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Art. 1 o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

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Page 1: Art. 1 o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos

Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

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Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

       

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Lei n. 5.764/71 (LCB) - cooperativas : “sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituída para prestar serviços aos associados” (art. 3°).

Natureza especial das cooperativas, registradas na junta comercial e excluídas da falência. O CC/2002 reformou parcialmente este artigo. Sociedade simples.

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1. Dissolução de pleno direito – extrajudicial (art.63):

- Deliberação da AGE, desde que os associados não se disponham a assegurar a continuidade;

- Decurso do prazo de duração; - Consecução dos objetivos predeterminados; - Alteração jurídica da forma; - Redução do número mínimo de associados

ou do capital social mínimo;- Cancelamento da autorização para funcionar; - paralisação das atividades por mais de 120

(cento e vinte) dias.

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2. Dissolução judicial – (art. 64):Por qualquer associado, quando ocorrer os motivos acima e não for promovida voluntariamente.AGE - nomeação de um liquidante ou mais, e de um Conselho Fiscal de três membros para proceder à liquidação.

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Liquidação extrajudicial:

Art. 75. A liquidação extrajudicial das cooperativas poderá ser promovida por iniciativa do respectivo órgão executivo federal, que designará o liquidante, e será processada de acordo com a legislação específica e demais disposições regulamentares, desde que a sociedade deixe de oferecer condições operacionais, principalmente por constatada insolvência.

§ 1° A liquidação extrajudicial, tanto quanto possível, deverá ser precedida de intervenção na sociedade.

§ 2° Ao interventor, além dos poderes expressamente concedidos no ato de intervenção, são atribuídas funções, prerrogativas e obrigações dos órgãos de administração.

         

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Formalização da liquidação extrajudicial:- Por assembleia geral extraordinária (quórum – 2/3,

art. 44), com a nomeação de um liquidante. - O liquidante terá os poderes normais de

administração. Praticar atos necessários à realização do ativo e pagamento do passivo.  

- Obrigações: prestação de contas semestral, cobrar dívidas, arrecadar bens, livros e documentos, convocar credores e promover o levantamento dos créditos e débitos, arquivar a ata que deliberou a liquidação, oficiar os órgãos competentes etc. (art. 68).

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Autorização da assembleia: onerar bens móveis e imóveis, para contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis para o pagamento de obrigações inadiáveis.

Avaliação e venda dos bens - por avaliadores judiciais ou instituições financeiras públicas; procederá à venda dos bens necessários ao pagamento do passivo da sociedade. Lei de Falências. (art. 77).

Ordem dos credores: preferenciais e ordinários, com as dividas sociais proporcionalmente e sem distinção entre as vencidas ou não (art. 71).

A liquidação ocorre até a aprovação das contas.

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A publicação no diário oficial da ata da assembleia (liquidação) - sustação de ação judicial contra a cooperativa.

Prorrogação. (art. 76). Prolongamento da situação de insolvência.

Rito exclusivo?

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Doutrina: Esse é a opinião de MAURO R. PENTEADO in

F. S. DE SOUZA JÚNIOR – A. S. A. MORAES PITOMBO (Coord.), Comentários à lei de recuperação de empresas e falências – lei 11.101/2005 – artigo por artigo cit. (nota 78 supra), p. 110. As cooperativas estão sujeitas à intervenção e à liquidação extrajudiciais, conforme definido na Política Nacional de Cooperativismo e regime jurídico de cooperativas da LCB.

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W. FRANKE entende que a subtração das cooperativas ao regime falimentar foi uma forma de proteção do sistema cooperativista, pois o modelo de falência trazia dano material e moral sobre a população cooperativada.

E que o regime de liquidação voluntária tinha a vantagem de dar a oportunidade ao poder público de viabilizar as cooperativas que ainda oferecessem condições de recuperação.

(Direito das sociedades cooperativas – direito cooperativo, São Paulo, 1973, pp. 148-9.)

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Constituição Federal de 1988 - “Art. 5°, XVIII, CF – A criação de associações e, na forma da lei, a da cooperativa independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.”

A LCB foi derrogada nas partes dos dispositivos que previam a participação do órgão executivo federal.

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I. Cooperativas - à liquidação extrajudicial com a condução de administradores, sócios e liquidante nomeado e, quando necessário, recorrem a medidas judiciais?

Regras a cada liquidação - diretrizes LCB. Tendência fraude aos credores.

Em alguns casos – conversão na liquidação judicial. A liquidação extrajudicial teria deixado de existir.

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"Então, a pretensão da agravante está em dissonância com as conclusões do r. desp. agravado, pois liquidação judicial já existe com subsistência procedimental perante a autoridade competente e de acordo com os requisitos legais, e não se entrevendo, na espécie, lesividade à agravante. Aliás, tal pretensão esbarraria em irremovível obstáculo, pois a Carta Magna vigente obsta a liquidação extrajudicial, impedindo a intervenção estatal no funcionamento e exploração da atividade econômica (CF. art. 5°, inc. XVlll), vedação esta que, ante a clareza das expressões constantes do texto constitucional, não faz exsurgir qualquer outra interpretação divergente. Ademais, a vedação supra comentada não se aplica apenas às cooperativas, como também às demais associações, razão por que se dá como correta a convicção judicante inserida na r. decisão agravada quanto a tal aspecto da inconformação.” (Agravo de instrumento n° 131.831.4/7, Relator Des. Munhoz Soares, TJ/SP).

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Ação de execução por quantia certa contra o devedor civil insolvente.

Pressuposto objetivo: deficiência patrimonial (insolvabilidade/ dívidas excedem à importância dos bens do devedor).

Pressupostos legais caracterizadores da insolvência (art. 750, CPC): (i) o devedor não possuir outros bens livres e desembaraçados para nomear a penhora; ou (ii) o arresto dos bens do devedor.

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Pedido - credor ou devedor (art. 760). Indica credores e o desequilíbrio patrimonial, exposição do balanço do ativo e passivo.

Fases:1. Estado de insolvência/preenchimento dos

requisitos legais; 2. Sentença declaratória (arrecadação do ativo,

declaração do juízo universal, interrupção da prescrição das obrigações, afastamento da gestão administrativa e financeira dos bens, impedimento provisório da posse dos que integram a massa e perda da capacidade processual, nomeação de administrador).

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Classificação de credores - ordem de preferências (credores titulares de garantia real ou com privilégio e ordinários).

Os credores poderão impugnar os demais créditos e alegar as preferências, nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos (art. 956, CC, e 768, CPC).

Artigo 783, CPC. Possibilidade de o devedor negociar com os credores e evitar a liquidação total de seus bens depois da aprovação do quadro geral de credores.

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“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. EXTINTO O FEITO POR INÉPCIA DA INICIAL. DECISÃO MANTIDA. É inepta a inicial que pretende, na realidade, a declaração de “insolvência civil”, vedada à Cooperativa. Não é possível estabelecer adequação de forma de pagamento em face da realidade da autora perante apenas um dos credores, que é o réu. Ausência de pressuposto processual. Correção do dispositivo sentencial. APELO DESPROVIDO.” (Apelação Cível 70018296301/2007, TJ/RS, Relatora Helena Ruppenthal Cunha). E: “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - SOCIEDADE COOPERATIVA - DECLARAÇÃO DE INSOLVÊNCIA CIVIL - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - PREVISÃO DE DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO ESPECÍFICA - LEI Nº 5.764/71 - CARÊNCIA DE AÇÃO. Muito embora as sociedades cooperativas estejam definidas pela novel legislação CIVIL como sociedades simples, isto é, não empresárias, não se pode olvidar que elas também se subordinam à Lei nº 5.764/71, diploma específico que lhes regula o procedimento de dissolução (decisão de extinguir a sociedade) e liquidação (apuração dos créditos e pagamento dos débitos da sociedade dissolvida), daí por que não estão sujeitas à INSOLVÊNCIA CIVIL.” (APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0081.07.006218-7/001, Pub. 07/03/2008 – TJ/MG. Rel. Des. Oswaldo Portes).

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“TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. COOPERATIVA. LIQUIDAÇÃO JUDICIAL. EXCLUSÃO DA MULTA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO ANALÓGICA DA LEI DE FALÊNCIAS. JUROS MORATÓRIOS. DISPONIBILIZAÇÃO DO PRODUTO ARRECADADO NA ARREMATAÇÃO AO JUÍZO UNIVERSAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282/STF E 211/STJ. 1. É princípio assente que a lei especial convive com a outra da mesma natureza, porquanto a especificidade de seus dispositivos não ensejam incompatibilidade. 2. As obrigações tributárias principais acessórias não podem ser sujeitas à criação ou extinção via processo analógico (artigo 112 do CTN). 3. As sociedades cooperativas não se sujeitam à falência, dada a sua natureza civil e atividade não-empresária, devendo prevalecer a forma de liquidação extrajudicial prevista na Lei 5.764/71, que não prevê a exclusão da multa moratória pleiteada pela recorrente, nem a limitação dos juros moratórios, posteriores à data da liquidação judicial, à hipótese de existência de saldo positivo no ativo da sociedade. 4. A Lei de Falências vigente à época - Decreto-lei nº 7.661/45 - em seu art. 1º, considerava como sujeito passivo da falência o comerciante, assim como a atual Lei 11.101/05, que a revogou, atribui essa condição ao empresário e à sociedade empresária. No mesmo sentido, a norma insculpida no art. 982, § único c/c art.1093, do Código Civil de 2002, corroborando a natureza civil das referidas sociedades, razão pela qual não lhes são aplicáveis os preceitos legais da Lei de Quebras às cooperativas. 5. Deveras, o crédito da Fazenda Estadual não se sujeita a eventual concurso de credores ou habilitação em falência, concordata ou liquidação, posto consubstanciar crédito privilegiado, nos termos do art. 29 da Lei 6.830/80. (Precedentes: REsp 622406 / BA, 2ª Turma, DJ de 14/11/2005; REsp 738455 / BA, 1ª Turma, Rel. Min.Teori Zavascki, DJ de 22/08/2005; REsp 757576 / PR, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 25/05/2006). 6. A simples oposição de embargos de declaração, sem o efetivo debate, no tribunal de origem, acerca da matéria versada pelos dispositivos apontados pelo recorrente como malferidos, não supre a falta do requisito do prequestionamento, viabilizador da abertura da instância especial. 7. Aplicação, in casu, dos enunciados sumulares n.º 282/STF e n.º 211/STJ, que assim dispõem: "Súmula 282/STF - É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida, a questão federal suscitada" e "Súmula 211/STJ - Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos de declaração, não foi apreciada pelo tribunal a quo." 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (REsp 770.861/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/09/2007, DJ 08/10/2007 p. 214).”

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Apelação cível n. 325.158.4/5-00 – TJ- SP (Relator - Des. Sérgio Gomes):

“APELAÇÃO – COOPERATIVA – Transformação da liquidação extrajudicial em judicial – admissibilidade, tendo em conta que os liquidantes pretendiam perpetuá-la, com prazo indeterminado, com afronta ao art 76 da Lei 5764/71 - Além disso, foram comprovados atos ruinosos contrários aos interesses dos credores – No que se refere às normas a que se submete esta liquidação judicial, devem ser aplicadas as específicas (art. 63 a 78 da Lei 5764/71), bem como os arts. 655 a 674 do CPC de 1939, ainda em vigor – Nada obsta, entretanto, ao Julgador que, em determinadas situações, não havendo regra especial, aplique subsidiariamente alguns dispositivos da lei de quebras, inclusive, como entendeu o Egrégio Superior Tribunal de Justiça no julgamento dos conflitos de competência argüidos pelos ex-funcionários desta cooperativa – Outrossim, não contraria o art. 657 do estatuto processual, a nomeação de liquidante de confiança do juízo – Julgam prejudicado um dos agravos retidos, não conhecem dos outros e dão provimento parcial aos apelos (voto 3472).”