanto, o estudo de Aznar-Arasa et

al.(12) onde foram utilizadas as mesmas escalas que no presente estudo, obteve resultados mais

elevados de ansiedade pré-operatória quando foi necessária a realização de odontossecção ou

osteotomia.

No que diz respeito à relação das variáveis sociodemográficas com a ansiedade, não se verificaram

relações estatisticamente significativas. Mas, Eroğlu et al.(9) avaliaram quais os fatores que

influenciam a ansiedade dos indivíduos nos procedimentos cirúrgicos. Estes investigadores

utilizaram as escalas STAI e Dental Anxiety Scale e selecionaram pacientes com diferentes perfis

socioculturais. Determinaram que aqueles com nível sociocultural mais elevado tendem a ter

resultados de ansiedade mais baixos. Verificaram que o género feminino apresentou valores mais

elevados. E quanto à idade, que o nível de ansiedade decresce com o seu aumento. No presente

estudo, todos os indivíduos apresentaram o grau de escolaridade obrigatório ou superior, não

existindo indivíduos em que se registasse um nível sociocultural mais baixo. Esta parece ser a

razão pela qual não foi possível aferir as diferenças esperadas no nível de ansiedade. No que diz

respeito à idade dos participantes, todos se apresentam na mesma faixa etária, pelo que não foi

possível uma comparação entre indivíduos mais velhos e mais novos.

Na presente investigação não se averiguou a relação entre a duração da primeira exodontia com os

resultados das escalas STAI e MDAS. Contudo, segundo o artigo de 2018 de Caltabiano et al.(6) o

fator que preferencialmente aumenta a ansiedade dos pacientes é a duração dos procedimentos.

Este estudo investigou o efeito dos procedimentos dentários na ansiedade, estudando quais os

fatores que aumentam ou diminuem a ansiedade dentária, utilizando a escala MDAS.

Não se conseguiu provar a relação estaticamente significativa entre a dor durante o primeiro

procedimento cirúrgico e a ansiedade na segunda exodontia. Um estudo levado a cabo por Muglali

e Komerik em 2008(18) cujo objetivo era avaliar os fatores que contribuem para a ansiedade em

pacientes que realizam cirurgias orais, verificou que pacientes com história de dor obtiveram

resultados mais elevados no STAI-S e no Corah’s Dental Anxiety Scale.

Verificou-se uma relação inversa na primeira exodontia entre a duração da intervenção cirúrgica

e a dor apresentada pelo paciente. Na segunda exodontia, verificou-se uma relação direta entre

estas duas variáveis, ainda que não estatisticamente significativa. Não foi possível aferir sobre esta

relação na literatura, uma vez que todos os artigos encontrados relacionam a duração apenas com

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a dor pós-operatória. Ainda assim, seria expectável a existência de diferenças significativas pelo

facto de existirem atos cirúrgicos que tiveram a duração de 25 minutos e outros de 135 minutos.

O esperado seria que os mais longos apresentassem maior dor, já que o efeito do anestésico vai

diminuindo ao longo do tempo. Não foi possível obter esta relação devido ao facto de poucos

pacientes apresentarem dor durante os procedimentos.

Possivelmente muitos dos resultados apresentados não têm significância estatística devido ao

reduzido número da amostra, por esta razão é da maior importância aumentar a amostra deste

estudo.

O maior obstáculo à realização desta investigação foi a falta de participantes. A razão para tal facto

pode estar relacionada com a curta duração desta investigação. Além disso, os procedimentos

cirúrgicos realizaram-se apenas semanalmente na Especialização e Mestrado de Cirurgia Oral.

Também é de referir a dificuldade em encontrar estudos em que se utilizassem as mesmas escalas

de avaliação da ansiedade e a medição das mesmas variáveis hemodinâmicas, para que fosse

possível efetuar uma melhor comparação de resultados.

A avaliação da ansiedade tanto pelos questionários como pela medição das variáveis

hemodinâmicas pode estar dependente de outros fatores que não foram considerados para este

estudo e que são por exemplo relativos à vida pessoal do paciente. É importante entender que cada

caso clínico é único e que todos os casos têm graus de dificuldade diferentes, o que pode

condicionar a atitude do médico dentista, mas também outros parâmetros como o tempo, a técnica

e a expectativa do paciente.

Um aspeto relevante e que necessita de maior investigação é a utilização dos questionários MDAS

e STAI. Ao relacionar estas duas escalas com determinadas variáveis, como a duração do

procedimento cirúrgico, obtiveram-se resultados contraditórios. Este facto não era expectável

porque as duas escalas deveriam complementar-se na análise da ansiedade.

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CONCLUSÃO

Este estudo obteve diferenças significativas na ansiedade dos indivíduos entre a primeira e a

segunda exodontia utilizando a escala MDAS. Também foram verificadas diferenças

estatisticamente significativas nas variações hemodinâmicas da primeira para a segunda exodontia

na TAS e na FC no momento da incisão e no final da intervenção cirúrgica.

Não foi possível indagar sobre de que forma as variáveis descritas na literatura influenciam a

ansiedade.

É importante continuar a investigar esta temática com o intuito de reduzir a ansiedade dos pacientes

porque assim é possível diminuir o tempo operatório e consequentemente melhorar período o pós-

operatório.

São necessários mais estudos e com amostra de maior dimensão.

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ANEXOS

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Anexo 1 – Parecer da Comissão de Ética para a Saúde da FMDUP

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Anexo 2 – Parecer do Responsável de Acesso à Informação da clínica da FMDUP

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Anexo 3 – Parecer da Reitoria da Universidade do Porto

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Anexo 4 – Documento com a explicação do estudo e consentimento informado

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Informação aos Participantes

Título do estudo: Influência da Ansiedade na Exodontia de Terceiros molares inclusos.

Objetivo do estudo: A exodontia do terceiro molar mandibular está associada ao aumento da ansiedade perante a

consulta médico-dentária e, por esse motivo, será importante estudar a evolução desta ansiedade do paciente para

que o médico-dentista consiga gerir melhor este estado que influencia o sucesso do procedimento cirúrgico. Esta

investigação pretende determinar quais as variáveis que influenciam a ansiedade do paciente na exodontia do

terceiro molar incluso em duas sessões operatórias distintas.

Metodologia: O estudo será conduzido através de questionários que devem ser preenchidos antes da extração. Não

serão necessárias visitas adicionais às propostas pelo cirurgião. Serão monitorizados os sinais vitais durante as duas

extrações, separadas por algumas semanas. Isto não implica qualquer desconforto adicional a uma medição de

pressão arterial, a qual será feita automaticamente. Apenas os investigadores deste estudo terão acesso aos dados

do participante.

Risco/Desconforto: Este estudo não envolve nenhum risco nem inconveniente, uma vez que é limitado à colheita

de dados sobre a doença e a sua evolução, os quais serão tratados com confidencialidade.

Características éticas: A confidencialidade da informação será assegurada pela identificação do questionário através

de códigos gerados aleatoriamente. A correspondência destes códigos aos nomes dos participantes será destruída

após a segunda extração pelo que, a partir desse momento, deixará de ser possível identificar os participantes no

estudo. Todos os participantes têm tempo para refletir e a liberdade para escolher se aceitam ou não participar

neste estudo.

Caso queira entrar em contacto com a investigadora, Verónica Magalhães Castro, pode fazê-lo através do número

de telefone 919744787. Em caso de dúvidas relacionadas com tratamento de dados pessoais, poderá contactar a

Encarregada da Proteção de Dados da Universidade do Porto – [email protected].

Consentimento

Eu, abaixo assinado, ____________________________________________________________________

______________________________________________________________________ (nome completo),

compreendi a explicação que me foi fornecida, por escrito e verbalmente, da investigação que se tenciona realizar

na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, para a qual é pedida a minha participação.

Sei que, se recusar, não haverá qualquer prejuízo na assistência que me é prestada. Para além disso, não terei que

suportar qualquer penalização nem quaisquer despesas pela participação neste estudo.

Nestas circunstâncias

⬜ decido livremente aceitar participar neste estudo, tal como me foi apresentado pela investigadora

responsável, Verónica Magalhães Castro

⬜ autorizo que os dados deste estudo sejam utilizados para outros trabalhos científicos, desde que

irreversivelmente anonimizados.

Assinatura

_________________________________________________________________________________

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Anexo 5 – Ficha de Recolha de dados

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Anexo 6 – Questionários – STAI-T, STAI-S, MDAS

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Anexo 7 – Parecer do Orientador para entrega definitiva do trabalho apresentado

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Anexo 8 – Declaração de autoria do trabalho apresentado

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