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MARCELA DÓREA BATTESINI COLETÂNEA BIBLIOGRÁFICA ACADÊMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM SERGIPE. SÃO CRISTÓVÃO - SE JUNHO 2010

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EStudo sobre as Unidades de Conservação de Sergipe

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MARCELA DREA BATTESINI COLETNEA BIBLIOGRFICA ACADMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAO EM SERGIPE. SO CRISTVO - SE JUNHO 2010 Marcela Drea Battesini COLETNEA BIBLIOGRFICA ACADMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAO EM SERGIPE. TrabalhodeConclusodeCursoapresentadoao DepartamentodeCinciasFlorestais,Universidade FederaldeSergipe,comorequisitoparcialpara obteno do ttulo de Engenheira Florestal. SO CRISTVO - SE JUNHO - 2010 COLETNEA BIBLIOGRFICA ACADMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAO EM SERGIPE. TrabalhodeConclusodeCursoapresentadoao DepartamentodeCinciasFlorestais,Universidade FederaldeSergipe,comorequisitoparcialpara obteno do ttulo de Engenheira Florestal. APROVADA: 27 de Junho de 2011 ORIENTADA: Marcela Drea Battesini _______________________________ Profa. Dra. Laura Jane Gomes (Orientadora Pedaggica) ____________________________ Profa.Dra. Myrna Friederichs Landim de Souza(Examinadora) ____________________________ Prof. Msc. Genival Nunes (Examinador) AGRADECIMENTOS Quandoentreinaminhasalapelaprimeiravez,olheitodaasaladaporta.Jhavia decidido queiriaandar com o pessoalmais divertido da sala. E assimfoqueiem Jos, Glauber, Andreza,JussaraeDani,queriamdescontroladamentenofundodireitodasala,foioqueme chamou ateno!Apesar de no ter acompanhado esse grupinho por algum tempo guardo muito boas lembranas de vocs!!! Espero que sejam muito felizes nesta vida maluca que a gente leva, em seja l qual a parte mundo. Afinal nunca temos espao definido! Ei Crissss,minha companheira deviajar omundo todo, estando no Brasil...kkkkk!Um dianosbateremoslforacerto!!Aindatenhoesperanas!!Crisgrandeamiga,devriashoras, noesqueodagenteestudandohidrulicaas22:00naBicenporumasemana,rindoprase acabar, pois a matria era incompreensvel, e comendo brigadeiro, sendo expulsas da Bicen!! Gostariadeagradeceratodosamigosalopradosquetenho,quedecertaformame ajudaram a ter flego para colocar em prtica meus desejos profissionais malucos e repentinos de correr atrs das coisas, seja l o que for! Gostariadeagradecertodaaminhafamlia,apesardosmeusrepentes,vocscom CERTEZA,SEMPREestiveramaomeulado.AgradecimentoespecialaosmeusavsDinoe Gildaquemesmocomalgunsmuitosquilmetrosdedistnciasempreestiveramaomeulado, dando todo tipo de apoio. E posso ento dizer que consegui entrar para o time de engenheiros da famliaBattesini,esperodarmuitoorgulhoavocs!Gostariadeagradecernaminhasempre amada av Lcia, que com certeza esteve olhando por mim todo esse tempo, me soprando dicas doquefazer,comoseguir!Meuspais,eleseramosresponsveispormim,atos18anos..rsrs digoissoporquequeroqueaproveitemavidaepodemcolheravontadedosmeusfrutos! Lucianaminhairmquemeajudoupracarambacomtodasuateimosiaboavontadee inteligncia..kkk!!Mirian..umdesabafo:kkk..senofossevc,euteriapassadomuitosdiasde fome e no teria me dedicado a tudo que fiz. Voc foi responsvel pela minha EnErGiA!! Adoro vc e suas panquecas..kkkkkk!!! Valter,nossa!!Valtertantacoisapramim!Tenhocertezaquenovaicabernesse papel!Achoqueelenosabe,maselefoiumaexplosodecoisasmaravilhosas,quaseuma revoluo. (Tenho mais coisas pra te dizer pessoalmente, mas ao longo da vida te digo..kkk). Se isso me ajudou no ramo profissional? Kkkk.. me ensinou a como estar em cada situao.. boas e ruins! Fiz direitinho viu!! Ensinou- me a no dar tanta importncia pro outros e VIVER, simples n? Mas to importante, todo mundo devia fazer isso!! NopossodeixardefalardasminhasamigasdocolgiotudocomM..kkkMirian, Marina, Mara.. isso deu uma confuso no telefone.. e minha irm l lembrava quem tinha ligado pra mim...kkkkk Ah! tem rica, Dbora, Jefinho.. Tudo gente fina viu!! Muito obrigada!! GostariadeagradeceraProf.LauraJanequesempremuitoatenciosacomseus orientandos! Trabalhei muito, mas me diverti com sua orientao tb, e aprendi BASTANTE! Porfim,masnoporltimo(rsrs..),gostariadeagradeceraomeuchefinhoRicardo Itabora,apesardemederrubardocarrinhodeplantaseapagarminhasmensagensdetrabalho pensandoqueera oe-maildele...kkkMeajudou muitonaincrvelartedecriarpaisagens!!Vcs precisam v o que esse homem faz, a imaginao brota da pedra.. srio! Gostaria de te dizer que sempre que precisar de algum com 1,5 m estarei presente de alguma forma! ii Sumrio 1.Introduo....................................................................................................................... 1 2.Reviso de Literatura ...................................................................................................... 3 2.1.O Ambientalismo Mundial ....................................................................................... 3 2.2.Histrico de Criao das Unidades de Conservao no Brasil .................................. 7 2.3.O Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) .................................... 11 3.Metodologia .................................................................................................................. 15 3.1.Unidades de conservao estudadas do estado de Sergipe ...................................... 15 3.2.Coleta de dados e anlise das informaes ............................................................. 19 4.Resultados e Discusses ................................................................................................ 23 4.1.Quadro geral das publicaes das unidades de conservao .................................... 23 4.2Quadro geral das publicaes das Unidades de Conservao de Proteo ............... 25 4.2.1Parque Nacional da Serra de Itabaiana ........................................................................30 4.2.2Refgio de Vida Silvestre Mata do Junco ...................................................................31 4.2.3Reserva Biolgica Santa Isabel...................................................................................32 4.2.4Monumento Natural do Angico ..................................................................................34 4.3Quadro geral das publicaes das unidades de conservao de uso sustentvel ....... 34 4.3.1rea de Proteo Ambiental Morro do Urubu.............................................................38 4.3.2Floresta Nacional do Ibura .........................................................................................39 4.3.3rea de Proteo Ambiental Litoral Sul .....................................................................41 4.3.4Reserva Particular de Patrimnio Natural Fonte da Bica .............................................42 4.4 Trabalhos que envolveram mais de uma unidade de conservao ................................ 43 4.5 Temas Abordados ....................................................................................................... 44 4.6 Instituies de Pesquisas ............................................................................................. 45 5.Concluso ..................................................................................................................... 47 6.Referncias Bibliogrficas ............................................................................................ 49 APNDICE ......................................................................................................................... 53 iiiLISTA DE QUADROS Quadro1:GruposdeUnidadesdeConservaoemSergipepesquisadasequeapresentam DecretosnaesferaFederal,estadualeMunicipal,comreatotalemKm,municpios abrangentes e informaes sobre o Planejamento.....................................................................17 Quadro2:Fichadecatalogaodetrabalhosacadmicospesquisadosparaacoletnea bibliogrfica acadmica das unidades de conservao em Sergipe..........................................22 Quadro 3: Trabalhos acadmicos publicados por tema de estudo nas unidades de conservao de Proteo integral do estado de Sergipe.................................................................................29 Quadro4:TrabalhosacadmicospublicadosportemadasunidadesdeconservaodeUso Sustentvel do estado de Sergipe..............................................................................................38 Quadro 5: Nmero de trabalhos cientficos das unidades de conservao do estado de Sergipe distribudos por grupos e meios estudados...............................................................................44 iv LISTA DE FIGURAS Figura1:Chavedeclassificaoutilizadaparaaorganizaodostrabalhosacadmicos pesquisadosparaacoletneabibliogrficaacadmicadasunidadesdeconservaoem Sergipe...................................................................................................................... ................21 Figura2:PorcentagemdepublicaesdasUnidadesdeConservaodoEstadode Sergipe........................................................................................................ ..............................24 Figura 3: Publicaes cientficas no Parque Nacional Serra de Itabaiana de 1980 a ao primeiro semestre de 2011............................................................................................................. ..........31 Figura4:PublicaescientficasnoRefgiodeVidaSilvestreMatadoJunco,de2001a 2011...........................................................................................................................................32 Figura5:PublicaescientficasnaReservaBiolgicaSantaIsabelentre osanosde1991e 2010...........................................................................................................................................33 Figura 6: Publicaes cientficas da rea de Proteo Ambiental Morro do Urubu no perodo de 2006 a 2010..........................................................................................................................39 Figura 7: Publicaes cientficas da Floresta Nacional do Ibura..............................................40 Figura8:PublicaescientficasdareadeProteoAmbientalLitoralSulde1996a 2010...........................................................................................................................................41 Figura 9: Publicaes cientficas da Reserva Particular de Patrimnio NaturalFonte da Bica, de 2001 a 2010. ........................................................................................................................42 Figura10:Publicaescientficasqueabordarammaisdeumaunidadedeconservaodo estado de Sergipe, de 1996 a 2010............................................................................................43 Figura 11: Nmero de Publicaes referentes s unidades de conservao em Sergipe, do tipo TrabalhodeConclusodeCurso,DissertaodemestradoeTesededoutorado,por Instituio de Pesquisa..............................................................................................................46 vRESUMO Aprimeiraunidadedeconservaosergipanafoicriadanofinaldadcadade80. Desdeento,vriasoutrassurgiramprincipalmentenasesferasfederaleestadual.As unidadesdeconservaosoambientesdealtadiversidadebiolgica,podendoconter espciesendmicaserecursosnaturaisdevalorimensurvel,ondepesquisadorespodem desenvolverestudosnosmeiosbitico,abiticoescio-ambiental.Estesestudosso importantes ao fazer levantamentos que podem caracterizar as reas, a fim de contribuir para a elaborao do Plano de Manejo. Este trabalho teve como objetivo de elaborar uma coletnea bibliogrficaacadmicadasUnidadesdeConservaoemSergipe,visandodisponibilizar para a sociedade e aos rgos gestores. Esta coletneafoi construda combasenasseguintes unidades de conservao: Parque Nacional Serra de Itabaiana, Reserva Biolgica Santa Isabel, MonumentoNaturaldoAngico,RefugiodeVidaSilvestreMatadoJunco,ParqueNatural Municipal de Lagoa do Frio, Floresta Nacional do Ibura, a Reserva Particular de Patrimnio NaturaldaFontedaBica,ReservaParticulardePatrimnioNaturalMarinheiroePedrada Urca,aReservaParticulardePatrimnioNaturalBomJardimeTapera,APAMorrodo Urubu e APA do Litoral Sul. A primeira captura de arquivos foi realizada por meio do site de buscaseletrnicasdoGoogleAcadmicoeScielo,ondefoifeitaumalistacomnomesde pesquisadoresquenumasegundaetapativeramseuscurrculoslattesanalisados.Bancosde dadosdecursosdeps-graduaotambmforamacessados.Apscoletadosdadosforam organizados em uma chave de classificao contendo temas especficos distribudos pelo meio fsico,biticoescio-ambiental.Estesdadosforamanalisadosquantoaonmerode publicaes,temaabordado,tipodepublicaorelacionandoacadaUnidade.OPARNA SerradeItabaianafoiaUnidadedeConservaoqueapresentoumaiornmerodeestudos cientficos(54%).OParqueNaturalMunicipalLagoadoFrioeasReservasParticularesde Patrimnio Natural Bom Jardim Tapera e Marinheiro e Pedra da Urca no foram encontradas publicaes.OstemasmaisestudadosnogrupoProteoIntegralforam:Flora(22,93%), Fauna(19,51%)eEducaoAmbiental/Ecoturismo(17,56%).JasunidadesdeUso SustentvelapresentarampublicaessignificativasnostemasEducaoAmbiental/ Ecoturismo (34,09%), Planejamento (20,45%) e Flora (13,64%).A Universidade Federal de Sergipe se apresentou como a instituio com maior nmero de estudos.

Palavras-chave: Publicaes Cientficas, Trabalhos Acadmicos, plano de manejo vi 1 1.Introduo Nomeiocientfico,aquestoambientalvemganhandocadavezmais importncia. Este crescente valor que vm se agregando ao bem natural, permite que as unidadesdeconservaorecebammaisrecursosfinanceiroseapoiodacomunidade cientfica. Assim estas unidades tornam-se mais conhecidas, permitindo que a sociedade saiba da sua importncia de criao. Histricamente,oscritriosparaseleodereasaseremprotegidasse sofisticaram,abandonando,porexemplo,anfaseinicialnaspaisagens espetaculares. As polticas de criao dessas unidades passaram a se guiar por critrioscientficos,como por exemplo representatividade ecossistmica, escassez relativa de paisagens,proteoflora,faunaerecursoshdricos,defesadabiodiversidadeedos ciclos reprodutivos de espcies vegetais e animais, e por critrios sociais como a oferta delazer,odesenvolvimentodapesquisacientficaeaeducaoambiental (DRUMMOND,1997;MORSELLO,1999apudGOMES,2002).Taiscritrios cientficospassaramaserutilizadosnoBrasilsomentenadcadade80(FERREIRA, 1999 apud GOMES, 2002).NoestadodeSergipeasunidadesdeconservaoestopresentesnaesfera municipal, estadual e federal, que abrigam inmeras formaes vegetacionais e espcies dafauna,embelaspaisagensquedespertamointeressedasociedade.Dentreas categoriasdeunidadesdeconservaopresentesnoestadoencontram-se:Parque Nacional,ReservaBiolgica,MonumentoNatural,RefgiodeVidaSilvestreeo Parque Natural Municipal, Floresta Nacional, Reserva Particular de Patrimnio Natural, Reserva Particular de Patrimnio Natural, rea de Proteo Ambiental. DeacordocomGomesetal.(2010),unidadesdeconservaoemSergipe abrangem5,19% da rea total do estado. Contudo, falta a aplicao demecanismos de gesto para que essas reas atinjam os propsitos para as quais foram criadas.O que tambm visvelem estudosrelacionadoss unidades de conservao, quedeummodogeral,partedelastemtidoumaperdadeobjetividadequantoaos propsitos de criao, e acabam se transformando em meras reas de recreao, sem que haja a elaborao de instrumentos de gesto eficientes. AmaioriadasunidadesdeconservaodeSergipefoiimplantadanofinalda dcadade80einciodadcadade90.Desdeento,diversosestudosvemsendo 2 realizadosporpartedeprofissionaisdeinstituiesgovernamentaisouno-governamentais.Por outrolado,noexistea organizaodeumacoletneaacadmica bibliogrfica o que pode facilitar a busca dos gestores por trabalhos que possam auxiliar na gesto da rea.Sabe-se que existem profissionais que desenvolveram estudos, nas unidades de conservaoouaindanoseuentorno,pormeiodeprojetosdepesquisaeobtiveram dadosimportantes,comoporexemplo,existnciadeespciesendmicasepossveis impactosambientaisnasUCs.Entretanto, taisdados,encontram-sefragmentadosese cruzados,podem sermelhor aproveitadosno desenvolvimento denovos estudos, a fim de aprofundar conhecimentos, e at mesmo auxiliar na elaborao de planos de manejo dessas UCs. Procurandopreencheressalacuna,estetrabalhotemcomoobjetivogeral organizar uma coletnea bibliogrfica acadmica das unidades de conservao do estado de Sergipe, a fim de transform-la em um banco de dados disponvel sociedade e aos rgos gestores. Como objetivos especficos,teve como intuito relacionar o nmero de trabalhos gerados aos temas principais e perodos histricos de publicao. 3 2.Reviso de Literatura 2.1.O Ambientalismo Mundial No sculo XVIII, chegou Europa o ideal de povos orientais que veneravam a naturezaenomaltratavamosanimais.Contudo,talidealfoidesaprovadopelos europeus que julgavam ser um alto grau de humanizao por parte dos naturalistas. Este novocontextofoiessencialparaasmudanasnafilosofiaeuropianoincioda Revoluoindustrial.NosculoXIX,avidanocampopassouasermaisvalorizada devidomqualidadedosaresdascidades,quepassaramaserconsideradosum ambiente no agregativo e anti-social. Assim os romnticos, difundiam a intocabilidade danaturezaeassimbuscavamreasnaturaisisoladas,livresparaacontemplaodo ambiente selvagem (DIEGUES, 2001). NaEuropa,quandoospoucoslugaresondeanaturezahaviasidopreservada, foramameaadospelasindstriaseaagricultura,osnaturalistasreagiramcomouma ondadeprotecionismopelomundoparadeteraexploraosemlimites.Assimnos Estados Unidos, que detinha a costa Oeste relativamente intocada, surgiram argumentos dequedeveriamdelimitarreasparaapreservaoeaconservao(McCORMICK, 1992).Em1862,houveacorridadosamericanosembuscadeterrasparaserem cultivadasnooestedopas.Estaocupaodesenfreada,ondeatosindgenasforam ignorados,despertouideaisambientaisconservacionistasquepregavaousoadequado dosrecursosnaturais.Contudoparaamassadasociedadeosrecursosnaturaiseram inacabveiseassimaidiadoconservacionismoutilitrionopareciaimportante.No ano de 1872 foi ento criado o Parque Nacional de Yellowstone (DIEGUES, 2001).Ocenrioamericanodetensesdiantedaocupaodesenfreadadaregio oeste do pas e as diferenas das concepes conservacionistas e preservacionistas para aproteodorecursonaturaldesencadearammedidasdecuidadocomanaturezano mundo inteiro, inclusive no Brasil (FRANCO, 2002). Aconcepopreservacionistapregavaaadoraonaturezanosentidode vivenciaraestticaeavidaespiritualselvagemafimdeprotegeranaturezacontrao desenvolvimentomoderno,industrial,urbano,deseuinteresseutilitrioedovalor 4 econmico. J a conservacionista tinha como base aidiade conservao dos recursos naturais de forma racional, ou seja, evitar desperdcio no uso dos recursos naturais pela geraopresenteembenefciodamaioriadoscidados,prezandopelaeficincia, eqidadeeesttica.Esteidealconservacionistafoioprenncioparaoquesechama hoje de desenvolvimento sustentvel (DIEGUES, 2001). Comorespostaatalinfluncia,aprimeirapropostadecriaodeparques nacionaisnoBrasil,partiudeAndrRebouas,em1876,quecopiavaomodelo americano de parques nacionais (Yellowstone). Em 1911, Hubmayer defendeu a criao doParqueNacionaldeItatiaia,queseriaentoabertoparapessoasepesquisas cientficas (DIEGUES, 2001). Segundo Vallejo (2003), o Parque Nacional deYellowstone foi visto com uma perspectiva de salvar as remanescentes belezas naturais dos Estados Unidos, que haviam sofridoefeitosdeletriosdodesenvolvimentourbano-industrial.Apartirdeentoos parques nacionais foram tidos como praticas focadas preservao.Contudo,somenteumsculodepoisdacriaodeYellowstone(1872),o mundosevoltouparaumaefetivapreservaodomeioambiente.Asnaesse despertaram na Conferncia de Estocolmo no ano de 1972. Neste evento foi discutida a questodasemissesdepoluentesnaatmosferapelospasesdesenvolvidose subdesenvolvidos (MENDES, 2008). Afirma Orzechowski& Liesenberg (2009), sobre a Conferncia de Estocolmo, queesseeventoconsideradooprincpioparaoalastramentodopensamento ecolgico atual, como a formao de uma conscincia ambiental voltada para os valores da natureza e do habitat dos seres humanos. AConfernciadeEstocolmoficoudivididaemdoislados,pases desenvolvidosversuspasessubdesenvolvidos;nessecontexto,instalou-seumclima generalizadodeconfrontoentreosdiversospases.Ospasesdesenvolvidos,mais preocupadoscomasquestesambientaisdomundo,propuseramprogramas internacionais que tinham por objetivo proporcionar a conservao do meio ambiente e deseusrecursosnaturaisegenticos.Estasmedidaspropostasdeveriamsercolocadas emprticaimediatamenteparaquenohouvessedesastresnaturaisdecorrentesdo esgotamentodosrecursosnaturais.Emcontrapartida,ospasessubdesenvolvidos alegavamviverproblemasdeordemsocialeportantonecessitavamdesenvolver-se 5 economicamente, dando a questo ambiental uma importncia menos imediatista, frente necessidade de desenvolvimento industrial (MELGAO & ALVIM, 2008). Asintenesdospasesdesenvolvidos,apartirdeento,passaramaser questionadas pelos pases em desenvolvimento, j que estes primeiroshaviam atingido talpontodeevoluoindustrialgraasexploraodosrecursosnaturais,realizadas comoseestesfosseminacabveis.Destaforma,ospasesemdesenvolvimentoteriam que atingiro mesmo patamar dos pasesj desenvolvidos,sendolimitados pelas novas exigncias de controle ambiental.NaConfernciade1972,oBrasil,comopasemdesenvolvimento,liderouo blocodepasesqueresistiamnovapolticaambientalimplantadapelospasesde primeiromundo.Comoformaderesistnciaaestasnovaspropostas, oBrasileoutros pasesserecusaramreconhecerproblemticasdeexplosodemogrficae argumentavamqueaprincipalpoluioqueenfrentavameraamisria.Aposiodo Brasil que atravessava o perodo do governo militar- era a de "Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluio mais tarde", como declarou o Ministro Costa Cavalcanti, naocasio.Aposiogeraldefendidanoeventoeradequetodosospasestinham direitoaocrescimentoeconmico.Em1987,oRelatrioBrundtland,documento tambmconhecidoporNossoFuturoComum,defendia-seousosustentveldos recursosnaturaiscomonicaformadeconservarosrecursossemfrearo desenvolvimentodospasesdesenvolvidosesubdesenvolvidos(MELGAO& ALVIM, 2008). Em 1992, acontecia no Rio de Janeiro, a Conferncia das Naes Unidas sobre MeioAmbienteeDesenvolvimento (CNUMAD).Nesteevento, oBrasil,quehaviase oferecidoparasediaroencontro,ganhoudestaquepelasuapreocupaoambiental perante o mundo, melhorando sua imagem Ps-Conferncia de 72.A Conferncia do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentvele contribuiu deforma amplana conscientizao de que os danos ao meio ambiente eram emgrandepartederesponsabilidadedospasesdesenvolvidos;destaforma, reconheceu-se,anecessidadedeospasesemdesenvolvimentoreceberemapoio financeiroetecnolgicodosdesenvolvidosparaavanaremnadireoda sustentabilidade (MELGAO & ALVIM, 2008).6 VriosdocumentosforamproduzidosdaconfernciaRio1992,dentreelesa ConvenodaDiversidadeBiolgica(CDB)queteveinfluenciadiretasobreas unidades de conservao brasileiras. DentreosobjetivosdestaConvenotem-seaconservaodadiversidade biolgica, a utilizao sustentvel dos seus componentes e a repartio justa e eqitativa dosbenefciosdecorrentesdautilizaodosrecursosgenticos,incluindooadequado acessoaosrecursosgenticoseatransfernciaadequadadetecnologiaspertinentes, levandoemcontatodososdireitossobreessesrecursosetecnologias,emediante financiamento adequado. SegundoRibeiro(2002),ostermosdaCDBreconhecemaparticipaoativa dasmaisdiversascomunidadesprximasaosambientespreservados-povos, ribeirinhos,quilombolas,caiaras,entre outros;sejanaconservaodomeioambiente emsi,sejanarepartiodosbenefciosgeradospelaimplementaodenovas tecnologias. Naspalavrasdaex-ministradomeioambiente,MarinaSilva,2005:A Conveno sobre Diversidade Biolgica (CBD), da qual o Brasil signatrio, propicia a mais importante estrutura para a conservao da biodiversidade brasileira. ACDB,aocontemplardiversosaspectosbiolgicos,consideradacomoo primeirodocumentomundialsobreomeioambientecomproporesmaisamplas,ao reconheceraconservaodabiodiversidadecomoumapreocupaocomumdetodaa humanidadee parteintegral do processo de desenvolvimento. Dentre os seus aspectos, podemoscitar:gene,espcieeecossistema.Dos179pasespresentesnoreferido encontro,apenas11noassinaram,dentreosquais,tivemososEstadosUnidosea Malsia (SILVA M. B. M da, 2005). 7 2.2. Histrico de Criao das Unidades de Conservao no Brasil APrimeiraConfernciaBrasileiradeProteoNatureza(CBPN)foi realizada em 1934 no Rio de Janeiro durante o governo de Getlio Vargas, e refletiu o tpicopensamentopreservacionistapresentenasorganizaesdasociedadecivile instituiespblicas.Namesmaconferncia,estavamAndrRebouaseAlbertoJos Sampaio,queforamtidoscomonomesderefernciaporpossuremideaisecolgicos bastante avanados para a poca.Ao mesmo tempo, diversos congressos internacionais eram realizados ao redor do mundo, resultando emnovasleisfavorveis proteo da natureza. Nesta poca, no demorou muito para que abiodiversidadevirasse objeto de pesquisas, no sentido da sua preservao, principalmente por conta do crescente nmero de eventos relacionados proteo do meio ambiente (FRANCO, 2002).AtravsdaConstituioFederalde1934,oidealdeproteoambientalfoi finalmenteincorporadoaotextomximodalegislaobrasileira,aodefinircomo responsabilidade da Unio: proteger belezas naturais e monumentos de valor histrico e artstico.Nesse contexto, a poltica de criao de unidades de conservao encontrou terreno favorvel para a sua implementao, poca em que surgiu o Parque Nacional de Itatiaia (MUSSI & MOTTA, 2006). AindanestemesmoanofoicriadooCdigoFlorestalde34,assinadopelo ento Presidente Getlio Vargas, atravs do decreton 23.793/34, que foi o primeiroa regulamentarasreasprotegidasdoBrasil,adespeitodepreservaroseuvalorcnico semfazerrefernciadiretaconservaodosrecursosnaturais.Noanode1965, durante o governo de Castelo Branco, um novo cdigo florestal foi institudo no Brasil, atravs da Lei 4.771 em substituio ao cdigo de 34 e que se encontra em vigor at os dias atuais (FBDS, 2000). Apesardasunidadesdeconservaobrasileirasteremsidocriadasapartirda dcada de 30, por meio do cdigo Florestal, foi no incio da dcada de 60 que surgiram boapartedestasreasquetemosnaatualidade(RAMOS&CAPOBIANCO,1996). ComoexemploRylands&Brandon(2005),citaalgunsparques,dentreelesoParque NacionaldaSerradosrgos,osparquesnacionaisdasSeteQuedas(incluindoas Cataratas de Guara) e do Iguau, em 1939. Vinte anos mais tarde da criao do Parque doIguauforamcriadososparquesNacionaisdoAraguaia,UbirajaraeAparadosda Serra. No incio da dcada de 60, o de Caxiuan, no Parjuntamente com outras nove 8 reservasflorestais,todasnaAmaznia.ApesardequesomenteacategoriaFloresta Nacionalentrouparaocdigode65,asreservasflorestaisforamrevertidasparaa utilizaodosprogramasdogoverno,comoosdeassentamentoereservasindgenas, em parques nacionais - caso das de Tumucumaque ou ainda, reservas biolgicas- caso de Gurup, Jaru e Guapor. Na dcada de 70houve uma atualizao dos conceitos dos Parques Nacionais Brasileiros,passandoatermelhordefinioatravsdodecreton84.017,de21de setembrode1979.Dentreasalteraestrazidaspelonovodecreto,podemoscitara obrigatoriedade da elaborao doPlano de Manejo e Zoneamento para as Unidades de Conservao.Comorespostapositivadasalteraesdalegislaoqueprotegiaobem natural,osanoscompreendidosentreasdcadasde60e70foramosanosdemaior crescimento do nmero de parques nacionais brasileiros (FBDS, 2000).Porvoltadoanode1974,osprincipaispontosdosistemadeunidadesde conservaodoBrasilprocuraramdescreverodesenvolvimentodosconceitos ecolgicos.Nestapoca,dentreasmudanasimplementadas:foifeitaaclassificao dasreasprotegidas,estaduaisefederais;adiferenciaodasreasdeconservao, entreproteointegraledeusosustentvel;eaindaonveldeproteodosbiomas (RYLANDS & BRANDON, 2005).Em 1979, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), elaborou o Plano de Sistema de Unidades de Conservao no Brasil, cujo objetivo principal era o estudodetalhadodasregiespropostascomoprioritriasparaaimplantaode unidades.Ademais,oPlanosepropunhaareavaliarascategoriasdemanejoatento existentes(parquenacionalereservabiolgica).Estasatentonicas,eram consideradasinsuficientesparacobriragamadeobjetivospropostos.Nesseplano recomendou-se a criao de outros tipos de unidades deconservao, mas alegislao correspondente no a cumpriu (GUTIERRE, 2010). OpresidenteJosSarney,noanode1988,fundouumprogramaintitulado Nossa Natureza, que procurava estabelecer regras para uso e preservao da natureza e os recursos renovveis na Amaznia Legal, com vistas aos prejuzos ocasionados pela sua explorao descontrolada.Alguns dos principais pontos do programa eram deter a degradaodomeionaturaleseusrecursoseporordemnosistemadeproteodo ambiente.Acentralizaodasaesdeadministraoambientalpelaesferafederal 9 acarretounosurgimentodeumnicorgo,oIBAMA-InstitutoBrasileirodoMeio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (JURAS, 2007).Acentralizaodaadministraoambientalemumnicorgofoiessencial devidoaosconstantesconflitosexistentesentreosrgosatentoresponsveispela questoambientalnoBrasil:aSecretariaEspecialdoMeioAmbienteSEMA,o InstitutoBrasileirodeDesenvolvimentoFlorestalIBDFeaSuperintendnciado DesenvolvimentodaPescaSudepe.Destaforma,tendoemvistaasobreposiode tarefas (implantao e administrao da UCs) por rgos diversos, foi criado o IBAMA atravs da Lei n 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 (JURAS, 2007).SegundoCarvalho(2005),foisomenteapartirdadcadade1980quea legislaoambientalbrasileiratornou-se,defato,maisrobusta.Nadcadade1980, criou-seaLeiFederal9.638de31deagostode1981,aLeidaPolticaNacionaldo MeioAmbiente,quefoiimportante,poisnostrouxeoconceitodemeioAmbiente. Em1985aLei7.347,de24dejulho,veioadisciplinaraaocivilpblicacomo instrumentoprocessualdedefesadenossosinteressesdifusosecoletivos,taiscomoo meio ambiente. Em 1988 a Constituio Federal tornou direito fundamental do cidado ter um meio ambiente adequado e sadio. At a dcada de 80, as sentenas em matria ambientalerammuito poucas. Mesmo com todas estasleis e evoluo da preocupao geralcomomeioambiente,aconscinciaambientaldosjulgadoresnoevoluiude formaparalela.Foiaindamaistardia.Sapartirdadcadade90quemudanas significativasforamocorrendo.FoiaLeideCrimesAmbientais9605/98que disciplinousobreassanessagressesaomeioambiente,tantopenaisquanto administrativas, que possibilitou que em 2000 a mudana de mentalidade dos julgadores passou a ser mais clara (MEIRA, 2011). PormeiodacriaodoSistemaNacionaldeUnidadesdeConservao (SNUC),em2000,comintuitodeproteodosespcimeserecursosabiticos existentes,diversascategoriasforamdesignadas,apresentandocritriosenormas diferenciadas para a criao, implantao e gesto de cada tipo de UC. Segundodadosdaex-ministradomeioambiente,MarinaSilva,ogoverno federalreservou3,1milhesdehectaresdestinadoscriaodeunidadesde conservaoentreosanosde2002e2004.Asunidadescriadascompreenderamas seguintescategorias:parquesnacionais(SerradoItaja,extensodoParqueNacional Grande Serto Veredas), estaes ecolgicas, reservas extrativistas e florestas nacionais. 10 Destacando-seasreservasextrativistasdeCururupnoMaranho,CapanGrandeno Amazonas,RiozinhodoAnfrisioeVerdeparaSempre,localizadasnoPar(SILVA, 2005). Apartirdadcadade90,almdagestosustentvelonovodesafioera integrar a populao criao de unidade de conservao, tornando o seu conceito mais abrangente.Talvisoenglobavaoentendimentodasquestesdoequilbrioda biodiversidade,osconflitosexistentesnointeriordareaesuaredondeza(problemas scio-ambientais),relacionando-oseqidadesocial,demogrfica,aoordenamento territoriale democracia. Este olhar cominteno de incorporar servia para direcionar gesto e planejamentoem direo sustentabilidade(LAVENDOWSKI, MORAES,& MOSCATELLI [s.d.]). O Projeto do Sistema Nacional de Unidades de Conservao esteve em votao nacmaradosDeputadosporvoltade1992.Estedocumentoestabeleciaconceitose categorias, em que o plano de manejo elegalizao das atividades seriam diferenciadas deacordocomoobjetivodecadatipodeUC(FBDS,2000).Aprovadoapenasem 2000, o SNUC (2000) define Unidade de Conservao como: espao territorial e seus componentes,incluindo as guasjurisdicionais, com caractersticasnaturaisrelevantes, legalmenteinstitudospelopoderpblico,comobjetivosdeconservaoelimites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo (BRASIL, 2000).ALeiFederaln9.985/00,dispesobreoSistemaNacionaldeUnidadesde Conservao(SNUC).Neste,estexpostoregrasparaalegalizaodasunidadesde conservao durante sua criao, implantao e gesto, de acordo com o tipo de uso da rea,indiretamente(proteointegral)ediretamente(usosustentvel).Ogrupoque exige a proteo integral composto por cinco categorias: Estao Ecolgica,Reserva Biolgica,ParqueNacional,MonumentoNaturaleRefgiodeVidasSilvestres;jo grupo que permite o uso at limite onde a prpria natureza consegue se regenerar, sem quehajagrandesimpactos,sedivideemsetecategorias:readeProteoAmbiental, rea de Relevante Interesse Ecolgica, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentvel e Reserva Particular do Patrimnio Natural (BRASIL, 2000).OSNUCpromoveumamaiorparticipaodapopulaolocalatravsdas consultaspblicasnacriaodasunidadesdeconservaoeconselhosquepermitem 11 umamelhorgestodasunidadescriadas,pesquisascientficas,preservaoda diversidade gentica, manuteno dos servios de meio ambiente, proteo de aspectos naturais e culturais especficos, proteo da vida silvestre, recreao, turismo, educao e uso sustentvel de recursos de ecossistemas naturais.HojeasunidadesdeconservaoseguemdeacordooSNUC,2000,a conservao de amostras de ecossistemas em estado natural; preservao do patrimnio gentico;conservaodadiversidadeecolgicaedoequilbrionatural;proteode espciesrarasemperigoouameaadasdeextino;proteodemananciaispara conservao hdrica;espaos para atividades tursticas e recreativas;proteo de locais deheranahistrica,cultural,arqueolgicaegeolgicaeproteodebelezascnicas (BRASIL, 2000). 2.3.O Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) Comumenteconfundidas,asreasprotegidaspodemserdivididasemtrs grupos.Estesgrupossocriadospormeiosjurdicosdistintos,quaissejam:oCdigo florestal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) e oPlano Nacional dereasProtegidas(PNAP).OprimeiroresponsvelpelasreasdeProteo Permanente(APP),asReservasLegais(RL)easTerrasindgenas.Osegundo responsvel pelas doze categorias das unidades de conservao estabelecidas no SNUC (2000)distribudasemproteointegraleusosustentvel.Oterceirogruposoos territriosquilombolas.Destaforma,conclui-sequenemtodareaprotegidauma unidadedeconservao,contudotodaunidadedeconservaoumareaprotegida. (MUSSI & MOTTA, 2006).A UC representa um tipo de conservao da natureza in situ. Nestas reas esto presentesespciestantodafloraquantodafauna,endmicase/ouquecorremalgum risco de serem extintas.Conservaoinsitu,consistena:conservaodeecossistemasnaturais, manuteno e recuperao de populaes viveis de espcies em seus meios naturais e, nocasodeespciesdomesticadas,nosmeiosondetenhamdesenvolvidosuas propriedades caractersticas (BRASIL, 2000).De acordo com o SNUC (Brasil, 2000) define-se para unidade de conservao como:espaoterritorialeseusrecursosambientais,incluindoasguasjurisdicionais, 12 comcaractersticasnaturaisrelevantes,legalmenteinstitudopelopoderpblico,com objetivos de conservao elimites definidos, sobregime especialdeadministrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo. Alguns propsitos essenciais para a criao de unidades de conservao so: a riquezadeespciesdaflorae/oufaunaouaindarecursosabiticosdarea;quehaja seriedade durante o oficialismo do processo de criao; que seja feito o zoneamento da unidade, delimitando a zona de amortecimento; que seja executado as aes deacordo com o SNUC em prol da conservao natural, bem como ter uma gesto e planejamento das atividades da rea (BENJAMIN, 2001). Porm, alm de se isolar o ambiente, deve existir ligaes entre as unidades de conservaesparaquehajaatrocanaturaldomaterialgentico.Almdasestratgias acimacitadas,haindaaparticipaodacomunidadequeviveaoredordaunidade, consideradadeextremaimportnciaparaamanutenodariquezabiolgica (CAMPOS, TOSSULINO & MLLER, 2006). Dentreasriquezasqueabiodiversidaderepresentaparaohomem,podemos citarasuaimportnciaparaaindstriafarmacutica,onde,onmerodeespciesque servemcomomedicamentoparacurae/outratamentodedoenas,comseuvalor cientficocomprovado,chegamamaisde100.Contudo,aextraodescontroladaea falta de mecanismos nas UCs esto fazendo com que estas espciesse tornem cada vez mais raras. Um exemplo prtico deste fato a planta arnica, que endmica dos campos rupestres mato-grossenses (SILVA, M. B M. 2005). AindacomrelaosUCs,determinaaLeiFederaln9.985de2000,eo DecretoFederaln4.340/02,ambossobreoSistemaNacionaldeUnidadesde ConservaodaNatureza,quedevehaverumaobrigatoriedadederealizaode consultaspblicasparacriaodamaiorpartedascategoriasdeunidadesde conservao,assimcomodeformalizaodeconselhosconsultivosoudeliberativos para sua gesto (BRASIL, 2000). SegundodeterminaoSNUC(Brasil,2000):paraacriaodeUCsmais adequadas,sonecessriasaescomooacompanhamentodosestudostcnicose participaodapopulaonoprocessodecriao,permitindoidentificaralocalizao dareaereconhecerseuslimites,sendooPoderPblicooresponsvelporfornecer informaes adequadas e inteligveis populao, que habita dentro ou na redondeza da UC, e a outras partes interessadas.13 OSNUCressalta,ainda,quenascategoriasEstaoEcolgicaeReserva Biolgicaaconsultapblicafacultativa.Anoobrigatoriedadedaconsultapblica nas categorias citadas acima se deve aos seus objetivos mais rgidos (BRASIL, 2000). DentreosaspectosmaisrelevantesnaefetividadedegestodeumaUC, podemoscitaraimportnciarelativacomunicaoentreasprpriasunidadesde conservaoedemaissetoresrelacionadossuagesto,inclusivenoquesereferes comunidades locais (IBAMA & WWF-BRASIL, 2007). Osconceitosparaacriaodasunidadesdeconservaoobtiveramuma evoluo bastante considervel ao longo do tempo, superando-se o ideal de conservao natural, pela simples preservao de belezas paisagsticas e como espaos de recreao. Desta forma, o planejamento, antes baseado na criao de um espao buclico, passou a levar em considerao aspectos cientficos na proteo do ambiente.AindacomrelaoaoSNUC,podemosencontraradefiniodeplanode manejocomosendoumdocumentotcnicomedianteoqual,comfundamentonos objetivosgeraisdeumaunidadedeconservao,seestabeleceoseuzoneamentoeas normas que devem presidir o uso da rea e o manejo dos recursos naturais,inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade.OSNUC,Brasil(2000),definezoneamentocomosendosetoresouzonasem umaunidadedeconservaocomobjetivosdemanejoenormasespecficos,como propsitodeproporcionarosmeioseascondiesparaquetodososobjetivosda unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz. No planejamento da rea, deve-se constar conservada uma rea do entorno que excede o limite da unidade de conservao, onde as atividades humanas esto sujeitas a um conjunto de normas e restries especficas,com o propsito deabsorverimpactos negativosquepoderiamafetarosverdadeiroslimitesdaunidade.Estarea denominada pelo SNUC como zona de amortecimento. Nestas zonas de amortecimento, existem homens do campo com suas moradias elocaisdeproduoagrcola.Nasituaoditaacimaprimeiramenteoconselhode polticadareadeveserouvido,apsissoochefedaunidadedevedarumparecer apontandomedidasaseremtomadas.Contudo,estareaantropizada,tersempre presentenoseuambiente,resduosqueagoranosomaisdesejados(GUTIERRE, 2010). 14 Os corredores ecolgicosde acordo com o SNUC possibilitam uma passagem para o fluxo gentico, permitindo a movimentao da biota, o que favorece a disperso deespcimesearecolonizao,recompondoreasdegradadas,Amanutenoda populaoreduzoriscodeextinojqueestasespciesnoficamlimitadasauma nica unidade de conservao e cruzam com indivduos de locais distantes que permite oseumelhoramentonatural.Estescorredoressotrechosdeecossistemasnaturaisou seminaturais que ligam as unidades de conservao. O papel dos corredores de biodiversidade, neste contexto, de propiciar abrigo, alimentaoecondiesnaturaisreproduoefluxognicoparaasmaisdiferentes formas de vida. Um dos principais problemas enfrentados no processo de escolha, delimitao edefiniodacategoriademanejoezoneamentodasunidadesbrasileirasconsisteno quadro generalizado de ausncia social, o que no propicia o manejo adequado das reas do entorno das unidades (IBAMA & WWF-BRASIL, 2007). Dentre os objetivos apresentados pelo SNUC, podemos destacar a contribuio paraamanutenodabiodiversidadeedosrecursosgenticos(proteodasespcies comalertadeextino)eabiticos(recursoshdricos,edficosgeolgicos, geomorfolgicos,paleontolgicaeetc..)presentenomeioconservadorespeitandoa culturallocal.Apromoodapreservaodoecossistema(podendorecuperar-loou restaur-lo), o uso racional dos recursos naturais permitindo que o ambiente se regenere, a proteo das paisagens naturais no antropizadas ou pouco antropizadas. O incentivo pesquisacientfica,oestudoeomonitoramentoambientalparaternovasdescobertas tantoparaobemdoambientequantoparaobemestarhumano,eaindaoincentivo recreaoemcontatocomanaturezaeoturismoecolgicocomoobjetivodeeducar interpretandooambiental.Deve-seainda,orespeitoevaloraodoconhecimentodas populaes tradicionais (BRASIL, 2000). Depreende-se do SNUC, que as diretrizes asseguram que no conjunto de todas as unidades de conservao, como amostras dos diversos ecossistemas brasileiros, ao ter significativarepresentatividade,resguardamadiversidadebiolgicadetodoohabitat que se encontram, assim por dizeruma conservaoin situ; como tambm, promovem mecanismosparaenvolvimentodasociedadenaadministraodasunidadesde conservaoenoestabelecimentoeatualizaodesuapolticanacional(BRASIL, 2000).15 Atravsdoapoioecooperaodeinstituiespblicaseprivadas,incluindo pessoas fsicas, a populao deve engajar-se nos estudos das reas de conservao, afim tambm de promover a educao ambiental, lazer e turismo ecolgico, paralelamente s aesdemonitoramento,manutenoeatividadesdegestoquevisem sustentabilidade, tanto ecolgica quanto econmica para alcanar seus objetivos. Dentre as diretrizes ressalta-se que a populao local deve assegurar o processo de criao e gesto das unidades de forma integrada com as polticas de uso das terras e das guas conforme as necessidades scio-econmicas locais, de forma sustentvel. Ou ainda,indenizemaspopulaestradicionaispelaperdadosrecursos,queantesda criao da unidade, era livremente utilizado para sua subsistncia, ou promovam meios alternativos para sobrevivncia destas populaes (BRASIL, 2000).O enquadramento das unidades nas categorias de conservao ocorre com base nos recursos existentes na rea, na sua capacidade de gerar benefcios para a sociedade e oambientequepossibilitaatenderosobjetivosdeterminadospeloSNUC(CAMPOS, TOSSULINO & MLLER, 2006). 3.Metodologia O presente trabalho foi construdo com base na Coletnea Bibliogrfica sobre o ParqueEstadualdeRioDoce,elaboradonoanode1994peloInstitutoEstadualde Florestas de Minas Gerais, e no banco de informaes da Superintendncia de Recursos Hdricos do Estado de Sergipe (SEMARH). 3.1.Unidades de conservao estudadas do estado de Sergipe Ostrabalhosdasunidadesdeconservaocatalogadosforamreferentess seguintesunidadesdeconservao:ParqueNacionalSerradeItabaiana,Reserva Biolgica Santa Isabel, Monumento Natural do Angico, Refugio de Vida Silvestre Mata doJunco,ParqueNaturalMunicipaldeLagoadoFrio,FlorestaNacionaldoIbura,a ReservaParticulardePatrimnioNaturaldaFontedaBica,aReservaParticularde PatrimnioNaturalMarinheiroePedradaUrca,aReservaParticulardePatrimnio NaturalBomJardimeTapera,aAPAMorrodo UrubueaAPAdoLitoralSul.Estas unidadessopertencentesstrsesferas:Federal,EstadualeMunicipal.Informaes bsicas das unidades de conservao estudadas podem ser vistas no Quadro 1. 16 DasonzeunidadesdeconservaodoestadodeSergipequeforam selecionadas para este trabalho, cinco delas so de proteo integral e as outras seis so permitidas o uso sustentvel. 17 QUADRO1:GruposdeUnidadesdeConservaoemSergipepesquisadasequeapresentamDecretosnaesferaFederal,estadualeMunicipal, com rea total em Km, municpios abrangentes e informaes sobre o Planejamento. GrupoNome da Unidade de Conservao Decreto de CriaoGestorea (Km) LocalizaoPlanejamento Proteo Integral Parque Nacional Serra de ItabaianaDecreto de 15 de Junho de 2005Federal80,3Areia Branca, Itabaiana, Laranjeiras, Itaporanga Dajuda e Campo do Brito No possui Plano de Manejo Reserva Biolgica Santa IsabelDecreto n 96.999 de 20 de Outubro de 1988 Federal27,66Pirambu e PacatubaPlano de Manejo em fase de elaborao Monumento Natural do AngicoDecreto 24.922 de 21 de Dezembro de 2007 Estadual21,38Poo Redondo e Canind do So Francisco Plano de Manejo em fase de elaborao Refugio de Vida Silvestre Mata do Junco Decreto 24.944 de 26 de Dezembro de 2007 Estadual8,95CapelaPlano de Manejo em fase de elaborao Parque Natural Municipal de Lagoa do Frio Decreto 041 de 23 de Outubro de 2001Municipal3,0Canind do So FranciscoNo possui Plano de Manejo Uso Sustentvel Floresta Nacional do IburaDecreto 19 de Setembro de 2005Federal1,46Nossa Senhora do Socorro No possui Plano de Manejo Reserva Particular de Patrimnio Natural da Fonte da Bica Portaria IBAMA n 70/99-N de 13 de Setembro de 1999 Federal0,13Areia BrancaNo possui Plano de Manejo Reserva Particular de Patrimnio Natural Marinheiro e Pedra da Urca Portaria IBAMA n 04/2007 de 10 de Janeiro de 2007 Federal1,74Santa Luzia do ItanhyNo possui Plano de Manejo 18 GrupoNome da Unidade de Conservao Decreto de CriaoGestorea (Km) LocalizaoPlanejamento Uso Sustentvel Reserva Particular de Patrimnio Natural Bom Jardim e Tapera Portaria IBAMA n 102/ 2006 de 19 de Dezembro de 2006 Federal2,97Santa Luzia do ItanhyNo possui Plano de Manejo rea de Proteo Ambiental Morro do Urubu Decreto 13.713 de 16 de Junho de 1993 (criao); Decreto 15.559 de 26 de Outubro de 1995 (alterao) Estadual2,14AracajuPossui Plano de Gesto rea de Proteo Ambiental do Litoral Sul de Sergipe. Decreto 13.713 de 16 de Junho de 1993 (criao); Decreto 15.405 de 14 de Julho de 1995 (alterao) Estadual522,33*No DefinePossui Zoneamento e Plano de Gesto da Orla Martima *Valor obtido por meio do Sistema de Informaes GeogrficasAdaptado de GOMES et al. (2010). 19 3.2.Coleta de dados e anlise das informaes Abuscapormateriaispublicadosfoibasicamentefeitapormeiodainternet, utilizandositesdebuscacomooGoogleAcadmicoeScielo.Outraferramenta utilizada para abusca destesmateriaisfoia utilizao dos bancos de dados dos cursos de ps-graduao de instituies como a Universidade Federal de Sergipe, Universidade FederaldePernambucoesitesinstitucionaiscomoodaSecretariadeEstadodeMeio Ambiente e dos Recursos Hdricos de Sergipe.NaferramentadebuscadositeGoogle,onomecompletodaunidadede conservao foi utilizado como palavra-chave, sem utilizar aspas ou qualquer outro tipo desinalparaquenohouvesserestriodetrabalhossemonomecompletona publicao.Estemtodopermitequetrabalhosqueforamrealizadosnasunidadesde conservaoantesdesuaimplantaofossemlocalizados,comoexemplooParque NacionaldaSerradeItabaianaqueantesde2005eraconhecidocomoEstao Ecolgica Serra de Itabaiana. As publicaes com poucos dados das unidades de conservao tambm foram consideradas. Isso permite que trabalhos que no tenham como principal foco a unidade de conservao, mas que apresentem algum dado sobre amesma,fossem considerados na coletnea bibliogrfica. AsbuscasportrabalhosdecadaUCnoGoogle,sforamencerradasaose perceber desvio dos temas por parte do resultado de busca para se certificar que todos os trabalhos foram coletados. Trabalhosquesforamlocalizadosatravsdabuscaporpalavra-chave,mas que apenas apresentam citao de trabalhos realizados em unidades de conservao no foram catalogados. A partir das buscas dos trabalhos nos sites das instituies j citadas, e ainda os trabalhoslocalizadospormeiodaferramentadebuscadoGoogleeScielo,foram listadososnomesdospesquisadores,queforambuscadosnaplataformadecurrculos lattesdositedoCNPqparaabuscademaistrabalhosechecagemdostrabalhos anteriormente encontrados.Dentreostrabalhosacadmicosqueforamcatalogadostm-se:resumos expandidos, artigos cientficos, revises bibliogrficas, trabalhos de concluso de curso 20 dissertaes, teses de doutorado, captulos de livros e livros completos. Outros tipos de publicaes relevantes foram considerados, tais como relatrios ou boletins tcnicos. AsreasdeestudoforamorganizadasemumadeChavedeClassificao (Figura1)quefoiconstrudacombasenaspalavras-chaveencontradasnasprprias publicaes.Nocasodenoapresentaodaspalavras-chavenostrabalhos,foram classificadosdeacordocomottulodapublicaoouentendimentodoresumodo trabalho. 21 FIGURA1:Chavedeclassificaoutilizadaparaaorganizaodostrabalhos acadmicospesquisadosparaacoletneabibliogrficaacadmicadasunidadesde conservao em Sergipe. Asrefernciasbibliogrficasforamorganizadasdeacordocomasnormasda ABNT.Paraachecagemdosdadoscontidosnarefernciafoirealizadaumbusca eletrnica no Google para a captura do prprio arquivo para posterior catalogao. Nocasodenolocalizaodotrabalho,fez-seumaanlisedasinformaes contidasnocurrculolattesdoorientador.Casonoencontradonocurrculodeste 22 orientador,foramlevadosemcontaocontedodoscurrculosdosprimeirosautores, depois dos segundos autores e assim sucessivamente, at a checagem da informao. Ostrabalhosforamorganizadosemumaficha,adaptadadaSEMARH/SRH (SEMARH,2011)comasseguintesinformaes:UnidadedeConservao,Ttuloda Publicao,Palavra-chave,AnodePublicao,RefernciaBibliogrfica,Tipode Publicao e Link, conforme tabela abaixo (Quadro 2). QUADRO 2: Ficha de catalogao de trabalhos acadmicos pesquisados para a coletnea bibliogrfica acadmica das unidades de conservao em Sergipe. Unidadede Conservao Ttuloda Publicao Palavra-chaveAnode Publicao Referncia Bibliogrfica Tipode Publicao Link Ex: Adaptado de SEMAR/SRH Aps a organizao da coletnea foi realizada uma anlise em porcentagem dos trabalhospublicadosdecadaunidadedeconservao,fazendo-seobservaesquanto ao tema estudado, ao nmerode publicaes, perodo, tipo einstituio que apoiou tal estudo,relacionando-seasunidadesdeconservaocorrespondentes.Osresultados foram organizados em grficos gerados no Excel. Aps aconcluso do trabalho, este ser entregue emforma de CD aos rgos gestores e aos respectivos chefes das unidades de conservao. 23 4.Resultados e Discusses SegundoGallonetal.(2007)aspublicaescientficasbrasileirasdarea ambientalaindanopassaramporumprocessodecatalogao,oquenopermitem umaanlisedasparticularidadesmetodolgicaseassimmelhoraproveitamentodas mesmas.Deacordocomacoletneabibliogrficarealizadautilizandotrabalhos desenvolvidosnasunidadesdeconservao(interiorezonadeamortecimento)de Sergipe, tem-se os seguintes dados. 4.1.Quadro geral das publicaes das unidades de conservao Asunidadesdeconservaodeproteointegralforamasqueapresentaram maiorvolumedetrabalhos,somandoumtotalde205publicaes.Jasunidadesde conservao de uso sustentvel foram as que apresentaram menor volume, com total de 44publicaes.Onmerodetrabalhosqueenvolveramdiscussesoucomparaes entreosdiversostiposdeunidadesdeconservaodeSergipe,ouaindaentreasde Sergipe em um contexto de unidades nacionais, chegou a 23 (Apndice).Fazendo-seumacomparaodonmerodepublicaesentreasunidadesde conservaoestudadas,observa-sequenoParqueNacionalSerradeItabaianafoi realizada a maior parte dos estudos cientficos (54%). Em seguida tem-se o Refgio de Vida Silvestre Mata do Junco, com 18%, Reserva Biolgica Santa Isabel, com 9%, APA Morro do Urubu, com 7%, Floresta Nacional do Ibura, com 5%, APA Litoral Sul, com 4%,ReservaParticulardePatrimnioNaturalFontedaBica,com2%eMonumento NaturaldoAngico,com1%daspublicaes.OParqueNaturalMunicipalLagoado Frio e as Reservas Particulares de Patrimnio Natural Bom Jardim Tapera e Marinheiro e Pedra da Urca no foram encontradas publicaes (Figura 2).24 Figura2:PorcentagemdepublicaesdasUnidadesdeConservaodoEstadode Sergipe. AUniversidadeFederaldeSergipeUFSpossuiconvniodecooperao tcnicacomoInstitutoBrasileirodoMeioAmbienteedosRecursosNaturais Renovveis-IBAMAeaSecretariadeMeioAmbienteeRecursosHdricoscom objetivodeterparcerianodesenvolvimentodepesquisas,estudoseaesparadar subsidio a criao eimplementao de unidadesde conservao danatureza no estado deSergipe(IBAMA,2006&SERGIPE,2009).Talconvnioentreasinstituies citadasacimaeaUFSpermitequeestaltimatenhaummelhordesenvolvimentonas pesquisasnasunidadesdeconservao,encontra-seformalizadoporpartedosrgos ambientais, o reconhecimento da necessidade de estudos cientficos nessas reas. Noentanto,verifica-semesmoassimumadiscrepnciadeestudosdeuma unidade de conservao para outra. Este fato pode estar relacionado postura do gestor (chefedaunidadedeconservao),quepodeounobuscararticulaocomos pesquisadores (Figura 2).Almdomais,independentedaarticulao,deacordocomoSNUC:a pesquisacientficapermitidacomumaautorizaoprviadorgo responsvelpela administraodaunidadedeconservao,desdequeoestudosejarealizadoem 25 conformidadecomascondieserestriespor esteestabelecidas,bemcomoquelas previstas em regulamento (BRASIL, 2000). 4.2 QuadrogeraldaspublicaesdasUnidadesdeConservao de Proteo Integral Aspublicaes,exclusivas,dasunidadesdeconservaodeproteointegral representaram82%dostrabalhosrealizadosnasUnidadesdeConservaodeSergipe. DentreasunidadesdeProteoIntegralquesedestacaramnonmerodepublicaes tem-seoParqueNacionaldaSerradeItabaianaapresentando135trabalhos,que abrangemquasetodosostemasdeestudo,excluindoapenasClimatologiaeGeologia (Quadro3).EstenmerodepublicaesdoPARNASerradeItabaianarepresenta 65,85% dos trabalhos publicados nas unidades de conservao de proteo integral.OParqueNacionalSerradeItabaianaaunidademaisconhecidadetodoo estado de Sergipe. Tal popularidade pode estar relacionada a inmeros fatores: Unidade de conservao de responsabilidade Federal; Possui uma vegetao de transio (Mata atlntica -Caatinga); Presena de espcies endmicas; Engloba trs serras: Serra Comprida, Cajueiro e, Itabaiana; Abriganascentesdeimportantesriosresponsveispelofornecimentode gua de municpios; Apresenta uma rea de 80,3 Km, extremamente rica pela diversidade de vegetaes que esta engloba; AbrangeosMunicpiosdeAreiaBranca,Itabaiana,Laranjeiras, ItaporangaDajudaeCampodoBrito,recebendoturistasdetodosos municpios do estado;Sofrecomimpactoscausadospelagrandequantidadedevisitantese atividades econmicas do seu entorno, como explorao de minerao e lenha. O volume de trabalhos realizados na unidade poderiam ser melhor aproveitados para auxiliar na elaborao do Plano de Manejo. Segundo Botelli (2010), o prazo para a elaboraodoPlanodeManejodoPARNASerradeItabaianaacabouanopassado,o 26 que demonstra a urgncia em sua elaborao. Segundo o SNUC, Brasil (2000), o prazo para a elaborao do Plano de Manejo 5 anos contados a partir da data de sua criao.MesmocommuitostrabalhospublicadosoPARNAdaSerradeItabaiana, algunstemasaindamerecemsermaisdesenvolvidos,comoexemplo:Edafologia, Climatologia, Hidrologia, Geologia, Etnobotnica e Conflito. Ressalta-se que os estudos cientficos devem ser constantes, fazendo-se um acompanhamento da unidade em todos os temas (Quadro 3). UmasegundaunidadedeconservaoquepossuiudestaquefoioRefgiode Vida Silvestre Mata do Junco, que apresentou 46 publicaes, pormem quatro temas nohouveregistrodemateriaispublicados,dentreestasreastem-seGeologia, Microorganismos, Extrativismo/ Impacto Ambiental e Filosofia/ Percepo Ambiental.Outrastrsunidades,aReservaBiolgicaSantaIsabel(22),Monumento Natural do Angico (2) possuem reduzido nmero de publicaes ou no caso do e Parque NaturalMunicipaldaLagoadoFrioquechegaasernulo.Estastrsunidades demonstraram no apresentar estudos desenvolvidos no Meio abitico. Fazendo-seumaabordagemsobreostemasdaspesquisascatalogadas,das unidades de conservao de proteointegral do meio abitico, o nmero de trabalhos publicadosconsideradopequeno,chegandoa9paraostemasEdafologia, ClimatologiaeHidrologia.Estudosgeolgicosnoforamlocalizadosregistrospara estas unidades destinadas a proteo integral.AunidadequemaisapresentoutrabalhosnomeioabiticofoioRefgiode VidaSilvestreMatadoJunco,com3trabalhosdeHidrologia,2trabalhosde Climatologia, e 1estudo do solo, Edafologia. O Parque Nacional da Serra de Itabaiana, apesardepossuiromaiornmerode trabalhosquandocomparadasasoutrasunidades deconservao,nomeioabiticopossuiapenastrstrabalhospublicados,dosquais, dois da rea de solos e um sobre recursos hdricos. AreservaBiolgicaSantaIsabeleMonumentoNaturaldoAngicono apresentaram estudos no meio abitico. Nos temas do Meio Bitico a Unidade deConservao commaiornmero de publicaes foi o Parque Nacional da Serra de Itabaiana, com 32 trabalhos sobre flora e 27sobrefauna.ORefgiodeVidaSilvestreMatadoJunco,assimcomooPARNA SerradeItabaiana,apresentoumaisestudosdafloraquedafauna,com13e6 respectivamente.AREBIOSantaIsabelapresentouumquadroinversoaestasultimas 27 unidades,commaistrabalhosrelacionadoaFauna(6)doquedaFlora(1).O Monumento Natural do Angico apresentou dois trabalhos publicados, 1 para a fauna e 1 para a flora.O Parque Nacional da Serra de Itabaiana e o Refgio de Vida Silvestre Mata do Junco, por possurem gestores que buscam articulao via convnio com a Universidade FederaldeSergipe,edestaformapossuemumnmerorepresentativodetrabalhos cientficos publicados. Este convnio foi bastante utilizado, para desenvolver pesquisas porcursosdoCentrodeCienciasBilgicasedaSade,podendoentoser observadas maiornmerodepublicaesnostemasemFlora,Fauna,EducaoAmbiental/ Ecoturismo e Planejamento. No tema Microorganismo, foram geradas 8 publicaes no PARNA da Serra de Itabaianae5naREBIOSantaIsabel.NasoutrasunidadesdeProteointegralno foram realizados estudos nesse tema. Apesar do Parque Nacionalda Serra de Itabaiana e Refgio de Vida Silvestre Mata do Junto, se mostrarem com um nmero significativo de estudos, pode se verificar atravsdoParqueNacional(Figura7)possuipublicaesmaiscompletas,como: dissertaes,monografias,livroseartigoscientficos,queoRefgio.Oqueno desmereceovolumedepublicaesderesumoexpandidoetrabalhoscompletosem anais de congressos publicados em todas as unidades. Do Meio Scio-Ambiental o tema quemais apresentou estudos publicadosfoi EducaoAmbiental/Ecoturismo(17,56%),tendooParqueNacionalSerrade Itabaiana,commaiorvalor,29publicaeseoRefgiodeVidaSilvestreMatado Junco,com6.OnmerodepublicaesnotemaPlanejamentoAmbientalchamaa atenonasunidadesdeproteointegral,comoosegundotemamaisestudadono MeioScio-Ambiental,chegandoaumaporcentagemde12,20%.Destas16sodo Parque Nacional da Serra de Itabaiana, 6 do Refgio de Vida Silvestre Mata do Junco e 3 da Rebio Santa Isabel. O tema Extrativismo / Impacto Ambiental apresentaram 5,85% das publicaes (que se distriburam em valores iguais para a Rebio Santa Isabel (6) e Parque Nacional da Serra de Itabaiana (6).NotemaFilosofia/PercepoAmbientalosnicostrabalhosencontrados foramrealizadosnoParqueNacionaldaSerradeItabaianaesuazonade amortecimento, somando um total de 10 publicaes (4,88%).28 ParaostemasEtnobotnicaeConflitoforamencontradasasrespectivas porcentagens2,93%e3,41%publicaes.Nestestemaspuderamserobservadosque estes estudos somente foram realizados no Parque Nacional da Serra de Itabaiana (3 e 1) e no Refgio de Vida Silvestre (3 e 6). Comoexemplodaimportnciadoestudoetnobotnico,Fonseca-Kruelet.al (2005) afirmam que por meio da etnobotnica faz-se uma ponte entre o saber popular e ocientficoestimulandooresgatedoconhecimentotradicional,aconservaodos recursosvegetais,prezandoodesenvolvimentosustentvelDeacordocomomesmo autor52%daspublicaessobreaEtnobotnicasoestudosrealizadosnaAmrica Latina,porpesquisadoresestrangeiros.Talinteressenotemaetnobotniconadiz respeitoaoclimadocontinentequeofatorresponsvelpelagranderiquezana diversidade biolgica.ComocitadoporFonseca-Kruel,aEtnobotnicaumtemaatualparaas pesquisas cientficas.Analisando-se os quadros 4 e 3 percebe-se que este tema pouco explorado nas pesquisas cientficas das unidades Sergipanas.Adificuldadeemencontrarestudosrelacionadosadeterminadostemaspode estar relacionada falta de especialistas nessas reas. 29 QUADRO3:Trabalhosacadmicospublicadosportemadeestudonasunidadesde conservao de Proteo integral do estado de Sergipe. Temas/ Unidade de ConservaoREBIO Santa Isabel PARNA Serra de Itabaiana Monumento Natural do Angico Refgio de Vida Silvestre na Mata do Junco Parque Natural Municipal de Lagoa do Frio Total Total (%) Edafologia0201031,46 Climatologia0002020,98 Hidrologia0103041,95 Geologia0000000,00 Flora13211304722,93 Fauna6271604019,51 Microorganismos58000136,34 Etnobotnica0303062,93 Extrativismo/ Impacto Ambiental 66000125,85 Educao Ambiental/ Ecoturismo 1290603617,56 Filosofia / Percepo Ambiental 010000104,88 Planejamento3160602512,20 Conflito0106073,41 Total221352460205100 30 4.2.1Parque Nacional da Serra de Itabaiana Durante as dcadas de 80 e 90 o local que hoje o Parque Nacional da Serra de Itabaiana, era chamado de Estao Ecolgica daSerra de Itabaiana. Durante o perodo deEstaoEcolgicaforamobservadosregistrosdepublicaescientficapormem pequena quantidade e bem espassas no tempo at o ano de 2000. Porm com a alterao da categoria em 2005, para Parque Nacional da Serra de Itabaiana percebe-se aumento elevado nonmero de publicaes. Observando-se os valores, por exemplo dos artigos cientficos, que passou de 3 (2001-2005) para 24 (2006- 2010). UmoutrofatordeimportncianoaumentoepublicaessobreoParqueest queem10deOutubrode2006,reforandoseaquiaimportnciadaassinaturadeconvnio firmado entre o IBAMA e a Universidade(IBAMA, 2006).Nos dez anos que seguiram o anos 2000, tem-se um aumento significativo das dissertaes(de2para9),trabalhosdeconclusodecurso(de7para23),resumos expandidos (de 5 para 10) e trabalhos completos em anais de congressos (de 5 para 10). Tais dados demosntram o aumento do interesse por estudos na rea. Apenasostiposdepublicaolivro,captulodelivro,teseesoftwares sofreramquedanaquantianoperodode2001a2005e2006a2010.Passandode9 para2oscaptulosdelivrospublicados,ede1para0(zero)osnmerosdelivros publicados, teses e softwares criados. Tal reduo nos nmeros dessas publicaes pode seconsiderarbruscanosdadosreferentesaocaptulodelivropublicado,osdemais podem ser considerados quedas leves. Apesardonoencerramentodoanode2011,foramcatalogados6artigos cientficos e 1 dissertao. A no catalogao de mais trabalhos dessa poca se deve ao fato da no atualizao do curriculoslattes dos autores, o no recebimento da resposta de aprovao da submisso destes trabalhos ou ainda pelos trabalhos estarem em fase de construo.Pode-sedizerqueoanode2011podeserumanopromissorparaas publicaes ambientais nesta unidade de conservao, j queem apenas em 5 meses do ano de 2011, sete publicaesforam registradas.Pode-se sefazer uma ressalva de que estassetepublicaespossuemumaltovalordeimportnciaporserdissertao(1)e artigos cientficos publicados em peridicos (6).Deacordocomafigura3podemserverificadoumaumentosignificativode produes cientficas entre 2006 e 2010.31 FIGURA 3: Publicaes cientficas no Parque Nacional Serra de Itabaiana de 1980 a ao primeiro semestre de 2011. 4.2.2Refgio de Vida Silvestre Mata do Junco Apesar dacriao do Refgio de Vida Silvestreda Mata do Junco ter sido no anode2007,estaunidadejapresentavaestudosquedatamdoanode2005.Tais estudossecaracterizamportrspublicaessimplesdotipoTrabalhosCompletos Publicados Anais em Congressos. Apesar de se caracterizarem como trabalhos simples, merecem destaque por ter sido publicado antes da criao efetiva da rea. Doperodode2006a2010ovolumedepublicaoaumentouemgrande proporo.Nafigura4pode-seobservarqueonmerodepublicaesmaissimples elevado e tais nmeros decrescem ao avaliar trabalhos mais detalhados, como: trabalhos deconclusodecurso,dissertaes,artigospublicadosemperidicos,captulosde livros e livros. Apesardeobterumabaixaquantiadetrabalhosdemaiorpeso, talunidadej possuiregistrosdepublicaesnoprimeirosemestredoanode2011,dentreelesse pode observar dissertao e artigos completos publicados em perdicos. 32 Esta unidade de conservao possue um acordo com a Universidade Federal de Sergipe,permitindoquepesquisascientficaspossamserdesenvolvidas,talfato tambm pode ter propiciado o aumento no nmero de publicaes. FIGURA4:PublicaescientficasnoRefgiodeVidaSilvestreMatadoJunco,de 2001 a 2011. 4.2.3Reserva Biolgica Santa Isabel. OhistricodepublicaesdaRebioSantaIsabelmostraqueostrabalhosse iniciaram 7 anos aps a sua criao, que aconteceu no ano de 1988. O baixo volume de trabalhosnoperododecincoanosapssuacriaovisvel,contendoapenasum resumo expandido. No perodo de quinze anos seguinte foi um perodo marcado por um aumento gradativo do nmero de publicaes, havendo inclusive um salto no nmero de artigoscientficospublicadosemperidicosde2,doperodode2001a2005para4 publicaes no perodo seguinte.Osaltopercebidononmerodepublicaesreferenteaoperodode2006a 2010podeestarrelacionadoaoacordodecooperaotcnicaentreoIBAMAe Universidade Federal de Sergipe assinado em Outubro de 2006.33 No foram observados registros de publicaes dos pesquisadores no primeiro semestre do ano de 2011.A Rebio Santa Isabel a unidade de conservao mais antiga do estado, (Fraga &Almeida,2010)eestaemfasedeelaboraodoseuplanodemanejo.Estesmuitos anossemestudosdareaemdiversostemas,podemestartrazendodificuldadesna elaboraodoplanodemanejo,poisnopossuimuitosregistroscientficosde importantes,taiscomofauna,flora,etnobotnica,planejamentoeeducaoambiental entre outros.Pde-seperceberapartirdafigura5,queonmerodepublicaesmais completas obtiveram valores maiores ou iguais que os trabalhos mais simples ou menos completos a partir do ano de 1996. Apartirde1994,anoemqueaunidadeAPALitoralNortefoicriada,o nmerodetrabalhosacadmicospublicadosaumentounaRebioSantaIsabel.Pode-se pressuporque ofatodadelimitaodaAPALitoralNorteestarsobrepondo oslimites daRebio,podeterchamadoaatenodospesquisadores,transformandoestareaem focodepublicaes.Pormaindanosepodeafirmarqueosestudosatingiramum pontoideal.Afaltadepartesignificativadeestudosemmuitostemaspercebida atravs do quadro 3. FIGURA 5: Publicaes cientficas na Reserva Biolgica Santa Isabel entre os anos de 1991 e 2010. 34 4.2.4Monumento Natural do Angico

Apesardecriadonoanode2007oMonumentoNaturaldoAngicopossui apenas dois estudos publicados, referentes ao meio bitico. O incio das publicaes se deramnoanode2009,doisanosapssuacriao,pormnoanode2011jfoi registradanovapublicao.Ressalta-sequeambostrabalhospublicadossotrabalhos mais detelhados do tipo dissertaes. At o presente estudo no foram detectados outros tipos de publicao. Dentreasunidadesdeconservaodeproteointegralestudadasneste trabalho,anicaquenoapresentouregistrodepublicaofoioParqueNatural Municipal de Lagoa do Frio. 4.3Quadro geral das publicaes das unidades de conservao de uso sustentvel Dentreasreasdestinadasconservaodanatureza,asqueapresentaram maiornmerodeestudosforam:aAPAMorrodoUrubu(17),FlorestaNacionaldo Ibura (12), e aAPA Litoral Sul (11).As outras unidades de conservao obtiveram os menores resultados, como a Reserva Particular de Patrimnio Natural (RPPN) Fonte da Bica(4),easRPPNsJardimTaperaeMarinheiroePedradaUrcaquenoforam encontrados estudos nas reas e reas de abrangncia (Quadro 4). Ainda de acordo com o quadro 4, os temas que obtiveram os maiores nmeros depublicaesforamEducaoAmbiental/Ecoturismo(34,09%),seguido Planejamento Ambiental (20,45%), Flora (13,64%) e Extrativismo/ Impacto Ambiental (11,36%).Dentre os temasdostrabalhosambientais,nasreasdeusosustentvel,que obtiveramnmerosdepublicaesigualouinferiora4tem-se:Fauna(9,09%), Filosofia/ Percepo Ambiental (6,68%),Hidrologiae Conflito(2,27%). Para os temas Edafologia,Climatologia,Geologia,MicroorganismoeEtnobotnicanoforam encontrados trabalhos para as unidades de uso sustentvel. De acordocom Pinto, Sobral&Andrade (2007), a APA Morro do Urubu est situada na zona Norte de Aracaju, capital do estado. Alm de ter 18 anos de criada, esta unidade comporta o nico zoolgico da cidade. 35 Aprocuraporestudosnessaunidadedeconservaopodeestarrelacionada localizaonareaurbanadeAracaju,oquetornaaregiodeproteoambiental acessvel populao, podendo ser considerada um ambiente interessante para estudos e prticas de educao ambiental e ecoturismo. Ainteraoentreaeducaoambientaleoecoturismoutilizadacomoum instrumentoquecontribuiparadisponibilizarinformaesqualificadaseatualizadas, comoobjetivodecompartilharpercepesecompreenses,quepermiteampliara capacidadededilogoeatuaoconjuntacomprometidacomaUnidadede Conservao (IBASE, 2006).OsestudosqueenvolveramEducaoAmbientaleEcoturismonareade ProteoAmbientaldoMorrodoUrubu,chegouaobternovepublicaes.Porm houveram unidades com poucas publicaes neste tema, a exemplo da Floresta Nacional do Ibura (4), APA Litoral Sul (1), RPPN Fonte da Bica (1), RPPN Bom Jardim Tapera (0) e RPPN Marinheiro e Pedra da Urca (0). CombasenostrabalhosdeSilvaetal.(2008)&Oliveira,etal.(2008),que desenvolveram trabalhos respectivamente na FLONA do Ibura e APA Litoral Sul, pode-seafirmarquenestasunidadesdeusosustentvel,nosedestacaramemnmerode publicaesnostemasEducaoAmbiental/Ecoturismo,podendoestarrelacionadoa dearticulaodoentreinstituiesdepesquisaegestoresdestasunidades. Paralelamente a este quadro, os autores citados acima alertam para as duas reassinais visveis de antropizao, como: despejo de resduos, extrativismo, turismo sem cuidados com o impacto ambiental.Estecontextopermitequeoutrostiposdetemaspossamserabordadosnestas reas,pormbemdispersos,comoporexemplo,trabalhossobrefauna,flora,impacto ambientaleplanejamento,procurandosuprirnecessidadesbsicasdediagnsticosda rea.E assim, futuramente, espera-se, que estes trabalhos sejam utilizados para embasar ealertarsobreaimportnciadareaemtrabalhoscomfoconaeducaoambientale ecoturismo.As RPPNs Fonte da Bica, Bom Jardim Tapera, Marinheiro e Pedra da Urca so unidadesqueapesardeseremcriadasentreosanos1999e2007pode-se observarum baixo nmero e at mesmo inexistncia de publicaes na quase totalidade dos temas. Osestudos(Hidrolgicos,Edafolgicos,GeolgicoseClimatolgicos),que estocontidosnoMeioAbitico,sorarssimosnasunidadesdeconservao 36 sergipanaspertencentesaogrupodeusosustentvel.Anicaunidadequeapresentou estudoemumdostemascitadosfoiaFlorestaNacionaldoIbura,comonicoestudo sobre a hidrologia da unidade. Importncia de se desenvolver estudos no meio abitico est na caracterizao doespao,compreendendoadinmicadoselementos,podendofazerrelaescomos espcimes que ali habitam. Dentre eles tem-se a Climatologia, que envolve precipitao, temperatura,evapotranspirao,radiaosolar,umidadeeventoentreoutros;a Edafologiaqueenvolvetextura,permeabilidade,eroso,qumica,fsicadosolo; Hidrografia eAquferos que envolvelenisfreticos, nascentes, relevo, qualidade das guas,rioseriachosesuamorfodinmica;eGeologiaenvolveperododeformao geolgica, qumica das rochas e disposio, sedimentao (Prez, 2004). Percebe-secertacarnciadeestudosquetratemdossolos,dasguas,das rochas,dapluviosidadetemperaturaeumidadedaregio,definindoregimedesecas. Estessoessenciaisparaseterummonitoramentodaregio,quepermiteperceber mudanasfsicasequmicasdoscomponentesinanimadosdohabitat,queesto diretamente atrelados a fauna e a flora caractersticas da regio. Chama-seaatenodospesquisadoresaexistnciadestescamposparao desenvolvimentodeprojetosdepesquisanomeioabitico.Estanecessidadeentraem conflito,comosinvestimentosfeitospeloGovernoBrasileiro, ondeoinvestimentodo governo federal para a criao de novos cursos em Sergipe nos ltimos 10 anos, como o deGeologia,EngenhariaFlorestal,AmbientaleEcologia.Noentantoestasreasde estudodasunidadesdeconservaosergipanassocaracterizadaslacunasnosestudos ambientais. Na maioria das unidades de conservao deste grupo, foi encontrado pouco ou nenhum tipo de trabalho cientfico. Como exemplo tem-se: 6 estudos sobre a Florado Ibura e 4 estudos para Fauna, sendo 2 para a APA Litoral Sul de Sergipe e 2 para APA Morro do Urubu. As outras unidades de conservao de uso sustentvelno obtiveram estudosnaFaunaenaFlora.Valetambmressaltarquenenhumaunidadede conservao deste tpico apresentou trabalhos sobre a microfauna. Acaracterizaodafaunaedafloradeextremaimportnciaparauma unidadedeconservao,ondeestassoclassificadascomoespciesendmicas, ameaadasdeextino,indicadorasdaqualidadedehabitats,ouaindaanliseda 37 distribuioterritorial,identificandoespciesmigratrias(CORRA& MASCARENHAS, 2004). SegundoSanchesetal.(2009),umadasetapasparaseelaborarumPlanode Manejo,aanlisedafloraquepodeserfeitalevantandodadossecundriosj produzidosparaaUnidadedeConservao,paratanto,pode-seavaliarrevisesde literatura, estudos cientficos e coletas botnicas.ComoprovadequeostemasdeestudosnosobemdistribudosdasUCs sustentveisfoipercebidaumamaiorimportncianoMeioSocio-Ambiental.Esta demandaporestudospodeestarrelacionadaaofatodequenogruposustentvelser possvel da rea ser manejada.TrabalhosrelacionadosaoPlanejamentodasunidadesdeconservaodeuso sustentvelestiveramemsegundolugardepoisdeEducaoAmbiental/Ecoturismo, apresentandoumtotalde9publicaes.Asunidadesquemaisapresentaramtrabalhos ligadosaoPlanejamentoforamAPALitoralSuldeSergipeeaRPPNFontedaBica, com4e3trabalhosrespectivamente.AAPAMorrodoUrubuapresentouapenas2 publicaesnestetema,orestantedasunidadesnenhumregistrodeestudofoi localizado.ComorelatadoporOLIVEIRA,etal.(2008)aAPALitoralSulapresenta-se zoneada, possui plano demanejo e plano de gesto da orlamartima, pormo descaso comaaplicaodasferramentasdegestopermiteumprocessodeantropizao intenso.Os temas Extrativismo/ Impacto Ambiental eFilosofia / Percepo Ambiental foram pouco estudados nas unidades de uso sustentvel, contudo houve alguns registros de estudos nas APAs Litoral Sul de Sergipe e Morro do Urubu (2 para cada); a FLONA do Ibura apresentou apenas 1 estudo no tema Extrativismo/ Impacto Ambiental.AAPALitoral Sul asituaovulnervel da unidadejuntamente ao quadro de especulaoimobiliria,permitequetalreasecaracterizeporumcenriodeestudos de Extrativismo e Impactos Ambientais. J a APA Morro do Urubu e a Flona do Ibura poderiamjuntamentecomAPALitoralSultermaisatenoquantoaosestudosde identificao de impactos ambientais e a explorao ilegal dos recursos naturais. Nenhumaunidadedeusosustentvelapresentoutrabalhocomfocona Etnobotnica (Quadro 4). 38 QUADRO4:Trabalhosacadmicospublicadospor temadasunidadesdeconservao de Uso Sustentvel do estado de Sergipe. Temas/Unidadede ConservaoAPA Litoral Sulde Sergipe APA Morro do Urubu FLONA do Ibura RPPN Bom Jardim Tapera RPPN Fonte da Bica RPPN Marinheiro ePedrada Urca Total Total (%) Edafologia00000000,00 Climatologia00000000,00 Hidrologia00100012,27 Geologia00000000,00 Flora006000613,64 Fauna22000049,09 Microorganismos00000000,00 Etnobotnica00000000,00 Extrativismo/ Impacto Ambiental 221000511,36 EducaoAmb./ Ecoturismo 1940101534,09 Filosofia/ Percepo Amb. 21000036,82 Planejamento420030920,45 Conflito01000012,27 Total11171204044100 4.3.1 rea de Proteo Ambiental Morro do Urubu Apesardecriadanoanode1993, osprimeirosdeestudos realizadosnaAPA Morro do Urubu foram publicados no perodo que compreende os anos de 2006 a 2010. Duranteesteperodoforamfeitaspublicaesmaiscompletas(Artigocompletosem peridico,trabalhodeconclusodecursoedissertaes)emaissimples(resumo expandido e trabalho completo em congressos). AAPAMorrodoUrubuumaunidadedegestoestadual(Gomesetal., 2010). O fato das publicaes terem se iniciado no mesmo perodo em que foi assinado 39 oacordoentreaUniversidadeFederaldeSergipeeoGovernodoEstadopermite reformar mais uma vez a elevao do nmero de publicaes neste perodo. Ofatodaunidadedeconservaoterficadomaisdeumadcadaapssua criaosemqualquertipodeestudo,podeimplicarnaperdaderegistrosemvrios temas.Noforamencontradosregistrosdepublicaesparaestaunidadede conservao para o primeiro semestre do ano de 2011 e no perodo que antecede o ano de 2005.

FIGURA 6: Publicaes cientficas da rea de Proteo Ambiental Morro do Urubu no perodo de 2006 a 2010. 4.3.2Floresta Nacional do Ibura AspublicaesnaFlorestaNacionaldoIburaseiniciaramnoanodesua criao,em2005,ondehouveapublicaodeumtrabalhodeconclusodecurso.No perodoseguinte,de2006a2010,houveumaumentoconsidervelnaspublicaes passandoatercincoTrabalhosdeConclusodeCurso,trsartigospublicadosem peridicoseumtrabalhocompletopublicadoemanaisdecongresso.Noprimeiro semestredoanode2011,podem-seobservarregistrosdetrabalhospublicados,dentre eles tem-se um artigo completo e um Boletim Tcnico. 40 Por meio dafigura7 possvel observar quehuma elevao daimportncia destaUnidadedeConservaonomeiocientfico,ondeonmeroTrabalhosde conclusodecursodemonstrouumsaltodeum(2001-2005)paracinco(2006-2010), juntamentecomapublicaode3artigoscientficosqueconsistememtiposde publicaes mais completas. Tais elevaes no nmero de publicaes nesta unidade de conservao podem tambmserrelacionadasassinaturadoacordoentreduasinstituiesfederais (IBAMA e UFS), no ano de 2006 (IBAMA, 2006).Fazendo-seumaanlisenoperodoanterioracriaodaunidade,noforam localizados registros de publicaes. De acordo com Cruz (2008), onde hoje funciona a Floresta Nacional do Ibura, no ano de 1917 havia um posto de assistncia aos animais, e noanode1965areafuncionoucomolocaldemultiplicaodeespciesfrutferas, florestais e ornamentais, alm de ser rea de lazer. Pode-sepressupor,atravsdosrelatosdesseautor,queareadaunidadede conservaomesmopossuindoumhistricodepresenadeimportantesrgos,no existiaapreocupaodesecoletardadoseelaborarestudoscientficospara disponibilizar a sociedade. FIGURA 7: Publicaes cientficasda Floresta Nacional do Ibura de 2001 a 2011. 41 4.3.3 rea de Proteo Ambiental Litoral Sul Observando-seohistricodepublicaesdaAPALitoralSul,pode-se constatar que aps a sua criao, em 1993, no foram realizados estudos na rea. Porm a partir da segunda metade da dcada de 90, perodo em que houve alterao do decreto decriao,iniciaram-seestudos,sendopublicadosumateseeumcaptulodelivro. Apesar dos estudos realizados obterem certo grau de importncia, at porque a unidade possua pouco tempo de criao, a quantidade de estudo pode ser considerada reduzida ou insuficiente (Figura 8). Com a virada do sculo o nmero de trabalhos realizados na rea e publicados cresceulevemente,passandoaobterartigospublicadosemperidicos,dissertaoe trabalhodeconclusodecurso,almdetrabalhosmenoscomplexoscomoresumo expandido e trabalho completo publicado em anais de congresso (Figura 8). Nestaunidade,oaumentodonmerodemateriaispublicadospodeestar relacionado ao convenio entre o Governo do Estado (SEMARH) e a UFS, que se iniciou no ano de 2010, facilitando as relaes entre as instituies. Nosanosanterioresaode1996enoprimeirosemestredoanode2011no foram localizados registros de publicaes para esta unidade de conservao. FIGURA 8: Publicaes cientficas da rea de Proteo Ambiental Litoral Sul de 1996 a 2010. 42 4.3.4 Reserva Particular de Patrimnio Natural Fonte da Bica A Reserva Particular de Patrimnio Natural Fonte da Bica foi criada no ano de 1999, contudo a publicao de estudos seinicioucinco anos depois, com a publicao deumlivro.Noperodoquecompreendeosanosde2006a2010ovolumede publicaoaumentoulevemente,dandoorigematrstiposdepublicaoparaesta unidade (Resumo expandido, artigo cientfico e trabalho de concluso de curso), porm existe apenas um de cada tipo de publicao citada acima. Estecrescimentononmerodepublicaespodeestarrelacionadoaoacordo assinado pelo Governo Federal e a Universidade Federal de Sergipe, onde pesquisadores podematuarapoiandoacriao,bemcomoaimplantaodeUCsnoEstado, abrangendo reas terrestres e marinhas. Tal acordo, tambm estimula o desenvolvimento depesquisasquepossamgerarconhecimentosparaagestoemanejo;desenvolvendo atividadesquepropiciemagestoparticipativadasUnidadesSergipanas(IBAMA, 2006). FIGURA9:PublicaescientficasdaReservaParticulardePatrimnioNaturalFonte da Bica, de 2001 a 2010. Duasunidadesdeconservaodeusosustentvelestudadasdoestadode Sergipe,dacategoriaReservaParticulardePatrimnioNaturalnoapresentaram 43 nenhumtipodepublicao.ElassoaRPPNdeBomJardimTaperaeMarinheiroe Pedra da Urca.Constatou-seobaixovolumedematerialpublicadoemtodasasunidadesda categoriaReservaParticulardePatrimnioNatural,oquepode-seafirmarserum aspectonegativoscontribuindoparaqueestaspermaneamdesconhecidasperante sociedade. 4.4 Trabalhos que envolveram mais de uma unidade de conservao Trabalhos que envolverammais de uma unidadede conservao do estado de Sergipe, onde temticas foram comparadas e discutidas ocorreram com certa freqncia entreosanosde2006a2010.Dentreestestrabalhos,oslivrospublicadostiveram maior destaque, atingindo 7 publicaes no perodo citado. Em segundo lugar os artigos publicadosemperidicostambmobtiveramdestaque,com5publicaes.Trabalhos completoseDissertaesobtiveramasmesmasquantiasdepublicaescom3para cada. Oscaptulosdelivroseresumosexpandidosobtiverambaixosvalorescom apenas uma publicao para cada no perodo de 2006 a 2010. Entre os anos de 1996 a 2000, chegaram a ser publicados 3 livros. FIGURA10:Publicaescientficasqueabordarammaisdeumaunidadede conservao do estado de Sergipe, de 1996 a 2010.44 4.5 Temas Abordados De acordo com os temas dos trabalhos publicados nas unidades de conservao deusosustentvel,observou-semaiorabordagemdedicadaaoMeioSocio-Ambiental, chegandoa33publicaes.OMeioBiticoapresentou10publicaescientficaseo Meio Abitico apresentou apenas 1 publicao.Jnasreasdeproteointegralamaiorpartedostrabalhospublicados relacionou-seatemasquetratamdoMeioBitico,onde100trabalhosforam publicados, e Meio Socio-Ambiental com 97 publicaes e por ltimo o Meio Abitico com 9 publicaes (Quadro 5). QUADRO 5: Nmero de trabalhos cientficos das unidades de conservao do estado de Sergipe distribudos por grupos e meios estudados. UC Meio Abitico Meio Bitico Meio Antrpico APA Litoral Sul de Sergipe 029 APA Morro do Urubu 0215 FLONA do Ibura 165 RPPN Bom Jardim Tapera 000 RPPN Fonte da Bica 004 RPPN Marinheiro e Pedra da Urca 000 Total11033 UC Meio Abitico Meio Bitico Meio Antrpico REBIO Santa Isabel 01210 PARNA Serra de Itabaiana 36765 Monumento Natural do Angico 020 Refgio de Vida Silvestre na Mata do Junco 61921 Parque Natural Municipal de Lagoa do Frio 000 Total910096 AsunidadesdeProteointegral,assimcomoasunidadesdeusosustentvel tambmapresentaramrarosestudosnomeioabitico,pormasreasdestinadas preservaopossuemmaiorproporo.Paraasunidadesdeusosustentvelacada44 45 trabalhos1foirealizadonomeioabitico,jparaasunidadesdeproteointegrala cada 205 trabalhos publicados, 9 foram do meio abitico, o que d uma proporo de 1 acada22,78trabalhospublicadosparaasUCsdeproteointegralcontra1para44 das UCs de uso sustentvel. Percebe-seacada2,05trabalhospublicados1referenteaoestudonoMeio Bitico nas unidades de proteo integral, j nas de uso sustentvel a cada 4,4 trabalhos publicados 1 do Meio Bitico. De acordo com estudos no MeioSocio-Ambiental tem-se uma proporo de 1 trabalho a cada 2,11 trabalhos publicados sobre as unidades de uso sustentvel. J para as unidades de uso sustentvel tem-se uma proporo de 1 para 1, 33. AimportnciaemserealizarestudosnosMeiosBitico,AbiticoeSocial Ambiental est em definir estratgias e aes para a utilizao sustentvel dos recursos naturais, alm do monitoramento da unidade geogrfica (PREZ, 2004). 4.6 Instituies de Pesquisas Avaliando-se apenas os tipos: Trabalho de Concluso de Curso, Dissertao de mestradoeTesededoutorado,pde-sefazerumaanlisedasinstituiesque publicaramtrabalhosdasunidadesdeconservaodeSergipe,diretaouindiretamente (Figura 11). Pode-seobservarqueaUniversidadeFederaldeSergipeainstituioque maisdesenvolveupesquisascientficasnasUnidadesdeConservaodoestadode Sergipe.Outrasinstituiessergipanasedeoutrosestados,tambmapresentaram publicaes,pormemquantidademuitoreduzida.UniversidadeTiradentesUNIT (4), Universidade Federal de Pernambuco UFPE (4), Universidade Estadual Paulista UNESP(2),aUniversidadeFederaldaParabaUFPB,CentroFederaldeEducao Tecnolgica do Sergipe CEFET-SE, Faculdade Educacional de Araucria- FACEAR, FaculdadedeAdministraoeNegciosdeSergipe-FANESE,UniversidadeFederal doRiodeJaneiroUFRJeFaculdadePioDcimoapresentaramapenasuma publicao cada. 46 FIGURA11:NmerodePublicaesreferentessunidadesdeconservaoem Sergipe,dotipoTrabalhodeConclusodeCurso,DissertaodemestradoeTesede doutorado, por Instituio de Pesquisa.Estenmeroelevadopodeestarrelacionadoaostermosdecooperaotcnica estabelecidosentreaUniversidadeFederaldeSergipeeaoIBAMA,em2006 (n1169.073)ecomaSEMARH(n1628.048),em2009.Basicamenteostermosde cooperaotcnicafirmaramcompromissosentreasinstituiesnointuitoderealizar pesquisascientficasemtodasasUnidadesdeConservaodegestorespectivamente das duas esferas: federais e estaduais. 47 5.Concluso DasunidadesdeconservaodeSergipe,asdeproteointegraltmsido realizadosmaisestudossecomparadoscomasunidadesdeusosustentvel,ondeo Parque Nacional Serra de Itabaiana obteve maior nmero de estudos. As publicaes das unidades de conservao de proteo integral englobaram o maior nmero de temas, se comparado as unidades do grupo de uso sustentvel.Para as unidades de conservao de proteo integral os temas mais estudados em ordem decrescente foram: Flora e Fauna. J para as unidades de conservao de uso sustentvel, os que obtiveram maior destaque foram: Educao Ambiental / Ecoturismo e Planejamento.Foiverificadoadeficinciadeestudosemalgunstemasemambososgrupos deunidadesdeconservao,dentreelestem-se:Geologia,Hidrologia,Climatologiae Edafologia, Microorganismo, Etnobotnica Filosofia / Percepo Ambiental e Conflito. A deficincia de publicaes em determinados temas podem sercaracterizadas como lacunas nos estudos cientficos. Estas lacunas podem ser supridas se forem melhor aproveitadaaparceriaentreinstituiesdepesquisaseunidadedeconservao.Tal parceriajestformalizadaatualmenteentreUFSeSEMARH,pormaoquetudo indica,faltaarticulaodealgunsgestoresouquandoissoocorre,existeuma predisposio de articulao do gestor em buscar pesquisas mais para o meio bitico do que para o meio abitico. Deve-se buscar um equilbrio entre os temas a serem estudados, pois constatou-sequeexistemmaisestudosnomeiobiticoepoucosounulosestudossobreomeio abitico. Estes estudos devem ser estimulados de forma contnua, pois a inexistncia de estudos,pordeterminadoperodo,resultanaperdaderegistrosdeelementoscontidos nomeio ambiente. Instrumentos demonitoramento devero ser realizados por parte do rgogestorapartirdosestudosquevemsendorealizadosafimdenoperder informaes em perodos posteriores realizao da pesquisa.Percebe-sepormeiodaanlisedotrabalhoumatendnciaaocrescimentode estudosnasunidadesdeconservaosergipanas,oqueremeteaocrescimentoda importnciadoestudoambientalquefacilitaumamelhorinterlocuodasunidades perante a sociedade. 48 Umaspectoquepodeserverificadonestetrabalhofoiqueosestudos realizados e publicados nem sempre aplicado pelo rgo gestor ou at mesmo no so lidos.Istopodesercomprovadocomalgumasunidadesdeconservaopossuemum bom nmero de publicaes, porm a rea no apresenta ainda um plano de manejo ou no aplicam qualquer instrumento de planejamento. Esta coletnea poder ser utilizada pelos gestores das unidades de conservao a fim de orient-los nas demandas de novos estudos e utilizao dos j existentes como instrumento de gesto ambiental. OsconvniosexistentesentreaUFSeosGovernosFederaleEstadual representam um significativo avano para o bem natural, onde pesquisas so realizadas comintuitodeproteoambientalparaosmeiosbiticos,abiticos,antrpicose culturais e que podero ser utilizados pelos gestores das unidades de conservao. 49 6.Referncias Bibliogrficas BENJAMIN, A. H. Direito ambiental das reas protegidas o regime jurdico das unidades de conservao. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2001. BRASIL. Lei n 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC. Braslia/DF, 2000.BOTELLI, A. A. K. O uso das plantas medicinais nas comunidades do entorno do Parque Nacional da Serra de Itabaiana/SE. 114 f. Dissertao (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)- Universidade Federal de Sergipe. So Cristvo, 2010.CAMPOS, J. B., TOSSULINO, M. G. P. & MLLER, C.R.C. (Orgs.) . Unidades de Conservao: aes para valorizao da biodiversidade. Curitiba: IAP, 2006. v. 1. 348 p.CARVALHO, M. A. 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