arquivo - jornal gamboa digital - ed. 49 (ago-set/2011)

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Ano 12 N o 49 Agosto/Setembro/2011 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA O local conhecido como Gi- gante ou Lagoa do Gigante é um povoado rural da Caatin- ga, situado a aproximadamen- te 11 km de Boa Nova. Pou- cos sabem que esta pequena comunidade tem um nome muito especial e que já guar- dou provas preciosas da histó- ria evolutiva do nosso planeta. Há cerca de 40 anos os mo- radores do local, ao escavarem uma lagoa para aumentar o acú- mulo de água, encontraram os- sos enormes de algum tipo de animal que teria morrido naque- le lugar. Segundo os mais anti- gos, estes ossos eram tão gran- des que na época da descoberta as mulheres usavam alguns de- les, em formato de bacia ou ga- mela, para lavar roupas. Estes dados foram levanta- dos pelo biólogo Edson Ribei- ro Luiz – membro da ONG SAVE Brasil, que tem pesqui- sado a fundo a história de Boa Nova a ponto de trazer à tona este e outros estudos que o GAMBOA torna públicos. So- bre a imagem que ilustra esta página, o próprio Edson a ex- plica à página 5.

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Esta edição traz, duas páginas a mais do que a impressa, sendo divulgada após a sua circulação em Boa Nova e em outras cidades. A ampliação facilita a inserção de outras matérias após o fechamento da edição.

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Ano 12 No 49 Agosto/Setembro/2011 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA

O local conhecido como Gi-gante ou Lagoa do Gigante éum povoado rural da Caatin-ga, situado a aproximadamen-te 11 km de Boa Nova. Pou-cos sabem que esta pequenacomunidade tem um nomemuito especial e que já guar-dou provas preciosas da histó-ria evolutiva do nosso planeta.

Há cerca de 40 anos os mo-

radores do local, ao escavaremuma lagoa para aumentar o acú-mulo de água, encontraram os-sos enormes de algum tipo deanimal que teria morrido naque-le lugar. Segundo os mais anti-gos, estes ossos eram tão gran-des que na época da descobertaas mulheres usavam alguns de-les, em formato de bacia ou ga-mela, para lavar roupas.

Estes dados foram levanta-dos pelo biólogo Edson Ribei-ro Luiz – membro da ONGSAVE Brasil, que tem pesqui-sado a fundo a história de BoaNova a ponto de trazer à tonaeste e outros estudos que oGAMBOA torna públicos. So-bre a imagem que ilustra estapágina, o próprio Edson a ex-plica à página 5.

2 Gamboa Agosto/Setembro/11

Colaboraram nesta edição:Anderson Dias, Boanerges Roberto, Cibele de Sá, Edson Ribeiro, Eliene Ferreira, ElieneLima, Fábio Machado, Jairo Moraes, Juliana Moreno, Lucimary Torres, Luiz Moraes,Osmar Borges, Paulo Neuman, Renato Pedrecal Jr., Sheyla Alencar e Vera Passos.

Expediente Jornal GAMBOA

Impressão: Tribuna Editora GráficaViçosa-MG

Editor/Jornalista Responsável:Roberto D´arte

Editoração e edição de imagem:Anderson Miranda

Endereço:Rua Vaz de Melo 40 - CentroViçosa-MG - CEP 36570-000E-mail: [email protected]

O GAMBOA está vinculado ao IAM(Instituto Adroaldo Moraes)E-mail: [email protected]

Os artigos assinados do Gamboa são de inteira responsabilidade de seus autores

Após mais de 11 anos em circulação, o Jornal GAMBOA ain-da não é compreendido por alguns moradores de Boa Nova. Umdos nossos colaboradores na cidade mencionou há pouco tempoque percebe, a partir de conversas cotidianas, que há quem nãoentenda a verdadeira proposta deste periódico.

Quem olha com atenção o cabeçalho do jornal pode notar que neleestá escrito “publicação educativo-cultural”. Antes mesmo de circulara primeira edição, em maio de 2000, a concepção do GAMBOA (nãoainda como jornal, mas enquanto Grupo dos Amigos de Boa Nova)girava em torno de uma ideia simples: reunir boanovenses (denascimento e de coração) que quisessem fazer algo de positivopor nossa terra, morando ou não no município.

Um dos pressupostos para o engajamento no GAMBOA era nãose importar com quem estivesse à frente da Administração Munici-pal, já que Boa Nova (e a maioria dos municípios do Brasil) sofre dadoença crônica das guerrinhas partidárias e das consequências ad-vindas delas. Tecer críticas (no sentido mais amplo da palavra) oumesmo denunciar problemas é algo que o jornal não se furtou nemse furta. Ao contrário do que alguns possam pensar, o GAMBOAtem, sim, um viés político, uma vez que fazer política é se envolvercom as questões de interesse público, seja nas áreas de educação ecultura (interesses diretos do jornal) ou em quaisquer outras.

O que é importante deixar aqui claro é que o GAMBOA é aparti-dário, não tem compromissos com A ou B, muito menos com politica-gens (leiam-se aí as agressões e/ou perseguições em nome de grupospolíticos). O nosso debate é sempre de ideias, ainda que estas sejamantagônicas ou conflitantes. Prova disso é que o jornal convive com aterceira Administração Municipal desde que foi criado, tendo partici-pado de três eleições, cedendo espaços para que os candidatos a pre-feito apresentem as suas propostas. Assim será em 2012.

Alguns também têm uma visão errônea do GAMBOA quandodizem, por exemplo, que o jornal não presta homenagens a seus fami-liares, como já fez com vários outros boanovenses. O GAMBOA,como já foi dito aqui várias vezes, é feito através do voluntari-ado, tanto no sentido financeiro quanto no sentido dos traba-lhos de reportagem, redação, fotografia e sugestões de pautas.Há, sim, colaboradores mais diretos, o que não impede que sur-jam outros. Assim, quem quiser homenagear um ente querido(já falecido ou não), que faz parte da história da nossa gente, ésó reunir fotos, levantar dados (ou escrever um texto) e enviarpara o e-mail [email protected].

De uma vez por todas, deixamos claro que qualquer pessoa podeajudar a fazer o GAMBOA. Uma das maiores virtudes deste jornal éque ele existe não para julgar ou ditar regras, mas para fazer da de-mocracia e do respeito ao próximo a sua maior bandeira.

Para quem ainda não sabe...Eis a históriaDe um caboclo morenoVida simplóriaAlegre boêmioMeio arredioE desconfiadoEsposo, avô e tioMuito calado

O trabalhadorOu cabra da pesteDesaforo nunca levouNeste sertão agreste

Sua palavra é créditoOh! Grande heróiHonroso é o méritoDe tê-lo como pai.

Grande herói

(homenagem de MariaPerpétua Ferreira San-tos ao seu pai, Eufrosi-no Valeriano Ferreira,que faleceu no dia 8 deagosto último, aos 88anos. A foto que ilustraesta homenagem é umregistro recente do bo-anovense Paulo Co-queiro para o projeto“Guardados”)

Contribuindo com ações e exemplos parauma Boa Nova mais ética e sustentável

Agosto/Setembro/11 Gamboa 3

O Pica-pau é um desenho anima-do de grande sucesso no Brasil. Mui-tas pessoas acreditam que esse seja umtipo ave pouco comum na vida real. Éexatamente o contrário! Os pica-paussão muito abundantes em todas as re-giões do Brasil, mas devido ao poucoconvívio da maioria das pessoas comoo meio rural e as florestas, tem-se umaimpressão geral que esse animal sóexiste na tela da TV.

Apenas em Boa Nova 12 espécies jáforam catalogadas e 10 delas fotografa-das (acesse o site www.wikiaves.com.br/picidae). Em alguns locais as pessoastambém os chamam de pinica-paus. Fica difícil até descrevercada uma das espécies boanovenses neste texto. Escolhere-mos duas. O menor e o maior.

O Pica-pau-anão-pintado é uma espécie típica de ambi-entes mais secos, como a Caatinga e a Mata de Cipó, nãoultrapassando 11 cm de comprimento do bico à ponta da cau-da. Tem no nome científico de Picumnus pygmaeus.

O maior é o Pica-pau-de-banda-branca, espécie com 33 cm,de topete bem vermelho e nome científico Dryocopus lineatus.Este “esquisito” nome que a ciência lhe deu tem origem no termogrego druokopos, que significa cortador de madeira. E por que os

A 3a Conferência Munici-pal de Cultura de Boa Nova,realizada dia 16 de setembro,definiu as propostas que se-rão levadas à 4a ConferênciaEstadual de Cultura, queacontecerá de 30 de novem-bro a 3 de dezembro próximosem Vitória da Conquista. Aabertura da conferência mu-nicipal aconteceu no dia 29 deagosto no Clube Social, comuma plenária de aproximada-mente 70 pessoas. O evento,no entanto, teve que ser inter-rompido abruptamente em de-corrência do violento assaltoao Banco do Brasil e ao co-mércio local (amplamente di-vulgado nas mídias estaduale nacional).Naquela oportuni-dade o público assistiu à apre-sentação do grupo de criançase adolescentes da Escola deMúsica Aderbal Duarte, soba direção do músico boano-vense Zé Rodrigues, bastanteelogiada por Allan Borges –representante da Superinten-dência de DesenvolvimentoTerritorial da Cultura (SUDE-CULT) – ligada à Secretariade Cultura do Estado da

Aves, Taxonomia e Folclore Popularpor Edson Ribeiro Luiz

pica-paus cortam madeira? Esse hábito édevido ao seu principal tipo de alimento,as larvas de insetos que vivem nos tron-cos e galhos das árvores. Para capturaresses “petiscos” eles precisam bater o bicoviolentamente sobre a madeira, e isso osobriga a algumas adaptações interessan-tes; o crânio possui um reforçado revesti-mento para que a estrutura cerebral fiqueprotegida das pancadas. O bico é reto epontiagudo, apropriado para os golpes so-bre uma estrutura compacta.

Quanta novidade, não? Mas nãoacaba por aí. As aves que se alimentamde larvas de insetos, como os pica-paus,

são fundamentais no controle das brocas, cupins, evitando, as-sim, a morte das árvores. Uma floresta sem pica-paus estariaseriamente comprometida. Mais um belo exemplo da perfeitadependência que temos pelos inúmeros seres vivos.

Na próxima edição conheceremos outra família de ave quese alimenta de insetos e larvas de madeira, os Arapaçus, ou,como os boanovenses conhecem, “Cutias-de-pau”. Até lá!

(Edson Ribeiro Luiz é graduado e pós-graduado em Biologia e émembro da ONG SAVE Brasil, sediada em São Paulo-SP e com proje-tos em execução em Boa Nova)

Conferência define prioridadesculturais em Boa Nova

Bahia. Ele compareceu nova-mente à segunda data da con-ferência, que teve uma plená-ria de 40 pessoas.

Segundo Cibele de Sá – di-retora do Departamento Mu-nicipal de Cultura, na confe-rência foram trabalhadas trêspropostas de projetos munici-pais e uma territorial nos se-guintes eixos: Expressões Ar-tísticas (Artes Visuais, Audi-ovisual, Circo, Dança, Teatro,Literatura e Música), Patri-mônio e Memória (Arquivo,Bibliotecas, Livro e Leitura,

Museus, Memoriais, Arquite-tura e Urbanismo e Patrimô-nios Material e Imaterial) eTransversalidade da Cultu-ra (Cultura e Educação, Pes-quisadores e Estudiosos daCultura, Cultura e Direitos Hu-manos, Cultura Digital e Co-municação, Cultura e MeioAmbiente, Cultura e Turismoe Culturas Populares).

Os eixos temáticos sãoparte do formato definidopela Secretaria de Cultura doEstado, ou seja, nas confe-rências municipais a popula-

ção identifica as necessida-des e as demandas culturaisdo seu município e, a partirdaí, propõe os projetos maisadequados para atendê-las.Ao fim dessa etapa, cada gru-po temático apresentará atétrês propostas de projetospara compor os planos mu-nicipais de cultura, e maisuma proposta de projeto ter-ritorial, também por grupotemático, que será levada pordelegados eleitos para asconferências territoriais.

“O Sr. Allan Borges, quefez questão de dizer que temmuita estima por Boa Nova,ficou bastante satisfeito comos resultados da nossa confe-rência. Nós também! Queroressaltar o empenho da equi-pe da Secretaria Municipal deEducação, que colaborou bas-tante desde a pré-conferência.Portanto, aproveito para agra-decer a todos que colabora-ram e, principalmente, à se-cretária Ana Nery MoraesBrito, que, com seu apoio ededicação, foi de fundamen-tal importância para a realiza-ção da nossa conferência”,O público presente na plenária da Conferência Municipal de Cultura

4 Gamboa Agosto/Setembro/11

Assim como vem fa-zendo desde a edição 45(Agosto/Setembro/2010),quando divulgou pela pri-meira vez que a história daboanovense Ângela Cibe-le de Sá Brito havia sidoselecionada para a quartaedição do Revelando osBrasis, o GAMBOA con-tinua acompanhando os

Uma das doenças características da nossa época pode ser de-nominada de “falta de vontade”. Ao lado desta, outra doença dizrespeito à aliança com o mal, verificada por exemplo em mani-festações de alto teor nacionalista, como no recente massacreocorrido na Noruega.

No livro “Encontro com o mal”, Ser-gei Prokofieff explora em profundidade deque maneira estas manifestações se desen-volvem e a relação destas com outros even-tos ocorridos tanto num passado recente(nazismo, fascismo) quanto remoto (Gon-dishapur, fraternidades ocultas). O que po-dem ser vistos como sintomas de desequi-líbrio emocional ou problemas psiquiátri-cos, a nosso ver encerram outras verdades.Pela complexidade do tema, a ele voltare-mos numa próxima oportunidade.

O problema da falta de vontade estárelacionado com o utilitarismo que ca-racteriza nossa época e que corrói o im-pulso que relaciona nosso senso de iden-tidade com a capacidade de empreen-dimento, estando esta a serviço daquela. Quanto menos conse-guimos empreender (ações, atitudes, realizações), menos desen-volvemos nosso senso de identidade.

O panorama tecnológico agrava a tendência à inércia, manifestanum trecho do livro “Inércia – A Geração Y no limite do tédio”, na falade um jovem adulto: “Nós temos tudo e isto é um saco”. Sem motivos

A falta devontade

Renato Pedrecal

para empreender, acabamos afastando a nossa vontade tanto dos pen-samentos quanto dos sentimentos. A vontade aos poucos definha e adepressão pode ser uma consequência. No homem, sobretudo, o que-rer tem um vínculo ainda mais forte com o senso de identidade; namulher o senso de identidade é mais vinculado ao mundo emocional.

Uma tentação ocorrida nesta esfera da falta de vontade é justa-mente a “falta de sentido”. Por que fazer alguma coisa? Qual o sen-tido? O sentido, aqui, é justamente construído à medida em que nosmovimentamos, em que nos esforçamos por empreender algumacoisa, qualquer que seja, que diga respeito à nossa realidade imedia-ta (a princípio) e que possa ter uma função social (de abrangênciavariável). Portanto, fazer é o primordial; o sentido deste fazer viráum pouco com o próprio fazer; se começamos a questionar demais o“sentido” das nossas ações acabamos chegando à conclusão de que,na verdade, não há sentido algum (faz parte de um certo aspecto

traiçoeiro da nossa razão). Se não há sen-tido algum, nada faz sentido; então, nãohá motivo para se fazer nada. Instalada aparalisia na vontade, não é difícil imagi-nar as consequências.

A internet, hoje, com suas redes so-ciais, sua vasta capacidade de pesquisa,suas informações em abundância, livrospara se ler on line, músicas de todos ostipos acessíveis a um clique, é algo queestá modificando tanto nosso acesso aoconhecimento, às informações, à cultu-ra e às outras pessoas quanto nos colo-cando uma questão decisiva: até queponto estamos exercitando a nossa von-tade diante de um mundo de coisas que

temos à nossa disposição, sem que precisemos nos esforçar paratanto, e quais as consequências que daí podem advir.

(Renato Pedrecal Jr. é bacharel em Filosofia pela Unisul –Universidade do Sul de Santa Catarina e servidor público fe-deral em Belo Horizonte-MG)

“O Voo do Caçador” em festivais de cinema

rumos deste bem sucedi-do projeto. Na noite de 6de julho último um públi-co estimado em mais de700 pessoas compareceuà Praça da Bandeira, Cen-tro, para assistir à exibiçãodo documentário “O Voodo Caçador”. Cinco diasdepois este e outros filmesde autores baianos seleci-

onados foram exibidos noPelourinho, em Salvador.

Fotos e notícias doevento foram ampla-mente divulgados namídia regional e esta-dual, além da repercus-são dada no site do Re-velando os Brasis(www.revelandoosbrasis.com.br).

Em cima da notícia, o

Jornal GAMBOA,mesmo sem terlançado ediçãoapós a exibição dofilme, fez um ál-bum de fotos noseu perfil do Face-book, onde tam-bém o repercutiu.

Agora, “O Voodo Caçador” co-meça a circularpelo país atravésda participação emfestivais de cine-ma. Isso enquantonão começam as

próximas fases do pro-jeto, que são a produ-ção do programa Reve-lando os Brasis, emparceria com o CanalFutura (exibição dos40 filmes selecionados,com entrevista comseus realizadores), elançamento das obrasem DVD, com distri-

buição gratuita entrebibliotecas públicas,secretarias de cultura eeducação, instituiçõesde preservação da me-mória audiovisual, en-tre outros.

Segundo Cibele deSá, seu filme já foi ins-crito no 9o FEST CI-NEAMAZÔNIA –Festival Latino Ameri-cano de Cinema e Ví-deo Ambiental e no10o Araribóia Cine -Festival de Niterói-RJ.Ela disse que já estáem vista de outros, cu-jas inscrições aconte-cem por agora.

O Revelando os Bra-sis é um projeto realiza-do pelo Instituto MarlinAzul em parceria coma Secretaria Audiovi-sual do Ministério daCultura, com patrocí-nio da Petrobras.

Um grande público prestigiou em Boa Nova a exibição do filme de Cibele de Sá (detalhe)

Em 2007 uma grata sur-presa me ocorreu quando, aovisitar o município de Miran-te (antigo dis-trito de BoaNova), tomeiconhecimentode que ummorador co-nhecido comoSeu Mazinhotambém tinhaencont radograndes ossosnessa região.Fui apresenta-do a este se-nhor pelo en-tão secretário

queles ossos, de todos os ân-gulos, e no primeiro retorno àUniversidade Federal de Vi-çosa (UFV), onde me graduei,levei as imagens para meusantigos professores de Pa-leontologia. Aconstatação foide que os ossosde Seu Mazinho,e provavelmenteos encontradosem Boa Nova(devido à proxi-midade), eramde preguiças-gi-gantes, extintashá cerca de 10mil anos. Estudos de dataçãoatravés do teste do carbono 14já confirmaram tal idade paraesse grupo de animais (vejasobre esse método de dataçãono sitewww.pt.wikipedia.org/wiki/Carbono-14).

As preguiças-gigantes fize-ram parte da megafauna daAmérica do Sul e, ao lado domastodonte, já tiveram a anti-ga ocorrênciaconfirmada paraa Bahia. As cau-sas da extinçãodesses grandesmamíferos ain-da não foram to-talmente escla-recidas. Sinto anecessidade dedividir essa his-tória especial-mente com aclasse estudan-til e professoresde Ciências e

Agosto/Setembro/11 Gamboa 5

Em 2005, ao chegar a BoaNova, a história contada à pá-gina 1 despertou meu interes-se imediatamente por saberque seguramente aqueles os-sos encontrados no povoadode Gigante deveriam ser fós-seis de algum animal pré-his-tórico. Conheci rapidamente olocal onde os mesmos foramencontrados; conversei com oSenhor Genésio, um dos mo-radores que presenciou o fato,mas, infelizmente, na ocasiãonenhum exemplar se encontra-va mais em poder dos locais.

Boa Nova na rotados achados

arqueológicos

Outros dois ossos encontrados na região que possivelmentesão de preguiças-gigantes

Em 06/06/2007, em Mirante, Seu Mazinho mostra a Edson Luiz ossosfossilizados encontrados na região. O biólogo segura a cabeça do fêmur

do que supostamente foi uma preguiça-gigante

de Educação da cidade, o bo-anovense Aroldo Gomes. Fi-quei estupefato logo ao entrarna sala e notar presas e outraspartes ósseas decorando amesa em meio a cinzeiros ecalendários do ano.

Seu Mazinho foi se sentin-do mais seguro e trouxe lá dedentro da casa um pedaço dacabeça de um fêmur de tama-nho descomunal. Proporcio-nalmente ao tamanho do nos-so fêmur (osso da perna quese encaixa no quadril) imagi-nei que aquele animal quan-

do vivo deveria ser um ver-dadeiro monstro de altura!Confesso que foi um dos mo-

mentos maisemocionan-tes de minhavivência naciência, e omais engra-çado foi queela aconteceufora da facul-dade, numacidadezinha“perdida” nomeio do ser-tão baiano...

Tirei fotosde vários da-

Seu Mazinho mostra, orgulhoso, umverdadeiro tesouro arqueológico

Biologia de Boa Nova.Acho que deve ser interes-

sante saber que o solo quehoje pisamos já foi habitadopor animais de cerca de qua-tro metros de altura e dois mil

quilos de peso. Éuma prova vivada evolução dasespécies, dei-xando claro aquique de maneiraalguma ela invi-abiliza a exis-tência da cria-ção divina oumesmo tenha apretensão de

contestar a Bíblia. Ambas po-dem caminhar juntas, ciênciae religião. Como eu pessoal-mente acredito, “Deus disse:faça-se a evolução, e a evo-lução se fez”.

(pesquisa e texto de EdsonRibeiro Luiz – que é graduadoe pós-graduado em Biologia e émembro da ONG SAVE Brasil,sediada em São Paulo-SP e com

Servindo como enfeites na casa de Seu Mazinho,vários ossos de animais pré-históricos encontrados

também em Boa Nova

Os ossosencontrados no

povoado deGigante devemser fósseis dealgum animalpré-histórico

Agosto/Setembro/11Gamboa6

O aniversário de 90 anos de BoaNova, em 6 de agosto último, teve umacomemoração de alto nível. O públicopresente, de todas as idades, teve a opor-tunidade de ver e vivenciar trabalhos au-diovisuais de extrema qualidade.

A exposição “Um passarinho me con-tou...” abriu as atividades do Mercado Cul-tural 2011, que terá seu auge no início dedezembro com ampla programação. Delafizeram parte os trabalhos “Fragmentos Sen-sórios Pictóricos” (com objetos dos artistasplásticos Joãzito e Lanussi, fotos de GinaLeite, Vicente Reyes Silva, Diogo ReyesSilva, Edson Ribeiro e Tiago Lima, músicaincidental de Diogo Reyes Silva e ediçãode vídeos de Rose Vermelho) e “Guarda-dos” (com fotografias, edição e instalaçãodo boanovense Paulo Coqueiro e música dabanda pernambucana Comadre Florzinha).

As obras de Joãozito e Lanussi permiti-ram às crianças e adolescentes um tipo deinteração bem diferente do que já puderam

Conheci na expo-sição do Museu doProcesso em BoaNova as maravilhasda biodiversidadeque se encontra emnossa região. Gran-dezas e muitas rique-zas ao nosso redorque talvez a maioriada população nãoconhece e precisa serpreservado.

Fiquei encantada com tanta beleza emnossa cidade e região, gostei de ver as coisasnos caleidoscópios e aprendi muito sobre nos-sa cultura e nossos valores. Muito gratifican-te o trabalho da Casa Via Magia em parceriacom os boanovenses. Somos gratos em saberque fazemos parte de toda essa grandeza quea cultura e a natureza nos oferecem.

Ficou a consciência de que é de extre-ma importância cultivar, valorizar e trans-formar o nosso meio ambiente, admiran-do-o, preservando-o e mantendo-o.

(Texto enviado por Eliene Rosa Ferreira – alu-na do Projovem Trabalhador em Boa Nova, daturma de Agroextrativismo, turno vespertino)

Iniciou-se em julho, com acoordenação do Instituto Ali-ança (Salvador-BA), o cursode Agroextrativismo do Pro-jovem Trabalhador. O curso édividido em duas turmas (ma-tutino e vespertino) e em duasetapas: a primeira com 100horas teóricas e a segunda com250 horas basicamente práti-cas. Cada turma tem, em mé-dia, 30 jovens de 18 a 29 anos.

Com o módulo de Inclu-são Digital tive a oportuni-dade de participar da pri-meira etapa deste fantásti-co projeto nas duas turmas,fazendo com que eles per-cebessem a evolução da tecnologia em nossa cidade, na Bahia, no Brasil e nomundo, destacando em Boa Nova a chegada da telefonia celular e internet, commomentos de nostalgia e risos em lembrar como eram dados os recados em nos-sa cidade antes dos “fuxiquentos” celulares.

Muito interessante também foi a pesquisa de mercado que fizeram para elaboraçãode uma tabela de orçamento no programa Excel, além da visita assistida ao Museu doProcesso (Exposição Audiovisual em Boa Nova), das apresentações de teatro, reis, car-tazes, dinâmicas relacionados ao tema, sem faltar, lógico, do bom uso das redes sociais.

(texto de Sheyla Alencar, estudante do 8º semestre de Pedagogia e educadora do Instituto Aliança)

As crianças interagiram com os objetos em exposição, vivenciando um dos aspectos mais ricos das artes audiovisuais

Exposição é um marco em Boa Nova

Duas das várias fotografias de boanovenses que compõem o ensaio “Guardados”

ter. Com “Guardados”, tiveram a chance dever boanovenses com mais de 80 anos –muitos deles seus avós e bisavós – repre-sentarem a memória de sua gente. Este en-saio audiovisual de Paulo Coqueiro fica emBoa Nova até o final de setembro, seguindopara o Valentim, onde será exibido até o fi-nal de novembro como parte do Museu doProcesso (leia matéria à página 8). Na pri-meira semana de dezembro estará em Sal-

vador, no Mercado Cultural, programadopara o Teatro Castro Alves (TCA).

A exposição é uma iniciativa do Mu-seu do Processo, Instituto Casa Via Ma-gia, Secretaria Municipal de Educação,Secretaria Municipal de Agricultura, De-partamento Municipal de Cultura, Pon-to de Cultura e Cultura Viva Pulsando oBrasil, SAVE Brasil e Centro de Desen-volvimento de Capacidades.

Encantamento Turma do Projovem Trabalhador

Turma vespertina do Projovem, com Sheyla Alencar (5ª da esq.p/ dir.), Ana Rosa - coordenadora do Instituto Aliança (2ª da dir.

p/ esq.) e Ivan Lucas – coordenador regional (que aparecetambém registrando uma foto)

Agosto/Setembro/11 Gamboa 7

Consta que perguntadosobre como seria a 3a Guer-ra Mundial, Albert Einsteinrespondera: “Não sei comoserá a Terceira Guerra Mun-dial, mas poderei vos dizercomo será a Quarta: compaus e pedras...”, compar-tilhando conosco a consci-ência que já possuía quan-to ao potencial bélico cria-do pelo homem e a sua ca-pacidade de destruição emmassa. Vale lembrar que de-pois da morte do criador daLei da Relatividade, o de-senvolvimento dessas ar-mas continuou acontecendoa um ritmo cada vez maispróximo da velocidade daluz. Para se ter uma ideiadas novas armas, há um tipode bomba H cujo poder dedestruição é aproximada-mente igual ao de 40 bom-bas de Hiroshima. É possí-vel pesquisar alguns rankin-gs sobre o poderio militardos países, como o Institu-to Internacional de Pesqui-sa para a Paz, que revelamserem os EUA o primeirocolocado da lista. O país

Abrigo Nuclear BoaNova

Vera Passos

gasta, sozinho,1.531.000.000.000 de dóla-res ou quase tudo quanto osdemais países aplicam nosetor: 43% do total do mun-do. Este montante é seis ve-zes mais do que a Chinagasta, seu mais próximo se-guidor na obscu-ra corrida. Infe-lizmente, oBrasil não ficano fim dessavergonhosa lis-ta. Segundo da-dos levantadospelo site Mili-tary Power Re-view, especi-alizado em as-suntos militaresno mundo, oBrasil lidera o ranking do“Poder Militar” na Amé-rica Latina.

A despeito destes da-dos, e talvez tentando fu-gir dessas revelações, eucostumava dizer que, emcaso de Terceira GuerraMundial, me refugiaria emBoa Nova. Por mais queas pessoas rissem dessa

minha declaração, eumantinha a promessa debuscar abrigo na pequenacidade do sudoeste daBahia, imaginando que láisolada, no mínimo, ga-nharia algum tempo atéque essas armas destruís-

sem todo o planeta.Foi um choque assistir

pela televisão a revelaçãode que Boa Nova está lon-ge de ser um local pacato eseguro. A exemplo do quetem acontecido em váriascidades do interior daBahia, no dia 29 de agosto,foi a vez de Boa Nova so-frer um grande episódio de

Nesta foto (em pé, da esquer-da para a direita) estão RenatoCoelho Pedrecal, Wallace Cam-pos, Olavo Coelho Pedrecal(Dáu), Wilson Duarte Coqueiro(Dila) e Josemar Balbino da Sil-va (Vardemá). Sentados, estãoJerry Marques Lago (Candan-go), Bertelot de Sá Miranda (Bi-teco), Brasilton Marques Lagoe Catão Coelho Pedrecal.

A considerar a idade de Wil-son, Brasilton e Catão, todos de1935, como eu (Jairo Andrade deMoraes, hoje, com 76 anos), cal-culo que à época eles estariam com20 anos. Isto porque no início de1956 eu já me encontrava em Sal-vador, e para cá vieram Jerry, Re-nato e Badinho, que, juntamentecomigo, fomos morar numa pen-são arrendada por Lavinho (pai deJerry e Badinho) na Rua do So-dré, 71. Logo depois veio Olavo e

violência. O 37º caso desteano de assalto a banco des-se tipo, no estado, se desta-cou pela intensidade e rapi-dez da ação. Em cerca de15 minutos, depois de atearfogo em um caminhão parabloquear o acesso à BR116,homens encapuzados e for-temente armados entraramatirando na cidade com 2carros, fizeram dois polici-ais e o gerente do banco dereféns e ainda puseram fogoem carros para obstruir apassagem da ponte sobre oRio Uruba, dificultando a

ação da polícia.Se, a 450km dedistância, fiqueiestarrecida comas cenas projeta-das, imagino asensação queelas causaramaos habitantes dacidade, cujo sen-timento de inse-gurança foi pos-sivelmente agra-vado após a pas-sagem de um

grande contingente de po-liciais seguidos por um he-licóptero, que resultou emfracasso na captura de 11dos 12 criminosos.

A consciência do absur-do aparato militar mundialcom iminência de uso, a ine-vitável certeza de que não hálugar na terra onde possa-

mos estar imunes à extremaviolência e até a convivên-cia com atos cotidianos vio-lentos não devem, no entan-to, ser o foco das lentes comas quais escolhemos enqua-drar a nossa realidade. Nes-se sentido, talvez possamosfazer um contraponto à ten-dência da mídia em geral dedar ênfase a notícias violen-tas (com programas em que,ao meio dia, o expectador éconvidado a assistir a cenassanguinolentas), através deum esforço em nos concen-trar em aspectos positivos darealidade, na intenção de re-verberar boas energias. As-sim, vale a tentativa de va-lorizar os bons acontecimen-tos locais, associando BoaNova, não ao assalto tão pro-palado, mas às suas manifes-tações culturais, ao redesco-brimento do gravatazeiro eà criação do Parque Na-cional, para que fiquem“guardados” na memóriada população local e deseus visitantes, as notíci-as dadas com menor es-tardalhaço, repetição e in-tensidade.

(Vera Passos é professora de

Inglês e Matemática do IFBA –

Instituto Federal da Bahia, é mem-

bro da Escola Lucinda de Poesia

Viva, produz as peças artesanais

do www.umaum.com.br e escreve

no www.verapassos.blogspot.com)

a pensão se encheu somente com aturma de Boa Nova. Imaginem quealém dos já citados, foram para lá Ber-telot, Enock e Agnaldo.

Para chegar à idade da foto, ana-lisei os seguintes detalhes: na Festade Setembro de 1955 fiz uma brin-cadeira na casa de Dona Loló, mãede criação de Olavo (deve-se levar

em conta que aquela senhora eramuito sisuda; pouco sorria e impu-nha um respeito incondicional, masera uma pérola de pessoa, além deuma exímia quituteira e fazia os me-lhores licores da cidade). No dia 7,Olavo estava completando 18 anos.Astutamente, pedi a Dona Loló umpedaço de cordão grosso, no que fui

atendido sem qualquer comentá-rio. Às caladas, improvisei um ca-bresto e coloquei-o na cabeça deOlavo e, ato contínuo, puxeio-o,entregando-o à sua “mainha”, aquem pedi que o soltasse no cam-po, pois que ele já era maior deidade. Não é que aquela senhorasisuda, soltando uma gargalhada

das mais vibrantes, atendeu omeu pedido sob os calorososaplausos de toda a turma que alise encontrava bebericando os sa-borosos licores?

Outro detalhe é que Olavocomeçou a fumar (vejam nafoto que, como qualquer neó-fito no ramo, ele está pegandoo cigarro com o charme dequem quer chamar a atençãopara sua “façanha”). Positiva-mente, essa foto é de 1955;nada mais, nada menos!

(Foto e texto enviados peloboanovense Jairo Andrade deMoraes, aposentado da Petrobráse residente em Salvador. Vale res-saltar que, segundo ele, os dadosdo texto sobre a foto desta novacoluna do GAMBOA estão regis-trados nos rascunhos do livro dememórias que pretende lançar)

8 Gamboa Agosto/Setembro/11

Nos moldes do que jáfoi realizado com o dis-trito de Valentim, o Ins-tituto Casa Via Magiaprepara um almanaquecom o registro das rique-zas naturais e culturaisde Boa Nova. O projeto,que está na fase das en-trevistas e levantamentosde dados (sob a coorde-nação de Sheyla Alen-

Estamos no mo-mento de construçãodo Museu do Proces-so, que vai sendo edi-ficado a partir da es-cuta dos processosem andamento dosmunicípios que com-põem a sub-bacia doRio Gongogi. O mu-seu tem a missão depromoção da culturae do diálogo entre oconhecimento cienti-fico e o saber popu-lar, reunindo imagense sonoridades da re-gião, contemplandoimaginários e práticasculturais, tornando osprocessos inerentes àcultura, à educação eà ecologia como fon-tes de interesses, alémde guardar a memóriado Município e ser es-pelho para o mundona vivência comunitá-ria, com uma visão desustentabilidade.

A proposta inicial éque nele contenhamvários espaços de con-versas, entretenimen-to, biblioteca, salas deescuta e meditação,valorização da culturalocal e intercâmbiocom outras culturas. Omuseu abre as suasportas dia 8 de outu-bro, às 17 horas, coma inauguração da bibli-oteca. Ela possui umacervo gigantesco delivros de alta qualida-

Um Homem! Uma Mulher! Pormeio de seus corpos, surge um novocorpo: é o Espetáculo da Procriaçãoque a Engenharia Genética, com avi-dez e muita ousadia, busca entendercada vez mais, para melhor manipu-lá-lo! Fecundação! Procriação! UmNovo Ser Humano chega ao mundão,e essa fascinante chegada é motivo defesta, muita festa para os que aqui jáse encontram.

Palmadinha no bumbum – o bebêbota a boca no mundo, anunciando queuma Nova Vida começa! Um Brinde àVida! No Mato Grosso do Sul esseevento é festejado com grande festa,onde parentes e amigos bebem o “xixido bebê”: generosas doses de uísquefalsificado, comprado na divisa com oParaguai. Mas em Boa Nova, a chega-da do bebê é brindada com a AutênticaTemperada: uma fusão de aguardentedas boas com diversas ervas nativas:losnão, erva-doce, cidreira, capim-san-to, pra-tudo, fedegoso, hortelã (miúdoe graúdo), alumã etc. Para comer, oPirão de Galinha Caipira, regado a ge-

Boa Nova e os Recém-Nascidos:Pirão de Galinha-Caipira!

Paulo Neuman

nerosos goles de temperada! E viva avida! A festa começou!

Cachaça Temperada e Pirão deGalinha com um milhão de calori-as: iguaria que faz lamber os beiçosde tão apetitosa que é. Nesse mo-mento único é esquecida a tal esté-tica da magreza/leveza do ser, quese torna um projeto insustentável emmeio à tamanha farra. Nesse mo-mento o que importa mesmo é aChegada do Bebê. Muita CachaçaTemperada e muito Pirão de Gali-nha Caipira, e Louvado Seja Deus!

P.S.: este texto foi tirado do blogwww.boanovaumautopia.blogspot.com,onde pode ser encontrada a receita doPirão de Galinha Caipira.

(Paulo Neuman é um poeta boanovenseque reside em São Paulo-SP, de onde coorde-na o site interativo “Boa Nova Uma Utopia”– http://boanovaumautopia.ning.com, as co-munidades com mesmo nome no Orkute no Facebook e o blog “Eu em Frag-mentos de Ontem” – http: / /pauloneumam.blogspot.com)

Almanaque registrariquezas de Boa Nova

car), tem como principalobjetivo respaldar pro-fessores e alunos do en-sino público com ummaterial paradidático so-bre a realidade local,além de servir de mate-rial de divulgação domunicípio.

Esse trabalho, que éparte do projeto “Umpassarinho me con-

tou...”, fez umamplo registrodas riquezas doValentim, aexemplo de suafauna, flora, arte-sanato e dos sa-beres de sua gen-te. O almanaqueteve patrocínioda Petrobras,através da Lei deIncentivo à Cul-tura do Ministé-rio da Cultura, eapoio do Gover-no da Bahia

(Bahiatursa, Secretariade Turismo, Secretariade Cultura e Secretariade Meio Ambiente e Re-cursos Hídricos), daPrefeitura de Boa Nova,Prefeitura de Dário Mei-ra e SAVE Brasil.

O Jornal GAMBOAacompanhará este proje-to em todas as suas eta-pas até a fase de publi-cação e divulgação.

Valentim ganhaMuseu do Processo

O site do museu traz detalhes de suas propostas

de e material audiovi-sual, músicas de diver-sas culturas e um acer-vo de vídeos produzi-dos pela equipe do Ins-tituto Casa Via Magiano decorrer do Merca-do Cultural que foi re-alizado no povoado doValentim e nas cidadesde Boa Nova, Ibira-taia, Ipiaú, Dário Mei-ra, Vitória da Conquis-ta, Jequié e Salvador.

A gestão do museuestá sob a responsabi-lidade de uma equipeque faz parte do Nú-cleo Gestor Um Passa-rinho Me Contou (An-derson Dias, ArnóbioJr. Meira, Carol Mari-nho, Eliene Lima, Ju-liana Moreno, Luci-mary Torres), tendoEliene Lima Santos nadiretoria. Estas pesso-as estão no processodesde os primeirospassos de edificaçãodo projeto com a pro-posta de escutar, en-tender e expandir...

P.S.: mais informa-ções sobre o Museu doProcesso podem serobtidas no sitewww.museudoprocesso.org.

Fotos da inaugura-ção podem ser vistas àpágina 10.

(texto escrito e enviadopor Anderson Dias, ElieneLima, Juliana Moreno eLucimary Torres)

Algumas das fotos que ilustram o almanaque do Valentim

Duas fotos tiradas em Boa Nova pelofotógrafo capixaba Fábio Machado fizeramparte das dez fotos de sua autoria mostradasno Clube da Foto, sediado em Vitória-ES.Elas foram projetadas na piscina do clubena noite do coquetel de um evento realizadopelo clube em 14 de setembro.

As dez imagens selecionadas por Fábio,que também é professor de Comunicação naFaculdade Pitágoras, em Guarapari-ES, foramcaptadas entre 2004 e 2011. As duas de BoaNova foram feitas no início de julho deste ano,quando ele esteve na cidade como fotógrafoda equipe do Instituto Marlin Azul, responsá-vel pelo projeto Revelando os Brasis, que sele-cionou o filme “O Voo do Caçador”, da boano-vense Cibele de Sá (matéria à página 4).

Além das fotos que foram projetadas no

Fotógrafo capixaba expõe fotos de Boa Nova

Fábio registrou um momento especial para meninos e meninas de Boa Nova: o baba (pelada) na rua

Clube da Foto do Espírito Santo, Fábio Ma-chado enviou ao GAMBOA imagens feitasem Boa Nova de algo que encanta criançasno mundo todo: o futebol. O trabalho do fo-

tógrafo pode ser conhecido no seu site(www.fabiomachadofoto.wordpress.com)ou no Facebook (http://facebook.com/Fa-bioMachadoCardoso).

Fábio Machado e as duas fotos de Boa Nova que ele expôs no Clube da Foto do Espírito Santo

Agosto/Setembro/11 Gamboa 9

O boanovense Jonatan Leal Oliveira,16 anos, foi pela segundavez o 1o colocado do 4o FACE – Festival Anual da Canção Estudan-til – regional Jequié. Aluno do 2º ano do Ensino Médio do ColégioEstadual Dr. Edivaldo Machado Boaventura, ele defendeu a canção“A menina e o espelho”. Em 2010 ele venceu com a canção “Osilêncio dos inocentes”.

Filho de Josinaldo Santos Oliveira e Ângela Leal Oliveira, Jona-tan poderá estar entre os 15 classificados de toda a Bahia para dis-putar a final do FACE em Salvador. O 1o colocado é inscrito na pré-seleção para a Regional com 25 municípios (28 Escolas); se seleci-onado disputa com outras 15 escolas; dessa etapa o 1o colocado éinscrito para a pré-seleção de 15 participantes entre as 33 DIREC(Diretoria Regional de Educação e Cultura) para a etapa final emSalvador, onde serão premiados a Melhor Música e o Poema ouPoesia Estudantil do Estado.

Na categoria “Poema” do 3o TAL – Tempos de Arte Literária(Sarau Regional em Jequié), Boa Nova e o Colégio Estadual Dr.Edivaldo Machado Boaventura também foram destaques através deLuzia Rodrigues Santos, 18 anos, aluna do 3o ano do Ensino Médio.Ela defendeu o poema “Aurora do Coração”, conquistando a 4a co-locação, concorrendo com representantes de 25 escolas. Filha deJosé Dias dos Santos e Maria Rodrigues Campos, Luzia tem sidoum exemplo de vida entre professores e colegas, visto que produzintensamente, apesar de ser deficiente visual.

Está sendo criada no Boaventura uma banda composta por alu-nos, com a finalidade de tocar em eventos escolares internos ou forada escola. O colégio tem se revelado um celeiro de muitos talentos,a exemplo de Jonatan e Luzia.

(Boanerges Roberto colaborou com a pauta e os dados desta matéria)

Esta manhã o sol não nasceuTalvez estivesse triste

Por não ter encontrado a luaQue também não apareceu ontem.

Desta vez, nem os pássaros vieram me verTalvez por saberem que seu canto

Não seria escutado por mim;Eu não os veria.

Pois eu enxergo com meu coraçãoQue também se recusa acordar

Talvez ele esteja sonhandoOu talvez saiba que o sol e

Os pássaros foram te buscar.Se você voltar, talvez me encontrePorque me perdi de mim mesmo.

Talvez me faça verQue se até um eclipse pode acontecer

De vez em quando...Eu também posso te ver sempre que eu quiser,

Ainda que seja um reflexo do solQue nasceu de novo,

Ele sempre nasce.Eu não o vi porque meu coração

Estava ocupado demaisSonhando com você.

Boanovense é bicampeãoem festival de música

Aurora do coraçãoLuzia Rodrigues Santos

10 Gamboa Agosto/Setembro/11

O texto a seguir foi posta-do nas comunidades “BoaNova” e “Jornal GAMBOA”no Orkut por um de nossos lei-tores/colaboradores (AdrianoPereira de Oliveira):

Rua chamadaLeonardo José da Luz

Será que existe em BoaNova alguma rua como nome de LeonardoJosé da Luz? Se nãoexiste, vocês que mo-ram aí devem falarcom os vereadores e oprefeito para fazerisso. Leonardo Joséda Luz e Josefa Ma-ria da Encarnação sãoos patriarcas das fa-mílias Elias, Luz, Pe-reira e Oliveira dessaregião. Houve umtempo em que Leo-nardo José da Luz era um doshomens mais importantes dessa

O Clube de Observadoresde Aves da Bahia (COA-BA)é um grupo composto por pes-soas das mais variadas profis-sões e origens, congregadasem torno do amor à naturezano geral e às aves em particu-lar. Foi fundado em 1985 emSalvador num curso de obser-vação de aves promovido peloantigo IBDF (hoje sucedidopelo IBAMA e ICMBio).

Para comemorar seus 26anos de criação, o COA-BArealizará uma viagem à BoaNova entre os dias 2 e 6 de no-vembro próximo. Na ocasião ogrupo conhecerá a riquíssimafauna de aves dos diferentesecossistemas locais e apresenta-rá palestras sobre suas ativida-des. Já o Clube de Observadoresde Aves de Boa Nova (sim, eleexiste e já conta com oito mem-bros!) preparará uma recepçãoaos colegas com palestras e a exi-bição do documentário “O Voodo Caçador”, que será apresen-tado por Cibele de Sá, autora daobra, e por Josafá Sampaio, quefoi a inspiração para a cineasta.

A edição virtual do GAMBOA (com as páginas 9 e 10 a mais doque a versão impressa) saiu a tempo de publicar algumas fotos dainauguração do Museu do Processo, no Valentim (leia matéria à pá-gina 8). Elas testemunham um momento importante não apenas paraa população desse distrito boanovense, mas de todo o município.

O Museu do Processo, um projeto do Instituto Casa Via Magia,deverá ser ampliado em breve com uma sede também em Boa Nova.Ele certamente será uma referência regional em cultura e educação.

26 anos do COA-BAem Boa Nova

Este e outros eventos que ocor-rerão em Boa Nova, com uma fre-quência cada vez maior, irão con-tribuir para consolidar a regiãocomo um grande roteiro turísticode “Natureza e Cultura” no Brasile no Exterior, de forma definitiva.

(texto de Osmar BarretoBorges – chefe do Parque Naci-onal de Boa Nova, ligado aoICM-Bio – Instituto Chico Men-des de Conservação da Biodiver-sidade, que é um órgão vincula-do ao Ministério do Meio Ambi-ente, e membro do COA-BA)

Membros do COA-BA em campo

O GAMBOA lança nesta ediçãoa coluna CAIU NA REDE, comtextos e fotos postados na redesocial da internet, em especialno Orkut e Facebook ligados

a Boa Nova.

região; era conhecido como “osenhor de Boa Nova”.

Saí da Bahia faz muito tem-po, mas sou um estudioso dosassuntos de nossa família. Te-nho documentos antigos. To-dos (Elias, Luz, Pereira e Oli-veira) somos da mesma famí-lia. Leonardo José da Luz eJosefa Maria da Encarnaçãosão nossos ascendentes co-muns. O casal era pai de Anto-

nio da Luz, João daLuz, Alexandrina,Silvéria, Gina e Feli-pa. Alexandrina se ca-sou com o TenenteJoão Elias Sampaio.Gina se casou comMarcos Pereira. Silvé-ria se casou com JoséManoel de Oliveira.

Felipa (minhaavó) se casou comAntonio Inácio Perei-ra (meu avô).

Adriano Pereira de Olivei-ra (Tapiraí-SP)

Adriano é pastor daIgreja Batista

Inauguração doMuseu do Processo

Uma represen-tação de duaspersonagensmarcantes na

obra doescritor JorgeAmado: Tieta

e Gabriela

Palco montadona escola

municipal doValentim, ondeaconteceram

apresentações eo coquetel de a

inauguração

Apresentação deum grupo de

monitores, comdança e teatro,

explicando o queé o Museu do

Processo.

O Teatro doValentim

recebeu asexposições “Umpassarinho me

contou” e“Guardados”

Cibele de Sá –diretora municipalde Cultura – no

momento em quefaz uma

apresentação,lendo trechos dahistória de Jorge

Amado