arroio luiz rau

22

Upload: marcos-henkel

Post on 18-Jul-2015

457 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Arroio Luiz Rau
Page 2: Arroio Luiz Rau

Onde estará o verde, que agora guardo em imagens, frágeis registros de outrora abundância?

Page 3: Arroio Luiz Rau

Porque te maltratam tanto?

Porque impiedosamente

te confundem com uma cloaca? Onde por certo

depositam o que possuem

de moral e bons costumes.

Page 4: Arroio Luiz Rau

Encontro a razão desta calamidade em cada esquina onde faltam lixeiras e cidadania.

Me perdoem os mais desprovidos, mas por debaixo de cada tapete deposita-se o lixo que tanto praguejam e por vezes ajudam a esconder.

Page 5: Arroio Luiz Rau

Mas o nefasto, com aval do Cristo ao lado, são os homens responsáveis pelo nosso bem coletivo pedirem desculpas públicas por decisões secretas.

Page 6: Arroio Luiz Rau

Vieram aos poucos, sorrateiros. As árvores, assim como o lixo, jogadas para dentro do arroio.

Page 7: Arroio Luiz Rau

Se me perguntarem do que me alimento, direi que também é da beleza e qualidade natural de vida.

O Município e seus representantes eleitos, são responsáveis pelo que constroem mas também pelo que destroem. Matam, assassinam em nome do progresso duvidoso.

Page 8: Arroio Luiz Rau

Não! Não! Não! O seu lugar é aqui. É uma herança maldita esta mutilação paisagística de Novo Hamburgo.

As árvores foram replantas em outro lugar, dizem... Mas e eu que fui morar ali perto justamente pelas árvores.

Page 9: Arroio Luiz Rau

Terei saudades. Não sei se mais alguém, mas eu terei saudades.

Um belo recanto na zona central. Onde passam, vem e vão, pessoas que se misturam com a vida do verde que pede perdão por estar morando alí.

Vida nova no Parcão? Não, lá não é seu lugar!

Page 10: Arroio Luiz Rau

Posso perguntar o que ele pensa e ele responder que tanto faz, mas também posso desencadear em sua mente o sentido de frustração, impotência, revolta, ante a impossibilidade de poder fazer algo contra o assassínio da natureza.

Page 11: Arroio Luiz Rau

Um resto de fulgor. Uma visão que não se tem mais.

Page 12: Arroio Luiz Rau

Nas manhãs de sol ou nuvens, chuva ou frio.

São inúmeros os que desfrutam a companhia da sensível vegetação. Caminhando, correndo, participando da vida, em companhia da vida!

Page 13: Arroio Luiz Rau

Ao menos para mim é inconcebível

não perceber e sentir a diferença entre o ontem e o hoje.

Apostar num progresso duvidoso...

Ou acreditar que a vida vale mais à pena?

Então? Trarão os trilhos prosperidade ou insegurança?

Valerá à pena?

Page 14: Arroio Luiz Rau

São tantos os adjetivos ruins e nenhum bom para resumir este ato.

As imagens mostram já um passado, um hiato...

Page 15: Arroio Luiz Rau

Valerá à pena? Valeu à pena?

Page 16: Arroio Luiz Rau

Esse trem alegadamente trará progresso. Será?

Será que porto-alegrenses, esteienses, canoenses virão até aqui para consumir nossos produtos?

Fiquei sabendo por um pseudointelectual daqui mesmo (aqui tem muitos), que o tal trem trará cultura !!!!!!!!!!

Também alegam que o trem levará à capital muita gente que vai em seus carros a trabalho. Será que irão?

Oque pode esse trem trazer talvez seja um substancial aumento da criminalidade e insegurança dentro de seus vagões.

Page 17: Arroio Luiz Rau

Onde menos espera-se, brota a beleza.

São em estufas, jardins e inclusive às margens dum tal “Arroio Preto”.

Page 18: Arroio Luiz Rau

Esta praça era linda. E útil pois servia de ligação do centro da cidade com o shopping e a rodoviária velha.

Sentava-se ali, pensava-se ali, vivia-se ali. É ridículo.

Page 19: Arroio Luiz Rau

Mesmo que o trem tenha uma certa razão de existir, mesmo assim vejo como um atentado à cidade.

Como cidadão hamburguense, lamento que ele tenha vindo até o centro e devastado a pouca beleza natural que ainda temos.

Ficasse próximo a Rodoviária Nova na Fenac. Com linhas de ônibus conectadas com o trem.

Mas a volúpia pelo grandioso, pelos 15 minutos de fama deverão ter um preço.Assim como o progresso a qualquer custo também tem um preço e nesse caso prefiro guardar minhas fichas.

Page 20: Arroio Luiz Rau

Estes sapatos por certo pertenceram a alguém.

Existem muitas possibilidades para este par de sapatos. Poderá parar no lixão municipal, ser guardado por outro transeunte necessitado. Poderá apodrecer ali mesmo se ninguém apanhá-lo. Pode ser jogado no Arroio Preto como tantas vezes acontece com coisas ou desejos descartáveis.

Mas e o homem? Para onde foi o homem que descalçou este par de sapatos? Teria se transformado naquela barata e assumido a nova vida já sem tanta vida ao redor?

E para onde irão os homens que apostam tudo no progresso a qualquer preço? Que descartam a vida em toda sua amplitude numa latrina ou promulgando seu conceito pessoal de progresso assinando um papel barato? Desrespeitosamente achando que todos veem o meio ambiente como algo desconectado de um todo. Separado do homem. À disposição do homem.

Me sinto responsável por Monte Belo, O São Francisco e também a natureza ao longo do ARROIO LUIZ RAU.

Page 21: Arroio Luiz Rau

UM TRIBUTO

Para mim tornou-se necessário fazer esta homenagem a um dos locais mais aprazíveis nos arredores do centro de Novo Hamburgo.

Já houveram outros desmandos semelhantes quanto a mutilação do nosso legado paisagístico. Lembro da Praça do Imigrante que até os anos 70 era um local com muito vais verde, muito mais bancos, um coreto, romantismo e menos concreto inútil. Novo Hamburgo perdeu uma oportunidade de procurar e certamente encontrar soluções mais corretas no sentido de valorizar a qualidade de vida.

Qualquer que sejam os argumentos para minimizar e justificar as obras do trem, creio serem eles questionáveis no sentido do planejamento urbano, paisagístico, do trânsito e no apelo pela qualidade de vida.

m.h.

Page 22: Arroio Luiz Rau

A história é antiga. Foi em 1918 que nosso arroio recebeu o nome de Luiz Raul, em homenagem a um curtidor vindo da

Alemanha.O Luiz Rau é também conhecido como “Arroio Preto”. Corta Novo Hamburgo numa extensão de aproximadamente 14 km.

Nasce na encosta de Dois Irmãos, passa pelo bairro Roselândia indo para Estância Velha. Retorna então a Novo

Hamburgo passando pelos bairros Rincão, Operário, Vila Rosa, Rio Branco, Centro, Ideal, Pátria Nova, Ouro Branco, Liberdade, Industrial e Santo Afonso. Onde então

desemboca no Rio dos Sinos.