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UM PERCURSO PELA ARTE DO SÉCULO XX
O presente dispositivo didáctico servirá de introdução à subunidade «A experiência estética – análise e compreensão da experiência estética».
Consciente que um número significativo de alunos não sabe do que se trata quando se fala de arte ou de alguns movimentos artísticos; permite-nos, deste modo, o acesso a algumas produções, ainda que através de reproduções digitais.
Esta viagem, que proponho, permite contactar com obras representativas de diferentes movimentos artísticos, que supõem diferentes teorias da arte. É o início de um percurso que o aluno pode aprofundar quando, nas actividades, lhe é solicitado um trabalho de pesquisa que consiste na realização da sua viagem à arte contemporânea ou uma monografia de um artista que lhe tenha captado o interesse. A pesquisa em livros de arte, na Internet, etc. permite a sua entrada neste mundo, por vezes, tão distante.
ACTIVIDADE
1. Constrói o teu percurso pela História da Arte Contemporânea, escolhendo as obras e autores que encontraste ao longo desta pesquisa e que mais captaram o teu olhar.
2. Escolhe um pintor e faz uma pequena monografia sobre si e a sua obra.
APRESENTAÇÃO
Os Precursores da Arte Moderna
Paul Gauguin
Paul Cézane
Vincent Van Gogh
Paul CÉZANNE, Les Grandes Baigneuses (1906)
Paul Cézanne (1839 -1906) foi um pintor francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX.
Van Gogh, Os Comedores de batatas (1885)
Van Gogh (1853 – 1890) é considerado pioneiro na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas formas da arte do século XX, como por exemplo o expressionismo, o fauvismo e o abstraccionismo.
Auguste RENOIR, Le Bal au Moulin de la Galette (1884)
IMPRESSIONISMOMovimento artístico da 2ª metade do século XIX. Teve a sua génese entre 1860-70, no seio de um grupo de jovens artistas que se reunia no café Guerbois. Pintura ligada à vida citadina moderna e às impressões sensoriais dos seus autores, fundadas num individualismo crescente. Assim, praticaram um repertório constituído por paisagens, figura humana e lazeres citadinos e o mesmo interesse pela captação de uma realidade, parcial e sensível, que é a da luz e dos seus efeitos sobre a Natureza, as pessoas e os objectos. Pretende a captação do instante luminoso, fugaz e fugidio, de
Claude MONET, Impressão, nascer do sol (1870)
acordo com condições atmosféricas. Tecnicamente é caracterizada pela procura desses efeitos através da justaposição, na tela, de pinceladas pequenas, nervosas, em forma de vírgula e interrompidas, executadas com grande rapidez e perante o motivo, ao ar livre. O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol“. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adoptaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.Representantes: Paul Cézanne, Claude Monet, Auguste Renoir, Edgar Degas…
Paul GAUGUIN, A Rainha da Beleza (1897)
SIMBOLISMOReflexo da tendência
simbolista que marcou aliteratura e a música
durante a segunda metade do século
XIX, o simbolismo explica-se como reacção contra a
sociedade industrializada e materialista e contra o
pendor representativo e objectivo da arte vigente – o Naturalismo, o Realismo
e o Impressionismo -, valorizando o mundo
subjectivo e a interioridade. Baseou-se em estados emocionais,
nas angústias, nos sonhos e nas
fantasias, separando,definitivamente, a Arte da
representação da Natureza.
Representantes: PaulGauguin, Gustave Moreau,
Odilon Redon…
SÉCULO XX
ARTE NOVAFAUVISMO
EXPRESSIONISMO
A PINTURA METAFÍSICA
FUTURISMO
O ABSTRACCIONISMO
CUBISMO
CONSTRUTIVISMO
DADAÍSMO SURREALISMOPOP ARTE
ARTE CONCEITUAL
Gustave KLIMT, Le Baiser (1909)
ARTE NOVAMovimento
estético que se revolta contra os estilos inspirados
nos séculos precedentes.
Traduz-se pela utilização de
fontes de inspiração
desligadas dequalquer contexto histórico (natureza
emotivos florais) com gosto pelo
sinuoso e por um simbolismo, por
vezes, hermético.Representantes: Edward Burne-
Jones,Gustave Klimt,
PriKKer Toulouse-Lautrec…
Edward BURNE-JONES, Mermaids in the Deep (1882)
Henri MATISSE, Madame Matisse, Portrait à la raie verte (1905)
FAUVISMOMovimento estético nascido em França e baptizado em Paris pelo crítico Vauxelles que usou o termo “fauve” (fera) para classificar a violenta expressão cromática patente nas obras dos fauvistas.Utilizam a cor como força emocional, expressiva e Decorativa.Representantes: Henri Matisse, Derain, Vlaminck…
Maurice de VLAMINCK, RUE de VILLAGE (1926)
Ernest KIRCHNER, Cinq Femmes dans la rue (1913) EXPRESSIONISMOMovimento hostil ao realismo, naturalismo e impressionismo, que dá o primado às reacções emotivas do artista face à experiência. O artista tenta pintar a realidade subjectiva dos sentimentos que objectos e acontecimentos despertam no Eu. A sua linguagem foi figurativa e a realidade era colocada como fonte de conhecimento e de inspiração, mas com o intuito de algo que se queria criticar, contestar ou destruir – a prostituição, a miséria, a exploração, a opressão, a dor e a injustiça, sentidas no início do século XX. Obras de forte pendor social, criticando o mundo moderno e as perversidades e injustiças; as figuras expressavam os sentimentos humanos com vigor, dramatismo a até angústia revelando o lado trágico da vida.Representantes: Edvard Munch, James Ensor, Ernst Kirchner, Otto Muller…
Edvard MUNCH, O Grito (1893)
O Grito (no original Skrik) é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural.
Giorgio DE CHIRILO, Canto d`Amore
Carlo CARRÁ, a Tenista, 1917
A PINTURA METAFÍSICAA pintura metafísica antecipou-se em mais de dez anos ao surrealismo. O seu desenvolvimento situa-se entre 1910 e 1920. Nas obras dos pintores metafísicos, o mundo do concreto e do real confunde-se com o do imaginário. A imaginação torna-se parte activa e essencial na introdução, na tela, de objectos dispares e sem qualquer relação entre si.Representantes: Giorgio De Chirico, Carlo Carrá, Giorgio Morandi….
Carlo CARRÁ, Manifestation interventionniste (1914)
FUTURISMOMovimento de origem italiana, procura negar o passado e as tradições e orientar-se para o futuro. Procurou fixar figuras em movimento e acção, recorrendo para tal à representação simultânea de posições sucessivas de pessoas e objectos.Representantes: Carlo Carrá, Marcel Duchamp, Luigi Russolo …
A obra de Almada Negreiros insere-se no 1º Modernismo português, tendo representado, juntamente com o restante grupo de "Orpheu", o ponto mais alto do Futurismo em Portugal. Perpassou, posteriormente, por outras sub-correntes como o sensacionismo, o dadaísmo, o interseccionismo e o surrealismo.
Wassily KANDINSKY, Composição VIII
O ABSTRACCIONISMOAs imagens da pintura abstracta, ou são imagens puramente mentais, ou têm uma relação muito fraca com a realidade.Representantes: V. Kandinsky, Piet Mondrian, Paul Klee…
Piet MONDRIAN, Composition with Large Blue Plane, Red, Black, Yellow, and Gray (1921)
Pablo PICASSO, Banhistas com barco de brincar (1937)
CUBISMOMovimento
estético do início do séc. XX que reage contra o
impressionismo, e que propõe um
espaço bidimensional, fundamentado
em teorias de geometria
não euclidianas.Representantes:
Pablo Picasso, Georges Braque,
André Derain…
El LISSITZKY, Abattons les Blancs avec le Coin Rouge (1919)
CONSTRUTIVISMOCorrente artística de origem
russa que privilegia umaconstrução mais ou menos
geométrica das formas.Representantes: El Lissitzky,
Piet Mondrian, KasmirMalevitch…
Marcel DUCHAMP, Fontaine, 1917Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida quotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes.A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que, para esconder o seu nome, enviou-a com a assinatura "R. Mutt", que se lê ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos Estados Unidos, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri; entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina.Vale a pena ressaltar que a obra de Duchamp deixou um legado importante para as experimentações artísticas subsequentes, tais como o Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo abstracto, a Arte conceitual, entre outros.
Francis PICABIA, Parade Amoureuse (1917)
DADAÍSMOÉ um dos movimentos mais rebeldes e contestatários de toda a história da arte. De tal modo que se anunciou como um movimento de anti-arte. O seu nome foi encontrado ao acaso no dicionário e não tem qualquer significado artístico. Os dadaístas põem em causa de forma subversiva e até escandalosa a civilização ocidental, a começar pela própria arte. Procuram retirar o artista do pedestal em que costuma ser colocado, desmistificando a arte e o acto criativo. Para isso recorrem ao acaso, ao improviso, ao humor e ao gesto propositadamente infantil, dizendo que para se ser artista não é preciso saber nada ou dominar qualquer técnica especial. Portanto, tudo pode ser arte e qualquer um pode ser artista, deixando mesmo de haver qualquer diferença entre a arte e não-arte.Representantes: Francis Picabia, Man Ray, Max Ernest, Marcel Duchamp, Raoul Hausmann…
Max ERNST, Célèbes or Elephant Célèbes (1921)
René MAGRITTE, Les amants (1928)
SURREALISMONasce em 1923, em Paris, fortemente influenciado pelo dadaísmo. O sonho, o inconsciente, o paradoxo, o imaginário e o inesperado são algumas das características das suas obras, as quais se fazem acompanhar de títulos frequentemente estranhos.Representantes: René Magritte, Salvador Dali, André Masson, Joan Miró, Giorgio deChirico…
Salvador DALÍ, The Ship 1942
Andy WARHOL, Marilyn (1964)
POP ARTEInspira-se directamente na cultura popular e na sociedade de consumo americana da época. As vedetas de TV, do cinema e da música, as histórias aos quadradinhos, os acontecimentos do quotidiano, os produtos de grande circulação e consumo diário, tudo isso se encontra na pop art. Ela é o espelho fiel do quotidiano de milhões de pessoas comuns. Um espelho que o artista coloca diante da vida moderna sem qualquer intenção crítica ou posicionamento pessoal. O artista nem sequer aceita qualquer distinção entre bom e mau gosto e os produtos de consumo adquirem o estatuto de objectos artisticamente interessantes.Representantes: Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Robert Rauschenberg, Claes Oldenburg…
Roy LICHTENSTEIN, Blonde Waiting (1964)
A ARTE CONCEITUAL (CONCEPTUAL) considera o conceito base de obra de arte, superior à própria obra concebida.É fruto de uma vanguarda surgida na Europa e nos EUA, no fim dos anos 60 e meados dos anos 70, parte em reacção ao formalismo. Considera o carácter mental da criação acima da aparência e existência final de uma obra. Em 1961, num texto escrito por Henry Flynt, o termo “arte conceitual” aparecia pela primeira vez. Flynt defendia que os conceitos são as verdadeiras matérias da arte, sendo as ideias mais importantes do que a execução do “produto final artístico”.
Paula REGO, O sonho de José, 1990
Brauce NAUMAN
PLURALISMO depois de 1960A proliferação, a um ritmo acelerado, de movimentos novos constitui a característica essencial da arte produzida depois do início dos anos 60:hiper-realismo, arte conceptual, minimalismo etc.
Bruce Nauman (Nasce a 6 de Dezembro de 1941, em Fort Wayne, Indiana) é um artista americano contemporâneo. Sua prática abrange uma ampla gama de media, incluindo escultura, fotografia, néon, vídeo, desenho, gravura.
Maria Paula Figueiroa Rego (Lisboa, 1935) é uma pintora portuguesa.Depois de frequentar o Colégio Integrado Monte Maior, em Carcavelos, frequentou a Saint Julian's School onde os professores cedo lhe reconheceram talento para a pintura, partiu para Londres (em 1952). Até 1956, estudou na Slade School of Fine Art. Conhece o pintor Victor Willing (1928-1987), com quem viria a casar em 1959. Entre 1957 e 1962, vive na Ericeira. Numa ida a Londres conhece Jean Dubuffet (1901-1985), referência determinante na sua criação artística, usualmente definida como Arte Bruta. Impõe-se contra o regime político em Salazar Vomitando a Pátria (1960) e Cães Vadios (1965). Ao longo da década de 1960 assina exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasma a crítica ao expor, individualmente, na Galeria de Arte Moderna da então Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Ron MUECK
Ron Mueck (Melbourne, 1958) é um escultor australiano hiper-realista que trabalha na Grã-Bretanha. Este escultor utiliza efeitos especiais cinematográficos para criar obras de arte. São incrivelmente realistas e se não fosse o tamanho de suas esculturas certamente seriam fáceis de serem confundidas com pessoas.No início de carreira, foi fabricante de marionetas e modelos para a televisão e filmes infantis, nomeadamente no filme Labyrinth.
Adolph Frederick Reinhardt ("Ad" Reinhardt) (December 24, 1913 – August 30, 1967) foi pintor em Nova York no início da década de 1930, até a década de 1960. Era um membro da American Abstract Artists e fazia parte do movimento, em torno da Betty Parsons Gallery, que ficou conhecido como expressionismo abstracto.
Adolph REINHART, Abstract Print, 1966A expressão Art Brut (Arte Bruta) foi
criada pelo pintor francês Jean Dubuffet (1901-1985) em 1947, com o objectivo de caracterizar o trabalho produzido fora do sistema tradicional e profissional da arte (pelo que é também conhecido por Outsider Art ), que o artista considerava mais autêntico e verdadeiro que o dos artistas eruditos. Desta forma, o conceito de Arte Bruta pretendia englobar produções muito diversificadas realizadas por crianças, por doentes mentais e por criminosos, que apresentavam em comum um carácter espontâneo e imaginativo. Englobava também algumas realizações de carácter público e colectivo, como o graffiti.
FIM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paula_Rego
http://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl
http://www.myspace.com/paularego
http://www.artcyclopedia.com/
http://www.guggenheim.org/new-york
http://www.metmuseum.org/home.asp
http://www.museodelprado.es/
http://www.louvre.fr/llv/commun/home.jsp?bmLocale=en
http://www.museumoflondon.org.uk/English/
LIGAÇÕES