art.98, i, §1º da cf; a cf de 88 e a criação dos juizados: art.98, i, §1º da cf; motivos que...

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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS A CF de 88 e a criação dos juizados: art.98, I, §1º da CF; Motivos que levaram a criação; Atrapalhavam o julgamentos dos crimes mais graves; Grande número de encarcerados para poucas celas;

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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAISA CF de 88 e a criao dos juizados: art.98, I, 1 da CF;

Motivos que levaram a criao;

Atrapalhavam o julgamentos dos crimes mais graves;

Grande nmero de encarcerados para poucas celas;

Os constituintes de 88 perceberam que a grande quantidade de infraes penais de menor potencial ofensivo emperrava o andamento dos processos dos crimes de maior gravidade no poder judicirio. Na maioria dos casos, essas infraes obtinham prescrio retroativa (quando essa existia), ou os acusados eram absolvidos por falta de provas. Dessa forma, procurou-se um meio para agilizar os processos, possibilitando uma resposta rpida do Estado pequena criminalidade. Alm da necessidade de desafogar o poder judicirio, existia tambm o problema da superlotao carcerria, j que os delinquentes de infraes de menor potencial ofensivo tambm eram encarcerados, o que gerava constantes rebelies nas penitencirias e casas de deteno.1Influenciaram-se pelas novidades europeias;

Influenciaram-se pelos bons resultados do juizado cvel: lei 7.244/84 (revogada);

O que o Legislador buscava?

Economia processual;

Influenciaram-se pelas novidades introduzidas no ordenamento europeu, bem como pelos bons resultados trazidos pelos juizados de pequenas causas cveis, institudo pela lei 7.244/84;

O legislador desejava uma soluo que emprestasse rapidez justia, sem DESPENALIZAR as condutas de menor potencial ofensivo. Era preciso criar espao para que os rgos da justia pudessem dedicar-se mais aos graves problemas criados pelos crimes de elevado potencial ofensivo. Era necessrio evitar que autores de pequenos delitos permanecessem no crcere, o que verdadeira universidade do crime.

Segundo Tourinho Filho, quando se tratar de infrao bagatelar, nem sequer faz sentido a pena alternativa. O direito penal s vai at onde seja necessrio para proteo do bem jurdico, no deve preocupar-se de bagatelas. (Exc. Ministro Assis Toledo).

O Congresso no disse quais seriam as infraes que seriam procedimentadas pelos juizados especiais, nem como se daria a transao e como seria o procedimento sumarssimo. Era necessrio que o Congresso Nacional emitisse lei esclarecendo estes detalhes. Teria que dizer tambm qual a forma do procedimento sumarssimo.

Economia processual: preconiza o mximo de resultados na atuao do direito, com o mnimo emprego possvel de atividades processuais. O fato de haver quase que simultaneamente a conciliao do dano e a aceitao da proposta do MP, pondo-se termo ao processo em curto espao de tempo, a economia processual.2DISPOSIES GERAISArt.1 e 2 da Lei 9099/95;

Juizados especiais criminais federais:

Emenda 45/04 e o 1 do art.98 da CF ;

Lei 10.259/2001, art.1;

Alterada pela lei 11.313/06: alterou a definio de crime de menor potencial ofensivo do art.61, 9099/95;

O art.1 afirma que os juizados especiais so rgos da justia ordinria, no existindo nas justias extraordinrias (especiais) como a Militar e Eleitoral. Entretanto, para Tourinho Filho, o TSE j adotou, algumas vezes, a lei 9.099/95, tendo em vista o princpio da dignidade humana e o art.264 do CE que permite a aplicao subsidiria do CPP. E, j que a lei 9099 um captulo especial do nosso estatuto processual penal, pode ser aplicada sem reservas.

Segundo Tourinho Filho, os territrios que existiam no Brasil, se transmudaram em Estados desde 1991, por fora do art.14 das disposies constitucionais transitrias. Mas se no futuro forem criados territrios novamente, j existe a norma do art.1 da lei 9099/95 regulamentando respeito da criao de juizados especiais.

A Unio cria os juizados especiais no DF e nos territrios, e os Estados nos seus Estados. So rgos da justia de primeiro grau, ordinrios locais. Os juizados especiais criminais federais foram criados pela emenda 45 que adicionou o 1 ao art.98 da CF. Para Tourinho Filho, os juizados especiais federais so ineficazes porque as infraes de menor potencial ofensivo no mbito da justia federal so inexpressveis, por isso seria melhor que os juzes federais continuassem a aplicar as regras dos arts.74 e 76 dos juizados especiais, relativas ao procedimento sumarssimo nas infraes de menor potencial ofensivo. A lei 10.259/2001, que instituiu os juizados especiais criminais federais, limitou-se a dispor que se aplica a lei 9.099/95 no que no conflitar com aquela lei, entretanto, no corrigiu dvidas que a lei 9099/95 deixou.

Segundo NUCCI, a lei 10.259/2001 deu origem aos juizados especiais criminais federais para julgar as mesmas infraes penais de menor potencial ofensivo, s que no mbito da justia federal. O art.109, IV, exclui a competncia da justia federal para julgar contravenes penais, sendo competente apenas para os crimes de menor potencial ofensivo, ficando a cargo dos juizados especiais criminais estaduais julgar as contravenes penais federais.

Os juizados so rgo especiais do primeiro grau, exclusivos da justia ordinria dos Estados e do DF;

RESPE - RECURSO ESPECIAL ELEITORAL n 25137 -Jacarezinho/PRAcrdo n 25137 de 07/06/2005Relator(a) Min. MARCO AURLIO MENDES DE FARIAS MELLOPublicao:DJ - Dirio de Justia, Volume I, Data 16/09/2005, Pgina 173RJTSE - Revista de Jurisprudncia do TSE, Volume 16, Tomo 3, Pgina 415

Ementa:PROCESSO PENAL ELEITORAL - LEIS ns 9.099/95 e 10.259/2001 - APLICABILIDADE. As Leis ns 9.099/95 e 10.259/2001, no que versam o processo relativo a infraes penais de menor potencial ofensivo, so, de incio, aplicveis ao processo penal eleitoral. A exceo corre conta de tipos penais que extravasem, sob o ngulo da apenao, a perda da liberdade e a imposio de multa para alcanarem, relativamente a candidatos, a cassao do registro, conforme exemplo o crime do artigo 334 do Cdigo Eleitoral.

Alterada pela lei 11.313/06: excluiu a definio de crime de menor potencial ofensivo, a lei 9099/95, no art.61, conceituou o que seriam infraes de menor potencial ofensivo.

3O que acontece aos inadimplentes com as medidas restritivas de direito?

Quem tem legitimidade e competncia para executar a pena na hiptese de transao penal?

Como proceder nos casos de concurso material, formal e continuidade delitiva?

No caso de conexo e continncia, a separao deve ser obrigatria ou a infrao mais grave exerce a vis attractiva?

Etc...Outras dvidas: O autor poder postular a aplicao de multa ou medida restritiva de direitos, caso o MP permanea inerte? Na turma recursal deve haver sustentao oral? Qual a competncia para conhecer de HC quando a turma recursal for a autoridade coatora?

Embora o texto da lei tenha sido apresentado ao Congresso nos idos de 1989, em forma de projeto, no sofreu nenhuma atualizao com relao a lei efetivada em 95, como podemos concluir ao analisarmos o art.83,2 da lei. Posteriormente o art.538 do CPC foi modificado, passando a constar que os embargos declaratrios interromperiam o prazo para outros recursos. Porm a lei 9.099 no atualizou com base nessa mudana do CPC. Pelo menos conforme a lei 9.099, os embargos declaratrios suspendem o prazo para outros recursos. Como o processo penal omisso a respeito, de ser aplicada a regra do art.538 do CPC, com a sua nova redao, por fora do art. 3 do CPP, isto , o prazo para recurso fica interrompido.4ASPECTOS NEGATIVOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS;

Desrespeito do legislador pelo princpio da interveno mnima e fragmentariedade;

Possibilidade do direito ser aplicado de forma seletiva em virtude do desrespeito a estes princpios;

Possibilidade de incorporar-se novos fatos ao procedimento dos juizados em razo da fcil obteno da transao;

Fere o princpio da proporcionalidade;O desrespeito do legislador pelo princpio da interveno mnima existe a partir do momento que o legislador, em virtude da facilidade com que se pode chegar a uma soluo de conflitos, desburocratizando a justia criminal evitando-se o acmulo de prescries e papis, perde o interesse em retirar do direito penal inmeras infraes totalmente defasadas e ignoradas pelo direito brasileiro. A partir do momento que estas condutas defasadas, sem aplicao prtica, permanecem sendo tipificadas, a autoridade policial acaba por praticar um direito penal seletivo, entendendo cabvel dar-se valor a algum tipo penal incriminador em detrimento de outro. Quando o ato no interessante, fecham-se os olhos e nenhuma providncia tomada.

Outro aspecto negativo seria que, tendo em vista a facilidade com que se obtm a transao no JECRIM, livrando a justia comum dos inmeros processos, a tendncia legislativa seria aumentar o rol das infraes de competncia dos juizados, o que pode significar grave leso ao princpio da proporcionalidade;5Surgimento de penas criativas, no previstas em lei: fere o princpio da legalidade?

Na conciliao, teriam os operadores do direito penal, o mesmo papel dos conciliadores no mbito civil?

No se tornaria intil o dispositivo penal?A desburocratizao trazida pelo JECRIM faz com que, muitas vezes, a pena seja vista de modo banal, fcil de ser aplicada e executada, transformando o momento da transao num momento de presso sobre o autor do fato, para que aceite logo o acordo, livrando-se do processo criminal. Dessa forma surgem as penas criativas, ferindo com o princpio da legalidade. A banalizao e a facilitao da aplicao de sanes penais pode at ser vista como um momento promissor da justia criminal, mas tambm pode servir de incentivo ao legislador para evitar reviso do entulho de leis defasadas. No pelo fato de haver o JECRIM, regido pela informalidade, facilitando o trabalho das autoridades policiais e judicirias, que se vai olvidar a real meta legislativa de limpeza do entulho dos tipos penais incriminadores defasados.

H ainda que falar do novo papel dos operadores do direito: propulsores da conciliao no mbito penal. Seria este, realmente, um novo paradigma de justia CRIMINAL? Teriam os operadores do direito, na rbita penal, o mesmo papel dos conciliadores no mbito civil? A reparao do dano civil, afastando, em muitos casos, a possibilidade de haver litgio penal, no seria o indicativo da inutilidade do dispositivo penal? Afinal um dos principais postulados da interveno mnima retransferir para outros ramos do direito os conflitos de interesses que foram, indevidamente, deslocados para o cenrio penal.6COMPETNCIACompete aos juizados especiais a conciliao, processo, julgamento e execuo;

Execuo apenas da pena de multa;

Restritivas de direito: juzo das execues penais;

MP:

Compete transacionar com o autor do delito: pode propor multa ou restritiva de direitos;

Se possvel resolver o dano ex delicto;

Somente a multa, que ser executada e cumprida no juizado, mediante o pagamento na secretaria. As restritivas de direito sero no juzo competente: juzo das execues penais, mas nada impede que os Estados atribuam ao juiz de direito da comarca, ou a um rgo especialmente criado para esse fim, a tarefa de fiscalizar a execuo das medidas restritivas de direito.

O legislador autorizou o MP a transacionar com o autor do delito sobre a aplicao da pena e tambm autorizou o MP a solucionar, na medida do possvel, o problema da indenizao do dano ex delicto. A lei 9099 trata da restituio e ressarcimento pelo dano. No deve o conciliador permitir exigncias descabidas ou mirabolantes. Alm da conciliao existe a transao penal. proposta do MP, o autor do delito responde concordando com a proposta lanada ou sugerindo uma pena restritiva de direito. O princpio da obrigatoriedade da ao penal ficou mitigado para as infraes penais mirins, sendo autorizado a pr fim a lide mediante certas condies. O membro do MP pode propor multa ou pena restritiva de direitos, e dependendo do caso, at mesmo dispor da ao penal, propondo o SURSIS. O autor do fato e seu defensor no so obrigados a aceitar a proposta. Contra aquela proposta pode existir uma contraproposta. As partes, ento, procuram um entendimento. Ao transacionar o MP no estar dispondo da ao penal, mesmo porque, nem sequer foi proposta.7Competncia no foro por prerrogativa de funo:

As autoridades no podem ser processadas pelo juizado;

Os benefcios da lei 9099/95 e 10.259/2001 podem ser aplicados;

Competncia territorial: art.63 da lei 9.099/95:

Competncia em razo da matria:

Havendo no local uma vara dos juizados especiais criminais, no caber a qualquer juiz julgar infraes de menor potencial ofensivo

Procedimento comum sumarssimo. Competente seria o lugar onde foi praticada a infrao penal de menor potencial ofensivo. Mas o que significaria o termo praticada? Para Mirabete, Damsio e Ada Pelegrinni Grinover, a lei 9099 quando trata de infrao praticada, trata da ao desenvolvida para a infrao, ento seria o local da ao. Tourinho filho j identifica o local onde praticada a infrao, como sendo aquele onde se deu a consumao, seguindo a mesma regra do CPP no seu art. 70. e a terceira posio entende que praticada a infrao penal seria tanto a ao como o resultado com a consumao, ou seja, adota-se a teoria da ubiguidade, onde o local do crime ser tanto o da ao ou omisso como o do resultado.

Seria possvel um outro juiz, que no aquele da vara dos juizados especiais criminais, julgar as infraes de menor potencial ofensivo? Havendo vara dos juizados especiais criminais, as infraes de menor potencial ofensivo devero ser encaminhadas a essas varas. Todavia, essa regra de competncia material sofre excees, porque o art. 60, pu, da lei 9099 trouxe uma alterao ao texto original, no sentido de que se a infrao de menor potencial ofensivo estiver conexa com uma infrao que no seja de menor potencial ofensivo, a infrao de menor potencial ofensivo e o outro delito, seguiro o procedimento deste outro delito, ou seja, um procedimento que no ser o da lei 9099 de 95, seja uma infrao de procedimento comum ordinrio ou do prprio jri. Entretanto, mesmo que a infrao de menor potencial ofensivo seja remetida a um foro comum ordinrio ou ao jri, ambos devero reconhecer a composio civil dos danos e a transao penal. Outra exceo refere-se ao art.492, p.u. do CPP, se um crime doloso contra a vida for desclassificado para, por exemplo, leso corporal leve, o prprio juiz presidente do jri poder prosseguir no julgamento daquela questo, seria uma regra de perpetuatio juridicionis.

OBS: A LEI MARIA DA PENHA PODE AT IR PARA OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, MAS NO SE APLICAM OS INSTITUTOS DESSA LEI.

OUTRAS HIPTESES DE DESLOCAMENTO DE COMPETNCIA:

Dos juizados especiais criminais para a justia comum: art.66 pargrafo nico da lei 9.099, porque este artigo diz que no h citao por edital nos juizados especiais criminais. Se eu no conseguir obter a citao pessoal do acusado, aquele processo sai dos juizados e vai para a vara comum. Os juizados especiais tambm no julgar causas faticamente complexas, segundo o art.77 da lei 9099 de 95, deslocando a competncia para a justia comum.8CARACTERSTICAS:

Reduz-se a termo apenas os atos essenciais;

Processo simples sem formalidades;

No h inqurito;

No caso de leso corporal, no se exige exame de corpo de delito, basta boletim mdico ou prova equivalente;

Exceto se no se efetuar transao...porque?: TOURINHO FILHO;

O procedimento oral, e reduz-se a termo apenas os atos considerados essenciais. Porm no se exclui do processo toda e qualquer manifestao escrita. Predomina o procedimento oral, porm existem procedimentos escritos nos juizados. Quando se fala em processo oral ou escrito, deve entender-se como sendo o procedimento em que haja predomnio ou da oralidade ou das formas escritas.

O processo deve ser simples, despido de formalidades: no h inqurito, se houver priso em flagrante, no se formalizar o auto. As INTIMAES so feitas por correspondncia com AR; no caso de leso corporal, no se exige exame de corpo de delito sendo suficiente boletim mdico ou prova equivalente. Entretanto, caso no seja possvel a transao, afirma tourinho filho que o exame de corpo de delito ser de rigor para o processo. No h citao por edital, e se o citado no for encontrado, remete-se o processo justia comum, da mesma forma se agir se houver maior complexidade da causa.9Se houver flagrante, no se formalizar o auto;

Intimaes via AR;

No h citao por edital;

E se o citado no for encontrado?

E se a causa for de maior complexidade do que o que aparenta?Sobre a audincia preliminar, tourinho filho diz que no viola o princpio do devido processo legal, pois esta audincia preliminar est prevista em lei. Visa, justamente, a aplicao da pena de multa ou da restritiva de direitos. A CF admitiu a autocomposio da lide penal ao permitir a transao. Garante-se o devido processo legal obedecendo as formas processuais previstas em lei, e se a forma estabelecida em lei para o processo das infraes de menor potencial ofensivo a prevista nos juizados especiais criminais, obviamente est sendo obedecida a forma estabelecida em lei.10Conciliao: acordo entre agressor e vtima para reparao de dano evitando-se a sano penal;

Transao: no litigao em virtude da aceitao do agressor de restrio de direitos ou multa proposta pelo rgo acusatrio;

Constitucionalidade da transao;A ideia da transao penal no apenas a admisso de culpa e, aps, a passagem fase de aplicao da pena, mas sim evitar o desgaste do processo criminal, mitigando a obrigatoriedade da ao penal, sem a discusso da culpa. verdade que h o princpio do devido processo legal, como um direito e garantia fundamental controlando a possibilidade do ru vir a sofrer uma punio, assegurando o direito ao contraditrio e ampla defesa. Entretanto, segundo NUCCI, na fase preliminar do juizado no se debate culpa, cuidando-se de exceo a regra geral da obrigatoriedade da ao penal. A aplicao de restritivas de direito e multa sem o devido processo legal, segundo NUCCI, respeita o princpio da proporcionalidade e razoabilidade, pois a sano compatvel com o possvel delito que est sendo imputado; estas sanes no seriam to graves a ponto de necessitar de uma instruo contraditria e extensa. Segundo NUCCI, teramos conflito entre princpios constitucionais se fosse previsto a aplicao de pena privativa de liberdade sem ter existido processo. 11ARTIGOS EM ESPCIEArt.60;

A organizao, composio e competncia dos juizados especiais depende do que dispuser lei estadual: art.93;

Competncia ratione materiae: absoluta;

Se possuir foro privilegiado na CF?Se possuir foro privilegiado apenas na constituio estadual?Os juizados especiais dependem da organizao que lhes der a lei, consoante regra do art.93 . Cabe a lei de organizao judiciria de cada Estado a opo pela incluso de pessoas leigas no cenrio do JECRIM. Entretanto, a participao do leigo precisa ser acompanhada pelo magistrado togado, no podendo, segundo NUCCI, haver um julgamento proferido exclusivamente por um juiz de fato. Uma conciliao pode ser conduzida por pessoa leiga, pois, segundo NUCCI, frequentemente prevalece o bom senso. No entanto, a homologao de uma transao ou a conduo do processo, caso a proposta de transao no seja aceita, deve ficar a cargo do juiz togado.

Compete-lhe a conciliao respeitante a satisfao do dano decorrente da infrao, bem como ao seu processo, julgamento e execuo. O juiz que preside o juizado especial, pode ser leigo ou togado. O conciliador recrutado na forma da lei, de preferncia entre bacharis em direito. Outras pessoas que no bacharis em direito podem ser recrutados, como por exemplo os jurados, j que julgam crimes mais graves como os dolosos contra a vida, isso no caso de conciliao das partes para satisfao do dano. Segundo tourinho, mensalmente ou quinzenalmente podem ser sorteados 4 ou mais jurados na urna geral de jurados para conciliar as partes quanto indenizao pelos danos causados.

A competncia dos juizados especiais criminais absoluta em virtude da matria: se a pessoa que comete a infrao possuir foro privilegiado em virtude da funo, o procedimento ficar a cargo do tribunal respectivo, visto que ambas as competncias esto previstas na CF. Entretanto, se o foro por prerrogativa de funo estiver previsto apenas na constituio estadual, no dever ser julgado de forma especial;12Art. 94 do Estatuto do Idoso e a lei 9.099/95;

Ser que o legislador quis dizer para aplicar-se o art.72 e 74 da lei?

A justia militar: art.90-A;

Lei Maria da Penha: art.41 da lei 11.340/2006;

O CTB: art.291;

Conexo e Continncia;Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena mxima privativa de liberdade no ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto naLei no9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposies do Cdigo Penal e do Cdigo de Processo Penal.(Vide ADI 3.096-5 - STF);

Segundo Tourinho filho, o estatuto do idoso errou ao estabelecer o procedimento da lei 9.099 para os crimes que no ultrapassam 4 anos, mas ultrapassam dois anos. Para o autor, o legislador quis autorizar apenas que na audincia o juiz procurasse solucionar o problema da recomposio do dano, tal como previsto nos arts.72 e 74 da lei 9.099. Seria um contrasenso a lei proibir a transao penal nos crimes cuja pena mxima ultrapasse dois anos, e justamente na hiptese da vtima idosa, autorizar que a pena seja maior e permitir a transao. O procedimento deveria ser o comum ordinrio, sob pena de se estar protegendo o criminoso e no o idoso. Humberto Fernandes de Moura, afirma que o estatuto do idoso no trouxe qualquer mudana ao conceito de infrao de menor potencial ofensivo, o estatuto do idoso apenas mandou aplicar o procedimento sumarssimo aos crimes descritos no estatuto do idoso

No caso do CTB, apenas permite-se o juizado especial no caso de leso culposa, ds que no esteja presente qualquer circunstncia prevista no art.291, 1, I, II, III. 1o Aplica-se aos crimes de trnsito de leso corporal culposa o disposto nosarts. 74,76e88 da Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:(Renumerado do pargrafo nico pela Lei n 11.705, de 2008) I - sob a influncia de lcool ou qualquer outra substncia psicoativa que determine dependncia;(Includo pela Lei n 11.705, de 2008) II - participando, em via pblica, de corrida, disputa ou competio automobilstica, de exibio ou demonstrao de percia em manobra de veculo automotor, no autorizada pela autoridade competente;(Includo pela Lei n 11.705, de 2008) III - transitando em velocidade superior mxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilmetros por hora).

Se o crime for militar, jamais se aplicar os juizados especiais. O Cdigo Penal Militar no admite pena de multa e restritivas de direitos, ento no tem como aplicar TRANSAO. O art.90-A j dispe sobre a justia militar.

Com relao a lei Maria da Penha e as leses corporais leves ou culposas, o cdigo penal diz que so de ao penal pblica incondicionada; a lei 9099 de 95 diz que a leso corporal leve de ao penal pblica condicionada a representao da vtima e a lei 11.340 diz que no se aplica a lei 9099 para as leses corporais leves e culposas no mbito domstico, ento surgiram duas vertentes: o movimento inicial foi no sentido de que como a lei Maria da penha afastou a lei 9099, a leso corporal culposa e leve passou a ser pblica incondicionada; ainda em 2010 o STJ se pronunciou no sentido de que a leso leve praticada no mbito domstico continuaria a ser de ao penal pblica condicionada a representao da vtima, afirmando que a mulher tem plena liberdade de ao e a lei, se fosse interpretada de forma diversa, estaria limitando a autonomia da vontade da mulher. O STJ interpretou que o art.41, ao vedar a aplicao da lei 9.099 de 95, apenas impediu a aplicao dos institutos despenalizadores da lei 9099, como por exemplo da transao penal, da composio civil e tambm a suspenso condicional do processo.

CONEXO e CONTINNCIA: para Tourinho, no obstante possa a autoridade policial apurar num s inqurito a infrao penal comum e a de menor potencial ofensivo, o certo que quando do envio dos autos ao juzo, dever o juiz determinar sejam os autos xerocados, remetendo-se a cpia ao juizado especial criminal. Parte da doutrina entende que, tendo o juizado especial criminal sede constitucional, sua competncia absoluta e por isso, na hiptese de conexo e continncia, a disjuno do processo de rigor.

A lei afirma no pargrafo nico do art.60, que no caso de conexo e continncia, a transao e a composio dos danos cveis, devem ocorrer no juzo comum. Entretanto, o TJSP j havia dito que era impossvel essa conexo em virtude da diversidade de jurisdio e competncia. O STJ em 2007 concluiu que no caso de conexo/continncia com qualquer delito de competncia do juizado especial, no se aplica a regra da unidade processual e julgamento das infraes previstas no CPP, sob pena de ofensa regra constitucional de competncia.

Para NUCCI, no caso dos juizados especiais criminais, intil essa ressalva introduzida pela Lei 11.313/2006, pois a competncia do JECRIM advm da CF, por isso no haveria de ter regra de conexo ou continncia fixada em LEI ORDINRIA, capaz de alterar tal situao.

Ao prevalecer o entendimento de que oart. 41da Lei Maria da Penha afasta completamente a aplicao dos Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95) e, via de consequncia, faz desaparecer a necessidade de representao para os crimes de leso corporal leve (cuja exigncia encontra-se insculpida no seu art. 89), a Lei Maria da Penha no deveria fazer qualquer meno ao instituto da representao (que o que ocorre nos dois outros dispositivos impugnados:art.12, Ie16). Da, a confuso. Para o STF, tal contradio apenas aparente, pois os arts.12,Ie16da LMP, que fazem referncia ao termo representao, continuam vlidos para todos os crimes que a exigem (ex.: ameaa art. 147, CP). Assim, h crimes cuja ao penal ainda depende de representao, e, para estes, so vlidos os artigos da Lei Maria da Penha antes mencionados (autoridade policial deve tomar a representao da ofendida quando do registro da ocorrncia art.12, I; retratao da representao somente ser aceita perante o juiz, em audincia especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denncia e ouvido o Ministrio Pblico art. 16). Cuidado especial:a deciso no sentido de que se trata de ao penal pblica incondicionada nos casos de leso corporalleveaplica-se apenas aos crimes que envolvam violncia domstica e familiar contra a mulher (nos termos dosarts. 5e7), permanecendo a exigncia de representao, portanto, para todas as demais situaes13Inconstitucionalidade do p.u do art. 60: separao de processos;

Infraes de menor potencial ofensivo conexas a crimes dolosos contra a vida:

Art.78,I do CPP;

Art.492,1 do CPP;

Se no existirem juizados especiais para onde iro os TCOs?No caso de conexo entre crimes do Jri e do juizado, o art.78,I, do CPP determina que prevalece a competncia do jri, devendo haver simultaneus processus. O art.492,1 afirma que o presidente do jri dever aplicar o art.69 da lei 9.099 quando houver desclassificao para infrao de menor potencial.

Caso no existam juizados, os TCOs sero distribudos s varas criminais e os juzes e promotores atuaro como se estivessem num juizado, aplicando a lei 9099/95. Se houver conexo com infrao grave: oferece denncia no caso dessa, e quanto a outra, manifestar-se- no termo de vista sobre a proposta para efetivao da transao. No logrando xito a transao, o juiz determina que se xeroquem os autos do inqurito, pois sero dois processos distintos, e segue conforme o art.77 em diante. A atuao nas varas criminais possvel porque no juizado a estrutura : um juiz togado que preside, com a participao do MP; eventualmente um leigo pode participar para conduzir a NEGOCIAO RELATIVA SATISFAO DO DANO E AT MESMO A TRANSAO PRESENTES O AUTOR DO FATO, O OFENDIDO E O DEFENSOR. Para Tourinho Filho, no h necessidade de criar juizados nos Estados mais pobres, pois as varas criminais dariam conta de proceder com estas infraes. Ainda para o autor, no caso de varas nicas, no necessitaria criar juizados. Caso fossem criados, havendo conexo de infrao comum com infrao de menor potencial ofensivo, seria necessria a disjuno, j que a vara dos juizados fora criada. Para NUCCI no existe a possibilidade do juiz leigo homologar a transao penal.14Falta de Juizado especial criminal federal:

Art.20 da lei 10.259/2001;

Art. 20. Onde no houver Vara Federal, a causa poder ser proposta no Juizado Especial Federal mais prximo do foro definido noart. 4oda Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicao desta Lei no juzo estadual.

Infraes com procedimento especial aplica-se o JECRIM;

Exceo: crimes de abuso de autoridade:

Pelo fato da aplicao, tambm, de outros efeitos como o administrativo;Segundo Bitencourt, e NUCCI concorda, a ressalva do art.20 da lei 10.259/2001, deixa claro que as infraes de menor potencial ofensivo de competncia dos juizados especiais federais no podero ser julgadas pela JUSTIA ESTADUAL, mesmo e sempre que a comarca no seja sede de vara do juzo federal.

No caso dos crimes de abuso de autoridade, no em virtude do procedimento especial, mas pelo fato de possurem a aplicao de outros efeitos, inclusive de ordem administrativa.15ART.61Infraes de menor potencial ofensivo:

Todas as contravenes, independente da quantidade de pena;

Crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 anos, cumulada ou no com multa;

O que seria a bagatela?Cuidado: menor potencial ofensivo diferente de crime bagatelar;

As infraes que atentem contra bem, interesse ou servio da Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal, se for de menor potencial ofensivo, sero julgadas pelos juizados especiais criminais federais. Os juizados especiais federais iro julgar e processar apenas os CRIMES de menor potencial ofensivo. As contravenes ficam cargo da justia estadual: art.109 da CF. logo, o juizado especial criminal estadual tem competncia para o processo e julgamento das contravenes federais.16Juizados especiais criminais federais:

Processa e julga apenas crimes de menor potencial ofensivo;

E as contravenes federais?: art.109 ,IV, da CF;

Desclassificao de crime do Jri para leso leve:

Art.492, 1 do CPP?O juizado especial criminal estadual que ir julgar as contravenes federais.

Se em face de uma circunstncia agregada ao delito base, a pena, no seu grau mximo, superar 2 anos, afasta-se a competncia do juizado, mesmo porque o delito j no ser o mesmo, por exemplo nos casos de estupro qualificado em que resultando morte a pena aumenta-se consideravelmente. Trata-se de crime qualificado pelo resultado. Se se tratar de causa especial de diminuio de pena, abate-se da pena mxima cominada em abstrato a parcela especial. Entretanto, se a pena mxima em abstrato for superior a dois anos, e apenas com a causa de diminuio foi que permaneceu a pena inferior a dois anos, no processo para juizado especial, pois o crime no de menor potencial ofensivo em sua origem.

Para Tourinho Filho, lcito concluir que o concurso formal ou material, apesar do aumento previsto nos arts.69 e 70 do CP, no motivo para excluir a competncia do juizado. Tourinho se baseia em uma deciso do antigo tribunal de alada de SP, que dizia que as penas cominadas abstratamente, no concurso de crimes, no podem ser somadas para criar obstculos transao penal. Devem ser consideradas isoladamente. Ainda segundo o autor, havia numerosos julgados dos nossos tribunais considerando que se a pena mxima cominada no excedesse a 2 anos, mesmo que houvesse continuidade, concurso formal ou material, seria possvel transao. No devia ser considerado o acrscimo resultante da continuidade delitiva ou do concurso formal, nem as penas deviam ser somadas no concurso material. O entendimento majoritrio afirma que a norma do art.76 do CP deve ser afastada quando houver concurso material. De acordo com Tourinho, no que tange ao concurso formal e continuidade delitiva, at o encontro realizado em SC/2008, no eram eles empecilhos para a transao penal. O nmero maior de decises era e continua sendo, segundo o autor, no sentido de permitir a soma dos mnimos e considerar o aumento resultante do concurso formal e da continuidade delitiva.

Ocorrendo desclassificao de leso corporal grave, para leso corporal leve ou culposa, que se procede mediante representao, o juiz deve notificar ao ofendido para se manifestar sobre o seu desejo de dar continuidade ao processo. Se o ofendido no o fizer, e no caso de haver desclassificao, outra alternativa no restar ao juiz, seno decretar extinta a punibilidade pela decadncia. Caso seja feita a representao ao juiz da vara criminal, este determinar a remessa ao juizado especial.

Tourinho Filho pergunta: E se for o jri a desclassificar a tentativa de homicdio para leso leve? Aplica-se o art.492, 1? O Mato Grosso do Sul instituiu, no seu JECRIM, no art.69, a excluso dos crimes desclassificados por deciso do jri. Quando o Conselho de Sentena nega a tentativa, subsiste a leso, isto no caso de tentativa vermelha. O juiz deve dizer se a leso grave ou leve. Se for grave, atua conforme a primeira parte do art.492,1. Se for leve, apenas far essa afirmao. Transitada em julgado a deciso desclassificatria, o juiz remeter os autos ao juizado especial para aplicao do art.74, 76 ou 77. Para Tourinho, INCONSTITUCIONAL a parte referente ao juizado no art.492,1 do CPP, pois as infraes de menor potencial ofensivo so da alada do juizado: competncia absoluta.

NUCCI defende que a absoro do Tribunal do Jri dos crimes de menor potencial ofensivo inconstitucional, pois a competncia do JECRIM advm da CF. Inexiste viabilidade jurdica para legislao ordinria alter-la. Se h ou no conexo ou continncia com outra infrao penal comum, pouco importa: o delito comum deve ser julgado pela vara igualmente comum e a infrao de menor potencial ofensivo segue ao seu juiz natural, o JECRIM.

A SMULA 243 do STJ proibiu o SURSIS nos casos de concurso formal e material e crime continuado, quando a pena mnima exceder um ano em decorrncia da somatria das penas ou dos acrscimos resultantes do concurso formal ou continuidade delitiva.

Ainda segundo Tourinho Filho, se a infrao estiver ligada a outra do juzo comum ou tribunal do jri, tudo ser apurado num inqurito s, e apenas em JUZO, cumprir ao juiz determinar o desmembramento dos processos, encaminhando ao juizado pertinente de menor potencial ofensivo, sem embargo da regra contida no pargrafo nico do artigo 60, em face de sua competncia absoluta e ter sede constitucional, j afirmado pelo STF algumas vezes.17Concurso de crimes:

Vrias infraes de menor potencial em concurso material, no podero ir ao JECRIM para empreender uma transao para cada delito;

Concurso formal e crime continuado:

Analisa-se a pena mxima com o aumento previsto para cada uma dessas formas;

Crimes tentados no art.14,II do CP: no ultrapassando 2 anos aplica a lei 9.099/95;Caso exista condenao, a soma da pena mnima pode atingir montantes elevados, que obriguem, inclusive, o magistrado a impor regime fechado.

Para Tourinho Filho, lcito concluir que o concurso formal ou material, apesar do aumento previsto nos arts.69 e 70 do CP, no motivo para excluir a competncia do juizado. Tourinho se baseia em uma deciso do antigo tribunal de alada de SP, que dizia que as penas cominadas abstratamente, no concurso de crimes, no podem ser somadas para criar obstculos transao penal. Devem ser consideradas isoladamente. Ainda segundo o autor, havia numerosos julgados dos nossos tribunais considerando que se a pena mxima cominada no excedesse a 2 anos, mesmo que houvesse continuidade, concurso formal ou material, seria possvel transao. No devia ser considerado o acrscimo resultante da continuidade delitiva ou do concurso formal, nem as penas deviam ser somadas no concurso material. O entendimento majoritrio afirma que a norma do art.76 do CP deve ser afastada quando houver concurso material. De acordo com Tourinho, no que tange ao concurso formal e continuidade delitiva, at o encontro realizado em SC/2008, no eram eles empecilhos para a transao penal. O nmero maior de decises era e continua sendo, segundo o autor, no sentido de permitir a soma dos mnimos e considerar o aumento resultante do concurso formal e da continuidade delitiva.18Lei Maria d penha

Art.41 da lei 11.340/2006;

Independe da quantidade de pena aplicada a infrao;

Art.62

Aplicao de pena no privativa de liberdade;Seria inconcebvel que a simples transao impusesse a quem quer que fosse uma pena privativa de liberdade. Estar-se-ia abrindo mo do devido processo legal, previsto como garantia pelo art.5, LIV, da CF, com relao ao direito liberdade considerado indisponvel.

O artigo 62 praticamente repete a regra contida no art.2. Isto porque foram apresentados dois projetos: um do juizado cvel, por Deputado Nelson Jobim e o do juizado especial criminal por Deputado Michel Temer. O RELATOR LIMITOU-SE A FUNDI-LOS.

A reparao do dano se faz pela conciliao e a aplicao de pena no privativa de liberdade se faz pela transao. O legislador quis resolver o problema da satisfao do dano, procurando, assim, nessas infraes de pequena monta, atender, de imediato, aos interesses particulares dos ofendidos, ou seja, a reparao dos prejuzos causados pela prtica infracional, proporcionando vantagens ao autor do crime, como dispe o pargrafo nico do art.74. O Estado busca dar a vtima imediata e pronta assistncia no que respeita aos prejuzos materiais e morais que a infrao penal lhes causou. A conciliao visa obter o status quo de antes da vtima ser agredida. Isso na medida do possvel, pois nem sempre o autor do fato delituoso ter qualquer condio para suportar um nus. Outras vezes a responsabilidade civil ser de terceiros, conforme determina o art.932 do CC. Caso no tenha acordo na rea da satisfao do dano, a sentena penal trnsita em julgado, pode ser executada em relao ao responsvel civil. Devemos sempre lembrar que, por lei, o juiz penal poder considerar um valor mnimo a ser executado no mbito civil, a ttulo de indenizao. Para Tourinho Filho, o juiz penal no teria condies ideais para a quantificao do dano e muito menos para saber qual seria esse valor mnimo. Poucos so os juzes penais que, ao proferirem sentena condenatria, observam referida disposio.

As vezes infrao no cabe qualquer tipo de conciliao pelo fato de a conduta no causar prejuzo a ningum. Dessa forma passa-se direto para a transao penal quanto multa ou pena no privativa de liberdade. Se estiverem satisfeitos os requisitos objetivos e subjetivos exigidos por lei, o MP prope a aplicao de multa ou restritiva de direitos descrita no art.44 do CP. Nada impede que o autor do delito sugira uma pena restritiva de direitos diversa da pretendida pelo MP, ou em contraproposta, avente a pena de multa19Art.63Redao ambgua:

Ao praticada seria o momento da ao ou omisso, ou do resultado?

Posio majoritria: teoria mista do art.6 do CP;(NUCCI)

Onde obteve-se o resultado: Tourinho Filho;

H quem entenda que o legislador adotou a teoria da atividade;

E nos casos de crimes plurilocais?

Ex: arremesso de pedra em SP que fere algum em Osasco?A infrao penal deve ser apurada no lugar onde se deu a ao ou omisso, bem como no local onde ocorreu, ou deveria ocorrer, o resultado. (NUCCI)

A competncia do juizado ratione materiae e ratione loci. Infrao praticada, para TOURINHO FILHO, traduz a ideia de infrao consumada, onde obteve-se o resultado. H quem entenda que o legislador adotou a teoria da atividade. Sobre os crimes plurilocais, TOURINHO afirma que no deve haver muita discusso no juizado especial em virtude da insignificncia das infraes. No exemplo da pedra arremessada, o delito dever ser procedimentado em Osasco, onde para o autor foi o local que se obteve o resultado.20Art.64Princpio da publicidade: art.792 do CPP;

Art.5, LX e art.93, IX da CF;

Realizao dos atos conforme a organizao judiciria de cada Estado: art.93 da lei n 9099/95;

Diurno, noturno, e qualquer dia da semana;Excepcionalmente poder haver a decretao, pelo juiz, do sigilo do processo, resguardando-se o interesse social ou a intimidade das partes envolvidas. No caso de infraes de menor potencial ofensivo, para NUCCI, o segredo de justia dificilmente se aplicaria em relao ao interesse social, mas provavelmente em relao intimidade do agente ou da vtima.

Cada Estado poder disciplinar o funcionamento do JECRIM. A opo pelo horrio noturno e por qualquer dia da semana, tem por finalidade cumprir os objetivos da lei, que garantir uma justia clere e eficiente.

FATO: Acontecimento natural da vida. Se o fato tem relevncia para o direito, fala-se em fato jurdico, como o nascimento;

ATO: Acontecimento provocado pelo homem. Se o ato tem relevncia para o direito, diz-se ato jurdico, e quando so relevantes para o processo, diz-se atos processuais;

Atos processuais das partes so:

Postulatrios: visam obter do juiz um pronunciamento sobre o mrito da causa ou uma resoluo de mero contedo processual. Corporificam peties e requerimentos.Instrutrios: alegaes e atos probatrios. Nas alegaes faz-se a demonstrao de suas pretenses procurando convencer o juiz e nos atos probatrios tem-se a produo de provas;Atos reais: exibio de documentos, objetos, etc;Atos dispositivos: referem-se ao direito material em litgio. Declarao de vontade destinada a dispor da tutela jurisdicional, dando-lhe existncia ou modificando-lhe as condies.

Os atos processuais sero pblicos, exceto quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem sigiloso, limitando-se o nmero de pessoas presentes: art.792 do CPP;

SP publicou lei complementar n. 851/98 que dispe em seu art.3: por proposta do Conselho Supervisor, os juizados podero funcionar diariamente, inclusive no perodo de frias forenses, realizando-se os atos processuais at as 21 horas, com ressalva dos j iniciados. (Os j iniciados podero ir alm de 21 horas para a concluso). Nada impede que as leis estaduais, levando em conta as necessidades locais e o nmero de feitos, permitam a realizao de atos em qualquer dia, ainda que sbado ou domingo, ou feriado e tambm no perodo noturno. Nada impede que haja planto nos juizados. difcil o funcionamento noite. Tourinho Filho afirma que nenhum Estado, ou quase nenhum, teria como manter uma estrutura de juzes, promotores, auxiliares, serventurios, conciliadores, funcionando noite.

21Art. 65Alega-se a nulidade apenas quando houver prejuzo: art.563 do CPP;

No poder ferir os demais princpios constitucionais;

Utilizao de telefone, fax, via postal, e-mail, etc;

Eficincia no registro dos atos e na colheita da prova: oralidade;

Gravao dos atos realizados em audincia;Por isso que no contexto do JECRIM, os atos processuais realizados sero sempre considerados vlidos se atingirem as finalidades para as quais foram idealizados, ainda que porventura possam conter algum vcio ou falha. Atos processuais so aqueles produzidos no processo. So atos jurdicos porque so regulados pelo direito e produzem consequncias jurdicas. Realizam-se conforme a lei. Esta lei coordena, o modelo, a amostra do ato que o legislador constri com o objetivo de regular o procedimento. o que se denomina tipicidade do ato. Para que o ato seja perfeito, produzindo seus efeitos jurdicos, preciso que se amolde ao modelo descrito em lei; preciso que ele seja tpico. A atipicidade do ato pode gerar nulidade sanvel, insanvel ou mera irregularidade devido a imperfeio.

No seria vivel supor que a falha ferisse gravemente a ampla defesa do acusado, e ser reputado vlido.

O JECRIM impe o predomnio da palavra oral sobre a palavra escrita, no tendo sentido formalizar o registro dos atos processuais, reduzindo tudo que se passa na audincia a termo. No termo de audincia insere-se apenas o RESUMO do que foi solicitado, sntese da manifestao da parte contrria e a essncia da deciso judicial. A colheita dos depoimentos das testemunhas, para NUCCI, devem ser objeto de gravao por qualquer mecanismo, no existindo sentido em ainda se utilizar o ditado feito pelo juiz ao escrevente, reduzindo por escrito, com inteiro teor, a narrativa de cada uma das pessoas ouvidas. Caso nas comarcas no existam aparelhos aptos a gravarem os depoimentos e oitivas de vtima e interrogatrio do ru, colhe-se a prova reduzindo-a por escrito de MANEIRA RESUMIDA, sem necessidade do inteiro teor.

Os atos em outra comarca podero at mesmo serem realizados por carta precatria, mas nada impede que, antes da emisso dessa carta, em face dos princpios da informalidade e celeridade processual, sejam os atos processuais a serem realizados em outra comarca, solicitados por qualquer meio hbil de comunicao.22Atos que geralmente devem ser reduzidos a escrito:

Citao;Intimao do autor;Composio dos danos: art.74;Homologao do acordo: art.74, p.u;Representao: art.75;A proposta do MP sobre a pena restritiva de direitos: art.76;Art.76, 3 e 4;Art.78;Art.81;

As provas produzidas na audincia podem ser gravadas ou tambm reduzidas escrito. Com a evoluo da informtica, possvel, nas audincias, serem colhidos interrogatrios, depoimentos, declaraes, alegaes orais, etc., por meio de digitao ou gravao, formando banco de dados eletrnicos, que possibilita consulta, leitura, degravao.23Art.66Citao pessoal feita no prprio juzo, colhendo-se o ciente;

Citao pessoal feita por oficial de justia com mandado: art.352 do CPP;

Para alguns a citao pelo correio seria mais clere: art.221 e 223 do CPC;

Sempre que se fizer a citao pessoal, por qualquer forma, deve o acusado ser alertado para que comparea com advogado, com a advertncia de que, no o fazendo, ser-lhe- nomeado defensor dativo, bem como para que leve suas testemunhas ou apresente petio, requerendo a intimao destas. Eventualmente, pode o acusado encontrar-se preso por outro delito qualquer. Por isso, alm do mandado de citao, o juiz deve expedir requisio autoridade competente para apresentao do preso no dia e hora designados para audincia.

Para Tourinho, no se aplica de forma alguma o art.18 do juizado cvel;

A citao, para Tourinho, o ato processual pelo qual se leva a conhecimento do ru a notcia de que a denncia ou queixa em relao a ele foi recebida, ao tempo em que tambm serve para cham-lo em juzo em dia e hora previamente designados para a audincia e ser interrogado.

A notificao leva ao conhecimento de algum sujeito processual a notcia de que ele deve praticar determinado ato, sob pena de uma sano;24Deve ser o acusado informado da necessidade de levar suas testemunhas, ou peticionar pelo chamamento delas;

Comparecimento acompanhado de advogado;

E se o acusado estiver preso por outro delito?

Citao por edital e por hora certa: remessa justia comum;

Art.538 do CPP;Quando o acusado no for localizado, a outra espcie de citao a realizao de edital. Tambm se admite a citao por hora certa no processo penal. Nesses casos haver, certamente, demora no procedimento, alm do que, em muitas situaes, o ru no comparecer, nem constituir advogado, sendo necessrio, conforme art.366 do CPP, suspender o processo, suspendendo igualmente a prescrio. Segundo NUCCI, no caso de citao por hora certa, desde que o acusado no comparea, tambm deveria ser suspenso o processo e a prescrio. Tudo isso forma um quadro de prolongamento da fase inaugural do processo, que incompatvel com a celeridade e a informalidade exigidas pelo procedimento no JECRIM. Eis a razo pela qual o processo ser remetido ao juzo comum, onde passar a tramitar em definitivo, NO MAIS RETORNANDO AO JECRIM.

(TOURINHO) O processo s ser remetido ao juzo comum aps denncia e tentativa de citao pessoal no juizado. Segundo Tourinho, o MP deve requerer ao juiz a devoluo do TCO ou peas de informao delegacia de origem para concluir a investigao, e no tendo sido encontrado o autor do fato, requerer a remessa dos autos ao juzo comum. Da mesma forma se proceder, enviando os autos justia comum, no caso de fato complexo. No h nenhum dispositivo que autorize a remessa dos autos vara comum aps a oferta da denncia. O que deve ser feito a remessa das peas de informao delegacia de origem para concluir as diligncias, e se persistir a complexidade, sero as peas encaminhadas ao juzo comum, sem a denncia. O MP poder requerer arquivamento, a extino da punibilidade, a volta polcia para novas diligncias ou ofertar a denncia.25Citao em legao estrangeira:

Carta rogatria dirigida ao Ministrio da Justia para ser cumprida pelo Ministro das Relaes Exteriores;

Encaminhar as peas ao juzo comum;

De acordo com tourinho filho os arts.67 e 68 falam da intimao inicial do autor do fato e posteriormente sua citao;

Carta precatria com proposta de transao penal;

Para Tourinho Filho, nada impede, estando o ru em outra comarca, seja encaminhado via carta precatria a proposta de transao penal. Se aceita esta devolvida a carta, caber ao juiz deprecante homolog-la. 26Art.67Intimao: ato processual que d cincia s partes da prtica de ato processual j realizado ou a ser realizado;

Por correspondncia pessoa fsica com AR assinado pelo intimado;

Por correspondncia pessoa jurdica com AR assinado pelo encarregado do recebimento e identificado;

Quando a lei menciona o oficial de justia, independentemente da expedio de mandado ou precatria, deve-se entender que o referido servidor tem a possibilidade de ir ao encontro da pessoa a ser intimada, comunicando-lhe verbalmente a ocorrncia do ato e, depois, certificando o ocorrido nos autos.

A secretaria fornece ao oficial a qualificao do intimado, o seu endereo, cumprindo-lhe dirigir-se ao local e proceder intimao tomando o ciente;27Por oficial de justia independente de mandado ou precatria;

Por qualquer meio idneo de comunicao: imprensa, telefone, fax, e-mail;

Estando em outra Comarca: oficial de justia local cumprir a intimao: Tourinho Filho;

Estando em outra Comarca: oficial de justia poder cumprir desde que sejam Comarcas vizinhas: Nucci;

Estando o sujeito a ser intimado, em outra Comarca, pode-se utilizar o telefone, transmitindo o contedo da intimao ao cartrio do lugar onde deva ser realizado o ato, passando-se a incumbncia ao oficial de justia.

Para Tourinho, o melhor ser que o telefonema parta do prprio juiz ao seu colega de outra Comarca, e este determinar que um oficial de justia proceda intimao sem mandado. Confirmando por telefone ou fax o cumprimento do ato, logo aps ser enviado ao deprecante o documento em que o intimado aps seu ciente;28Art.68Na simples intimao para comparecer a audincia preliminar: autor do fato;

Defesa em processo instaurado: citao do acusado;

Em ambos os casos, comparecimento com advogado;Apesar de na AUDINCIA PRELIMINAR no existir nem processo nem inqurito, o comparecimento com advogado necessrio para que ele possa instruir seu patrocinado sobre a convenincia ou no de ser aceita a proposta de aplicao de multa ou restritiva de direito.

Se no h IP, e sim mero TCO, no h motivos para apontar, formalmente, o autor do fato como agente da infrao. Aps a realizao de eventual transao ou se for recebida denncia ou queixa, faz-se a comunicao ao rgo competente, para o devido registro, de modo a impedir que outra transao se realize no prazo de cinco anos, ou para o acompanhamento da vida pregressa do acusado, quando proposta a ao penal.

O autor do fato ou o acusado, deve comparecer acompanhado de defensor da sua confiana. Se desprezar esta oportunidade ou caso no tenha condies de pagar, fica advertido que ser acompanhado por defensor pblico. Inexiste qualquer chance de ficar o ru solitrio na promoo de sua defesa. Rico ou pobre, recusando-se ou no podendo contratar advogado, ter defensor nomeado pelo juiz (defensor dativo) ou o Estado, caso exista a possibilidade, lhe designar defensor pblico. Bitencourt afirma que essa designao compulsria seria uma marca do direito penal do terror prprio dos Estados totalitrios.29Art.69:TCO;

um BO mais completo:

Qualificao dos envolvidos e eventuais testemunhas e seus telefones;Smula das verses;Compromisso de que as partes comparecero perante juizado;

Basta boletim mdico no caso de prova pericial;

As infraes de menor potencial ofensivo seriam o efeito concreto do direito penal mnimo?

O autor do fato assume o compromisso de que ir, assim que intimado, ao JECRIM, caso no seja possvel o encaminhamento imediato. Para que seja intimado a ir posteriormente, dever fornecer todos os seus dados de qualificao. Tal compromisso ser registrado no prprio termo. Segundo NUCCI, natural que a imensa maioria dos autores de fatos criminosos de menor potencial ofensivo concordaro em ir ao JECRIM, assim que intimados. Se recusarem a fornecer os dados ou afirmarem que no iro comparecer, a polcia deve lavrar o auto de priso em flagrante, aplicando-se as regras processuais penais para a eventual concesso de liberdade provisria com ou sem fiana.

O procedimento sumarssimo se inicia no art.69 da lei 9.099/95. Como de costume, h uma fase pr-processual e uma processual. O primeiro ato do procedimento sumarssimo seria o TCO, termo circunstanciado, que seria um BO com algumas informaes a mais que um BO propriamente dito. No momento da elaborao do TCO, nem preciso que todos os exames mdicos sejam feitos, como os exames periciais, bastando um boletim mdico, em virtude da celeridade do procedimento. A lei estabelece que a autoridade policial quem tem competncia para subscrever o TCO. Mas ser que um PM poderia subscrever esse TCO? TEMA POLMICO. O STF no recepcionou a ADIN 2862, que teve como relatora a ministra Carmem Lcia, que pedia pela inconstitucionalidade dos PMs elaborarem os TCOS, por entender que os Estados que permitiam que os PMs elaborassem os TCOs, estavam regulamentando o art.69 da lei, e no caso de ofensa reflexa no seria cabvel ao direta de inconstitucionalidade. O STJ j se manifestou em 98, admitindo que o TCO pudesse sim ser subscrito por PMs. Lembrando que essa possibilidade foi dada de forma residual pelo STJ, apenas nos casos onde no existissem delegacias.

Para Tourinho Filho o TCO de exclusiva alada da POLCIA CIVIL. Se pudesse ser feito tambm pela PM, surgiriam dois inconvenientes: se o Mp quisesse maiores esclarecimentos seria requisitado de quem tomou conhecimento do fato, no caso a PM, o que no seria lgico. Ainda que fosse lgico, iria ento poder o MP fazer controle das atividades externas da PM, podendo, inclusive, ir ao quartel. Os juzes tambm passariam exercer funes de corregedores da PM, o que seria um disparate. Em SP o Conselho de Magistratura entendeu que tanto a polcia civil quanto a PM devem elaborar TCOS. No caso dos PMS , tem que ser assinado concomitantemente por oficiais da PM. Mais uma vez Tourinho discorda afirmando que essa no funo da PM, e o poder judicirio no pode atribuir funes polcia militar, pois no polcia judiciria.

Pode ocorrer da PM conduzir o autor do fato e a vtima ao juizado. Aconselha-se que o secretrio do juizado registre o fato com as verses das partes e eventuais testemunhas, levando o documento ao MP e ao juiz. Idntico procedimento deve ocorrer, se as partes por si ss comparecerem ao juizado.

Segundo Tourinho Filho, se o delegado enviar ao juizado um simples BO, parecer que no estar exercendo devidamente sua funo. Dependendo do caso, pode falar-se em prevaricao. De qualquer sorte, resta ao promotor requerer sua devoluo polcia para devida regularizao.

Segundo NUCCI, o encaminhamento imediato seria o ideal se houvesse juizados especiais criminais de planto em qualquer hora do dia ou da noite, bem como em fins de semana. Tudo se resolveria fcil e rapidamente. Porm, se as partes forem encaminhadas, eventual transao realizada sem o devido esclarecimento poder ser questionada por apelao, j que o art.76, pargrafo 5 prev apelao da sentena que acolhe a proposta de transao penal feita pelo MP e aceita pelo autor do fato. Conforme a urgncia da situao, poder ser proposto o HC para questionar a realizao da audincia preliminar, pois esta permite a realizao de transao penal, em restrio a qualquer direito ou ao pagamento de multa. Pode-se ainda, tratar-se a situao de fato atpico. Assim, para no perder a oportunidade e por no pretender se submeter ao constrangimento de comparecer audincia, onde se vai discutir a mencionada transao, a pessoa apontada como autora do fato no termo circunstanciado tem o direito de, por meio de HC, apresentar suas razes para a no realizao do ato processual (audincia preliminar). No obtida a transao penal, haver, possivelmente, o prosseguimento da ao. Se o encaminhamento imediato se der, como afirma o artigo 69, natural que, havendo transao penal, pode o autor do fato question-la, igualmente, mesmo que posteriormente.

Se o autor do fato vai a delegacia e preenche o TCO e assume a responsabilidade de participar da audincia preliminar que seguir ao termo circunstanciado, no ser preso em flagrante delito. Ele assina o TCO, e se livra da priso. Ento, de regra, o termo circunstanciado na delegacia. O delegado tomar todas as providncias para que esse termo circunstanciado seja endereado ao juizados especiais criminais para que se faa audincia preliminar.

As infraes penais de menor potencial ofensivo, seriam o efeito concreto do direito penal mnimo? Em parte sim, porque para esses crimes a lei estabeleceu procedimento mais simples, trazendo uma srie de benefcios para resolver problemas sociais, no necessariamente utilizando a priso. Mas h quem entenda o contrrio. Alguns defendem que nas antigas varas criminais, assoberbadas de trabalho, a ateno, por uma questo prtica, era dada aos crimes que eram mais graves, e os menos graves seriam mais facilmente alcanados pela prescrio. Ento para uma segunda posio, os que os JECRIMS fizeram foi alcanar crimes que no estavam sendo objeto de punio.

No caso da audincia preliminar: vamos supor que o autor do fato, aps sair da delegacia, no saiba quando ser a audincia preliminar, portanto, a intimao ser feita por qualquer meio idneo. O STJ RHC 11847, admitiu a intimao por telefone. Dois so os objetivos da audincia preliminar: primeiro, composio civil dos danos, e caso no exista esta, o MP chamado para oferecer ou no a transao penal. No havendo qualquer delas, haver a denncia oralmente ao trmino dessa audincia preliminar. E se as partes no estiverem presentes nessa audincia? Se o autor do fato no vai a audincia preliminar, significa que ele nem quer a composio civil dos danos, e nem quer resolver-se com a transao penal, e estaria submetido a oferecimento da denncia oral. Entretanto, no pode-se restaurar-se flagrante que no foi instaurado ao tempo do fato. Se a vtima no comparecer, significa que ela no quer saber de composio civil. Quem faz a audincia preliminar? Pode ser feita por conciliador, pois a prpria constituio permite que os juizados especiais seja composto por juzes togados ou togados e leigos. Para a transao penal essencial que o autor do fato esteja acompanhado do seu advogado. O STF j reconheceu a nulidade de transao penal eventualmente aceita sem a presena de defensor constitudo. Estando todos presentes para a composio civil, tambm poder o responsvel civil ser intimado para aquela audincia preliminar. Ainda pode acontecer de a vtima, por exemplo, ter ido cobrar uma dvida ao autor do fato, e este, causar-lhe leso corporal, gerando um novo prejuzo que precisa ser pago, portanto, o autor do fato alm do dbito anterior ter ainda um novo dbito com relao aos danos da leso corporal leve. Poder a vtima se ver ressarcida dos dois prejuzos na composio civil? Alguns entendem que sim, que a composio civil no est restrita aos danos praticados por fora da leso corporal leve. Quais os efeitos da composio civil? Art.74 da lei 9099/95: extino da punibilidade quando na ao penal pblica condicionada a representao ou na ao penal privada, a composio civil obtm xito; significa renncia tcita ao direito de queixa. Entretanto, para o direito penal, o pagamento da indenizao no ter, em hiptese alguma, essa classificao.30No existindo situao de flagrante delito:

A autoridade policial determina a intimao do autor do fato para acompanhar a lavratura do TCO;

No caso de recusa, o TCO lavrado apenas com a verso da vtima e eventuais testemunhas;

Encaminha-se a pea ao juizado para futuramente ser o autor do fato intimado para conciliao;AUDINCIA PRELIMINAR: Art.70;

Tentativa de conciliao;

No sendo procedente, o MP chamado para oferecer transao penal

No se obtendo a conciliao e nem a transao penal, o MP oferecer denncia oral ao final da audincia preliminar;

Se nenhuma das partes comparecem audincia preliminar?

O responsvel civil tambm poder ser intimada para audincia preliminar;Se for possvel a realizao da audincia na mesma data em que as partes comparecerem, ser melhor. Caso no seja possvel, o juiz ou a secretria do juizado ou o prprio escrivo da vara criminal designar data prxima para a realizao, saindo todos intimados. Os atos podem at realizarem-se no perodo noturno, conforme art.12 da lei 9099/95. Dependendo da simplicidade e boa vontade das partes em acordarem, deve o juiz, entre uma audincia e outra da sua pauta, incluir aquela que se refere a infrao de pouca expressividade. Nesse artigo, o comparecimento no momento em que o fato acontece e a autoridade policial os encaminham.

A fase preliminar refere-se s providncias que devem ser tomadas nas infraes de menor potencial ofensivo, visando sua soluo. Caso no se consiga a soluo, instaura-se o procedimento sumarssimo, ou, conforme o caso, os autos sero remetidos justia comum. No caso de ao privada ou pblica condicionada, havendo acordo entre as partes, o procedimento se esgota ali mesmo. No havendo acordo, ou havendo, mas sendo ao pblica incondicionada, ser feita uma proposta de transao penal, desde que satisfeitos certos requisitos.

Compreende duas fases: conciliao quanto a satisfao do dano e a transao penal quanto aplicao de multa ou medida restritiva. Jos Riccio afirma que se o direito repressivo est em crise, preciso que os homens procurem alternativas. A instituio de uma justia consensual, em que a pena fruto de negociao entre o titular da ao e o autor do fato benfico tendo em vista a situao de nossas penitencirias.

A lei 9099 dispensa a elaborao de IP, mas, segundo Tourinho Filho, na prtica comum a elaborao de IP por iniciativa do delegado ou em face de requisio do MP. A lei dispensa, mas nulidade no haver se for elaborado.

Segundo NUCCI, o art.70 prev a possibilidade do encaminhamento pelo delegado ao JECRIM, do autor do fato e a vtima, na busca de uma conciliao rpida e imediata, mas no havendo a possibilidade de realizao da audincia, por excesso de casos por exemplo, designa-se uma data prxima para o ato, e as partes sero dispensadas, J INTIMADAS PARA O COMPARECIMENTO.32No se aplica a ltima parte do pargrafo nico do art.69: revogado pelo art.41 da lei 11.340/2006;

Aos crimes de violncia domstica se aplicam os arts.395 405 do CPP e o 531 do CPP

O procedimento pode ser o ordinrio, sumrio e sumarssimo. Dependendo da pena;

Aplicam-se os arts 77 81 da lei 9099/95 a penas que no ultrapassem 2 anos;

No se aplicam transao penal e composio dos danos; Se o autor do fato no honrar o compromisso de comparecer, a autoridade policial no poder lavrar auto de priso em flagrante, pois o flagrante j cessou. Se for contraveno penal, no poder existir priso preventiva. Segundo Tourinho Filho, deve-se encaminhar o TCO para a justia comum.

Segundo NUCCI, o procedimento de encaminhamento imediato ao juizado especial criminal seria o ideal, se houvessem JECRIMS de planto em qualquer hora do dia ou da noite, bem como em finais de semana. Porm, se as partes forem encaminhadas, eventual transao penal realizada, sem o devido esclarecimento, poder ser questionada por apelao ou HC conforme a urgncia da situao.33Os recursos iro para o TJ e no para as turmas recursais;

ART.71:

Se comparecerem sem advogado, o autor do fato pode exigir um;

Se a vtima no tiver advogado, a audincia no se suspende e a no aceitao da conciliao permite ao civil;

Caso no compaream, sero intimados e o juiz designar data prxima para audincia;Se faltar qualquer dos envolvidos que se comprometeram a comparecer imediatamente aps o fato, a secretaria providenciar a intimao delas, bem como, se for o caso, do responsvel civil, da vtima e de seus advogados. O juiz designar data prxima para audincia.

A autoridade policial no conduz coercitivamente as partes, mas apenas encaminha ao juizado. Portanto, se um deles ou ambos no comparecem, nesse caso, marca-se nova data, providenciando-se a intimao nas formas previstas nesta lei.

Segundo Tourinho, normalmente o autor do fato desconhece a finalidade do seu comparecimento ao juizado, por isso que quando o MP formula alguma proposta, poder exigir a presena de advogado. Ou mesmo no caso de conciliao, poder exigir a presena do advogado. Saindo intimados do juizado, na prxima audincia devero comparecer acompanhados de seus advogados, caso contrrio o juiz nomear defensor ou qualquer outro advogado de preferncia e que esteja presente no frum.

Se a vtima no tiver advogado presente, a audincia no ser suspensa. Se ela no aceitar a proposta de conciliao dos danos, posteriormente poder promover ao civil.34Se o autor do fato no comparece injustificadamente, instaura-se procedimento sumarssimo: art.77 da lei;

Se no ocorrer transao penal, instaura-se procedimento sumarssimo: art.77 da lei;Art.72:O MP j descartou arquivamento do TCO pela atipicidade ou bagatela;

A vtima pode:

Recusar a proposta formulada pelo autor do fato;

Fazer contraproposta;

Acordar ou divergir da manifestao conciliatria do juiz ou de quem esteja no seu lugar.Antes de ser realizada a audincia, o MP j descartou a possibilidade de arquivamento, pois se o fato for atpico o MP requerer arquivamento do TCO. Igual procedimento deve tomar quando se tratar de infrao de bagatela. A satisfao do dano no se trata de restituio do bem, mas de reparao ou ressarcimento. A vtima pode recusar a proposta formulada pelo autor do fato, fazer contraproposta, acordar ou divergir da manifestao conciliatria do juiz ou de quem esteja no seu lugar.36No se aplica o art.387,IV do CPP;

O juiz indaga da vtima os prejuzos causados pela infrao, e ante a resposta, indaga ao autor do fato se concorda ou no;

O juiz oferece meio termo ante a discordncia;

Se a vtima no tem representante legal:

Juiz nomeia curador;Se for pobre, age o MP ou o Defensor Pblico;Se tiver advogado e este no comparece, juiz nomea-lhe um;No juizado o juiz no arbitra qualquer valor; ele indaga da vtima os prejuzos sofridos com a infrao penal praticada e, ante a resposta, indaga ao autor do fato se concorda ou no. Havendo discordncia, o juiz sugere meio termo.

O STF permite que a prpria parte se defenda caso no haja defensor pblico. No juizado, a vontade do autor do fato deve prevalecer sobre a do seu advogado, por isso que a doutrina entende que ante a ausncia do advogado, nada impede a realizao da audincia para transao penal37Se a vtima no comparece, a conciliao ficar prejudicada;

O direito de pedir danos no preclui;

possvel ao civil ex delicto;

A transao penal no fica prejudicada;

OBS:

A limitao de fim de semana no pode ser aplicada como restritiva de direitos;Em ao penal pblica incondicionada, vencida a primeira etapa sobre os danos e o acordo com a vtima, passa-se a segunda etapa em que o juiz indaga sobre se o autor do fato aceita a proposta formulada pelo MP;

A limitao de fim de semana no pode ser aplicada como restritiva de direitos pois implica privativa de liberdade;

38A multa recolhida na secretaria do juizado e, em rigor, no se destina a o fundo penitencirio;

A proposta pode ser a substituio da restritiva de direitos(art.43 do CP) por cestas bsicas:

Entregues pelos prprios autores;

Recebem recibo das instituies beneficiadas;

As cestas bsicas podem ser enquadradas como prestao pecuniria;A proposta pode ser a substituio da restritiva de direitos por cestas bsicas entregues pelos prprios autores instituies carentes. Antes eram entregues nas secretarias dos juizados. A entidade carente entrega recibo ao autor do fato, ou ento o juiz poder exigir outra forma de comprovante de cumprimento da obrigao.

39Para Bitencourt, nem todas so restritivas de direitos:

Prestao pecuniria e perda de bens e valores: natureza pecuniria;

Prestao de servios a comunidade e limitao de fim de semana: restringe a liberdade;

Interdio temporria de direitos: restrio efetiva de direitos;

O MP pode negar-se a fazer a proposta de transao penal, se estiverem presentes os requisitos do art.76, 2;

E se a recusa do MP em fazer a proposta for sem motivos?O MP s pode negar-se a formular a proposta, se estiverem presentes as condies do art. 76, pargrafo segundo, devendo fundamentar sua manifestao. Para Tourinho Filho, se a recusa do MP FOR DESPROPOSITADA, PODER O JUIZ FORMULAR A PROPOSTA, MAS A DOUTRINA MAJORITRIA ENTENDE DEVER SER APLICADA A REGRA DO ART.28 POR ANALOGIA41Para Tourinho:

O juiz poder formular a proposta de transao penal;

Para maioria da doutrina e para o STF e STJ:

Aplica-se o art.28 do CPP por analogia;

E se a recusa for em oferecer a suspenso condicional do processo? O juiz poder aplicar ex officio?Para Tourinho Filho, nada impede possa o autor do fato ou seu defensor tomar a iniciativa de solicitar que uma proposta de transao penal seja feita, pois satisfeitas as condies legais, nasce para o autor do fato um direito subjetivo, e, ante o pedido feito, poder o juiz atende-lo, formulando proposta. Uma vez aceita, proceder sua homologao, cabendo ao MP, se quiser, interpor recurso de apelao conforme art.76 pargrafo 5.

O STJ e o STF, este ltimo atravs da smula 696, entendem que na omisso do MP, deve-se aplicar o art.28 por analogia.

Nas lies do Professor Renato Brasileiro quando na audincia de designao de instruo e julgamento o MP se recusa a oferecer a proposta de suspenso condicional do processo, o juiz no pode conceder de ofcio, pois a suspenso importa na restrio da titularidade da Ao Penal Pblica, razo pela qual depende do MP e no da vontade do juiz. Nesse caso deve o juiz aplicar a Smula 696 do STF que dispe:

REUNIDOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS PERMISSIVOS DA SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESSO, MAS SE RECUSANDO O PROMOTOR DE JUSTIA A PROP-LA, O JUIZ, DISSENTINDO, REMETER A QUESTAO AO PROCURADOR-GERAL, APLICANDO-SE POR ANALOGIA O ART. 28 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL.42Smula 696 do STF dispe:

REUNIDOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS PERMISSIVOS DA SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESSO, MAS SE RECUSANDO O PROMOTOR DE JUSTIA A PROP-LA, O JUIZ, DISSENTINDO, REMETER A QUESTAO AO PROCURADOR-GERAL, APLICANDO-SE POR ANALOGIA O ART. 28 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL.

CRIMES DE AO PENAL PRIVADA:

Tourinho Filho:

O querelante formula o pedido de transao penal;

Enunciado n.90 do XXIV Encontro Nacional de Coordenadores de Juizados Especiais realizado em novembro de 2008 em Florianpolis

Na ao penal de iniciativa privada, cabem a transao penal e suspenso condicional do processo.Em qualquer ao, no havendo transao, o titular tomar o caminho do procedimento sumarssimo;

No caso das aes pblicas, o assistente de acusao no poder intervir na transao;

Na audincia preliminar no h a figura do assistente de acusao;

Apenas possvel com a instaurao do procedimento sumarssimo;No nosso ordenamento, nos casos de ao penal pblica, o ofendido pode desempenhar o papel de assistente de acusao, a teor do art.268 do CPP, depois de intentada a ao penal, isto , depois de ofertada a denncia. Na fase preliminar do juizado, em que se busca de maneira singela e informal aplicar uma pena de multa ou restritiva de direitos ainda no h processo, e sem processo, no h espao para figura do assistente.45Art.73O conciliador atua apenas na satisfao do dano;

Geralmente bacharel em direito;

No pode ser conciliador aquele que desempenhe qualquer funo na administrao da justia;

S sero remunerados se a lei local assim dispuser;

Onde no h juizado, a conciliao cabe ao juiz;

Compete ao MP a transao penal;O conciliador atuar apenas na rea da satisfao do dano, pois o art.76 fala da competncia do MP para transao. Quem ir presidir a conciliao o conciliador ou o juiz, dependendo do que estabelecer a lei estadual. No caso do conciliador atuar, o juiz supervisionar. O magistrado deve orientar como o conciliador deve agir: neutralidade, imparcialidade, atento a situao econmica do autor do fato, etc.

No necessrio que o conciliador seja bacharel em direito, pode inclusive ser um jurado, sorteado da urna do Tribunal do Jri. Pode pedir-se informaes no cartrio eleitoral, OAB, etc. Segundo Tourinho Filho, periodicamente so sorteados cerca de 10 a 20 jurados para durante certo perodo, cerca de um ou 2 meses, atuar como conciliadores. No se exige conhecimento jurdico, basta saber aconselhar a pr um ponto final no que se refere a indenizao e ao seu valor.

Bacharis ou no, no pode ser conciliador aquele que desempenhe qualquer funo na administrao da justia. As funes que alguns exercem na administrao da justia criminal so de suma importncia para o andamento dos feitos, e no teria sentido fossem deles afastados, atribuindo-lhes outras, com prejuzo para a prpria administrao da justia, mesmo porque aquelas funes somente podem ser exercidas por eles, j as de conciliador no. prefervel sejam as funes de conciliadores desempenhadas por pessoas alheias aos quadros dos servios do poder judicirio, MP e defensoria pblica.

46Art.74Obtendo a conciliao, ser reduzida a escrito e homologada pelo juiz;

Lavra-se termo de audincia preliminar, consignando data, hora, local e a presena dos envolvidos;

No que tange as custas, cabe a lei local estabelecer;

Apesar de ser irrecorrvel, cabe embargos declaratrios;Se o valor da causa no exceder 40 salrios mnimos:

Execuo no prprio juizado cvel;

Excedendo os 40 salrios mnimos:

Juzo cvel competente: art.100 c/c art.575, IV, CPC;

No seria 60 salrios mnimos?? Lei 10.259/2001A lei dos juizados federais estabeleceu que seriam 60 salrios mnimos; para Tourinho Filho, da mesma forma que o art. 2 da lei 10.259/2001 alterou o conceito de menor potencialidade ofensiva, de acreditar que o valor a que se refere o art.3,I, da lei 9099/95, tenha sido alterado de 40 para 60, j que o art.3 da lei 10.259/2001 afirma ser o valor de 60 salrios mnimos.48Pargrafo nico x art.104 do CPExtino da punibilidade pela renncia ao direito de queixa ou representao: art.107 do CP;

Obtido o acordo, aplica-se o pargrafo nico do art.74 da lei 9099/95;A representao ser exercida aps o insucesso nas tratativas do acordo.

Se a autoridade policial quiser conduzir o autor do fato e o ofendido ao juizado, no caso de uma infrao de menor potencial ofensivo que se proceder mediante representao, e o ofendido no quiser fazer a representao, outro caminho no resta seno reduzir termo esta manifestao de vontade do ofendido (no querer representar) e encaminhar juntamente com o TCO ao juizado, dessa forma o juiz declarar extinta a punibilidade.49Art.75Ao penal pblica condicionada a representao;

A representao poder ser feita de acordo com o que determina o art.39, 1 do CPP;, no juizado especial criminal;

Poder a autoridade policial fazer lavrar auto de priso em flagrante, se o ofensor se opuser a comparecer ao juizado e o ofendido no quiser tomar nenhuma providncia?

No pode porque o ofendido no assentiu. Nos crimes condicionados a representao, sem esta, a autoridade policial no pode instaurar inqurito ou lavrar auto de priso em flagrante. Da mesma forma acontece nas infraes de menor potencial ofensivo. Sem o assentimento do ofendido no pode, sequer, ser lavrado o auto de priso em flagrante. Se assentir, o ofensor e o ofendido iro ao juizado, e l, ento, se for o caso, (ou seja, se no for aceita a transao penal ou conciliao dos danos) a representao ser devidamente formalizada, com a sua reduo a escrito. Feita a representao e reduzida a escrito, o representante do MP ofertar denncia oral, dando-se incio ao procedimento sumarssimo.50Aps denncia oral do MP, poder haver conciliao quanto aos danos e tambm proposta de natureza penal;

A representao retratvel aps o oferecimento da denncia;

A representao pode ser feita oralmente no momento da conciliao infrutfera, ou pode dar-se no prazo decadencial;

A retratao da representao pode ser feita antes do MP propor a transao penal;Ainda que a infrao seja de ao penal pblica incondicionada, aps a denncia oral do representante do MP, nada impede possa haver no s a conciliao quanto satisfao do dano como tambm a proposta de natureza penal. O art.25 do CPP tambm sofre mitigao, afinal de contas, o objetivo maior da lei dos juizados especiais criminais conseguir a composio dos danos.51Art.76Nas aes pblicas o MP poder arquivar o TCO ou outras peas de informao no caso de atipicidade ou bagatela;

Se o juiz discordar, aplica-se o art.28 do CPP;

No juizado federal:

O juiz federal remete os autos Procuradoria Geral da Repblica que encaminhar Cmara de Coordenao e Reviso do MPF: Lei Complementar n.75, de 93;

A cmara acolher o pedido ou designar outro Procurador para formular a proposta, ou, se for o caso, ofertar a denncia;

No sendo requerido o arquivamento e no estando presentes as situaes do 2, I, II,III, o MP prope:

Aplicao imediata de pena restritiva de direitos ou MULTA e no MULTAS;

Poder ou dever formular a proposta?

A cmara acolher o pedido de arquivamento do TCO por atipicidade ou ento por bagatela da conduta, ou ento, discordando do pedido de arquivamento, determinar que um outro Procurador oferea a proposta de transao penal, ou, se for o caso, a denncia.

O MP no tem a faculdade de formular proposta como pode deixar entrever o caput do art.76 com o termo poder. Satisfeitas as condies objetivas e subjetivas para transao penal, surge para o autor do fato um direito a ser necessariamente satisfeito. O MP no tem a liberdade de optar entre ofertar a denncia e propor simples multa ou pena restritiva de direito. No se trata de discricionariedade.53E se o MP no fizer a proposta mesmo estando presentes os requisitos objetivos e subjetivos para a transao penal?Segundo Tourinho Filho, se o MP simplesmente no propuser a transao penal quando esta for cabvel, o magistrado poder faz-la, porquanto o autor do fato tem um direito pblico subjetivo no sentido de que se formule a proposta, cabendo ao juiz o dever de atende-lo, por ser indeclinvel da atividade jurisdicional. Se a transao penal no implica em reincidncia, ou seja, ele no recebeu outro benefcio da transao penal no prazo de cinco anos, ela representa um excelente benefcio para o autor do fato. Segundo Tourinho, um direito pblico subjetivo do autor do fato, e esse direito no pode ficar merc da boa ou m vontade do acusador.

A doutrina argumenta que a transao acordo de vontade entre o titular da ao penal e o ofensor( autor do fato), no podendo o juiz desempenhar um papel prprio do MP, sob pena de usurpar-lhe funo exclusiva. No se coaduna com o processo penal acusatrio onde h a separao das funes, mas, para Tourinho, nosso processo no eminentemente acusatrio, pois seno o juiz no poderia atuar de ofcio, e sabe-se que ele atua de ofcio em vrios procedimentos do nosso processo penal. Segundo este doutrinador, se o nosso processo fosse eminentemente acusatrio, o juiz no poderia conceder o HC de ofcio, no poderia decretar a priso preventiva sem provocao da parte acusadora, no poderia requisitar instaurao de inqurito e tampouco ser destinatrio de representao, etc.

Segundo Tourinho, caso o autor do fato entenda um pouco de direito, poder exigir a transao penal, e se assim, qual seria o motivo de invocar-se o art.28? E se, de acordo com o art.28, o procurador geral chegar a concluso de no permitir que seja oferecida a transao penal, dever o autor do fato ficar impossibilitado de ser beneficiado com a multa ou pena restritiva de direito, que no gera reincidncia? Segundo Tourinho filho, no. Decerto o autor do fato impetrar ordem de HC. E se o Tribunal negar, caber recurso para o STJ e at para o STF, complicando-se mais ainda aquilo que o legislador pretendeu resolver com tanta singeleza. Tourinho Filho tem cincia de que somente as partes que podem estabelecer a transao penal, o acordo entre as partes, mas est ciente tambm de que nosso processo penal no e nunca foi, eminentemente acusatrio. Funes prprias do titular da ao so exercidas pelo juiz.

Para a doutrina majoritria, no caso de recusa ministerial, deve o juiz, aplicar o art.28 analogicamente, remetendo os autos ao procurador geral de justia junto ao TCO ou peas de informao e a manifestao do membro do MP originrio. Apesar disso, os Coordenadores dos Juizados Especiais Criminais vinham mantendo firme o posicionamento de que, ante a recusa infundada do MP, a proposta podia e devia ser feita pelo juiz.

Tourinho no concorda com a aplicao analgica do art. 28, pois neste o membro do MP obrigado a declinar suas razes ao pedir o arquivamento, enquanto que na falta de proposta de transao penal, no o ; no necessrio a apresentao de fundamentao.54Tourinho Filho:

O magistrado proporia a transao penal;

No se aplica o art.28 do CPP;

Doutrina majoritria:

Juiz no poderia usurpar a funo que pertence ao MP;

Deve-se aplicar o art.28 do CPP analogicamente;Segundo Tourinho, a atuao do juiz no significaria o exerccio de uma atividade prpria do MP. O autor do fato ou o seu defensor, ante a inrcia injustificada do promotor, deve indagar ao juiz sobre a possibilidade de aplicar apenas a multa ou restritiva de direito, e o juiz, em face da indeclinabilidade da jurisdio, deve manifestar-se a respeito. Entretanto, para a doutrina majoritria a proposta tem que partir do MP, no o fazendo, invoca-se o art.28 do CPP por analogia.55No caso da ao penal privada, cabe ao ofendido formular a transao penal? Se na ao pblica o autor do fato faz jus ao benefcio, porque no em se tratando de ao penal privada?Segundo Tourinho Filho, se estiverem presentes todos os requisitos exigidos em lei para que se proceda transao penal, nada obsta que o ofendido possa formul-la. Se o ofendido, titular da ao como substituto processual, dispe de poderes para promover ou no a ao e, uma vez intentada, dela desistir, seja pelo perdo, seja pela perempo, mais ainda ter poderes para formular a proposta, pois poder pretender, em vez do processo, uma simples multa ou restritiva de direitos. Quem pode o mais pode o menos.56Se o ofendido no formular a proposta?

Art.28 do CPP?

O juiz que formular?

O MP formular?

Se o ofendido no formular a proposta, segundo Tourinho Filho, caber ao juiz faz-lo, e desde que aceita pela defesa, ser devidamente homologada. Dessa deciso poder o insatisfeito interpor recurso de apelo. Se o ofendido se recusar, no se aplica o art.28, pois a titularidade, em ao penal privada, do ofendido, no havendo que falar de conflito entre juiz e promotor. Existe deciso do STJ afirmando que, no havendo oposio do ofendido, o MP deveria formular a proposta. Para Tourinho, permite-se que o juiz faa a proposta, principalmente se o autor do fato invocar esse direito.

Em qualquer ao pblica, se o MP fizer a proposta de transao penal faltando requisitos para tal, o juiz no deve acatar pois, na verdade, ela no deveria ter sido feita. Se a recusa do MP tiver respaldo legal, no poder o juiz discordar e formular a proposta, e caso o faa, restar cabvel apelao.57A proposta dever ser bem especificada;

No caso de multa deve ter a indicao do seu valor;

Se restritiva de direitos, qual delas;

Aplica-se multa ou restritiva de direito ainda que a pena in abstracto seja s multa ou privativa de liberdade;

Poder o juiz rejeitar a proposta do Promotor de Justia ou do ofendido e oferecer outra em seu lugar?Mesmo que a pena cominada in abstracto infrao seja exclusivamente privativa de liberdade, ainda assim a proposta no pode ser outra seno a multa ou a pena restritiva de direitos.

Poder o juiz rejeitar a proposta do Promotor de Justia ou do ofendido e oferecer outra em seu lugar? No, o mximo que ele poder fazer, reduzir a multa pela metade se entende-la exagerada e levando em considerao a situao socioeconmica do ofensor.58Pode o Promotor de Justia, na proposta, estabelecer clusula resolutiva, no sentido de que o inadimplemento implicar oferta de denncia?

O que acontece se o autor do fato no cumprir com a pena determinada?O juizado criminal s permite o exerccio da ao penal nas hipteses por ela previstas: se o autor do fato no comparecer audincia ou no aceitar a proposta ministerial; se houver complexidade ou se o autor do fato no for encontrado para ser citado. Nessas hipteses, o TCO, ou as peas que o substiturem, ser devolvido polcia para a complementao das investigaes e a seguir, encaminhado a justia comum, podendo o titular da ao ofertar denncia, observando-se o procedimento sumrio do art.531 do CPP.

O STF vem entendendo que se o acordo homologado no for cumprido, pode o MP ofertar denncia. Tourinho no concorda. Se faz coisa julgada formal e material, a oferta da denncia implicaria em reviso pro societate. Deveria ser uma sentena condicional (a sentena s seria homologada, quando o que ficou acordado fosse cumprido): a homologao da transao penal se daria com o cumprimento do acordado. A penalidade imposta dever ser cumprida dentro de determinado espao de tempo, sob pena de revogao e remessa dos autos ao MP para ser feita denncia.59A multa no cumprida ser executada como ttulo executivo judicial em virtude da transao homologada;

O art.51 do CP foi revogado;

No caso das restritivas de direito, o art.44, 4 do CP no ter aplicao;

A pena autnoma no existindo pena privativa para converso;

Mesmo que o art.51 no tivesse sido revogado, a soluo seria a execuo da multa como ttulo executivo judicial, pois a multa de que tratava o art.51 era decorrente de condenao, de sentena condenatria, e a multa transacionada no fruto de condenao, por isso incabvel a aplicao do ex - art.51 do CP.

No caso das restritivas de direito, o art.44, 4 do CP no ter aplicao, pois a pena autnoma, no existindo, portanto, quantidade de pena privativa para converso (no existiu nem processo, muito menos pena. Portanto no tem como existir uma converso para aplicar pena privativa de liberdade). Assim, no havendo soluo para o problema, no pode o operador do direito querer fazer impor o seu jus corrigendi.60No receber o benefcio aquele:

Condenado por um CRIME, a pena privativa de liberdade, em sentena transitada em julgado;

Se entre a data do cumprimento ou extino da pena e a infrao de menor potencial ofensivo, no decorreu lapso superior a 5 anos;

Cuja vida pregressa no recomendar:

Condenaes anteriores atingidas pela prescrio, inquritos arquivados, absolvies por falta de provas, desde que valoradas em face do comportamento social, da vida privada, do comportamento antes ou depois da prtica do crime, etc.Se o autor do fato houver sido condenado pela prtica de contraveno penal, no haver nenhum obstculo para que se faa a proposta na fase preliminar. Se a lei falasse em infrao penal seria diferente, uma vez que essa expresso abrange os crimes e as contravenes.

Aps cinco anos do cumprimento da multa ou medida restritiva de direito, o autor do fato retorna ao cotidiano, com conduta penalmente incensurvel.

A conduta social est ligada ao conjunto de atitudes e reaes no meio social, no s na vida pblica como na privada. A personalidade o seu carter, sua maneira habitual de ser: se de bem ou maus costumes, de vida desregrada, dissoluta ou de hbitos moderados. Os motivos da infrao so as causas que levam o agente a comet-la: reprovveis, censurveis, ou compreensveis. Circunstncias: meios empregados, condies temporais, espaciais, pessoais, quando se consideram as condies ou qualidades do ofendido. Esses itens devem ser analisados com cuidado, equilbrio e bom senso por quem realiza a proposta de transao penal (MP e ofendido) como por quem vai julg-la, homolog-la, que o juiz, pois no fcil em um exame superficial do TCO, proceder a uma anlise desses elementos subjetivos. Na dvida, no deve ser negada a proposta. Somente a cincia de que o autor do fato punvel j praticou uma srie de infraes poder levar o juiz ou MP a prever que ele voltar a delinquir.61O juiz poder no concordar com a proposta se estiver ausente um dos requisitos;

O autor do fato poder aceitar a proposta por medo, represlias, ignorncia, presso;

O juiz no homologar a transao por vcio na transao;

Discordando o advogado e o autor do fato, prevalece a vontade deste;No caso de dissenso entre advogado e autor do fato, prevalece a vontade do autor do fato em relao a proposta. Quando se concorda com a proposta, no se reconhece culpa, apenas tenta evitar a tramitao de um processo, ou outra razo qualquer. Para Tourinho, se a aceitao da proposta acarretasse consequncias srias ao autor do fato, a vontade do ofensor de