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Arquivologia Prof. Darlan Eterno AULA 4

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Arquivologia

Prof. Darlan Eterno

AULA 4

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Arquivologia

AULA 4

*Arquivos permanentes

Aqui, temos uma série de atividades que serão realizadas: arranjo, descrição, publicação, conservação e referência. Nós listamos na aula 2, agora, vamos detalhá-las:

a) Arranjo: Tem o sentido de ordenação, organização. Lembram do arranjo lá da matemática? É uma ordenação de fatores. Arranjo tem o sentido de agrupamento, classificação, ordenação. Vamos interpretar o contexto: estamos na fase permanente. Se na fase corrente e na intermedi-ária descartamos documentos, os demais chegarão na fase permanente. Ou seja, uma pequena parcela. Exemplo: a instituição gera 600 tipos de documentos diferentes na fase corrente. Al-guns são eliminados na corrente, intermediária. Na fase permanente, vamos supor, temos 120 destes conteúdos. Esta parcela tem que ser agrupada dentro das caixas. Agrupar fisicamente. Para fazer esta ordenação temos dois tipos de práticas: estrutural ou funcional. Qual o critério que vamos utilizar? Temos que ter sempre um critério para fazer este agrupamento. O critério funcional é similar ao plano de classificação. Lembram que no plano agrupamos pela função? Já o funcional tem o nome dos setores que os originaram. É como se pegássemos o cronograma do MPU e extraíssemos os setores, gerando um arranjo estrutural. A tendência que temos é falar que o estrutural é mais fácil, pois, como você anda no dia a dia da instituição, você conhe-ce os setores. Principalmente no serviço público: às vezes, um setor acaba juntando-se com outro. Cada Poder tem a sua autonomia para trabalhar suas questões administrativas, isto vira um problema depois. Por isso, costumamos dizer que o arranjo funcional é mais perene, mais duradouro. Observem: no MPU, o que é mais estável, as funções administrativas ou as funções pelas quais ele foi criado? Sim, as funções, que dificilmente vão mudar.

a2) Quadro de arranjo: Ele se parece com um plano de classificação. Lembram da aula 2? Temos a hierarquização do particular para o geral, e o conteúdo atrelado ao número. O plano de classificação abrange os conteúdos da instituição como um todo. Na fase permanente, a maioria destes conteúdos não vão mais existir. Então, o ideal é criar um quadro de arranjo, um instrumento mais enxuto, que contém os documentos guardados naquela fase. O quadro de ar-ranjo é o instrumento utilizado para agrupar os documentos na fase permanente. Por exemplo: os documentos de uma eleição de mesa diretora. Um dia, irão virar permanentes. Então, pega-mos esta documentação e no arquivo permanente vou colocar nas mesmas caixas os documen-tos que tratam da eleição da mesa diretora. O meu quadro de arranjo vai ter o nome desta ati-vidade. Se fosse estrutural, o meu quadro teria o nome dos setores que compõe a instituição: secretaria, diretoria. Ou seja, o quadro reflete o arranjo escolhido.

b) Descrição: Cuidado! Não é a mesma coisa que registro, que o protocolo faz. Descrição, aqui, tem um outro sentido. Imagina só: os documentos foram agrupados, mas, você não sabe o que está naquelas caixas. Tem que ter alguma coisa que venha intermediar o que está organizado com a pessoa que irá pesquisar. Esta é a ideia da descrição: você irá elaborar instrumentos que

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vão ajudar as pessoas a acessarem os documentos de arquivo. É a elaboração de instrumentos de pesquisa, como por exemplo, um catálogo, um inventário, um guia, entre outros. Digamos que você vá ao Arquivo Público. Ao chegar lá, você pede para olhar os instrumentos de pesqui-sa que o arquivo tem. Eles irão mostrar os catálogos e inventários. Estes instrumentos não nas-cem prontos, alguém deve criá-los. Quando você cria estes documentos você está realizando a atividade de descrição. Eles seguem uma linguagem padronizada: nós temos normas de des-crição: uma nacional e outra internacional. Por exemplo: temos um sistema mundial chamado Atom, onde você disponibiliza documentos para o mundo inteiro ver. Neste sistema, que é um software livre, ele tem os campos da descrição, pois, se não é estabelecido um padrão, cada um vai escrever de uma forma. A descrição padroniza.

c) Publicação: Publicação dos próprios instrumentos de pesquisa. Vejam: na etapa anterior, você havia criado o instrumento de pesquisa: um catálogo, um guia. Nesta etapa existe a possibilidade de publicar, de forma impressa ou virtual.

d) Referência: Tem duas vertentes: a primeira vertente está relacionada à definição de políticas de acesso. Via de regra, o acesso na fase permanente é público. O acesso deve ser realizado dentro da instituição. O documento permanente sequer sai do arquivo permanente para consulta de outros setores. Ele sai apenas para exposição, e por pouco tempo. Na referência, você vai criar um documento estabelecendo como se dará o acesso a aquele arquivo. Este documento, a referência, tem uma série de recomendações quanto ao acesso, como, por exemplo, um documento antigo, que deve ser manuseado com luvas. Além disso, a referência envolve atividades culturais (visitas ao arquivo/exposições).

e) Conservação: É a atividade mais cobrado do arquivo permanente e foi a mais cobrada nas últimas provas do MPU. Quando falamos em conservação, queremos preservar o documento. Temos que ter cuidados com o documento e com o próprio local onde ele está sendo guardado, onde vamos cuidar da iluminação, da climatização, do mobiliário. Isto nós chamamos de conservação. Ela não se restringe apenas ao documento.

e1) Fatores de deterioriração dos documentos:

• Internos: Tem relação direta com a própria estrutura do documento. Alguns documentos, mesmo guardados de forma correta, vão se deteriorar. Tem documentos que sabemos que não irão durar muito tempo: por exemplo, ao ir ao banco e tirar um extrato, sabemos que com o tempo irá apagar. A estrutura é frágil. O documento em papel tem algumas características relacionadas diretamente com a sua estrutura. Exemplo: o jornal impresso, com o tempo, fica amarelado. O fator que ocasiona é a própria acidez do papel. Lembram das tabelas de PH que estudamos em química no colégio? Por incrível que pareça, tem tudo a ver com a Arquivologia. Já foi cobrado em prova. Nosso caderno, nossas apostilas, também amarelam como o jornal, pois são ácidos. Em Arquivologia, quando você vai imprimir um documento, por exemplo, uma norma. Sabemos que quando ela mesmo quando sair do uso corrente vai adquirir perspectiva histórica, tornando-se permanente. A norma prevê que, ao imprimir documentos que têm essa perspectiva, temos que utilizar papel neutro ou básico. O PH tem uma outra implicação. Observe a tabela do PH que devemos utilizar nas embalagens:

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Temos várias questões de prova retiradas desta tabela. Como vamos guardar uma fotografia, por exemplo? Com um folder, utilizando um papel dobrado com ph neutro entre elas. Os negativos fotográficos tem que ser guardados em tiras também envelopadas com papel de PH neutro. Outra possibilidade é guardar no polietileno. Na prova cai exatamente este termo. Não é plástico! Plástico é um material muito suscetível à alteração de temperatura. Não é o material ideal. Documentos em papel são acondicionados em invólucros (pacotes) ou caixas, de papel neutro ou alcalino. Aqui também pode ser alcalino. A embalagem jamais poderá ser de PH ácido. As fitas magnéticas são guardadas em suas caixas, e podem ser envolvidas em plástico bolha. O armazenamento será preferencialmente em mobiliário de aço, tratado com pintura sintética, de efeito antiestático. A madeira não é adequada.

O último que aparece são os documentos em grandes formatos: mapas e plantas. Se o mapa e a planta foram identificados como não-permanentes, você pode guardá-los enrolado dentro de um tubo. Se forem permanente, recomenda-se que se guarde em um móvel específico, a mapoteca. É um móvel com gavetas, com medidas aproximadas de 1,5 X 1,5, bem largo e profundo.

• Externos: Podem ser fatores biológicos, químicos e físicos. Biológicos podem ser insetos, roedores, homem quando não manuseia corretamente. Químicos são poluição, gases (provenientes até mesmo do verniz das madeiras). Físicos podem ser a luz, a temperatura e a umidade. No arquivo, temos uma área isolada para guarda de documentos. A luz, tanto natural quanto artificial, deve ser evitada.

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Nas provas do CESPE, não é necessário decorar. O importante é gravar que cada suporte tem um nível de temperatura e umidade próprios. A temperatura e a umidade devem ser controladas. Este controle deve ser realizado de acordo com o suporte. O tempo de vida útil tem muito a ver com a temperatura e umidade que o documento está sujeito.

e2) Técnicas de conservação: Elas se dividem em quatro grandes grupos.

a) higienização: As formas de limpeza, com escova, pincel, pano, aspirador de pó e pó de borracha (serve para tirar a sujidade de um documento).

b) desinfestação: Tem o sentido literal da palavra: alguém com devidos equipamentos irá aplicar substâncias para combater insetos, etc, com produtos próprios para o arquivo. A fumigação também é uma forma de desinfestação, com a retirada dos documentos para uma sala preparada com aparelhos que borrifam vapores químicos nos documentos.

c) alisamento: Se o documento for amassado, será umedecido (em uma bandeja específica u câmara úmida), retirado, colocado em superfície plana e alisado com ferro.

d) restauração: Pode ser feita por meio da encapsulação ou laminação. Por exemplo, um documento que foi rasgado, será restaurado com as partes rasgadas unidas, e é colocada nas faces folhas de poliéster e serão seladas as bordas. Parece que foi plastificado, mas cuidado, a matéria é o poliéster. Na laminação, será utilizada como matéria prima o papel de seda e o acetato de celulose, com as bordas prensadas. A laminação tem a vantagem de criar uma camada forte que impede ações externas. Mas, atenção! Não existe laminação e encapsulação preventiva! As técnicas preventivas serão no armazenamento, manuseio. A restauração é um último artifício e é feita quando temos um dano. Temos outras técnicas também, como a reenfibragem: o documento sofreu um furo, por exemplo, e neste local preenchemos com polpa de papel. O banho de gelatina é outra técnica, com documentos gastos, por exemplo. Para evitar que o desgaste seja maior, o documento é mergulhado em gelatina específica. A desvantagem é que pode atrair insetos. Outra técnica de restauração é o silking. Ele parece com a reenfibragem. No lugar do furo, em vez da polpa de papel, vamos colocar um reforço de tecido, que é a musseline de seda ou crepeline de seda.

Vamos praticar?

150. (CESPE – TRE – MT – 2010)

O ar seco é um elemento que beneficia as condições físicas do papel.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Errado, quando o ar está seco, o documento fica quebradiço. A umidade deve ser controlada.

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151. (CESPE – TCDF – 2014)

O instrumento utilizado para a classificação dos documentos do arquivo permanente é o quadro de arranjo.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Porque não é o plano de classificação? Porque no arquivo permanente vai chegar bem menos documentos. Não vale a pena ter um instrumento grande para uma realidade pequena.

152. (CESPE – TRE – MS – 2013)

A embalagem de guarda de um documento, com o fim de preservação e acesso, denomina-se:

a) encolagem.b) acondicionamento.c) armazenamento.d) aditamento.e) amostragem

Gabarito letra B, acondicionamento. Armazenamento você pode guardar lembrando de armário, mobiliário.

153. (CESPE – IBAMA – 2012)

Recomenda-se acondicionar os documentos cartográficos em pastas suspensas e armazená-los em estantes de aço com pintura antioxidante.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

Um exemplo é o mapa, planta. Devem ser colocados em tubos ou mapotecas.

154. (CESPE – TCDF – 2014)

Um modo eficiente de conservação de documentos de arquivo em suporte papel consiste em acondicioná-los em embalagens de papel de pH neutro.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Certo, poderia ser de ph básico ou alcalino também, só não pode ser ácido.

155. (CESPE – FUB – 2014)

A laminação é uma técnica utilizada para reparos em documentos de arquivo e consiste no envolvimento do documento em uma folha de papel de seda e outra de acetato de celulose.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

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156. (CESPE – MPU – 2013)

O acondicionamento de fotografia em arquivo deve ser realizado em folder confeccionado em papel de PH neutro, método diferente do utilizado para a guarda de negativos, que devem ser acondicionados em envelopes confeccionados em papel de pH básico ou polietileno.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso

Errado! O erro está no básico. Fotografia e negativo sempre tem que ser armazenados em ph neutro, sempre.

157. (CESPE – MI – 2006)

A luz acelera a deterioração dos acervos dos arquivos. Qualquer exposição à luz, mesmo que por breve período de tempo, causa danos, e esses danos são cumulativos e irreversíveis.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

A luz torna o documento amarelado, faz as tintas borrarem e até mesmo se desgastarem. Eu não consigo reverter o dano, somente estabilizá-lo.

158. (CESPE – CADE – 2014)

Para a assinatura de documentos, recomenda-se a utilização de caneta esferográfica como forma de preservação do papel.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

O ideal é assinar com caneta tinteiro, com tinta nanquim.

159.  (CESPE – DPF – 2009)

A luz solar, o ar seco, a elevada umidade, o mofo, as grandes variações de temperatura e a poeira são, a médio e longo prazos, prejudiciais à conservação dos documentos.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

A questão não diz apenas! Cuidado.

160. (CESPE – MS – 2008)

A ação antrópica não interfere na degradação dos arquivos.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Ação antrópica é a ação humana.

161. (CESPE – DPF – PAPILOSCOPISTA – 2012)

Como medida contra o acúmulo de poeira em documentos de arquivo em suporte papel, recomenda-se a higienização do documento com uma borracha fina em pó.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

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162. (CESPE – STM – 2018)

As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de computador, devem ser preferencialmente armazenadas em mobiliário de aço tratado com pintura sintética de efeito antiestático.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Certo! A pintura antiestática é um tipo de pintura que não enferruja.

163. (CESPE – STM – 2018)

Para a otimização do espaço nas áreas de depósitos, recomenda-se que, ao se armazenar documentos, desconsidere-se o gênero documental de cada um deles.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

A questão do gênero também tem implicação no suporte. Deve-se considerar o gênero.

164. (CESPE – STM – 2018)

Os documentos de valor permanente que apresentem grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados horizontalmente.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Podem ser horizontalmente nas mapotecas. Se não fossem permanentes, poderiam ser enrola-dos e acondicionados dentro de um tubo.

165. (CESPE – DPF – PAPILOSCOPISTA – 2012)

O acondicionamento – que consiste na guarda dos documentos nos locais a eles designados – e o armazenamento – que se refere à embalagem do documento com vistas a protegê-lo e a facilitar seu manuseio são procedimentos fundamentais para a conservação e preservação dos documentos de arquivo.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Os termos estão trocados.

166. (CESPE – TRE-MT – 2010)

O alisamento é um método eficiente de combate aos insetos e todos os outros tipos de pragas que podem atacar o papel.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

O correto seria desinfestação.

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167. (CESPE – ABIN – 2010)

Embora pertençam a um mesmo fundo, os documentos produzidos em vários suportes devem ser armazenados em locais diferentes, conforme suas características físicas.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Fundo é mesma coisa que arquivo.

168. (CESPE – ANAC – 2012)

As condições ambientais de armazenamento de documentos em suportes especiais, tais como o fotográfico, são as mesmas dos documentos em suporte papel.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

169. (CESPE – ANAC – 2012)

Uma medida de conservação e de preservação documental consiste na elaboração de documentos identificados como de guarda permanente em papel de pH neutro.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

170. (CESPE – SERPRO – 2013)

Nos arquivos permanentes, a atividade de referência não tem qualquer vinculação com a política de acesso aos documentos.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

É justamente o contrário, a referência são as políticas de acesso.

Como vocês sabem, muitas informações são criadas no meio digital. Ele tem várias vantagens, dá para guardar muita coisa, consegue ter a recuperação rápida. Porém, ele tem um problema bem específico, relacionado à preservação deste meio. Por exemplo, ao guardar informações em CD. Será que daqui a 50 anos teremos um drive que faça esta leitura? Será que o formato que foi salvo o documento estará disponível daqui a 20, 30 anos? É um desafio preservar. Te-mos que considerar que um dia vai ficar obsoleto o suporte ou até mesmo o formato em que foi salvo. Há três caminhos para acessar as informações por muito tempo:

a) migração: Mudar o suporte.

b) emulação: A palavra chave aqui é simulação. Por exemplo, quem vai tirar a carteira de habi-litação hoje em dia tem que entrar em um emulador, uma máquina que simula. Certa vez, na câmara, estávamos acompanhando a abertura de documentos de uma CPI. Ao abrir um dos envelopes, haviam 40 disquetes. O setor de informática instalou um drive de disquete e uma série de aplicativos para acessar o documento, para ela simular o ambiente para a leitura do disquete.

c) definição de formatos adequados: Temos vários formatos de arquivo. A Arquivologia con-sidera o formato adequado como o não-proprietário, o software livre. Em padrões abertos, as pessoas que tem o conhecimento podem continuar o formato dos arquivos.

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171. (CESPE – MPU – 2010)

O problema relacionado à obsolescência dos equipamentos e dos programas de informática, que compromete a preservação de documentos digitais, pode ser resolvido com o uso de laminação.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Laminação é para o papel, não tem aplicação no meio digital. Teríamos que usar a migração, emulação, por exemplo.

172. (CESPE – MPU – 2010)

O alisamento é uma das operações de restauração de documentos mais utilizadas em países tropicais.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

173. (CESPE – MPU – 2013)

O método de laminação é o que mais se aproxima do método ideal de restauração de docu-mentos, dado que eleva a resistência do papel sem perda da legibilidade e flexibilidade, tornan-do-o imune à ação de fungos e pragas.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Método ideal é aquele em que se conserva um documento sem alterar suas propriedades.

*Gestão de documentos

A gestão vai integrar as práticas que vimos até agora. Quando eu falo de gestão de documen-tos, estou falando da administração dos documentos, que é realizado por um conjunto de do-cumentos. Vamos olhar na lei:

Art 3º da Lei 81159:

Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referen-tes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediá-ria, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

Este artigo deve ser memorizado. Notem, a gestão é um conjunto de procedimentos. A gestão começa no momento da produção. É mais fácil controlar neste momento. As atividades técni-cas da gestão atuam em fase corrente e intermediária. Ou seja, não atuam no arquivo perma-nente. Não se fala de arranjo, descrição, publicação. Na fase corrente e intermediária servem à administração, o que tem tudo a ver com gestão. A gestão começa na produção e estende-se até a destinação final do documento.

Etapas (fases):

a) Produção: Nosso objetivo é racionalizar a criação de documentos. Partimos do pressuposto que a administração pública é bastante burocrática, com uma série de normas. Na prática, às vezes são criados documentos demais para atividades simples. Os arquivistas costumam visitar os setores e orientar esta produção. Com esta orientação, conseguimos tornar mais racional a

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produção dos documentos. No dia a dia, são tantas coisas para fazer que poucas vezes revemos esse processo. Quanto menos material produzido, menor o custo de guarda.

b) Utilização:

Normas de acesso: Em uma instituição, temos que estabelecer quem vai acessar os arquivos. É bom criar normas e manuais dispondo sobre isso.

Protocolo (e todas as rotinas que ele realiza): Temos que ter algum mecanismo para controlar os documentos. Lembra da aula 3? Recebimento, registro, autuação, classificação. Faz parte do protocolo, ou seja, da etapa de utilização.

Arquivamento: Vamos lembrar de duas coisas importantes: o plano de classificação (aula 2) e dos métodos de arquivamento. Se você não conseguir arquivar de forma correta, dificilmente alguém vai conseguir acessar o arquivo.

c) Destinação: Aqui, vamos aplicar a tabela de temporalidade. A partir da tabela, vamos estabelecer a destinação dos documentos, que pode ser a eliminação ou a guarda permanente. Quando você estabelece a destinação, deve colocar isso em prática. Lembra das rotinas de eliminação? Tem que criar uma listagem de eliminação, tem que publicar um edital. Ou seja, quando você faz a destinação, tem a prática.

Vamos praticar?

137. (CESPE – MDIC – 2014)

A gestão de documentos é aplicada aos documentos considerados de valor permanente, ou seja, aqueles com valor histórico reconhecido pela sociedade.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Não. A gestão engloba as duas fases em que o documento serve à administração: corrente e intermediária. Não aplicamos na fase permanente.

138. (CESPE – IBRAM – 2009)

Segundo a lei 8159/91, a gestão de documentos compreende o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, visando à sua eliminação ou transferência para guarda permanente.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Errado, na fase permanente é recolhimento. Cuidado! Foi trocada apenas uma palavra.

139. (TJ – AL – 2012)

A fase da gestão de documentos que compreende a elaboração do instrumento de classificação dos documentos de arquivo é a da:

a) destinação.b) difusão.

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c) utilizaçãod) criação.e) produção.

Gabarito letra c, utilização. Ele não faz parte da produção!

140. (CESPE – MPU – 2010)

Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

141. (CESPE – MDIC – 2014)

O plano de classificação e a tabela de temporalidade são instrumentos arquivístico previstos nas fases de um programa de gestão de documentos.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

O plano na utilização e a tabela na destinação.

142. (CESPE – PRF – 2012)

A gestão de documentos envolve operações técnicas como produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento.

( X ) Verdadeiro   ( ) Falso

Tudo o que está aqui faz parte do conceito de gestão.

143. (CESPE – MPU – 2010)

A produção, uma das fases básicas da gestão de documentos, engloba as seguintes atividades de protocolo: recebimento, classificação, registro, distribuição dos documentos.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

O protocolo está na fase de utilização, não na produção.

144. (CESPE – SERPRO – 2013)

A atividade de expedição de documentos, incluída na fase de utilização dos documentos, não é parte do programa de gestão de documentos.

( ) Verdadeiro   ( X ) Falso

Quem faz expedição? O protocolo. Na fase de utilização? Sim. Porém, faz sim parte da gestão.

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*Lei de Acesso à Informação (Lei 12527/11)

Este conteúdo tem uma aplicação prática em sua vida de servidor. Todo servidor tem que co-nhecer esta lei. Antes da lei entrar em vigor, o serviço público tinha a cultura do sigilo, onde tudo era restrito. Era muito retrógrado. A Lei de Acesso prevê que o acesso é público, e o sigilo agora é uma exceção, previstos nos seguintes artigos:

Art. 23 (Segurança da Sociedade/Estado): Por exemplo, temos uma CPI e vai uma pessoa depor. O nome dela não pode ser divulgado, pois isto compromete a segurança da pessoa. É uma in-formação protegida por lei.

Art. 31 (Honra/Vida Humana): A remuneração dos servidores é pública, mas o contracheque não pode ser acessado, pois é uma informação pessoal. Lá mostra se ela paga pensão alimentí-cia, se tem algum crédito consignado junto ao banco. Isso é informação pessoal. Assim como os atestados e demais documentos da pessoa.

Art. 22 (Demais hipóteses de sigilo legal): Já ouviram falar sobre sigilo telefônico, bancário, de correspondência? Isso já estava em outras leis, na própria constituição. A própria lei fala: “Esta lei não exclui as demais hipóteses de sigilo legal encontradas em outras leis”.

Na prática: eu sou o cidadão, você trabalha no MPU. Eu vou pedir a informação para você. A informação deve ser fornecida para mim, exceto se ficar enquadrada nestas três categorias. E a lei exige que o servidor que negou a informação motive. Vocês não podem dizer que não ape-nas, tem que ter a fundamentação.

A lei consolidou uma ideia de transparência (Art. 8º):

É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a di-vulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

Ninguém precisa pedir informação, o órgão deve dar a informação. Nos demais parágrafos, ele estabelece um rol mínimo, como, por exemplo: gastos com licitação, principais projetos.

SIC (Art. 9º)

O SIC é o serviço de informações ao cidadão. Ele atua como um balcão de atendimento. E não precisa ser apenas físico, pode ser digital. Ele existe para receber os pedidos de acesso, aquilo que você não encontrou e quer saber você pede ao SIC, que recebe e remete à área que irá responder o seu pedido.

A lei de acesso é aplicada a todos os poderes, em todas as esferas.

Como pedir a informação?

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido ter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida.

Pessoas jurídicas também podem pedir informações? Sim. Pessoas físicas, quaisquer interessa-dos. E por qualquer meio legítimo: pode ser presencial, por email, via telefone. O que o pedido deve conter? A identificação do requerente e a especificação da informação que você quer. No seu pedido, não é necessário dizer o por que você quer determinada informação:

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(Art. 10 § 3º) São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicita-ção de informações de interesse público.

Os pedidos não precisam ser motivados.

O CESPE adora cobrar prazos. No Art. 11, temos os prazos de atendimento: a lei estabelece que o atendimento deve ser imediato. Não quer dizer que vai dar direto a informação, mas é neces-sário dar uma resposta. Se a informação estiver espalhada em diversos pontos, é possível pedir um prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 10 dias. Ninguém irá esperar mais do que 30 dias.

A parte mais cobrada da prova são os graus de sigilo, que estão no Art. 24:

• ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos

• secreta: 15 (quinze) anos; e

• reservada: 5 (cinco) anos.

A lei estabelece estes graus e estes prazos para os documentos sigilosos. Porém, a lei diz que cada órgão irá disciplinar o que se enquadra em cada uma destas categorias. O único destes prazos que pode ser prorrogado é o ultrasecreto, apenas por uma vez, por até 25 anos. Esta decisão pode ser revista a qualquer tempo. A lei prevê que são prazos máximos, podemos ter prazos menores.