arquitetura sustentÁvel e construÇÕes bioclimÁticas .pdf

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  • ETEC ARISTTELES FERREIRA

    TCNICO DE EDIFICAES

    DURVAL AUGUSTO R R S G AFFONSO

    JOS CARLOS SOARES MALTA

    LEANDRO RIBEIRO ROBE

    LUCIENE CRISTINA MELLO

    MICHAEL DAVIS MONTANI

    MOACIR OLIVEIRA DA SILVA

    ARQUITETURA SUSTENTVEL E CONSTRUES BIOCLIMTICAS

    SANTOS - SP

    JUNHO/ 2013

  • DURVAL AUGUSTO R R S G AFFONSO

    JOS CARLOS SOARES MALTA

    LEANDRO RIBEIRO ROBE

    LUCIENE CRISTINA MELLO

    MICHAEL DAVIS MONTANI

    MOACIR OLIVEIRA DA SILVA

    ARQUITETURA SUSTENTVEL E CONSTRUES BIOCLIMTICAS

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ETEC

    Aristteles Ferreira, do Centro Estadual de Educao

    Tecnolgica Paula Souza, sob a orientao dos

    Professores Engenheiro Marcio e Arquiteto Hamilton.

    SANTOS - SP

    JUNHO/2013

  • DURVAL AUGUSTO R R S G AFFONSO

    JOS CARLOS SOARES MALTA

    LEANDRO RIBEIRO ROBE

    LUCIENE CRISTINA MELLO

    MICHAEL DAVIS MONTANI

    MOACIR OLIVEIRA DA SILVA

    ARQUITETURA SUSTENTVEL E CONSTRUES BIOCLIMTICAS

    Aprovado em:______/_______/______

    Conceito: ____________________________________

    _________________________Banca de Aprovao_________________________

    Presidente da Banca

    Professor ________________________________

    ETEC ARISTTELES FERREIRA

    Orientador

    _______________________________________________________

    Professor ________________________________

    ETEC ARISTTELES FERREIRA

    ________________________________________________________

    Professor ________________________________

    ETEC ARISTTELES FERREIRA

    SANTOS-SP

    2013

  • Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer

    meio convencional ou eletrnico para fins de estudo e pesquisa, desde que

    citada fonte.

  • Ns devemos ser a mudana que queremos

    ver no mundo. Mahatma Gandhi

  • AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus, por deixarmos

    celebrar a todo o dia o milagre da vida. Aos nossos amigos, que ao longo dos

    ltimos 520 dias fizeram parte de nossas vidas, deixando o conforto de seus lares e o carinho de suas famlias para buscar mais conhecimento e aprimoramento.

    Aos nossos professores e orientadores que tambm participaram diretamente de nossa formao e do desenvolvimento deste trabalho acadmico.

    Aos nossos pais, que nos deram o Norte de nossas vidas, sendo nossos primeiro e verdadeiros professores.

    Aos maridos, namorados, noivos e filhos que com pacincia compreenderam a necessidade de nossa ausncia por quatros horas por dias, cinco dias por semana durante esses trs semestres.

  • RESUMO

    Arquitetura Sustentvel e Construo Bioclimtica so conceitos modernos que

    levam em conta a harmonia entre a obra final, o seu processo de construo e o meio

    ambiente.

    Uma edificao concebida de acordo com os princpios de Arquitetura

    Bioclimtica um edifcio desenvolvido numa lgica de sustentabilidade, em todas as

    suas fases: desde a fase de projeto, concepo, utilizao e fim de uso. Est

    enquadrado num ciclo de vida, d resposta s suas necessidades programticas, est

    adaptado s caractersticas ambientais locais, energeticamente eficiente,

    alcanando facilmente os nveis de conforto com um baixo consumo de energia.

    Deste modo, cada edifcio possui assim uma identidade prpria.

    A adaptao s caractersticas ambientais locais fundamental, sendo o Sol

    um dos principais elementos a considerar uma vez que ser a fonte de energia

    O clima, a orientao solar, vento, umidade, temperatura, radiao, altitude, as

    caractersticas do terreno, a sua topografia, a vegetao, os seus recursos, a

    existncia ou no de edificaes nas proximidades, entre outros fatores, so

    contabilizados de modo a otimizar as solues e tirar partido das suas

    potencialidades.

    A escolha do sistema construtivos e os materiais escolhidos devem ser

    criteriosamente selecionados de modo a que sejam amigos do ambiente, com pouca

    energia incorporada

    Palavras chaves: sustentabilidade, bioclimtico, reciclagem, conscincia

    ecolgica e reaproveitamento.

  • SUMRIO 1 INTRODUO ........................................................................................................................................ 10

    2 CONDIES GEOGRFICAS DA CIDADE DE SANTOS ............................................................................. 12

    3 PRINCPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMTICA E CONSTRUES SUSTENTVEIS ................................. 15

    4 ARQUITETURA BIOCLIMTICA ............................................................................................................... 20

    4.1 Orientao Solar ................................................................................................................................. 20

    4.2 Iluminao natural ............................................................................................................................. 21

    4.3 Climatizao Passiva - Estratgias de arrefecimento passivo ............................................................ 23

    4.4 Elementos da Construo - Paredes .................................................................................................. 24

    4.4.1 Parede exterior simples........................................................................................................... 24

    4.4.2 Parede exterior dupla .............................................................................................................. 25

    4.5 Elementos da construo - Pavimentos ............................................................................................. 26

    4.5.1 Lajes em contato com o solo ................................................................................................... 26

    4.5.2 Lajes intermdias .................................................................................................................... 27

    4.5.3 Laje de cobertura .................................................................................................................... 27

    4.6 Elementos da construo - Coberturas .............................................................................................. 28

    4.6.1 Coberturas Planas ................................................................................................................... 28

    4.6.2 Cobertura Inclinada ................................................................................................................. 29

    4.6.3 Cobertura Ajardinada .............................................................................................................. 29

    4.7 Elementos da construo - Envidraados .......................................................................................... 30

    4.7.1 Vidros insulados (duplos) ........................................................................................................ 31

    4.8 Elementos da construo - Elementos ajardinados ........................................................................... 31

    4.9 Elementos da construo - Isolamento Trmico ................................................................................ 33

    4.9.1 Aglomerado de Cortia ............................................................................................................ 33

    4.9.2 Espuma de Poliuretano ........................................................................................................... 34

    4.9.3 L de Rocha ............................................................................................................................. 34

    4.9.4 L de Vidro............................................................................................................................... 34

    4.9.5 Poliestireno Expandido ............................................................................................................ 35

    4.9.6 Poliestireno Extrudido ............................................................................................................. 35

  • 4.10 Elementos da construo - Revestimentos ...................................................................................... 35

    4.10.1 Revestimentos de Paredes .................................................................................................... 35

    4.10.1.1 Materiais Cermicos ........................................................................................................... 35

    4.10.1.2 Gesso Acartonado .............................................................................................................. 36

    4.10.1.3 Ecotop .............................................................................................................................. 38

    4.10.2 Revestimentos de Coberturas ............................................................................................... 39

    4.10.2.1 Telhas Cermicas ................................................................................................................ 39

    4.10.2.2 Telhas Onduline .................................................................................................................. 39

    4.10.3 Revestimentos de Pavimento................................................................................................ 40

    4.10.3.1 Madeira .............................................................................................................................. 40

    4.11 Elementos da construo - Reboco .................................................................................................. 40

    4.11.1 Estuque de Gesso .................................................................................................................. 40

    4.11.2 Reboco Monocamada ........................................................................................................... 41

    4.11.3 Reboco Tradicional ................................................................................................................ 41

    4.12 Elementos da construo - Estrutura ............................................................................................... 41

    4.12.1 Beto Armado ....................................................................................................................... 41

    4.12.2 Beto Leve ............................................................................................................................. 42

    4.12.3 Madeira ................................................................................................................................. 42

    4.12.4 Perfis Metlicos ..................................................................................................................... 42

    4.13 Elementos da construo - Impermeabilizao ............................................................................... 43

    4.13.1 Emulses Betuminosas .......................................................................................................... 43

    4.13.2 Membranas Betuminosas ..................................................................................................... 43

    4.14 Elementos da construo - Tintas .................................................................................................... 44

    4.15 Elementos da construo Pisograma ............................................................................................ 46

    4.16 Elementos da construo bloco drenante .................................................................................... 46

    4.17 Elementos da construo piso laminado ...................................................................................... 47

    4.18 Elementos da construo madeira plstica .................................................................................. 50

    5. ECOTIJOLO TIJOLO DE SOLO CIMENTO ............................................................................................. 51

  • 6. REAPROVEITAMENTO DE GUAS ......................................................................................................... 56

    6.1 gua da Chuva .................................................................................................................................... 56

    6.2 Torneiras ............................................................................................................................................ 58

    6.3 Reduo do consumo de gua nas torneiras ..................................................................................... 58

    6.4 Chuveiro ............................................................................................................................................. 60

    6.6 Mquinas de lavar .............................................................................................................................. 61

    6.6.1 Mquinas de lavar roupa......................................................................................................... 61

    6.6.2 Mquinas de lavar loua ......................................................................................................... 63

    6.7 Exterior Garagens e quintais ........................................................................................................... 64

    6.7.1 Limpeza de pavimentos ........................................................................................................... 64

    6.7.2 Exterior Conselhos ................................................................................................................ 65

    6.8. Sistema de Captao de gua de Chuva ........................................................................................... 66

    7. TRATAMENTO DE ESGOTO PRIMRIO - BIODIGESTOR AQUALIMP ..................................................... 69

    8 AQUECEDOR SOLAR DE GUA............................................................................................................... 70

    9 ELTRICA ................................................................................................................................................ 73

    10 MURO VERDE ...................................................................................................................................... 82

    11 RESDUOS GERADOS PELA CONSTRUO CIVIL .................................................................................. 83

    12 ESCRITRIO EXPERIMENTAL MEMORIAL DESCRITIVO ..................................................................... 86

    13 CONCLUSO ........................................................................................................................................ 89

    14 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 90

    15 ANEXOS ............................................................................................................................................... 91

  • 10

    1 INTRODUO

    Com o crescimento da populao e o aumento das exigncias no mbito do

    conforto a implantao de solues sustentveis torna-se cada vez mais inevitvel.

    Falar de sustentabilidade, solues seguras, inteligentes e verdes so o foco

    principal desenvolvido ao longo desse trabalho.

    Levando-se em conta que Santos tem um potencial econmico voltado

    principalmente para o porto, turismo, agora com a descoberta feita pela Petrobras, em

    2007, de petrleo de boa qualidade a 180 quilmetros da costa e 7 mil metros de

    profundidade, logo abaixo de uma espessa camada de sal o Pr-Sal, surgem

    corporaes da construo civil que viram na cidade uma grande oportunidade de

    implementar empreendimentos imobilirios voltados para residncia de alto padro e

    escritrios.

    A construo civil um importante setor econmico do pas e desperta grande

    desenvolvimento socioeconmico.

    A arquitetura bioclimtica se define como o projeto e construo de uma

    edificao, baseando-se no contexto climtico no qual a mesma se insere,

    acrescentando significativa melhora nas condies de conforto, economia de recursos

    e ecofuncionalidade. Atravs do estudo das condies climticas locais, os projetos

    visam oferecer conforto trmico, acstico e lumnico, em todas as estaes do ano.

    Tambm buscam minimizar os impactos da construo civil no meio ambiente.

    No conceito clssico de arquitetura, a trade de Vitruvius (arquiteto grego 70 aC

    a 15 aC) indica utilitas, fermitas, venustas que, na traduo literal, significa

    funcionalidade, estrutura e beleza. Com um projeto bem elaborado possvel unir

    essa trade aos modernos conceitos da arquitetura bioclimtica.

    Muitas tecnologias j so economicamente viveis, visto que apesar de

    representarem um investimento inicial elevado, tem custo operacional praticamente

    nulo (por exemplo: um aquecedor de gua eltrico, com certeza mais barato que um

    painel solar, mas a eletricidade consumida ser um custo para o consumidor por toda

    a vida til do aparelho enquanto que o sol utilizado pelo painel uma energia

  • 11

    absolutamente gratuita e disponvel sem preocupaes para a humanidade pelos

    prximos milhes de anos).

    Em meio a essa floresta de concreto que vem crescendo na cidade surgem

    algumas questes: Como amenizar o impacto ambiental decorrente da construo

    civil? Como amenizar o desperdcio de material reduzindo ento os custos? Como

    conseguir implantar a ideia de arquitetura sustentvel e construo bioclimtica?

    Por fim, apresentaremos um modelo de escritrio que servir como showroom

    de produtos, tcnicas executivas e mecanismos relacionados com arquitetura

    sustentvel e construo bioclimtica, onde o cliente poder examinar e escolher o

    que mais se enquadra s suas necessidades.

  • 12

    2 CONDIES GEOGRFICAS DA CIDADE DE SANTOS

    Santos est localizada no litoral do Estado de So Paulo, sede a Regio

    Metropolitana da Baixada Santista, sob o Trpico de Capricrnio, a 23"56"27" de

    latitude sul e 45"19"48" a oeste do Meridiano de Greenwitch, uma cidade de

    caractersticas econmicas voltadas para o porto e para o turismo.

    O Municpio estende-se por uma rea de 271 km, sendo 39,4 Km na parte

    insular e 231,6 Km na parte continental (dados da AGEM).

    Est limitada ao norte por Santo Andr e Moji das Cruzes; ao sul pelo Oceano

    Atlntico e Ilha de Santo Amaro (Guaruj); a leste por Bertioga e a oeste por Cubato

    e So Vicente.

    Possuindo uma economia crescente a 17 cidade mais rica do pais (PIB

    2010), com produto interno bruto de R$27.616.035.000,00 (IBGE/2008).

    A rea insular encontra-se na Ilha de So Vicente, cujo territrio esta dividido

    com o municpio de So Vicente possuindo 39,4 km, densamente urbanizada

    abrigando a totalidade dos habitantes da cidade. Uma rea plana com altitudes que

    raramente ultrapassam os 20 metros acima do nvel do mar, com morros isolados,

    localizados na parte central da ilhas, cuja altitude no ultrapassa os 200 metros acima

    do nvel do mar.

    Por estar extremamente povoada e em processo de impermeabilizao do

    solo, no h quase vegetao nativa, e apenas os morros e a regio norte da ilha

    (Alemoa, Chico de Paula e Sabo) ainda vemos resqucios de Mata Atlntica e

    manguezais.

    Antes da ocupao urbana, que ocorreu em meados das dcadas de 40 e 50, a

    parte insular da ilha era ocupada por chcaras com vastos terrenos alagados cobertos

    de manguezais, Mata Atlntica e vegetao rasteira.

    Depois de ocupar quase todos os espaos em direo s praias, Santos

    passou a se expandir no sentido contrrio, nos dois lados da Avenida Nossa Senhora

    de Ftima, em direo divisa com So Vicente.

  • 13

    Diante da carncia de imveis para a construo civil, a regio da Zona

    Noroeste uma das opes para novos projetos habitacionais, que no se restringem

    s camadas mais pobres da populao.

    No comeo, a Zona Noroeste era um imenso manguezal, cortado por rios que

    invadiam as casas em dias de chuva ou mar alta. A paisagem era bem diferente da

    atual. Nas extensas faixas de mangue, alagadios e terras arenosas, os bananais

    dominavam, espalhando-se em uma exuberante vegetao tropical.

    A rea continental com 231,6 km, representa a maior parte do municpio,

    sendo que 70% desse trecho classificada como rea de proteo ambiental estando

    nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar, possuindo grande rea de Mata

    Atlntica.

    Parte do Canal de Bertioga corta essa regio, onde existe grande extenso de

    manguezais ao longo dos rios Diana, Sandi, Iriri e Quilombo.

    Nessa regio a ocupao e na sua maioria voltada para as atividades rurais

    rudimentar que ocupam a mata de jundu, composta de palmitais e palmeiras locais.

    Esse tipo de mata esta sendo seriamente degradada por esse tipo de ocupao.

    Santos apresenta clima litorneo de transio. Registra temperaturas extremas

    de 42 e mnimas inferiores a 10, sendo a temperatura mdia de 24, com ndice

    pluviomtrico elevado, prevalecendo o clima quente e mido, tipicamente tropical

    atlntico.

    Com isso a vegetao de Mata Atlntica com reas de restinga e manguezais

    predominante, temperatura mdia anual de 24 C, ndice pluviomtrico de 1800 mm

    por ano.

    Os veres so quentes e midos com ndice pluviomtrico mdio acima de 270

    mm no ms de janeiro enquanto os invernos possuem temperaturas amenas e menos

    incidncia de chuvas (70 mm em agosto). Primavera e outono se caracteriza como

    estaes de transio com ndices pluviomtricos anuais de 3207 mm.

    No vero a constante penetrao de frentes frias (fenmeno comum nesse

    perodo) trazem chuvas que amenizam as temperaturas altas que normalmente

    chegam a 35 C. J no inverno a incidncia de ventos provenientes do noroeste

  • 14

    (precedendo as frentes frias) elevam as temperaturas at 30 C, os chamados

    veranicos.

    Em janeiro a mdia de temperaturas mnimas de 23 C e as mximas 35 C.

    Em julho a mdia mnima de 17 C e a mxima 24 C.

    No vero a incidncia de ventos noroeste elevam as temperaturas at a casa

    de 40 C. No inverno a penetrao de massas de ar polar provenientes do sul do pais

    fazem os termmetros cariem para 10 C. A temperatura mnima registrada em

    Santos foi em meados de agosto de 1955 chegando 4,3 C. J a temperatura mxima

    foi de 41,8 C em janeiro de 1915. O maior ndice pluviomtrico registrado foi de 368,8

    mm em junho de 1947.

    A cidade de Santos tem um dos solos mais difceis (areia e granito nas regies

    baixas (praias) e rochas cristalinas e granito nas regies altas) no pas para a

    construo levando-se em conta as fundaes de suas edificaes, por possuir uma

    caractersticas litornea e pelo fato das construes estar em parte em terrenos de

    manguezais. Com isso, os prdios na orla da praia sofreram recalques diferenciais,

    chegando at mesmo a serem atrao tursticas uma vez que com uma simples

    observao, ao longo da orla da praia, podemos avistar quase 90 prdios tortos.

    A partir de fins da dcada de 1950, os prdios cada vez mais altos e juntos

    alteraram at o clima - e se alteraram eles prprios, em muitos casos, inclinando-se

    por causa das fundaes insuficientemente profundas - obrigando a uma reviso da

    infraestrutura urbana, que ameaou entrar em colapso com essa verticalizao.

  • 15

    3 PRINCPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMTICA E CONSTRUES

    SUSTENTVEIS

    Uma edificao concebida de acordo com os princpios de Arquitetura

    Bioclimtica um edifcio desenvolvido numa lgica de sustentabilidade, e em todas

    as suas fases (desde a fase de projeto, concepo, utilizao e fim de uso). Est

    enquadrado num ciclo de vida, d resposta s suas necessidades programticas, est

    adaptado s caractersticas ambientais locais, energeticamente eficiente,

    alcanando facilmente os nveis de conforto com um baixo consumo de energia.

    Deste modo, cada edifcio possui assim uma identidade prpria.

    Os princpios de Arquitetura Bioclimtica no so mais do que o

    enquadramento do edifcio sua realidade local facilmente se depreende que no

    so, por estes motivos, princpios rgidos. So antes princpios flexveis de modo a

    alcanar o equilbrio pretendido entre os vrios elementos a considerar em todo o

    processo.

    A adaptao s caractersticas ambientais locais fundamental, sendo o Sol

    um dos principais elementos a considerar uma vez que ser a fonte de energia quer

    em termos trmicos, quer em termos de iluminao presente em todo o processo e

    que, com o seu devido aproveitamento, ser a pea chave para alcanar o conforto

    interior com medidas passivas (sem consumo de energia). Conhecer o local para

    onde se vai projetar assume assim uma importncia vital de modo a fazer as

    melhores opes.

    O local onde o edifcio se insere, bem como as suas caractersticas, so

    tambm fatores determinantes para o seu desempenho energtico e,

    consequentemente, para o conforto interior dos seus utilizadores. O clima, a

    orientao solar, vento, umidade, temperatura, radiao, altitude, as caractersticas do

    terreno, a sua topografia, a vegetao, os seus recursos, a existncia ou no de

    edificaes nas proximidades, entre outros fatores, so contabilizados de modo a

    otimizar as solues e tirar partido das suas potencialidades. Existem muitas variveis

    ao longo de todo o processo.

    A escolha do sistema construtivo deve considerar os elementos acima referidos

    de modo a dar uma resposta eficiente ao programa pretendido de forma adequada,

  • 16

    com um bom desempenho ambiental e energtico, onde as perdas e os ganhos se

    compensam.

    Os materiais escolhidos devem ser criteriosamente selecionados de modo a

    que sejam amigos do ambiente, com pouca energia incorporada.

    Assim, fundamental orientar convenientemente o edifcio, fazer o seu

    isolamento de modo eficiente (preferencialmente pelo lado exterior e de modo

    contnuo) para atenuar as trocas trmicas entre interior e exterior. As superfcies

    envidraadas devem ser corretamente dimensionadas (no s em relao

    orientao solar para fazer o aproveitamento dos ganhos trmicos mas tambm

    de acordo com as necessidades de iluminao para cada diviso) e protegidas. A sua

    proteo pode ser feita com recurso a dispositivos mveis ou dispositivos fixos (por

    exemplo, palas) desde que adequados para que o produto final resulte

    energeticamente eficiente e o conforto no seu interior seja alcanado.

    Ser tambm vantajoso desenvolver estratgias passivas para alcanar o

    conforto interior j que contribuir para o bom desempenho energtico do edifcio.

    Estas estratgias/sistemas passivos sem consumo de energia tiram partido das

    caractersticas climticas. Vo desde o controle da radiao solar (facilitando os

    ganhos ou perdas trmicas), tirando partindo da inrcia trmica do edifcio (atraso e

    amortecimento) promovendo o isolamento trmico de toda a envolvente construda

    paredes, pavimentos e coberturas minimizando assim as trocas trmicas entre o

    ambiente interior e exterior, at seleo de superfcies envidraadas eficientes

    (apostando no vidro duplo e caixilhos com bom desempenho energtico) e ao seu

    sombreamento adequado.

    Nem sempre os sistemas passivos conseguem dar resposta a todas as

    necessidades de energia. Se houver necessidade de recorrer a sistemas ativos, estes

    devero recorrer a fontes de energia renovveis.

    A vegetao existente tambm relevante. A existncia de rvores de folha

    caduca benfica na medida em que, no Vero, a sua copa protege as superfcies

    envidraadas da incidncia direta da radiao solar e refresca o ambiente, e, no

    Inverno, com a queda das suas folhas permite a entrada dos raios solares,

    traduzindo-se em ganhos trmicos que contribuem para o conforto interior.

  • 17

    Uma edificao construda de acordo com estes princpios no

    necessariamente mais dispendiosa: poder inicialmente representar um investimento

    maior mas que ser recuperado ao longo da sua vida til. As suas necessidades de

    energia sero reduzidas e, uma vez que o conforto no seu interior ser facilmente

    alcanado, a necessidade de recorrer a aparelhos de climatizao (de que exemplo

    o ar condicionado) ser menor, poupando assim na fatura energtica mensal e

    contribuindo para que a quantidade de emisses de gases de efeito de estufa para o

    ambiente seja menor.

    Para que todo o sistema funcione, importante que os utilizadores saibam tirar

    partido de todos os mecanismos existentes e os utilizem corretamente. O seu

    comportamento, os padres de ocupao, a forma como o aquecimento/arrefecimento

    dos espaos feito, o aproveitamento da gua, os mecanismos de ventilao, o tipo

    de iluminao, iro influenciar o desempenho energtico do edifcio e contribuir para o

    conforto hidrotrmico.

    O conceito de Arquitetura Construo Bioclimtica to amplo que leva em

    conta o tratamento e reutilizao dos resduos gerados pela obra, coleta de guas

    pluviais, utilizao de revestimento piso/cermico que priorizem o conforto trmico e

    acstico feitos com materiais reciclados ou retirados do entorno da obra, telhados

    verdes. Todo o mobilirio e acessrio da edificao tambm prima por esse conceito

    e at mesmo a mudana do estilo de vida dos futuros moradores/usurios deve ser

    trabalhada.

    So muitas as empresas no Brasil e no mundo que esto preocupadas com

    esse conceito que integra meio ambiente, equilbrio e conforto dos usurios e se

    preocupam em pesquisas que desenvolvem matrias primas, tecnologias e conceitos

    cada vez mais modernas.

    Vemos o conceito da bioconstruo sendo utilizado quando, h mais de dez mil

    anos, o homem manipulava o barro da beira dos rios ou talhar blocos de pedras e

    empilha-las para fazer seus primeiros abrigos.

    A utilizao de terra para construo de edificaes utilizada por metade da

    populao do mundo assumindo diversas formas, resistindo ao tempo e ao uso, como

  • 18

    por exemplo o adobe, cob, taipas e fado de palha. tambm o principal material para

    a construo civil em diversos pases.

    Pelo mundo temos como exemplo os templos peruanos feitos de tijolos adobe,

    as casas da regio de Devon na Inglaterra onde vemos a utilizao tradicional de

    construes de cob.

    No Brasil a construo com barro difundida principalmente na regio norte e

    nordeste do pais. Nesse tipo de construo no se observa os cuidados necessrios

    para uma utilizao duradoura podendo sofrer com a deteriorizao do material. Mas

    nas cidades mineira de Ouro Preto e Mariana ou a cidade de Pirenpolis em Gois

    podemos ver a durabilidade da construo com terra.

    No campo tecnolgico vemos todo dia surgir produtos inovadores que trazem

    solues imprescindveis com produtos inovadores, ecologicamente modernos sem

    dispensar conforto e beleza.

    Exemplificando essa situao temos as mantas desenvolvidas para aplicao

    entre lajes onde o foco a absoro de rudos e vibrao. O produto tem como base

    microfibras de elastmero (raspas de borracha de pneus e no gros). Sua densidade

    superior a 600 kg/m, super flexvel, se adequando a qualquer tipo e tamanho de

    rea proporciona infinitas aplicaes na dimenso 6 m x 1m e nas espessuras de 6

    mm, 8 mm e 10 mm.

    Os produtos derivados de microfibras de elastmero tambm so usados em

    preenchimento de perfis e estruturas de janelas e portas (isolamento acstico) ou

    como placas para preenchimento dos montantes de drywall, substituindo materiais

    como a l, de fcil aplicao, no sendo prejudicial a sade de quem aplica pois h

    ausncia de partculas flutuantes. Ainda quando ao conforto acstico o material

    tambm pode ser usado no revestimento de tubos de PVC, prumadas, sadas e

    entradas de reservatrios de gua, etc., para reduzir rudos e vibraes.

    As paredes, forros, revestimento internos, externos e mobilirios integrados ao

    sistema drywall assumem um grande espectro do mercado de construo civil no que

    se diz em: rapidez na execuo e produtividade da obra, leveza e alvio de carga

    estrutural, baixa gerao de resduos, aceita qualquer tipo de revestimento, pintura e

    com fcil manuteno, excelente isolante trmico e acstico.

  • 19

    Essas chapas cimentcias so basicamente painis autoclavados de cimento

    onde a funcionalidade e resistncia so um dos seus atributos. Seu emprego na obra

    pode gerar uma economia de at 70% no cronograma da obra, gerando ganho

    financeiro, pois visa a construo racionalizada e seca.

    Muitas vezes a economia na obra vem com o emprego de material que venha

    otimizar o trabalho como um todo. Temos ento o emprego de lajes mistas

    nervuradas fabricado em ao estrutural galvanizado, reduzindo assim o consume de

    ao da laje (armaduras positivas), bem como a mo de obra empregada.

  • 20

    4 ARQUITETURA BIOCLIMTICA

    4.1 Orientao Solar

    Em anncios de imveis, muitos vendedores utilizam a expresso face Norte

    como argumento de venda, sendo que alguns apartamentos com essa orientao

    solar chegam a ser 5% mais caros em comparao aos outros imveis com diferentes

    posies (fonte: http://www.sylviolindenberg.com.br/).

    A orientao solar de um edifcio muito importante para que se possa fazer

    um aproveitamento da energia solar, contribuindo assim para o bom desempenho

    energtico de um edifcio.

    D acordo com a sua situao geogrfica dos pases europeus, o quadrante

    Sul aquele que recebe maior radiao solar ao longo do dia. Este ser portanto a

    orientao privilegiada para fazer o aproveitamento dos ganhos solares nessa regio.

    Por oposio, o quadrante Norte ser aquele que menor quantidade de

    radiao solar direta recebe, chegando mesmo a no receber radiao. Nesta

    orientao iro assim verificar-se perdas trmicas.

    A Nascente verificam-se a radiao solar direta ao longo do perodo da manh,

    contrariamente a Poente que s receber radiao solar direta no perodo da tarde.

    Tendo esta informao como ponto de partida, devem ser desenvolvidas

    estratgias para fazer o adequado aproveitamento da energia solar, em termos

    trmicos como em termos de iluminao, reduzindo assim as necessidades

    energticas da habitao.

    No Hemisfrio Sul, a orientao Norte apresenta algumas vantagens, pois a

    orientao que permite maior incidncia de raios solares quando realmente

    desejamos, ou seja, no inverno.

    Isso acontece devido variao dos ngulos que o sol forma com a superfcie

    da Terra durante as diferentes pocas do ano. No inverno, o sol forma um ngulo

    pequeno em relao superfcie da Terra. Sendo assim, as fachadas voltadas para o

    Norte ficam banhadas de sol durante quase o dia todo.

  • 21

    J nos meses de dezembro a janeiro, os cmodos com face Norte tm sol

    das 9h s 15h, aproximadamente. Fica evitado o sol da final da tarde, proporcionando

    mais conforto trmico aos dormitrios durante a noite. Isso porque o ngulo que o sol

    forma com a superfcie da Terra durante o vero maior. Portanto, ao meio-dia, o sol

    est a pino, incidindo com fora nas coberturas dos edifcios.

    Na hora de construir uma casa analisar a posio solar pode ser fundamental

    para um melhor conforto trmico. Salas de jantar, dormitrios, gabinetes de trabalho,

    considerados os principais cmodos de uma edificao, devem ter aberturas para as

    orientaes Norte, Nordeste e Leste.

    A orientao Sul costuma ser problemtica, pois no recebe sol durante o

    inverno e, no vero, os raios incidem somente nas primeiras horas da manh e nas

    ltimas horas da tarde. Escolha voltar para esse direo apenas cmodos

    secundrios ou de permanncia transitria, como escadas, depsitos, garagem, etc. A

    falta de iluminao ainda podem ser causadores de problemas nos ambientes como

    umidade e mofo.

    A orientao Sudeste pode ser boa para reas de servio.

    A orientao Leste e Oeste apresentam caractersticas parecidas em relao

    incidncia dos raios solares, mas em horrios diferentes do dia. A fachada voltada

    para o Leste recebem sol pela manh. J a fachada direcionada para o Oeste, o sol

    bate tarde.

    Ambientes voltados para o Oeste, costumam ser mais quentes, j que o sol da

    tarde mais intenso e deixa o imvel com temperaturas mais altas noite.

    4.2 Iluminao natural

    Essencial para a vida na Terra, a luz um fator importante quando se pensa

    em construir uma casa de forma sustentvel. Seja para garantir uma iluminao

    adequada, poupar energia eltrica ou tornar o ambiente mais agradvel, a luz natural

    deve ser planejada e aplicada em todos os cmodos.

    A avaliao da iluminao de um ambiente pode ser vista por dois aspectos:

    quantitativo que leva em considerao os nveis mnimos de iluminao para que os

  • 22

    usurios de determinado ambiente possam desenvolver suas atividades com

    segurana e produtividade; qualitativo que pondera como estas atividades podem ser

    realizadas com conforto visual e bem-estar, evitando doenas visuais, fadiga e

    depresso.

    A luz natural mais confortvel para o olho humano comparativamente luz

    artificial, sendo por isso vantajoso o seu aproveitamento sempre que possvel. A luz

    artificial deve ser utilizada como complemento utilizao da luz natural.

    Utilizao de cores claras nas superfcies ajuda reflexo da luz natural.

    A energia eltrica usada em edifcios corresponde a 45% do consumo total de

    energia eltrica do Brasil. O setor residencial responsvel, pela metade deste

    consumo de energia eltrica, sendo a outra metade dividida entre os setores

    comercial e pblico. (fonte: site http://www.ecodesenvolvimento.org).

    Sendo assim, substituir as lmpadas incandescentes por lmpadas de led ou

    pela iluminao natural uma excelente alternativa para reduzir a conta de luz.

    Para construir uma edificao abusando da iluminao natural, antes de

    qualquer coisa, necessrio uma avaliao do clima local levando em conta: o tipo de

    cu, a nebulosidade, o percurso do sol e fatores que influenciam a disponibilidade luz

    natural durante o ano.

    Quando atingidos os nveis satisfatrios de iluminao, podemos estabelecer

    estratgias de sombreamento e integrao dos sistemas de iluminao natural com

    os de iluminao artificial, utilizando controles, manuais ou automticos, de forma a

    otimizar a iluminao e economizar energia.

    Mais do que uma questo de economia de energia, o uso da iluminao natural

    est diretamente ligado sade, bem-estar e produtividade dos ocupantes da

    edificao.

    Nos pases do Norte europeu, onde os invernos so longos e com dias curtos,

    foi identificada uma sndrome de depresso associada ausncia prolongada de luz

    natural. Isso acontece porque os seres humanos dependem da exposio luz

    natural para ativar uma srie de funes fisiolgicas. A ao da luz natural acelera os

    ciclos circadianos do corpo (ciclo relacionados relgio biolgico do corpo) e faz com

    que ele coincidam com o ciclo dirio de 24h.

  • 23

    Por isso, as pessoas que vivem diariamente em ambientes climatizados e

    iluminados artificialmente sentem, em algum grau, mudanas sazonais no seu humor

    ou comportamento, tambm conhecido como Desordem Emocional Sazonal

    (Seasonal Affective Disorder SAD).

    4.3 Climatizao Passiva - Estratgias de arrefecimento passivo

    semelhana do referido para as estratgias de aquecimento passivo, tambm

    as estratgias de arrefecimento passivo no recorrem a meios ativos de climatizao

    (com consumo de energia) para alcanar o conforto no interior.

    A orientao solar tambm aqui um fator determinante para o

    desenvolvimento destas estratgias que se baseiam principalmente na ventilao

    natural e no controle da radiao solar direta das superfcies envidraadas (quer

    sejam com recurso a elementos fixos palas, por exemplo ou dispositivos mveis

    de que so exemplo as persianas), embora existam outros meios passivos de fazer o

    arrefecimento.

    A ventilao natural acontece quando se verificam diferenas de presso

    atmosfrica entre o interior e o exterior, ou seja, o ar frio mais pesado tem tendncia

    para baixar, enquanto o ar quente, por ser mais leve tem tendncia para subir,

    provocando assim a renovao do ar entre o interior e o exterior.

    O arrefecimento passivo pode ainda ser feito por outros meios de que so

    exemplo o arrefecimento pelo solo, arrefecimento evaporativo e arrefecimento

    radiativo.

    Existem ainda outros aspectos que iro influenciar o arrefecimento natural

    como por exemplo a desempenho energtico dos caixilhos, bem como o tipo de vidro

    existente, o tipo e utilizao de proteo dos vos, a existncia de vegetao, a

    presena de gua, a utilizao de cores claras nas superfcies (por absorverem

    menos radiao).

  • 24

    4.4 Elementos da Construo - Paredes

    As paredes exteriores, enquanto mediadoras entre o exterior e o interior de

    uma habitao, devem ser elementos da construo resistentes aos vrios esforos e

    aes a que se encontram sujeitas e durveis, alm de cumprirem a sua funo

    esttica (integrao na paisagem envolvente e conjunto edificado).

    Existem vrios tipos de parede exterior, no s quanto s camadas que a

    compem mas, tambm quanto ao tipo de materiais utilizados para a sua

    composio. Em qualquer uma delas importante fazer o seu isolamento trmico

    para que resultem eficientes e minimizem as trocas trmicas entre o interior e o

    exterior, mantendo o conforto no interior.

    4.4.1 Parede exterior simples

    A parede exterior simples composta apenas por um pano de parede ao qual

    fixo uma camada de isolamento trmico pelo seu lado exterior, que posteriormente

    receber um acabamento final. Para que este acabamento oferea maior resistncia

    s acepes mecnicas e climticas, o revestimento composto por armadura.

    Quando bem dimensionada e elaborada segundo as regras da boa arte,

    apresentam um melhor desempenho trmico comparativamente s paredes exteriores

    duplas, uma vez que o isolamento trmico aplicado de modo contnuo e pelo lado

    exterior.

    Este sistema responde assim s crescentes preocupaes ambientais e com o

    consumo de energia dos edifcios, uma vez que isola igualmente todo o edifcio,

    evitando assim a formao de pontes trmicas, reduzindo a formao de

    condensaes. Por outro lado, minimiza as trocas trmicas entre o interior e o exterior

    de forma mais eficiente.

  • 25

    4.4.2 Parede exterior dupla

    Em alguns pases as paredes exteriores mais comuns so as paredes duplas.

    um sistema amplamente divulgado composto por dois panos de alvenaria, um

    exterior e outro interior, paralelos (sem contato entre eles), formando

    preferencialmente entre si um espao de ar onde se far a recolhimento de eventual

    acumulo de gua e onde se dever colocar o isolamento trmico, preenchendo

    parcialmente a caixa de ar.

    Os dois panos de alvenaria podem ser compostos por vrios tipos de materiais,

    como o tijolo de barro vermelho (macio, com furao horizontal ou vertical), blocos

    de beto leve, blocos de beto celular, ecotijolo, entre outros.

    O espao de ar entre os dois panos de alvenaria, a que chamamos caixa de ar,

    deve ser ventilado. Para permitir que a ventilao da caixa de ar seja possvel devem

    existir, em cada piso e no pano de parede exterior, dois orifcios um na parte

    superior e outro na base, que permitir a drenagem de possveis guas, resultado de

    algumas condensaes. Deve possuir, na sua base, uma canaleta com declive

    suficiente de modo a possibilitar a recolha da gua atravs do sistema de drenagem.

    A caixa de ar pode estar parcialmente preenchida com isolamento trmico,

    colocado preferencialmente junto ao pano de parede interior. fundamental que a

    parede possua isolamento trmico, e que este esteja corretamente dimensionado de

    acordo com as necessidades energticas. Pode ser feito com o recurso de vrios

    materiais como, por exemplo, espuma expansiva.

    O isolamento trmico deve ainda ser colocado de forma a evitar a formao de

    pontes trmicas zonas sensveis da construo que, por oferecerem uma menor

    resistncia trmica, iro permitir a formao de condensaes que iro originar o

    desenvolvimento de bolores, acumulao de fungos e bactrias que,

    consequentemente, comprometem a qualidade do ar interior e durabilidade dos vrios

    elementos da construo. Geralmente, estas ocorrem em vigas e pilares.

    Os materiais disponveis no mercado para fazer o revestimento exterior de

    paredes exteriores duplas so de vrios tipos. Aqueles usados com maior frequncia

    so os elementos descontnuos (por exemplo, elementos de ardsia) ou

  • 26

    revestimentos com materiais ligantes, hidrulicos ou sintticos. Qualquer um deles

    deve ser permevel ao vapor de gua, para permitir que o suporte respire evitando

    condensaes no interior da parede mas, impermevel gua.

    4.5 Elementos da construo - Pavimentos

    O pavimento deve ser sempre adequado ao tipo de utilizao para o qual

    projetado para que possa dar uma resposta adequada s solicitaes,

    nomeadamente quanto s cargas a que est sujeito e ao desgaste prprio da sua

    utilizao.

    4.5.1 Lajes em contato com o solo

    Uma laje ao nvel do solo est sujeita a aes diferentes de uma laje intermdia

    numa construo ou at mesmo de uma laje de cobertura os cuidados com estas

    sero por isso diferentes.

    Assim, as cargas estruturais a que estar sujeito sero menores uma vez que

    estas no sero descarregadas na estrutura mas sim diretamente no solo. Por outro

    lado necessrio ter um cuidado especial ao isolamento trmico e

    impermeabilizao.

    O isolamento trmico destes pavimentos igualmente importante. Uma vez

    que parte da envolvente construda do edifcio, deve estar devidamente isolado para

    minimizar as trocas trmicas do edifcio em contato com o solo, tornando assim o

    interior mais confortvel.

    Por estar em contato com o solo, est particularmente sujeito presente de

    gua no terreno, requerendo por isso a existncia de elementos que faam a

    drenagem das guas e elementos que o impermeabilizem, impedindo o contato entre

    a laje de pavimento e a umidade presente no terreno.

  • 27

    4.5.2 Lajes intermdias

    As lajes intermdias fazem a diviso em altura dos pisos, suportando as suas

    cargas inerentes. Existem inmeras solues construtivas para estes elementos, bem

    como para os seus revestimentos, que iro proteger o suporte e contribuir para o

    conforto interior.

    Num edifcio, as suas exigncias sero diferentes em relao s referidas para

    os pavimentos ao nvel do solo e para as lajes de cobertura as exigncias de

    impermeabilizao e de isolamento trmico no sero to grandes como naqueles

    casos mas podem ser incorporados como complemento. Podem ainda possuir

    isolamento acstico, sistemas de aquecimento, entre outros.

    Os pontos de ligao entre a laje e as paredes so extremamente importantes

    dado que podem originar pontes trmicas que iro comprometer o conforto no interior,

    e comprometer a durabilidade dos elementos. Assim, conveniente que estes

    elementos estejam corretamente isolados pelo exterior o que ser mais simples e

    eficiente no caso das paredes simples com isolamento trmico pelo exterior, ao

    contrrio de uma parede dupla.

    4.5.3 Laje de cobertura

    As coberturas so elementos que, devido sua posio na construo, esto

    particularmente sujeitas s aes do vento, presena de gua e radiao solar direta.

    Assim, fundamental que estas se encontrem devidamente impermeabilizadas e

    termicamente isoladas. Deste modo, as grandes variaes trmicas sero

    minimizadas, contribuindo assim para o aumento do conforto no interior.

    Tratando-se de uma cobertura plana, e dependendo do tipo de utilizao (no

    acessvel, acessvel a pessoas, acessvel a veculos, ajardinada), assim dever ser

    selecionado o tipo de revestimento, no esquecendo a sua impermeabilizao e

    drenagens para que sejam garantidas todas as exigncias funcionais.

  • 28

    4.6 Elementos da construo - Coberturas

    As coberturas devem responder a algumas exigncias funcionais. Entre elas,

    devem responder s exigncias de segurana (seja estrutural, contra risco de

    incndio ou decorrentes do prprio uso corrente da habitao), exigncias de

    agitabilidade (falamos de estanqueidade, conforto hidrotrmico, acstico, visual, etc.)

    e exigncias de economia (quer em termos de custos e de durabilidade).

    Devido sua localizao na construo, esto sujeitas a inmeras aes ao

    longo do dia, e do ano. Entre essas aes podemos salientar a radiao solar

    recebida, a ao do vento e a presena da gua, com isso fundamental que estas

    se encontrem devidamente impermeabilizadas e termicamente isoladas. Deste modo,

    evitar-se- o sobreaquecimento no Vero e as perdas trmicas sero minimizadas no

    Inverno.

    Estas podem ser coberturas planas no acessveis, acessveis a pessoas

    (terraos), ou acessveis a veculos , coberturas inclinadas (que normalmente

    chamamos telhados), ou coberturas verdes/ ajardinadas.

    4.6.1 Coberturas Planas

    As coberturas planas so caracterizadas por serem praticamente planas (a sua

    inclinao praticamente inexistente, apenas a suficiente para fazer o escoamento

    das guas) e, regra geral, compostas por cinco elementos. A ordem de colocao de

    alguns elementos pode variar de acordo com o tipo de cobertura plana tradicional

    ou invertida e com o seu uso final.

    Numa cobertura plana tradicional, esses elementos sero colocados na

    seguinte ordem: estrutura de suporte, camada de forma (que ir formar a pendente

    necessria para correto escoamento das guas), isolamento trmico,

    impermeabilizao e camada de proteo que ir variar de acordo com o tipo de

    utilizao (por exemplo, o tipo de proteo ser diferente se for acessvel apenas a

    pessoas ou se for acessvel a veculos).

  • 29

    Na soluo de cobertura plana invertida, a ordem de colocao dos vrios

    elementos ser diferente da soluo de cobertura plana tradicional o isolamento

    trmico colocado sobre a camada de impermeabilizao.

    4.6.2 Cobertura Inclinada

    Este tipo de coberturas habitualmente revestido com telhas cermicas. So

    coberturas onde a estanqueidade estar garantida pela inclinao da cobertura e pelo

    seu revestimento.

    O seu isolamento trmico pode estar colocado em vrios locais/posies. Pode

    ser colocado pelo lado inferior do revestimento da cobertura (sejam telhas cermicas

    ou outras, placas, chapas metlicas, entre outros), sob a estrutura de suporte (que

    tambm pode ser de vrios materiais como, por exemplo, estrutura metlica ou

    estrutura de madeira) ou mesmo sobre a laje de esteira (neste caso depender do

    tipo de uso a dar ao desvo, ou mesmo da existncia de laje de esteira).

    4.6.3 Cobertura Ajardinada

    As coberturas ajardinadas so uma opo interessante, desde que bem

    executadas, uma vez que contribuem para o conforto no interior da habitao, para

    alm de influenciar positivamente o microclima urbano. So ainda pouco comuns no

    nosso pas.

    Sendo um tipo de cobertura muito especifica necessrio ter especial ateno

    impermeabilizao j que a presena da gua constante devido existncia de

    terra e plantas. A camada drenante dever por isso ser constituda por um elemento

    filtrante permevel gua mas capaz de reter os elementos vegetais mais finos.

    Nos exemplos acima referidos, o isolamento trmico pode ainda ser colocado

    pelo lado interior da diviso, embora seja menos eficiente do que aquele que

    colocado pelo lado exterior. Pelo lado interior, este pode ser colocado entre a

  • 30

    estrutura resistente e o teto falso (seja em camada ou mesmo como revestimento

    aderente estrutura).

    4.7 Elementos da construo - Envidraados

    As superfcies envidraadas adquirem uma especial importncia uma vez que

    contribuem significativamente para o conforto no interior da habitao. Devem ser

    estanques gua, permeveis ao ar e resistentes ao do vento.

    De acordo com as suas caractersticas e orientao solar poder ser feito ou

    no o aproveitamento passivo da radiao solar. O tipo de caixilho, tipo de vidro e o

    tipo de sombreamento iro permitir maiores ou menores trocas trmicas entre o

    interior e o exterior.

    Assim, os vidros devem ser duplos e os caixilhos devem ser eficientes. Existem

    no mercado vrias opes quanto ao tipo de material de caixilho madeira, alumnio,

    PVC e devendo optar-se por aqueles que sejam mais amigos do ambiente e com

    melhor desempenho energtico.

    Deve ser dada tambm especial ateno sua proteo o sombreamento

    deve ser feito de forma eficiente e, sempre que possvel, pelo lado exterior e interior

    (caso no seja possvel, preferencialmente pelo lado exterior). Exteriormente, pode

    ser feita atravs de elementos fixos na fachada, de que so exemplo as palas, ou por

    dispositivos mveis (por exemplo, persianas). Pelo lado interior, usual, e eficiente, o

    uso de persianas ou cortinados de tecido.

    Caso se usem persianas importante verificar se a caixa de afixao da

    mesma se encontra isolada adequadamente para que se evitem as infiltraes de ar

    indesejadas que se tornam incomodas e aumentam o desconforto no interior.

    tambm importante que se encontre devidamente impermeabilizada para que este

    no seja um ponto de entrada de gua.

    Por estes motivos fundamental que estes elementos sejam de qualidade e

    devidamente utilizados para que se consiga tirar partido do seu comportamento e

    assim alcanar o conforto no interior da habitao.

  • 31

    4.7.1 Vidros insulados (duplos)

    O vidro Insulado insupervel quando a inteno aproveitar ao mximo a luz

    natural, com bloqueio do calor proveniente da radiao solar. Tambm proporciona

    grande conforto acstico, com maior bloqueio do som.

    O vidro duplo tambm denominado insulado. Na verdade, trata-se de um

    sistema de duplo envidraamento, com o benefcio da camada interna de ar

    desidratado.

    O sistema de duplo envidraamento permite combinar vidros idnticos ou com

    propriedades diferentes, aproveitando as caractersticas de cada um, como, por

    exemplo, a resistncia dos vidros temperados com a proteo trmica e acstica e a

    segurana dos laminados de controle solar, podendo ser utilizado em diversas

    aplicaes tais como: construo civil, cobertura, estdio de gravao, fachada,

    hospital, portas, janelas e refrigerao.

    O conjunto garantido pela dupla selagem: a primeira, para no haver troca

    gasosa; a segunda, para garantir a estabilidade do conjunto.

    Internamente ao perfil de alumnio, h um hidrossecante, que garante a

    completa ausncia de vapor dgua, impedindo seu embaamento. Este sistema faz

    com que o vidro duplo seja timo isolante trmico e acstico.

    4.8 Elementos da construo - Elementos ajardinados

    As coberturas e fachadas ajardinadas esto sendo mais aplicadas nos

    edifcios, pois permitem trazer a natureza, integrando a vegetao, para os espaos

    onde, atualmente, passamos mais tempo. Com a implementao desta medida

    podemos simplesmente criar reas privadas ou pblicas de socializao e recreio ou

    mesmo criar espaos para horticultura ou agricultura.

    As coberturas e fachadas ajardinadas proporcionam tambm vrios benefcios

    para os edifcios e para o meio urbano:

    Melhoram o isolamento trmico e acstico dos edifcios, contribuindo para

    reduzir o consumo energtico;

  • 32

    Protegem as estruturas dos edifcios, contribuindo para um aumento do tempo

    de vida dos sistemas de impermeabilizao;

    Ajudam a reduzir a poluio sonora e contribuem para a melhoria da qualidade

    do ar;

    Contribuem para a reduo do efeito ilha de calor das cidades;

    Contribuem para reter a gua da chuva, reduzindo o fluxo que encaminhado

    para os coletores de guas pluviais, ajudando a diminuir o risco de inundaes;

    Retardam, em caso de incndio, a propagao do fogo na cobertura.

    No caso das coberturas, existem trs tipos de telhados ajardinados:

    Intensivos: So concebidos para neles se instalar um jardim ou uma plantao

    para uso humano (incluindo agrcola) devendo estar dimensionados para

    suportar a carga a que ficam sujeitos, dada a espessura de solo. Requerem

    instalao de sistema de rega por profissionais e manuteno regular. J

    existem restaurantes com hortas no telhado. Neste tipo de cobertura com

    vegetao intensiva podem ser construdos lagos com diversas formas e

    tamanhos. Um lago oferece um elemento visual extra, constitui uma fonte de

    gua para os pssaros se saciarem e so um habitat natural para os peixes.

    Extensivos: Ncleos naturais que replicam espaos geolgicos utilizando

    plantas resistentes seca e com pouca necessidade de irrigao. So bastante

    leves e dispensam estruturas complexas para sua construo. A colocao

    deste gnero de coberturas e os seus custos de manuteno so residuais. O

    tipo de plantas selecionadas mais natural e autossuficiente, geralmente

    adaptando-se a espessuras de solo ou de substrato pequenas. Quando

    comparado com o intensivo, este sistema permite redues no peso global do

    sistema e encarado normalmente como uma soluo ligeira de coberturas

    ajardinadas, podendo inclusive ser um espao no visitvel.

    Semi-intensivas: este um sistema intermdio entre os sistemas anteriores em

    que se tem um espao visitvel, mas em que se tem uma soluo de meio-

    termo entre o sistema extensivo que no requer manuteno (ou esta

    residual) e o sistema intensivo que requer um acompanhamento permanente.

    So utilizados perfis de substrato superiores aos do sistema extensivo, que

  • 33

    permitem a escolha de varias espcies a serem utilizadas, mas que tambm

    representam uma maior manuteno e maior custo que o sistema extensivo.

    No caso das fachadas, estas podem funcionar como espaos verdes, com

    todas as vantagens, exceto a possibilidade de utilizao do espao.

    Devido ao peso que estas componentes podem ter, a sua aplicao em

    edifcios j existentes deve ser devidamente avaliada para no introduzir problemas

    na estrutura do mesmo, uma vez que este no foi projetado tendo em conta essa

    aplicao.

    4.9 Elementos da construo - Isolamento Trmico

    O isolamento trmico adequado determinante para minimizar as trocas

    trmicas excessivas entre o interior e o exterior de um edifcio evita perdas de calor

    na estao fria e o sobreaquecimento interior na estao quente. O material de

    isolamento dever assim apresentar um baixo ndice de condutibilidade trmica

    (U-value) e baixa energia incorporada.

    4.9.1 Aglomerado de Cortia

    O aglomerado de cortia expandida, deriva de uma matria-prima totalmente

    natural e renovvel - a cortia, cuja extrao da rvore se enquadra no seu ciclo de

    vida. Tem origem na rvore de sobreiro, que sobrevive sem herbicidas qumicos,

    fertilizantes ou irrigao. ainda a nica rvore que se regenera aps a poda

    processo de obteno da cortia virgem. Assim, a cultura do sobreiro no implica a

    dilapidao ou a degradao do ambiente, no apresenta aspectos ambientais

    negativos associados a outras culturas florestais destinadas a transformaes

    industriais, contribui para a fixao de uma fauna natural variada e apoia diversas

    atividades de pastoreia, cinegticas e outras.

  • 34

    4.9.2 Espuma de Poliuretano

    O poliuretano pertence classe dos polmeros. A sua matria-prima o

    petrleo. O petrleo formado por uma complexa mistura de compostos que quando

    possuem diferentes temperaturas de ebulio, possvel separ-los atravs de um

    processo conhecido como destilao ou craqueamento.

    Obtm-se o poliuretano a partir do dissocianato de parafileno e do etilnoglicol.

    Para se obter a espuma, expandido a quente por meio de injeo de gases,

    formando a espuma cuja dureza pode ser controlada conforme o uso que se lhe quer

    dar.

    4.9.3 L de Rocha

    A l de rocha provm de fibras minerais de rochas vulcnicas, entre elas o

    basalto e o calcrio. Esta fibra procedente de depsitos vulcnicos, era j utilizada

    pelos nativos das ilhas havaianas na cobertura de suas moradias para proteg-los do

    frio e do calor.

    Fibra natural de rocha vulcnica, apresentada em forma de placa ou manta.

    Totalmente imune ao do fogo e com excelentes propriedades de isolamento

    trmico e acstico.

    4.9.4 L de Vidro

    A origem da l de vidro provm de uma substncia lquida inorgnica obtida

    atravs de um composto bsico de vrios elementos: a slica, em forma de areia, que

    assume o papel de vitrificante, o carbonato de sdio, sulfato de sdio e potssio, para

    que a temperatura de fuso seja mais baixa, e o carbonato de clcio e magnsio,

    como estabilizantes para conferirem a este material uma elevada resistncia

    umidade.

  • 35

    4.9.5 Poliestireno Expandido

    O poliestireno expandido, mais conhecido por EPS, um produto sinttico

    proveniente do petrleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a cermica e os

    metais. A matria-prima deste material o poliestireno (PS) expansvel, um polmero

    de estireno que contm um agente expansor e obtido, a partir do petrleo, por meio

    de diversas transformaes qumicas.

    4.9.6 Poliestireno Extrudido

    O poliestireno extrudido, tambm conhecido por XPS, um produto sinttico

    proveniente do petrleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a cermica e os

    metais. A matria-prima deste material o poliestireno, um polmero de estireno, que

    extrudido e passa de um estado slido a um estado fundido, que depois arrefece e

    volta a um estado slido.

    4.10 Elementos da construo - Revestimentos

    4.10.1 Revestimentos de Paredes

    4.10.1.1 Materiais Cermicos

    O revestimento cermico vem sendo usado desde a antiguidade para revestir

    pisos e paredes. Naquela poca era utilizado apenas pela nobreza, que decorados

    preciosamente pelos arteses ceramistas e tinham como destino as paredes dos

    grandes palcios e construes nobres.

    A popularidade veio em meados do sculo XX, quando a produo em larga

    escala tornou o revestimento cermico acessvel a bolsos menos abastados.

    A cermica pode ser feita em argila pura de massa vermelha, ou de uma

    mistura com cerca de nove minerais de tonalidade clara ou branca. No Brasil, a

  • 36

    abundncia dessa matria prima, argila, estimulou o crescimento desse mercado

    recheado de opes, com caractersticas especficas para se adaptar ou compor

    diferentes ambientes.

    Atualmente existe uma variedade de produtos cermicos para atender aos

    mais variados tipos de ambientes como: reas comerciais ou industriais, residncias,

    fachadas e piscinas, mantendo as caractersticas contemporneas de durabilidade

    aliada beleza esttica.

    Tambm encontramos peas produzidas com uma tecnologia de ponta, com

    processo produtivo sustentvel. A linha de produo opera com 100% de gs natural.

    Atravs da queima desse combustvel, produzida energia limpa (trmica e eltrica),

    dentro da prpria fbrica, que autossuficiente nesse quesito.

    A gua e todos os resduos provenientes do processo fabril so coletados e

    reciclados. S de gua so mais de 2 mil litros recuperados por hora. Atualmente, a

    Biancogres possui o mais moderno e sustentvel parque fabril de porcellanatos e

    revestimentos cermicos do Brasil.

    Recentemente, foi apontada como a indstria de maior destaque no ano no

    setor, para os empresrios das grandes revendas. O dado foi apurado pelo Ibope e

    Anamaco Associao Nacional dos Comerciantes de Material de Construo, para a

    seleo dos vencedores da 19 edio do prmio homnimo.

    4.10.1.2 Gesso Acartonado

    Os gessos acartonados tem se popularizado no Brasil na ltima dcada pela

    agilidade de instalao e limpeza durante os trabalhos. Seu uso mais comum em

    ambientes comerciais, principalmente shoppings, mas em residncias tambm so

    uma tima soluo. So tambm mais conhecidas por Paredes de Drywall. As

    Paredes de Drywall so formadas de placas gesso acartonado que so constitudas

    de um ncleo de gesso natural (CaSO4.2H2O) e aditivos, revestidas com duas

    lminas de carto duplex. O gesso proporciona a resistncia a compresso e o

    carto, resistncia a trao. A unio destes dois elementos torna a placa muito

  • 37

    resistente. Variam conforme o tipo de placa, tipo de borda, espessura, dimenso e

    peso.

    O gesso acartonado vem sendo largamente utilizado na construo civil em:

    paredes, substituindo as de alvenaria; criao de paredes divisrias; criao

    de painis; execuo de projetos de forro (teto rebaixado e sancas), que

    consequentemente esto ligados a execuo de projetos luminotcnicos.

    Alm de todas estas formas de utilizao, o gesso acartonado tambm permite

    receber pregos e parafusos, podendo ser cortado, inclusive em formas curvas.

    O gesso acartonado traz muitas vantagens tanto para construir, reformar, como

    para decorar:

    Durante a obra vemos que possvel reduzir o custo com a sua utilizao;

    um material leve, rpido e fcil de ser instalado;

    Adaptvel a diversos tipos estrutura: ao, concreto ou madeira;

    Permite a reduo de cargas nas fundaes e estruturas: quando utilizado

    como paredes e forros;

    Permite instalaes eltricas, hidrulicas e de telefone no interior das paredes;

    Permite que o interior das paredes receba isolantes trmicos e acsticos;

    Possibilita a criao e execuo de projetos ousados;

    Aceita sobre sua superfcie outros materiais de revestimento: cermica,

    pastilha de vidro, papel de parede, tecidos, tinta acrlica, tinta PVA e texturas;

    Elevada resistncia ao fogo;

    Apresenta bom desempenho trmico e acstico (equivalente ao de uma parede

    de alvenaria de meio tijolo).

    Para a escolha do gesso acartonado mais adequado a obra eleva-se em conta

    a necessidade de uso:

    Chapa Standard - ST (cor cinza) = para uso geral, utilizada em paredes, tetos

    e revestimentos de reas secas. (Indicada para ambientes internos, no deve

    ficar exposta ao relento e ao do tempo).

    Chapa Resistente Umidade - RU (cor verde) = utilizada em reas molhadas,

    como: banheiros, cozinhas, reas de servios e lavanderias. (As chapas de

    gesso apresentam silicone na composio, o que trar maior resistncia

  • 38

    umidade. Mas as chapas no podem entrar em contato com a gua, pois

    infiltraes danificaro o gesso).

    Chapa Resistente ao Fogo - RF (cor rosa) = utilizada em sadas de

    emergncia e em reas enclausuradas, como: escadas e corredores. (O gesso

    um material que naturalmente resiste ao fogo e para garantir mais

    eficincia, as chapas RF apresentam na composio retardantes de chama).

    Chapa para reas Externas - Chapa Cimentcia = conhecida como Drywall

    Externo. (A juno das placas deve ser feita com material compatvel, isto ,

    que seja resistente umidade e chuva. Desta forma, nunca utilizar juntas de

    uso interno para reas externas).

    Chapa de Alta Dureza

    Chapa Flexvel - para obter superfcies curvas

    Chapa Perfurada - para absoro acstica

    As chapas Standart ou RU, mesmo que recebam boas camadas de

    impermeabilizao, no devem ser utilizadas em reas externas. A durabilidade ser

    reduzida e exigir muita manuteno.

    As paredes de gesso acartonado perdem um pouco da resistncia quando

    submetidas a altas temperaturas (fogo) e para sustentar sobrecargas maiores de10kg,

    necessrio fazer a fixao no perfil metlico.

    No so resistentes as pragas como por exemplo traas.

    4.10.1.3 Ecotop

    A Ecotop desenvolveu um sistema de reaproveitamento das aparas dos

    tubos plsticos de pasta de dente com a finalidade de produzir chapas, telhas e

    cumeeiras.

    A consciente da necessidade do reaproveitamento de materiais, cumpre seu

    papel de uma forma ecologicamente correta, transformando resduos fabris em

    produtos de alta qualidade.

    Produto utilizados 100% de materiais reciclados de difcil degradao

    ambiental (plstico e alumnio)

  • 39

    Caractersticas: impermevel, isolante trmico e acstico, no propaga

    chamas, altamente resistente a agentes qumicos e suporta at 130Kg por m3, alta

    durabilidade, fcil de limpar, excelente isolamento trmico e acstico, imune a pragas.

    No apodrece. Resistente umidade sendo indicado para revestimento em reas

    molhas.

    4.10.2 Revestimentos de Coberturas

    4.10.2.1 Telhas Cermicas

    Como primeiro material de contato com o exterior, as telhas devem garantir a

    segurana das residncias contra a ao do vento, poeira, rudos, sol, chuva, granizo

    e outras intempries. Por isso, telhas de qualidade so fundamentais.

    A telha cermica, uma das mais antigas e acessveis opes de telha

    disponveis, ainda uma opo muito popular, adequando-se muito bem ao clima

    tropical e oferecendo uma tima relao de custo-benefcio.

    oferecida em uma variedade de formas, que variam quanto ao tipo de

    encaixe, rendimento por m, inclinao exigida dos panos do telhado, proporcionando

    assim uma considervel variedade de alternativas arquitetnicas possveis com o uso

    do material.

    As telhas devem apresentar um som metlico, parecido ao de um sino, quando

    suspensas por uma extremidade e devidamente percutidas (suavemente com cabo do

    martelo).

    Possuem como principais caractersticas a de isolamento trmico e acstico,

    difuso do vapor, resistncia ao fogo

    4.10.2.2 Telhas Onduline

    A telha Onduline a escolha certa para quem procura economia e qualidade

    na hora de fazer a cobertura de sua obra ou reforma. Bonita, leve, prtica de instalar e

  • 40

    muito resistente a telha Onduline pode ser usada em diversos tipos de telhados, como

    casas, edificaes, quiosques, galpes, abrigos para carros e etc.

    De ondulao regular, essa telha possui resistentes ao dos raios UV. E ela

    tambm aceita pintura, deixando a cobertura da casa com a sua cara.

    Feita a partir de fibras vegetais recicladas e impermeabilizada atravs de

    processos inovadores e de alta tecnologia, a telha Onduline ecologicamente correta.

    Perfeita para quem deseja cobrir sua casa de respeito ao meio ambiente e processos

    produtivos sustentvel.

    4.10.3 Revestimentos de Pavimento

    4.10.3.1 Madeira

    A madeira provm de sistemas de reflorestamento certificadas. Para que se

    faa um uso adequado da madeira enquanto recurso renovvel, somente se deve

    cortar o volume de madeira que a massa florestal produziu num ano e de seguida

    replantar-se a mesma quantidade de novas rvores. Deve ainda atender-se ao fato de

    que a madeira um elemento 100% natural, que s precisa de um solo adequado,

    gua e sol para se desenvolver.

    4.11 Elementos da construo - Reboco

    4.11.1 Estuque de Gesso

    Estuque uma argamassa resultante da adio de gesso, gua e cal, usada

    como um aditivo retardador de uma secagem demasiadamente rpida. O uso do

    estuque como revestimento decorativo ou material de modelao milenar na

    civilizao mediterrnea.

    Estuque um forro (pode ser tambm um revestimento) onde se faz, primeiro,

    uma estrutura de madeira, quadriculada e nela se prende uma tela chamada

    "deploy". Aps a colocao da tela, se aplica a argamassa. Construes antigas

  • 41

    apresentavam muito estuque. Semelhante a isso, o isolamento trmico de cmaras

    frigorficas, s que, por baixo desse revestimento semelhante ao estuque, so

    colocadas placas de poliuretano expandido (ou isopor,em menor escala) e o

    acabamento final feito com cimento queimado, sem cal, ou com a aplicao de

    chapas de ao inoxidvel.

    4.11.2 Reboco Monocamada

    O reboco monomassa uma argamassa de revestimento pr-fabricada base

    de cimento branco, agregados incorporados de granulomtrica controlada (cargas

    siliciosas e calcrias) e adjuvantes (pigmentos minerais, retentores de gua,

    hidrfugos, indutores de ar e fibras).

    4.11.3 Reboco Tradicional

    O reboco tradicional formado basicamente por cal e areia, s quais, se

    podem adicionar outras matrias, como o cimento e adjuvantes dependendo do fim a

    que se destina. Na origem da cal est o calcrio. A areia por sua vez deriva de rochas

    e so geralmente silicosas. A concentrao da areia detrtica feita sob a ao de

    diversos agentes geolgicos, envolvendo fatores meteorolgicos, transporte, aes

    mecnicas, etc. Condies excepcionais do origem a areias vulcnicas.

    4.12 Elementos da construo - Estrutura

    4.12.1 Beto Armado

    O beto descende de aglutinao de inertes que derivam da natureza. As

    matrias-primas mais significativas so o calcrio, a maga e a argila, extrados de

    pedreiras onde a lavra processo de extrao, desenvolvida a cu aberto, atravs

    do desmonte de rocha por explosivo.

  • 42

    4.12.2 Beto Leve

    O beto descende de aglutinao de inertes que derivam da natureza. As

    matrias-primas mais significativas so o calcrio, a maga e a argila, extrados de

    pedreiras onde a lavra processo de extrao, desenvolvida a cu aberto, atravs

    do desmonte de rocha por explosivo.

    4.12.3 Madeira

    A madeira provm da floresta. Para que se faa um uso adequado da madeira

    enquanto recurso renovvel, somente se deve cortar o volume de madeira que a

    massa florestal produziu num ano e de seguida replantar-se a mesma quantidade de

    novas rvores. Deve ainda atender-se ao fato de que a madeira um elemento 100%

    natural, que s precisa de um solo adequado, gua e sol para se desenvolver.

    4.12.4 Perfis Metlicos

    Na natureza, os metais no se apresentam da mesma forma como so vistos

    no dia-a-dia. So extrados da natureza sob a forma de minrio de ferro que esto

    distribudos de forma irregular pela crosta do planeta. No comum encontr-los em

    estado natural, puros. Em geral so encontrados juntos a outros elementos, nos

    minerais, e com grande quantidade de impurezas. O minrio de ferro extrado

    depois, passado para o estgio de ferro-gusa, atravs de processos de transformao

    e usado na forma de lingotes. Adicionando-se carbono d-se origem a vrias formas

    de ao.

  • 43

    4.13 Elementos da construo - Impermeabilizao

    4.13.1 Emulses Betuminosas

    Designa-se por emulso betuminosa uma emulso cujas fases so gua e

    betume asfltico ou alcatro. Conforme a sua maior ou menor estabilidade, dir-se-

    de rotura lenta, mdia ou rpida. Em termos de impermeabilizao, utilizam-se para a

    execuo in loco de revestimento de impermeabilizao complementar, como

    protetores de outras camadas do sistema e para impregnao e preparao das

    superfcies. Estas emulses podem tambm conter aditivos ou cargas, a fim de

    melhorar algumas das suas propriedades. Face ao anteriormente referido podemos

    muito resumidamente apontar algumas das vantagens da utilizao de emulses

    betuminosas, das quais se destacam a no contaminao do ambiente, a

    versatilidade da sua formulao e a economia da sua aplicao.

    4.13.2 Membranas Betuminosas

    As membranas destinam-se a ser aplicadas na impermeabilizao de

    coberturas, constituindo sistemas de camada nica. As membranas, de cor preta, so

    constitudas por betumes-polmeros contendo resinas polipropilnicas com base em

    polipropileno atctico (APP) e integrando armaduras no-tecidas de polister ou de

    fibras de vidro. Estas membranas so acabadas na face inferior com uma folha de

    polietileno e na face superior com uma folha de plstico ou com areia fina. As

    membranas betuminosas podem ser aplicadas em superfcie corrente, em sistemas

    independentes, semi-independentes ou aderentes. A escolha de uma destas solues

    funo da natureza do material do suporte e da pendente da cobertura. Esta

    soluo s deve ser aplicada e, coberturas em terrao no utilizveis. Refira-se ainda

    que, sob o ponto de vista de reao ao fogo, todos os sistemas pertencem classe

    de reao ao fogo M0 (no-combustvel) quando sob proteo pesada.

  • 44

    4.14 Elementos da construo - Tintas

    As tintas ecologicamente corretas levam em conta a escolha da matria prima

    utilizada na sua fabricao at a transformao da terra em tinta e, no caso de

    descarte, a tinta acaba voltando a ser terra, completando assim o ciclo de vida do

    material reciclvel e sustentvel.

    Alm da qualidade do produto as tintas sustentveis trazem aos ambientes um

    cheiro bem mais fraco, menos agressivo para as pessoas que ficam em contato direto

    com a tinta e tambm ao meio ambiente, uma vez que no possuem ingredientes

    volteis.

    Prefira tintas ltex base de gua, terra ou pigmentos minerais, menos

    agressivas sade e ao ambiente do que aquelas que usam solvente.

    Argamassas pigmentadas e tintas base de cal so boas opes porque

    duram mais e no contm biocidas txicos.

    Verifique a durabilidade e o rendimento. Consumindo menos, voc tambm

    diminuir os impactos ambientais.

    Tambm encontramos a tinta de silicato que utiliza como ligante o silicato de

    potssio, conhecido como vidro lquido, em conjunto com cargas minerais e

    pigmentos inorgnicos. Este silicato petrifica-se em contato com a base, reagindo

    qumica e fisicamente com os aglomerantes, as areias e pedras constituintes das

    argamassas e dos concretos.

    Suas vantagens tcnicas, econmicas e ecolgicas so demonstradas a

    seguir:

    Composio: uma tinta cujos componentes minerais, amplamente disponveis

    na natureza, totalizam mais de 95% do seu peso, tais como gua, silicato de

    potssio, quartzo, calcrio, pigmentos inorgnicos e modificadores reolgicos,

    e, no mximo, 5% entre dispersantes, polmeros e hidrorrepelentes;

    Fixao: seu princpio de fixao ocorre atravs de um processo chamado

    silicificao ou petrificao. A tinta penetra na base, com variao de 2mm ou

    mais, dependendo da absoro. Inicia-se uma reao fsico-qumica de seus

    compostos com os da base durante a cura da tinta. Este processo evita a

  • 45

    formao de um filme que facilmente provoca fissuras, podendo descascar ou

    formar bolhas;

    Permeabilidade: a estrutura cristalina da tinta de silicato permite manter a alta

    permeabilidade ao vapor entre a atmosfera e o reboco, deixa a superfcie

    sempre seca e evita proliferao de fungos, algas, bolores, o acmulo de

    sujeiras e a formao de bolhas na tinta. Estas caractersticas propiciam

    ambientes mais saudveis;

    Resistncia a fungos e algas: a permeabilidade ao vapor aliada hidro-

    repelncia da tinta de silicato, que mantm a superfcie livre de umidade e

    condensao, e seu carter altamente alcalino, que combate os esporos,

    impedem a formao de um ambiente propcio para a instalao de fungos e

    algas;

    Incombustibilidade: as tintas de silicato, diferentemente das acrlicas, no

    queimam. Em caso de incndio, evitam a emisso de gases txicos que

    sufocam e podem provocar a morte, alm de aumentar a proteo do reboco

    contra os danos causados pelas chamas;

    Controle de Temperatura: a estrutura microcristalina da tinta MINERALI reflete a

    luz e o calor com maior intensidade, visando ao conforto trmico dentro das

    edificaes. Em climas quentes, essa caracterstica reduz o estresse sobre o

    reboco, evitando possveis danos;

    Durabilidade: em virtude de sua composio mineral, a tinta tem alta resistncia

    contra poluio, sujeiras e chuvas cidas, protegendo-a dos gases agressivos

    da atmosfera. A utilizao de pigmentos inorgnicos proporciona maior

    durabilidade da cor, mesmo em climas severos ou sob incidncia de luz solar

    direta (resistente UV). O uso de corantes orgnicos somente recomendado

    para ambientes internos;

    Ecolgica: matrias-primas naturais formam a base das tintas de silicato,

    encontradas em abundncia na crosta terrestre. O processo de obteno

    provoca baixo impacto ambiental. No se utilizam solventes ou produtos

    nocivos ao meio ambiente, desde a produo at a aplicao, nem no

    descarte das embalagens. Sua longa durabilidade reduz o nmero de

  • 46

    repinturas, diminuindo a retirada de matrias-primas da natureza.

    4.15 Elementos da construo Pisograma

    O pavimento ecolgico, permevel e drenante equivale a um sistema

    sustentvel de drenagem, um sistema de escoamento no qual a estrutura que suporta

    este pavimento tem grande importncia.

    O pavimento permevel e drenante, feito com as peas de pisograma

    (vazadas), possui tambm espaos livres em sua estrutura, por onde escorre a gua,

    que primeiro atravessa a camada superficial formada pelos blocos pr-moldados de

    concreto e pela grama, depois suas camadas inferiores de sustentao (brita,

    pedrisco, areia), at chegar ao solo, e mais tarde ao lenol fretico.

    Portanto, deve-se atentar para o projeto (com dimensionamento mecnico e

    hidrulico, distncia do lenol fretico, tipo de solo e seus coeficientes, precipitao

    na regio, risco de contaminao da gua, solicitao de trfego e cargas, etc.) e para

    a execuo das camadas de base, sub-base, tubulao de drenagem (se necessrio),

    e subleito, ou seja, para o sistema de drenagem como um todo.

    No pode ser comparado a outro pavimento qualquer, e deve ser executado

    por empresas especializadas em pavimentao, ainda com respaldo na ABCP

    (Associao Brasileira de Cimento Portland).

    Alternativa sustentvel e tendncia mundial na gesto da drenagem urbana

    com um coeficiente de permeabilidade de 100% e resistncia de 35 MPa (solicitao

    de trfego de veculos leves e de caminhes de at 2 eixos).

    4.16 Elementos da construo bloco drenante

    Pisos permeveis, os blocos drenantes de concreto para pavimento

    intertravados so feitos de concreto poroso, atravs do qual a gua drenada. Da

    serem chamados tambm de pavimentos permeveis.

  • 47

    So os pisos mais ecolgicos atualmente no mercado, o que contribui para um

    ambiente mais sustentvel e ecologicamente correto, reduzindo 100% das enxurradas

    e ajudando ainda a combater enchentes e inundaes.

    Mas fundamental que estes tipos de pavimentos permeveis sejam objetos

    de projetos executivos de engenharia e elaborados por empresas especializadas, pois

    devem considerar o nvel do lenol fretico e as condies de suporte e

    permeabilidade do solo, entre outros.

    Unem beleza e funcionalidade. So ideais para aplicao em ambientes

    externos. Podem ser usados em espaos pblicos ou privados, como caladas

    ecolgicas, praas, ptios de estacionamento de veculos, ruas, passeios, entre

    outros usos.

    Tm alta aderncia (antiderrapantes) e alta resistncia ao atrito (principalmente

    em rampas), e podem ser utilizados at em locais de manobra e trnsito de veculos.

    Permitem a utilizao imediata do pavimento, logo aps a sua execuo.

    E podem ser removidos e reaproveitados em eventuais reparos no pavimento ou

    abaixo deste, em redes subterrneas.

    No piso intertravado permevel feito com blocos ou placas drenantes de

    concreto poroso, diferentemente do pavimento intertravado de blocos de concreto

    impermeveis (conhecidos como bloquetes - que pela norma tcnica brasileira da

    ABNT devem ser impermeveis, por mais que pensem, erroneamente, o contrrio), a

    base/sub-base do piso formada por materiais granulares que criam vazios para a

    passagem de gua.

    Esta estrutura de base/sub-base, que permite a passagem da gua como se

    fosse um filtro, possui aberturas com cerca de 30% de vazios.

    A gua, depois de passar pelas camadas de base e sub-base, chega ao

    subsolo (terreno natural), infiltra naturalmente, e encontra o lenol fretico.

    4.17 Elementos da construo piso laminado

    O piso laminado foi criado e fabricado com avanada tecnologia nas mais

    modernas indstrias do mundo, atendendo as exigncias e necessidades expostas

  • 48

    pelos consumidores ao longo de todos esses anos em relao qualidade,

    praticidade e durabilidade, adicionando-se conforto, beleza e sendo um piso confivel

    no mercado. O piso laminado pode ser usado em ambientes residenciais e comerciais

    de acordo com as especificaes do fabricante e normas tcnicas brasileiras.

    O Piso Laminado composto de uma camada constituda de lminas de

    celulose (papel de qualidade), impregnadas de resina melamnica, que garante a

    estabilidade do piso. Tem substrato de HDF, que um painel de fibras de madeira de

    alta densidade, produzido a partir de madeira de reflorestamento, conforme normas

    ambientais mundiais, usinado na lateral e no topo de forma a estabelecer encaixes do

    tipo Macho e Fmea. O substrato proporciona robustez, preciso de encaixe entre as

    placas e resistncia ao impacto e carga concentrada de mveis.

    Atualmente, os pisos laminados apresentam diversas linhas, vrios padres e

    possui rguas com dimenses variadas. Alguns exemplos:

    - 1.181 mm x 295.5 mm x 7.5 mm

    - 1.200 mm x 190 mm x 7 mm

    - 1.357 mm x 292 mm x 8 mm

    - 1.795 mm x 190 mm x 9 mm

    Os pisos laminados recebem uma classificao de acordo com a sua

    resistncia abraso. Essa classificao denominada AC-1, AC-2, AC-3, AC-4 e

    AC-5, onde o mais frgil recebe a classificao AC-1 e mais resistente AC-5.

    A legislao brasileira no permite que sejam comercializados pisos AC-1,

    devido a sua fragilidade e no indicao para o uso a que se destina. Portanto no

    mercado brasileiro encontramos pisos de AC-2 a AC-5.

    O piso laminado foi desenvolvido para vr