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INCLUSÃO E CIDADANIA: PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E AMBIENTAL PARA ESTUDANTES DA “OFICINA PEDAGÓGICA” DA ESCOLA ESPECIAL DE MARACAJÁ-SC (APAE) 1 Auridéia Réus Cardoso Moraes 2 Daiane Silveira Floriano 3 Sônia Maria Souza Carradore 4 Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar algumas propostas de trabalho com base na temática “Educação Patrimonial e Ambiental” para os estudantes da “Oficina Pedagógica” da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Alunos Excepcionais), situado no município de Maracajá, Sul do estado de Santa Catarina, a fim de exercitar a problemática da inclusão e cidadania. Os principais problemas que norteou nossa pesquisa foram: Quais as contribuições para o desenvolvimento da autonomia e bem estar nos estudantes da escola APAE ao visitar os patrimônios culturais e naturais do município de Maracajá? Quais as reflexões de inclusão, cidadania e consciência ambiental ao trabalhar com a Educação Patrimonial e Ambiental com os estudantes da APAE? A metodologia de trabalho deu-se da seguinte forma: primeiramente realizamos o levantamento bibliográfico, leituras e fichamentos de textos relacionados ao nosso tema. Os autores que buscamos nos fortalecer teoricamente foram das áreas da pedagogia, história e educação, a saber: Martins, Gomes, Horta, Oriá, Lemos e Moraes. Na sequência, visitamos a instituição APAE para pesquisas no arquivo e elaboramos um questionário para nortear nossa fala com a professora 1 Este artigo é uma solicitação da Disciplina do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), do Curso de Licenciatura em Pedagogia da FAEL, como requisito necessário para conclusão da disciplina. O artigo é resultado de uma pesquisa de campo desenvolvida em uma escola especial (APAE) no município de Maracajá-SC, inserida na Linha de pesquisa “Currículo das áreas de conhecimento”, nas sub-áreas “Fundamentos metodológicos e práticas em Educação Ambiental” e “Fundamentos metodológicos e práticas inclusivas” com orientação da professora Dra. Veridiana Almeida. 2 Auridéia Réus Cardoso Moraes é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia Fael, núcleo Maracajá. É professora da Escola Educação Básica Municipal 12 de Maio no município de Maracajá no 2º Ano do Ensino Fundamental. E-mail: [email protected] 3 Daiane Silveira Floriano é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia da Fael, núcleo Maracajá. É professora da Escola Educação Básica Municipal 12 de Maio no município de Maracajá no Pré-Escolar das Séries Iniciais. 4 Sônia Maria Souza Carradore é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia Fael, núcleo Maracajá.

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Page 1: Artigo Científico INCLUSÃO E CIDADANIA PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E AMBIENTAL PARA ESTUDANTES DA “OFICINA PEDAGÓGICA” DA ESCOLA ESPECIAL DE MARACAJÁ-SC (APAE)

INCLUSÃO E CIDADANIA: PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E

AMBIENTAL PARA ESTUDANTES DA “OFICINA PEDAGÓGICA” DA

ESCOLA ESPECIAL DE MARACAJÁ-SC (APAE)1

Auridéia Réus Cardoso Moraes2

Daiane Silveira Floriano3

Sônia Maria Souza Carradore4

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar algumas propostas de trabalho com base na temática “Educação Patrimonial e Ambiental” para os estudantes da “Oficina Pedagógica” da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Alunos Excepcionais), situado no município de Maracajá, Sul do estado de Santa Catarina, a fim de exercitar a problemática da inclusão e cidadania. Os principais problemas que norteou nossa pesquisa foram: Quais as contribuições para o desenvolvimento da autonomia e bem estar nos estudantes da escola APAE ao visitar os patrimônios culturais e naturais do município de Maracajá? Quais as reflexões de inclusão, cidadania e consciência ambiental ao trabalhar com a Educação Patrimonial e Ambiental com os estudantes da APAE? A metodologia de trabalho deu-se da seguinte forma: primeiramente realizamos o levantamento bibliográfico, leituras e fichamentos de textos relacionados ao nosso tema. Os autores que buscamos nos fortalecer teoricamente foram das áreas da pedagogia, história e educação, a saber: Martins, Gomes, Horta, Oriá, Lemos e Moraes. Na sequência, visitamos a instituição APAE para pesquisas no arquivo e elaboramos um questionário para nortear nossa fala com a professora titular da turma, cujo propósito foi detectar os conteúdos ministrados por ela e relacionarmos com a temática que estávamos propondo. Percebemos nos depoimentos e nos projetos da professora que a mesma trabalhava em sala de aula com materiais reciclados, explorando a questão ambiental em sala de aula, porém, a área patrimonial foi pouco trabalhada. Percebemos em nossa pesquisa que ao se trabalhar a Educação Patrimonial e Ambiental possibilita aos estudantes e professores da escola APAE o diálogo da inclusão social e incentivo para o exercício da cidadania. Da mesma forma contribui para o desenvolvimento da autonomia e bem estar social dos estudantes especiais do município e produção de novos conhecimentos sobre a temática estudada.

Palavras Chave: Inclusão, Cidadania, Escola Especial, Educação Patrimonial/ Ambiental e Práticas Pedagógicas Inclusivas.

Introdução

“... postura inclusiva não é aquela que desconsidera as diferenças, ou faz de conta que todos somos iguais, mas, ao contrário, aquela que pressupõe que é a partir das diferenças que poderemos construir um universo mais rico de aprendizagem e de produção da vida sócio- cultural.”5

1Este artigo é uma solicitação da Disciplina do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), do Curso de

Licenciatura em Pedagogia da FAEL, como requisito necessário para conclusão da disciplina. O artigo é resultado de uma pesquisa de campo desenvolvida em uma escola especial (APAE) no município de Maracajá-SC, inserida na Linha de pesquisa “Currículo das áreas de conhecimento”, nas sub-áreas “Fundamentos metodológicos e práticas em Educação Ambiental” e “Fundamentos metodológicos e práticas inclusivas” com orientação da professora Dra. Veridiana Almeida. 2 Auridéia Réus Cardoso Moraes é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia Fael, núcleo Maracajá. É professora da Escola Educação Básica Municipal 12 de Maio no município de Maracajá no 2º Ano do Ensino Fundamental. E-mail: [email protected] 3 Daiane Silveira Floriano é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia da Fael, núcleo Maracajá. É professora da Escola Educação Básica Municipal 12 de Maio no município de Maracajá no Pré-Escolar das Séries Iniciais. 4 Sônia Maria Souza Carradore é acadêmica da 8ª Fase do Curso de Pedagogia Fael, núcleo Maracajá.

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Somos conhecedores que a função da educação escolar, tanto no ensino regular

quanto no ensino especial, possui como eixo central o de contribuir na formação da

cidadania. Ou seja, o papel da educação é duplo: ela é disseminadora de uma

consciência cidadã e concomitantemente instrumento de consolidação de uma

verdadeira cidadania, como por exemplo, cumprir o papel principalmente de garantir

oportunidades iguais a todos. Reconhecemos então, que a escola não deve apenas

somente se preocupar com informações para preparação profissional, mas, sobretudo,

promover uma boa formação para a cidadania.

Conforme o exposto, entendemos que a problemática da inclusão, diversidade

étnica, religiosa, sexual, valorização dos patrimônios, preservação ambiental deverão

ser incluídos no currículo da escola como temáticas imprescindíveis a ser instigadas

principalmente no âmbito escolar para ter assim, contribuição positiva na construção da

cidadania.

Vale dizer que a preocupação central em nosso Trabalho de Conclusão de Curso é

apresentar alguns conteúdos e propostas sobre a temática “Educação Patrimonial e

Ambiental” na turma da Oficina Pedagógica na Escola Especial de Maracajá. E, por

meio desse tema, nosso objetivo principal é: a) possibilitar aos estudantes e professores

dessa instituição, como também aos familiares e comunidade geral, o diálogo da

inclusão social e incentivo para o exercício da cidadania; b) contribuir para o

desenvolvimento da autonomia e bem estar social dos estudantes especiais e c)

promover a formação da cidadania e processo de conscientização ambiental e

patrimonial.

No primeiro momento do nosso trabalho foi a escolha do tema. Após, tivemos os

primeiros contatos na instituição APAE para termos aceitação na realização da pesquisa.

Delimitamos o tema e selecionamos a turma para a pesquisa. Elegemos em nosso

trabalho a turma dos estudantes da Oficina Pedagógica pelo fato de possuírem

deficiência leve e moderada e por ser uma turma que está em processo de preparação

profissional. O motivo de escolhermos essa escola para pesquisa é por ser a única a

atender estudantes portadores de necessidades especiais no município de Maracajá.

Ao mesmo tempo em que fazíamos o trabalho de campo, realizávamos leituras

afins, elegendo alguns teóricos que foram significativos para nortear e amadurecer nossa

5 MARTINS, L. A. R. (org.): Escola Inclusiva: pesquisa, reflexões e desafios. João pessoa, Idéia, 2008,

p. 38.

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ideia. Assim, buscamos nos fortalecer teoricamente em autores de diversas áreas das

ciências humanas que discutem a problemática da escola inclusiva, educação especial e

questões sobre Educação Patrimonial e Ambiental. Dentre os autores, destacamos

Martins, Gomes, Horta, Oriá, Lemos, Moraes e outros professores da FAEL.

A pesquisa na instituição APAE deu-se na consulta de jornais antigos,

documentos oficiais da escola, PPP (Projeto Político Pedagógico), os planos de aula,

planejamento dos professores, regimento interno, projetos desenvolvidos pelo professor

da turma Oficina Pedagógica, fotografias, leis e outras fontes que nos ajudaram a

entender nosso objeto de estudo.

Elaboramos um questionário que nos orientou durante a conversa com a

professora da turma para melhor conhecer o teórico que norteia suas ações pedagógicas

e perceber quais atividades ambientais e patrimoniais que vem desenvolvendo com os

estudantes.

Cumpre lembrar que existem algumas questões que julgamos importantes pontuar

ao desenvolver essa pesquisa e produzir este texto: primeiramente vale salientar que

somos “filhas” do município de Maracajá, e, isso nos instiga a pesquisarmos algo que

venha trazer contribuições acadêmicas para o acervo historiográfico da cidade, no

campo da educação, especificamente sobre a história da educação especial local.

A segunda questão que nos levou a escolher essa temática é algo que está

intimamente vinculado a nossa vida particular. Mesmo sendo três integrantes para a

escolha do tema, existiu entre nós acordo do objeto a ser estudado. Todas nós já tivemos

experiências trabalhando e convivendo com pessoas portadoras de necessidades

especiais, ou seja, uma entre nós teve seu esposo que era portador de necessidades

especiais física. Outra acadêmica, após os seus 12 anos de idade, passou a conviver com

necessidades de audição e usa o aparelho auditivo até os dias atuais.

Tais questões são relevantes para a escolha dessa temática, pois, é algo que faz

parte da nossa história. Fomos alvo de preconceitos dos familiares e em algumas

situações ainda sentimos leves resistências da sociedade de forma geral.

A quarta preocupação é propor algumas ações pedagógicas na escola especial de

Maracajá a temática “Educação Patrimonial e Ambiental”. A nosso ver, esse assunto é

de grande relevância social que promoverá o exercício da cidadania, a

profissionalização dos estudantes especiais da Oficina Pedagógica, a crítica às vias,

espaços e aos locais públicos que não apresentam a inclusão. Mais do que nunca, nossos

objetivos é apresentar aos pais que o filho especial apresenta apenas alguns limites que

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precisa ser instigado a superá-lo. Dito de outra forma, muitos pais imaginam que seus

filhos não possuem condições para realizar determinadas atividades, acabando por

sonegar a presença deles nos locais públicos, culturais e isolando-os em portas fechadas

entre quatro paredes quando ainda é amarrado fisicamente.

Além disso, nossa inquietação ao produzirmos este texto, é também uma questão

de moralizar a escola APAE como espaço de aprendizagem e divulgação do

conhecimento. Pois, de forma geral, algumas pessoas da sociedade imaginam que a

instituição APAE é um local de depósito de pessoas “loucas”, sem entendimento, e que

os professores nada fazem a não ser cuidar das questões fisiológicas dos estudantes.

Infelizmente, tais estereótipos estão internalizados nos próprios pais dos estudantes com

necessidades educativas especiais. Desse modo, ao se trabalhar com tais assuntos,

acredita-se que os pais não terão mais “medo e vergonha” de expor seu filho perante a

sociedade, no momento que passarem a perceber a significância de possibilitar ao filho

outras convivências sociais, artísticas e culturais.

É interessante também pontuar que o desejo em trabalhar com a temática

Educação Ambiental e Patrimonial em uma escola especial, brotou quando começamos

a cursar na 8ª Fase do Curso de Pedagogia as disciplinas de “Educação Inclusiva” e

“Educação e Meio Ambiente”. Vale dizer ainda que alguns teóricos apresentados nas

falas dos professores e nos livros das referidas disciplinas da FAEL nos deram apoio

para amadurecermos a nossa ideia.

Para desenvolver a pesquisa e escrita do texto, levantamos algumas problemáticas

que nortearam nossa pesquisa: De que forma trabalhar com a valorização dos

patrimônios culturais materiais e imateriais na cidade de Maracajá? Quais as reflexões

de inclusão e diversidades que surgirão ao trabalhar com a Educação Patrimonial e

Ambiental com os estudantes da APAE? Quais as contribuições para o desenvolvimento

da autonomia e bem estar nos estudantes da escola APAE ao visitar os patrimônios

culturais da cidade de Maracajá? De que maneira incentivar os estudantes da APAE a

conhecer e preservar o patrimônio cultural e ambiental da cidade de Maracajá? Como

oportunizar aos estudantes especiais a noção de preservação dos patrimônios materiais e

imateriais na escola que estuda e do bairro onde reside? Quais as contribuições para o

exercício da cidadania aos estudantes especiais ao se trabalhar com a Educação

Patrimonial e Ambiental na escola APAE de Maracajá? De que maneira trabalhar com

os estudantes especiais a identidade cultural de Maracajá? Quais as principais

contribuições para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes especiais ao se

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trabalhar com a Educação Patrimonial e Ambiental? De que maneira contribuir aos

estudantes especiais noções de profissionalização ao trabalhar com a Educação

Patrimonial e Ambiental de Maracajá? O que irá possibilitar aos pais dos estudantes

especiais com o tema que está sendo trabalhado na escola APAE? De que forma

contribuir para que os pais dos estudantes possuam a noção da inclusão e entendam que

os filhos especiais são cidadãos e que necessitam exercitar a cidadania e desenvolver a

autonomia?

Assim, para dar conta a essas inquietações, apresentaremos algumas reflexões

sobre a Educação Patrimonial e Ambiental e problemática de inclusão social. Antes,

porém, iremos trazer um pequeno histórico da instituição APAE para deixar o leitor

mais situado.

1 Processo de criação e instalação da escola APAE (2006)

Dentre os jornais pesquisados que publicaram sobre o processo de criação da

APAE em Maracajá, destaca-se a Folha Regional (Criciúma-SC), Sem Censura

(Araranguá-SC), Destaque Catarinense (Sombrio-SC), Correio do Sul (Sombrio-SC) e o

Jornal da Manhã (Criciúma-SC). Nestes jornais foi possível perceber a história da

implantação da APAE, como também a liberação de confirmação de registros da

entidade, sobre os recursos financeiros, articulação de convênios, as promoções

desenvolvidas pela diretoria e as inaugurações.

Na pesquisa identificamos que um dos jornais que mais divulgou sobre a

instalação da APAE em Maracajá foi ol jornFolha Regional. Em 02 de junho de 2006,

este jornal publicou a primeira matéria intitulada “Maracajá mobilizada para criar sua

unidade da Apae”. O texto tratava sobre a assembléia geral para fundar a APAE, tendo

como local o Centro de Convivência.

Ainda com o Folha Regional, no dia 09 de junho do mesmo ano, a matéria

intitulada “Cerca de 70 pessoas participa da assembleia para formar a própria Apae”,

apresenta com positividade a boa participação da comunidade na implantação da

entidade. As palavras da diretora do departamento da educação de Maracajá, Luciane

Ronchi Valnier, diz que “as famílias querem participar na criação da Apae”.

No dia 16 de junho de 2006, outro texto indica que o ex- prefeito Sr. Antenor

Rocha foi eleito o presidente da Apae e o vice-presidente foi Sr. Dilnei Pelegrini.

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Após a diretoria da APAE estar formada, os integrantes partiram para a busca de

recursos econômicos. Segundo uma entrevista do Sr. Antenor Rocha concedida ao

historiador Lúcio Vânio Moraes disse que,

para termos fundos para a Apae, tivemos que buscar convênios e realizar promoções festivas. Com a diretoria formada, começamos a promover jantar e participar das festas, como a do colono em Maracajá, por exemplo, na montagem do engenho tração animal. Ali nós vendemos os produtos e é revertido para a instituição.6

Após a diretoria da APAE ser formada, houve a mobilização para a instalação da

instituição no município. Em 03 de novembro de 2006 o Folha Regional publicou a

matéria “Apae aluga casa e dá mais um passo para iniciar aulas em 2007”. O texto

informava que a diretoria alugou uma casa de 140 metros quadrados na localidade de

Garajuva e que está se organizando para as documentações com previsão do início das

aulas em 2007.

Já em novembro de 2011, o jornal Sem Censura no dia 13 de novembro de 2007

apresentou texto falando da nova casa para ser a APAE no centro da cidade de

Maracajá. A matéria intitulada “Portadores de necessidades especiais recebem uma casa

nova em Maracajá”, fala da reforma do Maracajá Clube, um clube que pertencia a uma

associação e foi adquirido com recursos viabilizado pelo deputado Júlio Garcia.

Ainda com a Folha Regional do dia 30 de maio de 2008, consta que a inauguração

da nova sede da APAE seria no dia 2 de junho de 2008, na Avenida Getúlio Vargas,

480, no Centro de Maracajá.7

Atualmente a escola APAE conta com diversos profissionais da educação, com

psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Possui aproximadamente 40 estudantes,

com aulas no período matutino e vespertino. Possui sala do SAED (Serviço de

Atendimento Especializado), Oficina Pedagógica, Ocupacional I, II e III.

No próximo item abordaremos sobre a Educação Ambiental e Patrimonial e

questões da inclusão social dos estudantes da Oficina Pedagógica da escola APAE.

1.1 Educação Patrimonial e Ambiental no âmbito escolar e não escolar: práticas

pedagógicas de inclusão e exercício da cidadania

Pela gravidade da situação ambiental em todo o mundo, assim como no Brasil, já se tornou categórica a necessidade de implementar a Educação

6 Sr. Antenor Rocha. Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes em 2 de junho de 2011. 7 Folha Regional. 30 de maio de 2008. Criciúma-SC.

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Ambiental para as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes, como também para a população em geral, pela emergência da situação em que nos encontramos.8

Na proposta de trabalho que estamos apresentando neste artigo, faz-se necessário

pensar o campo da educação, onde as atividades culturais e educacionais extrapolam os

muros da escola. Até porque as novas reflexões pedagógicas nos alertam que estamos

cercados por múltiplos espaços pedagógicos escolarizados e também não escolarizados,

que são fecundos de potencialidades educativas em diversos ambientes na cidade.

Seguindo essa linha de pensamento, as historiadoras da educação Eliane Marta

Teixeira Lopes e Ana Maria de Oliveira Galvão também reforçam a ideia da educação

no âmbito não escolar, quando elas descrevem que diversas práticas educativas têm

ocorrido,

ao longo do tempo, fora dessa instituição [escola]9 e, às vezes, com maior força do que se considera, principalmente para certos grupos sociais e em determinadas épocas. A cidade, o trabalho, o lazer, os movimentos sociais, a família, a Igreja foram, e continuam sendo poderosas forças nos processos de inserção de homens e de mulheres em mundos culturais específicos10.

Diante o exposto, vale dizer que o educador da escola especial11 deve levar em

consideração a importância de desenvolver projetos que discuta e apresente práticas e

ações educativas que leve os estudantes especiais a explorar suas habilidades em outros

espaços de aprendizagem.

Nessa linha de pensamento a pedagoga Walquíria O. Gomes em sua Dissertação

intitulada “Inclusão Escolar: um olhar na especificidade do aluno com deficiência

mental incluso no Ensino Fundamental”12 parte da premissa de que, didaticamente,

pode-se abranger a política inclusiva em dois aspectos: o âmbito social e o educacional.

Segundo a autora, “no social é o reconhecimento de que a pessoa com necessidades

especiais é cidadã, tendo o direito de estar integrada na sociedade o mais plenamente

possível” 13. Já no âmbito educacional, 8 GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papiru, 1995. (Magistério: formação e trabalho pedagógico.), p. 15. 9As palavras entre os colchetes serão nossas interpolações explicativas. 10 LOPES, Eliana Marta Teixeira; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. História da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p.2. 11 Como nosso objetivo é trabalhar com a escola APAE, as reflexões que faremos no texto estarão direcionadas para educadores que trabalham com estudantes especiais, porém, é válido a todos os educadores. 12

GOMES, W. O. Inclusão Escolar: um olhar na especificidade do aluno com deficiência mental incluso no Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curutiba, 2005, p. 25. 13 PASSOS, Marileni O. de A; BASTOS, Vivian de Camargo; GOMES, Walquíria O. Fundamentos e Metodologia do Ensino Especial. Curitiba: FAEL, 2011, p. 26.

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a pessoa tem direito tanto à adequação do espaço escolar quanto a acessibilidade de equipamentos e materiais pedagógicos, estendendo-se também a formação inicial e continuada com vistas à qualificação dos alunos, professores e dos demais profissionais envolvidos.14

Preocupadas em trazer um pequeno esboço sobre a Educação Ambiental no

Brasil, o professor Francisco Carlos Pierin Mendes, afirma que a discussão dessa

temática teve início na década de 70 do século passado, coincidindo com o período de

início das conferências a nível mundial. Em diálogo com Carlos Frederico Bernardo

Loureiro, Mendes afirma que

conforme a opinião de muitos pesquisadores, a EA encontrava-se em estágio embrionário, isto porque em um país periférico as inovações tendem a chegar com atraso em relação aos países centrais. O atraso no início da discussão ambiental também é justificado pela situação política vivenciada no País, pois nesse período o regime autoritário comandava as ações.15

Quanto à discussão de Educação Patrimonial e Ambiental, vale destacar que a

metodologia da Educação Patrimonial e consequentemente Ambiental foi introduzida

no Brasil pela museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta16 a pouco menos de trinta

anos, precisamente em 1983, por ocasião do 1º Seminário sobre o “Uso Educacional de

Museus e Monumentos”, organizado pelo Museu Imperial, em Petrópolis, no Rio de

Janeiro-RJ. A partir daí, Horta passa a desenvolver uma série de trabalhos acadêmicos,

com metodologias de como trabalhar com os patrimônios e apresentando a importância

de se trabalhar com Educação Patrimonial e Ambiental nas escolas.

Além de Maria de Lourdes Parreiras Horta, buscamos base teórica também no

arquiteto Antônio Carlos Lemos, que publicou o livro “O que é Patrimônio

Histórico?”17. Nessa obra possui os conceitos de patrimônio cultural, as classificações e

os bens culturais da sociedade.

Antônio Carlos Lemos define três grupos de patrimônio histórico. O primeiro

grupo é composto pelos elementos pertencentes, ou diretamente ligado à natureza, como

rios, a água, os peixes desse rio, a carne desses peixes. O segundo grupo refere-se ao

conhecimento, “as artes de fazer”, “o saber fazer”, como por exemplo, saber fazer um

cobertor, a forma de costurá-lo, retalhar o tecido. Tudo isso na perspectiva de Lemos é

um conhecimento histórico. Outro exemplo é saber fazer uma vassoura com a própria

14 PASSOS, Marileni O. de A; BASTOS, Vivian de Camargo; GOMES, Walquíria O. Fundamentos e Metodologia do Ensino Especial. Curitiba: FAEL, 2011, p. 26. 15 FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA (Org). Educação e Meio Ambiente. Curitiba: FAEL, 2011, p. 23. 16 HORTA, Maria de L. P.; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Q. Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN/Museu Imperial, 1999, p. 123. 17 LEMOS, Antônio Carlos. O que é Patrimônio Histórico? 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1980, p. 7-10.

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“vassoura”, que é uma planta encontrada no mato: a pessoa corta um sarrafo, amarra

essa planta com tiras de tecidos e, depois, pode usá-la para varrer o terreiro. Esses

conhecimentos são passados de geração a geração. O terceiro e último grupo é

considerado o mais importante porque engloba os objetos e/ou construções que

resultaram da luta pela sobrevivência empreendida por homens e mulheres.18

Nesse sentido, entendemos que a Educação Patrimonial e Ambiental envolve

todos os bens naturais, materiais e imateriais, portadores de referencia à identidade, às

ações, práticas e à memória dos diversos grupos de pessoas que constroem a cidade. A

nosso ver, é uma ferramenta de trabalho pedagógico de contribuição ao exercício da

cidadania. Ou seja, trabalhar a questão da preservação do Patrimônio Cultural e

Ambiental no município de Maracajá, no espaço escolar e não escolar, coloca-se como

um exercício de formação da cidadania a partir do momento em que tomamos a cidade

como objeto de estudo. Estaremos estabelecendo, assim, o vínculo do estudante especial

com os locais de memória da cidade, oportunizando lhes que se sintam agentes

construtores da história na qual estão inseridos. Como também os sensibilizando e

instigando-os a olhares críticos e comprometidos com a preservação do patrimônio e

ambiente local.

Diante essa situação, o pesquisador Ricardo Oriá vem reforçar esta ideia no texto

“Memória e Ensino de História” ao afirmar que “a preservação do patrimônio histórico

é vista hoje, prioritariamente, como uma questão de cidadania e, como tal, interessa a

todos por se constituir em direito fundamental do cidadão e esteio para a construção de

identidade cultural.”19

Ricardo Oriá ainda nos alerta que a escola especial nos dias atuais tem um papel

fundamental quanto ao exercício da cidadania dos estudantes, a partir do momento que

passa a discutir a temática Patrimônio Histórico e Ambiental. Segundo o autor

...a escola, em particular a educação no ensino especial, tem um papel fundamental... É ela ótima instância o lócus privilegiado para o exercício da cidadania, que se traduz também, no conhecimento e na valorização dos elementos que se compõem o patrimônio cultural. 20

Conhecedoras de que a escola regular e especial é um espaço fecundo para a

conscientização da preservação dos bens naturais, culturais, materiais e imateriais, cabe

18 Idem Ibidem. 19 ORIÁ, Ricardo. Memória e ensino de História. In: BITTENCOURT, Circe (org). O saber histórico na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Contexto, 1998, p. 137. 20 Idem, p. 130.

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então aos educadores desenvolverem projetos de estudos para que pesquisas venham a

ser realizadas no município.

Quando o professor constrói seu projeto de pesquisa e trabalha na sala de aula a

questão da preservação do patrimônio histórico e ambiental, está incentivando também

os estudantes à pesquisa, fazendo com que eles se sintam envolvidos no processo

histórico e percebam, dessa forma, que também são responsáveis pela preservação do

ambiente e da história local e regional. Além disso, ao levar essa discussão para a sala

de aula, o educador possibilita que os estudantes venham a construir conhecimentos. É

nesse processo de ensino-aprendizagem que se dá a construção de conhecimentos e não

a sua reprodução.

Sobre essa perspectiva, o pedagogo Paulo Hentz é contundente ao afirmar que as

escolas especiais não podem ser apenas locais onde atendem estudantes nas suas

necessidades físicas. “As escolas especiais precisam estar ocupadas com o

desenvolvimento intelectual de seus alunos, pois, se assim não fosse, não poderiam ser

consideradas escolas”.21

1.2 Atividades desenvolvidas na turma Oficina Pedagógica da escola APAE

Entre as atividades ambientais que foram desenvolvidas pela professora titular

com os estudantes da Oficina Pedagógica que foram identificados pelo nosso grupo,

destacam-se aquelas realizadas em sala de aula da escola, como por exemplo: o uso de

materiais reciclados para a confecção de artefatos cujo objetivo principal é a sua

comercialização. Dentre os artefatos produzidos, destacamos a garrafa enfeitada de

papel do café, cestos de jornais, baús de madeiras recuperadas e cartões de natal feito

com papel reciclado.

Percebemos que durante a realização das atividades a professora elaborava

algumas discussões que viesse a instigar questões de conscientização ambiental nos

estudantes. Notamos também que a forma de ensinar da professora estava circunscrito

basicamente dentro da sala de aula.

Identificamos também na fala da professora e em seus planejamentos de aula, a

ausência de atividades que direcionasse para a questão da preservação patrimonial local

e regional.

21 HENTZ, Paulo. O espaço da Educação Especial na Proposta Curricular. Florianópolis, 1996 (mimeo), p. 3.

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1.3 Espaços para a Educação Ambiental e Patrimonial em Maracajá

Sendo assim, a partir das observações das ações da professora da Oficina

Pedagógica, organizamos uma lista de espaços públicos, culturais e artísticos no

município que são portadores de informações que problematizam a questão ambiental e

patrimonial em Maracajá. Além da lista, encaminhamos à professora bibliografias de

autores locais, regionais e nacionais que discutem o assunto proposto.

A) Espaços que provocam a problemática da Educação Ambiental em Maracajá.

(Visitações)

Rio Mãe Luzia.

Praças públicas.

Parque Ecológico de Maracajá.

Centro de Triagem.

Empresa CEDROS.

Empresa SAIBRITA.

Áreas rurais e urbanas.

Açudes das comunidades.

B) Espaços que provocam a problemática da Educação Patrimonial em Maracajá.

Casas de Turma.

Centro Histórico Cultural Avetti Paladini Zilli.

Praças públicas.

Parque Ecológico de Maracajá.

Casa da artesã de bonecas.

Residência de pessoas que produzem o balaio, a vassoura e outros.

Visitas nas oficinas de artes.

Espaços públicos.

Visitas nas comunidades de Encruzo do Barro Vermelho nas

residências antigas.

Arquivo Público Municipal.

Instituições Religiosas.

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Dentre os autores locais que apresentam metodologias de trabalho na área

ambiental e patrimonial, apresentamos os estudos do historiador Lúcio Vânio Moraes

nos textos publicados no Jornal Folha Regional, revistas e livros publicados. Moraes

escreve semanalmente no jornal textos sobre educação, história, memória e identidade.

Nos textos de revistas científicas ele publicou na Revista de Iniciação Científica da

UNESC (2005) dois textos que discorre sobre as Casas de Turma em Maracajá e sobre a

importância do Museu no ensino de história e de forma geral no ambiente escolar.

Também em sua monografia o mesmo pesquisou sobre a ferrovia Tereza Cristina na

cidade de Maracajá, oportunizando reflexões dos elementos da ferrovia como

patrimônios culturais na cidade. Moraes publicou três livros que discute de forma geral

questões de educação, patrimônio, religiosidades e cultura.22

2 Considerações Finais

Este texto teve a preocupação central em apresentar uma proposta de trabalho na

escola APAE do município de Maracajá, por meio da temática da Educação Ambiental

e Patrimonial, cujo objetivo foi de possibilitar o exercício da cidadania nos estudantes

da referida instituição de ensino. Com base em autores que discutem a inclusão social,

educação ambiental e patrimonial, foi possível delinear algumas reflexões e

problemáticas acerca do assunto proposto.

22 MORAES, Lúcio Vânio. Estradas retilíneas: a presença da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina em Maracajá (1920-1967). Cidade, memória e vida urbana. 2004. Monografia de Conclusão de Curso em História – UNESC, Criciúma (SC). ______. História e Memória Religiosa: Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Maracajá SC (1956/2006). Maracajá: Ed. do autor, 2008. ______. Resistências e Perseguições no Cotidiano da Fé: O Ataque ao Templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Maracajá -SC (1947/1948). Mídia e Cidadania, 2006, Florianópolis. XI Encontro Estadual de História: Mídia e Cidadania (Anpuh), Anais... Florianópolis: UFSC, 2006._______. Pentecostais, discursos "demonizantes" e memória: O "outro" nas Representações Bíblicas dos Fiéis da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Maracajá-SC (1947). XXIV Simpósio Nacional de História. História e Multidisciplinaridade: Territórios e Deslocamentos, Anais..., 2007, São Leopoldo (RS): Oikos, 2007. v. 1. ______; COSTA, Marli de Oliveira. Histórias e silêncios: lembranças dos evangélicos da cidade de Maracajá - SC (1947-1963). Revista de Iniciação Científica, Criciúma, v. 2, n. 2, p. 199-230, UNESC: Criciúma, 2004. ______; CABRAL, Gladir da Silva. Campo Religioso e campo da educação: Constituição da escola de Educação Básica Manoel Gomes Baltazar, Maracajá- SC (1959). XII Encontro Estadual de História- História, Ensino e Pesquisa - III Encontro Estadual do GT de Santa Catarina - IV Jornada Nacional História, Anais... 2008, Criciúma. História, Ensino e Pesquisa. Criciúma: UNESC, 2008.______. Memória Oral Escolar e Identidade: Imaginário Católico e legitimidade no Mercado religioso. IX Encontro Nacional de História Oral, 2008, São Leopoldo (RS). Anais... Testemunhos e conhecimentos. São Leopoldo: Oikos, 2008.______; Nascimento, Dorval do. Entre o Ensino de História e a Pesquisa: Experiências com fonte Oral. V Seminário Interdisciplinar dos Cursos de Licenciatura da UNESC: Mundo do Trabalho, 2004, Criciúma. Anais... Educação e o Mundo do Trabalho: Novas Configurações para a Praxis do Educador. Criciúma: UNESC, 2004. v. 1. ______; ALMEIDA, Odécia Souza. Maracajá: Outras memórias, novas histórias. Florianópolis: Samec, 2009.

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Por meio das ideias dos autores, elaboramos alguns objetivos que poderão nortear

os conteúdos para ser trabalhados com os estudantes da APAE. Lembrando que nossa

intenção aqui não é dar uma receita pronta sobre Educação Ambiental e Patrimonial,

mas, instigar os professores a pensarem outros caminhos quando o assunto for

educação, ambiente e patrimônio.

Alguns Objetivos:

Identificar os patrimônios materiais e imateriais na cidade de Maracajá.

Realizar visitas no museu, nas escolas, nas igrejas, parque ecológico, nas praças,

nos bairros, nos rios, nas edificações antigas para o conhecimento dos

patrimônios culturais e ambientais na cidade de Maracajá.

Desenvolver entrevistas com moradores antigos da cidade de Maracajá e

perceber as lembranças como patrimônios imateriais.

Analisar as estórias, lendas e folclore que fazem parte do imaginário das pessoas

da cidade de Maracajá para entendimento do patrimônio imaterial.

Descrever os diversos patrimônios materiais e imateriais existentes na cidade de

Maracajá.

Perceber as culinárias, os modos de preparar os alimentos nas comunidades de

Maracajá.

Identificar os patrimônios ambientais na cidade e quais suas importâncias na

vida das pessoas.

Perceber os monumentos erigidos na cidade de Maracajá.

Descrever o histórico da escola APAE de Maracajá, analisar a importância para

a vida dos estudantes e refletir da importância da preservação do local.

Analisar os trabalhos historiográficos produzidos por pesquisadores da cidade e

regiões vizinhas para levantamento/mapeamento dos patrimônios existentes em

Maracajá.

Perceber se o acesso aos patrimônios culturais da cidade de Maracajá é de

inclusão.

Para finalizar o texto, desejamos dizer que muitas outras pesquisas deverão ser

realizadas sobre a temática exposta. Pensamos assim neste trabalho abordar um tema

que consideramos significativo, tanto para a aprendizagem dos estudantes especiais e

muito mais para o exercício da cidadania dos mesmos e processo de inclusão.

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3 Referência Bibliográfica

BITENCOURT, Circe Maria Fernandes. Os confrontos de uma disciplina escolar: da

História sagrada à História profana. IN: Revista Brasileira de História. São Paulo:

ANPUH. V. 13; n. 25/26; set. 1992/ago. 1993.

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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA (Org). Educação e Meio Ambiente.

Curitiba: FAEL, 2011.

GOMES, W. O. Inclusão Escolar: um olhar na especificidade do aluno com deficiência

mental incluso no Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação) –

Universidade Federal do Paraná, Curutiba, 2005.

GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papiru, 1995.

(Magistério: formação e trabalho pedagógico.).

HENTZ, Paulo. O espaço da Educação Especial na Proposta Curricular.

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HORTA, Maria de L.P.; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Q. Guia Básico

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LEI 9.394/ 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

LEMOS, Antônio Carlos. O que é Patrimônio Histórico? 2 ed. São Paulo: Brasiliense,

1980.

LOPES, Eliana Marta Teixeira; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. História da

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Tereza Cristina em Maracajá (1920-1967). Cidade, memória e vida urbana. 2004.

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Page 15: Artigo Científico INCLUSÃO E CIDADANIA PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E AMBIENTAL PARA ESTUDANTES DA “OFICINA PEDAGÓGICA” DA ESCOLA ESPECIAL DE MARACAJÁ-SC (APAE)

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Maracajá SC (1956/2006). Maracajá: Ed. do autor, 2008.

______. Resistências e Perseguições no Cotidiano da Fé: O Ataque ao Templo da Igreja

Evangélica Assembléia de Deus de Maracajá -SC (1947/1948). Mídia e Cidadania,

2006, Florianópolis. XI Encontro Estadual de História: Mídia e Cidadania (Anpuh),

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_______. Pentecostais, discursos "demonizantes" e memória: O "outro" nas

Representações Bíblicas dos Fiéis da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de

Maracajá-SC (1947). XXIV Simpósio Nacional de História. História e

Multidisciplinaridade: Territórios e Deslocamentos, Anais..., 2007, São Leopoldo (RS):

Oikos, 2007. v. 1.

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da cidade de Maracajá - SC (1947-1963). Revista de Iniciação Científica, Criciúma, v.

2, n. 2, p. 199-230, UNESC: Criciúma, 2004.

______; CABRAL, Gladir da Silva. Campo Religioso e campo da educação:

Constituição da escola de Educação Básica Manoel Gomes Baltazar, Maracajá- SC

(1959). XII Encontro Estadual de História- História, Ensino e Pesquisa - III Encontro

Estadual do GT de Santa Catarina - IV Jornada Nacional História, Anais... 2008,

Criciúma. História, Ensino e Pesquisa. Criciúma: UNESC, 2008.

______. Memória Oral Escolar e Identidade: Imaginário Católico e legitimidade no

Mercado religioso. IX Encontro Nacional de História Oral, 2008, São Leopoldo (RS).

Anais... Testemunhos e conhecimentos. São Leopoldo: Oikos, 2008.

______; Nascimento, Dorval do. Entre o Ensino de História e a Pesquisa: Experiências

com fonte Oral. V Seminário Interdisciplinar dos Cursos de Licenciatura da UNESC:

Mundo do Trabalho, 2004, Criciúma. Anais... Educação e o Mundo do Trabalho: Novas

Configurações para a Praxis do Educador. Criciúma: UNESC, 2004. v. 1.

______; ALMEIDA, Odécia Souza. Maracajá: Outras memórias, novas histórias.

Florianópolis: Samec, 2009.

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PASSOS, Marileni O. de A; BASTOS, Vivian de Camargo; GOMES, Walquíria O.

Fundamentos e Metodologia do Ensino Especial. Curitiba: FAEL, 2011.

Entrevistas:

Sr. Antenor Rocha. Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes em 2 de junho de 2011.

Jornais:

Folha Regional. 30 de maio de 2008. Criciúma-SC.

Sem Censura (Araranguá-SC).

Destaque Catarinense (Sombrio-SC).

Correio do Sul (Sombrio-SC).

Jornal da Manhã (Criciúma-SC).