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FERNANDA ZOMKOWSKI CORRÊA DE ARRUDA

FRAGMENTOS DA FAUNA SUL-MATO-GROSSENSE

NA INTEGRAÇÃO ARTE / ARQUITETURA POR

MEIO DE AZULEJOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CENTRO DE CIÊCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE ARTES VISUAIS - BACHARELADO

Campo Grande – MS

2011

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FERNANDA ZOMKOWSKI CORRÊA DE ARRUDA

FRAGMENTOS DA FAUNA SUL-MATO-GROSSENSE

NA INTEGRAÇÃO ARTE / ARQUITETURA POR

MEIO DE AZULEJOS

Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais. Orientadora: Profª Maria Alice Porto Rossi.

Campo Grande – MS

2011

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3

FERNANDA ZOMKOWSKI CORRÊA DE ARRUDA

FRAGMENTOS DA FAUNA SUL-MATO-GROSSENSE NA

INTEGRAÇÃO ARTE / ARQUITETURA POR MEIO DE AZULEJOS

Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes

Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de

Bacharel em Artes Visuais.

Orientadora: Profª Maria Alice Porto Rossi.

Campo Grande, MS 28 de Novembro de 2011.

COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________________

Profª Maria Alice Porto Rossi

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

_______________________________________________

Profª Dra. Carla Maria Buffo de Cápua

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

_______________________________________________

Profª Ma. Aline Sesti Cerutti

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

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4

AGRADECIMENTO

Em primeiro agradeço a Deus por me iluminar e sempre me guiar para o

caminho certo.

Ao meu marido e ao meu filho que aguentaram todos altos e baixos durante

este período final do curso, sempre me ajudando e apoiando.

Aos meus pais que sempre me deram forças e sempre me apoiaram para

que eu fosse até o fim do curso.

A minha sogra que me ajudou muito cuidando do meu filho para que pudesse

vir para a faculdade.

A minha orientadora que sempre me apoiou e me ajudou para que este

trabalho fosse realizado.

Ao Sr. Juscelino da Oficina de Marcenaria do Curso de Artes Visuais da

UFMS, que muito me ajudou nos trabalhos do curso e principalmente no meu

trabalho final.

A todos os amigos, em especial a Érika Santos e Diego Torraca, que sempre

foram meus companheiros um ajudando o outro quando preciso.

A todos os professores que sempre passaram para todos nós seus

conhecimentos.

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5

RESUMO

Este relatório é resultado de pesquisas relacionadas ao campo da azulejaria, onde se fará um estudo sobre os primórdios do azulejo, passando pela azulejaria da Europa até seu uso no Brasil. Além da sua utilidade como revestimento também irá mostrar o azulejo como objeto decorativo (uso de painéis), alguns artistas e arquitetos que usavam e ainda utilizam desta técnica em seus trabalhos. A pesquisa relaciona questões históricas e culturais para estudar o uso do azulejo como revestimento integrado na arquitetura do Brasil. O trabalho será desenvolvido em azulejos manualmente produzidos em massa cerâmica, feitos nos tamanhos de 20x20 cm, onde no final irão formar um painel no tamanho de 40x60 cm. Retratará fragmentos da beleza de alguns animais da fauna sul-mato-grossense, através do desenho com o uso de corantes (baixo esmalte) e vidrados (esmalte). Na metodologia do trabalho será detalhado o modo de fazer o azulejo, seu corte, o desenho, a pintura e a queima do azulejo. A escolha deste tema tem um significado muito importante para mim, pois desde o início do curso de Artes Visuais tenho pensado em retratar no meu trabalho de conclusão de curso algo que remetesse ao nosso Estado. Não poderia ser melhor representado do que a fauna exuberante que temos aqui. Ao unir este pensamento com algo em que gosto de trabalhar como a cerâmica, pensei em transmitir aos azulejos essa idéia. O objetivo deste trabalho é mostrar a arte da azulejaria integrada com a arquitetura mostrando sua importância e contribuição para uma estética nacional. Palavras-chave: cerâmica; azulejaria; objeto decorativo; integrado na arquitetura.

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6

ABSTRACT This report is the result of research on the field of tiling and will study it since the beginning of the ceramic through its use in Brazil. I will show in this research how can tiles be used as a decorative object (panels) besides its use as a covering, and some artists and architects who used and still using this technique in their work. This research relates historical and cultural questions to study the use of tiles as a covering object, integrated in the Brazilian architecture. A panel will be developed in hand made tiles 20x20cm sized, resulting in a 40x60cm panel. This work shows the beauty of some animals from Mato Grosso do Sul fauna, developed from designs using dyes (low enamel) and glass (enamel). In the methodology of the work will be detailed how to do the tile, its cutting, drawing, painting and firing. The chose of this subject was very important to me. Since the beginning of this course I intent to do something related to our state and their beauties and by joining that thought to something that I really like to work as ceramic, I try to impress in the tiles these ideas. The objective of this work is to show the art of ceramics integrated to architecture and its importance for a national esthetic. Keywords: ceramics, tiles, decorative object, integrated architecture.

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7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................08

2 O AZULEJO.......................................................................................................09

2.1 A origem do azulejo.........................................................................................09

2.2 O azulejo em Portugal.....................................................................................10

2.3 A introdução da azulejaria no Brasil................................................................13

2.4 A fauna sul-mato-grossense............................................................................21

2.5 Artistas sul-mato-grossenses...........................................................................21

3 METODOLOGIA.................................................................................................28

3.1 Processos de criação dos protótipos...............................................................28

3.2 Processos de criação do projeto final..............................................................31

CONCLUSÃO........................................................................................................46

REFERÊNCIAS.....................................................................................................47

CURRICULUM.......................................................................................................49

PORTFÓLIO...........................................................................................................51

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1 INTRODUÇÃO

Até bem pouco tempo, quando eu me referia ao termo azulejo,

invariavelmente eu estava numa contenda sobre o uso ou não de azulejos em

alguma reforma ou construção de casa. Os azulejos fazem parte de qualquer uma

dessas ações. Lisos, decorados, bastante coloridos ou não, a variedade é

numerosa e interessante. No meu curso de Artes Visuais, o azulejo foi uma

referência muito forte e este relatório é a oportunidade que eu tenho de também

conhecer melhor e divulgar os azulejos desde sua origem na Mesopotâmia, seus

caminhos pela Espanha, Portugal até a azulejaria no Brasil, com sua utilização

inicialmente e tão somente voltada à proteção da umidade nas unidades

imobiliárias.

Mais recentemente os azulejos começaram a ser aplicados levando em

conta a decoração dos ambientes, formando grandes painéis artísticos com

diferentes temáticas e sendo integrados na arquitetura. É oportuno também,

conhecer os grandes artistas, mestres na arte da azulejaria, que levaram aos

nossos ambientes, a beleza e a arte.

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2 O AZULEJO

2.1 A origem do azulejo

Os significados da palavra azulejo são variados. A maioria das definições

diz que a palavra azulejo é originária do árabe e que significa pequena pedra polida.

O azulejo é uma peça de cerâmica de pouca espessura, quadrada, onde uma de

suas faces é vidrada, resultado da cozedura de um revestimento denominado

esmalte, que se torna impermeável e brilhante.

Algumas das principais características e vantagens do azulejo são: impermeabilidade adquirida pela aplicação do esmalte na superfície; resistência ao ataque dos ácidos, álcalis, umidade e vapores, nas condições normais de utilização; facilidade de limpeza; ausência de pintura; facilidade de aplicação; substituição a baixo custo; possibilidade de ser obtido em diversas cores e tamanhos, e baixa expansão térmica (EGON; BERG; SALDANHA DA GAMA, 1972).

Na antiguidade, no período do Antigo Egito e na região da Mesopotâmia, já

era observada a utilização do azulejo. Cavalcanti (1963) presume que entre os

mesopotâmicos a invenção e uso do azulejo não resultaram de causas artísticas,

mas sim de necessidades humanas de proteção contra umidade. Depois, sua

utilização alastrou-se pelo norte da África e Europa penetrando na Península Ibérica

no século XIV pelos mouros, que levam consigo a origem do termo atual. O oriente

islâmico impulsiona a produção de revestimentos parietais pelo contato com a

porcelana chinesa que, pela rota da seda, surge em vários centros artísticos do

próximo oriente. A produção do azulejo cria bases próprias na Espanha e através

de artesãos muçulmanos é desenvolvida a técnica mudéjar1. Lá, o azulejo atingiu

seu ponto máximo em Andaluzia, região em que foi muito difundido na área

decorativa com motivos geométricos, abstratos e estilizado. Do século XV para o

século XVI o azulejo atinge Portugal, um país com longa experiência na produção

cerâmica. No começo o azulejo era importado da Espanha, depois, com a expulsão

dos mouros, passam a fabricar seus próprios azulejos, libertando-se dos desenhos

mouriscos e andaluzes, aos quais se submetia em decorrência da importação.

1 Mudéjar – técnica cerâmica onde são desenvolvidos desenhos geométricos e vegetalistas nos azulejos.

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10

2.2 O azulejo em Portugal

Em Portugal, o azulejo, foi um importante suporte de expressão artística por

mais de cinco séculos, onde ele é mais do que um elemento decorativo de pouco

valor. Nele se reflete sua história e o gosto de cada época.

No século XVI a fabricação de azulejos parecia ter acabado na Espanha, foi

então, que através de Sevilha a azulejaria começou a se desenvolver em Portugal.

Os Portugueses começaram a fabricá–los ao seu modo, com a função decorativa,

enfeitando e recobrindo fachadas e interiores de residências e igrejas. Suas formas

de produção eram artesanal, manufatureira e industrial.

Os azulejadores surgiram no século XVII, e foi a partir deste ano que eles

começaram a criar suas próprias estampas, ficando assim, livres de qualquer

influência.

Alcântara (2001) fala do importante papel que a gravura teve na história

dos azulejos. Em Portugal, pintores de azulejos baseavam-se nessas gravuras para

realizarem suas composições. Registravam sobre os trajes típicos, os penteados,

os músicos e seus instrumentos. Estes desenhos podem ser vistos em azulejos que

serviram de suporte a essas gravuras.

Com o terremoto de 1755, Lisboa foi parcialmente destruída. Segundo

Alcântara (1980), foi necessário organização e simplificação da produção de

materiais de construção para a reconstrução da cidade. O azulejo passou por uma

adaptação para se adequar à industrialização.

A partir de 1915 as fábricas começam a surgir em Portugal. Até meados de

1865 foram criadas dez novas fábricas de cerâmica. Desde o aumento da produção

de azulejos em Portugal, este se mostra em função decorativa, mudando as

paisagens das cidades.

O azulejo foi utilizado em outros países europeus, mas nenhum assume a

posição de destaque no universo artístico nacional, a abrangência de aplicação e a

quantidade de produção atingida em Portugal. Ele é uma das expressões

características das artes decorativas portuguesas e um dos elementos claramente

identificadores da linguagem estética nacional.

Podemos encontrar diversos processos de pintura nos azulejos. A técnica

de compartimento é onde cada uma das divisões de um azulejo recebe a aplicação

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11

de uma cor esmaltada, impedindo a tinta de escorrer durante o cozimento; na

técnica da corda seca (Fig. 1) são feitos sulcos em que se enchem de óleo de

linhaça e manganês destacando as divisões de cada compartimento, evitando que

as cores se misturem.

Fig.1 – Azulejos de corda-seca: Sala das Pegas.

Fonte: www.pnsintra.imc-ip.pt

Na técnica de aresta são feitos moldes de madeira ou metal gravados com os

desenhos a serem pressionados sobre o barro fresco, fazendo assim a separação

dos esmaltes (Fig. 2). O efeito visual é semelhante ao da corda seca.

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12

Fig. 2 – Azulejos de aresta: Capela Palatina.

Fonte: www.pnsintra.imc-ip.pt

A técnica majólica ou maiólica é aquela que permite a pintura direta sobre a peça já

cozida (Fig. 3).

Fig. 3 – Azulejos da técnica majólica ou maiólica.

Fonte: www.canstockphoto.com.br

Em relação aos azulejos que são usados na decoração existem os de

caixilho, padrão, tapete, de figura avulsa e os painéis figurados. Este será estudado

mais detalhadamente para a realização da obra final.

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13

2.3 A introdução da azulejaria no Brasil

A arte da azulejaria foi transferida por Portugal para a maioria dos países

que colonizou, entre eles, o Brasil. O uso do azulejo ultrapassou os limites da

própria peça para se apresentar integrado com a arquitetura e o urbanismo.

O azulejo chegou ao Brasil junto com as demais artes (pintura, escultura), e

foi transportado para nós o mesmo gosto, a mesma técnica e os mesmos materiais

de Portugal.

O século XVIII foi um período de grande exportação dos produtos

portugueses para o Brasil, foi nesse século que o Brasil tornou-se grande provedor

de Portugal. Este proporcionou ao Brasil um grande aumento no seu patrimônio

artístico e a presença da azulejaria portuguesa foi muito significativa.

Para Simões (1965), nesse período do século XVIII, o azulejo estava

presentemente ligado à arquitetura. Ele, que estava se tornando indispensável

como elemento decorativo, encontrava outras razões para sua grande aceitação

aqui no Brasil. O clima quente e úmido do litoral brasileiro que dificultava a

conservação e impermeabilização levou os construtores deste século a fazerem uso

do azulejo. Nesse período, o uso do azulejo na arquitetura foi confirmado como uma

tendência normal e tipicamente brasileira. Seu uso era constante em cozinhas e

banheiros (Fig. 4).

Fig. 4 – Imagem de azulejo em banheiro.

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

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14

Durante este século, houve grande variedade de estilos de desenhos e

pinturas em azulejos que refletiam os gostos contemporâneos.

Segundo Cavalcanti (2002) as cidades que mais receberam as fachadas

azulejadas foram Belém, São Luís, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre (Fig. 5).

Fig.5 – Fachada azulejada em São Luís / MA.

Fonte: theurbanearth.wordpress.com

Quando o Brasil deixa de ser colônia e vira república, as novas fachadas do

ecletismo privilegiam a ornamentação em relevo dos estuques, não usando mais o

recobrimento de azulejos. No entanto, o período neocolonial, trouxe de volta a

particularidade brasileira de se revestirem as fachadas com azulejos.

Em 1936, Le Corbusier incentivou o sistema onde a arquitetura deveria

relacionar-se com as artes plásticas. Foi a partir daí que arquitetos começaram a

trabalhar com artistas. A utilização de painéis era pensada desde o início da obra

arquitetônica.

O painel artístico é uma arte que visa à acessibilidade da população. São

obras executadas diretamente em paredes e estão profundamente vinculadas à

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15

arquitetura. É uma forma de levar a arte ao povo onde todos têm a possibilidade de

vê-los.

Em boa parte dos edifícios da arquitetura moderna, a cerâmica foi usada nas

fachadas em forma de painéis figurativos. Dentre eles o Clube de Regatas Vasco da

Gama, Fundação Oswaldo Cruz, colégio do Conjunto Residencial Pedregulho e o

prédio do MES (Ministério de Educação e Saúde), no Rio de Janeiro; Praça 19 de

dezembro, em Curitiba; Igreja São Francisco de Assis na Pampulha, em Belo

Horizonte e Orfanato em Cataguases, MG. Os artistas envolvidos eram Cândido

Portinari, Burle Marx, Paulo Rossi Osir, Poty, Anísio Medeiros, Jenner Augusto,

Djanira, Abelardo da Hora e Corbiniano Lins (MORAIS, 1990).

Além do uso do azulejo, Le Corbusier recomendou o uso de outras artes,

como pintura e escultura. A sede do MES (Ministério de Educação e Saúde) foi

premiada com obras de artes de grandes artistas: Cândido Portinari (murais no

gabinete do ministro e desenho de azulejos), esculturas de Celso Antônio, Bruno

Giorge, Jacques Lipchitz e os jardins de Burle Marx.

Portinari realizou também outros painéis em azulejos, como o painel criado

para a igreja de São Francisco de Assis, na Lagoa da Pampulha / BH,

encomendado por Oscar Niemeyer, sendo considerada sua obra mais importante

(Fig. 6).

Fig. 6 – Painel de azulejos na Igreja de São Francisco de Assis.

Artista: Cândido Portinari Local: Lagoa da Pampulha / BH

Fonte: www.panoramio.com

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16

O interior da igreja também tem obras de Portinari. O Serviço do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional tombou a igreja como patrimônio da nação brasileira,

para evitar que a obra fosse destruída ou retirada dali (MORAIS, 1988).

O ginásio esportivo da escola Edmundo Bittencourt, do residencial do

Pedregulho, no Rio de Janeiro, recebeu um painel de Portinari na sua parede

externa, cujo tema é: os jogos infantis (Fig. 7 e 8).

Fig. 7 – Painel de azulejos no ginásio esportivo.

Artista: Cândido Portinari Local: Rio de Janeiro / RJ

Fonte: www.ceramicanorio.com

Fig. 8 – Detalhe do painel.

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17

Na fachada da sede da Associação Civil Clube, em Juiz de Fora, onde teria

sido provavelmente a última obra de Portinari (Fig. 9).

Fig. 9 – Painel de azulejos na Associação Civil Clube.

Artista: Cândido Portinari Dimensão: 435x795 cm Local: Juiz de Fora / MG

Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br

Portinari criou também outros painéis em obras de Oscar Niemeyer como no

Iate Clube da Pampulha ou residências no Brasil e no exterior.

Oscar Niemeyer é um dos principais inovadores da arquitetura brasileira, e é

um dos arquitetos que solicitava com frequência a colaboração de artistas em suas

obras. Ele é o arquiteto mais lembrado quanto ao tema síntese das artes.

Segundo Morais (1988) “a retomada do azulejo é contemporânea ao esforço

do modernismo brasileiro em atualizar e redescobrir nossas raízes culturais, uma

renovação dentro da tradição”.

O projeto para a criação da cidade de Brasília se diferencia por se preocupar

com a integração arte e arquitetura. Artistas como Athos Bulcão (1918-2008) e

Burle Marx (1909-1994) participaram da criação da cidade junto com o urbanista

Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer. Para Cavalcanti (2007), houve um

perfeito entrosamento entre os desenhos de Costa, os prédios de Oscar Niemeyer e

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18

os artistas convocados para realizarem as esculturas públicas. Concretizando o

ideal modernista de fusão entre arquitetura, urbanismo e artes plásticas.

Em 1945, a convite de Cândido Portinari, Athos Bulcão trabalhou como

assistente na execução do painel de São Francisco de Assis. Após este trabalho,

estagiou com Portinari, onde aprendeu muitas lições importantes como cor e

desenho. No ano de 1957 foi morar em Brasília, a convite de Oscar Niemeyer, para

realizar uma série de colaborações em projetos de integração arte / arquitetura.

Algumas de suas obras foram: os painéis de azulejo na Igrejinha de Nossa Senhora

de Fátima, da 308 – Sul (Fig.10), nos Palácios do Itamaraty (Fig.12) e da Alvorada,

no Brasília Palace, no Congresso Nacional, no Panteão da Pátria e no Palácio

Jaburu.

Fig. 10 – Painel de azulejos na Igrejinha Nossa senhora de Fátima.

Artista: Athos Bulcão. Dimensão: 525x3945 cm

Local: Brasília / DF Fonte: claudiaveiroarte.blogspot.com

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19

Fig. 11 – Detalhe do painel.

Fonte: fundathos.org.br

Fig. 12 – Painel de azulejos no Palácio do Itamaraty.

Artista: Athos Bulcão. Local: Brasília / DF

Ano: 1982 Fonte: fundathos.org.br

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20

Entre 1971 e 1972, a convite de Oscar Niemeyer, desenvolveu vários projetos

na África e Europa com obras de arte / arquitetura (Fig. 13). Em 1989, começou sua

luta contra o mal de Parkinson. Em 1990, Eduardo Cabral foi o idealizador e

fundador da Fundação Athos Bulcão2. Sua luta contra a doença terminou em 31 de

Julho de 2008, data do seu falecimento. Athos Bulcão trabalhava com o arquiteto e

a equipe desde o momento da definição do espaço da obra na planta.

Fig. 13 – Painel de azulejos na Sede da Editora Mondadori. Artista: Athos Bulcão.

Local: Milão / Itália Ano: 1971

Fonte: fundathos.org.br

Athos Bulcão transfere para sua criação as qualidades de seu caráter: afabilidade e cordialidade. Seus painéis de azulejos cumprem função especial em Brasília – cidade, às vezes, inóspita: aproximam, dialogam, oferecem sombra, proporcionam bem estar; não são colocados para preencher algum espaço não resolvido, são pensados desde o início do projeto do edifício (MORAIS, 1998).

Em seus painéis o desenho sempre está no limite da peça, a combinação dos

módulos é aleatória, porém mantém certa uniformidade nas cores e formas. Seu

tema são formas abstratas com motivos geométricos, formas, curvas e

semicírculos, existem poucos motivos com figurativo estilizado.

2 www.fundathos.org.br

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21

2.4 A fauna sul-mato-grossense

A fauna do Estado de Mato Grosso do Sul é riquíssima. O pantanal do nosso

Estado é considerado a região com maior densidade faunística das Américas.

Segundo dados do Globo Repórter (27/05/2011), estima-se que há na região

pantanal 665 espécies de aves, 405 de peixes, 95 mamíferos, 162 espécies de

répteis, 40 espécies de anfíbios, e dentre os insetos, são mais de mil espécies de

borboletas. Mesmo assim não é um número fechado, pois a natureza está em

constante crescimento.

Alguns animais estão ameaçados de extinção, é o caso da arara azul. Outros

estão em extinção em outras regiões do país, porém aqui apresentam grandes

populações, é o caso da capivara, tamanduá bandeira, tamanduá mirim, veado

mateiro, lobinho e outros.

Outra grande riqueza do nosso Estado são os rebanhos bovinos e equinos.

2.5 Artistas sul-mato-grossenses

Aqui em Campo Grande alguns artistas retratam a fauna em seus trabalhos,

mas sua representação é feita em outro suporte. O artista Cleir Ávila Ferreira3

retrata a fauna sul-mato-grossense em pinturas feitas nas laterais de altos edifícios

do nosso Estado, fazendo a integração arte / arquitetura. Ele é um artista autodidata

e pinta profissionalmente desde os 18 anos. Iniciou com influência hiperrealista,

onde seu principal tema é a natureza pantaneira. Seu trabalho mural nas laterais

dos edifícios de Campo Grande começou com “Onça Pintada” (50 m de altura e 220

m²) (Fig. 14). Outro mural foi: “Tuiuiús” (40 m de altura e 300 m²) (Fig.15). Além de

outras obras em edifícios (Fig. 16 e 17). Também produz esculturas em grandes

tamanhos com a mesma temática. A obra “Monumento das Araras” (Fig. 18) tem 10

m de altura. No interior do Mato Grosso do Sul são encontradas diversas obras do

artista.

3 www.artenossaterra.xpg.com.br

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22

Fig.14 – Painel “Onça Pintada”.

Artista: Cleir Ávila. Dimensão: 50m de altura

Local: Campo Grande Fotografia: Fernanda Arruda

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Fig. 15 – Painel “Tuiuiús”.

Artista: Cleir Ávila. Dimensão: 40m de altura

Local: Campo Grande Fotografia: Fernanda Arruda

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24

Fig. 16 – Painel “Arara Azul”.

Artista: Cleir Ávila. Dimensão: 430m²

Local: Campo Grande Fotografia: Fernanda Arruda

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25

Fig. 17 – Painel “Arara Vermelha”.

Artista: Cleir Ávila. Local: Campo Grande

Fotografia: Fernanda Arruda

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26

Fig. 18 - “Monumento das Araras”.

Artista: Cleir Ávila. Dimensão: 10m de altura

Fonte: Cayres, SMF

Outro artista reconhecido aqui é Humberto Espíndola. Suas pinturas são

feitas em telas onde o tema retratado são principalmente os rebanhos bovinos.

Segundo Figueiredo (1979), ela fala que o artista apropriou e recriou toda uma

simbologia histórica e mágica da bovinocultura, e que não se conteve apenas ao

quadro de cavalete. Utilizou os mais diversos materiais, passou do óleo sobre tela a

tela de arame, desta ao arame farpado, ao ferro, à faca e à marca.

Humberto Espíndola também realiza essa integração arte / arquitetura. Uma

de suas obras públicas foi o painel no Palácio Paiaguás – Centro Político

Administrativo em Cuiabá (Fig. 19). Aqui no Mato Grosso do Sul há um painel

externo no Edifício Salim Kassar, em Corumbá (Fig. 20).

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27

Fig. 19 – Palácio Paiáguas.

Artista: Humberto Espíndola. Dimensão: 371m² Local: Cuiabá / MT

Ano: 1975 Fonte: Portal Humberto Espíndola4

Fig. 20 – Painel “Bovinocultura”.

Artista: Humberto Espíndola. Dimensão: 800m²

Local: Corumbá / MS Ano: 2006

Fonte: Portal Humberto Espíndola

4 www.humbertoespindola.com.br

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28

3 METODOLOGIA

3.1 Processos de criação dos protótipos

1º Etapa:

Para a apresentação da pré-banca foi proposto, pela orientadora Maria Alice,

a realização de três protótipos da obra final.

Para esta produção os animais escolhidos foram o tucano, a arara azul e o

tuiuiú. Passei então para o projeto gráfico, onde o desenho realizado foi produzido

no reticulado do quadrado, ou seja, em azulejos (Fig. 21, 22 e 23).

Fig. 21 - Projeto gráfico.

Fig. 22 - Projeto gráfico.

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29

Fig. 23 – Projeto gráfico.

Após a finalização dos projetos gráficos foi iniciada a abertura das mantas

para cortar a quantidade necessária de placas para os protótipos. Cada protótipo é

composto por doze placas na medida de 5 x 5 cm.

A massa cerâmica usada foi a Marfim, produzida pelo geólogo Paschoal

Giardulo. A escolha desta massa foi por apresentar cor clara após a queima.

O desenho do projeto gráfico foi aplicado sobre a placa ainda úmida. O

processo de secagem foi em cima de placas de gesso, para que houvesse lenta

absorção da água (Fig. 24).

Fig. 24 - Processo de secagem das placas.

Após a secagem das placas elas foram para a primeira queima a 850ºC. Ao

saírem do forno (queima de biscoito) foi realizada a coloração dos azulejos com

corante mineral (baixo esmalte / BV) (Fig. 25).

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30

Fig. 25 - Azulejos coloridos com corante mineral (BV).

Para a fixação dos corantes minerais todos os azulejos foram pulverizados

com vidrado transparente alcalino, que garante que o corante se fixe na peça.

Todos os azulejos devem ficar totalmente cobertos por uma camada fina e uniforme

(Fig. 26).

Fig. 26 - Azulejos esmaltados.

Após a esmaltação eles foram para a segunda queima, a queima do vidrado,

na temperatura de 1040ºC em forno elétrico. Para os protótipos a proposta foi de

montá-los e rejuntá-los (Fig. 27). Porém após colocar o rejunte fiz algumas

observações finais.

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31

Fig. 27 - Protótipos queimados e rejuntados.

Nos três protótipos a largura do rejunte ficou muito larga; no tuiuiú a cor

branca do rejunte não combinou, porém deu destaque ao desenho; na arara azul o

tom de azul não era o esperado e o rejunte escureceu muito a peça.

A realização destes protótipos foi uma ótima experiência para que os erros

não se repitam no projeto final.

3.2 Processos de criação do projeto final

2º Etapa

Para a criação dos painéis finais algumas modificações foram realizadas.

No processo de criação dos azulejos, primeiramente foi pensado quais

seriam os animais que estampariam os painéis. Depois de selecionados foram

feitos os projetos gráficos no tamanho final da obra, já dividido por azulejos (Fig. 28,

29, 30, 31 e 32).

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32

Fig. 28 – Projeto gráfico das “Garças”.

Fig. 29 – Projeto gráfico do “Tuiuiú”.

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33

Fig. 30 – Projeto gráfico do “Tucano”.

Fig. 31 – Projeto gráfico da “Onça pintada”.

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34

Fig. 32 – Projeto gráfico da “Arara”.

Após o projeto gráfico dos painéis comecei a produção dos azulejos.

Optei pela massa cerâmica Marfim, produzida pelo geólogo Pascoal

Giardulo, por ser uma massa plástica para queima entre 800 e 1300ºC e que pode

ser usada tanto para moldagem quanto para modelagem, e principalmente por

apresentar uma cor clara após a segunda queima, uma vez que a exploração da

transparência dos corantes e do vidrado seria a condição básica para os efeitos

desejados. A cor de queima vai do marfim claro a 800ºC até marfim a 1200ºC e

cinza clara a 1300ºC, quando está totalmente sintetizada. A retração está entre 14 e

16% a 1300 ºC.

Na produção dos painéis, o início foi de abertura das mantas para cortar as

placas necessárias para a formação dos painéis, cada placa medindo 20 x 20 cm.

Após os cortes foram aplicados os desenhos dos projetos em cada placa (Fig. 33,

34, 35, 36 e 37). Cada painel é composto por seis placas, que foram

cuidadosamente trabalhadas e secas, de modo a minimizar que o processo de

secagem pudesse empená-las, fato muito conhecido dos ceramistas, o desafio da

secagem sem que as placas empenem. Resolvi a questão de empenamento

acomodando as placas com pesos entre peças com placas de gesso que são

porosas, para que houvesse lentamente a absorção da água (Fig. 38).

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35

Fig. 33 – “Garças”.

Desenho em baixo relevo sobre as placas úmidas de cerâmica.

Fig. 34 – “Tuiuiú”.

Desenho em baixo relevo sobre as placas úmidas de cerâmica.

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36

Fig. 35 – “Tucano”.

Desenho em baixo relevo sobre as placas úmidas de cerâmica.

Fig. 36 – “Onça pintada”

Desenho em baixo relevo sobre as placas úmidas de cerâmica.

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37

Fig. 37 – “Arara”.

Desenho em baixo relevo sobre as placas úmidas de cerâmica.

Fig. 38 – Processo de secagem das peças entre placas de gesso.

Após as placas secarem elas foram para a primeira queima a 850ºC em forno

elétrico. Ao saírem do forno (queima de biscoito) foi realizada a coloração dos

azulejos usando corante mineral (baixo esmalte / BV) (Fig. 39, 40, 41, 42 e 43). As

placas foram coloridas uma a uma, e após o término de cada painel foi retirado o

excesso com o auxílio de um pincel.

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38

Fig. 39 – “Garças”.

Painel colorido com corantes minerais (baixo esmalte/BV).

Fig. 40 – “Tuiuiú”.

Painel colorido com corantes minerais (baixo esmalte/BV).

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39

Fig. 41 – “Tucano”.

Painel colorido com corantes minerais (baixo esmalte/BV).

Fig. 42 – “Onça pintada”.

Painel colorido com corantes minerais (baixo esmalte/BV).

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40

Fig. 43 – “Arara”.

Painel colorido com corantes minerais (baixo esmalte/BV).

Para a fixação dos corantes minerais todos os azulejos foram pulverizados

com vidrado transparente de chumbo, que garante a transparência incolor. O

vidrado faz com que o corante se fixe na peça, uma vez que os corantes não

possuem fundentes em sua composição. O vidrado é uma suspensão aguada de

materiais insolúveis misturados muito finos, que são aplicados em peças cerâmicas

para formar uma cobertura. Quando os materiais são levados a determinadas

temperaturas, fundem e quando a peça esfria aparece a camada vítrea.

As peças devem ficar totalmente cobertas pelo vidrado, com uma camada

fina e uniforme, pois o acumulo de vidrado pode interferir no resultado final da

coloração (Fig. 44). Durante o processo de pulverização dos painéis: “Tucano”,

“Garças” e “Onça pintada” foi utilizado um pulverizador manual. Para os dois últimos

painéis: “Tuiuiú” e “Arara” não havia mais pulverizadores que não entupissem e

mãos que aguentassem. Foi então usado um compressor com a pistola de

pulverização, que realizou o processo de pulverizar muito mais rápido e prático.

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41

Fig. 44 – Peças sendo esmaltadas com pulverizador manual.

Após a esmaltação das peças elas foram novamente ao forno para a

segunda queima que é a queima do vidrado, na temperatura aproximadamente de

1100ºC, uma vez que a mufla elétrica da oficina de cerâmica encontra-se com

problemas no registro de temperatura do pirômetro.

Quando as peças saíram do forno constatei que algumas placas dos

seguintes painéis: “Tuiuiú”, “Tucano”, “Onça” e “Arara” estavam manchadas com a

cor branca. Em um primeiro momento pensei que o fato delas estarem um pouco

esbranquiçadas era devido à esmaltação. Depois de relembrar todo procedimento

desde a coloração com os corantes minerais, percebi que o motivo era devido ao

momento em que foi retirado o excesso do corante com o pincel. Pois um resquício

da cor branca estava em cima das devidas placas, o que após colocar o vidrado

apenas a fixou mais ainda.

Nas fotos a seguir (Fig. 45, 46, 47, 48 e 49) o resultado final dos azulejos.

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Fig.45 – “Garças”.

Painel final esmaltado.

Fig. 46 – “Tuiuiú”.

Painel final esmaltado.

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43

Fig. 47 – “Tucano”.

Painel final esmaltado.

Fig. 48 – “Onça pintada”. Painel final esmaltado.

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Fig. 49 – “Arara”.

Painel final esmaltado.

Como a intenção deste relatório são os painéis artísticos em

integração arte / arquitetura, as fotos abaixo (Fig. 50, 51 e 52) mostram como ficaria

os painéis inseridos em obras arquitetônicas.

Fig. 50 – Painel de azulejos “Arara” em integração arte / arquitetura.

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45

Fig. 51 – Todos os painéis inseridos em uma obra arquitetônica.

Fig. 52 – Painel de azulejos “Garças” em integração arte/ arquitetura.

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CONCLUSÃO

Durante o desenvolvimento deste trabalho observei como nunca havia

observado antes, a beleza que os painéis têm. O contraste que dão ao interagirem

com uma obra arquitetônica é muito interessante.

Quando comecei o estudo sobre os painéis não tinha muito conhecimento,

muito menos que a maioria dos painéis eram usados na integração arte /

arquitetura. Ao pesquisar e estudar para desenvolver este trabalho fiquei admirada

com tanta beleza.

Estava certa do trabalho que queria realizar, porém sabia que seria bem

trabalhoso. O tema já estava decidido, sempre quis representar algo que remetesse

ao nosso Estado. E o suporte também, seriam os azulejos!

Os azulejos foram todos feitos artesanalmente, formando cinco painéis de

tamanhos reduzidos representando a fauna sul-mato-grossense.

A realização primeiramente dos protótipos serviu para que eu conhecesse

melhor os materiais e para fazer eventuais mudanças. Os desenhos foram

repensados e alguns animais foram substituídos por outros. Outra alteração foi a

retirada do rejunte, o que deu ao painel mais leveza.

O resultado final foi satisfatório. As tonalidades obtidas após a queima foram

as desejadas. Apenas um pequeno acidente de percurso, imperceptível antes da

queima, podendo ser visto somente após a esmaltação.

Foi uma experiência muito boa, pois além de saber mais sobre a história de

alguns painéis também pude aprender um pouco mais sobre o manuseio da massa

cerâmica, seu processo de secagem, de coloração e de queima. Os erros que

aconteceram serviram para minha aprendizagem.

A intenção dos painéis é fazer a integração arte / arquitetura e com isso levar

ao público um pouco da arte da azulejaria em painéis artísticos.

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REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, Dora. Azulejos portugueses em São Luís do Maranhão . Rio De Janeiro: Fontana - Fundaçao Luiz La Saigne, 1980. ______. Azulejo documento de nossa cultura. In: MARIA, Cristina VerezaLodi Dias. (Org.). Patrimônio azulejar brasileiro: aspectos históricos e de conservação. Brasília: Ministério da Cultura, 2001.p. 27-73. AMARAL, Carmem. Azulejaria portuguesa em Belém (PA): História, estética e significado. Disponível em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/azulejaria_portuguesa.pdf > acessado em 14/04/2011 BULCÃO, Athos. Biografia. Disponível em: <http://www.biografia.inf.br/athos-bulcao-artista-plastico.html> acessado em 23/03/2011 CAYRES, Sandra M. F. ; ABREU, Vanja M. Prates. Arte da nossa terra – Cleir Ávila. Disponível em: < http://www.artenossaterra.xpg.com.br/> acessado em 16/06/2011. CAVALCANTI, Caros. História das artes: curso elementar I. Pré história-Antiguidade. Rio de Janeiro: J. Ozon, 1963. ______. O azulejo na arquitetura civil de Pernambuco, século XIX. São Paulo: Metalivros, 2002. CAVALCANTI, Lauro; EL – DAHDAH, Farès. A doce revolução de Oscar Niemeyer. Rio de Janeiro: 19 Design e Editora Ltda, 2007. EGON, Antônio T.; BERG, Maria Sampaio Tavares; SALDANHA DA GAMA, Ségio. Considerações sobre a utilização do azulejo no Brasil. Construção em São Paulo, São Paulo, n. 1296, p. 37, 1972. ENCICLOPÉDIA, Itaú. Azulejo. Disponível em: <http://itaucultural.org.br>. Acessado em 25/04/2011. ENCICLOPÉDIA, Itaú. Artes Aplicadas. Disponível em: http://itaucultural.org.br. Acessado em 25/04/2011.

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48

ESPINDOLA, Humberto. Portal Humberto Espíndola. Disponível em: <http://www.humbertoespindola.com.br/> acessado em 17/06/2011 FIGUEIRA, Beto. Azulejaria. Disponível em: <http://azulejosazulejaria.blogspot.com/> acessado em 06/05/2011 FIGUEIREDO, Aline. Artes Plásticas no Centro-Oeste. Cuiabá, Edições UFMT / MACP, 1979. GLOBO, Rede. Pantanal Brasileiro. Disponível em: < http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/05/enchente-fortalece-e-renova-vida-do-pantanal-brasileiro.html> acessado em 28/05/2011 LADEIRA, Leonardo. Patrimônio Histórico. Disponível em: <http://www.rioecultura.com.br/coluna_patrimonio/coluna_patrimonio.asp?patrim_cod=16> acessado em: 23/03/2011 MANCINI, Alexandre. Painéis. Disponível em: <http://alexandremancini.tumblr.com/> acessado em 08/05/2011 MORAIS, Frederico. Azulejaria Contemporânea no Brasil – Volume II. São Paulo: Editoração Publicações e Comunicações Ltda, 1988. ______. Azulejaria Contemporânea no Brasil – Volume II. São Paulo: Editoração Publicações e Comunicações Ltda, 1990. ______. Humanizador dos espaços de Brasília. Jornal de Brasília, Brasília, 2 jul. 1998. Edição extra: Athos Bulcão 80 anos. SIMÕES, João Miguel dos Santos. Azulejaria portuguesa no Brasil (1500-1822). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965.

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Fernanda Zomkowski Corrêa de Arruda

DADOS PESSOAIS

Data de nascimento: 06/12/1985 Campo Grande / MS Celular: (67) 8464-4505 e-mail: [email protected]

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Curso: Artes Visuais (Bacharelado) Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / UFMS Ano de conclusão: 2011 Duração normal do curso em anos: 4 anos Curso: Arquitetura e Urbanismo – Incompleto Universidade: UNIDERP Situação: Trancado com dois anos cursados

EXPERIÊNCIA

Estágio Extra-Curricular nas Lojas Sertão – Setor de Revestimentos

ATIVIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS

Curso avançado de informática de Auto Cad 2000 – Com carga horária total de 30 horas

Curso básico de fotografia – Com carga horária total de 6 horas aula

Curso Avançado de Paisagismo – Com carga horária total de 26 horas aula

Curso Avançado de Tear

Participação da exposição coletiva de escultura: Assemblage / UFMS

Participação da exposição coletiva de escultura: Cabeças / UFMS

Participação da exposição coletiva de escultura: Produção Seriada / UFMS

Participação da exposição coletiva de escultura: Concreto Celular / UFMS

Participação do Ciclo de Debates Arte Agora – Tema: “Sem Fronteiras: O artista do MS fora do MS.” - 2º edição 2010 / SESC

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Participação do Ciclo de Debates Arte Agora – Tema: “Uma possibilidade de Processo Criativo Coletivo em Dança Contemporânea: ME=MORAR.”- 3º edição 2010 / SESC

Participação do Ciclo de Debates Arte Agora – Tema: “Arte profissão possível: Ex-alunos do Curso de Artes Visuais – UFMS.” - 4º edição 2010 / SESC

Participação do Ciclo de Debates Arte Agora – Tema: Arte Contemporânea na Sala de Aula – Arte na Escola – MS.” – 5º edição 2010 / SESC

CONHECIMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Inglês: Nível Básico

CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA

Microsoft Word, Power Point, Internet, Auto Cad 2000, Adobe Photoshop

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PORTFÓLIO

FRAGMENTOS DA FAUNA SUL-MATO-GROSSENSE NA INTEGRAÇÃO ARTE /

ARQUITETURA POR MEIO DE AZULEJOS

Obra: “Garças”. Artista: Fernanda arruda

Técnica: cerâmica Dimensão: 40 cm x 60 cm

Ano: 2011

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Obra: “Tuiuiú”.

Artista: Fernanda Arruda Técnica: cerâmica

Dimensão: 40 cm x 60 cm Ano: 2011

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53

Obra: “Tucano”.

Artista: Fernanda Arruda Técnica: cerâmica

Dimensão: 40 cm x 60 cm Ano: 2011

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Obra: “Onça pintada”.

Artista: Fernanda Arruda Técnica: cerâmica

Dimensão: 60 cm x 40 cm Ano: 2011

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Obra: “Arara”.

Artista: Fernanda Arruda Técnica: cerâmica

Dimensão: 40 cm x 60 cm Ano: 2011