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  • 36 B. Tc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.2, maio/ago. 2009.

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    contribuies DA AvAliAo nA iDentificAo De efetiviDADe DA promoo DA sADe nA escolA no

    municpio Do rio De JAneiroCarlos dos Santos Silva*

    Avamar Filgueira Pantoja**

    Resumo

    Ao considerar a escola como espao privilegiado de irradiao de iniciativas de desenvolvimento comunitrio e colaborao intersetorial, os autores discutem, a partir da experincia do municpio do Rio de Janeiro, em que medida os referenciais da Estratgia de Escolas Promotoras de Sade consolidam a promoo da sade na escola e superam modelos biomdicos de sade escolar. A metodologia utilizada foi a descrio dos principais processos e efeitos do desenvolvimento de dez anos dessa estratgia nesse municpio e os resultados positivos e negativos de avaliaodesuaimplementaonafasedeprojeto-pilotoe,maisrecentemente,deoficinasregionaisdesadenaescola.Esteartigopretendecontribuircomodebatesobreaidentificaodosespaos,processosemecanismosde avaliao e da efetividade das prticas implementadas de promoo de sade na escola.

    Palavras-chave: Escolapromotoradesade;Sade;Escola;PromoodaSade;Avaliao;Educao.

    * Mestre em Pediatria pela Universidade Federal Fluminense. Doutorando em sade pblica da Escola Nacional de Sade Pblica (ENSP-FIOCRUZ). Pediatra, coordenador de sade escolar da Superintendncia de Promoo da Sade da Secretaria Municipal de Sade e Defesa Civil do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected] ou [email protected]

    **Pedagoga formada em Gesto Escolar e Pedagogia Empresarial pela Universidade Estcio de S; Ex-diretora da Escola Municipal Alexandre de Gusmo, Diretora do Centro de pera Popular de Acari e da Casa de Leitura. E-mail: [email protected]

    Recebido para publicao em 06/05/09.

    1. introDuo A escolA como cenrio privilegiADo De promoo DA sADe

    Questesdasadepodemserproblematizadasnocotidianode diferentes espaos sociais e de maneiras distintas. Surgem nasdiversasrepresentaes,nasrelaessociais,expressandopreocupaescommelhorescondiesdesadeequalidadedevida.(MELO,1987;VALLA;HOLLANDA, 1989)1.

    As escolas do sistema pblico de ensino fundamental tm representado um lcus importante para diversas prticas e vi-vnciasemsadepresentesnasinter-relaesdossujeitosnesseespaoeterritrio.Diversosfatoresdeterminantesdascondiesde sade e doena podem ser problematizados e analisados no espao da comunidade escolar. Por outra perspectiva, a escola enquantoinstituiosedefinepelasuafunodeensino,naqual a sade aparece como um tema recorrente de aprendiza-

    gem. Nesse sentido, muito antiga e muito disseminada a ideia de se instituir aes e intervenes para enfrentamento dascondiesde sadeapartirdaescola.A justificativavemdanecessidade de controle do adoecimento e das enfermidades, da importncia demonitorar eminimizar situaesde risco.Recentemente,ajustificativavemdapercepodaescolacomoespao relevante para construo de cenrios mais favorveis vida com qualidade, ganhando fora e reconhecimento a partir dos princpios e do debate internacional sobre promoo da sade (BUSS, 2005)2.

    No desenvolvimento histrico da sade escolar, observa-se que diferentes propostas e modelos de programas de sade na escola reforam a lgica do paradigma biomdico de ateno sadecomocrticaSILVA,19993.Aconsolidaodeaesdesade na escola numa perspectiva intersetorial parece estar mais prxima quando os referenciais dessas propostas se fundamen-tam no paradigma da promoo da sade. preciso que o setor Sade reconhea, entretanto, que no pode se manter isolado e que a ao colaborativa com outros setores, em particular com osetorEducao,fundamentalparaaeslocaismaissusten-tveis (OMS, 1997)4. O processo de mudana de referenciais temsuscitadodebateseinmerasreflexesdeprofissionaiseestudiosos no campo da gesto e da formao, na tentativa de dimensionareavaliaraefetividadedasaesdapromoodasade, inclusive no espao da escola.

    O segundo Seminrio Brasileiro de Efetividade da Promoo da Sade (SBEPS, 2, 2008)5incluiuemsuasatividadescientfi-

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    casodebateearevisodeprticaseintervenesdesadenaescolaquerepresentassemmudanasetransformaessociaisnas quais a participao social, o empoderamento, a autonomia e a intersetorialidade tivessem papis de destaque na promoo da sade em diferentes settings, em particular o da Escola, como lcus privilegiado para a irradiao de iniciativas de desenvolvi-mento comunitrio.

    Este artigo pretende contribuir com o debate sobre aborda-gensavaliativascomfoconaefetividadedasaesdepromooda sade na escola, tomando por base os dez anos de implanta-o e desenvolvimento da Estratgia de Escolas Promotoras de SadenomunicpiodoRiodeJaneiro,nodesafiodeidentificaras prticas que so implementadas e os referenciais tericos que as subsidiam.

    No cenrio internacional, a Organizao Pan-americana de Sade cria em 1996 a Iniciativa de Escolas Promotoras de Sade (OPAS/OMS, 1996). Essa Iniciativa propunha que seus pases-membros, principalmente das Amricas, revisassem seus programas de sade na escola e constitussem uma Rede Latino-Americana de Escolas Promotoras de Sade (RLEPS)6. Alguns avanosedificuldadespuderamserregistrados,nasquatroreu-niesinternacionaisdachamadaRLEPS,de1996a2004.Essasagncias,apsumasequnciadereuniesemparceriacomasdosetorEducao,voltam-separaanecessidadedeidentificarexpe-rincias bem-sucedidas de boas prticas de promoo da sade na escola, no continente das Amricas e Europa. Assim, realizaram o Concurso Ibero-americano de Boas Prticas em Promoo da Sade no mbito da Escola, que est em sua 2 edio em 20097. Doze experincias vitoriosas da 1 edio (2007), nas quais h uma experincia brasileira, do municpio do Rio de Janeiro8, foram convidadas pela OPAS para uma reunio na Nicargua, em agosto de 20079, com a perspectiva de trocar experincias e expertise entre elas, seus atores locais e tcnicos e especialistas na tentativadejuntarinsumosparaexaminareanalisarosprincipaisprocessos e contextos de sua implantao e implementao. O relatrio do Education Development Center (EDC) e OPAS (MERESMAN, S. (Org) 2007)10, alm de tomar por base

    outros eventos, considera os resultados da reunio da Nicargua visandoapontarmecanismoseprocessosqueidentificamumaEscola Promotora de Sade e fatores que so determinantes de um processo de implementao bem-sucedido.

    No Brasil, a Poltica Nacional de Promoo da Sade (BRA-SIL, 2006)11, a Poltica Nacional de Ateno Bsica (BRASIL, 2006)12 e o Programa Nacional de Sade na Escola (PSE), institudo por decreto presidencial13 em 2007, como resultado do trabalho integrado entre Ministrio da Sade e Ministrio da Educao, criam cenrio favorvel ao debate sobre a perspectiva de uma poltica nacional de sade na escola. Alm dessa legislao nacional preciso registrar a riqueza de experincias brasileiras desenvolvidasemdiferentesregiesdopasvoltadasparaasadenaescolacombasenascaractersticaseespecificidadesterrito-riais,culturaisesociaisquevalorizamosinteressesedesejosdascomunidades e atores envolvidos, como as experincias no Rio de Janeiro/RJ, Embu/SP, Macei/AL, Curitiba/PR e Palmas/TO (BRASIL, 2007). 14

    Estudos posteriores sobre a implantao do Programa de Sade naEscola,definidopelosMinistriosdaSadeedaEducao,15 poderotrazeranlisesobreascontribuiespositivasounegati-vassobreoimpactodapromoodasadenaescolanombitomunicipal, sob o efeito de uma proposta vertical. Ainda que essa propostanoseidentifiquecomadeEscolasPromotorasdeSade,ela possui forte componente assistencialista e se apresenta como proposta vertical aos municpios que, por fora de recursos e de algumascondiespreestabelecidas,aderiramaoPSEeseguemem sua implantao/implementao. Em relao aos referenciais deEscolasPromotorasdeSade,valeregistrarquenombitodoMinistrio da Sade apenas a Poltica Nacional de Promoo da Sadequefazrefernciaoficial;entretanto,enfatizaemseutextoapenas os componentes de alimentao, prtica de atividade fsica e preveno ao tabaco e outras drogas.

    Passados vinte anos de dois importantes marcos da promoo da sade, a Conferncia de Otawa (1986)16eaVIIIConfern-cia Nacional de Sade (1986)17, importante considerar outro marco pela luta de mudana do modelo biomdico para o da promoo da sade: a implantao da Comisso Nacional de Determinantes Sociais da Sade (CNDSS) (2005-2008)18. Essa Comisso aquece o debate com a perspectiva de melhorar a qualidade de vida das pessoas, ao propor a reverso de fatores sociais que so determinantes das suas condies de sadee das comunidades e/ou instituies emque elas convivem.Questionaosprocessossociais,econmicos,culturais,tnico/raciais,psicolgicosecomportamentaisquepodeminfluenciara ocorrncia de problemas de sade e a qualidade de vida da comunidade escolar. Mudanas na escola, para que ela se cons-titua como cenrio favorvel sade, podem exigir prticas que surjamapartirdoscompromissosapontadospelaCNDSS19 para apromoodasade,como:(a)aeseducativasemsadenacomunidadeescolarapartirdoprojetopolticopedaggicodaescola,(b)prticasqueestimulemareflexoeaconstituiodeconhecimentoseaautonomiadoscidados;(c)implementaodeaesapartirdosreferenciaisdePauloFreire,nosquaissevalorizamaparticipaoeamobilizaosocial;e(d)investimentono apoio, monitoramento e avaliao de polticas pblicas que combatam as desigualdades socialmente determinadas.

    ...

    preciso registrar a riqueza de experincias brasileiras desenvolvidas em diferentes regies do pas voltadas

    para a sade na escola com base nas caractersticas e especificidades territoriais, culturais e sociais que

    valorizam os interesses e desejos das comunidades e atores envolvidos...

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    Nessesentido,asatividadesdediscussestemticassobreapromoo da sade no cenrio da escola durante o II SBEPS20 forampautadasnabuscaporidentificaodaefetividadedessasprticas com nfase na avaliao. Algumas experincias selecio-nadastrouxeram,ento,contribuiesaodebateaoapresentaremseusdesenhos,propostasemodelosparaogrupodeprofissionaispresentes, como gestores, formuladores de polticas, da academia e pesquisadores, entre outros interessados na investigao das diversasdimensesdaefetividadedeprticasinstitudasnaescolacomoaessociaisquepretendamenfrentarainiquidadeeasdesigualdades sociais.

    2. A experinciA De promoo DA sADe nA escolA no municpio Do rio De JAneiro

    Representantes da Secretaria Municipal de Sade do Rio de Janeiro apresentaram breve anlise do desenvolvimento da Estratgia de Escolas Promotoras de Sade (EEPS) no munic-pio do Rio de Janeiro, no perodo de 2000 a 2006, tendo como referencial a concepo de programas de promoo da sade como sistemas complexos de ao social. Potvin, Gendron S. e Bilodeau (2006)21 compreendem tais programas a partir de processos de mudana, tanto dos seus elementos constituintes estrutura,finalidades,atividadeserecursoscomoapartirdasuainteraocomocontexto.Pressupe-seidentificarredessociotcnicas,ouseja,diferentesconexesqueseestabelecementre os mais diversos atores envolvidos e interesses que tornam possvel o desenvolvimento dos programas, suas controvrsias eaesquegeraramdiferentesgrausdeenvolvimentoemobi-lizao de diferentes atores ao longo do tempo.

    Na descrio da evoluo do programa de sade na escola foram considerados seus principais componentes, com destaque para implantao e sua avaliao, formao de multiplicadores, de gestores e de outras lideranas e a descentralizao da ges-to. A expectativa era de que ao longo da anlise fosse possvel delimitar os rumos dos processos e os resultados gerados pelo modelodeconstruoparticipativa,descentralizadaeautnoma,de modo a desenhar e diferenciar os percursos para alcanar seusobjetivoscomoumprogramadepromoodasade(Buss,200022;Hartz,199923). A referncia conceitual para esta anlise vem da perspectiva da avaliao em programas de promoo da sade (Rootman et ali, 200124; Potvin,Gendron;Bilodeau,2006)25.Comaperspectivademostraracertosecontradiesdomodelo e, quando possvel, algumas evidncias da sua efetividade, pretendeu-se, tambm, discutir se esse tipo de abordagem marca avanos em relao aos tradicionais modelos de programas de sade escolar que se baseiam no vis mdico-assistencialista. Isto , se os mecanismos colocados em prtica foram capazes decontemplarosobjetivosprevistos(Hartz,2000)26 tendo em vista o dilogo, a cooperao e a agenda comum (Bodstein, et al. 2004)27 para uma pactuao de interesses em prol da promoo da sade na escola.

    A implantao/implementao de um programa de sade na escola no municpio do Rio de Janeiro precisa ser compre-endidanobojodocontextodacidade,queumametrpolederefernciacomoplocultural,polticoecientficodoBrasil,

    marcadapeladiversidadesocioculturaleporcontrastesecon-micosdasgrandesmetrpoles.Temcercadeseismilhesdehabitantes,entreosquaisquasedoismilhessodecrianaseadolescentes na faixa etria de 0 e 19 anos (IPP-2005)28. Est divididaemdezreasgeogrficasqueconstituemasreaspro-gramticas de sade, como distritos sanitrios. Cada uma delas temsuasespecificidadesecaractersticasprprias,quedemarcama grande diversidade da cidade. Distintas entre si quanto oferta de servios e de equipamentos sociais, so tambm diferentes na concentrao urbana e na extenso de atendimento por po-lticas pblicas formatadas para a cidade, como as de habitao, transporte, cultura, lazer, renda, educao e sade, entre outras. O municpio se constitui, ainda, por moradores de uma cidade formal com acesso a servios e infraestrutura, e outra informal, por favelas e reas desfavorecidas, sem esses equipamentos e suportes sociais. Nessa sua complexidade, pela diversidade internaepelaestratificaosocial,evidenciareasdeextremamisriaqueconvivemcomoutrasemtimascondiessociais. uma cidade que necessita, portanto, de polticas sociais que respondama,ouaomenosminimizem,situaesderiscosocial,diversas formasdemanifestaesdaviolncia,desigualdadessociaiseeconmicas,iniquidadeseexclusosocial.

    Para formulao das polticas municipais de Educao e de Sade, a cidade conta com um equipamento e uma estrutura de serviosquecompem,respectivamente,asredesmunicipaisdeeducaoedesade,objetosimportantesnaimplementaodessas polticas na cidade. E, no campo da sade na escola, tem-se a expectativa de uma gesto com base na colaborao intersetorial.

    A rede pblica de ensino municipal, com grande nmero de escolas, sendo considerada a maior da Amrica Latina, conta com 1.058 escolas e 245 creches, 744.858 alunos matriculados da educao infantil a 8a srie do ensino fundamental e apro-ximadamente 35.648 professores (SME-2007)29. Conforme descriodoperfildacidade,cadaescolaabrangeatividadescomcomunidadesemdiferentescondiesedistintasrealidadessociais,econtextoshistricos,culturais,econmicos,polticos

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    e ambientais prprios de cada regio. Estima-se que 98% de crianas e adolescentes em idade escolar na cidade estejammatriculados na rede pblica municipal de ensino. Se essa di-versidade de contextos tambm se expressa para os servios de sade, a rede municipal de sade tem capilaridade bem menor em relao da educao. A Secretaria Municipal de Sade tem gesto plena dos servios de sade da cidade, e sua rede conta com 116 unidades bsicas, 25 hospitais, 212 equipes de sade da famlia e cerca de 2000 agentes comunitrios de sade (SMS/RJ, 2007)30. O programa de agentes comunitrios de sade e o programa de sade da famlia se apresentam nos ltimos anos como estratgia de reviso do modelo de ateno bsica sade, e atuam diretamente com a comunidade. Eles hoje(SMS/RJ,2007)31 correspondem cobertura estimada de cerca de 10% a 15% da populao municipal como um todo, com prioridade para as reas da cidade com maior vulnerabi-lidade social.

    3. AnteceDentes De sADe nA escolA no municpio Do rio De JAneiro

    A Gerncia do Programa de Sade Escolar, criada na dcada de 90 (SMS/RJ, 1992),32formuloudiretrizesparaaesdesadenaescolanoMunicpiodoRiodeJaneiro(SILVA,1999)33 que propunham integrao intersetorial e descentralizao das suas atividades com grupos de trabalho regionais e locais, tendo trs eixosbsicos:educaoesade;desenvolvimentoeaprendiza-gem;eparticipaopopular.

    A implantao do Programa fundamentou-se no referencial de Macrofuno de Polticas Sociais com a qual a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro propunha integrar e articular o trabalho e a ao/interveno de seus rgos e gestores da rea social, afinadosnaconduodaspolticaspblicas,particularmenteasde sade, educao e desenvolvimento social.

    Em1999,comoProjetoNessaEscolaEuFico (SILVA;ROCHA;SOARES,1999)34, a ao de sade na escola enfatizava a autoestima e a ao protagonista de crianas e adolescentes, com desenvolvimento de atividades complementares na escola ecriaodeentornosocialeambientessaudveis.Seuobjetivoera favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem desse pblico nas diferentes linguagens e atividades artsticas, esportivas e culturais, dentro do contexto histrico e social da comunidade. EsseProjetoabrangeu19escolasdehorriointegralecercade11.000 alunos. Ao aumentar o tempo de permanncia da criana e do adolescente na escola, investia na melhoria da qualidade dessa escola e estimulava, na comunidade escolar, a capacidade depensar,atuaredetomardecises.

    Em seguida, os referenciais da Iniciativa de Escolas Promoto-ras de Sade (OPAS, 1996)35 foram introduzidos nas atividades do programa de sade escolar no Municpio do Rio de Janeiro (SMS, 2000),36atravsdeumProjeto-Piloto,comopropostadosgestoresdasade,comoobjetivodefortaleceraimplementaodeaesde promoo da sade na rede pblica municipal de educao (SILVA,2002)37. A OPAS/OMS editou um Guia sobre Escolas Promotoras de Sade (OPAS, 1996)38 que revisava o conceito de sadenombitoescolar,valorizandosuaperspectivaintegrale

    a promoo da sade que seria fortalecida atravs da integrao da educao para a sade no currculo escolar, de metodologia participativa, da melhora dos servios de sade e de alimentao e com a criao de ambientes fsicos e sociais saudveis. Alm de citar componentes organizativos de uma Escola Promotora de Sade, listava uma variedade de temas de sade a serem abor-dadosdeformaintegralpelaescola,destacavaaimportnciadediagnstico da situao de sade do entorno da escola e propunha a criao da Rede Latino-Americana de Escolas Promotoras de Sade, desenhando sua estrutura de funcionamento para garantia da reviso dos programas de sade escolar nos pases da Amrica Latina. Entretanto, a implantao de Escolas Promotoras de Sade no municpio do Rio de Janeiro levava em conta a traduo dessesreferenciaisdeEPSnocontextoenasespecificidadesdacidade.Nessesentido,redefinia-seEscolaPromotoradeSadecomo uma iniciativa que pressupunha um compromisso que a escola, a comunidade e os servios de sade teriam de estabele-cer parcerias e otimizar os recursos locais. Pretendia, portanto, promoveralianasentreessessetoreseinstituiescomaointegradora e articuladora para o desenvolvimento de prticas de promoo da sade englobando conhecimentos, habilidades paraavida,tomadadedecises,atitudessaudveiseconstruode ambientes favorveis sade. 39

    Oprojeto-pilotodeimplantaodessaIniciativacontoucomplano de avaliao desenvolvido por equipe da Faculdade de Educao da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, portanto, externa ao programa e s Secretarias Municipais de Educao e de Sade. Com instrumentos de coleta de dados, como questio-nrios estruturados e semiestruturados, foram realizadas visitas s escolas, levantamentos diagnsticos das condies fsicasdas escolas e entrevistas com os diferentes atores e usurios do programa. Os relatrios de avaliao foram importantes para orientar os gestores na conduo das atividades e na anlise de resultados. A avaliao apontou erros e possibilidades de cor-reo e redirecionamento dos rumos do programa, como, por exemplo: pretender ao intersetorial entre escolas e servios desadecomequipesexternasaosserviosnosdoissetores;desconsideraradiversidadeeasespecificidadesdecadaescola

    O programa de agentes comunitrios de sade e o programa de sade da famlia se apresentam nos ltimos

    anos como estratgia de reviso do modelo de ateno bsica

    sade, e atuam diretamente com a comunidade.

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    envolvidanadistribuiodekitseferramentasdeapoiopeda-ggico;noabriraportadeentradadosserviosdesadeparaas demandas levantadas de sade ocular e auditiva, entre outras. Aofinalde18meses,estiveramenvolvidoscercade120escolase 119.000 alunos da rede pblica municipal de educao.

    Nesse perodo, foram desenvolvidas atividades preventivas e assistenciais de sade bucal, sade ocular e sade auditiva, alm deoficinas, temticasouno,queprevirampriorizarprticaseducativas participativas. A observao dessas atividades mos-troufortecomponenteinformativo,oqueimpspassividadeaos sujeitos envolvidos, limitando-os aopapeldeobjetosdoprograma,maisdoquedesujeitosdaao.

    Afragilidadedomodelodoprojeto-piloto,verticalecen-tralizado, foi vista como uma decorrncia da no incluso de atoresdosetorEducaodesdeseuplanejamentoe,emquasetodososprocessos,asdecisesforamdadasprioritariamentepela Sade. Apesar de pretender ao intersetorial, que segundo Junqueira (2004)40 transcende um nico setor social e representa a articulaodesabereseexperinciasnoplanejamento,realizaoeavaliaodeaescompartilhadasparagerarimpactonaqua-lidade de vida, o modelo no promoveu dilogo e mobilizao suficienteseefetivosentreosdoissetoresparagerarprticasmaissustentveis. A avaliao sinalizou que, embora as escolas e seus representantes locais considerassem importante o desenvolvi-mentodoprojetoemsuascomunidadeseapreciassemapresenadeprofissionaisdesadeparaatenderantigasdemandas,comosade bucal, ocular e auditiva, era necessrio que as atividades atendessem, tambm, s expectativas e respeitassem a disponi-bilidade e as possibilidades da prpria escola. Talvez por esse motivo as entrevistas com usurios e membros das comunidades envolvidasapontassemsatisfaocomoprojeto,namedidaemque as equipes de sade permaneciam na escola.

    Os resultados da avaliao orientaram mudanas necessrias implementao da estratgia de Escolas Promotoras de Sade no municpio do Rio de Janeiro e seu percurso no perodo sub-sequente.Assim,apartirde2002foramredefinidososobjetivosdessaestratgiamunicipal,emqueoobjetivoprincipaleraodeconsolidaraointersetorialquereconstrusseeressignificassea relao dos servios de sade com a comunidade escolar. Seus objetivosmaisespecficoseram,ento:proporprticaseducativasquevalorizemaparticipaodossujeitosedacoletividade;cons-truirambientesmaisfavorveissade,quemelhoremasrelaesinterpessoaiseaconvivnciamaissolidrianacomunidadeescolar;eampliarequalificaraatenointegralsadedacomunidadeescolar pelas prprias equipes e servios de sade, com prioridade particulardaestratgiadeSadedaFamlia.Ressignificavam-se,dessa maneira, na perspectiva municipal, os princpios prticos para que uma escola fosse promotora da sade.

    A experincia acumulada nesses percursos e mudanas de contextos que reorientavam a implantao/implementao da Es-tratgiadeEscolasPromotorasdeSadepossibilita,hoje,destacaralgumas atividades que foram estratgicas para referend-la como proposta municipal de sade na escola. (a) Na rea de pesquisas, foi estruturado um sistema de monitoramento de eventos no campo do comportamento (fatores de risco e proteo), e no somentedeagravosjinstalados:oSistemadeMonitoramentodeFatores de Risco e Proteo Sade do Escolar no municpio do

    Rio de Janeiro41, realizando seu primeiro inqurito em 2003 e o segundo em 2007. (b) Na rea de descentralizao das aes e gesto da estratgiaEscola Promotora de Sade foram criados Ncleos de Sade Escolar regionais que conjugavam representaodas trs Secretarias, sade, educao e assistncia social (2003 -2006), que ampliaram a possibilidade de fortalecer a colaborao intersetorial e a prpriacoberturadasaesdoPrograma. Estimava-se, nesse perodo, o envolvimento de 341 escolas na perspectiva de Escolas Promotoras de Sade (cerca de 30% da rede), das quais 23% estavam em reas de baixo IDH da cidade. (c) Na rea de divulgao e disse-minaodeliesaprendidas,destaca-se a produo de materiais educativos como a publicaodacoletneadere-vistasPromoodaSadenaEscola(2005),entreoutros.E (d) na rea de formao de profissionaiscomseminrioseoficinaslocais,destacam-setrsseminriosanuaiscomnfaseem metodologia (2002-2004) para atores chaves, em que 109 professorese22profissionaisdesadeproduziram131projetosem 83 escolas e 10 unidades de sade. Seminrios descentrali-zados (2004-2005), sob responsabilidade de gestores regionais de educao e de sade, imprimiram novos cursos e recursos s aesem56escolasecrechese23serviosdesade,envolvendo120profissionais.

    Entretanto,diversascontrovrsiasesituaesdeconflitosgeradas no processo de interlocuo entre as Secretarias Mu-nicipais de Sade e de Educao, principalmente com tcnicos nombitocentraldagesto,mobilizaramatoresegestoresqueidentificaramanecessidadederedesenharoprograma.Apesardemuitascaminhadasdasoficinaseseminrios,escutava-sedetodososgruposque semantinhaadificuldadedeacessodacomunidade escolar aos servios de sade como forte empeci-lho ao programa de sade na escola. Registra-se que mudanas de gesto da Cidade, que se estabeleceram ao longo dos anos, decorrentes de perodos eleitorais, contriburam tambm para mudana do contexto no qual o Programa se desenvolvia, e se apresentavamcomodesafioparaoentendimentodecomoequaiseramasnovasconexesqueseinstituamnaredesociotcnicaenvolvida.(Potvin;L;Mc Queen 2008).42

    Na sequncia dos processos que faziam movimentar o programa e como desdobramento da Estratgia de Escolas Promotoras de Sade, em 2006 e 2007 foi elaborado um Plano

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    Municipal de Sade na Escola e na Creche (PMSE) 43 para o Rio de Janeiro.

    Almdoobjetivodeconsolidareampliaraesdesadenaescola e na creche, como a ateno integral sade de acordo com os princpios do Sistema nico de Sade, o PMSE tambm foi criado com a perspectiva de garantir o acesso da comunidade escolar aos servios de sade, prioritariamente pela ateno bsica, e com a proposta de integrar o setor Sade a uma rede de apoio e proteo a crianas e adolescentes da rede pblica municipal de ensino. Para consolid-lo como uma proposta municipal, foramrealizadasOficinasdeSadenaEscola emtrs reas programticas de sade do municpio (Grande Mier, Centro e Acari), no perodo de 2007, em parceria com uma ONG oCentro deCriao de ImagemPopular (CECIP).EssasOficinastiveramporobjetivoaprofundarodilogoentreos setores de Educao e Sade e de explorar as possibilidades deaesquepudessemfortalecerasprticasparticipativasdesade na escola, alm de se pretender como um instrumento parareflexo,fortalecimentoeconsolidaodasrefernciasdeservios de sade comunidade escolar.

    4. efetiviDADe DAs oficinAs De sADe nA escolA

    Asoficinasforamconstrudascomosparceirosregionaise tiveram nfase na capacitao de gestores regionais e locais, priorizando eixos como intersetorialidade, territorialidade, par-ticipao e empoderamento. Elas partiram do pressuposto que representavamespaosdereflexo,dilogo,interaoecons-truo de compromissos para prticas coletivas de promoo da sade na escola, com valorizao dos interesses e das demandas da rede de atores locais.

    Para desenhar o modelo de avaliao que pudesse sinalizar evidnciasdaefetividadedessasOficinasnaconsolidaodoPMSE, foram considerados os produtos das oficinas, comoaudiovisual e relatrios, depoimentos, entrevistas e observa-

    esdasdinmicas,gruposdetrabalho,mobilizaodeatoreschaves de cada setor, levantamentos diagnsticos e projetoslocais propostos.

    Asquestesavaliativasqueserviramparanortearoprocessoavaliativo foram: (1) at que ponto o processo de desenvolvimento dasOficinasfacilitouoalcancedeseusobjetivos,e(2)quaisasevidnciasdeimpactodasOficinasnaatuaoprofissionaldosparticipantes.Apartirdessasquestesforamconstrudosindi-cadoresdemrito,paraapontaraqualidadeinternadaOficina,como:coernciaentreametodologiadaOficinaeseusobjetivoseadinmicanasuaconduo;e indicadoresde impactoqueapontassem os resultados externos Oficina, sobre atuaoprofissionalearepercussodaarticulaointersetorial,como:articulao intersetorial, implementao de planos propostos, expectativa de continuidade da articulao e a utilizao de mtodos participativos.

    Oprocessoavaliativofoidirigidoespecificamenteaospar-ticipantesdeduasoficinasdeSadenaEscola, realizadasnomunicpio do Rio de Janeiro durante o ano de 2007. Em respeito a questesmetodolgicas, esse processo se caracterizou pordoisgruposderespondentes:deAcari(profissionaisdesadeda CAP. 3.3. e de educao da 5 e 6 CRE) e do Grande Mier (profissionaisdeeducaoda3CRE).

    A metodologia de avaliao partiu do encontro entre a equipe de avaliao, seus principais solicitantes, os gestores da Secretaria MunicipaldeSadeeaequipedoCECIP,quedefiniramemconjuntoopropsitodaavaliaoeseuspressupostosterico-metodolgicos.Almdeexplicitaremaintenoeascondiesdoestudoavaliativodesejado,ofereceramomaterialinformativonecessrio produzido quer pela gesto do Programa de Sade Escolar e seus parceiros da Secretaria Municipal de Educao, querporseusparticipantesnodecorrerdasOficinasdeSadena Escola. Outra fonte de consulta para coleta de dados foram osprofissionaisquehaviamparticipadodessasOficinasequecomparecerams reuniespropostas.Naseleode tcnicaspara a coleta de dados foram construdos dois instrumentos pertinentes: checklist e roteiro para grupo focal.

    A checklistconstoude11afirmativasrelacionadassOficinas(anexo01)esuasrepercusses,sobreasquaisosparticipantesindividualmente expressaram sua concordncia total, parcialousuadiscordncia,sempreseguidadeumajustificativaparaarespostaselecionada.Aofinaldachecklist foi solicitada uma livre opiniosobreaoficinadaqualtinhamparticipado.Apesardaidentificaodolocaldeorigemdoprofissional,foigarantidoo anonimato. O grupo focal constou de 4 questes (anexo02) apresentadas por um membro da equipe de avaliao, que atuou como lder da discusso sobre cada questo, enquanto outro membro registrava o teor das falas, bem como gestos e expresses.Otempodeduraofoideaproximadamentededuas horas em cada grupo focal.

    Com os dados organizados, tratados, analisados e interpre-tados, a equipe de avaliao apresentou aos gestores solicitantes um relatrio parcial sobre alguns resultados preliminares, o qual incluiuapenasasinformaesprovenientesdosgruposfocais,de modo a oferecer algum feedback para validao dos resultados em tempo de se captar o desenvolvimento do processo e alguns sinaissignificativosquemerecessemconsolidaooureajuste.O

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    relatriofinalfoitambmvalidadopelossolicitantesereajustado,bemcomoaprpriaavaliao,ouseja,meta-avaliao,quejulgaa qualidade do processo em termos de utilidade, viabilidade, ticaepreciso,StandardsdaverdadeiraavaliaodeJointCommittee, 1994, Apud FIRME, T. P. (2009)44.

    Antesderelatarosresultadosdessasoficinasedeteceralgumasconsideraes,valedestacarumadasexperinciasbem-sucedidasde escolas promotoras de sade no municpio do Rio de Janeiro, pertencentesaumadasreasdeavaliaodasOficinasdeSadena Escola. Uma escola da regio de Acari, que ao enfrentar a realidadeextremamentedesfavorveldeseuentorno,ressignificacom a prpria comunidade novas possibilidades, linguagens e formas de expresso dos diferentes atores e parceiros envolvidos com a construo de ambiente favorvel sade, a participao, o compromisso com a sade e com a melhora da qualidade de vida. Portanto, comprometidos em estimular e fortalecer pro-cessos de promoo da sade na escola com a perspectiva de desenvolvimento local sustentvel.

    Experincia de Escola Municipal na Comunidade de Acari

    Nonecessariamenteimplicadacomodesenhodaoficinade Sade na Escola na rea de Acari, a experincia dessa escola mereceodestaquecomoestudodecasoparaidentificaraefetivi-dade dos processos que ela construiu para melhorar a capacidade de seus alunos, familiares e a comunidade escolar como um todo. Sua contribuio no II SBEPS foi destacada tambm com apresentao cultural proporcionada por seus alunos, atravs do ConjuntodeCmaraAcariocamerata.

    Odesenhoeoplanejamentodaexperinciaconsiderarama realidade de uma comunidade em rea de baixo ndice de desenvolvimento humano, extremamente desfavorecida de acesso a bens e servios essenciais, inclusive culturais, e com situaodeconflitosligadosaonarcotrfico,quecomprome-tem direitos de cidadania de seus moradores. Nessa perspectiva buscaram investir na melhora da autoestima e na redescoberta depotencialidadesdossujeitosedacomunidadeparaoexer-ccio de pertencimento e valorizao do territrio para ao transformadora dessa realidade. A partir de 1999, a direo da E. M. 0625024 Alexandre de Gusmo, no cotidiano com seus alunos percebeu que o contexto local, determinado por polticas que efetivamente no priorizavam a melhoria da qualidade de vida,impedia,inclusive,queaespedaggicasnaescolafossembem-sucedidasousuficientespararecuperaraperspectivadevida individual ou coletiva dos alunos.

    Com o pressuposto de que a escola pode ser um instrumento transformador, a equipe pedaggica pautou a construo do Pro-jetoPolticoPedaggicodaquelaescola,garantindoainteraoe o dilogo com os diversos segmentos da comunidade escolar e que a arte fosse o elemento norteador do processo de resgate de autoestima e cidadania daquela comunidade. A busca de par-ceiros, malsucedida com os servios de sade na rea, terminou poratrairinstituiesdeoutrasreas,comooInstitutoC&A,45 paradesenharoProjetoABC&ARTE,queofereceudiversasoficinas,comocavaquinho,percussoeviolopara50crianasdacomunidadeescolar.Paulatinamente,foramfeitasaquisies

    deinstrumentoseseconsolidaramnovasoficinascommaisalu-nos, assim como a parceria com o ento Conselho Comunitrio doParqueColmbia.(que,semfinslucrativos,formava-seporvriasinstituieslocais,incluindohojeonzeescolaspblicaseprivadas,creches,igrejascatlicasepentecostaiseassociaesdemoradores).Oprojetocresceu,ecomachegadadenovosvoluntriospassouaoferecermuitasoutrasoficinas,comodan-a,msica,teatroeleitura,edenominou-seCentrodeperaPopular de Acari46.

    EsseCentro,comcapacidadepara500crianas,jovenseadul-tos, montou, em 2008, sua primeira pera, e atualmente oferece oficinasdebalclssico,violo,cavaquinho,contrabaixo,flauta,canto, teoria musical, bandolim, percusso, guitarra, musicalizao e teatro. Com os melhores alunos foi criada a Acariocamerata, que tem se apresentado nas melhores casas de espetculo, nacionais e internacionais. Eles gravaram um CD e foram indicados para duas categorias do Premio TIM de Msica, e reconhecidos como omelhorgrupoinstrumentalde2008pelojornalOGlobo.Aoparticipar do I Concurso Ibero-americano de Boas Prticas de Sade no mbito Escolar,47 essa Escola foi premiada e suscitou aquestodaidentificaodosmecanismosestabelecidosparaque fosse to bem-sucedida. A descrio de seus componentes e dasdiferentesconexesestabelecidasentreatoreseinstituieslocais pode contribuir para clarear a efetividade da promoo da sade, em particular no cenrio da escola. uma experincia em que se observa o resgate de cidadania a partir da capacidade dedecisolocal,dofazeraconteceredoressignificar,entreospares,odesejoeoprocessodetransformaodossujeitosedocoletivo daquela comunidade.

    ...

    Uma escola da regio de Acari, que ao enfrentar a realidade

    extremamente desfavorvel de seu entorno, ressignifica com a prpria comunidade novas possibilidades,

    linguagens e formas de expresso dos diferentes atores e parceiros envolvidos

    com a construo de ambiente favorvel sade, a participao, o compromisso com a sade e com a

    melhora da qualidade de vida.

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    Resultados e recomendaes

    O acompanhamento dessa experincia local tambm contri-buiu para fortalecer a necessidade de investigao dos espaos e processos como mecanismos de interlocuo entre os setores da sade e da educao e a comunidade escolar, no sentido mais amplo da gesto central e regional de sade na escola no municpio do Rio de Janeiro.

    De modo geral, os resultados da avaliao sugerem que as OficinasdeSadenaEscolarealizadastinhamcoernciaentreametodologiaeseusobjetivosequeelasforamfacilitadorasdoalcancedessesobjetivosaopropiciaremaarticulaoeamotivaoentre seus participantes pela busca da ao intersetorial.

    Emsntese,naOficinadeAcariobserva-sequeexistearti-culaointersetorialentrecoordenaesregionaisdeSadeedeEducao(5e6CREeCAP.3.3.);contudo,nadoGrandeMier observa-se que no tiveram xito as tentativas de articu-laoentreessasinstncias(3CREcomaCAP3.2).EmAcari,aocontrriodoGrandeMier,oentusiasmops-Oficinanoesmoreceu,eaOficinafortaleceuosprocessosquejestavamemcurso com maior articulao intersetorial e impacto no aumento do acesso dos escolares aos servios de sade da rea, alm da ampliao das atividades de preveno e de promoo da sade nas escolas. Esse grupo ressaltou como ponto negativo o fato de a articulao intersetorial no ter alcanado ainda a rea da assistncia social. Em ambos os grupos h relatos de inmeros exemplos concretos de impacto da articulao intersetorial, iden-tificadosnoconjuntodedepoimentosextradosdogrupofocale dos depoimentos livres integrantes das checklists.ParaaOficinado Grande Mier, convm registrar que a falta de articulao entreessesegundogrupojficoupatentepelatotalausnciaderepresentantesdasadenorespectivoGrupoFocal,justificadapor uma das integrantes da educao, quando questionada pela equipedeavaliao:achamos que seria um momento apenas da educao, que seria mais proveitoso se s a educao participasse.

    Houve evidncias de que a Oficina de Sade na Escolateve grande potencial de impulsionar o processo de articulao desejado.Entretanto,suaimplementaoocorreemsituaesisoladaspelafaltadecondiesestruturais,foradocontroledosprofissionaisenvolvidosnostrssetores,como(a)insuficientenmerodeprofissionais,principalmentedasadeeassistnciasocial; (b) desproporcionalidade numrica de profissionais eservios da sade e da educao num determinado territrio, queserefletenadificuldadedeasadeatendersdemandas;e(c)insuficientenmerodeprofissionaisegestorescomdisponi-bilidade e competncias para a colaborao intersetorial.

    Embora se tenha detectado que nos grupos avaliados ainda ocorrem encontros sistematizados, apenas nos grupos de trabalho na rea de Acari pode-se dizer que nos dois grupos existe, de fato, uma forte inteno de continuidade, aliada esperana de queasdificuldadessejamsuperadaseaarticulaovenhareal-menteacontecer.ValeregistrarqueemAcari,comaexistnciademudanasnaprticaprofissionalemdecorrnciadaexperinciacom a metodologia participativa, todos os participantes concor-daram totalmente com a existncia de melhor articulao entre tcnicos e a comunidade, oportunizando entrosamento, troca de experincias e fortalecendo o trabalho da Escola Promotora de

    Sade.nessareaemparticularqueosresultadosreafirmama existncia de articulao intersetorial.

    consiDerAes finAis

    Na tentativa de se chegar a uma concluso esclarecedora dos resultados dessa recente avaliao, importante frisar, quanto Estratgia de Escolas Promotoras de Sade, que se trata de uma proposta (ou Programa) ainda em andamento. Observar, portanto, seu desenvolvimento ao longo desses ltimos dez anos requercontnuomonitoramentoeperidicas avaliaesparaquesealcance,cadavezmais,amelhoridentificaodosprocessos que o conduzem, alm de seus resultados e efeitos mais completos em extenso e profundidade, sobretudo a partir dasnaturaismodificaesquesofre,aolongodotempo,emsuaestrutura e contexto.

    IdentificarmecanismosquemobilizamoProgramaemsie sua rede sociotcnica (e o prprio Programa em si), durante esseperodo,colocam-nocomoobjetodeavaliaoque,porsua vez, se institui no como um evento isolado, mas como processo integrante do prprio Programa. Nesse sentido, essa Estratgia est em constante transformao porque se apoia emumarededesujeitosativoseprodutivos,representadosporseusgestores,idealizadoreseplanejadoresnossetoresdasade,da educao e, em menor escala, da assistncia social, e pelos destinatriosdasaesnessasinstituiesenascomunidadesescolaresenvolvidas.Eporquehesseuniversodeinter-relaeseconexesconstitudasededinmicamutvelentreessesdi-ferentes stakeholders, a Estratgia poder aparecer mais instvel ouvulnervelaumare-configuraoouredefinioporpartedesseconjuntodestakeholders(Potvin,L;GendronS.;Bilodeau,2006)48, submetidos tambm, s mudanas da gesto da cidade que ocorrem nesse perodo.

    NomomentodessaavaliaodasOficinasdeSadenaEscola,seus resultados se traduziram, na prtica, como extremamente teis para subsidiar, na mudana de gestores da cidade e das secretariasimplicadasat2008,umatrocadeinformaescombase em evidncias, tanto dos aspectos do Programa que vinham dandocertocomodosdesafiosqueaindaprecisamserenfren-tados,paraquesequalifiqueaatenosadedacomunidadeescolar na perspectiva da promoo da sade e da integralidade dasaes,eemcolaboraointersetorial.

    Asrecomendaestraadasforam:(a)propiciaracontinui-dadedasOficinasdeSadenaEscola,expandindo-asparatodoomunicpio;(b)acompanharsuarealizaoparamonitorarasoluodeentravesquepossamprejudicaroprocesso;(c)analisarmais profundamente a situao do contato no Grande Mier (3.CREeCAP3.2),nosentidodealcanaressaarticulao;(d)atuarjuntoaossetoresintegrantesdoprocessoSade,EducaoeAssistnciaSocialparacorrigiradefasagemdeprofissionaisespecficosparaasreasdedemanda;(e)incentivarocontatocomascomunidadespertinentessOficinas,paradivulgaroconhecimento e as vantagens da articulao intersetorial, e (f) planejar,executareavaliarumprogramadeencontrosperidicosentre os responsveis de cada setor, no sentido de disciplinar o processo de implementao da articulao.

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    Assim, a avaliao contribuiu para que, na nova gesto da cidade (2009),quemodificaocontexto,oredesenhodesseprogramade sade na escola no municpio do Rio de Janeiro possa forta-lecer suas diretrizes de territorialidade, intersetorialidade, gesto participativa, participao comunitria, desenvolvimento local e monitoramento e avaliao. A garantia de acesso aos servios de sadeseredefinecomaperspectivadeampliaodaestratgiade sade da famlia e na construo de Territrios Integrados da Ateno Sade (TEIAS).49 Pensados para a rea de Santa Cruz, Grande Mier e Manguinhos, essas TEIAS pressupostas a partir do Pacto pela Sade (2006)50consideramquequestes

    como a descentralizao e a territorialidade se iniciam com nova possibilidade de garantir que a regionalizao traga contedos do territrio para dentro das lgicas de sistema e descentralizao, com vistas a buscar maior coerncia entre essas lgicas. O que, provavelmente,favorecerrepensarasquestesdesadenaesco-la. Nesse sentido, o Programa de Sade na Escola no municpio do Rio de Janeiro continuar em processo de transformao e redefinio,porqueseroacionadosnovosmecanismosque(re)estruturamasrelaeseconexesentreosdiversoscomponentese atores do programa, com os quais a avaliao estar tambm implicada.(Potvin;Gendron;Bilodeau,2006)51

    ANEXO 01

    Modelo de formulrio para coleta de dados no grupo focal para avaliao das Oficinas de Sade na Escola.Coordenao da construo e aplicao do instrumento de Thereza Pena Firme e equipe de avaliao.

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    ANEXO 02

    Modelo de formulrio para coleta de dados do checklist para avaliao das Oficinas de Sade na Escola.Coordenao da construo e aplicao do instrumento de Thereza Pena Firme e equipe de avaliao.

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    notAs:

    1 MELO, C. A. educao sanitria: uma viso crtica. So Paulo(SP) Cortez, 1987.CadernodoCedes.;VALLA.V.V.;HOLLANDAE.Fracassoescola,sade e cidadania. In: ROSRIO, N. et al. (Org. ) Demandas populares, polticas pblicas e sade.Petrpolis(RJ):Vozes,1989.v.2.

    2 BUSS, P. M. Uma introduo ao conceito de promoo da sade. In: CZE-RESNIA,D; FREITAS,C.M. (Orgs.)Promoo da sade: conceitos, reflexesetendncias.RiodeJaneiro:Fiocruz..2005.

    3 SILVA.CARLOSS.(Org).Sade escolar numa perspectiva crtica. 3 ed. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Sade, 1999.

    4 ORGANIZAOMUNDIALDASADE.Ao intersetorial para a sade: pilar da sade para todos no sculo XXI. Relatrio da Conferncia Internacional. Halifax, Nova Esccia, Canad, 1997.

    5 SEMINRIOBRASILEIRODEEFETIVIDADEDAPROMOODASADE - SBEPS, 2. Rio de Janeiro, 13 a 16 de maio de 2008. Relatrio Cientfico. Rio de Janeiro: Unio Internacional de Promoo da Sade e Educao para a Sade /Abrasco/Fiocruz-Ensp, 2008. .Disponvel em: < http://www.metodoeventosrio.com/efetividade/.>

    6 IPPOLITO-SHEPHERD, Josefa.. Escolas promotoras de sade: for-talecimento da iniciativa regional. Estratgias e linhas de ao 2003-2012.Washington(DC), 2006. 72 p. (Srie Promoo da Sade,) Disponvel em: Acesso em: 02, ago. 2008.

    7 ORGANIZAOPAN-AMERICANADE SADE.Concurso Ibero-americano de Boas Prticas em Promoo da Sade no mbito da Escola, 2. Washington(DC): OMS, 2007.

    8 ESCOLAMUNICIPAL06.25.024ALEXANDREDEGUSMOdaRedePblica Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. Em Acari, na 6 Coordena-doria Regional de Educao da Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro (RJ), 2007.

    9 ORGANIZAOPAN-AMERICANADESADE.Taller de transferen-cia crtica. Mangua, 2007. Realizado em agosto de 2007, na Nicargua, com representantes das doze escolas premiadas no II Concurso Ibero-americano de Boas Prticas em Promoo da Sade no mbito da Escola.

    10 MERESMAN, S. (Org). Promocin de salud, escuela y comunidad: el laberintodela implementacin.NotasyaprendizajesdesdelaexperienciaIberoamericana. Relatrio Impresso. [s.: l.] Education Development Center, 2007. Disponvel em: Acesso em: 21, ago., 2009.

    11 BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n. 687 de 30 de maro de 2006. Aprova a Poltica Nacional de Promoo da Sade. Disponvel em: > Acesso em: 02, ago. 2008.

    12 BRASIL. Leis, Decretos. Portaria n. 648, do Gabinete do Ministro de 28 de maro de 2006. Aprova a Poltica Nacional de Ateno Bsica, estabelecendo a reviso de Diretrizes e normas para a organizao da ateno bsica para o Programa Sade da Famlia (Psf) e o Programa Agentes Comunitrios de Sade (PACS). Disponvel em:< http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-648.htm> > Acesso em: 02, ago. 2008.

    13 Id. Decreto n. 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 06, dez., 2007. Seo 2, p. 02. Institui o Programa de Sade na EscolaPSE,edoutrasprovidncias.Disponvelem: Acesso em: 02, ago. 2008.

    14 BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Escolas promotoras de sade: experincias no Brasil. Braslia(DF): Organizao Pan-Americana de Sade, 2007.

    15 Id. ibid.

    16 CONFERNCIAINTERNACIONALSOBREAPROMOODASA-DE, 1. Ottawa, 21, nov., 1986. Carta de Ottawa. Disponvel em: < http://www.mpes.gov.br/anexos/centros_apoio/arquivos/6_20901863120102005_Carta%20de%20Ottawa%20para%20a%20Promo%C3%A7%C3%A3o%20da%20Sa%C3%BAde.doc> Acesso em 05, ago., 2008.

    17 CONFERNCIA NACIONAL DE SADE, 8.Braslia (DF), 7 a 21, mar., 1986. Relatrio final. Braslia: Ministrio da Sade, 1986. Disponvel em: < http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf> Acesso em 05, ago., 2008.

    18 COMISSONACIONALDEDETERMINANTESSOCIAIS. Dis-ponvel em: www.determinantes.fiocruz.br http://www.cndss.fiocruz.br/pdf/home/relatorio.pdf Acessoem25jul.,2007.

    19 Id. ibid.

    20 SEMINRIOBRASILEIRODEEFETIVIDADEDAPROMOODASADE - SBEPS, 2 . (2008) op. cit.

    21 POTVIN,L.;GENDRON,S.;BILODEAU,A.Trsposturasontolgicasconcernentesnaturezadosprogramasdesade:implicaesparaaavalia-o.In:BOSI,M.L.G.;MERCADO,F.J.(Org).Avaliao qualitativa de programas de sade:enfoquesemergentes.Petrpolis(RJ)Vozes,2006.

    22 BUSS, P. M. Promoo da sade e qualidade de vida. Cincia e Sade Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 163-177, 2000.

    23 HARTZ, Z. 1999. Pesquisa Avaliativa em Promoo da Sade, In: BUSS, P.M (Org). Promoo da sade e sade pblica: contribuio para o debate entre as escolas de sade pblica da Amrica Latina. Rio de Janeiro: ENSP/Fiocruz,2000.p131-138.Mimeo;

    24 ROOTMAN, I. et al. Evaluation in health promotion: principles and perspec-tives. In: ____. WHO, 2001. [s.:l.] WHO Regional Publications, European, [s.:d.] Series, 92.

    25 POTVIN,L.;GENDRONS.;BILODEAUA.(2006)op. cit.

    26 HARTZ, Z. (Org.) Avaliao em sade: dos modelos conceituais prtica na anlise da implantao de programas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.

    27 BODSTEIN, R. et al. Avaliao da implantao do programa de desenvol-vimento integrado em Manguinhos: impasses na formulao de uma agenda local. Cincias & Sade Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, 593- 604, 2004.

    28 INSTITUTO PEREIRA PASSOS. Armazm de Dados. Rio de Janeiro. Acesso em: Acessoem:24,jul.,2009.

    29 RIO DE JANEIRO (Cidade). Secretaria Municipal de Educao. SME em nmeros. Rio de Janeiro, 2007. Disponvel em: Acessoem24,jul.,2009.Comacessoaoanuriodematrculasem2007.

    30 RIO DE JANEIRO (Cidade). Secretaria Municipal de Sade. SMS em dados - 2007. Rio de Janeiro, 2007. Disponvel em: Acessoem24,jul.,2009.

    31 Id. ibid.

    32 Id. Organograma de nova estrutura da Secretaria Municipal de Sade. Dirio Oficial do Municpio, Rio de Janeiro, 24, ago., 1992.

    33 SILVA,CARLOSS.(Org).(1999)op. cit.

    BTS_35-2.indd 48 28/9/2009 10:19:10

  • 49B. Tc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.2, maio/ago. 2009.

    34 SILVA,C.S;ROCHA,C.A;SOARES,M.C.Nessaescolaeufico:umaexperincia de promoo de sade. Revista Promoo da Sade, Braslia, Ministrio da Sade, v. 1, 2, nov./dez., 1999.

    35 ORGANIZAOMUNDIALDASADE.Escuelas promotoras de salud: modelo y gua para la accin. Washington (DC): OPAS, 1996.

    36 RIO DE JANEIRO (Cidade). Secretaria Municipal de Sade do Rio de Janeiro. Termo de Referncia para desenvolvimento de Projeto-Piloto de Escolas Promotoras de Sade que subsidiou Convnio da SMS/ com o Instituto de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000. Mimeo.

    37 SILVA,CarlosS.Aescolapromotoradesadenaagendapolticadomunicpiodo Rio de Janeiro. Sade em Foco: promoo da sade, Rio de Janeiro: SecretariaMunicipaldeSade,n.23,jul,.2002.

    38 IPPOLITO-SHEPHERD, Josefa. Escolas promotoras de sade: fortaleci-mento da iniciativa regional estratgias e linhas de ao 2003-2012.Washington( DC): OPAS, 2006. 72 p. Srie Promoo da Sade, 4).Guia sobre Escolas Promotoras de Sade (OPAS, 1996) Disponvel em: http://www.cepis.ops-oms.org/bvsdeescuelas/fulltext/EPSportu.pdf.Acessoem:02,jul.2009.

    39 SILVA,CarlosS.(Org.)EscolaPromotoradeSade.Revista Promoo da Sade na Escola, Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Sade, v. 1, n. 1, ago., 2005.

    40 JUNQUEIRA, L. A. P. A gesto intersetorial das polticas sociais e o terceiro setor. Sade e Sociedade,SoPaulo,USP,v.13,n.1,p.25-36,jan./abr.,2004.

    41 RUGANI, et al. Monitoramento da sade escolar. Boletim Informao paraAo.VigilnciaemSade.RiodeJaneiro:SecretariaMunicipaldeSade,2007. Folder

    42 POTVINL;MCQUEEND.(Org.)Health promotion evaluation practices in the Americas. [s.: l.] Springer Science + Business Media LLC, 2008.

    43 RIO DE JANEIRO (Cidade). Secretaria Municipal de Sade. Plano muni-cipal de sade na escola e na creche. Rio de Janeiro, 2008.

    44 STANDARDS da verdadeira avaliao. Joint Committee, 1994. Apud. FIR-ME, Thereza. P. Relatrio final da avaliao de mrito e impacto das oficinas de sade na escola do municpio do Rio de Janeiro. 2009. Rio de Janeiro: [s.: n.] Mimeo. p. 13.

    45 INSTITUTO C&A. Disponvel em: Acessoem:02,jul.,2009.

    46 CENTRODEPERAPOPULARDEACARI.Disponvelem:Acessoem:02,jul.,2009.

    47 ORGANIZAOPAN-AMERICANADESADE.(2007)op. cit.

    48 POTVIN,L.;GENDRONS.;BILODEAUA.(2006)op. cit.

    49 VIANNA,AnaLuizadvilaetal.Novasperspectivaspararegionalizaodasade. So Paulo em Perspectiva. So Paulo, Fundao Seade, v..22, n.1, p. 92-106,jan./jun.,.2008.Disponvelem: Acesso em 05, ago., 2008.

    50 BRASIL. Ministrio da Sade. Pacto pela Sade 2006. Braslia: Conselho NacionaldeSecretariasMunicipaisdeSade[200?]Disponvelem: Acesso em20,jul.,2008.

    51 POTVIN,L.;GENDRONS.;BILODEAUA.(2006)op. cit.

    ABSTRACT

    Carlos dos Santos Silva; Avamar Filgueira Pantoja. Health promotion in Rio de Janeiro municipality schools.

    Viewing the school as a privileged space for disseminating community-development and intersector-collaboration initiatives, the authors discuss, based on the Rio de Janeiro municipality experience, to what extent the strategy of health promoting schools consolidates health promotion in schools, overcoming biomedical school health models. The methodology used was the description of the main processes and effects of the ten-year development of that strategy in the Rio de Janeiro municipality, as well as the positive and negative results of evaluation of its pilot-project stage and, more recently, the regional workshops on health in schools. This article aims at contributing to the debate on the identification of spaces, processes, and mechanisms for evaluating and measuring the effectiveness of health promotion practices in schools.

    Keywords: Health; School; Health promotion; Evaluation; Education; Rio de Janeiro.

    RESUMEN

    Carlos dos Santos Silva; Avamar Filgueira Pantoja. Promocin de la Salud en la Escuela en el Municipio de Rio de Janeiro.

    Al considerar a la escuela como un espacio privilegiado de irra-diacin de iniciativas de desarrollo comunitario y de colaboracin intersectorial, los autores discuten, a partir de la experiencia del municipio de Rio de Janeiro, en qu medida los marcos de referencia de la Estrategia de Escuelas Promotoras de Salud consolidan la promocin de la salud en la escuela y superan modelos biomdicos de salud escolar. La metodologa utilizada fue la descripcin de los principales procesos y efectos del desarrollo de dicha estrategia durante diez aos en ese municipio y los resultados positivos y negativos de la evaluacin de su implementacin en la etapa de proyecto piloto y, ms recientemente, de talleres regionales de salud en la escuela. Este artculo tiene el objetivo de contribuir con el debate sobre la identificacin de los espacios, procesos y mecanismos de evaluacin as como de la efectividad de las prcticas implementadas de promocin de salud en la escuela.

    Palabras clave: Salud; Escuela; Promocin de la Salud; Eva-luacin; Educacin; Rio de Janeiro

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